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Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO AULA 2 - TRÁFICO ILÍCITO E USO INDEVIDO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - LEI N° 11.343/2006 – PARTE 02 Futuros Aprovados, Hoje vamos continuar a tratar sobre a Lei de Drogas. Assim, finalizaremos este importante tema que, com certeza, estará na próxima PROVA para a Polícia Federal. Como vocês devem ter percebido, a lei é de fácil entendimento, mas o conhecimento dos detalhes é o que fará a diferença. Iniciaremos esta aula com a continuação dos crimes. Depois trataremos de alguns institutos penais e, finalizaremos dando atenção especial ao rito processual. Por ser continuação, seguirei a numeração da aula anterior para facilitar o entendimento e a organização das folhas. Dito isto, vamos ao que interessa? Bons estudos! *************************************************************** 1.6 DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS 1.6.6 INFORMANTE EVENTUAL Uma grande inovação trazida pela nova Lei foi a criação de uma figura autônoma para o chamado informante colaborador com o tráfico. Mas o que é esse tal da “informante colaborador”? Com certeza, você já leu notícias de operações policiais que fracassaram graças a informações que “vazaram” do interior da corporação. Normalmente isso ocorre pela presença de “informantes” que levam a notícia para os infratores, antes da realização das ações policiais. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Antes da Lei de Drogas, o informante era considerado partícipe no crime e recebia a mesma pena que o autor, ou seja, não havia um preceito legal que tratasse unicamente desta figura. Diferentemente, com a nova Lei, pode-se tipificar a conduta do autor e do informante, que respondem por tipos penais diferentes. Observe o que dispõe a Lei de Drogas no seu artigo 37: Art.37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. É importante ressaltar que o informante não integra efetivamente o grupo e não toma parte no tráfico, apenas passa informações aos seus integrantes. A lei dita que para a caracterização do delito a informação deve ser dirigida a grupo, organização ou associação. PARA LEMBRAR!!! Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria- prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Vamos ver o que diferencia uma das outras: DENNOMINAAÇÃà O DDEFFIINNIIÇÃO GRRUUPPOO QQUUAALLQQUUEER R GGRRUUPPAAMMEENNTTO O DDEE PEESSSOASS , SSE M MMAIOOR OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃO O IINNTTEERRNNAA.. OORGGAANIZAÇÇÃO EESSPPÉÉCCIIE E DDE E GGRRUUPPO O CCOOMM ESSTRUUTUURAAÇÃà O INNTERNNA A MAAISS DEFFINNIDDAA.. AASSOOCIAÇÇÃO UUNNIIÃÃO O DDE E DDUUAAS S OOU U MMAAIISS PESSSOAASS , DDE E MANNEEIRRA EESSTTÁÁVVEEL L E E PPEERRMMAANNEENNTTEE.. Passemos agora a uma análise mais detalhada do delito: 1 – Objeto Jurídico Î O delito atinge a saúde pública (objeto jurídico principal) e a tranquilidade das pessoas (objeto jurídico secundário). 2 – Sujeito Ativo Î Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. 3 – Sujeito Passivo Î É a coletividade. 4 – Conduta Típica Î Consiste em colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 da Lei de Drogas. 5 – Elemento Subjetivo Î O crime é doloso, exigindo-se a consciência de estar colaborando como informante com grupo, associação ou organização destinada à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 da Lei de Drogas. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 6 – Qualificação Doutrinária Î Trata-se de crime doloso, comum, de mera conduta, de perigo abstrato e coletivo. 7 – Consumação e Tentativa Î A consumação ocorre com a colaboração. A tentativa será possível, ocorrendo quando a informação é encaminhada por escrito. Agora que você já sabe definir a atuação delituosa do informante, vamos analisar uma situação que, inclusive, já foi objeto de exigência e PROVAS: 1.6.7 PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA Para o correto entendimento deste crime, precisamos recorrer à redação anterior, prevista na antiga Lei de Drogas, a fim de compreendermos a correta extensão da nova norma. Observe o antigo texto legal: PARA PENSAR Você já sabe que o legislador tipificou somente a atuação do informante colaborador de grupo, organização ou associação. Mas e se o informante colaborar com um traficante que “trabalha” sozinho? Ele vai ser punido com base nos preceitos definidos no art. 37 da Lei de Drogas ou, como na lei anterior, será considerado partícipe do delito? Observe que, conforme os arts. 33 e 34, caso seja considerado partícipe do delito, o indivíduo será punido com uma sanção mais pesada que a prevista para o crime do informante. Assim, teríamos a seguinte incongruência: Se o informanteavisa para grupo, organização ou associação, é punido com uma pena mais leve do que se informa somente para um indivíduo. Desta forma, com base na analogia in bonam partem, aceita em nosso ordenamento jurídico, entendem os Tribunais e o CESPE que a tipificação prevista no art. 37 da lei nº 11.343/06, apesar de só tratar de grupo, associação ou organização, também se aplica no caso em que o informante avisa só uma pessoa. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 15. Prescrever ou ministrar culposamente, o médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em de dose evidentemente maior que a necessária ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Agora compare com a nova redação: Art.38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa Perceba que o art. 38, diferentemente da redação anterior, não especifica exatamente quem pode cometer o crime, ou seja, não trata especificamente do “médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem”. Assim, logo quando surgiu a lei nº 11.343/06, o comentário de muitos foi: “Legal, agora o crime de prescrição ou ministração culposa não é mais um crime próprio!!!”. Ocorre, entretanto, que o parágrafo único do art. 38 dispõe: Art. 38. [...] Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. Ora, se a lei prevê que o Juiz deverá comunicar a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional, é claro que o legislador não retirou a obrigatoriedade de que o agente do delito seja da área biomédica, mas apenas não especificou quais seriam estes profissionais. Desta forma, podemos afirmar que o crime de prescrição ou ministração culposa trata-se de um crime próprio dos profissionais da área biomédica e que só pode ser praticado na modalidade culposa por quem prescreva ou ministre substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem que delas necessite o paciente. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Também incide neste tipo penal os profissionais acima citados quando prescrevem doses excessivas em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Podemos resumir o delito da seguinte forma: CONDUTAS QUE CARACTERIZAM O CRIME DE PRESCRIÇÃO OU MINISTRAÇÃO CULPOSA DE DROGAS (CRIME PRÓPRIO) • PRESCREVER OU MINISTRAR DROGAS SEM QUE DELAS NECESSITE O PACIENTE; • PRESCREVER OU MINISTRAR EM DOSES EXCESSIVAS; • PRESCREVER OU MINISTRAR EM DESACORDO COM DETERMINAÇÃO LEGAL OU REGULAMENTAR. Obs.: O crime se consuma com a entrega do receituário (prescrever) ou com a introdução no organismo da droga (ministrar). Como é um crime culposo, não admite tentativa. 1.6.8 CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB INFLUÊNCIA DE DROGA O legislador inovou em relação à antiga Lei de Drogas ao prever expressa criminalização à conduta do agente que conduz embarcação ou aeronave após o consumo de droga, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. Observe o dispositivo em análise: PARA PENSAR E o médico-veterinário? Pode também incidir neste tipo penal? Entende a jurisprudência que não, pois ele tem autorização para ministrar drogas somente em animais. E se ele prescrever drogas para um animal e este vier a morrer? Ai é outro caso, que não cai na sua PROVA!!! Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art.39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. A condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas trata de um crime de perigo concreto, sendo que para perfazer o tipo não basta a condução de embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, é necessário que essa ação exponha a dano potencial a incolumidade de outrem. “Mas, professor... Como assim?” Vamos exemplificar: Imagine que Mévio, após consumir drogas, resolve conduzir sua lancha em uma praia particular sem a presença de qualquer pessoa. Neste caso, estará caracterizado o delito? A resposta é negativa, pois a condução da lancha em uma praia deserta não expõe a dano potencial a incolumidade de outrem. Assim, não haverá crime. Vamos agora tratar de outro ponto importante do crime: Imaginemos que Tício adquire a aula de Legislação Especial no Ponto dos Concursos e pensa o seguinte: “Bom, se o artigo 39 fala só de embarcação ou aeronave, caso um indivíduo consuma drogas e pegue um veículo terrestre, como um automóvel, por exemplo, não estará cometendo nenhum crime”. A afirmação de Tício está correta? Claro que não! O art. 39 fala sobre a condução de embarcação ou aeronave, mas não cita o veículo automotor. Isto ocorre porque existe uma lei específica para veículos terrestres, que é o Código de Trânsito Brasileiro. Essa lei trata de aspectos relacionados com as drogas e com o álcool. Já as embarcações e aeronaves aparecem no art. 39 da lei das Drogas em relação ao uso de drogas, mas e quanto ao álcool, está tudo liberado? Evidente que não. Nesse caso, a pena virá da lei de contravenções penais. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Portanto, são utilizadas três leis diferentes para normatizar os veículos aéreos, marítimos e terrestres, como mostra o quadro abaixo. Ressalto que o que importa para você são os aspectos relacionados com a LEI DE DROGAS: MEIO ALCOOL DROGA VEÍCULO TERRESTRE ART. 306 DO CTB ART. 306 DO CTB AERONAVE ART. 35 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS ART. 39 DA LEI DE DROGAS EMBARCAÇÃO ART. 34 DA LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS ART. 39 DA LEI DE DROGAS Passemos agora a uma análise mais detalhada do delito: 1 – Objeto Jurídico Î Diferentemente de TODOS os crimes que vimos até agora, neste caso o bem juridicamente protegido não é a saúde pública, mas a incolumidade pública. 2 – Sujeito Ativo Î Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. 3 – Sujeito PassivoÎ É a coletividade. 4 – Conduta Típica Î Consiste em conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade pública 5 – Elemento Subjetivo Î O crime é doloso, não se exigindo finalidade especial. 6 – Qualificação Doutrinária Î Trata-se de crime doloso, comum, material, de perigo concreto e coletivo. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 7 – Consumação e Tentativa Î A consumação ocorre com a produção do perigo. A tentativa não é possível. Finalizando, vale citar que, no caso de transporte coletivo de passageiros, o art. 39 determina que se cumulem as penas de prisão e de multa, tornando-as mais severas, como não poderia deixar de ser: Art. 39 [...] Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. 1.6.8 CAUSAS DE AUMENTO DE PENA O art. 40, que vamos analisar agora, traz a previsão de diversas causas que possibilitam o aumento de pena. Observe o texto legal: Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. Este artigo apresenta sete incisos referentes aos casos em que as penas podem ser aumentadas. Vamos analisá-los: • A NATUREZA, A PROCEDÊNCIA DA SUBSTÂNCIA OU DO PRODUTO APREENDIDO E AS CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO EVIDENCIAREM A TRANSNACIONALIDADE DO DELITO (INCISO I): Para a incidência desta causa de aumento de pena (tráfico internacional), basta que fique comprovada a finalidade do agente, não sendo necessário que o agente consiga entrar ou sair do país com a droga. Observe interessante julgado: ATENÇÃO AS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA A QUE SE REFEREM ESTE ARTIGO SÃO IMPOSTAS APENAS AOS CRIMES QUE MANTÊM RELAÇÃO COM O TRÁFICO E NÃO PODEM SER APLICADAS AOS CRIMES EM QUE A INTENÇÃO DO AGENTE É O CONSUMO, POIS, COMO VOCÊ JÁ SABE, A INTENÇÃO DESTA LEI É PUNIR MAIS SEVERAMENTE O TRAFICANTE E NÃO O USUÁRIO/DEPENDENTE. Não se exige que haja a efetiva entrada ou saída do objeto material do território nacional, mas que fique demonstrado que ele se destinava à importação ou à exportação proibida, como quando ocorre a sua interceptação em zona de fiscalização alfandegária ou nas áreas de embarque internacional (TRF / Apelação Criminal nº 6570, DJ 03.09.2009) Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO • CARACTERIZADO O TRÁFICO ENTRE ESTADOS DA FEDERAÇÃO OU ENTRE ESTES E O DISTRITO FEDERAL (INCISO V): Além do tráfico internacional, o tráfico interestadual também é causa de aumento de pena. • O AGENTE PRATICAR O CRIME PREVALECENDO-SE DE FUNÇÃO PÚBLICA OU NO DESEMPENHO DE MISSÃO DE EDUCAÇÃO, PODER FAMILIAR, GUARDA OU VIGILÂNCIA (INCISO II): Revelando especial atenção ao agente que, traindo a sociedade, se prevalece da função pública ou social para exercer uma prática criminosa, o legislador atribui aumento de pena para duas situações: A primeira refere-se à função pública, ou seja, atinge policiais, peritos, juizes, escrivães, promotores de justiça etc. A segunda atinge os que possuem missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância, tais como o pai de uma criança que pratica o tráfico em casa, o responsável de um almoxarifado de hospital que desvia morfina etc. • A INFRAÇÃO TIVER SIDO COMETIDA NAS DEPENDÊNCIAS OU IMEDIAÇÕES DE ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS, DE ENSINO OU HOSPITALARES, DE SEDES DE ENTIDADES ESTUDANTIS, SOCIAIS, CULTURAIS, RECREATIVAS, ESPORTIVAS, OU BENEFICENTES, DE LOCAIS DE TRABALHO COLETIVO, DE RECINTOS ONDE SE REALIZEM ESPETÁCULOS OU DIVERSÕES DE QUALQUER NATUREZA, DE SERVIÇOS DE TRATAMENTO DE DEPENDENTES DE DROGAS OU DE REINSERÇÃO SOCIAL, DE UNIDADES MILITARES OU POLICIAIS OU EM TRANSPORTES PÚBLICOS (INCISO III): A enumeração dos locais em que ocorre a causa de aumento de pena é taxativa, ou seja, não é admitida a ampliação por analogia. Segundo o texto legal, caberá o aumento nos casos em que a infração for cometida nas dependências ou imediações de: 1. Estabelecimentos Prisionais; 2. Estabelecimentos de Ensino; 3. Estabelecimentos Hospitalares; 4. Sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes ; 5. Locais de Trabalho Coletivo; 6. Recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza; Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 7. Estabelecimento de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social; 8. Unidades militares ou policiais 9. Transportes públicos • O CRIME TIVER SIDO PRATICADO COM VIOLÊNCIA, GRAVE AMEAÇA, EMPREGO DE ARMA DE FOGO OU QUALQUER PROCESSO DE INTIMIDAÇÃO DIFUSA OU COLETIVA (INCISO IV): Em virtude de cada vez mais as atividades ligadas ao narcotráfico se valerem de violência física e de grave ameaça para a consecução de seus ilícitos, esta causa de aumento de pena visa reprimir de forma mais pesada tais atitudes. Ressalta-se que o dispositivo legal trata da violência física empregada contra a pessoa, não alcançando a violência contra “coisa” • SUAPRÁTICA ENVOLVER OU VISAR ATINGIR CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU A QUEM TENHA, POR QUALQUER MOTIVO, DIMINUÍDA OU SUPRIMIDA A CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E DETERMINAÇÃO (INCISO II): O agente que, no crime de tráfico, envolver ou visar crianças, adolescentes e pessoas detentoras de uma situação com capacidade de entendimento e determinação reduzida, também incidirá em causa de aumento de pena. ATENÇÃO!!! NA VIGÊNCIA DA LEI ANTERIOR (6.368/76), SE O AGENTE, NO CRIME DE TRÁFICO, ENVOLVESSE OU VISASSE IDOSOS, TAMBÉM INCIDIRIA EM UMA CAUSA DE AUMENTO DE PENA. PORÉM, TAL CAUSA DEIXOU DE EXISTIR COM A LEI NOVA. DESTA FORMA, CARO ALUNO, PERGUNTO: PODEMOS AFIRMAR QUE O DELITO PRATICADO CONTRA IDOSO NUNCA SERÁ ABRANGIDO POR UMA HIPÓTESE DE AUMENTO DE PENA? É CLARO QUE NÃO, POIS, POR EXEMPLO, SE O IDOSO TIVER SUA CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO E DETERMINAÇÃO REDUZIDA, ESTARÁ INCLUÍDO NESTE CASO. O QUE PODEMOS AFIRMAR É QUE NEM TODA OCORRÊNCIA ENVOLVENDO IDOSOS INCIDIRÁ EM CAUSA DE AUMENTO DE PENA. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO • O AGENTE FINANCIAR OU CUSTEAR A PRÁTICA DO CRIME. A ação do agente consistente em financiar ou custear a prática do crime demonstra um particular domínio seu sobre as operações do narcotráfico, além de facilitar a própria atividade, que não sobrevive sem financiamento. “Mas professor... Agora enrolou tudo... Qual a diferença entre a causa de aumento de pena que estamos analisando e o crime previsto no art. 36 que já estudamos?” Excelente pergunta... O art. 36 visa alcançar aquele que fica “por trás das cortinas”, financiando a conduta criminosa de terceiros. Atinge aquele que não atua diretamente no ilícito, mas financia o desempenho da atividade por outros. Já a causa de aumento de pena atinge aquele que desenvolve a atividade criminosa diretamente e, além disso, acrescenta valores. 1.6.9 DELAÇÃO PREMIADA Neste ponto trataremos da chamada delação premiada, instituto este importantíssimo dentro do nosso País. Vamos compreender: O legislador, consciente da necessidade de estimular a delação como uma forma de combater o crime organizado, premia o agente que “denuncia” seus comparsas com uma diminuição de pena. Esta ação já se encontra nos códigos brasileiros em diversos dispositivos, mas o legislador fez questão de incluí-lo na Lei de Drogas. Observe: Art.41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. (grifo nosso) Para que o benefício seja concedido, faz-se necessário o cumprimento de alguns requisitos. São eles: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 1.6.10 CIRCUNSTÂNCIAS PREPONDERANTES Circunstâncias preponderantes são requisitos usados no nosso sistema penal que auxiliam o Magistrado na mensuração da pena a ser aplicada ao agente infrator. A individualização da pena é preceito constitucional e, visando atender ao regramento da Carta Magna, preceitua a Lei nº. 11.343/06: Art.42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Do exposto, percebe-se que bastaria que o legislador fizesse consignar que, na análise das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, o juiz deveria considerar preponderantes a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente, pois nas circunstâncias do art. 59 já há previsões que enquadram as situações aqui expostas. Entretanto, ele preferiu ser mais específico e deixou claro que a natureza, ou seja, se é droga natural ou sintética, se causa dependência física ou psíquica, bem como a quantidade da substância devem ter especial destaque na fixação das penas cabíveis. 1.6.11 VEDAÇÃO DE BENEFÍCIOS 11 - - CCOOLLAABBOORRAAÇÇÃÃO O VVOOLLUUNNTTÁÁRRIIAA; ; EE 22 - - AAS S IINNFFOORRMMAAÇÇÕÕEES S PPAASSSSAADDAAS S PPEELLO O AAGGEENNTTE E NNEECCEESSSSAARRIIAAMMEENNTTEE DDEEVVEEMM IIMMPPLLIICCAAR R NNA A IIDDEENNTTIIFFIICCAAÇÇÃÃO O DDOOS S DDEEMMAAIIS S EENNVVOOLLVVIIDDOOS S NNOO CCRRIMEE, , BE M CCOMM O NN A RREECCUUPPERAÇÇÃà O DDE E AALLGUUM M PRRODDUUTT O DO DDEELLITOO (REECUUPERRAÇÃÃO O TOOTA L OO U PARCCIAL)).. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Sobre o tema “vedação de benefícios, prevê a Lei de Drogas, com amparo constitucional, que: Art.44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Vamos, a partir de agora, analisar as particularidades referentes a cada vedação prevista no supracitado dispositivo legal: 1. GRAÇA, ANISTIA E INDULTO Î Os crimes de tráfico ilícito não estão sujeitos a graça, anistia e indulto. Vimos este tema na nossa aula demonstrativa. Vamos relembrar: A Anistia significa o esquecimento de certas infrações penal. Como se exprime Aurélio Leal: a finalidade da anistia é o esquecimento do fato ou dos fatos criminosos que o poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não punir. Juridicamente os fatos deixam de existir; Passa-se uma esponja sobre eles. A graça e o indulto excluem a punibilidade, tendo o primeiro instituto caráter individual e o segundo caráter coletivo. 2. LIBERDADE PROVISÓRIA Î Embora haja intensa discussão quanto a este ponto, o entendimento que deve ser levado para a sua PROVA é o do STF segundo o qual: DDIICCIIOONNÁÁRRIIOO DDOO CCOONNCCUURRSSEEIIRROO SURRSSIISS É UM INSTITUTO DE DIREITO PENAL COM A FINALIDADE DE PERMITIR QUE O CONDENADO NÃO SE SUJEITE À EXECUÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DE PEQUENA DURAÇÃO, OU SEJA, PERMITE QUE, MESMO CONDENADA, UMA PESSOA NÃO FIQUE NA CADEIA. SE O JUIZ, POR EXEMPLO, DEFINE O PRAZO DE DOIS ANOS PARA O SURSIS, O CONDENADO FICARÁ DURANTE ESSE PERÍODO EM OBSERVAÇÃO. SE NÃO PRATICAR NOVA INFRAÇÃO PENAL E CUMPRIR AS DETERMINAÇÕES IMPOSTAS PELO JUIZ, ESTE, AO FINAL DO PERÍODO DE PROVA, DETERMINARÁ O FIM DA PENA.Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO STJ – HC 161.806/MG – DJ 27.05.2010 1. O art. 2o., II da Lei 8.072/90 que trata da negativa de concessão de fiança aos acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados, não contraria a ordem constitucional, pelo contrário, deriva do próprio texto constitucional (art. 5o., inciso XLIII), que impõe a inafiançabilidade das referidas infrações penais. Precedentes. 2. A vedação de concessão de liberdade provisória, na hipótese de acusados da prática de tráfico ilícito de entorpecentes, encontra amparo no art. 44 da Lei 11.343/06 (nova Lei de Drogas), que é norma especial em relação ao parágrafo único do art. 310 do CPP e à Lei de Crimes Hediondos, com a nova redação dada pela Lei 11.464/07. Referida vedação legal é, portanto, razão idônea e suficiente para o indeferimento da benesse, de sorte que prescinde de maiores digressões a decisão que indefere o pedido de liberdade provisória, nestes casos. Entenda: Segundo a atual redação do art. 2º da lei nº 8.072/90, não é mais vedado ao autor de crime hediondo ou equiparado a obtenção da liberdade provisória sem fiança. Apesar disso, a citada norma proíbe concessão de fiança para os delitos relacionados com o tráfico de drogas. O STF, de maneira coerente decidiu que continua em vigor a proibição de concessão de liberdade provisória para os autores de crimes hediondos e equiparados, haja vista a proibição emanar da própria constituição (art. 5º, XLIII). Segundo o STF, inconstitucional seria a legislação ordinária que viesse a conceder liberdade provisória a delitos em relação aos quais a Constituição Federal veda a fiança (STF, HC nº 93.940/SE, DJ 06.05.2008). No que tange especificamente ao art. 44, o STJ já se pronunciou da seguinte forma: STF, HC 102.364/SP, DJ 25.05.2010 A vedação à liberdade provisória para o delito de tráfico de drogas advém da própria Constituição,a qual prevê a sua inafiançabilidade (art. 5º, XLIII). A Lei nº 11.343/06 veda, em seu art. 44, a concessão de liberdade provisória. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 3. CONVERSÃO DAS PENAS EM RESTRITIVA DE DIREITOS Î Este também é um tema bem controvertido, todavia, o entendimento atual apresentado pelos Tribunais (informativo 579 do STF e 427 do STJ) é pelo CABIMENTO da conversão. Observe o texto do informativo 579 que elucida bem a questão: 1.6.12 LIVRAMENTO CONDICIONAL O livramento condicional consiste na antecipação da liberdade ao condenado que cumpre pena privativa de liberdade, desde que cumpridas determinadas condições durante certo tempo. Serve como estímulo à reintegração na sociedade daquele que aparenta ter experimentado uma suficiente regeneração. STF, INFORMATIVO 579, 15 a 19 de março de 2010 O STF iniciou julgamento de habeas corpus, afetado ao Pleno pela 1ª Turma, em que condenado à pena de 1 ano e 8 meses de reclusão pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes (Lei 11.343/2006, art. 33, § 4º) questiona a constitucionalidade da vedação abstrata da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos disposta no art. 44 da citada Lei de Drogas (“Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.”). Sustenta a impetração que a proibição, no caso de tráfico de entorpecentes, da substituição pretendida ofende as garantias da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI), bem como aquelas constantes dos incisos XXXV e LIV do mesmo preceito constitucional — v. Informativo 560. O Min. Ayres Britto, relator, concedeu parcialmente a ordem e declarou incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do citado § 4º do art. 33, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44, ambos dispositivos da Lei 11.343/2006. (STF, HC 97256/RS, rel. Min. Ayres Britto, 18.3.2010). Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Traduz-se na última etapa do cumprimento da pena privativa de liberdade no sistema progressivo, representando uma transição entre o cárcere e a vida livre. A lei nº 11.343/06 dispõe sobre o livramento condicional da seguinte forma: Art.44 [...] Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar- se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. O parágrafo único deste art. 44 está quase que em plena consonância com o art. 83 do Código Penal, o qual, versando sobre o mesmo tema, estabelece em seu inciso V que: Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: [...] V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. O diferencial é que o Código Penal exige o cumprimento de “MAIS DE 2/3”, enquanto a Lei de Drogas estabelece ser necessário o cumprimento de “2/3”. 1.6.13 ISENÇÃO DE PENA Caro(a) aluno(a), você já percebeu no decorrer da aula que o principal objetivo dessa lei é, basicamente, punir severamente quem incide no crime de tráfico ilícito e amparar aqueles que estão no uso e dependência das drogas. Neste mesmo sentido, prevê o art. 45: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art.45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Do supra-exposto dispositivo legal, podemos resumir: CAUSAS DE ISENÇÃO DE PENA 1. QUANDO O RÉU, EM RAZÃO DE DEPENDÊNCIA, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. 2. SE O RÉU, POR ESTAR SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA, PROVENIENTE DE CASO FORTUITO, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. 3. QUANDO O RÉU, POR ESTAR SOB EFEITO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OUQUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA PROVENIENTE DE FORÇA MAIOR, ERA, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO CRIMINOSA, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. Nas três hipóteses acima, caso seja pericialmente comprovada a inimputabilidade do réu, qualquer que tenha sido o crime cometido regido pela Lei de Drogas, o juiz deverá absolvê-lo e submetê-lo a tratamento médico. ************************************************************ Futuros Policiais Federais, Aqui encerramos a parte predominantemente penal da Lei nº 11.343/2006. A partir de agora adentraremos nos aspectos procedimentais da norma legal. Sendo assim, respire fundo, recarregue as energias e vamos em frente!!! Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 1.7 PROCEDIMENTO PENAL 1.7.1 INTRODUÇÃO A partir de agora, trataremos da parte da Lei nº 11.343/06 que determina as etapas e procedimentos relativos aos processos cabíveis aos crimes nela tipificados. Em seu primeiro artigo referente a este título, o legislador determina claramente que o procedimento relativo aos crimes previstos na Lei de Drogas será regido por normas processuais diferenciadas encontradas em seu próprio texto. Deixa claro também que, excepcionalmente, nos casos em que a Lei nº 11.343/06 for omissa, a lacuna será suprida pelo preconizado no Código Processual Penal (CPP) e na Lei de Execução Penal (LEP). Observe o texto legal: Art.48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal Para que você possa compreender bem essa parte da lei em estudo, deve ter em mente que, no caso dos procedimentos penais, dois ritos distintos regem os tipos penais previstos: 1. RITO PREVISTO PARA AS INFRAÇÕES PREVISTAS NOS ARTS. 28, CAPUT E § 1°, 33, § 3° E 38 Î Como são infrações de menor potencial ofensivo, devem ser processadas pelo rito SUMARÍSSIMO dos Juizados Especiais Criminais. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: [...] § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. Art. 33 [...] § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Relembrando: O que são crimes de menor potencial ofensivo? 2. RITO PARA OS CRIMES DISPOSTOS NOS ARTS. 33, CAPUT E § § 1° E 2°, 34, 35, 36, 37, 39, PARÁGRAFO ÚNICO, QUE SE REFEREM AOS CRIMES DE TRÁFICO, CULTIVO, AUXÍLIO, MAQUINÁRIOS, ASSOCIAÇÃO, FINANCIAMENTO, COLABORAÇÃO E CONDUÇÃO DE VEÍCULO MARÍTIMO OU AÉREO, NAS FORMAS SIMPLES E QUALIFICADA Î Será aplicado o procedimento especial previsto na própria lei aqui estudada (art. 50 a 59), com utilização subsidiária do rito comum do Código de Processo Penal. Neste ponto deve haver uma grande atenção!!! CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO CONHECER PARA ENTENDER O procedimento no caso das infrações não ligadas ao tráfico, e, portanto, com menor potencial ofensivo, passou a ser o sumaríssimo, ou seja, procedimento preponderantemente informal, consensual e oral, devendo ser processadas pelo rito dos Juizados Especiais Criminais. O acusado, se estiver presente à audiência, já sairá dali citado e intimado da data da audiência de instrução e julgamento. Os recursos têm 05 dias para serem interpostos e a apelação com prazo de 10 dias e por escrito, já com as razões, que será julgada por Turma Recursal, composta por três juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição. Como você pode ver, rápido e simples! Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 1.7.2 PRISÃO EM FLAGRANTE Como você deve estar notando ao analisar esta Lei, fica claro o interesse em separar usuários e dependentes dos traficantes de drogas. “Mas professor, você já repetiu isso mais de 1000 vezes!!!”...Sim, e daqui a pouco vou repetir de novo para que você não esqueça!!! O legislador se preocupou em afastar, ao máximo, o usuário das Delegacias de Polícia, evitando-se estigmatiza-lo, estando esta concepção totalmente em sintonia com o espírito que permeia toda a Lei, ou seja, separar o usuário do traficante, tratando-os de maneira totalmente diversa. Dentro desse contexto, vamos ver agora como fica o usuário detido em flagrante. Pela Lei, não se lavrará auto de prisão em flagrante para usuário apreendido com drogas. No seu lugar, deverá ser elaborado termo circunstanciado, que nada mais é do que um relato do fato tido como de menor potencial ofensivo, constando os elementos para uma compreensão do ocorrido. Observe: Art.48 [...] § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. É claro que uma vez sendo mantida a criminalização das condutas de adquirir, guardar, transportar, ter em depósito e trazer consigo drogas, ou ainda, semear, cultivar ou colher plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de droga, não há proibição a que se realize a apreensão ou detenção do agente que estiver em situação de flagrante, estando, entretanto, VVEEDDAADDAA a sua prisão em flagrante, no sentido de “REECOOLHHIIMEENNTT O À PPRRIISSÃO”. Assim, apreendido o agente e a droga, o condutor deverá apresentá-lo imediatamente ao juízo competente. Art. 48 [...] Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO § 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. Quando a autoridade judicial estiverausente, a autoridade policial, no local em que se encontrar, deverá lavrar termo circunstanciado sobre o comparecimento ao juízo competente e também deverá providenciar as requisições dos exames e perícias necessários. É importante ressaltar que este parágrafo não atribui novas competências à autoridade policial, muito menos atribui poderes exclusivos das autoridades judiciárias, simplesmente impede a inércia policial. Terminados os procedimentos acima, o agente deve passar por exame de corpo delito, se assim o desejar ou se alegar ter sofrido alguma violência ou, ainda, se quaisquer das autoridades citadas suspeitarem de violência não alegada. Em seguida, após o exame, o agente será liberado. Mas e nos demais casos não enquadrados no artigo 28? Nos outros casos, o artigo 50 da lei define o rito procedimental a ser seguido no caso de flagrante. Observe: Art.50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. A lei nº 11.343/06, embasada em regra constitucional, leciona que o Juiz competente deverá ser imediatamente comunicado da prisão e o auto (documento com todos os depoimentos e assinaturas) deverá ser remetido ao Magistrado no prazo de 24 horas. Recebido o auto, deve ser este disponibilizado para vistas ao Ministério Público. Mas quem é o responsável pela confecção do auto e comunicação ao Juiz? Observe que o art. 50 utiliza a expressão “autoridade de polícia judiciária”. Vamos compreender: A polícia exerce dois tipos de funções distintas: a administrativa ou de segurança e a judiciária. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO A primeira tem um caráter preventivo, garantindo a ordem pública e impedindo a prática de fatos que possam por em perigo os bens individuais ou coletivos. A segunda tem caráter repressivo, e tem como função recolher elementos que elucidem uma infração penal logo após ela acontecer, para que possa ser instaurada a competente ação penal contra os autores de fato. Como a Carta Magna determina que somente a Polícia Federal e a Polícia Civil exercem a função de polícia judiciária da União e do Estado, a Lei de Drogas apenas explicitou a idéia já contida na Constituição, impedindo, assim, a Polícia Militar de, por exemplo, lavrar um auto de prisão em flagrante. Ainda sobre o flagrante, para a lavratura do auto de prisão e estabelecimento do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga. A lei determina ainda que, caso não haja no momento da lavratura um “especialista” no assunto, o laudo poderá ser realizado por “pessoa idônea”. Art. 50 [...] § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 1.7.3 PROTEÇÃO A TESTEMUNHAS Todos nós sabemos que é de suma importância a participação de testemunhas no combate ao tráfico ilícito de drogas. No entanto, sabemos também que esses crimes normalmente são praticados por grupos que se impõem perante a sociedade através da força e da intimidação e que a simples omissão de endereço ou mudança de hábitos não são medidas capazes de garantir segurança a uma testemunha. Desta forma, a lei, no artigo 49, tenta ampliar as garantias aplicáveis àqueles que se prestem a testemunhar. Veja: Art.49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999 A Lei de Drogas estabelece que se empreguem os instrumentos protetivos previstos na Lei 9.807/99, aplicando-se à testemunha de qualquer delito, especificando as medidas para proteção à vítima e à testemunha, bem como aos seus familiares e dependentes. 1.7.4 PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL O inquérito policial tem o escopo de fornecer ao legitimado ativo (Ministério Público, caso a ação seja pública; ou o particular, caso a ação seja privada) elementos idôneos para que a parte possa oferecer a denúncia ou a queixa. A nova legislação antitóxico, seguindo a tradição das leis 6.376/76 e 10.409/02, apresenta prazos diferentes dos existentes no art. 10 do Código de Processo Penal para a conclusão dos inquéritos policiais. Par que isto fique claro, observe o artigo 10 do CPP e logo em seguida o Art. 51 da Lei nº. 11.343/2006: Art. 10 - O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia CONHECER PARA ENTENDER - LEI 9.807/99 A lei 9.807/99 estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, institui o “Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas” e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal. Veja o Art. 1º da referida lei: Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trina) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. Assim, de forma coerente com o princípio da razoabilidade, a lei nº 11.343/06 prevê o prazo de 30 dias (três vezes superior ao CPP) para o fim do inquérito, estando o indiciado preso, e o prazo de 90 dias (também três vezes o do CPP) para o término do instrumento investigatório, estando o investigado solto. É importante ressaltar que tais prazos comportam prorrogação. Para ocorrer a prorrogação, pelo juiz, do prazo para conclusão do inquérito policial, deve haver o requerimento da autoridade policial judiciária e, alémdisso, deve ser ouvido o Ministério Público. Assim podemos resumir: O art.52 define procedimentos a serem realizados após o término do prazo previsto no artigo anterior. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL: 1. INDICIADO PRESO Î 30 DIAS + 30 DIAS. 2. INDICIADO SOLTO Î 90 DIAS + 90 DIAS. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias. A autoridade de polícia judiciária deve, ao remeter os autos do inquérito ao Juiz, preencher todos os itens que constam nos incisos do artigo supracitado, já que são necessários para um perfeito entendimento do juiz. Dito isto, podemos resumir: NNOO S AAUUTT O DDO O INQQUUÉRRITTO O A A AAUUTOORIIDDADD E DDEEVVEE: 1. JUSTIFICAR AS RAZÕES QUE A LEVARAM A CLASSIFICAR O DELITO NO TIPO APONTADO. 2. RELATAR SUMARIAMENTE AS CIRCUNSTÂNCIAS DO FATO. 3. INDICAR A QUANTIDADE E A NATUREZA DA SUBSTÂNCIA APREENDIDA. 4. INDICAR O LOCAL E AS CONDIÇÕES DA AÇÃO CRIMINOSA. 5. INDICAR AS CIRCUNSTÂNCIAS DA PRISÃO. 6. INFORMAR SOBRE A CONDUTA DO INDICIADO. 7. INFORMAR A QUALIFICAÇÃO DO INDICIADO. 8. INFORMAR SOBRE OS ANTECEDENTES DO INDICIADO. Caso, após o inquérito, ainda fique alguma dúvida sobre a ação ilícita, poderá ocorrer o requerimento de diligências complementares para se esclarecer fatos, sem alterar a remessa dos autos. O resultado dessas diligências deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Observe: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Art. 52 [...] Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares: I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento; II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento AS DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES NÃO IMPEDEM A REMESSA DOS AUTOS. 1.7.5 PROCEDIMENTOS INVESTIGATÓRIOS ESPECIAIS A fim de tornar mais eficiente o processo de investigação dos crimes previstos na lei nº 11.343/06, foram definidos alguns procedimentos investigatórios especiais. Estes podem ser implementados, desde que com autorização judicial e ouvido o MP. O art. 53 traz nos seus incisos os tipos de procedimentos cabíveis que veremos a seguir. Art.53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. Analisando: • A INFILTRAÇÃO DE AGENTES POLICIAIS, que consiste em uma técnica de investigação através da qual um ou mais agentes da polícia são infiltrados em grupos, organizações criminosas ou mesmo perante pessoas isoladamente consideradas. • A ENTREGA VIGIADA OU REPASSE CONTROLADO, que consiste em autorizar que os policiais deixem de agir ou de autuar em flagrante o suspeito e apreender as drogas, com a finalidade de identificar e responsabilizar as demais pessoas envolvidas na respectiva operação de tráfico e distribuição. Temos aí o caso de FLAGRANTE PRORROGADO OU RETARDADO. A autorização para esse caso só é dada quando são conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. 1.7.6 INSTRUÇÃO CRIMINAL A instrução criminal é o rito processual propriamente dito, e vamos analisá- la da forma mais simples possível para um perfeito entendimento e fixação. Por ser uma matéria muito extensa, e com itens sem importância, vamos nos deter aos pontos realmente relevantes e importantes para a sua PROVA. Iniciaremos com a análise do artigo 54: Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar- se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: I - requerer o arquivamento; II - requisitar as diligências que entender necessárias; III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Nesse artigo, o legislador expõe de forma clara as principais formas de o Ministério Público receber as informações sobre crimes vinculados ao narcotráfico: 1 – INQUÉRITO POLICIAL Î FORMA MAIS TRADICIONAL; 2 - INQUÉRITOS PROVENIENTES DE COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO; 3 – PEÇAS DE INFORMAÇÕES PRODUZIDAS DE FORMA LÍCITA. Após o recebimento dos autos, diferentemente do previsto no CPP, o Ministério Público terá o prazo de 10 dias (independentemente de o indiciado encontrar-se solto ou preso) para adotar uma das seguintes providências: 1 – SOLICITAR O ARQUIVAMENTOÎ É REQUERIDO, POR EXEMPLO, QUANDO NÃO HÁ JUSTA CAUSA PARA A RESPECTIVA AÇÃO PENAL, PELA INEXISTÊNCIA DE TIPICIDADE, PELA NÃO IDENTIFICAÇÃO DA AUTORIA OU QUANDO OCORRER ALGUMA CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 2 – SOLICITAR NOVAS DILIGÊNCIASÎ SÃOREQUISITADAS QUANDO NÃO HÁ ELEMENTOS SUFICIENTES PARA A APRESENTAÇÃO DA DENÚNCIA. 3- DETERMINAR A INSTAURAÇÃO DA AÇÃO PENAL PÚBLICA (DENÚNCIA)Î OCORRE QUANDO O ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO SE CONVENCE DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA OU PARTICIPAÇÃO. PODEMOS ESQUEMATIZAR: INQUÉRITO POLICIAL CPI PEÇAS LÍCITAS ARQUIVAMENTO NOOVAASS DDIILIGÊNNCCIIAAS DENÚNCIA Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 1.7.7 DEFESA PRÉVIA Visando diminuir o número de processos existentes e assim garantir a celeridade do sistema judiciário, o legislador, seguindo procedimento adotado em diversos países, garante através do art. 55 da lei nº 11.343/06 uma filtragem das ações penais propostas. Observe a norma: Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. [...] § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. Essa defesa preliminar tem por finalidade possibilitar ao Juiz a rejeição da denúncia apresentada. Assim, para determinados casos, não precisará o magistrado dar início ao processo. Nesta fase, devem ser arroladas testemunhas (até 05) e requeridas provas. É importante saber que a omissão em arrolar testemunhas ou requerer provas dá ensejo à preclusão de tal direito, entretanto, a autoridade judiciária, caso considere necessário, poderá permitir a produção das provas. § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. Mas e se o indivíduo não apresentar a defesa? Aplica-se o parágrafo 3º da Lei de Drogas: § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. E se for apresentada? Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. As decisões cabíveis são: 1.7.8 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA Quando for recebida a denúncia, o Juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento (AIJ), que é a fase mais importante de todo o processo. Também determinará a citação dos acusados, seguindo os princípios do devido processo legal e do contraditório, e determinará a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais. A Lei determina em seu art. 56, §1°, que, no caso de o agente ser funcionário público, o juiz poderá decretar o afastamento de suas atividades para os delitos relacionados com tráfico de drogas. Veja: Art.56[...] §1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts.33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo. Receber a Denúncia Determinar Novas Diligências Rejeitar a Denúncia 055 DDIAASS Vou apresentar minha defesa! O que vou fazer com essa defesa? Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Trata-se de uma medida cautelar já tradicional no processo penal brasileiro, decorrente da preservação do princípio da moralidade, que pode ser praticada de ofício pelo juiz ou, também, por provocação do Ministério Público. OBSERVAÇÃO Î Não se aceita Recurso, nem Habeas Corpus e nem Mandado de Segurança contra a imposição do afastamento, só em caso de presença de ilegalidade. 1.7.9 OBRIGATORIEDADE DO RECOLHIMENTO Á PRISÃO PARA APELAR? Observe o texto legal: Art.59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. De acordo com o artigo em questão, ao ocorrer um crime de tráfico ilícito, a única hipótese da prisão cautelar não acontecer é quando a sentença condenatória de 1ª instância reconhecer que o réu é primário e tem bons antecedentes. ENTRETANTO, esta regra, segundo a jurisprudência, não tem mais aplicabilidade. Segundo o STF, a regra que proíbe a possibilidade de apelar de sua condenação sem recolher-se à prisão é incompatível com a Constituição Federal atual. O argumento levou a corte, inclusive, a afastar a vigência do artigo 595 do Código de Processo Penal. 1.7.10 CONSOLIDAÇÃO DAS REGRAS PROCEDIMENTAIS Caro(a) aluno(a), neste tópico consolidaremos o que já vimos e apresentaremos os últimos aspectos procedimentais. São diversas regras e, a fim de tornar mais fácil seu entendimento, vou apresentá-las da seguinte forma: Inicialmente trarei a reprodução dos artigos, incisos e parágrafos que, pela importância, não podem deixar de ser lidos. Posteriormente, apresentarei um esquema com o rito procedimental completo. Você verá que iniciaremos com o já visto artigo 55. Isto é para que possamos manter a linha de raciocínio. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 34 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Assim, entendendo o gráfico, você estará compreendendo o texto legal e, consequentemente, não errará na sua PROVA. Dito isto, vamos em frente. Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. § 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. § 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. § 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. § 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. § 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência deinstrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais. § 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo. § 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. Agora vamos esquematizar e realmente consolidar os supracitados dispositivos: Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 35 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO INQQUÉÉRIITO PPOLLICIALL 30 DIAS SÎÎ IINVVESSTIIGGADDO PRREESO 90 DIAS SÎÎ IINVVESSTIIGGADDO SSOOLLTTOO PPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE DDEE PPRORROGAÇÃOO ARQQUIIVAAMENTO DEVVOLUUÇÇà O PARAA DDIILLIIGGÊÊNNCCIIAASS DEENÚÚNCIA DDILLIGÊNNCIAS SSUUPPLLEEMMEENNTTAARREESS NNOOTTIIFFIICCAAÇÇÃÃO O DDOO DDEENNUUNNCCIIAADDO O PPAARRAA DEFFESS A PRREELIMINARR DEFFESS A PRREELIMINARR PPRRAAZZOO: : 110 0 DDIIAASS AAPPRREESSEENNTTAARR DDEEFFEESSAA,, ARGGÜI IRR EEXCCEÇÇÕÕEES, , SSUSSCITAR NULIDADEE S, REQQUUEEREER PPRODUÇà ÃO D DE PPRROVVAS CCONNSTTITUUIÇÇà O DE AADVOGA DO OU NOMEEAÇÇÃÃO DDEE U UMM DDEEFFEENNSSOOR R DDAATTIIVVOO DDECCIISSà O DE E REJEIIÇÇÃà O DDA DDEENNÚÚNNCCIIAA DDEECCIISSÃÃO O DDE E RREECCEEBBIIMMEENNT TOO DDAA DDENNÚÚNCIIA CCAAS SOO IIMMPPRREESSCCIINNDDÍÍVVEEL L EEM M 1100 DDIIAAS S SSEERRÁÁ:: 1-APPRRESSENNTAAD O O PPRRESSO 2-RREAALIIZADAAS S DIILIGÊÊNCCIAAS 33--EEXXAAMMEES S EE PPEERRÍÍCCIIAASS AAFASTAAMMEN TOO CCAAUTELLAR SSE FFUUNNCCIIOONNÁÁRRI IOO PPÚÚBBLLIICCOO REEQUISIIÇÇÃà O DE LAUDDOOS S PERRICIAIS DESIIGGNAAÇÇ ÃO DE AUDIIÊÊNCIIA((AIJ ) E CCIITTAÇÇÃO REALIIZZAÇÇà O DDA AAIJJ AAIJ JÎÎ 30 DIAS SÎÎ RREEGRAA AAIIJ JÎÎ 9 900 DDIIAAS SÎÎ E EMM CCAAS SOO D DEE EEXXAAMMEE DDEE DDEEPEENDÊÊNCIIAA 1 - INTTERRROGAATÓÓRIIOO 2 - IINNQQUUIIRRIÇÇà O DAS TTEESSTTEEMMUUNNHHAAS S DDEE AACUSAÇÃO O E DEFESSA 3 - DDEBBATTES S ORAIIS 4 – SENNTEENÇAA (IIMEDDIIAATA A OOU U EE M 1 0 DIAS)) Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 36 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO 1.8 APREENSÃO E DESTINAÇÃO DOS BENS 1.8.1 APREENSÃO DO PRODUTO OU PROVEITO DOS CRIMES O artigo 60 e seus §§ tratam das medidas cautelares patrimoniais, fazendo uma extensão aos dispositivos do Código Processual Penal, que são o seqüestro (arts 125 a 132 do CPP), a especialização de hipoteca legal (arts. 134 a 136 do CPP) e o arresto (art. 137 do CPP). Art.60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. Neste artigo, o que importa para a sua PROVA é que fica determinado que a autoridade judiciária poderá decretar a apreensão ou o seqüestro dos produtos ou bens que constituam proveito dos crimes tipificados na Lei de Drogas. A ordem poderá ser dada de ofício, a requerimento do Ministério Público ou diante de representação da autoridade policial. 1.8.2 UTILIZAÇÃO DO PRODUTO OU PROVEITO DO CRIME O artigo 61 traz disposições pertinentes à destinação dos bens apreendidos ou seqüestrados que constituam produto ou proveito dos crimes previstos pela Lei. Art.61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. Prof: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 37 CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO ESPECIAL – TEORIA E EXERCÍCIOS PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR PEDRO IVO Os bens apreendidos poderão ser cedidos a qualquer órgão ou entidade que atue na prevenção do uso indevido de drogas, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas. Como você pode ver, trata-se de medida que pode contribuir na estruturação material de entidades de apoio. Podemos ver no diagrama como deve funcionar o procedimento: Vale citar que antes da Lei de Drogas as disposições específicas sobre os produtos do crime seguiam as normas gerais do CPP, quanto à apreensão e ao seqüestro, e do Código Penal quanto ao perdimento, ou seja, não havia previsão de sua utilização por órgãos ou entidades na pendência da ação penal. Nesta linha, a originalidade do art.61 está em ampliar as hipóteses previstas para alcançar também a utilização dos produtos e proveitos auferidos com o crime. Com isso, atendeu plenamente à disposição constitucional que determina o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas. Não havendo prejuízo para a produção da prova. Comprovado interesse público ou social. JUIZ Ministério Público SENAD Utilização pelos órgãos ou pelas entidades que atuam contra as drogas Finalidade Vinculada (uso dos bens exclusivamente no
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