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causa da honra, tu deves desejar o perdão sem fingimento e crer no Cristo que promete. Sim, mesmo que ele absolvesse por leviandade, ainda [assim] obterias paz a partir de tua fé. Assim como ele dá o Batismo ou a Eucaristia, seja em busca de lu- cro, seja levianamente, seja brincando, tua fé o recebe plenamente. Tão gran- de coisa é a palavra de Cristo e a fé nela. Pois lemos nas histórias dos mártires'7 que certo comediante quis ser batizado por brincadeira, sim, para zombar do Batismo; enquanto era batizado, se converteu, foi verdadeira- 75 Sc. para perdoar. 76 C ( . Rm 8.16. 77 Pi>deinns corirtatal qiie Lutero se ocupou intensivamente com a história das perseguiçóes mente batizado por seus companheiros pagãos e imediatamente por eles co- roado com o martírio, Do mesmo modo, quando menino, Sto. Atanásio78 ba- tizou outros meninos, que, depois, o bispo de Alexandria declarou batizados, como [lemos] na História eclesiástica'9. E o B. Ciprianoao repreendeu a paz dada muito precipitadamente por um certo bispo Terápio, mas quis que ela fosse ratificada. Portanto, somos justificados pela fé, também obtemos paz pela fé -não por obras, penitências ou confissões. Com respeito a essa sexta e sétima tese aquele nosso leãoai triunfa com glória, sim, canta um hino de vitória sobre mim antes da vitória. Daquela sentina de opiniões ele tira uma distinção entre uma pena satisfatória e vindi- cativa, por um lado, e uma pena medicativa e curativa, por outro, como se fosse necessário crer em quem sonha essa espécie de coisa. Não obstante, pe- rante o povo, eles escondem essa distinção com extrema prudência, para que as indulgências ou, antes, os lucros não sejam prejudicados, se o povo perce- besse que são remitidas as tão modestas e inúteis penas vindicativas (isto é, inventadas). Depois, para tornar conhecido de todos que não sabe o que é o sacerdócio antigo ou o novoaz, ele introduz outra escuridão de palavras e uma aos cristãos. Além disso, sempre mostrou grande amor e respeito em relação aqueles que derramaram seu sangue. A expressão do original latino gesra morlyrum, no entanto, não se refere a uma coletânea que levasse esse nome, mas A Legendo ourea de Jacó a Vaiagine (1230-1298). muitissimo usada por Lutero. 78 Considerado o "oai da ortodoxia". Atanásio defendeu iá no Concilio de Nicéia 1325). con- ira Arto, .I d ~ u t r i n a .I.I ltorna.>u,ia dc C r t \ t < , :,>tu ,J I ? ~ I t ~ w ,~qx:t.> 1,) .!r r).% :, :Y>I>.. ~1 ,cr :rnir31 para >"a icril.>gi.i uic .i iiiial JL. \tu\ J I A , I 'dr ;a 2.1 ctile~.i .Ir.. . .L. 8 1 - ~ 1 : 1 Aidnaw> ~ J I por :ln;o ~ ~ 7 2 ~ c ~ p ~ ! l ~ . ~ . l ~ h ~ $ p a J d ~ m ! T \ . C \ , ~ ! I , I ~ I A I , ~ t . r , > C\ I# I . I ,> ,% X I J C . ~ . \io rm iim3 \ r r \ J a Is1in.i Je >eu\ r\;r.i.>\ c e l d h ~ r ~ i i . eiii 1532. {vcli:.., i i.1 .. i r u . Je I1 i - ~enhagen , que cJ$idia &,, e \ : r ~ t a ~ r a t ~ d c p u . I2 I6rc1,~ \\ \ 11, 1 1 1 . qli,.2, 79 I turcro relcrc \e i oh rd / I ~ ~ t o r ~ u e ~ ~ ~ / ~ ~ ; ~ u ~ ~ ~ . ~ , .lc Fu,ch~.>, .J 4 . 1 ~ 1 I,,# h . % i > ~ ~ .I<,< c,,,,,; ,311- ~ ~ 340) e elaborou a primeira história da igreja, dos primórdibs até o ~bnc i l i a de ~ i c G a . 80 Cipriano é um dos mais conhecidos pais da Igreja. Batizado em 246. Ioga veia a se tornar bispo de Cartago. quando pôde iiderar sua comunidade em meio a perseguição sob Décio. Em relação aos que haviam negado a fé em meio às perseguições, Cipriano procurou assu- mir uma posição conciliadora. Par outro lado, negou validade aa Batismo oficiado por h e ~ reges. Essas duas questões valeram-lhe o anátema do bispo romano Estêvão. Tal anátema levou-a a escrever a obra De uniroteecclesioe, na qual defende o principio de que o bispo de Roma, apesar do lugar de destaque conferido ao apóstolo Pedro, n2o tem poder judicial supremo sobre os demais bispos. Cipriano é o mais importante representante da constitui- $20 episcopal da Igreja, contra o papalismo. Seu escrito De unirate ecclesiae foi de grande importância para Lutero em sua luta contra o primado papal, mesmo que afirmasse que Ci- priano foi "um homem piedoso, mas um teólogo fraca". O fato mencionado por Lutero encontra-se na carta de Cipriano ad Fidum (II1,8). 81 Wimpina-Tetzel. No que se segue, Lutero usa, contra Wimpina-Tetrel, um dito proverbial (ante vieroriam encomium canere) que também encontramos nos Adagio de Erasmo. A ex- pressão exseniinoillo opinionum é um jogo de palavras com o qual Lutero zomba da p i i n ~ cipal obra de Pedro Lombarda, Senlenriorum libri IV . Em virtude dessa obra, Lombaido recebera o titulo de mogister sententiorum. 82 Na 11: tese e nas seguintes, Wimpina-Tetzel afirmam que os sacerdotes cristãos não só "proclamam e confirmam" a graça do perdão dos pecados, mas que, realmtnte, a conce- dem, mercê do poder das chaves. 80 distinção das chaves, [distinguindo entre] as da autoridade, as da excelência e as do ministério. Até nossos exímios mestres, os inquisidores da depravação herética e defensores da fé católica, absolutamente nada sabem, exceto o que sugaram das fragmentadas e rançosas questões do livro IV das Sentençasa). Talvez eles queiram [dizer] que aquilo que Cristo desligar com as chaves da excelência no céu í j á que na terra ele mesmo não desliga) será desligado num céu superior junto a Deus. Mais uma vez, para que o pontífice também seja Deus, é preciso inventar um outro Deus, superior, junto ao qual seja desliga- do o que ele desligar com as chaves da autoridade no céu superior. Mas fora com essas frivolidades! Nós só conhecemos uma espécie de chaves, tão- somente as dadas na terra. Concluem eles agora: "Erra, portanto, quem diz que o sacerdote da nova lei só desliga confirmando e declarando" (pois nisso consistia o ministério do sacerdócio judaico). Oh! que agudeza de inteligên- cia e que ingente peso de erudição! Esses homens são realmente dignos de in- quirir os hereges e de defender a fé católica - mas contra pedras e pedaços de pau! Quão mais corretamente afirma o apóstolo Pauload que o antigo sacer- dócio consistia no julgamento de leprosos, na administração da justiça e pu- rificação da carne, em comida e bebida e vestimenta e dias festivos, etc.! Através disso são denotadas, como numa figura, a justificação no espírito e a i purificação do coração, operadas por Cristo na Igreja pelo ministério do no- vo sacerdócio. Assim, eu não propus a sexta tese de coração, como disse lá, e sim porque outros pensam desse modo. No entanto, [a propus] porque nem mesmo os adversários, com todos os seus mestres, até hoje podem mostrar como o sacerdote perdoa as culpas, a menos que apresentem aquela opinião herética, mas corrente, segundo a qual os sacramentos da nova lei dão a gra- ça justificante a quem não coloca óbice. Pois é impossível conferir os sacra- mentos de forma salutar exceto a quem já crê e é justo e digno (pois é necessá- rio que quem vemRJ creia; além disso, não é o sacramento que justifica, mas a fé no sacramento). Por esta razão, seja lá o que os petulantes sofistas tarame- larem, é mais verossímil que o sacerdote da nova lei apenas declara e confir- ma a absolvição de Deus (isto é, a indica) e, através dessa indicação e de sua sentença, aquieta a consciência do pecador, o qual deve crer na sentença do sacerdote e ter paz. Desta maneira o velho sacerdote aquietava aqueles a quem julgava puros em corpo ou vestimenta, embora ele próprio não pudesse 83 A obra de Pedro Lombardo está dividida em quatro livros, par sua vez subdivididos em I quoesriones. O primeiro livro trata de Deus, como o sumo bem, o segundo das criaturas, o terceiro da encarnação e da redenção, o quarto dos sete sacramentos e da escatologia. Lute- ro zombava do fato de que em seu tempo ninguém se considerava um doutor sem que tives- se escrito um comentário