1-6 3 MIOLOGIA Fausto

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Objetivos instrucionais
Você deverá ser capaz de:
- identificar a relação classificação morfológica X classificação funcional dos diferentes tipos de músculos
-definir a continuidade dos diferentes níveis do revestimento conjuntivo nos músculos esqueléticos
-identificar os componentes musculares e os anexos musculares e a contribuição destes ao funcionamento muscular durante a movimentação
-identificar a hierarquia de um dado movimento quanto às contribuições agonistas, sinergistas e antagonistas.
-definir as diferentes denominações e classificações musculares quanto aos aspectos morfológicos, funcionais, de composição e de movimentação. 
MIOLOGIA
Os músculo fazem parte da porção ativa do movimento. Contudo, o tecido muscular apresenta-se sob o controle do sistema nervoso, sendo que cada músculo tem seu nervo motor, o qual se distribui em todas as suas células e quando estimulado determina a sua contração.
Os músculos podem ser voluntários quando sua ação resulta de um ato de vontade; mas se ocorre sem um controle consciente, diz-se que o músculo é involuntário.
Existem duas classificações básicas para os músculos:
1. Músculo liso -> não possui estriações e é de contração involuntária (sob ação do sistema nervoso autônomo - SNA). Apresenta miofilamentos de actina e miosina de forma não organizada. Presente na maioria das vísceras ocas.
Ex.: Vasos sanguíneos, parede do estômago,intestino, ureter, útero.
2. Músculo estriado -> possui estriações tranversais nas células musculares e podem ser involuntário ou voluntário. Apresentam miofilamentos de actina e miosina de forma organizada. Pode ser subdividido em: cardiaco (involuntário) e esquelético (voluntário).
Ex.: (a). Cardíaco - coração
(b). Esquelético - todos aqueles músculos que possamos comandar conscientemente. Podem apresentar três tipos de fibras: tipo I ( + resistência); tipo IIA (de resistência intermediária); e tipo IIB (contração + forte e - resistência) .
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Constituintes do músculo estriado esquelético em mamíferos
75% de água
18% de proteínas
7% de carboidratos, gorduras ( em animais de engorda pode compreender até 20%), sais minerais e outros compostos.
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Componentes estruturais do músculo esquelético
Existem três camadas de tecido conjuntivo nos músculos: cada fibra muscular é envolvida por uma delgada película denominada endomísio, sendo agrupadas em feixes pelo perimísio e, externamente, envolvendo todos os feixes de fibras músculares, está o epimísio.
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Figura 2 - Distribuição das camadas encontrado no tecido conjuntivo no músculo esquelético.
Os feixes músculares representam o ventre (porção carnosa), e as extremidades desse músculo servem como fixação nos ossos, ao que se dá o nome de tendão ou aponeurose, formados pelo tecido conjuntivo existente no interior do músculo. Os tendões são cilíndricos e as aponeuroses são liminares.
Figura 3 - Esquema de ventre e tendão musculares - (A) Músculo fusiforme do membro pélvico e (B) Músculo da parede do abdome: A - Tendão muscular, B - Ventre muscular e C - Aponeuroses 
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Anexos musculares
1. Bolsas sinoviais -> pequenas bolsas com parede dupla, uma externa de tecido conjuntivo, e outra profunda de natureza celular com capacidade de formação e absorção de líquido sinovial, semelhante ao encontrado nas cavidades articulares. 
Essas bolsas são encontradas em pontos específicos do esqueleto, evitando o atrito entre tendões, ligamentos, fáscia e pele, e algumas proeminências dos ossos.
Figura 4 - Corte transversal de uma bolsa sinovial subtendinosa.
Embora as bolsas sinoviais não sejam estruturas constantes, sua presença pode ser determinada pela idade, estado nutricional, atrito constante, etc.
2. Bainhas sinoviais -> assemelham-se a bolsas sinoviais; porém, envolvem todo o tendão nos pontos de atrito, principalmente nas extremidades dos membros, onde também podem ser encontradas bolsas siniviais.
Figura 6 -Corte transvesal de uma bainha sinovial.
3. Ossos sesamóides -> ossos pequenos, posicionados próximos a articulações, fixados aos tendões para diminuírem o atrito e aumentarem a eficiência da ação muscular. 
Ex.: Patela (maior osso sessamóide do corpo, localizando-se cranialmente na extremidade distal do fêmur e interpondo-se entre este osso e o músculo quadríceps femural.
Figura 8 - Ossos sesamóides do dedo bovino.
4. Fáscias -> lâminas de tecido conjuntivo que envolvem os músculos e os separam em grupos. Funcionam como bainha elástica, tornando assim mais eficiente a ação muscular.
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Classificação dos Músculos Esqueléticos
1. Disposição das fibras -> podem ser paralelas ou oblíquas em relação ao eixo de contração do músculo. 
Ex.: Paralelas -músculos longos e largos; nos membros, as fibras dos músculos longos tendem a convergir para seus tendões passando a denominar-se fusiformes.
Figura 10 - Músculo fusiforme em relação ao eixo de contração.
Ex: Oblíquos ( suas fibras são peniformes e podem ser unipenados, bipenados e multipenados, de acordo com o direcionamento de suas fibras musculares). 
2. Origem e Inserção -> na contração uma das extremidades permanece fixa (Origem) enquanto a outra se desloca (Inserção). 
3. Ventre muscular -> os múculos podem apresentar um ventre (maioria); porém, alguns apresentam dois ou mais ventres e são denominados digástricos ou poligástricos.
Ex: Músculo reto do abdome (poligástrico).
Figura 14 - Músculo poligástrico, músculo reto do abdome: A - Ventres musculares e B - Tendão.
Ex: Músculo digástrico
Ex: Apenas um ventre - "Monogástrico"
4. Função -> os músculos podem ser agonistas ( quando responsáveis diretos pela realização de um determinado movimento), antagonista ( quando faz sua contração no sentido contrário ao mesmo, tendendo a desfazer o referido movimento), e sinergista (quando a contração auxilia na realização do referido movimento).
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Nomeclatura dos Músculos
Os músculos são classificados de acordo com a Nomina Anatomica Veterinaria (NAV).
- Podem ser classificados de acordo com:
Posição do músculo no esqueleto - > Intercostal (músculos entre as costelas), nasal, peitoral etc.
Forma -> trapézio, piriforme, serrátil, deltóide, etc.
Direção das fibras -> reto, oblíquo, transverso, etc.
Figura 17 - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz

Figura 18 - Setor de Morfologia - DVT/UFV - Foto: Fausto Ferraz 
Ação: flexor, adutor, extensor, abdutor.
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Figura 19 - Movimentos ilustrando o fêmur do cão em vista cranial representando movimentos proporcionados por múculos capazes de ralizar: 1. Adução, 2. Abdução, 3. Circundação, 4. Rotação medial e 5. Rotação lateral. 
Figura 20 - Flexão, extensão e hipextensão, ilustrada pela porção distal do membro anterior do cavalo. - 1. articulação do carpo flexionada, 2. articulação do carpo extendida, 3. articulação do metacarpo-falângica flexionada, 4. articulação do metacarpo-falângica extendida e 5. articulação do metacarpo-falângica hiperextendida.
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Referências 
DYCE, K. M. et al. Tratado de Anatomia Veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 2004.
PAULA, T. A. R. et al. Anatomia Veterinária: Aparelho Locomotor - porção Ativa (Miologia). Cadernos Didáticos 106, Viçosa: Editora UFV, 2000.22p.