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Trabalho TGP

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Exercícios de fixação da matéria.
01 - Segundo o princípio dispositivo e o da livre investigação das provas o juiz, depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em se fundará a decisão; isto a fim de assegurar a imparcialidade do juiz. A doutrina clássica faz uma distinção entre a chamada verdade real como sendo a verdade material, o que de fato aconteceu (normalmente relacionada ao processo penal) e a verdade formal, como sendo aquilo que resulta verdadeiro em face das provas carreadas aos autos (normalmente relacionada ao processo civil). Atualmente essa distinção da doutrina clássica encontra-se superada. Assim, aponte os motivos, características ou fundamentos dessa superação.
Pela doutrina moderna do direito processual, tais diferenças estão sendo abolidas gradativamente. Salienta-se que o próprio CARNELUTTI oferece críticas a respeito dessas diferenciações, classificando-as “verdadeiras metáforas” o que se afirma é que o processo civil trabalha apenas com a verdade formal, significaria que o juiz se contenta com uma meia verdade o que o juiz do processo penal necessita da verdade inteira para decidir. O que é, sem duvidam um,a grande inverdade ou não condizente com a verdade exatamente, por essas inconsistências que paulatinamente a teoria da verdade formal perde força no processo civil. Visto que não se pode alcançar certeza absoluta de verdade, o que é possível alcançar, em muitos casos, é um juízo de probabilidade ou um juízo intenso de verossimilhança. O ativismo judicial vem somar na busca dessa verdade, pois, não há que se falar em ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo que, por mais que o juyiz determine novas provas para auxiliar em seu convencimento, a sua imparcialidade deve estar presente. Não deve ser esquecido que o processo é um instrumento público, dessa forma, a busca pela verdade para o alcance de uma justa decisão é o ponto fundamental do direito processual, que visa, por fim, a pacificação social.
02 - O Estatuto do Idoso (Lei 10741/03) diz em seu artigo 71 que “é assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância”. 
Tal norma, ao conceder tratamento diferenciado para determinadas pessoas no processo, viola o princípio da igualdade? Justifique.
Não viola o princípio da igualdade, visto que todos são iguais perante a lei, porém a verdadeira igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades. Ratificando esse princípio o novo CPC manteve a prioridade com a seguinte redação:
 Art. 1048 “ Terão prioridade de tramitação em qualquer juízo ou tribunal os procedimentos judiciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988.”
03 - João Antônio protocolizou uma ação ordinária de cobrança contra Pedro, que foi julgada improcedente. Após a publicação da sentença João Antônio permaneceu inerte e o processo foi arquivado. Qual o princípio foi observado? Explique.
Foi observado o princípio da ação, ou da demanda representado pelo direito de ativar o exercício da função jurisdicional, dos órgãos jurisdicionais. Manifesta-se através da iniciativa provocar a movimentação do aparelho jurisdicional. Manifesta-se também através da reconvenção em que o réu não se limita a defender-se, mas passa ao ataque. E o juiz não pode tomar providências que superem os limites do pedido. Estado quando entra com ação tem interesse da sociedade. Sem manifestação de vontade das partes, juiz age de ofício. 
04 - São meios alternativos de solução de conflito a autocomposição, a mediação e a arbitragem. Com relação a autocomposição, discorra acerca do seu conceito e suas modalidades.
A autocomposição é um método primitivo de resolução de conflitos entre pessoas e consiste em: um dos indivíduos, ou ambos, abrem mão do seu interesse por inteiro ou parte dele. Portanto pode-se afirmar que é um ajuste de vontades entre as partes (pressupondo pacificada e liberdade), onde pelo menos uma delas abre mão de seus interesses ou de parte deles. Podendo haver a participação de terceiros (árbitro ou mediador). A autocomposição pode ocorrer de três formas (as quais, de certa maneira, sobrevivem até hoje com referência aos interesses disponíveis):
- Desistência: consiste em dar início à proteção do direito lesado ou ameaçado de lesão, e desiste de protegê-lo (renúncia à pretensão);
- Submissão: consiste na aceitação de resolução de conflito oferecido pela parte contrária (renúncia à resistência oferecida à pretensão);
- Transação: consiste na troca equilibrada e recíprocas entre as partes (concessões recíprocas)
Todas essas soluções têm em comum a circunstância de serem parciais – no sentido de que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas.
05 - Afirma-se que o princípio do contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF) é o direito a participação no processo; e que se traduz em duas dimensões: formal e material. Explique cada uma dessas dimensões.
Dimensão FORMAL – o princípio do contraditório é aquele que garante a todos o direito de participar do processo que lhe diga respeito, que possa afetar o seu interesse. Essa é a dimensão formal do contraditório: o direito à participação. Há uma tendência muito clara de que a atividade estatal que afete o interesse de alguém (seja administrativa, seja jurisdicional) tem que se realizar através do contraditório. É por isso que a Constituição de 88 garantiu o contraditório, não só pelo lado jurisdicional, mas também no âmbito administrativo. O Estado não pode agir contra alguém sem lhe dar o direito de participar do processo que afete seu interesse. A dimensão formal do contraditório é muito importante, mas não esgota a garantia do contraditório. Não exaure o conteúdo normativo do princípio do contraditório porque é preciso dominar o aspecto substancial. 
Dimensão SUBSTANCIAL – não é qualquer contraditório que é garantido. O cidadão tem o direito de participar do contraditório que, na dimensão substancial, é o poder de influenciar o conteúdo da decisão. A dimensão substancial do contraditório é o poder de influência. A minha participação, que é garantida pelo aspecto formal, tem que ser uma participação apta, ao menos teoricamente, a influenciar naquilo que o juiz vai dizer. Tem que ter condições de intervir, de influenciar o convencimento do juiz. É por isso que o direito ao contraditório gera o direito à prova que é consequência do contraditório. O direito de produzir provas em juízo nada mais é do que uma consequência da dimensão substancial do contraditório porque de nada adiantaria um contraditório meramente formal, sem dar à parte o poder de interferir na decisão. O contraditório devido tem que ter o formalmente devido (de participar) e substancialmente devido (dar à parte a oportunidade de influenciar). 
06 - Explique a diferença entre regras e princípios.
As regras descrevem o que se deve, não se deve ou se pode fazer em determinadas situações, elas se esgotam em si mesmas, portanto se uma regra é válida, há de ser feito exatamente o que ela exige, nem mais nem menos. Já os princípios são constitutivos da ordem jurídica, revelando os valores ou os critérios que devem orientar a compreensão e a aplicação das regras diante das situações concretas. Eles são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas existentes.
07 - Indique as garantias e vedações que a Constituição estabelece para assegurar a independência do juiz.
Para assegurar a imparcialidade (e a independência) do juiz a Constituição consagra o Princípio do Juiz Natural, previsto nos incisosXXXVII e LII, ambos do art. 5º, garantindo a todos o direito de serem processados e julgados, apenas por juízes constitucionalmente competentes, pré-constituídos na forma da lei, imparciais por natureza, sendo vedada a designação de juízo ex post facto, no ímpeto de se aplicar a justiça no caso em apreço. Portanto, o juiz natural é aquele previamente constituído como competente para julgar determinadas causas abstratamente previstas. 
08 - Afirma-se que o contraditório é constituído de dois momentos: informação e reação. Justifique a afirmação.
O princípio do contraditório é um corolário do princípio do devido processo legal, e significa que todo acusado terá o direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita, utilizando, para tanto, todos os meios de defesa admitidos em direito.
A defesa e o contraditório guardam íntima conexão entre si, pois é do contraditório que brota a própria defesa, pois desdobra-se em dois momentos: a informação e a possibilidade de reação. Mas é a defesa que garante o contraditório, conquanto nele se manifeste pois esta representa um aspecto integrante do próprio direito de ação. 
09 - Explique o alcance dos princípios da disponibilidade e indisponibilidade, relacionando-os com o processo civil e com o processo penal.
Os referidos princípios tratam da possibilidade de apresentar ou não uma pretensão em juízo, de exercer ou não seus direitos. Sofre limitações quando o próprio direito material é de natureza indisponível, por prevalecer o interesse público sobre o privado. Por isso, prevalece no processo penal o princípio da indisponibilidade, pois o crime é lesão irreparável ao interesse coletivo. Nos crimes de ação penal pública condicionada ou nos crimes de ação privada, porém, os órgãos públicos ficam condicionados à manifestação da vontade da vítima. O poder dispositivo (vigora no processo civil e no trabalhista) é a liberdade ou o poder que a pessoa tem de oferecer ou de apresentar (ou não) a sua pretensão da maneira que melhor lhe aprouver ou de renunciar a sua pretensão.
 
10 - Suponha que Marta tenha sido processada pela Justiça penal, sob a acusação de haver matado Paulo, e que, ao final, tenha sido absolvida, por ausência de prova. Qual o princípio foi observado?
Foi observado o princípio da presunção de inocência ou do estado de inocência, desdobramento do princípio do devido processo legal, está previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, que dispõe que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.”
	
11 - Considerando-se a hipótese descrita acima indaga-se: após o trânsito em julgado da decisão, poderá o Ministério Público reabrir o processo contra Marta, se vier a descobrir outras provas? Qual o princípio aplicável ao caso?
O princípio aplicável é da segurança jurídica que estabelece que após o trânsito em julgado não há mais de se falar em retroatividade salvo se for em benefício ao réu.Dá-se o nome a esse fenômeno de coisa julgada, que é a imutabilidade da sentença após o trânsito em julgado. Trata-se de um instituto processual, e alcança as sentenças de todas as áreas do Direito. O objetivo dessa garantia constitucional é dar segurança jurídica aos conflitantes e não permitir que haja perpetuação das lides no poder judiciário. Para que aqueles indivíduos acusados contra os quais não se reuniram provas bastantes (e que, portanto, restaram absolvidos) possam prosseguir vivendo serenamente. Pensar contrariamente é admitir que a vida se torne um verdadeiro caos, imperando um sentimento geral de intranqüilidade em todos aqueles que se viram absolvidos,

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