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Ética e Responsabilidade Social - aula 01

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Ética e Responsabilidade Social
Aula 1: Conceitos básicos: ética, moral, caráter, dever moral, direitos humanos.
A Ética é uma disciplina filosófica. O dicionário Michaelis a define das seguintes formas:
Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. 
É ciência normativa que serve de base à filosofia prática.
Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão; deontologia.
Parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade.
Como se vê, há uma abrangência significativa quando se pensa ou se fala em Ética, envolvendo todas as esferas humanas. 
Nesta primeira aula, vamos iniciar a nossa caminhada rumo a um mundo mais ético, conhecendo alguns conceitos essenciais para a compreensão e desenvolvimento da nossa matéria.
Certamente o assunto é envolvente e complexo. Damos aqui o pontapé inicial para que você se aprofunde no mundo da reflexão e possa dar a sua contribuição particular para um mundo mais ético.
Ética
A palavra ética vem do grego ethos. No berço da cultura ocidental, na Grécia Antiga, nasceu a denominada Ética Socrática. Expressões hoje usadas por todos nós, como “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”, são de autoria de Sócrates, o pai da filosofia ocidental. Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. A verdade vive oculta no espírito humano. Diluindo os próprios erros, é possível a cada ser descobri-la. A missão do filósofo seria conduzir os homens ao conhecimento. O moralista seria o parteiro da alma. Platão, como discípulo de Sócrates, desenvolveu o pensamento do mestre. A Ética Platônica estabelece uma hierarquia entre as ideias e reserva o lugar supremo ao "bem". A Ética Aristotélica, por sua vez, tem por objetivo descobrir o bem absoluto, denominando-o "felicidade". Aristóteles entendia que a felicidade estaria no exercício firme e constante da virtude. Para ele, o homem virtuoso é aquele que mergulha no desenvolvimento integral das suas faculdades. A virtude é, portanto, o justo meio entre dois vícios extremos.
Segundo Thiry-Cherques (2008):
Ética é a parte da filosofia que trata das questões morais, das ideias morais do cotidiano humano.
O papel da Ética é fundamentar a Moral, pois esta supõe uma crença, inclusive com os seus respectivos dogmas.
Assim, podemos concluir que Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom.
O objetivo da Ética é facilitar a vida do homem de modo a que ele se realize.
Naturalmente, a ética existe em todas as sociedades, respeitando as especificidades de cada cultura.
Moral
A exemplo de Thirry-Cherques, estabelecemos para o nosso estudo que:
Moral significa a boa conduta, segundo os ditames e princípios normalmente aceitos pela sociedade.
ENQUANTO
Ética tem por objeto as ideias morais justificadas.
Moral é, portanto, a conduta costumeira.
 
Já Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, disciplinam e orientam a conduta humana. Tanto o termo grego ethos, como o termo latino mores, dizem respeito a costume. A Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas.
“Entende-se por instintos simpáticos aqueles que aproximam o indivíduo dos outros.”
(Roux, A. La pensée d´Auguste Comte. Paris: Chiron, 1920. P. 254)
É interessante o que diz Piaget:
“Toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.”
Na prática, quando nos indignamos, por exemplo, ao vermos na televisão nossos semelhantes passando fome, levando uma vida subumana, sentimos responsabilidade e um desejo enorme de contribuir de alguma forma para que esta situação seja revertida.
Exatamente em função desse tipo de sentimento participamos de campanhas contra a fome. Isto nos leva a concluir que nossos sentimentos e nossas ações exprimem o nosso senso moral.
Quando sentimos remorso por alguma coisa feita no passado e gostaríamos de fazer diferente no presente, exprimimos nosso senso moral. Da mesma forma, quando ficamos admirados com alguém cujas palavras e ações denotam honestidade, integridade, honradez e outros valores, e chegamos mesmo a tentar imitá-las, também exprimimos nosso senso moral. Podemos concluir que a moral diz sempre respeito a valores que temos em relação aos outros.
Valor
Valor é um bem subjetivo. Logo, é o que desperta interesse ou estima. A palavra valor vem do grego áksios, que significa o que é valioso, o que merece o seu preço. Qualifica aquilo que é bom e que tem utilidade. A história do conceito de valor é longa e interessante:
Protágoras entendia que o homem é a medida de todas as coisas, que os valores são conferidos pelos homens.
Platão entendia que o valor deriva de uma apreciação absoluta. Para ele, teria valor o que fosse bom, belo e verdadeiro.
Já Hobbes vaticinou que o valor de um homem é o preço que se paga para ter o poder.
Lock foi o primeiro pensador a relacionar valor e trabalho. Tal noção persistiu com Adam Smith e outros economistas da época, destacando o valor da mercadoria, o valor da troca de mercadorias e o valor da utilidade.
Kant defendia o valor absoluto: o bem.
Para Weber, os valores valem como referência do agir e se concretizam em diversas medidas ao longo da história da humanidade. Weber entendia que o ser humano tem que escolher entre os valores contrastantes.
Nietzsche entendia valor como a interpretação da vontade de poder.
Podemos concluir que o conceito de valor nos dá a noção de um atributo das coisas que merecem mais ou menos estima por parte do indivíduo ou de um grupo.
Declaração dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas. Foi assinada em 1948 e enumera os direitos de todos os seres humanos.

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