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Gênero Coryne Rhodo Trueperella 4 2013 1 APOSTILQ

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Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
FAVET-UFRGS 
Prof. Marcos JP Gomes 
2013 
 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
FAVET-UFRGS 
Prof. Marcos JP Gomes 
2013 
 
Gênero Corynebacterium spp 
 
 
 Prof. Marcos JP Gomes 
 
ETIMOLOGIA 
Grego s. korune, uma clava; Latim s. bacterium, um bastonete e em biologia, uma 
bactéria e assim chamada, pois as primeiras observações possuíam a forma de bastonetes; 
substantivo latino cujo significado seria bactéria clavada. 
 
INTRODUÇÃO 
Atualmente (2013), na “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature”, 
segundo organizador e pesquisador J.P. Euzéby cita 112 espécies e 11 subespécies no 
gênero Corynebacterium spp, conforme o site www.bacterio.cict.fr/c/corynebacterium.html 
As espécies incluídas mais recentemente no gênero são: C. humireducens (Wu et al. 
2011); C. marinum (Du et al. 2010); C. mustelae (Funke et al. 2010); C. pilbarense 
(Aravena-Roman et al. 2010); C. pyruviciproducens (Tong et al. 2010); C. nuruki (Shin et 
al. 2011); C. deserti (Zhou et al. 2012); C. epidermidicanis (Frischmann et al. 2012); 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
As espécies do gênero Corynebacterium são bastonetes Gram positivos, curtos, 
pleomórficos, imóveis, não esporulados com alto conteúdo de G + C no ADN. O gênero 
pertence à classe Actinobacteria dos quais fazem parte os gêneros Corynebacterium, 
Mycobacterium e Nocardia. As bactérias deste grupo possuem parede celular, contendo 
ácidos graxos de cadeia longa que são os ácidos micólicos. Os ácidos micólicos dos corines 
possuem cadeias curtas com 28-40 carbonos. As espécies do gênero Corynebacterium estão 
distribuídas em uma ampla gama de ambientes ecológicos como: solo, esgoto e superfície 
de plantas, sendo que algumas delas patógenos para os animais e o homem. 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
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2013 
 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
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As espécies do gênero Corynebacterium que são importantes para os animais estão 
listadas na Tabela 1 abaixo. Outras espécies, incluindo as: C. aquilae, C. capitovis, C. 
caspium, C. ciconiae, C. falsenii, C. felinum, C. phocae, C. sphenisci, C. spheniscorum e o 
C. testudinoris foram isoladas de animais, mas a sua associação com doença não está clara. 
Esfregaços corados revelam grupos de célula em paralelo (“em paliçada”) ou células 
em forma angular ou em “escrita chinesa”. Muitas espécies possuem grânulos 
metacromáticos (polifosfato com alta energia), sendo mais bem observados no C. 
diphteriae. Os corines não formam esporos, não são álcool-ácido-resistentes (aar); são 
catalase positivos; são oxidase negativos; são facultativamente anaeróbios e os patógenos 
animais são imóveis. Anaeróbios facultativos, requerendo meios ricos compostos de soro 
ou sangue. As colônias são convexas e semi-opacas com a superfície fosca. 
Quimiorganotróficas com metabolismo fermentativo, sendo que a maioria das espécies 
produz ácido sem gás, da glicose e outros carboidratos. Catalase positivos, freqüentemente 
reduzem o nitrato e o telurito. Raramente acidificam a lactose ou rafinose ou liquefaz a 
gelatina. 
O R. equi pode se apresentar com morfologia variável, ou seja, de cocos a bastonetes; 
Gram positivos. Capsulado e, algumas vezes, levemente AAR. 
O gênero Corynebacterium spp é um parasito preferencialmente obrigatório das 
mucosas ou pele de mamíferos. Ocasionalmente são encontrados em outras fontes, alguns 
são patogênicos para os mamíferos, possuindo um grande número de espécies; muitos 
habitats, incluindo importantes patógenos para os animais e para o homem. 
O critério básico e antigo para a inclusão no gênero Corynebacterium spp era a 
aparência. As bactérias típicas do gênero são bastonetes Gram positivos, pleomórficos que 
se coram irregularmente, formando arranjos de forma angular ou em paliçada. Alargamento 
em uma ou nas duas extremidades é característico para o gênero. Estudos realizados na 
estrutura da parede celular e homologia de ADN revelaram que a aparência morfológica foi 
um critério taxonômico inadequado para estes microrganismos. A maioria dos taxonomistas 
acredita que somente aquelas espécies que possuem ácido diaminopimélico, galactose, 
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arabinose, ácido micólico com cadeia de 22 a 38 átomos de carbono deveriam ser incluídas 
no gênero Corynebacterium spp. 
Muitas espécies saprófitas e, algumas espécies patogênicas, foram transferidas para 
outros gêneros. 
MUDANÇAS TAXONÔMICAS 
Nome Prévio Nome Presente__________________________ 
Corynebacterium equi → Rhodococcus equi 
Corynebacterium murium → Corynebacterium kutscheri 
Corynebacterium ovis → Corynebacterium pseudotuberculosis 
C. pyogenes → Actinomyces pyogenes → Arcanobacterium pyogenes→Trueperella 
pyogenes no final de 2011. 
Corynebacterium suis→ Actinomyces suis →Eubacterium sui→ Actinobaculum suis 
C. renale Tipo I → C. renale } 
C. renale Tipo II → C. pilosum }→ Grupo C. renale 
C. renale Tipo III → C. cystitidis} 
__________________________________________________________________ 
O C. diphtheriae é o agente causador da difteria humana e a espécie típica do gênero. 
As outras espécies deste mesmo gênero são denominadas de “difteróides”. 
As espécies associadas às doenças animais são: C. renale, C. pseudotuberculosis, C. 
bovis (comensal ou não do úbere bovino). Outras espécies, ocasionalmente isoladas são: C. 
pilosum (urina eqüina) e o C. ulcerans (mastite bovina). 
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Tabela 1. Espécies do gênero Corynebacterium associadas às Enfermidades Animais. 
 
Espécies Hosp 1
ario
 Doença Hosp 2
ario
 Doença 
C. amycolatum Homem Bac/Endoc/Artrite Bovino Mastite 
C. auriscanis Cães Otite Externa Homem Ferida 
 
C. bovis Bovinos Mastite Hom/coelho Absc/hiperkerat 
 
C. camporealensis Ovinos Mastite 
C. cystitidis Bovinos Cistite/Pielonefrite 
 
C. felinum Felinos selv Desconhecida 
C. glucuronolyticum Hom/Suinos Infec Gen-urinária 
C. jeikeium Homem Endoc/Bac/Sep Felino Infec. urinária 
 Mening/Oosteom 
 
C. kutscheri Roed lab Absc/Pneumonia Hom/cd Artrite séptica 
 Pseudotuberculose 
 Coloniz assintomática 
C. mastiditis Ovinos Mastite 
C. matruchotii Eqüinos Cistite 
C. minutissimum Homem Infecção Pele Bovino Mastite 
 
C. pilosum Bovinos Cistite/Pielonefrite Hom/eq Endocardite 
 
C.pseudotuberculosis Ov Cap Eq LC/Pericardite Hom/alpaca Linfoad/Abscesso 
 Pleurite/Celulite Bov/camelo Mastite 
 Cervos/sui 
 
C. renale Bovinos Cistite/Pielonefrite Ov/cap Cistite/Pielonefr 
 Cervos Osteomielite 
 Roedores lab 
C. suicordis Suínos Pericardite 
 
C. ulcerans Homem Faring/Sinus fer/pele Prim/camel Doença Respirat 
 Ferimento/Pele Fel/bov LC/Mastite 
 Foca/esquilo 
 
C. urealyticum Homem Cistite/Pielonefrite Cães/gatos 
 
C. xerosis Suínos Artrite/Abscessos Caprinos Paratuberculose 
 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcuse Trueperella spp 
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Quadro 1. Características bacteriológicas diferenciais entre espécies não lipofílicas do gênero 
Corynebacterium em Veterinária. 
 
 
 
Testes/ 
Espécies 
Nitrato Urease Hidrólise 
esculina 
Pirazina- 
midase 
Fosfatase 
alcalina 
Glicose* Maltose* Sacarose* CAMP 
C. auriscanis - - d - + + - - - 
C. amycolatum d d - + + + d D - 
C. camporealensis - - - + + +** - - + 
C. cystitidis - + - + + + - - - 
C. diphtheriae d - - - - + + - - 
C. minutissimum - - - + + + + D - 
C. pilosum + + - + + + - - - 
C. 
pseudotuberculosis 
d + - - d + + D Reverso 
+ 
C. renale - + - + - + - - + 
C. ulcerans - + - - + + + - Reverso 
d 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
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Grupo Corynebacterium renale 
(C. renale, C. pilosum e C. cystitidis) 
 
 
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Pielonefrites 
Cistites 
INTRODUÇÃO 
O grupo C. renale era conhecido, antigamente como C. renale imunotipos: I, II e III. 
Estudos de homologia de ADN e análise numérica fenotípica revelaram que eram espécies 
distintas e que foram renomeadas como: C. renale, C. pilosum e C. cystitidis. Estas três 
espécies podem ser diferenciadas bioquimicamente pelas características listadas abaixo: 
Do grupo renale, o C. renale é o microrganismo mais isolado de casos de cistites, 
uretrites e pielonefrites bovinas. O C. renale, preferencialmente acomete fêmeas bovinas, 
produzindo inflamação diftérica na bexiga, no ureter, na pelve e tecido renal. As lesões são 
produzidas em vacas e, ocasionalmente em éguas e ovelhas. A doença é conhecida como 
pielonefrite bacilar dos bovinos, pielonefrite específica ou pielonefrite infecciosa dos 
bovinos. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOTINTORIAIS 
O C. renale é um difteróide grande (0,5 X 1,3-2,6 m). Os organismos na sua 
morfologia são curtos, grossos e mais abaulados nas extremidades (em uma ou nas duas). 
No exsudato e no cultivo são encontrados como agregados (poucos até centenas). Não são 
esporulados, imóveis e não capsulados. São fortemente Gram positivos. Possuem grânulos 
quando corados pelo azul de metileno. O C. renale é piliado, mas possui um número menor 
do que o C. pilosum ou o C. cystitidis. 
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CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E BIOQUÍMICAS 
 O crescimento do C. renale, C. pilosum, C. cystitidis em meios comuns é melhorado 
pela adição de sangue ou soro. 
 As colônias de C. renale são opacas, de cor marfim ou amareladas com bordos 
irregulares. 
A colônia do C. pilosum pode ser creme ou amarela, pálida e circular, opaca e com 
aproximadamente 1 mm de diâmetro. 
A colônia do C. cystitidis é branca, inteiramente circular, semitransparente e puntiforme. 
Tabela 1. Diferenciação entre algumas espécies do gênero Corynebacterium spp. 
G r u p o C. r e n a l e 
Característica(s) C. renale C. cystitidis C. pilosum C. pseudotuberculosis C. bovis 
 
Hemólise - - - + - 
 
Catalase + + + + + 
 
Liquefação soro - - - - - 
 
Hidrólise caseína + - - - - 
 
Pigmento amarelada - amarelas - - 
 
Grânulos + + + + - 
 
Ácido glicose + + + + - 
 
Ácido xilose - + - - - 
 
Ácido amido - + + + - 
 
Redução nitrato + - + +/- - 
 
Produção urease + + + + - 
+ = reação positiva - = reação negativa 
 
Quando os corines são cultivados em caldo eles produzem uma discreta opacidade, mas 
o crescimento aparece sob a forma de um sedimento granular. A característica constante no 
C. renale é observada no litmus milk. Inicialmente, há redução do meio no fundo do tubo 
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seguido da formação de um coágulo macio que é lentamente digerido. O meio permanece 
sempre alcalino. O meio separa-se em duas fases; um fluido vermelho intenso e o 
sedimento pesado. Somente o C. renale produz caseinase, uma enzima responsável pela 
reação no litmus milk. A ação da caseinase é visualizada no agar leite desnatado. Há bom 
crescimento no soro coagulado ou gelatina, mas o C. renale não produz proteólise. O 
microrganismo multiplica-se na urina estéril bovina, tornando-a fortemente alcalina pela 
produção de amônia a partir da uréia. 
 
ANTÍGENOS 
Cada espécie do grupo C. renale possui antígenos específicos de superfície que são 
utilizados na imunodifusão para o estabelecimento dos tipos imunogênicos: I, II, e III. A 
proteína pilosa é antigênica e diferente para cada espécie. 
 
PATOGENIA 
Os corines são bactérias piogênicas e responsáveis por uma variedade de quadros 
piogênicos. A virulência desse grupo está atribuída à toxina hemolítica que possui atividade 
de fosfolipase para os fosfolipídios da parede celular. 
O R equi pode sobreviver intracelularmente pelo bloqueio da fusão fagolisossomial. 
Produz o “equi factor” difusível (fosfolipase C e colesterol oxidase) que junto com a 
cápsula e os constituintes da parede celular contribuem com a patogenia. 
Broncopneumonia supurativa nos potros por R. equi é frequente, onde há grande 
aglomeramento de eqüinos. O agente é comensal do intestino de animais adultos, podendo 
multiplicar-se no solo enriquecido com fezes eqüinas. 
A rapidez com que as cepas do grupo C. renale degeneram fora dos meios de cultivo 
demonstram que a resistência aos fatores físico-químicos no ambiente é pequena. Cada 
espécie está adaptada ao trato urinário dos bovinos e ovinos. A transmissão ocorre quando 
gotículas de urina contaminada de um portador são espalhadas na área vulvar de outro 
animal suscetível. 
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A aderência ao epitélio vulvar é mediada pela estrutura pilosa. A penetração e 
colonização do trato urinário são reforçadas pela habilidade do C. renale em aderir às 
células epiteliais da bexiga. Entretanto, outros fatores predisponentes (parto, prenhez) 
podem contribuir para o aparecimento da doença. O C. renale é freqüentemente isoladode 
casos de pielonefrite. O agente pode ser isolado de animais saudáveis em propriedades 
infectadas. 
O C. pilosum pode ser isolado na urina e vagina (aproximadamente 4%) de vacas 
saudáveis e, só raramente, de casos de cistites e pielonefrites. Esta bactéria é bem menos 
virulenta para camundongos do que o C. renale. 
O C. cystitidis está amplamente distribuído, causando pielonefrite seguida de cistite. 
O agente foi isolado de vacas saudáveis, sendo comensal do prepúcio de 90% dos 
reprodutores bovinos machos. Embora bem adaptado ao trato urinário de machos, o agente 
é pouco adaptado ao trato genital feminino, causando doença grave, após a transmissão 
venérea ou urinária. Nos casos de doença natural, a bexiga é envolvida, incluindo um ou os 
dois ureteres ou os rins. A parede da bexiga torna-se espessada com a mucosa ulcerada e 
coberta com uma secreção composta de resto celular e fibrina. Petéquias e hemorragias são 
evidenciadas na parede da bexiga e pequenos coágulos de sangue encontram-se no 
conteúdo da bexiga. Os ureteres afetados tornam-se distendidos e a mucosa possui áreas de 
necrose. Os rins aumentam de volume, a porção pélvica é aumentada, região papilar 
necrótica e formação de abscessos por toda a estrutura renal. O conteúdo é cinza, lodoso, 
sem cheiro, composto de exsudato misturado à fibrina, coágulo, tecido necrótico e material 
calcário. Numerosos bastonetes com características difteróides são encontrados livres ou 
ligados aos fragmentos de tecido necrótico. Eles estão arranjados em grupos ou em paliçada 
e freqüentemente estreptococos estão presentes. A urina é eliminada com freqüência, mas 
em pequenas quantidades causada pela irritação vesical. A urina possui aumento na 
concentração de albumina, leucócitos, fibrina, restos celulares e hemácias. A doença é 
raramente observada em ovinos. O agente está relacionado com a postite ovina causada 
pelo efeito irritante dentro do prepúcio pela liberação de amônia pela urease. 
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
COLETA DE AMOSTRAS 
Pus ou exsudato são colhidos de quadros com supuração. No caso de urina, a coleta 
deve ser realizada, durante a metade da micção, especialmente para isolamento do grupo C. 
renale. A técnica do lavado traqueal, geralmente é utilizada para coleta de amostras de 
potros com suspeita da infecção (rodococose eqüina). 
 
ISOLAMENTO 
O isolamento é obtido no AS e MacConkey na identificação das bactérias Gram 
positivas ou negativas presentes. As placas devem ser incubadas a 37º C por 24 - 48 horas. 
 
IDENTIFICAÇÃO 
Morfologia Colonial 
O C. bovis possui colônias pequenas, creme ou claras, secas não hemolíticas 
lipofílicas que tendem a crescer na área gordurosa da secreção láctea inoculada. 
O C. kutscheri possui colônias pequenas, esbranquiçadas que se parece com as de C. 
pseudotuberculosis. Ocasionalmente algumas cepas são hemolíticas. 
O C. pseudotuberculosis possui colônias pequenas, brancas e secas. São envolvidas 
por uma pequena zona de hemólise que aparecem, geralmente após 48-72 horas de 
incubação. Após vários dias de incubação, as colônias podem atingir 3 mm de diâmetro, 
parecendo secas e creme. Desintegram-se com facilidade. 
O C. renale possui colônias não hemolíticas, muito pequenas, após 24 horas de 
incubação. Tornam-se opacas e amareladas com a idade. 
O C. pilosum possui colônias assemelham-se as do C. renale, mas tornam-se creme 
ou amarela com o tempo. 
O C. cystitidis possui colônias pequenas e semelhantes às anteriores, mas tornam-se 
transparentes ou brancas com a idade. 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
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Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
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O R equi possui colônias pequenas, lisas, brilhantes; não hemolíticas, após 24 horas 
de incubação. Tornam-se maiores e mucóides e de coloração rosa-salmão com a idade. 
O meio de cultivo que favorece a formação de pigmentos do R. equi é formulado 
com: extrato de levedura 10,0 g; glicose 10,0 g; agar 15,0 g em 1 litro de água da torneira. 
 
TESTE DE CAMP 
O CAMP pode ser utilizado como um teste rápido na identificação do C. 
pseudotuberculosis, R equi e o C. renale que interagem com o S. aureus produtor de beta 
hemolisina, conforme Tabela 2. 
 
Tabela 2. O teste de CAMP em espécies do gênero Corynebacterium e Rhodococcus spp. 
Espécies β hemolisina do S. aureus 
________________________________________________________________________________ 
C. pseudotuberculosis Inibição 
C. ulcerans Inibição 
R. equi Sinergismo 
C. renale Sinergismo 
 
TESTES BIOQUÍMICOS 
 A identificação definitiva dos corines e do R. equi está baseada nos testes 
bioquímicos diferenciais, conforme a Tabela 3. 
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Tabela 3. Diferenciação bioquímica entre alguns corines e o R. equi. 
C. bovis C. kutscheri C. pseudotuberculosis C. renale R.. equi 
________________________________________________________________________________________ 
Beta hemólise - v + - - 
Hidrólise esculina - + - - - 
Redução nitrato - + v* v + 
Urease - + +(>18h) +(<1h) +(>18h) 
Digestão caseína - - - v - 
Glicose + + + + - 
Maltose - + + - - 
Sacarose - + - - - 
_______________________________________________________________________________________ 
+ =Reação positiva; - = reação negativa; v = reação variável; v* = cepas eqüinas positivas e cepas ovinas 
negativas. 
 
COLETA DE AMOSTRAS 
Os sinais de pielonefrite são característicos, na maioria das vezes. A amostra de 
urina deve ser colhida em frasco estéril e enviada ao laboratório para confirmação. Se a 
urina contiver coágulos de sangue ou resíduos celulares pode ser feito esfregaços e 
coloração de Gram. A presença de agrupamentos de bastonetes curtos é evidência da 
presença deste organismo. A amostra deve ser inoculada em AS. Podemos centrifugar a 
urina e realizar o processo laboratorial. A diferenciação entre as espécies de grupo C. 
renale é mostrada na Tabela 4. 
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Tabela 4. Diferenciação do grupo C. renale 
 C. renale C. pilosum C. cystitidis 
________________________________________________________________________________ 
Coloração colonial (48h) amarelada amarela branca 
Crescimento Caldo pH 5,4 + - - 
Redução Nitrato - + - 
Digestão da Caseína + - - 
Hidrólise do Tween 80 - - + 
Ácido da Xilose - - + 
Ácido doAmido - + + 
________________________________________________________________________________ 
+ = reação positiva; - = reação negativa. 
 
TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS (TSA) 
O grupo C. renale são sensíveis à penicilina, à estreptomicina, à canamicina, à 
eritromicina e à polimixina B. 
C. renale e o C. cystitidis são sensíveis à tetraciclina (10 µg/mL) enquanto que o C. 
pilosum é resistente a esta concentração. Penicilina em grandes doses pode ser o tratamento 
de escolha, se administrada antes do avanço da doença. 
 
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Corynebacterium pseudotuberculosis 
 
 
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Linfadenite caseosa (LC) 
Linfangite exsudativa (LE) 
INTRODUÇÃO 
O C. pseudotuberculosis é a espécie associada às infecções animais e com maior 
impacto econômico. O C. pseudotuberculosis é um patógeno intracelular facultativo que 
acomete principalmente pequenos ruminantes (ovinos e caprinos), causando linfadenite 
caseosa (LC). 
A LC ocorre em todo o mundo, mas é preocupante em regiões criatórias da Europa, 
Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, América do Norte e países da América do Sul, 
principalmente Argentina, Sul do Brasil, Chile e Uruguai. Na América do Sul, uma doença 
similar ocorre em criações de lhamas e alpacas. 
A doença causa impacto econômico na ovinocaprinocultura, principalmente pela 
redução na produção carne, leite, lã e couro; baixa eficiência reprodutiva; aumento na 
eliminação de animais afetados; condenação da carcaça; mortalidade pelo envolvimento 
interno de abscessos. 
A classificação do C. pseudotuberculosis foi originalmente baseada nas 
características morfológicas e bioquímicas, mas a quimiotaxonomia revelou que o ácido 
meso-diaminopimélico; peptidioglicano, arabinose e galactose são os principais açúcares da 
parede celular e ácidos micólicos de cadeia curta (ácidos corinomicólicos, 22-36 átomos de 
carbono de comprimento) também estão presentes. 
Os resultados de hibridização do ADN-ADN bem como as seqüências rARN 16S 
mostraram que essa bactéria pertence ao grupo C. diphteriae constituído pelos C. 
diphteriae, C. pseudotuberculosis e C. ulcerans. 
O teste de redução de nitratos permite definir dois biovares do C. pseudotuberculosis; 
o biovar Equi, nitrato redutase positivo, isolado de cavalo e bovino e o biovar Ovis, nitrato 
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redutase negativo, isolado de pequenos ruminantes, bovinos, e excepcionalmente, o cavalo. 
A existência desses dois biovares foi confirmada pelos estudos genéticos de polimorfismo 
de restrição do ADN pela ribotipagem. Segundo Hommez et al. (1999), algumas cepas 
nitrato redutase positivas isoladas de mastite dos bovinos podem representar um terceiro 
biovar caracterizada por seu habitat, pela patogenicidade e suas características 
bacteriológicas que utilizaremos como Biovar 3. 
A diferenciação entre o C. pseudotuberculosis, o C. ulcerans e o C. diphtheriae é a 
produção de fosfolipase D (FLD). O C. pseudotuberculosis e C. ulcerans produzem LPD. 
O C. diphtheriae produz a toxina diftérica e algumas cepas do C. ulcerans. O C. 
pseudotuberculosis inicialmente foi classificado em 2 biótipos de acordo com sua 
habilidade de clivar o nitrato (Biberstein et al., 1971). Posteriormente, outros testes 
confirmaram a presença dos biovares Equi e Ovis (Songer et al. 1988). Esta descoberta foi 
confirmada pela análise do ADN ribossomal 16S. Análises filogenéticas revelaram que o C. 
pseudotuberculosis e o C. ulcerans pertencem a um grupo monofilético, mas que os 
biovares Equi e Ovis não deveriam ser classificados como subespécies, pois possuem alta 
semelhança genômica. 
 
MORFOLOGIA e COLORAÇÃO 
O C. pseudotuberculosis é um bastonete pleomórfico; Gram positivo; imóvel; não 
esporulado; possui tamanho de 0,5 a 0,6 mm de diâmetro e 1,0 a 3,0 mm de comprimento; 
apresentam formas em clavas e granulações metacromáticas; aeróbios-anaeróbios; catalase 
positiva, não lipofílicos (crescimento não estimulado por 1 % de Tween 80 no meio de 
cérebro-coração agar). O C. pseudotuberculosis é um bastonete curto geralmente 
confundido com coco. Ocorre como bastonetes, especialmente no pus caseoso colhido dos 
linfonodos. É imóvel, não esporulado, retém o Gram, mas não é AAR. 
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS 
O C. pseudotuberculosis é cultivado a 20°C, não necessitam adição de Tween-80 ou 
soro para seu crescimento. No agar com sangue de ovinos incubados em 24h em 
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temperatura de 37° C, em atmosfera normal, as colônias são minúsculas e não hemolíticas. 
Após 48h, as colônias formadas pelos biovares Equi e Ovis terão um diâmetro de 1 mm, 
são brancas ou levemente amareladas, secas, convexas, e de contorno regular. As cepas do 
biovar 3 são ligeiramente maiores variando entre 1 e 2 mm de diâmetro e seu aspecto é 
mais seco. As colônias dos três biovares são contornadas por uma estreita zona de beta 
causada pela produção de fosfolipase D. 
No meio de Tinsdale, raramente utilizado em medicina veterinária, as colônias são 
enegrecidas pela redução do telurito de potássio e circundadas por um halo marrom graças 
à presença de uma cistinase. No caldo o crescimento é fraco e traduzido pela presença de 
sedimento de discreta opacidade na superfície. 
O C. pseudotuberculosis cresce nos meios chamados comuns, embora lentamente. A 
colônia (creme ou amarelada) precisa de vários dias para atingir o tamanho máximo (37º 
C). Apresenta um centro papiliforme rodeado de anéis concêntricos que correm 
paralelamente à margem irregular. A colônia pequena pode ser deslocada (escorrega) na 
superfície do meio pela grande quantidade de lipídio da parede celular. O C. 
pseudotuberculosis produz hemólise no agar-sangue. 
 
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS 
Resposta positiva aos testes de: 
Hidrólise da ureia; Vermelho de Metila; Fermentação da frutose; galactose; Maltose e 
da Manose. 
 
 
 
Resposta negativa para os testes de: 
Hidrólise da esculina; Hidrólise do hipurato; Hidrólise da tirosina; Hidrólise da 
caseína; Pirazinamidase; Fosfatase; Fermentação (do Amido, da Lactose; do Manitol, da 
rafinose, da rhamnose, da salicina, da trealose e da xilose). 
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Resposta variável aos testes de: 
Redução de Nitratos; acidificação (da arabinose, da dextrina e da sacarose). 
 
HABITAT 
O habitat do C. pseudotuberculosis não é completamente conhecido, mas a bactéria 
é capaz de uma sobrevivência prolongada (até 55 dias) sem multiplicar-se no ambiente 
externo. 
 
VIA DE TRANSMISSÃO 
A transmissão está relacionada com a contaminação de feridas; por terra ou por 
instrumentos contaminados. Os animais com abscessos pulmonares podem contaminar os 
animais sadios (papel de tosse). Nos ovinos, os jovens são infectados, através do contato 
com as mães. O papel dos artrópodes (vetores passivos) é freqüentemente mencionado. 
O C. pseudotuberculosiscausa infecção em numerosas espécies animais 
especialmente no cavalo, nas ovelhas, nas cabras e nos bovinos. 
Contaminação no homem é possível, mas rara. Ela foi descrita na Austrália em 
indivíduos com contato direto ou indireto com esses ruminantes É, portanto, uma zoonose 
profissional pouco freqüente, mas não pode ser subestimada. 
 
PATOGENIA 
O C. pseudotuberculosis causa infecções em muitas espécies animais, incluindo 
ovinos, caprinos, eqüinos e bovinos. 
A LC se espalha de um abscesso fistulado e infecta outro hospedeiro, através de 
abrasões cutâneas. O C. pseudotuberculosis sobrevive pouco tempo no ambiente, podendo 
ocorrer transmissão em locais infectados. O microrganismo pode penetrar, através da 
mucosa bucal ou é inalado, desenvolvendo abscesso pulmonar. O agente adota uma atitude 
de parasito intracelular facultativo, após a penetração no hospedeiro. 
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Muitos fatores contribuem com a sobrevivência ou na formação do abscesso no 
ovino e caprino: 
1-A fosfolipase D aumenta a permeabilidade vascular; 
2- Um fator piogênico estável que atrai leucócitos e 
3- A presença de lipídios na superfície que são tóxicos para os leucócitos. 
Os lipídios permitem que o agente sobreviva ileso dentro das células fagocíticas do 
hospedeiro, produzindo abscessos nos linfonodos regionais ou levados pelos linfáticos para 
outros órgãos internos. 
A doença é uma infecção cutânea que inicia com inflamação local, atingindo 
lentamente os linfonodos regionais e formação de abscessos. O pus é inodoro e 
acinzentado. O C. pseudotuberculosis é causa de linfangite ulcerativa em eqüinos, uma 
condição semelhante ao garrotilho. 
 
Eqüinos 
Nos eqüinos, são reconhecidas 2 formas clínicas: 1-linfangite ulcerativa e 2-
abscessos na derme. 
1-A Linfangite ulcerativa é uma doença crônica que resulta na presença de nódulos, 
abscessos, úlceras e feridas localizadas na extremidade inferior dos membros. A infecção 
está associada à inflamação não supurativa de vasos e linfonodos. 
2-Os abscessos subcutâneos têm uma evolução crônica e estão localizados 
principalmente na região peitoral e ventral. Esta forma particular de infecção é conhecida 
como a "febre do pombo". 
Os cavalos infectados podem também apresentar bacteremia, abscessos internos 
(pulmão, pericárdio, peritônio, rins, útero, mesentério, diafragma etc) e, mais raramente, 
abortos. A infecção é acompanhada de febre, perda de peso, taxa de mortalidade, podendo 
chegar a 40,5 %, na presença de abscessos internos. 
 
Pequenos Ruminantes 
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C. pseudotuberculosis é o agente etiológico da linfadenite caseosa (LC), uma forma 
particular da doença dos abscessos de caprinos e ovinos, pois outros agentes podem estar 
associados à formação de abscessos nos pequenos ruminantes, especialmente o S. aureus 
subsp anaerobius. 
A linfadenite caseosa foi descrita em todos os países onde a criação de ovinos é 
importante. Ela é caracterizada pela formação de piogranulomas localizados, 
principalmente nos linfonodos superficiais (linfonodos parotídeos, mandibulares, 
retrofaríngeos, pré-escapulares, pré-femorais, poplíteos, retromamários) nos linfonodos 
profundos e nos pulmões. Mais raramente são observados no escroto, coração e úbere. 
A contaminação precoce nos animais jovens pelas mães conduz às pequenas lesões 
que podem passar despercebidas. Essas lesões evoluem lentamente e a manifestação clínica 
evidente é observada nos adultos (animais com mais de um ano). Em Geral, os percentuais 
de animais portadores de grandes abscessos aumentam com o tempo como resultado de re-
infecção ou reativação do processo, causando um estado de hipersensibilidade do tipo IV 
(hipersensibilidade alérgica tardia). 
Os piogranulomas contem um pus de cor verde pálido a amarelo cremoso, 
inicialmente semilíquido, depois ele vai espessando até adquirir a consistência caseosa, 
especialmente nas lesões antigas. O pus está fechado e envolvido por uma cápsula de tecido 
conjuntivo. A presença de abscessos superficiais pouco altera a saúde dos animais, 
enquanto que a presença de abscessos profundos e/ou abscesso pulmonares estão 
associados ao emagrecimento progressivo (caquexia). 
Os prejuízos econômicos além da perda de peso estão relacionados à diminuição da 
produção de lã e leite, entrave à comercialização, desvalorização do couro e às condenações 
no matadouro. Casos de mastites clínicas e subclínicas, com eliminação do agente no leite, 
foram descritas, mas raras. 
 
Bovinos 
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Nos bovinos, o C. pseudotuberculosis tem muitas apresentações clínicas, incluindo 
abscessos subcutâneos; linfangite ulcerativa; infecções viscerais acompanhadas ou não de 
abscessos subcutâneos; abscessos subcutâneos acompanhados ou não de mastites; ou 
mastite sem outro sinal clínico. Na mastite sozinha, geralmente estão associados ao "biovar 
Equi" enquanto que nos demais casos estão associados ao "biovar Ovis". 
Os abscessos subcutâneos possuem um tamanho 15 a 20 cm de diâmetro (variação 
entre 1 e 50 cm). Eles localizam-se geralmente na cabeça, pescoço, ombros, flancos e 
membros. Os abscessos possuem consistência dura que fistulam, deixando verter um 
exsudato sanguinolento ou purulento (amarelado) com estrias de sangue que evolui para a 
formação de lesões ulcerosas. Os linfonodos da região atingida aumentam de volume 
(adenomegalia), mas não mostram lesões específicas. Os animais não sofrem qualquer 
outro problema e a produção de leite não é afetada. As formas viscerais são raras e 
caracterizadas pela presença de abscessos no trato respiratório e nos linfonodos internos. 
As mastites podem ser subclínicas ou clínicas. Nas formas graves, o úbere é o local 
de inflamação importante e a secreção láctea pode adquirir um aspecto purulento, mas o 
estado geral dos animais não é necessariamente alterado. 
 
Zoonose 
O C. pseudotuberculosis pode infectar o homem. Em 1979, na Austrália, foram 
descritos 10 casos de linfadenite humana causadas pelo C. pseudotuberculosis. Alguns 
deles estavam associados aos pastores de ovelhas e magarefes. Em 1979, outro relato de 
infecção foi realizado em um estudante de medicina veterinária com 28 anos que 
evidenciou um tipo especial de pneumonia eosinofílica adquirido no laboratório. C. 
pseudotuberculosis foi isolado do aspirado transtraqueal e lavado bronquial. Em 1981, nos 
Estados Unidos, foi descrito em um americano urbano com uma história de ingestão de 
leite cru. Em 1995, na Espanha foi descrito um caso de um pastor de ovelhas com 34 anos. 
Em 1997, na Austrália, foram descritos mais 10 casos de infecção humana. Em 2004, na 
Espanha, foi descrito um caso em uma jovem. Em 2005, em Hong Kong há o registro de 
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um raro caso de infecção oftálmica devido ao C. pseudotuberculosis. Em 2006, na França, e 
há o relato de uma jovem com 12 anos de idade que apresentoulinfadenite necrotizante 
causada pelo C. pseudotuberculosis. 
A excisão cirúrgica dos linfonodos afetados é o procedimento básico e a terapia com 
ATMs é o tratamento complementar. O diagnóstico pode ser tardio em alguns pacientes e 
em outros tem um curso clinico prolongado ou recorrente e / ou recuperação lenta. A 
linfadenite humana pelo número de relatos da literatura não seria tão rara, mas uma 
zoonose profissional. 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
Uma das características mais importantes do C. pseudotuberculosis é sua poderosa 
exotoxina. Ela foi caracterizada, pela primeira vez, por Carne, em 1940, como uma 
fosfolipase D (FLD). Esta enzima funciona como uma esfingomielinase específica que 
catalisa a dissociação da esfingomielina (um fosfolipídio importante na composição da 
parede celular dos vasos), em fosfato de ceramida e colina (Bernheimer et al. 1980). A 
difusão da doença entre os mesmos hospedeiros depende da produção da FLD. Esta 
exotoxina tem propriedades vasodilatadoras que levam as bactérias, através do sistema 
linfático. A FLD contribui como fator de virulência, através da dermonecrose, da 
toxicidade aos fagócitos, na lise de hemácias dependente do Complemento e letalidade 
quando em grandes doses. A atividade da FLD pode ser utilizada na identificação do C. 
pseudotuberculosis, ou seja, há uma hemólise sinérgica com a enzima colesterol-oxidase do 
R equi e uma hemólise reversa pela inibição da β hemolisina do S. aureus (Baird e 
Fontaine, 2007). 
Macrófagos de caprinos e roedores podem ser danificados ou destruídos pela ação 
da PLD. Infecção de macrófagos em caprinos resultou na vacuolização do citoplasma, dano 
mitocondrial, dilatação do retículo endoplasmático e morte em menos de 20 horas após a 
infecção. A expressão da PLD dentro de macrófagos tem um papel pequeno, mas 
significativo na viabilidade dessa célula após a infecção, demonstrando que a regulação do 
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gene pld é complexa, mas pode permitir a adaptação do agente às mudanças ambientais 
durante a infecção, durante a migração e no manutenção da doença ativa. 
O gene (pld) da fosfolipase D (PLD) foi excluído, utilizando mutação sítio-
específica. Ensaios com infecção de ovinos indicaram que a cepa PLD negativa (Toxminus) 
foi incapaz de induzir LC, mesmo com dose 2 log superior àquelas em que a cepa do tipo 
selvagem produziu doença, estabelecendo que a PLD como o principal fator de virulência. 
A vacinação de ovinos com a cepa PLD-negativa (Toxminus) provoca forte reação celular e 
humoral, protegendo os animais das do tipo selvagem. 
O C. pseudotuberculosis sofreu outra mutação, utilizando ácido fórmico e expresso 
na E. coli. O alvo da mutação foi a região de codificação da pld, de modo a produzir apenas 
um ou um número limitado de mutações pontuais. Os mutantes foram selecionados para as 
propriedades enzimáticas e imunológicas da PLD. Um clone produziu uma proteína que foi 
enzimaticamente inativa, mas comparável a PLD selvagem em tamanho e antigenicidade. O 
seqüenciamento da mutante pld revelou mudança em uma única base e conseqüentemente, 
o códon para His20 foi convertida em Tyr, sugerindo que His20 faz parte do sítio ativo da 
molécula da PLD. Se esta proteína fosse imunogênica em ovinos poderia tornar-se a base 
de uma vacina geneticamente inativada. 
Macrófagos de caprinos e roedores podem ser destruídos ou danificados pela FLD. 
A comparação das seqüências da FLD, a partir, de cepas do biovar Equi e Ovis revelou 
diferenças entre os aminoácidos das proteínas esperadas. Entretanto não está claro se essas 
diferenças possam diferenciar os biovares, pois somente os genes de cada um dos 2 
biovares foi seqüenciado. 
Os genes de resposta ao choque térmico foram caracterizados em muitos 
organismos. Tais genes são induzidos não somente após o estresse térmico, mas na 
seqüência de outros estresses. Os genes do choque térmico nas bactérias patogênicas são 
geralmente induzidos, durante o processo de infecção inicial. A identificação de outros 
genes regulados durante o choque térmico, além dos genes de choque térmico clássico, 
como as do operón dnaK e operón groEL, pode fornecer informações sobre outras respostas 
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celulares, como a remodelação da membrana e utilização de nutrientes que podem ser 
importantes nos estágios iniciais da infecção. 
A análise de microarranjos identificou genes que são estimulados (por exemplo, 
clpB dnaK) ou reprimidos (por exemplo, fagC, FAS) "in vitro" após um choque térmico. O 
principal fator de virulência, fosfolipase D, mostrou-se altamente diminuída. A produção da 
FLD é diminuída, durante o choque térmico (43° C), e aumentada pela densidade celular e 
expressa em macrófagos infectados. 
Os lipídios da parede celular já foram considerados fator de virulência desde que 
sua citotoxicidade foi demonstrada há mais de 50 anos (Carne et al. 1956). Eles protegem 
as bactérias da destruição intrafagocitária, mas induz necrose hemorrágica e abscedação 
crônica. 
A aquisição de ferro é vital para o C. pseudotuberculosis. O operón fagBCD 
codifica um sistema de captação de ferro e proposto como um fator de virulência. Não 
houve alteração na utilização do ferro por um mutante fagB (C) "in vitro", mas este mutante 
reduziu a capacidade de induzir abscedação em caprinos. 
Recentemente, foi desenvolvido um sistema de repórter promotor para o C. 
pseudotuberculosis com base na expressão da proteína verde fluorescente (GFP) de gene da 
mãe dágua (Aequorea Victoria). O vetor pSM20, contendo o gene gfp foi construído e os 
promotores foram inseridos ao longo do gene da GFP. Após a transformação do C. 
pseudotuberculosis, uma fluorescência pode ser visualizada por microscopia de 
fluorescência e a força desse promotor medida por citometria de fluxo. A utilidade deste 
sistema para medir as mudanças na expressão gênica foi demonstrada pela medição dos 
níveis de fluorescência de C. pseudotuberculosis estressados pelo calor e carregando um 
promotor dnaK. A replicação do C. pseudotuberculosis dentro de macrófagos J774 pode ser 
monitorada por microscopia de fluorescência. A criação do sistema permitiu a utilização da 
fluorescência para identificar genes que apresentam estímulo positivo na regulação de 
macrófagos, após a infecção. Foram identificados genes que codificam para uma peptídeo-
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sintetase não-ribossômica e a cadeia beta de uma propionil CoA carboxilase que 
demonstraram maior atividade após a infecção de macrófagos pelo C. pseudotuberculosis. 
Um sistema baseado nos transposons denominado TnFuZ foi utilizado na 
identificação de genes que codificam proteínas secretadas do C. pseudotuberculosis. Dos 
1.500 mutantes, 34 produziram atividade de fosfatase alcalina identificou genes que 
codificam proteínas exportadas, que estão sendo avaliadas como importantes na virulência 
e potenciais alvos para o desenvolvimento de novas vacinas atenuadas. 
 
COLETA DE AMOSTRAS 
 A aparência das lesões nos caprinos e ovinos é característica, podendo ser isolados 
de abscessos, sem dificuldade. O isolamento de colônias de aparênciaseca e hemolítica. 
Animais com abscessos na superfície dos linfonodos e mais profundamente em suas 
cavidades corporais é um achado importante no diagnóstico da doença. 
 
DIAGNÓSTICO CLÌNICO 
Anamnese, Apresentação e Sinais Clínicos. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico laboratorial “gold standard” tem como base o isolamento do agente. 
A caracterização bioquímica do C. pseudotuberculosis pode ser alcançada, segundo os 
testes bioquímicos apresentados no Quadro 1 abaixo 
Quadro I. Características Bioquímicas do C. pseudotuberculosis. 
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IMUNIDADE E VACINAÇÃO 
A resposta primária à infecção pelo C. pseudotuberculosis é complexa e mediada 
por interações celulares e citocinas. As reações secundárias ocorrem, através de múltiplas 
vias. 
O principal complexo de histocompatibilidade (MHC) da classe II identifica 
macrófagos e várias subpopulações de linfócitos que estão organizadas em três regiões 
distintas, identificadas no interior das lesões encapsuladas onde há o recrutamento contínuo 
de linfócitos como uma característica da LC crônica. 
O gama interferon (γ-IFN) e o receptor 3 do Complemento (CR3) desempenham um 
papel importante no controle da infecção primária pelo C. pseudotuberculosis em 
camundongos. O γ-IFN, CR3 e o Fator de Necrose Tumoral alfa (FNT - α) são importantes 
na resposta do hospedeiro frente às infecções secundárias. 
 
 
 Produção de Ácido Hidrólise 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 Glucose + Esculina – 
 Arabinose d Hipurato – 
 Xilose – Uréia + 
 Ramnose – Tirosina – 
 Frutose + Caseina – 
 Galactose + 
 Manose + Fosfatase + 
 Lactose – Pirazinamidase – 
 Maltose + Verm metila + 
 Sacarose d Red. Nitrato d 
 Trealose – Catalase + 
 Rafinose – Oxidase – 
 Salicina – Lipofilia – 
 Dextrina d 
 Amido – 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
+: mais de 90% são positivos; d: 21–89% são positivos; –: mais de 90% são negativos ou 
resistentes. 
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A LC permanece predominante no campo, apesar da disponibilidade das vacinas 
comerciais por um longo tempo. As vacinas comerciais estão disponíveis em várias regiões 
do mundo. Vacinas combinadas da série Glanvac ™ , agora comercializadas pela Pfizer, na 
Austrália, são eficazes nas condições australianas, mas menos eficazes na Grã-Bretanha. A 
vacinação de caprinos, com Glanvac resultou em proteção significativa contra o desafio, 
evidenciado por uma diminuição do número de lesões. Nos Estados Unidos, vacinas para 
LC são produzidas, pela Colorado Serum Company e denominadas Caseosa D-T ™ e a 
Case-Bac. A Fort Dodge Saúde Animal também produz uma vacina (Biodectin ®). 
No Brasil, uma cepa viva atenuada do C. pseudotuberculosis foi desenvolvida pela 
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (www.ebda.ba.gov.br) e licenciada para uso 
como uma vacina contra LC. 
Diversas vacinas experimentais têm sido investigadas. Cepas atenuadas, a partir da 
qual foi excluído pld (Hodgson et al 1992), ofereceu alguma proteção, mas a eficácia foi 
melhorada com a inserção genética da toxina FLD e assim produzir uma imunidade anti 
FLD. A cepa atenuada Toxminus tem sido avaliada como um vetor vivo na entrega dos 
antígenos heterólogos. Vacinas vivas ou atenuadas foram produzidas contra outros agentes 
patogênicos, excluindo genes por via biossintética, através da exclusão de aminoácidos 
aromáticos. Esta mesma abordagem foi testada no C. pseudotuberculosis com um mutante 
aroQ, mas esta estirpe mutante não ofereceu nenhuma proteção útil. 
A imunização em larga escala com vacina de ADN foi realizada em ovinos para 
investigar se a resposta imune foi aumentada e acelerada para o antígeno alvo pela CTLA-
4. A imunização com a fosfolipase D geneticamente detoxificada foi eficaz, pelo menos 
parcialmente, contra o C. pseudotuberculosis. A CTLA-4 liga-se a B7 nas células 
apresentadoras de antígenos direcionando os antígenos de fusão para os locais de indução 
de imunidade. Foi demonstrado que a segmentação PLD como uma proteína de fusão 
CTLA-4 aumentou significativamente a velocidade, intensidade e longevidade da resposta 
de anticorpos em relação ao obtido com o DNA de codificação PLD. Todo o grupo de 
ovinos vacinados com ADN que codifica a PLD ofereceu melhor proteção contra o desafio 
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experimental com o C. pseudotuberculosis quando comparado àqueles imunizados com um 
plasmídio irrelevantes ou não imunizados (Chaplin et al. 1999 ). 
A bactéria íntegra e o sobrenadante do cultivo do C. pseudotuberculosis foram 
estudados por eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) e Western blotting 
(immunoblotting). A análise de SDS-PAGE de bactérias integra solubilizada pelo 
detergente revelou mais de 20 bandas em géis corados pela prata. As proteínas solúveis em 
SDS que estavam presentes em todos os isolados puderam ser divididas em quatro grupos: 
(i) proteínas de alto peso molecular que são maiores que 119 kDa, (ii) um conjunto de três 
proteínas com massa molecular de 84, 64 e 58 kDa, (iii) uma parelha composta de proteínas 
de massa molecular 33-30 kDa, e (iv) proteínas de baixo peso molecular de 25-20 kDa. A 
análise por SDS-PAGE do sobrenadante concentrado pelo sulfato de amônio demonstrou 
mais de sete bandas em géis corados pela prata cuja massa molecular variou entre 64 e 14 
kDa. As amostras de soros de caprinos com LC experimental foram utilizadas como sonda 
de immunoblots na eletroforese de proteínas solúveis em SDS. Foram reconhecidas mais de 
10 proteínas solúveis com peso molecular, variando de 119 a 20 kDa pelos anticorpos em 
soros de caprinos naturalmente infectados. Estes soros também reconheceram até cinco 
moléculas variando 64-30 kDa, em immunoblots do sobrenadante concentrado pelo sulfato 
de amônio do C. pseudotuberculosis. Detectou-se anticorpos para 7 antígenos de um lisado 
de C. pseudotuberculosis com massa molecular entre 22 a 120 (kDa) em amostras de soro 
de 40 ovinos e caprinos infectados com C. pseudotuberculosis. Três antígenos de cerca de 
120, 68, e 31,5 kDa foram consistentemente detectados com o soro de todos os animais e 
22 amostras de soro continham anticorpos para 64, 43, 40 e 22 kDa antígenos. Nenhuns 
destes antígenos foram detectados no soro de 160 ovelhas em um rebanho de investigação 
livre de C. pseudotuberculosis. Um extrato do C pseudotuberculosis tratado pelo NaCl 
continha uma proteína principal de cerca de 31,5 kDa e quatro proteínas menores de 68, 64, 
43 e 22 kDa de massa molecular quando coradas pelo Azul de Coomassie. Análise pelo 
immunoblot demonstrou que os três antígenos identificados no extrato de células inteiras 
estavam contidos no extrato de NaCl. A proteína de 31,5 kDa foi purificada de um extrato 
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de C. pseudotuberculosis em NaCl pela gel filtração de proteínas por cromatografia líquida. 
A proteína purificada de 31,5 kDa apresentou atividade de fosfolipase D, como indicado 
pela hemólise sinérgica com o R. equi e atividade de esfingomielinase. A proteína de 31,5 
kDa reagiram com anticorpos no soro de ovinos naturalmente infectados com C. 
pseudotuberculosis. Estes soros apresentaram também atividade neutralizante para a 
fosfolipase D. 
A técnica chamada de “Three-Phase Partitioning” (TPP) foi utilizada para isolar / 
concentrar proteínas secretadas pelo C. pseudotuberculosis cultivado em meio líquido 
complexo. A técnica utilizou vários parâmetros (15, 30, ou 60% de sulfato de amônio; pH 
de 4,0, 5,5, 7,0 e vários isômeros do solvente butanol) para extração das melhores proteínas 
imunogênicas. A extração pela TPP com sulfato de amônio 30% e um pH inicial de 4,0 deu 
a melhor resposta celular e humoral para a LC. Foi identificada também duas outras 
proteínas (16 e 125 kDa) que não tinham sido encontradas por outros métodos de extração. 
Estes antígenos podem ser úteis no diagnóstico e vacinas, mas ainda não foram 
investigados. Aplicação dos recentes avanços no seqüenciamento do genoma completo 
proporcionará novas oportunidades na identificação de novos determinantes da virulência 
que possibilitarão o desenvolvimento de novas estratégias para o desenvolvimento de 
vacinas. 
 
 
 
TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS (TSA) 
O C. pseudotuberculosis é sensível à penicilina G, à amoxacilina, aos macrolídeos, 
às tetraciclinas, às cefalosporinas, à lincomicina, ao cloranfenicol, à associação sulfamida-
trimetoprima e à rifampicina. A sensibilidade aos aminoglicosídeos é variável, diferindo 
segundo os biovares. Geralmente as linhagens do biovar Ovis são mais resistentes do que o 
biovar Equi. 
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A localização intracelular do organismo; a ligação dos antimicrobianos às proteínas 
no pus e a formação de uma espessa cápsula, favorecem a sobrevivência do agente contra 
os antimicrobianos. 
 O tratamento com ATMs parece inútil em abscessos subcutâneos os quais devem 
ser tratados cirurgicamente. O uso de ATMs pode ser considerado em cavalos com 
linfangite ou abscessos internos. 
A escolha de um fármaco leva em conta o teste de sensibilidade, o local da infecção 
(abscesso endurecido) e a toxicidade de certos ATMs para os eqüinos, especialmente à 
lincomicina, à rifampicina, aos macrolídeos e às tetraciclinas. Na prática, os macrolídeos, 
especialmente a eritromicina dão bons resultados. 
 
 
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Corynebacterium bovis 
 
 
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Mastite Infecciosa Bovina 
Mastite Ambiental 
INTRODUÇÃO 
O C bovis é o colonizador primário da teta da fêmea (vaca) e geralmente considerado 
um microrganismo menos patogênico. Entretanto ele pode ser contagioso sendo, muitas 
vezes, transmitido, através do equipamento de ordenha contaminado. 
O C bovis causa, ocasionalmente infecções do úbere com discreto aumento de células 
somáticas e discreta redução na produção leiteira. O agente é, algumas vezes, o único 
microrganismo isolado na amostra de secreção láctea de vacas com mastite clinica, mas há 
uma questão aberta se ele é o patógeno primário ou seria um achado acidental devido a sua 
localização. A colonização do C. bovis, segundo alguns autores pode proteger a glândula 
mamária contra a infecção pelo S. aureus, mas outros pesquisadores não concordam com 
essa afirmativa. 
O agente está associado ao leite da glândula mamária saudável, mas também do trato 
reprodutivo de vacas e touros. Ele é comensal do úbere, estimulando uma discreta 
leucocitose que tem como função, a proteção da glândula mamária contra a infecção de 
agentes mais patogênicos como o S. aureus. Entretanto, algumas vezes, pode ser agente 
primário de surtos de mastite. O C. bovis possui a clássica morfologia difteróide, sendo 
diferenciado, segundo a Tabela 1. O C. bovis é lipofílico, requerendo meios basais 
enriquecidos para os estudos bioquímicos. 
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Tabela 1. Características Diferenciais entre espécies do gênero Corynebacterium spp 
1) C. auriscanis; 2) C. bovis; 3) C. falsenii; 4) C. jeikeium; 5) C. suicordis; 6) C. terpenotabidum; 
7) C. urealyticum; 8) C. variabile 
 1 2 3 4 5 6 7 8 
Crescimento em 
Anaerobiose 
+ - +f - + - - - 
Lipofílico - + - + - - + - 
Redução nitratos - - - - - - - + 
Glicose* + d (+) + - - - - 
Maltose* - - d -** - - - - 
Ribose* - - + + - - 
Trealose* d + - - 
Fosfatase alcalina + + + + + d - 
Pirazinamidase - d +f + + + + 
Pirrolidonil 
arilamidase 
+ d - - - - 
Urease - d*** (+) - + + + + 
Lipase C14 d d + - + 
Leucina 
arilamidase 
+ d + - + 
β-Galactosidase - + - - - - 
 1 2 3 4 5 6 7 8 
1) C. auriscanis; 2) C. bovis; 3) C. falsenii; 4) C. jeikeium; 5) C. suicordis; 6) C. terpenotabidum; 
7) C. urealyticum; 8) C. variabile 
 + : Reação positiva +f : Reação fracamente positiva 
(+) : Reação tardiamente positiva - : Reação negativa 
* : Acidificação ** : Resposta variável segundo Funke, G.; Von Graevenitz, A.; Clarridge III, JE.; Bernard, K. Clinical 
microbiology of coryneform bacteria. Clin. Microbiol. Rev., v. 10, p.125-159, 1997. 
*** : Resposta negativa segundo Funke, G.; Von Graevenitz, A.; Clarridge III, JE.; Bernard, K. Clinical microbiology of 
coryneform bacteria. Clin. Microbiol. Rev., v. 10, p.125-159, 1997. 
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Actinobaculum suis 
 
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Cistites, 
Pielonefrites 
SINÔNIMOS: C. suis, Eubacterium suis, Actinomyces suis, Actinobaculum suis. 
ATUALIDADE 
Atualmente (2013), na “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature” do 
pesquisador J.P. Euzéby há citação de 4 espécies e nenhuma subespécie, conforme 
http://www.bacterio.cict.fr/a/actinobaculum.html 
1-A. massiliense (Greub and Raoult, 2006); 
2-A. schaalii (Lawson et al. 1997); 
3-A. suis (Wegienek and Reddy 1982; Lawson et al. 1997) Espécie típica do gênero 
4-A. urinale (Hall et al. 2003). 
 
HISTÓRICO 
Em 1957, Soltys e Spratling isolaram da urina, bexiga e dos rins de suínos portadores 
de cistites, uma bactéria Gram positiva, preferencialmente anaeróbia que foi chamada de 
Corynebacterium suis. Esta denominação foi baseada nos critérios morfológicos do gênero 
Corynebacterium. 
Em 1982, Wegienek e Reddy propuseram incluir esta bactéria dentro do gênero 
Eubacterium com o nome de Eubacterium suis tendo como base as características 
fenotípicas e percentuais de G + C. 
Os resultados das análises filogenéticas (seqüência de ARNr 16S) publicadas em 
1992, conduziram a Ludwig e colaboradores a transferir E. suis para o gênero Actinomyces 
sob a denominação de A. suis. 
Pascual Ramos ecolaboradores, em 1997, provaram que o A. suis era 
filogeneticamente mais próximos ao gênero Arcanobacterium do que do Actinomyces bovis 
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(espécie tipo do gênero Actinomyces) e, esses mesmos autores propuseram que o A. suis 
deveria ser colocado em outro gênero. 
Lawson e colaboradores, em 1997, publicaram um estudo com cinco cepas da 
bactéria coriniforme de origem humana, isoladas do sangue e da urina. O estudo do ARNr 
16S revelou que as linhagens de origem humana e a amostra do Actinomyces suis 
formavam um grupo distinto dentro da família Actinomycetaceae. As percentagens de 
homologia entre o ARNr 16S das cepas humanas e o ARNr 16S da cepa tipo Actinomyces 
suis não excediam 94%, se bem que a cepa de origem humana constitui uma espécie 
distinta. Lawson e colaboradores propuseram então reclassificar o Actinomyces suis num 
outro gênero chamado Actinobaculum (Actinobaculum suis comb. nov.) e colocando as 
amostras humanas dentro de outra espécie A. schaalii. 
Em 2003, o gênero Actinobaculum incluiu outra espécie, o A. urinale, desprovido de 
interesse veterinário. 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 O A. suis é um bastonete imóvel; não esporulado; polimorfo, com cerca de 1 a 3 µm 
de comprimento e 0,5 µm de diâmetro; Gram positivo (mas pode se descorar nos cultivos 
velhos), não AAR; não capsulado (no ME é possível ver microcápsula); se apresentam de 
maneira isolada, aos pares ou em pequenos agrupamentos; anaeróbios (mas o 
microrganismo cresce pouco em 7 dias na presença de 6% CO2), metabolismo estritamente 
fermentativo. 
 
CARACTERÍSTICAS BIOQUIMICAS E CULTURAIS 
Apresenta reação positiva aos testes de: 
Hidrólise da Uréia (reação fortemente positiva); Hidrólise do Hipurato; β-
galactosidase; Fermentação do (Amido, Glicogênio e Maltose). 
 
 
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Apresentam reação negativa aos testes de: 
Catalase; Nitrato Redutase; Produção de Indol; VP; H2S; Hidrólise (da Gelatina e 
Esculina; Lipase; Lecitinase; Fermentação do Adonitol; Amidalina; Arabinose; Celobiose; 
Dulcitol; Eritritol; Esculina; Frutose; Galactose; Glicose; Glicerol; Inositol; Inulina; 
Lactose; Manitol; Manose; Melezitose; Melobiose; Rafinose; Ramnose; Sacarose; Salicina; 
Sorbitol; Trealose e Xilose. 
O crescimento é obtido em temperaturas que variam entre 30 a 43°C (ótima 37°C) e o 
pH ótimo entre 7 e 8. Algumas linhagens podem crescer em um pH inferior a 5 ou numa 
temperatura inferior ou igual a 22° C. Após 48 horas de incubação a 37ºC numa atmosfera 
anaeróbia, as colônias no AS com sangue de carneiro não são hemolíticas; possuem um 
tamanho de 3,0 X 0,5mm. São brancas, circulares, granulosas e freqüentemente apresentam 
um centro elevado (ovo frito) por 3 mm. Após uma semana de incubação, as colônias 
tornam-se chatas e com tamanho de 3 a 5 mm. 
 
HABITAT E PATOGENICIDADE 
A. suis faz parte da flora prepucial do cachaço e responsável pelas cistites. Nas 
porcas, o agente pode ser isolado de animais hígidos, mas é causa de cistites e pielonefrites, 
especialmente nas criações intensivas. Ingesta insuficiente de água constitui um dos fatores 
predisponentes para a manifestação clínica da infecção. 
 
SINAIS CLÌNICOS 
 As infecções causadas pelo A. suis foram identificadas em muitos paises, incluindo 
Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Holanda, 
Hong Kong, Hungria, Noruega, Portugal, RU, Suíça, Rússia, Estados Unidos etc, mas o 
número de casos publicados é pequeno em contraste com a freqüência de infecções 
urinárias de criações suínas. 
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As fêmeas apresentam anorexia e polidipsia, urina de cor escura, odor fétido e seu pH 
fortemente alcalino (pH 9). Nas formas agudas estão associadas a abortamentos, hematúria, 
piuria e morte freqüente. As porcas que resistem à infecção apresentam perda de peso e a 
síndrome de poliúria-polidipsia, infertilidade e perda de valor econômico. Nas formas 
graves, a doença é de aparecimento súbito, podendo causar a morte animais a qualquer 
momento. 
As lesões estão localizadas no trato urinário. A parede da bexiga está espessada a 
mucosa é hemorrágica e o conteúdo da bexiga freqüentemente apresenta um exsudato 
purulento e cálculo. As lesões de pielonefrites são bilaterais ou unilaterais e se caracterizam 
por rins distendidos com conteúdo de pus ou sangue. 
 
DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO 
 O isolamento do A. suis é complicado, pois ele vem acompanhado com outros 
microrganismos Gram positivos, especialmente estreptococos cuja multiplicação é 
favorecida pela elevação do pH urinário. Podemos utilizar um meio seletivo com a 
finalidade de limitar o crescimento de contaminantes, incluindo Proteus spp. Esse meio 
seletivo é composto de agar Columbia, contendo colistina (10 mg / L) e ácido nalidíxico 
(15 mg / L) o qual deve ser incubado em anaerobiose. As chances de isolamento aumentam 
quando o cultivo é realizado no local ou a partir do cultivo da amostra em meio de 
transporte como o meio de Cary Blair para anaeróbios. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
A identificação precisa do A. suis é difícil, mas o histórico clínico; evidencia de um 
bastonete anaeróbio de morfologia difteróide é suficiente para orientar o diagnóstico o qual 
deve ser complementado pelas características culturais, evidenciando o teste da urease e a 
fermentação de açúcares, conforme Tab.1. 
Tabela 1. Características diferenciais entre o A. suis das outras espécies do gênero Actinomyces spp 
isoladas de suínos. 
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1) Actinobaculum suis 2) Actinomyces-like groupe III; 3) Actinomyces hyovaginalis; 
4) Actinomyces suimastitidis; 5) "Actinomyces suis" Franke 19736) Trueperella pyogenes 
 Espécies 1 2 3 4 5 6 
Tipo 
respiratório 
Anaeróbio Aeróbio 
Anaeróbios 
Aeróbio 
Anaeróbio 
Aeróbio 
Anaeróbio 
Aeróbio 
Anaeróbio 
Aeróbio 
Anaeróbio 
Catalase - - - - - - 
Nitrato 
Redutase 
- Geral
m 
 - + - + - 
Hemólise 
(sangue ovino) 
d + (fraco) - - + 
Gelatinase - - - - - + 
Hidról. 
Esculina 
- + + + - 
Urease ++ - - - - - 
Hidról. Tween 
80 
 + + - 
Hidról. 
Hipurato 
+ - + - d 
Arabinose* - + + + (fraco) - - 
Celobiose* - + D - 
Maltose* + + + d + d 
Salicina* - + + + - 
Trealose* - - - - + - 
D-xilose* - + + + d + 
 
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TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ATMs 
O A. suis é geralmente sensível ao cloranfenicol, ao florfenicol, às pleuromutilinas, à 
tilosina, à clindamicina, à lincomicina, à eritromicina, aos beta-lactâmicos e às tetraciclinas. 
Possui sensibilidade variável às fluoroquinolonas (flumequina, enrofloxacina, ofloxacina), 
mesmo que a maioriadas cepas seja sensível a marbofloxacina. Geralmente são resistentes 
aos aminosídeos com exceção da espectinomicina. 
 
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Gênero Rhodococcus spp 
 
 
 
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ATUALIDADE 
Atualmente (2013), na “List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature” 
do J.P. Euzéby há citação de 48 espécies e nenhuma subespécie no gênero Rhodococcus 
spp, conforme www.bacterio.cict.fr/qr/rhodococcus.html. As últimas espécies incluídas foram: 
R. artemisiae (Zhao et al. 2012); R. cercidiphylli (Li et al. 2012); Rhodococcus nanhaiensis (Li et 
al. 2012); 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO GÊNERO 
 Bastonetes até micélios vegetativos ramificados. Em todas as amostras, o ciclo 
morfogenético é iniciado com cocos ou bastonetes curtos com diferentes organismos, 
mostrando uma sucessão de estágios morfológicos complexos pelo qual o estágio de 
desenvolvimento é concluído. Cocos podem germinar em bastonetes curtos formando 
filamentos com projeções laterais, mostrando brotamento elementar ou, na maioria das 
formas diferenciadas, produz grande quantidade de hifas ramificadas. A próxima geração 
de cocos ou bastonetes curtos pode ser formada pela fragmentação dos bastonetes, 
filamentos ou hifas. Algumas amostras produzem hifas (aéreas microscópicas) que podem 
ser ramificadas ou filamentosas, as quais coalescem e projetam-se para cima. 
 As colônias podem ser rugosas, lisas ou mucóides. Podem ter coloração creme, 
amarela, laranja ou vermelhas, muito embora, variantes incolores possam ocorrer. São 
Gram positivos, parcialmente AAR e aeróbios. Não contem micobactina. Sensível a 
lisozima. 
 Distribuídos no solo e nas fezes de herbívoros. Algumas amostras são patogênicas 
para os animais. 
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 O gênero Rhodococcus pertence à ordem Actinomycetales, possuindo espécies 
associadas ao solo e tendo em comum a produção de um pigmento vermelho. O R. equi 
anteriormente conhecido como Corynebacterium equi foi transferido para um gênero novo, 
tendo como base, os estudos da taxonomia com critérios numéricos, genéticos, químicos e 
ecológicos. Entre as espécies do gênero somente o R. equi tem sido associado com lesões 
nos animais, incluindo a Pneumonia purulenta, Linfadenite mesentérica, Artrite em potros e 
Lesões tuberculóides em linfonodos cervicais de suínos e bovinos. 
 
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Rhodococcus equi 
 
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Pneumonia Granulomatosa Purulenta, 
Linfadenite Mesentérica, 
Artrite em Potros 
HISTÓRICO 
Em 1923, o R. equi foi descrito, pela primeira vez, por Magnusson, como agente 
causador de pneumonia purulenta em potros, no Sul da Suécia. Mais tarde, novos casos 
foram descrito na Austrália, Estados Unidos e Índia. Em suínos foi relatado em 1940. O 
agente foi isolado em duas vacas com piometra; de búfalas que abortaram e de ovinos com 
pneumonia crônica, na Austrália. 
 
CARACTERÍSTICAS MORFOTINTORIAIS 
 O R. equi é um microrganismo grande com pleomorfismo acentuado (cocos até 
bastonetes). No meio sólido, geralmente mostram-se cocos; no meio líquido, geralmente 
tornam-se bastonetes ou apresentam-se em cadeias. Grânulos metacromáticos podem ser 
visualizados, especialmente quando cultivados em leite; Gram positivos variavelmente 
AAR; Coram-se facilmente por outros corantes; Não formam esporos; Possuem cápsula de 
polissacarídeo. 
CARACTERÍSTICAS CULTURAIS E BIQUÍMICAS 
Cresce bem em meios comuns. As colônias possuem tamanho de 1-3 mm após 48 
horas de incubação. As colônias são brancas, úmidas, elevadas, translúcidas e regulares. 
Posteriormente, torna-se salmão ou rosa salmão. As colônias mais velhas são róseas, 
especialmente aquelas crescidas em meio contendo batata. O R. equi cresce pouco no leite 
nem muda sua composição. São catalase e urease positivos, geralmente citocromo oxidase 
negativo; não fermentam carboidratos; reduzem nitratos; não formam indol e não são 
hemolíticos. 
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Produzem fosfolipase e uma oxidase do colesterol que interage com a fosfolipase D 
do C. pseudotuberculosis e a beta hemolisina do S. aureus e a hemolisina da Listeria 
monocytogenes que hemolisa completamente as hemácias de ovinos, bovinos e coelhos. 
Este fenômeno (CAMP) tem sido utilizado como base na identificação rápida do R. equi. 
ANTÍGENOS 
O R. equi possui cápsula de polissacarídeo em diferentes configurações antigênicas. 
Em 1981, Prescott identificou seis sorotipos capsulares em uma série de 97 amostras nos 
Estados Unidos. Em outro estudo, com um número maior de amostras (americanas e 
japonesas) evidenciou uma grande diversidade. Antígenos extraídos de amostras de R. equi 
isoladas de eqüinos, suínos e bovinos revelaram que há uma espécie-especificidade. A 
maioria das amostras pertencia a quatro grupos principais e que estes grupos continham 14 
tipos sorológicos. Amostras do trato genital de éguas, de feto abortado, de casos de 
pneumonia de potros e de linfonodos submaxilares de suínos pertenciam ao mesmo grupo 
sorológico. Nos Estados Unidos, 60% das amostras do R. equi pertenciam ao sorotipo 
capsular 1 e outros 26% pertencia ao grupo capsular 2. No Japão, o sorotipo 3 predomina 
nas amostras de potros. 
 
RESISTÊNCIA 
O R equi é muito resistente. Ele é destruído quando exposto à temperatura de 60ºC, 
durante 1 hora. Resiste a 2,5% de ácido oxálico por uma hora. O tratamento pelo ácido 
oxálico pode ser utilizado no isolamento do R. equi, especialmente nos tecidos 
contaminados. Resiste a extremos de pH. Resiste a 0,01% de azida sódica; 0,5% de formol; 
a luz solar direta e a dessecação. 
PATOGENIA 
O R. equi é um organismo do solo. É comum no solo, fezes de herbívoros em solos 
contaminados; não é encontrado nas fezes de animais estabulados que não pastejam. O 
agente multiplica-se nas fezes. 
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FAVET-UFRGS 
Prof. Marcos JP Gomes 
2013 
 
Gêneros Corynebacterium, Rhodococcus e Trueperella spp 
FAVET-UFRGS 
Prof. Marcos JP Gomes 
2013 
 
A pneumonia causada pelo R. equi é endêmica em algumas propriedades e 
esporádicas em outras. A maioria das fazendas está livre da doença. 
Os fatores que envolvem a penetração do organismo no trato respiratório não estão 
ainda totalmente conhecidos. A via de infecção, geralmente é respiratória, muito embora 
alguns pesquisadores acreditem que as lesões intestinais seriam anteriores às lesões 
pulmonares. 
O agente, após a chegada aos alvéolos pulmonares é fagocitado por macrófagos 
superficiais. Há infiltração de macrófagos e células gigantes multinucleadas no espaço 
alveolar. Focos de necrose alveolar se desenvolvem no grupo de macrófagos carregados 
com bactérias, causando degeneração. O agente é um parasito intracelular por sua 
capacidade de sobrevivência. Há resposta granulomatosa inicial ao processo de

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