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Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Filosofia Curso de Graduação em Filosofia – EAD Lógica I — Lista de Exercícios 1 — dependência (Data de entrega: 16.09.2013) Considere os argumentos apresentados na lista abaixo. Cada um deles ou é válido, ou comete uma falácia bem conhecida. Para cada um deles, diga, então, se ele é válido, ou diga o nome da falácia que está sendo cometida. (1) Se você deixar cair uma pena do alto de um edifício de dez andares, ela flutuará lentamente até o chão. Portanto, se você deixar cair um travesseiro de penas do alto de um edifício de dez andares, ele flutuará lentamente até o chão. R: COMPOSIÇÃO. O argumento toma uma propriedade que vale para uma parte (uma pena, que flutua até o chão) e aplica isso a um todo (um travesseiro de penas, que é um conjunto de penas). (2) Uma vez que é errado trair os amigos, João não deveria ter admitido à polícia que foi seu amigo José quem cometeu o assassinato. R: ACIDENTE. “É errado trair os amigos” é uma regra geral. Em geral não se deve trair os amigos. Mas o argumento aplica essa regra a um caso excepcional. (3) Uma vez que os defensores da ajuda econômica não conseguem mostrar onde esse programa fez amigos para os Estados Unidos no Paquistão, podemos ape- nas concluir que não fez nenhum. R: AD IGNORANTIAM. O argumento parte da falta de evidência de que o pro- grama de ajuda econômica tenha feito amigos para os Estados Unidos no Pa- quistão, para concluir que há evidência de que não fez. (4) Todas as ações humanas são eventos, e todo evento tem causa. Nenhum evento que tenha causa pode ser uma manifestação de livre-arbítrio. Portanto, ne- nhuma ação humana pode ser uma manifestação de livre-arbítrio. R: ARGUMENTO VÁLIDO. (5) A política externa norte-americana com relação à China certamente estava equi- vocada, pois Shirley MacLaine, a conhecida atriz, disse, na época, que tinha várias dúvidas a respeito dela. R: APELO À AUTORIDADE. A conclusão está sendo justificada apenas porque Shirley MacLaine afirmou tal coisa. (6) Você sabe que Deus é justo e benevolente, porque Deus é Deus e não pode ser injusto ou não benevolente. R: PETIÇÃO DE PRINCÍPIO. A conclusão é de que Deus é justo e benevolente, e a razão para isso é que ele não pode ser injusto ou não benevolente. A conclusão apenas repete a premissa. (7) Algumas pessoas descobriram que ficar meia hora por dia de ponta-cabeça as ajuda a ficarem mais alertas e pensar mais claramente. Portanto, ficar de ponta- cabeça trinta minutos por dia é algo que todos devemos praticar. R: GENERALIZAÇÃO APRESSADA. Do fato de que ficar de ponta-cabeça funciona para algumas pessoas não se segue que seja algo que funcione para todas elas. (8) Não vou mais lavar o carro, pois chove toda fez que eu faço isso. R: FALSA CAUSA. A conexão estabelecida é que lavar o carro faz chover. (9) Encanadores são geralmente homens, assim, bons encanadores são geralmente bons homens. R: EQUÍVOCO. ‘Bom’ é um termo relativo: aplicado a encanadores significa uma coisa, a homens de modo geral, outra. (10) Multidões agem, em geral, de modo irracional. Como multidões são simples- mente um grande grupo de indivíduos, podemos concluir que os indivíduos agem, em geral, de modo irracional. R: DIVISÃO. Parte-se da propriedade de um todo (uma multidão) para aplicá- la a seus elementos (os indivíduos). (11) Disse um certo político: “Meu adversário está me acusando de que o financia- mento da minha campanha não foi feito de forma legal. Em resposta a isso, quero deixar claro para todos que todos os fundos que meu adversário obteve para a sua campanha foram obtidos ilegalmente.” R: ARGUMENTO CONTRA O HOMEM. Em vez de argumentar que sua campanha não foi financiada ilegalmente, o político ataca o adversário. (12) Não há cidade paranaense que não fique na Bahia, e todas as cidades que ficam na Bahia pertencem ao estado de São Paulo. Assim, Florianópolis pertence ao estado de São Paulo, uma vez que é uma cidade paranaense. R: ARGUMENTO VÁLIDO.
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