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29/3/2011 1 UFT Universidade Federal do Tocantins Campus Universitário Gurupi-TO Curso de Agronomia Disciplina: Cultura do Arroz Prof: Dr Gil Rodrigues dos Santos Mestrandos: Francismar Gama e Rubia Brun Acadêmica; Simone Coelho Campos ADUBAÇAO E CALAGEM NA CULTURA DO ARROZ Sumário Introdução. Macro e micronutrientes: N,P,K,S,Ca e Zn. Doses e épocas de aplicações. Fontes. Sintomas de deficiência. Fotos. Introdução Uma agricultura moderna exige o uso de fertilizantes e corretivos em quantidades adequadas, a fim de atender a critérios racionais que permitam o resultado econômico positivo com a preservação dos recursos naturais do solo e do ambiente e com a expressão máxima do potencial produtivo das culturas. O crescimento normal das culturas exige, como essenciais, os 16 nutrientes seguintes que se encontram dentro da classificação: Macronutrientes Micronutrientes . Macronutrientes: Micronutrientes: Primários: Nitrogênio N Fósforo P Potássio K Secundários: Enxofre S Cálcio Ca Magnésio Mg Ainda que os macronutrientes N, P, K, Ca, Mg e S sejam necessários em maior quantidade do que os micronutrientes B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn, todos são essenciais. Ferro Fe Molibdênio Cloro Zinco Zn Manganês Cobre Boro 29/3/2011 2 Nitrogênio A deficiência de nitrogênio no solo é causada por baixo teor de matéria orgânica e perdas por lixiviação, volatilização, desnitrificação e erosão. É um elemento muito instável no solo. Doses e épocas de aplicação. Arroz de terras altas: De 40 a 50 kg de N/ha, parcelados em 2 vezes (um terço no plantio e dois terços no início do aparecimento do primórdio floral). Arroz irrigado por inundação: De 90 a 100 kg N/ha parcelados em 3 vezes durante o ciclo (um terço no plantio, um terço aos 40-45 dias após o plantio e o terço restante no início do aparecimento do primórdio floral, aproximadamente na metade do ciclo da cultivar). Fontes de N As fontes de N mais recomendadas são a amídica (uréia) e a amoniacal, como o sulfato de amônio, os fosfatos monoamônico (MAP) e diamônico (DAP), especialmente quando aplicadas em cobertura sobre o solo inundado, pois evitam maiores perdas de N por lixiviação e desnitrificação Sintomas de deficiência O sintoma de deficiência de nitrogênio é: amarelecimento das folhas mais velhas e, dependendo da intensidade e da evolução da deficiência, pode atingir toda a planta. As lâminas das folhas inferiores morrem, ficando o tecido com coloração marrom- chocolate. Fósforo P Assim como o nitrogênio, é um elemento móvel na planta, é o nutriente mais deficiente na maioria dos solos brasileiros, tantos nos Cerrados como nas várzeas. Possui alta capacidade de fixação. O fósforo promove o desenvolvimento do sistema radicular. Com base no teor de P no solo e na produção relativa foi determinada a curva de calibração: 29/3/2011 3 Curva de calibração P ro d u ç ã o r e la ti v a d e g rã o s Doses e épocas de aplicações Em geral, a dose varia de: De 40 a 60 kg de P2O5/ha, para o arroz de sequeiro. De 60 a 90 kg de P2O5/ha, para o arroz irrigado, dependendo dos resultados da análise do solo. No caso da adubação corretiva, recomendam-se fontes menos solúveis na forma de pó, aplicadas a lanço e posteriormente, incorporadas ao solo. deve ser aplicado no sulco, na época da semeadura. Recomendação de adubação fosfatada com base na análise do solo pelo extrator Mehlich . Teor de P no solo (mg kg1). 0 - 2,6 2,6 - 8,8 8,8 - 13,0 >13 Interpretação do resultado da análise. Muito baixo Baixo Médio Alto Necessidade de P2O5 (kg ha-1) 150 150 100 50 Fontes P As principais fontes solúveis de P utilizadas são: Superfosfato triplo (SFT), com 45% de P2O5 e 87% de solubilidade em água. Fosfatos diamônico (DAP), com 53% De P2O5 e 100% de solubilidade em água. Fosfato monoamônio (MAP), com 48% de P2O5 e 100% de solubilidade em água. Sintomas de deficiência A deficiência de fósforo reduz o perfilhamento e prolonga o ciclo da cultura. As folhas mais velhas apresentam coloração bronze, principalmente nas margens. O sintoma progride da ponta para a base e as folhas novas adquirem uma coloração verde- escura. 29/3/2011 4 Potássio K O potássio (K) é um dos nutrientes essenciais para o crescimento do arroz, atuando em importantes processos fisiológicos como ativação enzimática, relações hídricas, relações energéticas, fotossíntese e translocação de fotossintatos, é pouco móvel no solo. A aplicação de potássio promove o desenvolvimento do sistema radicular É o segundo elemento mais abundante nas plantas sendo superado apenas pelo nitrogênio. Doses e épocas de aplicação A dose de K2O recomendada varia de 30 a 50 kg/ha para arroz de terras altas. E de 40 a 80 kg/ha para arroz irrigado, dependendo do teor de potássio revelado pela análise de solo. Geralmente, os fertilizantes potássicos são aplicados no sulco na época da semeadura, devido a sua movimentação pela difusão no solo. Fontes K O cloreto de potássio e os adubos formulados (NPK) são as fontes mais comuns. Ainda que seja mais caro que o cloreto, o sulfato de potássio também é eficiente no fornecimento de potássio, com a vantagem de fornecer enxofre. Principais fertilizantes potássicos Fertilizante Cloreto de potássio Sulfato de potássio Teor de P2O5 (%) 60 50 Solubilidade em água (%) 100 100 Sintomas de deficiência Resulta na redução do crescimento da planta. Aparecem primeiro como clorose branca nas pontas das folhas mais velhas. A intensificação da deficiência, torna o tecido marrom e necrótico na ponta da folha e o sintoma progride pela margem da mesma, desenvolvendo- se mais na metade da folha. A aplicação de potássio promove o desenvolvimento do sistema radicular. 29/3/2011 5 Enxofre S A deficiência de enxofre pode ocorrer devido ao cultivo intensivo por vários anos, o que esgota a baixa reserva natural desse nutriente. Cita-se também o uso cada vez maior de misturas de fertilizantes de alta concentração que não contém teores apreciáveis de S. Doses e épocas A planta de arroz necessita aproximadamente de 3kg de S por tonelada de grãos produzidas. O nível critico de S no solo é de 10 a 12 mg kg-1 de solo. Para arroz de terras altas. Para arroz irrigado. Contudo a aplicação de 30 a 40 kg há-1 de N como sulfato de amônio em cobertura, geralmente é suficiente, ou ainda, com a aplicação de gesso antes do plantio espalhando na superfície do terreno, posteriormente incorporado ao solo através da aração e da gradagem. Fontes de S Sulfato de amônio (24% de S); Superfosfato Simples (12% de S); Sulfato de Potássio (18% de S); Sulfato duplo de de K e Mg (K-Mg: 18-22% de S); Enxofre elementar (100% de S); Gesso (~16% de S). Sintomas de deficiência Inicialmente, as folhas com esta deficiência tornam-se amarelo-esverdeadas. Com a intensificação da deficiência, quase todas ficam secas. Ao contrario do nitrogênio os sintomas começam nas folhas mais novas. Uma redução drástica no conteúdo de clorofila foliar é uma característica típica desta deficiência. Enxofre Cálcio Ca O cálcio é um nutriente imóvel na planta. A melhor faixa de pH do terreno para acultura do arroz é entre 5,7 a 6,2 na escala. Nessa faixa, produzem-se as melhores colheitas. Contudo, a planta tolera acidez alta, produzindo colheitas em pH baixos, mas naturalmente com menor produção. 29/3/2011 6 Doses e épocas A calagem deve ter como base a análise do solo (camada 0-20 cm), realizada antes de cada cultivo de arroz. A deficiência de cálcio pode ser corrigida através de aplicações de calcário. Recomenda-se para a cultura do arroz a dose necessária para elevar o pH do solo a 5,7, conforme indicação da analise. A quantidade necessária de calcário é determinada pela análise de solo, levando em conta o Al3+, Ca2+ junto com Mg2+. Fórmula para calagem Não se esquecendo de que a quantidade calculada deve ser corrigida para calcário com PRNT = 100%, aplica-se, portanto, a seguinte fórmula: N.C. (t/ha) = { (2 x Al) + [2 - (Ca + Mg)] } x f onde: N.C. = necessidade de calagem f = 1 para incorporação do calcário na camada de 0-20 cm; f = 1,5 para incorporação na camada de 0-30 cm de profundidade. PRNT: poder relativo de neutralização total Fontes de cálcio O calcário (Causídico, Magnesiano,Dolomítico) e o gesso são as principais fontes de cálcio e são também, condicionadores de solos. Além destes, existem fertilizantes que contém na sua composição o cálcio como o superfosfato simples com 18-20% de cálcio, o superfosfato triplo com 12%. Sintoma de deficiência Morte da gema apical, clorose e necrose internervais nas folhas mais novas, já que é praticamente inexiste o seu transporte no floema. Tecidos deformados e enrolados são encontrados em plantas deficientes. (atrofiamento). Cálcio Zinco Zn O zinco é um cofator nas reações enzimáticas e, portanto, participa de diversos ciclos bioquímicos das plantas, incluindo fotossíntese e formação de açúcar, síntese de proteínas, fertilidade e produção de sementes, regulagem do crescimento e defesa contra doenças. 29/3/2011 7 Doses e épocas Aplicar de 2 a 4 kg/ha. de Zn O zinco pode ser aplicado no sulco de semeadura, junto com a adubação básica. Caso a deficiência apareça durante o ciclo da cultura, deve-se aplicar sulfato de zinco, via foliar, na concentração de 0,5%. Se a deficiência for muito acentuada, pode-se fazer uma segunda aplicação 10 a 12 dias após ter realizado a primeira. Fontes de Zn Sulfato de Zinco (20% de Zn) Carbonato de Zinco (52% de Zn) Óxido de Zinco (50% de Zn) Sintomas de deficiência Coloração verde esbranquiçada inicialmente que se desenvolve no tecido,na base da folha de cada lado da nervura central. Alargamento proeminente na zona de clorose,que adquire coloração ferruginosa. O crescimento da planta é atrofiado. 29/3/2011 8 Bibliografia http://agriculturabrasileira.blogspot.com/2008/12/ad ubao-no-arroz.html http://www.ipni.net/ppiweb/gbrazil.nsf/$webindex/arti cle=97D7C46183256D82006CCDC6F01E5DE4 http://www.agrolink.com.br/fertilizantes/nutrientes_e nxofre.aspx http://www.criareplantar.com.br/agricultura/textos.ph p?id=37 5ª aproximação Livro Cultura do arroz no Brasil
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