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1 ÍÍÍNNNDDDIIICCCEEE 1. Introdução................................................................................ 2 2. O lubrificador........................................................................... 6 3. Atrito........................................................................................ 9 4. Lubrificação.............................................................................. 10 5. Ensaios físicos e químicos comumente realizados em óleos Lubrificantes............................................................................. 16 6. Aditivos.................................................................................... 53 7. Graxas lubrificantes ................................................................ 61 8. Lubrificação de mancais de deslizamento............................... 70 9. Mancais de rolamentos............................................................ 104 10. Engrenagens............................................................................ 120 11. Acoplamentos .......................................................................... 137 12. Compressores de refrigeração................................................. 151 13. Lubrificação de compressores de ar, gases e bombas de Vácuo....................................................................................... 168 2 1. INTRODUÇÃO Em muitas ocasiões somos forçados a acreditar que determinado equipamento não tem nenhum problema de lubrificação, e por tanto, que a lubrificação está correta. Mas afinal, o que vem a ser lubrificação correta? O que é um problema de lubrificação? Uma lubrificação só poderá ser considerada correta quando: “Um ponto de lubrificação recebe o lubrificante certo, no volume adequado e no momento exato” A simplicidade da frase é apenas aparente. Ela encerra toda essência da lubrificação. Significa que: O ponto só recebe “lubrificante certo” quando: • A especificação de origem (fabricante) estiver correta. • A qualidade do lubrificante for controlada. • Não houver erros de aplicação. • O produto em uso for adequado. • O sistema de Manuseio, armazenagem e estocagem estiverem corretos. O “volume adequado” só será alcançado se: • O lubrificador estiver habilitado e capacitado. • Os sistemas centralizados estiverem corretamente projetados, mantidos e regulados. • Os procedimentos de execução forem elaborados, implantados e obedecidos. • Houver uma inspeção regular e permanente nos reservatórios. O “momento exato” será atingido quando: • Houver um programa para execução dos serviços de lubrificação. • Os períodos previstos estiverem corretos. • As recomendações do fabricante estiverem certas. • Os sistemas centralizados estiverem corretamente regulados. 3 Qualquer falha de lubrificação, provoca, na maioria das vezes, desgastes, com conseqüências a médio e longo prazos, afetando a vida útil dos elementos lubrificados. Pouquíssimas vezes a curto prazo. Estudos efetuados através da Análise de Ferrografia tem demonstrado que as partículas geradas como efeito da má lubrificação, são partículas do tipo normal, porém, em volumes grandes, significando que o desgaste nessas circunstâncias ocorre de forma acelerada, levando inexoravelmente até a falha catastrófica. Uma máquina, ao invés de durar 50 anos se degradará em 20. Um mancal previsto para durar 2 anos será trocado em 1 ano. Os dentes de um redutor, projetado para a vida toda da máquina, terá que ser substituído antecipadamente. Se projetarmos estes problemas para os milhares de pontos de lubrificação existentes, podemos ter uma idéia do volume adicional de paradas que poderão ser provocadas, a quantidade de sobressalentes consumidos e a mão-de-obra utilizada para reparos. Como estes desgastes ocorrem ao longo do tempo, eles não são percebidos no dia-a-dia dos profissionais de manutenção, nos dando aquela falsa impressão de inexistência de problemas de lubrificação. É muito difícil de se diagnosticar uma falha catastrófica resultante da má lubrificação. Normalmente, se considera que a peça danificada estiver com o lubrificante, o problema não é de lubrificação. Mas, quem poderá garantir a qualidade da lubrificação ao longo dos últimos anos? Somente a prática da lubrificação correta, efetuada de forma contínua e permanente garante uma vida útil plena para os componentes de máquinas. Como vimos, o resultado de qualquer atuação na área de lubrificação, não vem a curto prazo; os desgastes já iniciados são irreversíveis. Somente as peças novas instaladas após a implantação da lubrificação correta, usufruirá, em todo potencial, os seus resultados. 4 “O HOMEM DE MANUTENÇÃO NÃO DEVE SER APENAS O QUE CONSERTA, MAS, TAMBÉM, AQUELE QUE ELIMINA A NECESSIDADE DE CONSERTAR.” É exatamente dentro deste espírito que devemos atuar dentro das empresas: sempre somando esforços com seus profissionais, a fim de multiplicar os resultados. Por fim, acrescentamos que, embora não percebidas por muitos, a lubrificação correta, concorre, também, para a redução no consumo de energia e na preservação dos recursos naturais. Não estamos falando da energia que é economizada como conseqüência da redução de atrito, estamos falando da “Energia Embutida”. É a energia inerente ao processo de fabricação das peças desgastadas e substituídas. Toda a peça, até ser consumida, passa por uma série de processamentos que vão desde a extração do minério, sua purificação, sua transformação até sua conformaçõa e montagem, consumindo energia. Quando trocamos umas percas prematuramente, estamos consumindo toda esta energia e uma parte de nossos recursos naturais, ao mesmo tempo em que geram divisas que são remetidas ao exterior de forma de “royalties” ou importação de novos equipamentos e combustíveis, aumentando nossa dívida externa. Vivemos numa era de competição onde a produtividade, qualidade, custos e segurança não são mais fatores isolados para o crescimento das empresas. Existe uma correlação entre todos esses fatores e a lubrificação; 5 Vejamos: 1. PRODUTIVIDADE: Uma boa lubrificação aumenta a vida útil dos componentes da máquina, tornando-se desnecessárias as trocas freqüentes; espaçando mais para as paradas programadas; diminuindo as paradas de emergência. Portanto, aumentando a disponibilidade do equipamento e reduzindo as necessidades da M.O. (mecânicos e Lubrificadores). 2. QUALIDADE DO PRODUTO: Equipamentos bem lubrificados se desgastam menos, mantendo as folgas e vibrações dentro de tolerância aceitáveis. 3. CUSTOS DE MANUTENÇÃO: Uma boa lubrificação adequada; • Reduz o desgaste, diminuindo o consumo de sobressalentes, reduzindo estoques, compras de emergência e necessidade de M. O. • Reduz consumo de lubrificante. • Reduz o atrito, diminuindo o consumo de energia. 4. SEGURANÇA PESSOAL: Através de: • Automatização de lubrificação. • Diminuição de excessos e vazamentos. • Limpeza dos equipamentos e área. BENEFÍCIOS ADICIONAIS • Melhoria na qualidade da manutenção. • Aumento na segurança operacional. • Facilidade dos processos de compra. • Melhoria na qualidade de vida. NÃO SE ESQUEÇA!!! “Lubrificante também é um componente da máquina, considere-o em seus diagnósticos.” 6 2. O LUBRIFICADOR O homem chave de toda a lubrificação é o lubrificador! De nada adiantam planos de lubrificação perfeitos, programas sofisticados, e controles informatizados, se os homens que executam os serviços não estiverem devidamente capacitados e habilitados para a função. Um bom lubrificador deve ter conhecimentos e habilidades que lhe permitam discernir entre o que é correto e o que é errado em lubrificação. Ø Qual a forma certa de se lubrificar um equipamento? Ø Quais os lubrificantes que são utilizados na empresa? Ø Quais os efeitos nocivos da mistura de lubrificantes?Ø Quais equipamentos de lubrificação devem ser usados? Ø Quais as conseqüências de uma contaminação? Ø O que devo fazer para evitar uma contaminação? Ø Que procedimentos devo seguir para a retirada de amostras? Ø Como estocar, manusear e armazenar os lubrificantes? Ø Qual a relação entre lubrificação e segurança pessoal? Ø Quais as conseqüências de uma má lubrificação? Ø Quais são as funções e as principais características dos lubrificantes? Ø O que são sistemas de filtragem e limpeza de óleos? Ø Quais são os impactos dos lubrificantes no meio ambiente? Ø Que são sistemas de lubrificação? Como funcionam? Como cuidar deles? Ø Quais equipamentos devo lubrificar? Quais são os produtos de lubrificação? NÃO É NADA FÁCIL SER UM BOM LUBRIFICADOR § Mesmo profissionais com anos de experiência na função de lubrificador, são, na maioria das vezes, desconhecedores das regras básicas de lubrificação. VOCÊ SABIA? § Que um mesmo mancal pode necessitar de óleos diferentes só porque os sistemas de lubrificação são diferentes? § Que um levantamento efetuado na usina siderúrgica de Chiba, no Japão, 1/3 das paradas de máquinas eram devido a problemas de lubrificação. § Que óleos lubrificantes trabalhando a temperatura de 70ºC, começam a se degradar e oxidar, somente a partir de 40.000 horas de uso? § Se a temperatura abaixar para 50ºC, isto só ocorre a partir de 80.000 horas de uso? 7 § Que 80% dos problemas ocorrem em sistemas hidráulicos, são devidos a contaminação dos óleos? § Os desgastes em países como Alemanha, Holanda e Inglaterra provocam perdas de 2% do PNB? § Projetando para o Brasil isto significa um prejuízo de mais de 12 bilhões de dólares? § Que a maioria dos programas de implantação de manutenção preventiva e preditiva falham por causa de uma lubrificação inadequada? § Que parte dos catálogos de fabricantes de máquinas contém informações incorretas sobre lubrificação? § Que o volume de lubrificante efetivamente necessário para a lubrificação é muito pequeno? § Segundo SKF. 43% dos rolamentos quebram devido a falhas de lubrificação. § É difícil imaginar uma redução de 30% nos custos de manutenção, somente com o uso das tecnologias de lubrificação? § A SEW informa que: 39% dos redutores quebram devido a falhas de lubrificação. 23% devidos sobrecargas. § Engefiltro diz que 80% das fachas em sistemas hidraulicos ocorrem devido a contaminações no óleo. § Particulas sólidas no óleo lubrificante reduzem a vida util do rolamento em até 10 vezes. § 550PPM de água no óleo reduzem a vida útil de um rolamento em 70% COMO ESTÁ A LUBRIFICAÇÃO DA MINHA EMPRESA? Você saberá respondendo honestamente as respostas abaixo: § Existe plano de lubrificação? § Ele está sendo usado? § Quem fez o plano de Lubrificação? § A execução está acontecendo conforme o plano de lubrificação? § São gerados relatórios de controle de gerenciamento? § Os consumos e custos com lubrificantes são conhecidos? § Existe algum sistema para a melhoria permanente, do plano e programa implantados? § Acompanha os progressos tecnológicos do setor? § Que produtos de última geração conhece? § Os recursos à disposição dos lubrificadores são suficientes? § Quem treina e orienta os lubrificadores? § Aprendeu lubrificação nas escolas que freqüentou? § Tem padrões e procedimentos implantados? § Quem toma as decisões para troca de óleos? § A quantidade de lubrificadores é suficiente? § Como você sabe que os serviços estão sendo executados? § Alguém especializado responde pela lubrificação? 8 § Considera a lubrificação importante? § Sabe quantos pontos de lubrificação existem em sua empresa? § Conhece o volume total de óleos instalados? § Os lubrificadores trabalham com informações do tipo: Dar 10 bombadas – Lubrificar com 50g de graxa? § Acredita que através do TPM os operadores podem assumir toda atividade de lubrificação? § O cliente está satisfeito com o resultado do serviço prestado? § Acredita que aqueles equipamentos que estão operando normalmente podem estar com problemas de lubrificação? § Quem resolve a engenharia de lubrificação? § Você tem certeza de que o lubrificador consegue chegar em todos os pontos? § Conhece alguém que trabalha em manutenção, especializado em lubrificação? § Sabe lubrificar um mancal de motor ou um acoplamento? § Quem resolve os problemas de lubrificação? § Tem lubrificadores do tipo faxineiro mais esperto ou mecânico que não deu certo? § Faz, parte, também, do quadro, profissionais que estão perto de se aposentar ou que estão constantemente doentes? § Qual foi a ultima vez que se lembrou da lubrificação? § Por acaso foi quando teve para pensar um problema e precisava de um culpado? 9 3. ATRITO 10 4. LUBRIFICAÇÃO Uma vez que o atrito e o desgaste provêm do contato das superfícies, o melhor método para reduzi-los é manter as superfícies separadas, intercalando-se entre elas uma camada lubrificante. Embora o objetivo imediato da lubrificação seja o de reduzir o atrito, podemos considerar que seu objetivo supremo seja o de diminuir o desgaste. É inevitável que todos os corpos venham a se desgastar com o correr dos tempos. O que se pretende com a lubrificação adequada é minimizar o desgaste que ocorre quando de sua deficiência. O ato de lubrificar pode ser erroneamente interpretado como simplesmente o abastecimento de um ponto de lubrificação. É necessário, antes disso, que a lubrificação seja planejada, e programada, e depois, controlada de maneira que se tenha resposta para perguntas que inevitavelmente surgirão: Ø Onde Lubrificar? Ø De que maneira lubrificar? Ø Com o que lubrificar? Ø Quando? Ø Em que quantidade? Etc... Numa visão mais ampla, podemos definir lubrificação como sendo: Especificar o lubrificante, comprá-lo, estoca-lo corretamente, requisitar, controlar seu desempenho e sua qualidade, aplica-lo corretamente, gerenciar e avaliar os resultados. 4.1. SELEÇÃO DO LUBRIFICANTE Em princípio, qualquer que seja o material, sólido, liquido, gasoso ou pastoso, podem eles ser utilizados como lubrificante. O que determina a preferência de uns sobre os outros são suas características. Ao mercúrio, por exemplo, faltam propriedades de aderência e umectação aos metaius, fatores importantes para manter o lubrificante em contato intimo com a superfície que deve proteger e lubrificar. O álcool, por outro lado, apresenta propriedades secativas, alem de ser fluido em demasia. 11 Podemos citar outros materiais que oferecem possibilidade de serem empregados como lubrificantes, porem, a maioria deles seria recusada numa análise mais criteriosa. Os produtos que se tem destacado, atendendo a maioria das situações, são os lubrificantes derivados de petróleo. Existem também produtos especiais sintéticos que atendem satisfatoriamente. A seleção do lubrificante para cumprir as finalidades do local em que será empregado, dependem, inicialmente, das características gerais de operação do equipamento, bem como as propriedades do lubrificante. Normalmente, são feitas comparações entre os resultados obtidos em laboratório, dos óleos em operação com o comportamento dos óleos novos. 4.2. LUBRIFICANTE ADEQUADO O lubrificante é adequado para o local? O lubrificante é escolhido em função das características fornecidas pelo equipamento, com o conhecimento da composição dos óleos e das graxas, e observando-se as conclusões tiradas em serviços. Assim, óleos que operam sob altas temperaturas deverão possuir alto índice de viscosidade, e serem resistentes à oxidação, a fim de que a viscosidade se mantenha constante, e para evitar a formação de borras de oxidação. Óleos para cilindros de maquinas à vapor devem admitir um certo grau de emulsificação, para que o vapor condensado não enferruge as partes metálicas da maquina. Os óleos para turbinas hidráulicas e a vapor devem ser altamenterefinados, possuir viscosidade adequada e altas velocidades, alem de apresentar excelentes características de demulsibilidade. 4.3. DETERMINAÇÃO DE QUANTIDADE A quantidade usada é racionalmente determinada. O excesso de lubrificante é tão prejudicial quanto a sua falta. O excesso produz agitação desnecessária no óleo, provocando espumas e aquecimento do mesmo. O aumento da temperatura pode ser tão violento, em alguns casos, que chegam a danificar uma engrenagem ou mancal em questão de minutos. 12 4.4. PERÍODO OU FREQUÊNCIA DE TROCA O período ou freqüência de troca do lubrificante deve ser adequado. A época de troca do mesmo é determinada pelo enfraquecimento de suas propriedades lubrificantes. São inúmeras as causas que influem sobre o período de troca, a saber: § Quantidade de lubrificante. § Condições de operação do equipamento. § Condições mecânicas. § Dispositivos de purificação e refrigeração. § Métodos ou sistemas de lubrificação utilizados. § Condições ambientais Face aos fatores que envolvem a limitação de uso do lubrificante, é de difícil solução o estabelecimento de períodos de troca. Para a grande maioria dos casos, os períodos previamente estipulados, sejam por indicação dos fabricantes, sejam por qualquer outro meio, devem ser alternados de conformidade com o que determine as inspeções periódicas dos pontos, ou conforme determinem as analises de laboratório. 4.5. DISPOSITIVOS OU SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO EM CONDIÇÕES DE ATENDER ÀS NECESSIDADES Para cada situação existe um sistema ou um dispositivo que melhor atende às suas necessidades. Existem pontos em que algumas gotas de óleo são suficientes, enquanto outros necessitam de grandes quantidades, como em sistemas circulatórios. Em alguns casos, os sistemas de lubrificação chegam a custar a metade do preço do equipamento. 4.6. FUNÇÕES DOS LUBRIFICANTES As principais funções dos lubrificantes, nas diversas aplicações, são as seguintes Controle de atrito transformando o atrito sólido em atrito fluido, reduzindo assim a perda de energia. Controle do desgaste reduzindo ao mínimo contato entre as superfícies origem do desgaste. 13 Controle da temperatura absorvendo o calor grado pelo contato de superfícies (motores, operações de corte, etc...) Controle da corrosão evitando que a ação de ácidos destrua os metais. Amortecimento de choques transferindo energia mecânica para energia fluida (como nos amortecedores dos automóveis) e amortecendo o choque entre os dentes da engrenagem. Remoção de contaminantes (Limpeza) evitando a formação de borras, lacas e vernizes. Vedação impedindo a saída de lubrificantes e a entrada de partículas estranhas (função das graxas) e a entrada de outros fluidos ou gases (função dos óleos nos cilindros de motores e compressores). Além destas funções os lubrificantes propriamente ditos, os óleos provenientes do petróleo tem ainda outras finalidades. Destacamos, entre outros, as seguintes aplicações: Como meio isolante evitando a passagem da corrente elétrica (transformadores e chaves elétricas, por exemplo). Processamento industrial atuando como componentes do produto (tintas, por exemplo) ou auxiliando a fabricação de outros materiais (fibras de junta, etc). 14 4.7. LUBRIFICAÇÃO HIDRODINÂMICA Se observamos a totalidade do campo da lubrificação, evidencia-se, de imediato, fenômeno que ocorre com maior freqüência e persistência, e que é, certamente, o mais importante: a criação de uma películas de carga hidrodinâmica. É este fenômeno que permite manter a níveis mínimos o desgaste das peças. Felizmente, a formação desta película hidrodinâmica é uma ação tão natural que, em alguns casos, torna-se até difícil evita-la. A teoria hidrodinâmica da lubrificação baseia-se em uma análise matemática de movimento de líquidos, e muitas de suas deduções podem assumir um caráter complicado. Felizmente, os resultados se prestam a interpretações fáceis e inteligíveis, fazendo com que a teoria da lubrificação hidrodinâmica se aplique a milhares de mancais e elementos de maquinas. O campo de sua aplicação vai desde o mancal Morgoil, com diâmetro de até 140cm, até pequenos mancais de instrumentos e eletrodomésticos. Segundo a aplicação, a velocidade de rotação pode ir desde zero, a dezenas de milhares de rotações por minuto. Por outro lado, a carga pode variar entre zero e 420 kg/cm², chegando, em certas situações, a mais de 1400 kg/cm² de área projetada. Pelo que vimos, podemos deduzir a imensa gama de aplicações da teoria hidrodinâmica. Reynolds inferiu que essa formação de película devia-se a uma ação hidrodinâmica, a qual dependia da viscosidade do lubrificante. O lubrificante adere tanto à superfície estática, quanto a nível, arrastando o lubrificante na direção do movimento, onde a cunha de óleo se converge, originando em uma flexão do fluido, a qual suporta a carga do eixo. 4.8. LUBRIFICAÇÃO HIDROSTÁTICA § Lubrificação hidrostática. A gravura da direita mostra um dos tipos de canal ou rasgo por onde passa o óleo, que é aplicado sob pressão. 15 Neste caso, a pressão do oleo é criada por uma bomba com uma aplicação restrita, porém, de grande importância. Em alguns casos, torna-se a única opção possível para solução de determinados problemas, Tal método é empregado, muitas vezes, na partida de grandes mancais de deslizamento, como em turbinas. As brocas do dentistas giram em colchões de ar pressurizado. A movimentação da estrutura de 440 t do telescópio do Monte Palomar desliza sobre patins lubrificados por pressão hidrostática. Neste caso, conseguiu-se um coeficiente de atrito de 0,0005, sendo que um motor de ½ HP seria suficiente para girar toda a estrutura. 4.9. LUBRIFICAÇÃO LIMÍTROFE É a situação onde, embora existe um filme lubrificante, este não é suficientemente espesso para evitar o contato metálico. Ocorre na maioria dos mancais de deslizamento, durante a partida, redundado daí a necessidade de, algumas vezes, se utilizar a ação hidrostática de uma bomba, a fim de aliviar o contato e, conseqüentemente, o desgate. É a situação que exige uma viscosidade maior e a presença de um aditivo antidesgaste ou EP. 16 5. ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS COMUMENTE REALIZADOS EM ÓLEOS LUBRIFICANTES. 5.1. VISCOSIDADE –Definição Pode ser definida como sendo a resistência que o fluido oferece ao escoamento, devido ao atrito interno entre as moléculas do fluído. É a propriedade mais importante de um óleo lubrificante, pois de uma maneira geral a lubrificação de qualquer mecanismo depende de uma película de óleo de viscosidade suficiente para suportar a carga, impedindo o desgaste. Ela não deve ser elevada demais porque provocaria aquecimento e perda de potência por atrito interno no próprio óleo; também não pode ser baixa demais porque poderá não ser suficiente para manter a continuidade da película e o afastamento completo das superfícies. Existe uma faixa ideal para o conjunto de valores relativos a cargas, velocidades, e temperaturas de trabalho. A viscosidade condiciona ainda o fluxo de óleo entre as superfícies e conseqüentemente a capacidade de refrigeração das mesmas. 5.1.1. METODOS DE MEDICAO DA VISCOSIDADE A viscosidade é determinada em aparelhos chamados viscosímetros. São os seguintes os viscosímetros mais comumente usados para medir viscosidade de óleos lubrificantes. · Saybolt (EUA) · Redwood (Inglaterra) · Engler (Alemanha) · Cinemático (Uso Universal) Os viscosímetros Saybolt, Redwood e Engler têm uma construção semelhante. Todos eles se compõe basicamente de um tubo de seção cilíndrica com um estreitamento na parte inferior. Uma determinada quantidade de fluido é contida no tubo que, por sua vez, fica mergulhada em banho de água ou, óleo de temperatura controlada por termostato. Uma vez atingida e mantida a temperatura escolhida, deixa-se escoaro liquido através de orifício inferior, ao mesmo tempo que es começa a contagem de tempo. Recolhe-se o fluido em frasco fluido em frasco graduador, no momento em que o nivel atingir o traço de referencia do gargalo, faz-se parar o cronômetro. 17 O viscosímetro cinemático é basicamente constituído de um tubo capilar de vidro, através do qual se dá o escoamento do fluído. Para os viscosímetros Saybolt e Redwood costuma-se usar um furo de vazão maior (10x) para lubrificantes de viscosidade maior. O conhecimento destas várias maneiras de medição de viscosidade é, importante, pois várias literaturas antigas fazem referências a estas unidades. Seu valor deve vir sempre referenciada a temperatura 5.1.1.1. Viscosimetro Saybolt A unidade é o SSU ou SSF. Temperaturas padrões são 37.8ºC e 98.9ºC; 100ºF e 210ºF respectivamente. Em rapidas palavras o precedimento para medição é: 18 1- Colocar amostra no tubo correspondente aproximadamente 80ml. 2- Regular termostato para a temperatura desejada e aguardar o equilibrio termino banho/amostra. 3- Iniciar o escoamento do óleo, ao mesmo tempo em que um cronometro é acionado. 4- Quando o óleo no frasco receptor atingir o nível indicativo de 60ml, travar o cronômetro. 5- O tempo, em segundos, é relacionado com a unicdade SSU e relatada como viscosidade Saybolt na temperatura adotada. Ex.: Tempo de leitura a 100ºF foi 150 segundos. A viscosidade é 150SSU a 100ºF. Para óleos com viscosidade acima de 1000 SSU costuma se usar um furo de escoamento que proporciona vagão 10 vezes maior, afim de diminuir o tempo de medição. O resultado assim obtido é extremo como SSF, segundos saybolt furol. Na tranformação em SSU, é só multiplicar por 10. 5.1.1.2. Viscosimetro Engler. A unidade é o grau Engler (ºE) Temperaturas padrões - 20ºC, 50ºC, 100ºC. 19 Procedimento simplificado para medição. 1- Colocar amostra de óleo no tubo correspondente, aproximadamente 250ml. 2- Regular termostato para temperatura requerida e aguardar o equilibrio térmico. 3- Iniciar o escoamento do óleo, ao mesmo tempo em que um cronômetro é acionado. 4- Quando o óleo indicativo de 200ml atingir o nivel indicativo de 200ml, travar o cronometro. Anotar o valor. 5- Dividir o valor anotado pelo tempo de escoamento de 200ml de agua destilada nas mesmas condições. 6- O resultado da divisão é reportado com viscosidade Engler na temperatura de referencia. Ex.: Tempo de escoamento do oleo a 20ºC igual a 450 segundos. Tempo de escoamento da água destilada a 20ºC – 150 segundos. A viscosidade será, 3ºC. 5.1.13. Viscosimetro Redwood: As unidades são: - Redwood nº 1 – furo universal. - Redwood nº 2 – furo admiralty 10x padrão Temperaturas padrões: 78ºF, 100ºF, 140ºF, 200ºF. 20 Procedimento simplificado para medição. 1-) Colocar amotra de óleo no tubo correspondente, aproximadamente 70ml. 2-) Regular termostato para temperatura requerida, aguardar equilibrio termico. 3-) Iniciar escoamento do óleo, ao mesmo tempo tempo acionar o cronômetro. 4-) Quando o óleo no frasco receptor atingir o nível indicativo de 50ml, travar o cronômetro. Este tempo é reportado como sendo Redwood nº1 na temperatura adotada. Ex.Ç tempo de cronômetro igual a 130 segundos. Na temperatura de referencia 100ºF, a viscosidade será: 130 R1 a 100ºF. 5.1.1.4. Viscosimetro Cinemático. A unidade é o centistoke – Cst. A temperatura padrão é 400ºC. A viscosidade cinemática a 40ºC foi adotada pela ISO para referencia de viscosidade para óleos lubrificantes. 21 Procedimento simplificado para medição. 1- Preparar o tubo capilar conforme figura acima. 2- Regular o termostato para a temperatura de referencia. Quando o equilibrio termico for atingido, posicionar o nivel incial com a ajuda de uma pera. 3- Ao iniciar o escoamento, acionar o cronometro. 4- Quando o nivel do oleo atingir o traço de referencia, travar o cronometro. 5- O tempo em segundos cronometrado é simplificado pela constante do tubo, para a determinação da viscosidade. Ex.: Constante do Tubo. 100ºF 210ºF C 0,0943 0,0949 D 0,0731 0,0737 Tempo cronometrado: T1 C = 359,3” – 100ºF T2 C = 456,4” – 100ºF T1 x C = 33,88 T2 x C = 33,36 � Media V = 33,62 Cst a 100ºF 5.1.2. IMPORTANCIA DA VISCOSIDADE A viscosidade é, indubitavelmente a propriedade fisica principal de um óleo lubrificante. A viscosidade é um dos principais fatores na seleção de um oleo lubrificante, sendo sua determinação influenciada por diversas condições: Velocidade -quanto maior a velocidade, menor deve ser a viscosidade, pois a formação da película lubrificante é mais fácil. Os óleos de maior viscosidade possuem maiores coeficientes de atrito interno, aumentado a perda de potência, isto é, a quantidade de força motriz absorvida pelo atrito interno do fluido. Pressão -quanto maior for a carga, maior deverá ser a viscosidade para suporta-la e evitar o rompimento da película. 22 Temperatura -como a viscosidade diminui com o aumento da temperatura, para manter uma película lubrificante quanto maior for a temperatura, maior deverá ser a viscosidade. Folgas -quanto menores forem as folgas, menor deverá ser a viscosidade para que o óleo possa penetrar nelas. Acabamento -quanto melhor o grau de acabamento das peças, menor poderá ser a viscosidade. CLASSIFICAÇÃO DE LUBRIFICANTES POR VISCOSIDADE A SAE (SOCIETY OF AUTOMOTIVE ENGINEERS) classifica os lubrificantes para motores e engrenagens somente pela viscosidade, não considerando a qualidade do óleo. Classificação SAE para óleos de motores: Grau SAE Viscosidade (cP) na temperatura °° C, max. Viscosidade (cSt) a 100°° C Mínimo Maximo 0 W 3250 a –30 3,8 5 W 3500 a –25 3,8 10 W 3500 a –20 4,1 15 W 3500 a –15 5,6 20 W 4500 a –10 5,6 25 W 6000 a –5 9,3 20 - 5,6 a 9,3 30 - 9,3 a 12,5 40 - 12,5 a 16,3 50 - 16,3 a 21,9 Nota: 1 cP = 1mPa.s; 1 cSt = 1mm²/s 23 Classificação SAE para óleos de caixas de mudança e diferenciais: GRAU SAE Temperatura (°° C) para a viscosidade de 150000cP (150Pa.s) Viscosidade (cSt) a 100 °°C Mínimo Maximo 75 W -55 4,1 - 80 W -26 7,0 - 85 W -12 11,0 - 90 - 13,5 24,0 140 - 24,0 41,0 250 - 41,0 - Tabela de graus de viscosidade iso 3448 A partir de 01.01.78, os graus de viscosidade dos lubrificantes industriais Móbil passaram a ser designados conforme estabelece o sistema “International Standads Organization” (ISO), adotado pela “American Society of Testing and Materials”(ASTM). O sistema ISO está baseado na viscosidade cinemática (centistokes) a 40°C na faixa de 90cSt a 110 cSt. 24 Todas as viscosidades a 40°° C. Usar os “ASTM D 341 Charts” para determinar uma viscosidade em outra temperatura Viscosidade Cinemática, cSt ISO Standard 3448 ASTM D-2422 Ponto Médio de Viscosidade cSt Mínimo Máximo Equivalênci a Aproximad a SUS ISO VG 2 ISO VG 3 ISO VG 5 ISO VG 7 ISO VG 10 ISO VG 15 ISO VG 22 ISO VG 32 ISO VG 46 ISO VG 68 ISO VG 100 ISO VG 150 ISO VG 220 ISO VG 320 ISO VG 460 ISO VG 680 ISO VG 1000 ISO VG 1500 2.2 3.3 4.6 6.8 10 15 22 32 46 68 100 150 220 320 460 680 1000 1500 1.98 2.88 4.146.12 9.00 13.5 19.8 28.8 41.4 61.2 90.0 135 198 288 414 612 900 1350 2.42 3.52 5.06 7.48 11.0 16.5 24.2 35.2 50.6 74.8 110 165 242 352 506 748 1100 1650 32 36 40 50 60 75 105 150 215 315 465 700 1000 1500 2150 3150 4650 7000 Obs: O sistema ISO se aplica apenas aos lubrificantes industriais em que a viscosidade é um fator preponderante para a seleção, estando excluídos, portando, os óleos de corte, óleos de tempera, óleos protetivos, óleos de tranformador, etc. Os óleos automotivos continuarão sendo designados pelo grau SAE. Os graus de viscosidade ISO normalmente são fornecidos na faixa de 2 a 1500. 25 TABELA COMPARATIVA DE LUBRIFICANTES 26 AGMA PARA LUBRIFICANTES ENGRENAGENS FECHADAS A faixa de viscosidade que identifica o número do AGMA está baseada na ASTM D 2422. Todos os óleos EP (com aditivação de extrema-pressão) devem possuir um IV mínimo de 60 e suportar 30lb no ensaio TIMKEN. Os óleos sem EP, de 1 a 6, devem possuir um IV mínimo de 30 (se a temperatura de operação for maior que 44 °C, IV mínimo de 60). Os 7, 8 e 8A Compounds têm de 3 a 10% de gordura natural ou sintética e devem possuir IV mínimo de 90. ViscosidadeSem Extrema-Pressão (Com Inibidor de Ferrugem e de Oxidação) SUS a 100°F CSt a 37,8°C Com Extrema-Pressão 1 2 3 4 5 6 7 Compound 8 Compound 8A Compound 193/235 284/347 417/510 626/765 918/1 122 1 335/1 632 1 919/2 346 2 837/3 467 4 171/5 098 41,4/50,6 61,2/74,8 90/110 135/165 198/242 288/352 414/506 612/748 900/1 100 - 2 EP 3 EP 4 EP 5 EP 6 EP 7 EP 8 EP - AGMA PARA LUBRIFICANTES DE ENGRENAGENS ABERTAS A faixa de viscosidades que identifica o número AGMA está baseada na ASTM D 2422. O sufixo R identifica os lubrificantes com diluente volátil, não inflamável. As faixas de viscosidades correspondentes são referentes aos produtos sem o solvente. ViscosidadeSem Extrema-Pressão (Com Inibidor de Ferrugem e de Oxidação) SUS a 100°F CSt a 37,8°C Com Extrema-Pressão 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 R 15 R 626/765 918/1 122 1 335/1 632 1 919/2 346 2 837/3 467 6 260/7 650 13 350/16 320 19 190/23 460 28 370/34 670 - - - - - - - - - - - - 850/1 000 2 000/4 000 4 000/8 000 4 EP 5 EP 6 EP 7 EP 8 EP 9 EP 10 EP 11 EP 12 EP 13 EP - - 27 TABELA DE VISCOSIDADES À TEMPERATURAS DIFERENTES Saybolt 70°° F Redwood 70°° F Engler 20°° C Saybolt 100°° F Redwood 100°° F Saybolt 130°° F Redwood 140°° F S. Furol 122°° F Engler 50°° C Saybolt 212°° F Redwood 212°° F Engler 100°° C 67 83 55 67 2.2 2.5 50 55 42 46 99 111 80 88 2.9 3.1 60 65 50 53 112 151 98 119 3.4 4.2 70 80 57 64 176 212 140 170 4.9 6.0 90 100 73 81 71 51 2.2 40 34 1.26 269 310 215 255 7.10 9.0 120 140 97 112 89 93 57 62 2.45 2.7 41 42 35 35.5 1.30 1.32 388 437 305 355 10.6 12.2 160 180 128 144 101 110 67 72 2.95 3.2 43 44 36 37 1.34 1.37 503 579 400 460 14 16 200 225 160 180 118 124 77 82 3.45 3.76 45 46 38 38.5 1.40 1.42 658 760 520 606 18.9 20.9 250 275 200 219 131 139 86 91 4.07 4.39 47 48 39 40 1.44 1.47 872 999 695 795 22.9 25.6 300 325 239 259 146 154 96 102 4.70 5.02 49 50 41 42 1.51 1.54 1085 1178 898 974 28.9 31.1 350 375 279 299 161 170 107 113 5.33 5.68 52 54 43.5 45 1.59 1.65 1267 1439 1049 1177 33.8 40.0 400 450 319 359 181 196 122 132 5.96 6.98 55 56 46 47 1.67 1.71 1561 1797 1301 1498 45.5 50.5 500 580 398 438 212 228 142 153 7.21 7.83 58 60 48 50 1.74 1.80 1963 2302 1649 1919 56.0 67.0 600 700 478 558 243 292 166 187 8.46 9.71 62 67 51 58 1.84 1.97 2760 3134 2284 2604 77.0 87.0 800 900 637 717 360 396 206 230 10.96 12.21 72 77 59 63 2.12 2.25 3637 3860 2948 3300 97.2 110.7 1000 1100 796 880 434 466 252 275 13.46 14.71 82 87 67 71 2.38 2.51 4395 4846 3661 4039 116.7 126.2 1250 1300 962 1044 502 540 298 321 65 68 15.96 17.21 93 100 75 81 2.65 2.85 5304 5760 4420 4800 135.6 144.9 1400 1500 1126 1209 578 615 340 367 72 73 18.71 20.21 105 109 86 90 3.02 3.15 6229 6658 5195 5582 154.1 163.2 1600 1700 1289 1371 647 678 390 414 79 83 21.46 22.96 113 118 94 98 3.29 3.45 7159 7633 5966 6361 172.2 181.2 1800 1900 1453 1535 726 759 438 458 81 91 24.21 25.71 123 128 102 106 3.59 3.71 8080 6737 190.1 2000 2500 1617 2019 788 909 477 556 94 114 26.96 30.50 133 144 110 115 3.84 4.12 3000 3500 2412 2623 1031 1156 638 717 130 146 34.00 37.50 156 171 126 131 4.38 4.54 4000 4500 3225 3626 1179 1304 797 878 163 181 42.00 47.00 189 204 138 161 4.83 5.59 5000 5500 4051 4432 1427 1549 956 1037 198 216 53.00 58.00 216 231 171 182 5.83 6.32 6000 6500 4835 5237 1668 1793 1120 1206 235 252 64.00 69.00 249 264 200 212 6.94 7.37 7000 7500 5659 6041 1916 2039 1289 1374 269 287 74.00 79.00 280 294 223 234 7.74 8.10 28 29 SAYBOLT UNIVERSAL GRAUS ENGLER CINEMÁTICA (CsT) REDWOOD NR. 2 100 ºF 104 ºF 130 ºF 210 ºF 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 70ºF 104ºF 140ºF 200ºF 40 39,0 36,9 - 1,48 1,28 1,24 0 6,0 3,55 3,00 - 41 35,2 32,8 - 45 43,2 39,5 34,2 1,75 1,40 1,33 1,15 9,0 5,00 4,15 1,73 50 38,8 34,8 31,5 50 47,5 42,2 35,1 2,08 1,51 1,41 1,17 12,5 6,40 5,21 2,05 60 42,5 36,7 32,2 55 51,8 45,0 35,8 2,40 1,62 1,40 1,19 15,1 7,60 6,20 2,32 68 46,0 38,5 32,9 60 52,0 48,0 36,5 2,70 1,74 1,57 1,21 18,5 8,95 7,10 2,55 78 49,7 40,0 33,5 70 64,0 52,0 37,5 3,42 1,95 1,72 1,24 25,0 11,20 8,80 2,95 100 56,3 43,2 34,7 80 72,0 56,0 38,5 4,80 2,18 1,86 1,26 31,0 13,05 10,50 3,30 122 63,3 46,5 35,6 90 80,0 61,0 39,5 5,20 2,40 2,02 1,28 38,0 15,50 12,00 3,60 148 70,0 49,0 36,5 100 88,0 65,0 40,3 5,80 2,60 2,17 1,31 44,0 17,50 13,40 3,90 172 78,0 52,0 37,4 110 96,0 69,5 41,1 6,60 2,80 2,30, 1,33 50,0 19,50 14,50 4,15 195 84,0 55,0 38,0 120 105,0 74,0 41,9 7,50 3,03 2,45 1,35 57,0 21,50 16,00 4,40 224 90,0 57,0 38,8 130 112,0 78,0 42,5 8,40 3,25 2,58 1,37 64,0 23,50 17,30 4,65 250 98,0 60,5 39,5 140 120,0 82,0 43,2 9,10 3,45 2,70 1,38 69,0 25,20 18,50 4,82 270 105,0 62,2 40,1 150 128,0 86,0 43,9 10,00 3,64 2,83 1,40 76,0 27,00 19,70 5,10 295 110,0 65,0 40,9 160 137,0 90,0 44,6 10,90 3,90 3,00 1,42 83,0 29,00 21,10 5,28 322 117,0 67,8 41,5 170 145,0 94,0 45,2 11,50 4,10 3,11 1,4390,0 30,50 22,10 5,43 344 125,0 70,0 42,2 180 150,0 97,0 45,8 12,40 4,22 3,23 1,45 95,0 32,00 23,40 5,60 363 132,0 72,2 42,8 190 160,0 101,0 46,4 13,20 4,50 3,35 1,47 100,0 33,80 24,50 5,82 390 140,0 75,0 43,5 200 167,0 105,0 47,0 14,10 4,70 3,50 1,48 108,0 35,50 25,50 6,05 420 145,0 77,5 44,0 220 182,0 112,5 48,0 15,80 5,18 3,75 1,51 120,0 39,00 28,00 6,40 460 155,0 80,0 45,5 240 200,0 120,0 49,5 17,50 5,62 4,03 1,54 134,0 43,00 30,20 6,80 508 175,0 88,0 46,8 260 215,0 128,0 50,7 19,10 6,10 4,35 1,58 145,0 46,00 32,50 7,20 560 187,0 94,0 47,0 280 232,0 137,0 52,0 21,00 6,55 4,65 1,61 160,0 50,00 35,00 7,50 610 204,0 98,0 49,1 30 SAYBOLT UNIVERSAL GRAUS ENGLER CINEMÁTICA (CsT) REDWOOD NR. 2 100 ºF 104 ºF 130 ºF 210 ºF 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 70ºF 104ºF 140ºF 200ºF 300 250,0 145,0 53,0 22,50 7,00 4,90 1,64 175,0 53,00 37,00 7,80 660 218,0 103,0 50,5 320 263,0 153,0 54,1 24,20 7,40 5,20 1,67 188,0 57,00 39,10 8,18 730 230,0 108,0 51,5 340 280,0 161,0 55,3 26,00 7,80 5,50 1,70 200,0 60,00 41,80 8,50 770 242,0 114,0 53,0 360 300,0 170,0 56,5 28,00 8,40 5,80 1,73 218,0 64,00 44,00 8,80 825 262,0 120,0 54,1 380 318,0 180,0 57,8 30,50 8,85 6,15 1,76 230,0 68,00 46,50 9,15 875 278,0 125,0 55,2 400 330,0 190,0 59,0 33,00 9,25 6,45 1,79 250,0 71,00 48,50 9,42 925 290,0 132,0 56,3 450 365,0 208,0 62,0 37,50 10,20 7,10 1,85 282,0 78,00 54,00 10,25 1070 320,0 145,0 59,5 500 400,0 228,0 64,5 41,00 11,50 7,80 1,93 320,0 87,00 60,00 11,00 1200 358,0 158,0 62,0 550 440,0 247,0 67,0 46,00 12,50 8,50 2,00 353,0 95,00 65,00 11,70 1350 390,0 170,0 65,0 600 490,0 267,0 70,7 51,00 13,70 9,25 2,08 390,0 105,00 70,00 12,50 1500 425,0 187,0 68,0 650 525,0 285,0 73,0 56,00 14,80 9,80 2,15 430,0 112,00 75,00 13,20 1620 460,0 200,0 70,0 700 560,0 305,0 76,0 60,00 15,80 10,50 2,22 465,0 121,00 81,00 13,58 1780 485,0 215,0 74,0 750 600,0 320,0 79,0 65,00 16,90 11,20 2,28 500,0 128,00 87,00 14,20 1900 520,0 227,0 76,0 800 640,0 340,0 81,0 70,00 18,00 12,00 2,35 540,0 137,00 92,00 15,00 2020 560,0 235,0 79,0 850 680,0 360,0 83,5 75,00 19,10 12,50 2,42 575,0 147,00 98,00 15,80 2150 600,0 250,0 82,0 900 720,0 380,0 86,0 80,00 20,30 13,50 2,49 620,0 155,00 102,00 16,50 2350 640,0 262,0 85,0 950 760,0 401,0 88,0 85,00 21,50 13,90 2,55 655,0 167,00 107,00 17,00 2500 670,0 273,0 87,0 1000 800,0 423,0 91,0 91,00 24,00 14,97 2,62 700,0 185,00 112,00 17,70 2630 710,0 290,0 90,0 1100 870,0 450,0 96,0 104,00 26,00 16,00 2,73 757,0 200,00 122,00 18,70 2950 760,0 310,0 94,3 1200 950,0 480,0 100,0 113,00 27,00 17,20 2,85 750,0 215,00 132,00 19,80 3250 840,0 332,0 99,8 1300 1010,0 520,0 105,0 124,00 28,50 18,70 2,86 945,0 225,00 143,00 20,80 3600 900,0 355,0 105,0 1400 1100,0 535,0 110,0 135,00 30,00 19,90 3,07 1000,0 237,00 150,00 21,90 3900 950,0 380,0 112,0 1500 1200,0 590,0 115,0 145,00 33,00 21,00 3,19 1100,0 250,00 160,00 22,80 4200 1010,0 400,0 115,0 31 SAYBOLT UNIVERSAL GRAUS ENGLER CINEMÁTICA (CsT) REDWOOD NR. 2 100 ºF 104 ºF 130 ºF 210 ºF 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 20ºC 40ºC 50ºC 100ºC 70ºF 104ºF 140ºF 200ºF 1600 1280,0 625,0 120,0 158,00 35,50 22,50 3,30 1200,0 270,00 270,00 24,00 4550 1100,0 420,0 120,0 1700 1350,0 665,0 124,0 170,00 38,50 24,00 3,42 1300,0 290,00 183,00 25,00 4950 1180,0 455,0 125,0 1800 1400,0 700,0 127,0 180,00 40,00 25,00 3,54 1400,0 305,00 190,00 26,00 5200 1220,0 470,0 130,0 1900 1500,0 740,0 131,0 193,00 42,00 26,00 3,63 1500,0 320,00 200,00 26,90 5520 1300,0 495,0 135,0 2000 1600,0 770,0 136,0 210,00 44,00 27,40 3,76 1650,0 340,00 212,00 28,00 5900 1400,0 520,0 140,0 2200 1700,0 840,0 144,0 230,00 47,00 30,00 3,95 1750,0 370,00 232,00 29,50 6550 1500,0 560,0 148,0 2400 1800,0 910,0 153,0 250,00 52,00 32,20 4,07 1900,0 400,00 250,00 31,20 7250 1620,0 600,0 158,0 2600 2000,0 964,0 160,0 270,00 57,00 35,00 4,29 2100,0 440,00 270,00 33,00 7850 1750,0 650,0 165,0 2800 2180,0 1040,0 170,0 300,00 61,00 37,80 4,60 2300,0 470,00 290,00 34,50 8550 1900,0 700,0 175,0 3000 2300,0 1120,0 180,0 335,00 65,00 40,00 4,80 2600,0 500,00 310,00 36,00 9500 2000,0 750,0 185,0 3400 2550,0 1210,0 190,0 370,00 72,00 44,00 5,18 2800,0 550,00 340,00 39,00 10050 2200,0 800,0 200,0 3700 2800,0 1300,0 200,0 400,00 80,00 48,00 5,40 3100,0 600,00 370,00 41,00 11800 2400,0 850,0 210,0 4000 3000,0 1400,0 210,0 440,00 85,00 52,00 5,70 3400,0 650,00 390,00 43,00 12300 2600,0 900,0 220,0 4300 3200,0 1500,0 220,0 480,00 90,00 55,00 6,00 3750,0 700,00 420,00 45,00 13800 2800,0 960,0 230,0 4500 3400,0 1600,0 230,0 520,00 95,00 58,00 6,20 4000,0 750,00 440,00 47,50 15000 3000,0 1000,0 240,0 4800 3650,0 1700,0 240,0 570,00 100,0 62,00 6,50 4350,0 780,00 470,00 49,50 16000 3200,0 1080,0 255,0 5050 3800,0 1820,0 250,0 600,00 107,0 65,00 6,70 4500,0 810,00 495,00 50,50 17000 3400,0 1130,0 265,0 5500 4000,0 1900,0 260,0 680,00 115,0 70,00 7,00 5000,0 860,00 540,00 53,00 20500 3600,0 1250,0 278,0 5850 4350,0 2000,0 270,0 710,00 122,0 74,00 7,25 5500,0 890,00 570,00 55,00 21000 3800,0 1300,0 288,0 6100 4550,0 2100,0 280,0 750,00 130,0 78,00 7,50 5900,0 950,00 600,00 57,00 22000 4000,0 1350,0 300,0 6800 4850,0 2200,0 290,0 800,00 138,0 83,00 7,80 6400,0 1030,00 630,00 59,50 24000 4250,0 1420,0 310,0 7500 5400,0 2300,0 300,0 840,00 150,0 87,00 8,20 7000,0 1180,00 670,00 62,00 26000 4600,0 1500,0 320,0 8000 6000,0 2580,0 320,0 1000,00 170,0 97,00 8,80 8000,0 1320,00 740,00 67,00 28500 5100,0 1630,0 345,0 9000 6600,0 2800,0 330,0 1180,00 190,0 110,00 9,50 9000,0 1450,00 825,00 72,00 32500 5650,0 1800,0 375,0 10000 7300,0 3200,0 380,0 1350,00 210,0 120,00 10,00 10000,0 1600,00 920,00 77,00 38000 6500,0 2000,0 400,0 11000 8000,0 3430,0 400,0 1500,00 230,0 132,00 10,60 12000,0 1800,00 1000,00 82,00 44000 7200,0 2200,0 430,0 32 5.2. INDICE DE VISCOSIDADE Todos os óleos sofrem aumento de viscosidade (engrossam) quando resfriados e diminuição de viscosidade (afinam) quando aquecidos. Uns são mais afetados (naflênnicos) do que outros (parafinico). Foi criada uma escala de índices de viscosidade para indicar essa maior ou menos variação da viscosidade com a variação da temperatura. A uma série de óleos tipicamente naftêmicos, foi atribuído o índice “zero” (máxima variação de viscosidade na época) e outra séria de óleos tipicamente parafinico foi atribuído índice “100” (mínima variação de viscosidade da época). Foram tabeladas as viscosidades das duas séries de óleos a 100ºF e a 210 ºF, a partir das quais se pode calcular, conhecendo-se as viscosidades é um número que indica como variam as viscosidades de um óleo a diferentes temperaturas. Existem atualmente óleos com indice de viscosidade abaixo de zero e óleo com indice de viscosidade acima de 100. O I.V. é uma característica utlizada para identificar a natureza óleos minerais puros: - abaixo de zero óleos de processamento de borracha componentes naftênicos e aromáticos. - entre 0 e 40- baixo I.V. óleos de base naftênica preponderante. - entre 40 e 80- médio I.V. óleos de base mista ou naftênica que tenham recebido tratamento. - entre 80 e 100- alto I.V. óleos de base preponderante parafínica. O I.V. pode ser aumentado pela adição de aditivos. 33 34 5.3. PONTO DE FLUIDEZ Quando resfriamos um subproduto do petróleo, suficientemente, esta deixa de fluir, mesmo sob a ação da gravidade, devido a cristalização das parafinas ou o aumento da viscosidade (congelamento). Ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em múltiplos de 3ºC, na qual a amostra ainda flui, quando resfriada e observada sob condições determinadas. O método P-MB-820 para determinação do ponto de fluidez consiste em resfriar uma amostra a um ritmo pré-determinado, observando-se a sua fluidez a cada queda de temperatura de 3ºC até que virtualmente a superfície da amostra permanece imóvel por 5 segundos ao se colocar o tubo de ensaio em posição horizontal. Somando 3ºC à temperatura anotada no momento em que a superfície permanece imóvel por 5 segundos, obtemos o pontode fluidez, P-MB-820. O ponto de fluidez dá uma idéia de quanto determinado óleo lubrificante pode ser resfriado sem perigo de deixar fluir. PONTO DE NÉVOA O ponto de névoa é a temperatura em que, resfriando-se um produto, a cristalização da parafina dá uma aparência turva a este produto. Caso o ponto de fluidez seja atingido antes que seja notado o ponto de névoa, isto significa que o produto possui poucos componentes parafinicos. Estes ensaios só tem maior significação para lubrificantes que trabalham em baixas temperaturas. 35 5.5. PONTO DE FULGOR (Vaso Aberto Cleveland) Definição É a menor temperatura em que os vapores de um lubrificante em mistura com o ar, quando aquecidos, se inflamam por curto tempo, por contato com uma chama piloto, acima da superfície do óleo. Razões O conhecimento do ponto de fulgor em óleos lubrificantes auxilia em medidas de precaução contra riscos de fogo e indica a diluição do óleo por combustíveis. Procedimento do ensaio O vaso Cleveland é cheio com amostras de óleo até a marca específica de enchimento. O bulbo do termômetro é imerso na mostra até ¼” do fundo do vaso. O óleo é então aquecido na razão de 9 até 11ºF por minuto. De 5 em 5ºF é passada sobre a superficie do óleo a chama piloto. Quando ocorre o flash, a temperatura lida é o ponto de fulgor da amostra. 36 A terminação do ponto de fulgor mais utilizada nos Estados Unidos e no Brasil é a preconizada pela norma ASTM D 92-52, feita no aparelho Cleveland, consistindo, essencialmente, de um vazo aberto, com largo rebordo na boca, medindo 6,35cm o seu diâmetro interno, e 3,33cm de profundidade, no qual é colocada a amostra de óleo aquecida. Quando a temperatura chega próximo ao ponto de Fulgor previsto, começa-se a passar sobre a superfície do óleo uma pequenina chama padrão esférica, com diâmetro de cerca de 0,4cm, a intervalos regulares de tempo, que correspondem a aumentos constantes de temperatura. É necessário distinguir-se do Ponto de Fulgor do ponto de Combustão, que vem a ser a temperatura na qual os vapores de óleo se queimam de modo contínuo, durante um mínimo de 5 segundos, de acordo com o mesmo ensaio ASTM D 92- 52, acima descrito. Norlmalmente, o ponto de combustão é de 22 ºC a 28 ºC acima do Ponto de Fulgor. Também é preciso não se confundir as temperaturas referentes ao Ponto de Fulgor e de Combustão, com a de auto-inflamação do lubrificante, que é a temperatura na qual o lubrificante se inflama espontaneamente, sem o contato de chama, e que é muitíssimo mais elevada. O conhecimento do Ponto de Fulgor permite avaliar as temperaturas de serviços que um óleo lubrificante pode surportar, com absoluta segurança. Óleos com 37 Ponto de Fulgor inferior a 150 ºC não deve ser empregado para fins de lubrificação. O ensaio do Ponto de Fulgor é importante para julgar as condições de um óleo usado de motor, por acusar a contaminação com o combustível. O ponto de Fulgor depende da volatilidade dos constituintes mais leves (mais voláteis) de um óleo. Entretanto, não é ele um indice da volatilidade do óleo. Da mesma forma, o elevado Ponto de Fulgor de um óleo não indica, necessariamente, que o mesmo possua boas qualidades anti-oxidantes, para uso em altas temperaturas. O Ponto de Fulgor varia, de forma geral, na razão direta da viscosidade. Em óleos de uma mesma série, isto é, provenientes do mesmo tipo crú, refinados pelo mesmo processo, e aditivados da mesma forma, o mais viscoso possui Ponto de Fulgor mais elevado. 5.6. RESIDUO DE CARBONO 38 Resíduos de carvão deixados pelo óleo lubrificante em motores de combustão interna, ou em compressores, são muito incovenientes sob vários aspectos. Os óleos de origem naftênica produzem, habitualmente, menor quantidades de resíduos que os parafínicos, motivo de gozarem de certa preferência em uso em compressores. O ensaio Conradson para resíduo de carbono foi estabelecido (norma ASTM D 189-52) para se calcular um índice de quantidade de resíduos que o óleo poderia deixar nos motores de combustão interna e em outras máquinas, quando submetidos à evaporação do óleo, ao se evitar o contato com o ar. Terminado o teste, pesa-se o resíduo deixado no vaso de porcelana que continha a amostra. Uma regra básica para que um ensaio mereça bastante crédito é que produza, em laboratório, tanto quanto possivel, as condições existentes na prática. Daí surge a grande objeção ao resíduo de carbono Conradson. As condições existentes no aparelho, para produzir o residuo, não se verificam em nenhuma máquina. Outro processo de ensaio de resíduo carbono é o Ramsbottom, originário da Inglaterra. A evaporação do óleo é feita em um vaso de aço inoxidável ligando à atmosfera apenas por um tubo capilar, po onde escapam os vapores, colocando em banho a uma temperatura de 550 ºC (1022 ºF), durante 20 minutos. As divergências entre resultados práticos obtidos em motores disel e a gasolina com os resultados alcançados no ensaio Conradson, também ocorrem com o método Rambottom. Portanto, é limitada, a significação prática dos testes de resíduo de carbono. Certo é, porém, que os óleos refinados por exidação de solventes apresentam, tanto nos ensaios acima citados, como em aplicações práticas, resíduos de carbono menores que os mostrados nos óleos de mesma origem, refinados por outros procesos menos energéticos. 5.7. COR Os óleos lubrificantes variam de cor, desde transparentes (incolores) até pretos (opacos). A cor pode ser observada por transparência, isto é, contra luz, ou por luz refletida. Existem diversos aparelhos para se determinar a cor de óleos lubrificantes: colorímetros Union, Lovibond, Tag-Robinson e Saybolt. 39 Colorímetro Saybolt é empregado para óleos lubrificantes incolores, comercialmente conhecidos como óleos brancos, de vasta aplicação como matéria-prima na indústria de cosméticos e famacêutica. Para óleos lubrificantes usuais são mais empregados o colorímetro Union, recomendado pela ASTM na forma D-155, e o colorímetro Lovibond. Colorimetro Union, consta de um tubo com luneta que permite a observação simultânea da amostra de óleo e do vidro na cor padrão, numerada em ordem crescente, de 1 a 8, desde a mais clara até a mais escura. A cor é importante para os óleos brancos (cor saybolt) e para as vaselinas (cor N.P.A.). Os óleos brancos têm uma importante aplicação na lubrificação de fibras têxteis sintéticas. Para os óleos lubrificantes comuns carece de importância prática a determinação da cor, salvo para o fabricante controlar a uniformidade do produto. Para óleos do mesmo tipo, o mais claro possui menos viscosidade. É preciso lembrar, porém, que existem óleos de alta viscosidade e cor clara. É possivel de se identificar, até certo ponto, se o óleo é de origem naftênica ou parafínica. Os óleos parafinicos apresentam, por luz refletida, uma fluorecência verde, enquanto os naftênicos dão reflexos azulados. Entretanto, a cor não é um comprovante da procedência do óleo, pois é facilmente mudada pela adição de corantes. 40 5.8. NÚMERO DE NEUTRALIZAÇÃO Este teste determina a quantidade de caráter ácido ou básico dos produtos. As características ácidas ou básicas dependem da origem do produto, do conteúdo de aditivos, do processo de refinação e da deterioração em serviço. O número de neutralização pode ser determinado pelos seguintes métodos. · Colorimétrico (ASTM-D-974) · Pontenciométrico (ASTM-D-664 e ASTM-D-2896) COLORIMÉTRICO (ASTM-D-974) O método colorimétrico baseia-se na mudança de cor de um indicador. Este método é pouco preciso para análise de óleos escuros, devido à dificuldade de se observar a mudança de cor do indicador. O grau de acidez, ou alcalinidade, do óleo pode ser avaliado pelo seu número de neutralização. Este número de neutralização é expresso em miligramas de KOH (hidróxido de potássio), necessários para neutralizaros ácidos contidos em uma grama de óleo. Quando o óleo é básico, utiliza-se ácido clorídrico, ou ácido sulfúrico. A quantidade de solução ácida necessária para neutralizar os ácalis contidos em uma grama da amostra do óleo é convertida no seu equivalente em mg de KOH. Os óleos minerais puros têm numero de neutralização inferior a 0,10, quanto os óleos aditivados apresentam, normalmente, valores bem mais elevados. Este ensaio é útil para o controle de óleos usados, para a verificação da variação de seu valor, uma vez que, em seu trabalho, os óleos lubrificantes tendem a acumular produtos ácidos, resultantes da sua própria combustão ou deterioração. É preciso notar, entretanto que às diferenças de natureza dos ácidos orgânicos que se podem formar nos óleos como resultado da oxidação em serviço, não se pode prever se um óleo com determinado valor elevado para o número de neutralização, é corrosivo, ou não. 41 POTENCIOMÉTRICO (ASTM-D-664 e ASTM-D-2896) O método potenciométrico, mais preciso que o anterior, baseia-se no princípio eletrolítico: "Ao colocarem-se dois eletrodos de diferentes materiais em uma solução, é gerada uma diferença de potencial entre eles". Esta diferença de potencial pode ser relacionada diretamente ao valor de pH. Dependendo dos tipos de aditivos utilizados no óleo lubrificante, é aplicado o método potenciométrico ASTM-D-664 ou método ASTM-D-2896. De acordo com o caráter ácido ou básico, o valor do número de neutralização pode ser indicado pelos seguintes nomes: 42 *TAN (Total Acid number) É a medida da quantidade de base, expressa em n-míligramas, de hidróxido de potássio (KOH), necessária para neutralizar (até pH 1 1) todos os componentes ácidos presentes em uma grama de amostra. Para determinar o TAN, podem ser usados os seguintes métodos: ASTM-D-974 e ASTM-D-664. *SAN (Strong Acid number) É a medida de quantidade de base, expressa em miligramas de KOH, necessária para neutralizar (até pH 4) os ácidos fortes presentes em uma grama de amostra. Na determinação do SAN, são aplicados os seguintes métodos: ASTM-D-974 e ASTM-D-664. *TBN (Total base number) É a medida da quantidade de ácido, expressa em miligramas de KOH equivalentes ao ácido clorídrico, gasta para neutralizar (até pH 4) todos os componentes básicos presentes em uma grama de amostra. No caso do TBN, são utilizados os seguintes métodos para sua determinação: ASTM-D-664 e ASTM-D- 2896. *SBN (Strong base number) É a medida da quantidade de ácido, expressa em miligramas de KOH equivalente ao ácido clorídrico, gasta para neutralizar (até 1 1 pH) as bases fortes presentes em uma grama de amostra. Os métodos ASTM-D-974 e ASTM-D-664 são aplicados na determinação do SBN. 5.9. DEMULSIBILIDADE Demulsibilidade é a capacidade que possuem os óleos de se separarem da água. A demulsibilidade é de grande importância na lubrificação de equipamentos, como turbinas hidráulicas e a vapor, onde os lubrificantes podem entrar em contato com a água ou vapor. Um dos métodos para determinar a demulsibilidade dos óleos lubrificantes consiste em colocar, em uma proveta, 40ml de óleo a testar e 40ml de água destilada. A seguir o óleo e a água são agitados (1500RPM) durante 5 minutos, a uma certa temperatura (130ºF para óleos de viscosidade inferior a 450 SSU e 180ºF quando a viscosidade do óleo for superior a 450 SSU ou 100ºF). 43 Finalmente é observado o tempo necessário para a completa separação da água. O resultado é dado por 4 números, representando, respectivamente, as quantidades de óleo, água, emulsão e tempo. Exemplo: 25 – 20 – 35 – 60’... Após 60 minutos temos na proveta 25ml de óleo, 20 ml de água e 35ml de emulsão. 5.10. CORROSÃO EM LAMINA DE COBRE Há vários tipos de teste de corrosão para os produtos de petróleo. Dependendo do tipo, ou aplicação do lubrificante, escolhemos o que parece ser mais representativo para o caso. Se quisermos nos estender ainda mais, inclusive aos testes quantitativos para a determinação de enxofre, cloro e sais inorgânicos, etc., podemos ter indicativos do caráter protetivo ou corrosivo dos lubrificantes. Entretanto, os testes normalmente se referem mais especificamente quanto à tendência de corrosão sobre os metais. Estão incluídos neste grupo,vários testes tanto da ASTM como da Federal Test. Entre eles citaremos o ASTM-D. 130, que determinou a corrosão em lâmina de cobre. O método pode ser aplicado a uma série de produtos de petróleo. Consiste em mergulhar uma lâmina de cobre bem polida numa certa quantidade de amostra e aquecê-la a uma temperatura durante um certo tempo. No fim deste período, a lâmina é removida, lavada e comparada com os padrões estabelecidos pela 44 própria ASTM. O resultado é expresso pelos números de classificação de 1 a 4 havendo em cada classificação estágios intermediários dados por letras. A menor corrosão é expressa pela classificação 1 e a maior pela 4. 5.11. PONTO DE ANILINA Ponto de anilina é a temperatura mais baixa na qual um produto de petróleo é completamente miscível com igual volume de anilina. Em laboratório, este ponto é determinado da seguinte maneira: colocam-se iguais volumes de anilina e óleo em um tubo e aquece-se até que eles sejam perfeitamente miscíveis; em seguida, é feito o resfriamento, e a temperatura em que se observa a turvação da amostra é denominado ponto de anilina. Na determinação do ponto de anilina de óleos escuros, não se pode observar o momento em que a amostra fica turva. Porém, ASTM possui um método adequado, baseado no mesmo princípio (ASTM-D-611, Método 2). O ponto de anilina pode-nos dar uma idéia da composição dos óleos, pois os que tem alto ponto, possuem menos aromáticos e mais componentes do tipo alifático. Assim, quanto mais baixo o ponto de anilina de um óleo, maior a quantidade de aromáticos em sua composição. Os sistemas de lubrificação, normalmente possuem vedações de borracha. Os óleos lubrificantes atacam-se com diferentes intensidades, conforme sua composição. Produtos com baixo ponto de anilina atacam mais a maioria dos tipos de borracha. O gráfico mostra a relação entre percentagem do aumento de volume e o ponto de anilina. 45 5.12. Ensaio de Espuma – ASTM D-892 Definição É a medida da quantidade de espuma formada pela injeção de ar feita através de uma esfera porosa numa amostra de óleo contida em uma proveta graduada, em teperaturas padronizadas. Razões Este ensaio é usado para determinar a característica antiespumante do óleo, em determinadas temperaturas. Procedimento do ensaio Na amostra, mantida a uma temperatura de 75ºF, é injetado ar durante 5 minutos; a seguir; espera-se 10 minutos para verificar-se a estabilidade da espuma. É medida, no final dos dois períodos, o volume de espuma (em ml). O teste é repetido numa segunda amostra a 200ºF, e após a eliminação total da espuma é repetido a 75ºF, na mesma amostra. 46 5.13. Insolúveis em Pentano e em Benzeno – ASTM D-893 Definição Os insolúveis são definidos como a quantidade total de material insolúvel na mistura de óleo e solvente. Razões Vereficar a presença de materiais insolúveis nos solventes tais como resinas, vernizes, borra, etc. Procedimento do ensaio Quantidades conhecidas de amostra e solventes (pentano ou benzeno), são colocadas em tubos de centrifugador cônico; depois, são centrifugados para separar todo material que possa ser precipitado pelo solvente. O pentano precipita resinas por oxidação e contaminantes sólidos e o benzeno dissolve resinas por oxidação e também precipita as impurezas e contaminantes sólidos. O teor de resinas presente, é dado pela fórmula: % de resinas = (% de pentano) – (% benzeno) 47 5.14. CINZAS A determinação da quantidade de cinzas resultante da queima completa de uma amostra de óleo, indica a quantidade de matéria inorgânica presente. Em óleos sem uso, esse valor é representadoprincipalmente pela parte mineral dos aditivos, e permite avalinar, até certo ponto, o grau de detergência dos motor- oils. É necesário lembrar, entretanto, a possibilidade da existência de aditivos detergentes (ashless) no óleo, os quais não deixam cinzas. Em se tratando de óleos usados, as cinzas resultam da soma da parcela oriunda com outra, proveniente de contaminantes. Em geral, as cinzas são referidas como “cinzas Sulfatadas”, ou seja, o resíduo da queima é tratado com ácido sulfúrico, obtendo-se sulfatos dos metais presentes. 48 5.15. ÁGUA POR DESTILAÇÃO Este método é pouco preciso para preciso para quantidades pequenas de água (menos que 0,1%). Neste caso usar o Karl Fisher. 49 5.16. EXTREMA PRESSÃO Diz-se que um lubrificante apresenta características de extrema pressão, quando ele possui a propriedade de evitar que as superfícies em movimento entrem em contato, mesmo quando as pressões são de tal maneira elevadas, que provocam o rompimento da película de óleo. Os lubrificantes possuem esta característica, se a eles forem incorporados aditivos específicos. Uma série de testes foram desenvolvidos para se avaliar o desempenho dos lubrificantes EP. Estes testes submetem à pressão, a película de óleo que separa duas superficies. Uma ou ambas as superficies podem estar em movimento. A maneira de se aplicar a carga varia com os diversos métodos existentes e a avaliação dos resultados pode ser feita em função da carga de soldagem ou dos desgastes observados. Pode ocorrer que um determinado produto apresente melhor resultado neste ou naquele teste. Porém, a lubrificação ideal depende de vários fatores, que variam de máquina para máquina (acabamento das superfícies, velocidade da máquina, carga aplicada, etc.). Por esta razão, a interpretação destes resultados deve ser considerada meramente comparativa. Somente as prática pode nos dar resultados mais reais para se avaliar o desempenho de um lubrificante em serviço. Os testes mais comuns são: Ensaio TINKEM Um bloco de aço é impelido contra o anel de aço do cilindro rotativo durante 10 min. O resultado é dado pela pressão mais alta aplicada sem que haja escoriações. RESULTADOS DO TESTE ÓLEO CARGA (lb) MINERAL PURO 0 – 20 MÉDIO EP 20 – 60 ELEVADO EP 60 EM DIANTE 50 Ensaio fourball Uma esfera de aço é posta a girar sobre outras três esferas iguais, as quais permanecem em posição estacionária. Isto proporciona três pequenas áreas de contato circulares, em comparaçào com a pequena área retangular existentes nas outras máquinas de testes. O desgaste e o coeficiente de atrito podem ser medidos, e o teste pode continuar com aumento de pressão até que o calor gerado pelo atrito solde as esferas. RESULTADOS DO TESTE ÓLEO CARGA HERTS (kg) MINERAL PURO 7 – 25 MÉDIO EP 30 – 45 ELEVADO EP 50 – 70 51 5.17 . TESTES EXECUTADOS EM ÓLEOS USADOS MOTORES TESTES TURBINAS E HIDRAULICO CIRCULAÇÃO ENGRENAGENS SPINOLE GASOLINA DISEL GRAVIDADE API PONTO DE FULGOR VISCOSIDADE INSOLÚVEIS CINZAS Nº NEUTRALIZAÇÃO PONTECIOMETRO COR DILUIÇÃO ÁGUA 52 5.18. INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE ÓLEO USADO TESTE DECRÉCIMO AUMENTO GRAVIDADE API Mistura com óleos pesados oxidação. Insolúveis. Mistura com óleos leves. Diluição com combustíveis. PONTO DE FULGOR Mistura com óleos leves. Diluição com combustíveis. Mistura com óleos pesados. VISCOSIDADE Mistura com óleos leves. Diluição com combustíveis. Mistura com óleos pesados. Oxidação. Insolúveis. INSOLÚVEIS Deposito no sistema.Adição de óleo novo. Aumento de contaminação. Aumento de Oxidação. Corrosão – Desgaste ÁGUA Deposito no sitema. Evaporação Contaminação CINZAS Perda de aditivos. Adição de óleo novo. Adição de óleo novo. Contaminação Corrosão – Desgaste Nº NEUTRALIZAÇÃO Adição de óleo novo. Contaminação Oxidação COR Audição de óleo novo. Contaminação Insolúveis Insolúveis Oxidação DILUIÇÃO Adição de óleo novo Correção mecanica. Aumentada a contaminação com combustíveis. 53 6. ADITIVOS ADITIVOS INDUSTRIAIS E SUAS APLICAÇÕES ü ADITIVOS INDUSTRIAIS ü AGENTES ANTI-DESGASTE E EP ü FÍSICOS ü QUÍMICOS ü INIBIDORES DE OXIDAÇÃO ü INIBIDORES DE CORROSÃO ü DISPERSANTES ü DETERGENTES ü EMULSIFICANTES ü SINTÉTICOS ü INIBIDORES DE FERRUGEM ü AGENTES DE OLEOSIDADE ü MODIFICADORES DE ATRITO ü MELHORADORES DOS ÍNDICES DE VISCOSIDADE ü ABAIXADORES DO PONTO DE FLUIDEZ ü ANTISSÉPTICOS ü DILUENTES OU VEÍCULOS ü CONTROLADORES DE ODOR ü REPELENTE DE ÁGUA ü COUPLING AGENTS 6.1. ADITIVOS INDUSTRIAIS O texto que se segue é uma espécie de inventário de aditivos industriais, suas funções e mecanismos de ação. É uma tentativa de esquematizar brevemente a parte útil, na prática, da imensa quantidade de produtos atualmente usados como aditivos. A designação ADITIVOS INDUSTRIAIS é meramente didática, vez que as funções de um lubrificante são as mesmas na indústria e no equipamento automotivo. O que existe é a predominância de certas funções sobre outras, em cada tipo de aplicação. A definição histórica LUBRIFICAR É DIMINUIR O DESGASTE é válida até hoje. Os primeiros aditivos industriais pesquisados foram os anti-desgaste e EP, havendo teorias à respeito da LUBRIFICAÇÃO de autoria de Da Vinci, Amontons, Coulomm, etc. Fala-se, hoje, mais em mecanismos de ação como os que se seguem: 54 Adesão Adsorção fisica (polaridade) Adsorção química (corrosão:reação com o material lubrificado) Adsorção física: óleos / graxa / resinas (polaridade e/ou impregnação) Adsorção química: reação química (fosfatização ; oxidação) · TRANSFERENCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO · DISPERSÃO DE SÓLIDOS · EMULSÃO DE LÍQUIDOS E GASES · OLEOSIDADE OU UNTOSIDADE · LAMERALIDADE – Existência de lamelas e movimentos lamelares · ANTI-OXIDAÇÃO · ANTI-FERRUGEM · ANTI-CORROSÃO · ANTI-CATÁLISE (desativadores de metal) · REPULSÃO DE ÁGUA E DESEMULSIFICAÇÃO · INIBIçÃO DE EMULSÕES E DISPERSÕES · MELHORAMENTO DO ÍNDICE DE VISCOSIDADE · ABAIXAMENTO DO PONTO DE FLUIDEZ · ANTISSEPCIA - microbiostáticos - Biocidas · COLORAÇÃO · ESTABILIZAÇÃO E FIXAÇÃO DE COR · CONTROLE OU MODIFICAÇÕES DE ODOR · OUTROS Passamos, a seguir, a citar exemplos de aditivos usados na indústria: 6.1.1. AGENTES ANTI-DESGASTE e EP Atuam em condições de lubrificação limite. Usados em óleos de usinagem de todos os tipos de metais, em óleos de engrenagens, enfim, em todas as aplicações onde seja necessária lubrificação do tipo limite. Neste campo tem surgido as grandes novidades do mercado, além daqueles já conhecidos, como o bissulfeto de molibdênio, grafite e agentes EP à base de enxofre, cloro e fósforo: a-) Microfluxtrans da Optimol b-) Microesferas da PPX americana 55 O aditivo Microfluxtrans reage com o metal da superfície que se quer lubrificar, transformando-o em um material, que na ocorrência de uma lubrificação limite, transfere o material das saliências microscópicas da superfície para as reentrâncias num fluxo continuo, sem que haja desprendimento de material. O processo é químico, por tanto, o aditivo é consumido. Já no caso das Microesferas, toda vez que ocorre a lubrificação limite, as Microesferas fazem a separação das duas superfícies, transformando o atrito de deslizamento em atrito de rolamento. Uma vez que o atrito de rolamento é de dez à cem vezes menor que o atrito de deslizamento, os ganhos em redução de desgaste e temperatura são enormes. A ação é puramente física, não havendo consumo de aditivo. 6.1.2. INIBIDORES DE OXIDAÇÃO Os inibidores de oxidação de óleos industriais funcionam da mesma maneira que os óleos automotivos. Os anti-oxidantes são usados em quase todos os tipos e óleos industriais e automotivos. Assim como no caso dos aditivos para óleos automotivos, os inibidores de oxidação não são,realmente, inibidores da oxidação, mas sim, retardadores. Eles aumentam consideravelmente o período de indução (em certos casos, mais de 20 vezes). Protegem o lubrificante de uma oxidação, retardando seu envelhecimento. 6.1.3. INIBIDORES DE CORROSÃO Protegem as partes metálicas não ferrosas de uma corrosão. Muitos inibidores de oxídação também são inibidores de corrosão, sendo tal ação atribuída à polarização e, ainda, à própria inibição da oxidação que, em consequência, impede a formação de compostos ácidos. 6.1.4. DISPERSANTES Usados em todos os lubrificantes e fluidos onde se tenha de manter partículas sólidas em suspensão. 6.1.5. DETERGENTES Tem a função de limpar, mantendo partes internas de maquinários, isentas de impregnações. 56 6.1.6. INIBIDORES DE FERRUGEM São aditivos que protegem as partes metálicas ferrosas de uma ferrugem. 6.1.7. AGENTES DE OLEOSIDADE Os mais antigos (considerados, no passado, os lubrificantes por excelência), emprestam o nome “lubrificação”. Seu mecanismo de ação é mais importante nos casos de lubrificação mítrofe. São, habitualmente, aditivos de ação física (oleosidades, propriamente dita) e química (ação EP). São empregados em quase todos os lubrificantes de engrenagens industriais, óleos solúveis, óleos de extrusão, de laminação, graxas, etc. 6.1.8. MELHORADORES DE ÍNDICE DE VISCOSIDADE São usados na indústria, especialmente quando a temperatura tem função importante. No Brasil, este não é o caso, porém, os melhoradores de indice de viscosidade possuem, em geral, uma propriedade muito importante, a adesividade, que torna seu uso na indústria cada vez mais difundido. 6.1.9. ABAIXADORES DE PONTO DE FLUIDEZ Tem pouca aplicação em óleos industriais, exceto naqueles casos em que a baixa temperatura obriga o seu uso. Sua função é separar os cristais de cera, evitando que se aglomerem a baixas temperaturas. 6.1.10. INIBIDORES DE ESPUMA Abaixa a tensão superficial fazendo com que as bolhas se desfaçam rapidamente. 6.1.11. ANTISSÉPTICOS Temos os biostáticos, que interrompem uma fase do ciclo vital de micro- organismos, e os biocidas, que envenenam ou destroem fungos, bactérias, etc. 57 6.1.12. DILUENTES OU VEÍCULOS São habitualmente, produtos baratos, indo desde a água, até os solventes derivados de petróleo e/ou destilados de madeira e carvão. Sua função é permitir a aplicação e deposição do produto dissolvido, geralmente evaporando depois. Em trabalhos de cortes de têmpera, prestam-se à dissipação de calor. São especialmente úteis para trabalhos de moldagem em formas e aplicação de anti- ferruginosos sobre superfícies metálicas. 6.1.13. CONTROLADORES DE ODOR Um mecanismo possível seria mascarar um odor desagradável por meio de perfumes sintéticos. Outro modo seria a reação química do aditivo com o composto mal cheiroso. Novamente os anti-oxidantes, às vezes, são também controladores de odor e, como produto específico, podemos citar o nitrobenzeno. 6.1.14. REPELENTES DE ÁGUA (desaguadores) Compostos organo-silícicos e outros polímeros estão nesta classe, assim como aminas alifáticas, hidroxiácidas e ácidos graxos. Em larga aplicação em locais onde há condensação de água, ou onde a água possa penetrar. 6.1.15. COUPLING AGENTS São utilizados, especialmente, em graxas e em colóides com sólidos em suspensão. Usado, também, para produtos não miscíveis. Como exemplo, temos o álcoil-fenois. 58 ADITIVOS TÍPICOS: ANTI-ESPULMANTE......................................................................15ppm ANTI-OXIDANTE............................................................................0,1 à 1,0% ANTI-FERRUGEM..........................................................................0,5% ANTI-DESGASTE...........................................................................0,5 à 3,5% DETERGENTE / DISPERSANTE...................................................1,0 à 10,0% GORDURAS...................................................................................até 25% SABÃO DE CHUMBO....................................................................até 10% BISSULFETO DE MOLIBDÊNIO...................................................0,1 à 3,0% ANTI-GOTEJANTE........................................................................0,1 à 3,0% CARGAS: TALCO..........................................................................................até 30,0% ÓXIDO DE CHUMBO...................................................................até 5,0% MICA.............................................................................................até 50,0% ASFALTO.....................................................................................até 90,0% GRAFITE......................................................................................até 15,0% LÃ.................................................................................................até 30,0% APLICAÇÕES TIPICAS: · Anti-espumante: Sistema hidráulicos, sistemas de circulação. · Anti-oxidante: Lubrificantes sujeitos a altas temperaturas e longos períodos de uso; mancais com ligas de chumbo, cádmio e alumínio. · Anti-ferrugem: Lubrificantes sujeitos a altas temperaturas, condições de umidade e produtos químicos. · Anti-Gotejante: Quando as condições impõem um lubrificante que não escorra ou não respingue · Anti-desgaste: Lubrificantes que sejam aplicados em locais sujeitos à lubrificação Limite. 59 FINALIDADE TIPOS DOS COMPOSTOSUSADOS RAZÕES DO USO MECANISMO DE AÇÃO Antioxidantes ou inibidores de oxidação Compostos orgânicos contento enxofre, fôsforo ou nitrogênio, tais como aminas, sulfetos, hidroxisulfetos, fenois. Metais com estanho, zinco ou bário, frequentemente incorporados Para evitar o acúmulo de verniz e borra nas partes do motor. Para evitar a corrosão dos mancais de liga. Reduz o volume de oxigênio absorvido pelo óleo, assim reduzindo a formação de corpos ácidos. O aditivo, geralmente, oxida de preferência ao óleo. Anticorrosivos, preventivos da corrosão ou “Venenos”Catalíticos Compostos orgânicos contento enxofre ativo, fôsforo ou nitrogênio, tais como sulfetos, sais metálicos do ácido tiofosfórico e ceras sulfuradas. Para evitar a falha dos mancais de liga pela ação corrosiva. Para evitar o ataque corrosivo nas superfícies metálicas Inibe a oxidação de modo que não há formação de corpos ácidos ou permite a formação de uma película protetora no mancal ou superficies metálicas. A formação de película química nas superfícies metálicas redz a oxidação catalítica do óleo Detergentes Compostos organo-metálicos, tais como fosfatos e alcoolatos, fenolatos. Sabões de elevado peso molecular, contendo metais como magnésio, bário e estanho. Para manter as superfícies do motor limpas e evitar os depositos de borra de todos os tipos. Pela ação química ou direção da oxidação, os produtos solúveis da oxidação não podem se tornar insolúveis para se depositarem sobre as várias partes do motor. Dispersantes Compostos organo-metálicos, tais como naftenatos e sulfonatos, Sais orgânicos contendo metais com cálcio, cobalto e estrônio. Para evitar que a borra potencial se torne insolúvel em suspensão, para evitar sua deposição sobre as superfícies. Aglomeração da fuligem do combustível e os produtos insolúveis da decomposição do óleo, são evitados pela sua transformação em estado finalmente dividido. As partículas contaminantes permanecem suspensas no óleo em forma coloidal. Agentes de pressão extrema Compostos de fósforo como fosfato tricresilico. Para evitar o desgaste desnecessário das partes móveis, assim como o arranhamento Pela ação quimica forma-se uma pelicula na superficie metálica, a qual evita a soldagem ou engripamento, no caso de rutura da pelicula lubrificante. Preventivos
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