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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS- ICH CURSO DE PSICOLOGIA Deusiran Braz da Costa RA: C6296J-0 Iago Duarte RA: C6648J5 Karla Fernanda de Lima RA: C6430G-5 Nubia J.A. da Silva RA: C14460-6 Rafaella Monteiro RA: C460AH-0 Tatielle M. Marques da Silva RA: C53343-2 OBSERVAÇÃO COM CRIANÇA DE ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO Trabalho apresentado à disciplina Psicologia Construtivista, do Curso de Psicologia. Campus Vargas – Ribeirão Preto Abril de 2016 APRESENTAÇÃO Abordando as teorias de Piaget e o estádio pré-operatório, os objetivos foram realizar a aplicação de uma prova com criança que se encaixe neste estádio, realizar observação, coleta de dados e transcrição dos mesmos. A atividade foi realizada a partir do conteúdo visto em sala de aula e, através da realização da aplicação da prova dos copos com uma criança de dois anos e 10 meses. A teoria da inteligência de Piaget presente neste trabalho marca a emergência da linguagem, bem como a passagem período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica. INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é aprofundarmo-nos no tema Psicologia Construtivista por meio da observação e aplicação de prova em uma criança, visando obter conhecimento sobre seu desenvolvimento motor, linguagem e estratégias para resolução de problemas. A criança observada se encaixa na faixa etária dos 2 anos e 10 meses, encontrando-se no período pré-operacional onde, segundo a obra piagetiana, se encontram crianças entre 2-7 anos. Esta fase também se denomina objetivo-simbólico, pois prende-se a característica do desenvolvimento próprio da criança, visto que esta volta-se para a realidade exterior. Piaget, separa as fases do desenvolvimento em 4 etapas. São elas: período sensório-motor (0-24 meses), período pré-operacional (2-7 anos), período das operações concretas (7-11,12 anos) e período das operações formais (12 em diante). O período pré-operatório é assinalado por apreciáveis mudanças físicas, as quais se demonstram um desafio para os pais e educadores, bem como para as próprias crianças. Com base na obra Piagetiana a criança apresenta desenvolvimento peculiar a idade, caracterizados, por exemplo, pelo egocentrismo. Além disso, é notável a transição de linguagem, conforme em parte da observação a criança dita seus feitos. Neste período, a maturação neurofisiológica completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina – pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o lápis corretamente e conseguir fazer os delicados movimentos exigidos pela escrita. O início deste estádio se dá pelo surgimento da função semiótica ou simbólica, que sinaliza o início do pensamento. A função simbólica é a capacidade de criar símbolos para substituir ou representar os objetos e de lidar mentalmente com eles. A linguagem, a imagem mental e o jogo simbólico são manifestações da função simbólica, que permitem à criança compartilhar com os outros, contudo, a criança nesse período é bastante egocêntrica, sendo que para ela o diálogo é inexistente, mesmo quando brinca com outras crianças, pois ela fala para si sem se importar com respostas alheias. Segundo Piaget, o estágio Pré-Operatório ainda se subdivide em dois estágios: Pensamento simbólico pré-conceitual 2 a 4 anos: a criança se caracteriza pelo pensamento egocêntrico. Animismo ou Antropomorfismo: a criança tende a colocar sentimentos humanos a objetos à sua volta com, por exemplo, um sorriso no sol. Realismo: Materializa os sonhos, se ele sonhar que tem um monstro debaixo da cama, acredita que existe. Finalismo: nada acontece por acidente; tudo tem uma justificação finalista; ex: as nuvens movimentam-se para tapar o sol. Artificialismo: é a explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos como, por exemplo, quem pintou o céu. Egocentrismo: é a tendência da criança de ligar tudo que o acontece com ela aos sentimentos e ações. Pensamento Intuitivo: 4 a 6/7 anos: O pensamento intuitivo surge a partir dos 4 anos, e permite que a criança resolva alguns problemas, este pensamento é irreversível, isto é, a criança está sujeita às configurações preceptivas sem compreender a diferença entre as transformações reais e aparentes. Características: Centração: A criança para dar uma resposta, se liga apenas em determinado aspecto a cada situação. Irreversibilidade do pensamento: a criança não consegue desfazer as ações que realizou para comprovar o seu raciocínio. Raciocínio Transdutivo: As crianças tende a dar uma mesma explicação para várias situações. As crianças tentam sempre encontrar uma causa para tudo, e, frequentemente, estabelecem relações de causa-efeito. Dificuldades de transformação: O seu pensamento é estático, estão sempre no presente não existe futuro para elas. Sincretismo: é um modelo de raciocínio que toma a parte pelo todo. Manifesta-se quando as crianças não são capazes de separar diferentes aspectos ou partes de uma situação ou objeto e agir de acordo com as suas características, misturando conceitos de referenciais diferentes. Dificuldades de classificação: as crianças normalmente experimentam dificuldades para estabelecer e relacionar classes de objetos ou situações. Dificuldades de seriação: as crianças frequentemente têm dificuldades em ordenar ou criar séries. MÉTODOS Sujeito O sujeito tem dois anos e 10 meses completos e é do sexo feminino, não possui irmãos, vive com ambos os pais e é pertencente ao nível socioeconômico de classe média. Instrumentos Sobre os instrumentos utilizados para a realização do trabalho, utilizou-se o método da observação e aplicação de prova, de modo que durante este processo foram realizados questionamentos para a coleta de dados. Aparatos de Pesquisa Os aparatos utilizados para a realização desta pesquisa foram três copos, dos quais dois eram pequenos e de mesmo tamanho, e um de tamanho maior, água e um aparelho celular para registro de imagens. Procedimentos O contato com a criança se deu através de uma das observadoras, que é parente próximo da família. A observadora forneceu informações à mãe da criança sobre o processo de observação e prova, entregando-lhe, também, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para sua devida análise e concordância, visando permissão para que esta pesquisa ocorresse. A observação foi realizada na residência da criança, localizada na cidade de Brodowski, estado de São Paulo, onde a mãe da criança cedeu um espaço para aplicação da prova dos copos, bem como observação e coleta de dados. Neste ambiente, a observadora e aplicadora dispôs de três copos e uma quantidade de água, para que se pudesse realizar a prova. Fato concretizado e capturado em imagens, prosseguimos à transcrição das informações coletadas. RESULTADOS Ao adentrar o local cedido pela mãe da criança para realização da pesquisa, deparamo-nos com a criança de dois anos e 10 meses, de sexo feminino, estatura correspondente a uma criança de sua idade, demonstrante de elevada carisma e inteligência. Iniciou-se então o processo de preparação do local para a aplicação da prova dos copos. Foi-nos cedida uma superfície plana que servisse como apoio aos copos, os devidos aparatos de pesquisa e aplicação dos instrumentos. Desta maneira, foi colocado sobre a superfície plana o montante de três copos, dos quais dois continham o mesmo tamanho e, um deles, de tamanho maior que os demais. Nos dois copos de mesmo tamanho colocou-se a mesma quantidade de água. Prosseguindo assim, a aplicadora realizou um questionamento à criança sobre qual copo continha maior quantidade de água em seu interior. Questionada, a criança, então, colocou as mãos sobre ambos os copos, indicando, desta maneira, que havia uma quantidade igual de líquido em seus interiores. Após esta representação, a água de um dos copos menoresfoi transferida para o de maior proporção. Quando confrontada novamente sobre qual copo possuía maior quantidade de água, a criança ainda assim indicou o copo menor. Espantada com a resposta da criança, e certa de que a resposta da mesma seria a indicação do copo maior, a aplicadora questionou à criança por que havia maior quantidade no copo menor. Em resposta ao questionamento, a criança de dois anos e dez meses explicou com a utilização de alguns gestos e poucas palavras, que sua resposta fundamentava-se no fato de que no copo maior, não teria água suficiente para preenchê-lo até a borda. Nesse momento o processo de aplicação da prova, observação e coleta de dados se deram por encerrado e a aplicadora foi conduzida até o portão de saída da residência da criança. DISCUSSÃO Devido aos procedimentos adotados, foi possível analisar que, apesar da pouca idade da criança, foram obtidos resultados positivos a partir da aplicação da prova dos copos. Neste estágio, embora a criança exponha a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensorial-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade de forma desequilibrada, conforme salienta Rappaport (op.cit.). Foi possível perceber a utilização de imagens simbólicas, por parte da criança observada e testada, para responder aos questionamentos realizados pela aplicadora. Como era esperada, a criança não soube distinguir a passagem da mesma quantidade de um copo menor, para um copo maior, mesmo sendo o ato realizado em sua frente. Apesar de nessa idade a criança já possui e apresentar traços de raciocínio lógico e coerente, esta ainda possui um entendimento desequilibrado das ocorrências do cotidiano e realidade. No entanto, ainda que o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele é caracterizado pelo egocentrismo, uma vez que a criança não arquiteta uma realidade da qual não faça parte, devido à carência de esquemas conceituais e da lógica. CONCLUSÃO Neste trabalho abordamos o desenvolvimento cognitivo, motor, bem como o raciocínio lógico de uma criança de dois anos e dez meses, pertencente ao Estádio Pré-Operatório, através da técnica de observação e aplicação de prova, visando à obtenção de informações necessárias à conclusão deste. De acordo com a observação, podemos notar que a criança demonstra bom desenvolvimento nos aspectos analisados. Apesar de conter pouca idade, a criança possui noção de espaço, porém não apresenta conhecimento em noção de quantidade. Desta maneira, nota-se que no estágio pré-operatório a criança desenvolve a linguagem, as imagens mentais e jogos simbólicos, assim como muitas habilidades percentuais e motoras. Chegou-se ao consenso de que, a criança observada apresenta características de desenvolvimento correspondente às de outras crianças pertencentes ao estádio pré-operatório, bem como às características descritas nas obras de Jean Piaget. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do mesmo, podemos concluir os objetivos proposto, sendo eles, realizar a observação da referida criança em um ambiente que lhe fornecesse conforto, para coleta dos dados necessários. A realização desse trabalho foi essencial para aprofundarmo-nos no tema, uma vez que nos permitiu compreender melhor a Psicologia Construtivista, aperfeiçoar competências de observação, entrevista, aplicação de prova, trabalho em equipe, organização, seleção e comunicação. Por meio dessa análise, pudemos chegar ao consenso de que as crianças passam por estádios distintos de desenvolvimento que, na maioria das vezes, condiz com a idade em que a criança se encontra. Sempre há possibilidade de que esta criança desenvolva competências de maior grau do que as restantes de sua idade, porém, a perfeita compreensão de mundo e da realidade na qual está inserida, nem sempre acompanha este processo. REFERÊNCIAS Apostila de psicologia Construtivista, O período pré-operatório. Pág. 53 – 62 PIAGET, Jean, Seis estudos de Psicologia. Pág. 24 – 40. 25ª Edição. RJ: Forense, 2011. Psicologia do Desenvolvimento 40, Estágio pré-Operatório. Disponível em: < http://psicologiad40.blogspot.com.br/2012/06/estagio-pre-operatorio.html > Acesso em 03 de abril de 2016. Piaget – Estágio Pré-Operatório, Desenvolvimento. Disponível em: < https://piagetpre.wordpress.com/desenvolvimento/ > Acesso em 03 de abril de 2016. ANEXOS
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