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TRABALHO DE PENAL

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6º Período – I Avaliação – 0a 10,0 pontos – Data: 16/03/2016 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E AS MISERIAS DO PROCESSO PENAL
 Esse texto aborda os princípios fundamentais que irrigam nosso assunto princípios processuais penais e as misérias do processo penal, muitos desses princípios respaldado na Constituição da República, onde os mesmos devem ser sinônimos de garantia aos imputados contra arbitrariedades estatais, sem perder de vista a existência real da prestação jurisdicional. . Com relação ao Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 343, segundo a qual “É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar”. Entretanto, contrariando a sua própria jurisprudência, o Supremo Tribunal Federal acabou se manifestando novamente sobre a matéria, gerando a Súmula Vinculante 5, segundo a qual “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”, o que acabou por originar a proposta de cancelamento da referida súmula, apresentada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, perante o Supremo Tribunal Federal.
 Portanto se o preso encontrar-se em outra comarca, far-se-á a citação por meio de carta precatória e não mais mediante a cômoda requisição. A partir da inovação trazida pela Lei n. 10.792/2003, não tem mais sentido a Súmula 351 do STF, segundo a qual “é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”. Isto porque referido entendimento sumular sugere a possibilidade de citação editalícia dos réus presos em outras unidades da Federação, que não aquela do juízo processante, o que é inadmissível e não se coaduna com o espírito da nova Lei, a qual exige, sempre que possível, a citação pessoal.
 O art.5º, inc. LIV, da CF assegura que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
 O denunciado é acusado e os princípios da ampla defesa e do contraditório aplicam-se aos acusados em geral. Ocorre que o art. 296 do Código de Processo Civil, com a nova redação determinada pela Lei n. 8.952, de 13 de dezembro de 1994, passou a dispor que, no caso de apelação contra o indeferimento da petição inicial, o réu não deve mais ser intimado a oferecer contrarrazões. Desse modo, para quem sustentava a aplicação analógica da legislação processual civil, não mais será possível admitir contrarrazões. Em que pese embora a alteração promovida pela referida lei ao Código de Processo Civil, o STF firmou entendimento, através da Súmula 707 do STF, no sentido de que: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. Sobre leva, portanto, o princípio do contraditório e da ampla defesa.
 Súmula 708: “É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”.
 Na normativa internacional, podemos citar o Pacto de San Jose da Costa Rica, artigo 8. nº2,menciona sobre as garantias judiciais, onde diz que durante o processo o acusado tem direito, em plena igualdade e outras garantias mínimas, que para a concessão do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa, o art.2º §2º diz que o advogado é indispensável, contribuindo na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador
. O direito à ampla defesa está previsto na Constituição Federal de 1988 no seu artigo 5º, inciso LV: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
 A existência desta proteção constitucional nos leva a crer que qualquer pessoa ofendida, utilizando-se dos meios e recursos peculiares, terá o direito de se defender. 
 Porém toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. O Art. 34, inc. XII da Lei nº8.906/94 Constitui a infração disciplinar se o advogado recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública.
 De acordo com a Constituição Federal, é reconhecida a instituição do júri garantido o sigilo das votações (art. 5º, XXXVIII, “b”, CF/88). Com o sigilo, busca-se a imparcialidade do voto e que seja proferido de acordo com a íntima convicção do jurado.
 Portanto, diante de uma ponderação de princípios, entende-se que não há qualquer inconstitucionalidade da sala secreta, tendo em vista seus objetivos, quais sejam: resguardar o cidadão para que possa proferir um veredito imparcial.
. Observamos que Francesco Carnelutti, em sua obra descreve sua vivencia expressando a dificuldade em defender os direitos dos acusados que merecem o contraditório tanto como qualquer outro homem. Há apreciação e crítica às principais ideias explanadas na obra, correlacionando-as com o Código Penal brasileiro e seu respectivo processo, além da realidade social e carcerária do país.
 Carnelutti assegura que o juiz para ser diferenciado do Promotor, do Advogado de defesa, do Defensor e demais serventuários do Poder Judiciário, deve estar previamente togado, traje este que lhe confere um simbolismo de autoridade, fazendo jus a algumas premissas processuais quanto ao aspecto do réu. “A toga, verdadeiramente, como a veste militar, desune e une; separa os magistrados e advogados dos delinquentes, para uni-los entre si. Esta união, observamos bem, tem altíssimo valor” (CARNELUTTI, pág. 18).
 Logo percebemos as restrições aos princípios constitucionais da isonomia, do contraditório e da ampla defesa, os quais compõem o chamado “devido processo legal”. Também, verificamos que a dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca do ser humano, irrenunciável e inalienável, que deve ser respeitada e protegida. O princípio da dignidade da pessoa humana constitui o reduto intangível de cada indivíduo. 
 O processo é um dos instrumentos mais positivos do mundo jurídico, inclusive, podemos dizer que o direito processual constitui um dos ramos mais legalistas do direito. De fato, a vontade legal deve prevalecer no processo – como bem nos ensina o princípio do devido processo legal - mas não podemos deixar de lembrar que, Carnelutti em sua obra nos impõe os princípios contraditórios, da verdade real, da ampla defesa e da publicidade. Onde abordaremos o conceito de alguns princípios existes em seu livro. 
 Os direitos e deveres fundamentais são elementares, assegurando ao indivíduo a proteção contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, garantindo condições mínimas e promovendo sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência.
Princípio da verdade real - o que se busca no processo é a verdade, pelo menos teoricamente. A reprodução dos fatos deve ser como realmente aconteceu. O processo é o instrumento de apreciação da verdade..
Princípio do contraditório (art. 5º , LV, CF) - ninguém pode abrir mão da defesa, ou tem defesa ou o processo é nulo. Nesse caso a nulidade é absoluta. Art. 261, CPP. O princípio pode ser traduzido no binômio ciência e participação, impondo que às partes devem ser dadas condições necessárias para influir no convencimento do magistrado, permitindo o direito de participação e manifestação sobre todos os atos no decorrer do processo
.Princípio do devido processo legal, além de abranger outros princípios, se mostra de fundamental importância para a aplicação do modelo constitucional ao processo,pois, em um Estado Democrático de direito, não se considera o processo sem a observância ao devido processo legal, de forma expressa na Constituição Brasileira, em seu art. 5º, LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Princípio da publicidade - os atos processuais no processo criminal são públicos, salvo exceções s(art. 792, CPP). Quanto a imprensa o réu pode exigir que não tire fotos, por exemplo, mas a imprensa pode assistir o processo.
Princípio do Contraditório
É a possibilidade de contrariar argumentos, provas.
Existem provas que são colhidas sem o contraditório, são as chamadas Provas Cautelares. Exemplo de prova cautelar: perícias.
As provas cautelares tem o contraditório diferido ou seja, adiado, o contraditório é postergado para o processo.
Princípio da Ampla Defesa
Contém duas regras básicas:
Possibilidade de produzir provas;
Possibilidade de recursos.
Obs.: não existe fase de defesa no Inquérito Policial, pois é peça administrativa.
 Portanto com o princípio da ampla defesa, a participação do acusado no processo passa a ser mais completa, se antes bastava a participação no processo, agora exige-se que seja efetiva, que o réu realmente contribua para o resultado final do processo. Direitos e deveres fundamentais são elementares, assegurando ao indivíduo a proteção contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, garantindo condições mínimas e promovendo sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência.
 “A lei é igual para todos. Também a chuva molha todos, mas quem tem guarda-chuva abriga-se.” (Francesco Carnelutti).
 O processo penal, assim, deve ser visto como um instrumento capaz de preservar a liberdade judicial do acusado, pois, apesar de ser réu, possui uma série de direitos como qualquer cidadão. Assim, a própria autoridade jurisdicional deve tutelar tais direitos, que funcionam como limite do exercício da atividade jurisdicional, que não pode ser realizado a qualquer preço.
 Por isso, afirma-se que os princípios do processo penal são consagrados nas constituições políticas, pois as leis e as formalidades processuais complementam os direitos e garantias constitucionais, já que o processo penal é ferramenta essencial do moderno direito constitucional dos estados livres.
Referências bibliográficas
CARNELUTTI, Francesco. As Misérias do Processo Penal. Campinas:.Russell, 2008.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19ª ed. São Paulo:.Saraiva,2012.
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 9ª ed. 
Podivm, 2013.
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/a/ >. Acesso em 13 de março de 2016.
Disponível em: <http://www.eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos >. Acesso em 14 de março de 2016.
Disponível em: <http://www.repositorio.uniceub.br/biststream/235/6107/1/21038058.pdf>. Acesso em 15 de março de 2016.
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