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Administração de Departamento Pessoal Obrigações acessórias Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. José Carlos de Almeida Pereira Revisão Textual: Profa. Ms. Rosemary Toffoli 5 • Obrigações acessórias • RAIS • GFIP – SEFIP Nsta última unidade, conheceremos um pouco sobre as obrigações acessórias relacionadas ao setor. Veremos a legislação pertinente a cada declaração, assim como uma relação dos dados obrigatórios a serem informadas e os prazos de entrega. Para começar, veja o conteúdo teórico com muita atenção. Posteriormente, acesse a atividade de aprofundamento, em que é apresentada uma notícia relacionada à CAGED, com um questionamento sobre o assunto. Leia também a atividade de contextualização, que apresentará um exemplo prático sobre quais os valores de remuneração que devem ser declarados na DIRF, de acordo com cada data de pagamento. Após isso, realize a atividade de sistematização para treinamento antes de sua avaliação. Se possível, consulte os sites apresentados nos materiais complementares, uma vez que estes estão diretamente ligados ao conteúdo da unidade. · Nesta última unidade, conheceremos as principais obrigações acessórias relacionadas ao departamento pessoal, a legislação pertinente ao assunto e, ainda, quais os dados necessários para preenchimento de cada declaração. Obrigações acessórias • CAGED • DIRF 6 Unidade: Obrigações acessórias Contextualização Nesta última unidade, aprenderemos quais são as principais obrigações acessórias relacionadas ao departamento pessoal. Dentre elas, uma bastante complexa é a DIRF, pois ela pode variar de empresa para empresa, conforme a data de pagamento dos salários, adiantamento salarial e outros. Sendo assim, para treinar a elaboração desta declaração, visualizaremos um exemplo prático de como seriam as informações a serem lançadas na DIRF, considerando como base o ano calendário 2011: Funcionária: Natalia Gonçalves – Salário Variável (Comissões, por exemplo.) Competência Adiantamento Comissões dez/10 R$ 1.000,00 R$ 2.355,00 jan/11 R$ 800,00 R$ 1.852,00 fev/11 R$ 900,00 R$ 1.978,00 mar/11 R$ 900,00 R$ 2.145,00 abr/11 R$ 1.000,00 R$ 2.561,00 mai/11 R$ 700,00 R$ 1.648,00 jun/11 R$ 900,00 R$ 1.988,00 jul/11 R$ 800,00 R$ 1.875,00 ago/11 R$ 1.000,00 R$ 2.122,00 set/11 R$ 900,00 R$ 2.060,00 out/11 R$ 1.000,00 R$ 2.440,00 nov/11 R$ 900,00 R$ 1.963,00 dez/11 R$ 1.000,00 R$ 2.577,00 O discriminativo dos rendimentos, considerando que o pagamento de salário ocorre no último dia útil do mês seria: Competência DIRF Rendimento Tributável Observação jan/11 R$ 1.852,00 pago em 31/01 fev/11 R$ 1.978,00 pago em 28/02 mar/11 R$ 2.145,00 pago em 31/03 abr/11 R$ 2.561,00 pago em 30/04 mai/11 R$ 1.648,00 pago em 31/05 jun/11 R$ 1.988,00 pago em 30/06 jul/11 R$ 1.875,00 pago em 31/07 ago/11 R$ 2.122,00 pago em 31/08 set/11 R$ 2.060,00 pago em 30/09 7 out/11 R$ 2.440,00 pago em 31/10 nov/11 R$ 1.963,00 pago em 30/11 dez/11 R$ 2.577,00 pago em 31/12 Total R$ 25.209,00 Pode ser observado que os rendimentos tributáveis são idênticos aos valores brutos pagos em cada competência, conforme primeiro quadro. Agora poderemos visualizar as diferenças, observando o discriminativo dos rendimentos, caso o pagamento de salário tivesse ocorrido no quinto dia útil do mês seguinte: jan/11 = R$ 2.355,00 (pagto de dez/10 / pago em 05/01) - R$ 1.000,00 (adto de dez/10 / pago em 20/12) + R$ 800,00 (adto jan/11 / pago em 20/01) => R$ 2.155,00 fev/11 = R$ 1.852,00 (pagto de jan/11 / pago em 05/02) - R$ 800,00 (adto de jan/11 / pago em 20/01) + R$ 900,00 (adto fev/11 / pago em 20/02) => R$ 1.952,00 mar/11 = R$ 1.978,00 (pagto de fev/11 / pago em 05/03) - R$ 900,00 (adto de fev/11 / pago em 20/02) + R$ 900,00 (adto mar/11 / pago em 20/03) => R$ 1.978,00 abr/11 = R$ 2.145,00 (pagto de mar/11 / pago em 05/04) - R$ 900,00 (adto de mar/11 / pago em 20/03) + R$ 1.000,00 (adto abr/11 / pago em 20/04) => R$ 2.245,00 mai/11 = R$ 2.561,00 (pagto de abr/11 / pago em 05/05) - R$ 1.000,00 (adto de abr/11 / pago em 20/04) + R$ 700,00 (adto mai/11 / pago em 20/05) => R$ 2.261,00 jun/11 = R$ 1.648,00 (pagto de mai/11 / pago em 05/06) - R$ 700,00 (adto de mai/11 / pago em 20/05) + R$ 900,00 (adto jun/11 / pago em 20/06) => R$ 1.848,00 jul/11 = R$ 1.988,00 (pagto de jun/11 / pago em 05/07) - R$ 900,00 (adto de jun/11 / pago em 20/06) + R$ 800,00 (adto jul/11 / pago em 20/07) => R$ 1.888,00 ago/11 = R$ 1.875,00 (pagto de jul/11 / pago em 05/08) - R$ 800,00 (adto de jul/11 / pago em 20/07) + R$ 1.000,00 (adto ago/11 / pago em 20/08) => R$ 2.075,00 set/11 = R$ 2.122,00 (pagto de ago/11 / pago em 05/09) - R$ 1.000,00 (adto de ago/11 / pago em 20/08) + R$ 900,00 (adto set/11 / pago em 20/09) => R$ 2.022,00 out/11 = R$ 2.060,00 (pagto de set/11 / pago em 05/10) - R$ 900,00 (adto de set/11 / pago em 20/09) + R$ 1.000,00 (adto out/11 / pago em 20/10) => R$ 2.160,00 nov/11 = R$ 2.440,00 (pagto de out/11 / pago em 05/11) - R$ 1.000,00 (adto de out/11 / pago em 20/10) + R$ 900,00 (adto nov/11 / pago em 20/11) => R$ 2.340,00 dez/11 = R$ 1.963,00 (pagto de nov/11 / pago em 05/12) - R$ 900,00 (adto de nov/11 / pago em 20/11) + R$ 1.000,00 (adto dez/11 / pago em 20/12) => R$ 2.063,00 Total R$ 24.987,00 Discriminativo dos rendimentos, considerando que o pagamento de salário ocorre no quinto dia útil do mês: Como podemos ver, as diferenças são grandes e, devido a isso, a empresa deve se organizar muito bem para a elaboração dos dados a serem lançados na DIRF, tomando os referidos cuidados quanto às datas de pagamento de salários, férias, adiantamentos e outros. 8 Unidade: Obrigações acessórias Obrigações acessórias Nesta última unidade, veremos as obrigações acessórias que devem ser realizadas pela empresa, com foco no departamento pessoal. Seja para informações de admissão ou demissão, salário mensal ou anual, o empregador deverá tomar diversos cuidados quando do preenchimento e transmissão destas declarações, observando principalmente seus prazos. Abaixo veremos qual o objetivo de cada uma destas obrigações, sua base legal e os prazos para envio. RAIS A RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) é uma declaração que deve ser entregue anualmente pelas empresas, conforme instituído no Decreto nº 76.900 de 23/12/1975. Seu principal objetivo, de acordo com o art. 1º, é suprir as necessidades de controle, estatística e informações das entidades governamentais da área social. Os dados coletados são posteriormente analisados e servirão para diversas finalidades, tais como: • Verificação do direito ao recebimento do abono salarial PIS/PASEP (Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) pelos funcionários que perceberam durante o ano, renda inferior a dois salários mínimos; • Cumprimento da legislação de nacionalização do trabalho; • Fornecimento de informações relevantes para o controle e fiscalização de valores relativos ao FGTS; • Estabelecimento de um sistema de controle de arrecadação e concessão de benefícios por parte da Previdência Social; • Coleta de informações relevantes para estudos técnicos de natureza estatística e atuarial. Para tanto, o Ministério do Trabalho e Emprego disponibiliza entre os meses de janeiro e fevereiro um programa gerador da RAIS, onde deverão constar os dados da empresa e de todos os seus empregados que trabalharam durante o ano imediatamente anterior. Deverão constar na declaração da RAIS as seguintes informações: • Do empregador: - CNPJ; - Razão Social; 9 - Se a empresaencerrou suas atividades no ano anterior e em caso afirmativo, em qual data; - Se estava ativa ou inativa no ano base; - Endereço completo; - Telefone e e-mail para contato; - CNAE; - Natureza Jurídica; - Quantidade de proprietários; - Data base do dissídio; - Porte do estabelecimento (ME, EPP ou outros); - Opção ou não pelo Simples Nacional; - Inscrição no PAT, quantidade de funcionários beneficiados e percentual de distribuição dos serviços utilizados; - Informações sobre recolhimento de contribuição sindical, assistencial, confederativa e associativa. • Do empregado: - PIS, CTPS e CPF; - Nome completo; - Data de nascimento; - Raça, sexo e se possui alguma deficiência; - Nacionalidade; - Grau de instrução; - Tipo de admissão; - Tipo de vínculo; - Salário contratual; - CBO - função; - Remuneração recebida mensalmente, inclusive de 13º salário; - Quantidade de horas extras realizadas por mês; - Informações sobre recolhimento de contribuição sindical, assistencial, confederativa e associativa; - Caso houver, informações sobre afastamentos, com o período de tempo; - Caso houver, informações sobre desligamento do empregado, incluindo valores de indenizações diversas (multa de 40% sobre o FGTS, aviso prévio indenizado, férias indenizadas, entre outros). 10 Unidade: Obrigações acessórias São obrigados a entregar esta declaração: • Empresas inscritas no CNPJ com ou sem empregados; • Pessoas jurídicas de direito privado ou público domiciliadas no país; • Empresas individuais que possuíram ou não trabalhadores registrados; • Cartórios extrajudiciais; • Consórcios de empresas; • Empregadores pessoas físicas que mantiveram empregados no ano (normalmente não possuem CNPJ, mas sim inscrição no CEI, fornecida pela Previdência Social); • Órgãos da administração direta e indireta de governos federal, estadual ou municipal; • Condomínios; • Sociedades civis; • Empregadores rurais pessoas físicas com funcionários no ano; • Filiais, agências, sucursais, representantes ou quaisquer outras formas de entidade vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no exterior. São considerados empregados com obrigação de entrega da RAIS: • Empregados regidos pela CLT, sejam estes em contrato de experiência, por prazo determinado ou indeterminado; • Servidores públicos da esfera federal, estadual ou municipal; • Trabalhadores avulsos; • Empregados de cartórios extrajudiciais; • Trabalhadores temporários; • Trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determinado, conforme Lei 9.601/98; • Trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determinado, conforme Lei 8.745/93, com redação dada pela Lei 9.849/99; • Trabalhadores com contrato de trabalho por prazo determinado, regidos por lei estadual ou municipal; • Diretores sem vínculos empregatício, optante do FGTS; • Servidores públicos não efetivos; • Trabalhadores regidos pelo Estatuto do trabalhador Rural; • Aprendiz; • Servidores e trabalhadores licenciados; 11 • Servidores públicos cedidos e requisitados; • Dirigentes sindicais. Caso a empresa seja obrigada a declarar a RAIS, mas não possuiu nenhum tipo de vínculo empregatício no ano base, deverá então gerar a RAIS negativa, onde serão fornecidas apenas as informações relativas ao empregador, conforme relacionado acima. Para este caso específico, não será necessária a utilização do sistema gerador da RAIS, podendo os dados ser transmitidos diretamente pelo site específico da RAIS. GFIP – SEFIP A GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social) foi instituída pela Lei 9.528/97, que introduziu a obrigatoriedade por parte das empresas à entrega da referida declaração. Estão obrigados à entrega desta declaração todos os empregadores (sejam estes pessoas jurídicas ou físicas) que possuírem ou não trabalhadores com direito ao FGTS. Não possuindo empregados, deverá ser entregue uma declaração negativa, constando apenas os dados da empresa. As informações que deverão constar neste documento serão: • Do empregador: - CNPJ; - Razão Social; - Endereço completo; - Telefone para contato; - CNAE e CNAE Preponderante; - FPAS conforme atividade; - Optante ou não pelo simples nacional; - Alíquota do RAT / FAP de acordo com a atividade da empresa (conforme vimos na unidade II); - Código de recolhimento da GPS; - Código de terceiros; - Valores para abatimento de licença maternidade ou salário família. 12 Unidade: Obrigações acessórias • Do empregado: - PIS e CTPS; - Nome completo; - Data de nascimento; - Categoria do contribuinte (autônomo, empregado, regido pela CLT, entre outros); - CBO - função; - Grau de exposição a agentes nocivos; - Data de admissão e opção ao FGTS; - Valor da remuneração (incluindo horas extras, adicionais diversos e outros) recebida no mês; - Valor do 13º (quando houver) recebido no mês; Todos estes dados deverão ser importados para um sistema específico chamado SEFIP, e após processados, transmitidos por outro sistema denominado Conectividade Social. Ambos os programas encontram-se disponibilizados no site da Caixa Econômica Federal. Depois de transmitidas, estas informações serão encaminhadas à Previdência Social e também a Caixa Econômica Federal. A Previdência Social, como órgão responsável pelo fornecimento de benefícios diversos aos trabalhadores mediante o recolhimento do INSS, conseguirá de forma mais rápida e confiável verificar as remunerações mensais dos funcionários, conseguindo assim, fornecer os benefícios devidos de forma ágil. Este também facilita ao segurado a separação dos documentos para solicitação de benefícios, uma vez que a Previdência já terá certos dados em seu sistema. Gradativamente, o trabalhador não será mais obrigado a comprovar o seu tempo de serviço quando, por exemplo, solicitar sua aposentadoria. Com relação à Caixa Econômica Federal, a principal vantagem é a viabilização dos recolhimentos e individualização do FGTS através de uma relação de empregados, gerada pelo SEFIP, que relaciona os valores devidos a cada trabalhador. Com isto, os valores de FGTS são rapidamente depositados nas contas específicas de cada funcionário. Outro benefício também é o controle de valores devidos de INSS e FGTS pelas empresas. Caso o empregador não efetue os depósitos de FGTS em dia, ou ainda, não recolha a GPS relativa aos descontos de INSS dos empregados, ambos os órgãos saberão o quanto é devido e poderão futuramente cobrar os respectivos valores. Estes poderão ainda não disponibilizar ao empregador Certidões Negativas de Débito, quando o mesmo solicitá-las. A transmissão deste arquivo deverá ocorrer até o dia 7 do mês subsequente a competência gerada. Recaindo em sábado ou domingo, a entrega deverá ser antecipada. Não cumprindo este prazo, a empresa estará sujeita ao pagamento de multas previstas na Lei 8.212/91 e alterações posteriores, além de sanções da Lei 8.036/90. 13 CAGED A CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) é uma declaração que foi instituída através da Lei 4.923/65, criada pelo Governo Federal. As empresas que dentro do mês efetuarem contratações ou rescisões de funcionários, deverão declarar ao Ministério do Trabalho e Emprego as referidas informações, conforme § 1º, do art. 1º da referida Lei, que diz: § 1o As empresas que dispensarem ou admitirem empregados ficam obrigadas a fazer a respectiva comunicação às Delegacias Regionais do Trabalho, mensalmente, até o dia sete do mês subsequente ou como estabelecido em regulamento, em relação nominal por estabelecimento, da qual constará também a indicação da Carteira de Trabalho e Previdência Social ou, para os que ainda não a possuírem, nos termos da lei, os dadosindispensáveis à sua identificação pessoal. Segundo o mesmo parágrafo citado acima, o prazo de entrega desta obrigação será o dia 7 do mês seguinte à admissão ou desligamento ocorrido. Recaindo em dias não úteis, sua transmissão terá de ser antecipada. Para o processamento e análise dos dados, as empresas deverão utilizar um programa chamado “ACI”, que se encontra disponibilizado no site no Ministério do Trabalho e Emprego. Posteriormente, sua transmissão poderá ser efetuada através do site da CAGED. O objetivo principal desta declaração é criar uma base de dados para a elaboração de estatísticas, estudos, pesquisas, projetos e programas, que podem auxiliar a tomada de decisões por parte do Governo. Além deste, as informações relacionadas ao desligamento são encaminhadas ao Programa de Seguro Desemprego, onde serão conferidas e confirmadas as demissões, antes do pagamento do referido benefício. A não entrega desta declaração, ou ainda, o envio fora do prazo, acarretará em multa, conforme art. 10, da Lei citada acima, como segue: Art. 10 - A falta da comunicação a que se refere o parágrafo único do art. 1º desta Lei, no prazo ali estipulado, importará na aplicação automática de multa no valor de 1/3 (um terço) do salário-mínimo regional, por empregado, de competência da Delegacia Regional do Trabalho. Parágrafo único. A multa prevista no artigo ficará reduzida para 1/9 (um nono) e 1/6 (um sexto) do salário-mínimo regional, por empregado, quando, antes de qualquer procedimento fiscal por parte do Ministério do Trabalho e Previdência Social, a comunicação for feita, respectivamente, dentro de 30 (trinta) ou 60 (sessenta) dias, após o término do prazo fixado. 14 Unidade: Obrigações acessórias DIRF A DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte) é uma obrigação acessória relativa ao imposto de renda retido na fonte, independente da sua fonte geradora. Para o caso do departamento pessoal, o IRRF que será incluído nesta declaração será o dos empregados. Da mesma forma que as demais declarações, a DIRF também deverá ser elaborada e transmitida via internet, através dos programas DIRF (onde serão lançados os dados pertinentes e, posteriormente, a informação será processada) e Receitanet (utilizado para a entrega). Ambos os programas podem ser adquiridos no site da Receita Federal do Brasil. A legislação utilizada no ano de 2012 (Instrução Normativa RFB nº 1.216, de 15 de dezembro de 2011) obriga a entrega desta obrigação às pessoas físicas e jurídicas, conforme segue: Art. 2º Estarão obrigadas a apresentar a Dirf-2012, as seguintes pessoas jurídicas e físicas, que tenham pagado ou creditado rendimentos que tenham sofrido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), ainda que em um único mês do ano-calendário, por si ou como representantes de terceiros: I - estabelecimentos matrizes de pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no Brasil, inclusive as imunes ou isentas; II - pessoas jurídicas de direito público, inclusive os fundos públicos de que trata o art. 71 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964; III - filiais, sucursais ou representações de pessoas jurídicas com sede no exterior; IV - empresas individuais; V - caixas, associações e organizações sindicais de empregados e empregadores; VI - titulares de serviços notariais e de registro; VII - condomínios edilícios; VIII - pessoas físicas; IX - instituições administradoras ou intermediadoras de fundos ou clubes de investimentos; X - órgãos gestores de mão de obra do trabalho portuário; XI - candidatos a cargos eletivos, inclusive vices e suplentes; e XII - comitês financeiros dos partidos políticos. Deverão ser informados nesta declaração, de acordo com art. 11 da mesma Instrução Normativa: 15 Art. 11. As pessoas obrigadas a apresentar a Dirf, conforme o disposto nos arts. 2º e 3º, deverão informar todos os beneficiários de rendimentos: I - que tenham sofrido retenção do Imposto sobre a Renda ou contribuições, ainda que em um único mês do ano-calendário; II - do trabalho assalariado, quando o valor pago durante o ano-calendário for igual ou superior a R$ 23.499,15 (vinte e três mil, quatrocentos e noventa e nove reais e quinze centavos); III - do trabalho sem vínculo empregatício, de aluguéis e de royalties, acima de R$ 6.000,00 (seis mil reais), pagos durante o ano calendário, ainda que não tenham sofrido retenção do Imposto sobre a Renda; IV - de previdência privada e de planos de seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência - Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), pagos durante o ano-calendário, ainda que não tenham sofrido retenção do Imposto sobre a Renda; V - auferidos por residentes ou domiciliados no exterior, inclusive nos casos de isenção e de alíquota zero, observado o disposto no § 6º; VI - de pensão, pagos com isenção do IRRF, quando o beneficiário for portador de doença relacionada no inciso XXXIII do art. 39 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), exceto a decorrente de moléstia profissional, regularmente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; VII - de aposentadoria ou reforma, pagos com isenção do IRRF, desde que motivada por acidente em serviço, ou quando o beneficiário for portador de doença relacionada no inciso XXXIII do RIR/1999, regularmente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; VIII - de dividendos e lucros, pagos a partir de 1996, e de valores pagos a titular ou sócio de microempresa ou empresa de pequeno porte, exceto pró- labore e aluguéis, quando o valor total anual pago for igual ou superior a R$ 70.497,45 (setenta mil, quatrocentos e noventa e sete reais e quarenta e cinco centavos); IX - remetidos por pessoas físicas e jurídicas domiciliadas no País para cobertura de gastos pessoais, no exterior, de pessoas físicas residentes no País, em viagens de turismo, negócios, serviço, treinamento ou missões oficiais. Neste caso, todo rendimento recebidos por trabalhadores assalariados, que ultrapassar o valor de R$ 23.499,15, deverão declarado na DIRF, assim como as retenções de IRRF sofridas no ano. É importante que as empresas verifiquem anualmente os valores limites a serem declarados na DIRF, uma vez que a cada ano, uma nova instrução normativa é criada, modificando aquela gerada anteriormente. Conforme vimos na Unidade II, o empregador assim que admite o primeiro empregado deve definir qual será a data de pagamento de seus salários. Isto porque na DIRF, os lançamentos de rendimentos são considerados pelo seu efetivo pagamento, e não pela competência. Sendo assim, temos dois exemplos para melhor entendimento: 16 Unidade: Obrigações acessórias Empregados que recebem salários no último dia útil do mês: - Competências que deverão ser apresentadas Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Dezembro e 13º salário. Empregados que recebem salários no quinto dia útil do mês seguinte ao fato gerador: - Competências que deverão ser apresentadas Dezembro do ano anterior, Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e 13º salário. Mesmo que a retenção tenha ocorrido em apenas um único mês, a empresa terá de declarar os rendimentos do ano inteiro, observando os exemplos acima. Os principais dados que deverão constar na declaração serão: • Da empresa: - CNPJ; - Razão Social; - Natureza do declarante; - Informar casos específicos, como por exemplo, se a empresa possui plano de assistência médica empresarial; - CPF do responsável pela empresa; - Dados do responsávelpela declaração, com inclusão do CPF (poderá ser o próprio responsável da empresa, ou ainda, um contador que responda pela mesma); • Do beneficiário / empregado no nosso caso: - CPF; - Nome completo; - Código de receita da operação – conforme o caso; - Valores mensais relativos a rendimentos tributáveis; - Valores mensais relativos à previdência oficial (INSS); - Valores mensais relativos à previdência privada e FAPI; - Valores mensais relativos a dependentes (conforme tabela citada na Unidade II); - Valores mensais relativos à pensão alimentícia; - Valores mensais relativos ao imposto retido (desconto efetuado conforme tabela citada na Unidade II) 17 - Havendo plano de saúde, deverá ser declarado o valor descontado do empregado, informando ainda quanto se refere ao mesmo e a cada um de seus dependentes (incluindo ainda a data de nascimento e CPF de cada dependente); - CNPJ da operadora de plano de saúde, quando houver. Para cada caso específico de retenção, haverá campos específicos para preenchimento, devendo a empresa tomar os devidos cuidados quando do lançamento das informações. O prazo de entrega desta declaração varia conforme o ano, porém habitualmente, seu vencimento ocorre no último dia útil do mês de fevereiro. Na falta de apresentação da declaração, entrega após os prazos ou ainda, apresentação de dados incorretos e omissões, haverá penalidades de multa conforme Instrução Normativa SRF nº 197, de 10 de setembro de 2002. 18 Unidade: Obrigações acessórias Material Complementar As sugestões de material complementar para esta unidade serão os seguintes sites: • Sobre a RAIS, o site www.rais.gov.br possui as principais informações sobre esta obrigação. Nele poderá ser encontrado os programas Gerador RAIS e RaisNet, utilizados para análise, processamento e transmissão do arquivo. • Para adquirir os programas SEFIP ou, ainda ACI, para envio das declarações GFIP e CAGED, respectivamente, os sites que podem ser acessados são: www.caixa.gov.br e www. caged.gov.br. Em ambos, podem ser observadas a legislação relacionada a cada declaração e, ainda, outros esclarecimentos que podem ajudar na elaboração das informações. • E, para finalizar, com relação à DIRF, podemos encontrar toda a legislação vigente no site www.receita.fazenda.gov.br. Neste também é disponibilizado o programa gerador da DIRF, além do Receitanet, utilizado para a sua transmissão. Não deixe de realizar outras pesquisas, para agregar mais conhecimentos. 19 Referências http://www.rais.gov.br. Acessado em 04/04/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D76900.htm. Acessado em 04/04/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9528.htm. Acessado em 04/04/2012. http://www.caixa.gov.br/. Acessado em 04/04/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm. Acessado em 04/04/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036consol.htm. Acessado em 04/04/2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4923.htm. Acessado em 04/04/2012. https://granulito.mte.gov.br/portalcaged/paginas/home/home.xhtml. Acessado em 04/04/2012. http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2011/in12162011.htm. Acessado em 04/04/2012. http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2002/in1972002.htm. Acessado em 04/04/2012. 20 Unidade: Obrigações acessórias Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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