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RESUMO AULA 2 TGP

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TEORIA GERAL DO PROCESSO E FASE DE CONHECIMENTO NO PROCESSO CIVIL - ARA1238
PROF. ALEX CADIER - AULA 2 – 01/09/2021
RESUMO DA ÚLTIMA AULA: APRESENTAÇÃO DO CURSO E PLANEJAMENTO DO SEMESTRE– INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO PROCESSO
· Direito Material x Direito Processual
· A tríade processual.
TEMA DE HOJE: INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO PROCESSO (cont.) e PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
	Desde a organização do sistema judiciário brasileiro, o conceito de jurisdição vem passando por grandes transformações, a exemplo do que também ocorreu com o próprio papel do Poder Judiciário.
	Num primeiro momento, a intervenção do Judiciário nos conflitos era tímida. O juiz era considerado como a "boca da lei", ou seja, um mero repetidor do texto legal, encarregado, apenas, de fazer a subsunção da norma ao fato.
	Em seguida, pudemos observar a mudança de padrão para um intervencionismo maior, dando azo ao fenômeno chamado judicialização ou ativismo judicial. Nessa fase eram comuns as manifestações judiciais que interferiam em atos que se encaixavam no rol de atribuições das demais funções do Estado (Legislativo e Executivo).
	Hoje, buscamos o equilíbrio entre esses dois perfis. Enquanto no Estado Liberal o juiz era contido, e no Estado Social ele deveria assumir uma postura mais ativa, hoje, no Estado Democrático de Direito, espera-se que o magistrado utilize seus inúmeros poderes de forma ponderada e razoável, devendo priorizar a busca de soluções conciliatórias e prestigiar o debate entre as partes.
	A partir dessa ideia, podemos identificar a jurisdição como sendo, simultaneamente, um poder – capacidade de impor suas decisões imperativamente –, uma função – como encargo que o Estado assume de pacificar os conflitos sociais – e uma atividade. Corroborando com o exposto até então, Cândido Rangel Dinamarco ressalta que a jurisdição não consiste em um poder, mas o próprio poder estatal que é uno.
	O acesso à justiça é um princípio essencial ao funcionamento do Estado de direito. Tal garantia, nas palavras de Cândido Rangel Dinamarco, “figura como verdadeira cobertura geral do sistema de direitos, destinada a entrar em operação sempre que haja alguma queixa de direitos ultrajados ou de alguma esfera de direitos atingida”.
	O acesso à justiça tem previsão expressa nos arts. 5°, XXXV da CRFB de 1988 e 3° do CPC, segundo o qual a todos é assegurada a busca da solução justa para o seu conflito. Nesse conceito se insere o de acesso à jurisdição, ou seja, a busca pela intervenção do Poder Judiciário.
	Assim sendo, a partir de um conflito de interesses entre duas partes, temos a noção de lide. Caso essa lide seja levada ao Poder Judiciário, ela se transforma numa demanda, e, por via de consequência, o acesso à jurisdição. Caso as partes prefiram que a lide seja resolvida por um árbitro, teremos acesso à justiça, mas não à jurisdição estatal, na medida em que o árbitro tem o poder de resolver o conflito, mas não integra os quadros do Poder Judiciário.
	A ideia que temos hoje de acesso à justiça passa necessariamente pela compreensão das chamadas ondas renovatórias desenvolvida por Mauro Cappelletti e Bryant Garth[footnoteRef:1]. A partir das premissas lançadas pelas ondas renovatórias, podemos chegar a quatro grandes princípios que devem informar o real significado da expressão acesso à justiça hodiernamente. [1: CAPPELLETTI, Mauro, GARTH, Bryant (tradução de Ellen Gracie Northfleet). Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1988,] 
	O primeiro deles é a acessibilidade, que pressupõe a existência de sujeito de direito, com capacidade tanto de estar em juízo como de arcar com os custos financeiros para tanto, e que procedam de forma adequada à utilização dos instrumentos legais judiciais ou extrajudiciais, de tal modo a possibilitar a efetivação de direitos individuais e coletivos.
	A expressão desse princípio se dá por três elementos, quais sejam o direito à informação enquanto conhecimento dos direitos que se detém e da forma de utilizá-los; a garantia da escolha adequada dos legitimados para propositura das demandas; e, por fim, a redução dos custos financeiros do processo de forma que estes não dificultem ou inibam o acesso à justiça.
	O segundo princípio elencado pelo autor é o da operosidade, que se consubstancia no dever das pessoas que participam da atividade judicial ou extrajudicial de atuarem do modo mais produtivo e empenhado possível a fim de assegurar um efetivo acesso à justiça.
	Tal princípio tem aplicação nos campos objetivo e subjetivo. No primeiro, concretiza-se a partir de uma atuação ética dos sujeitos envolvidos no processo – incluindo os advogados e juízes – que devem sempre colaborar com as atividades direcionadas à democratização do processo.
	Já no campo objetivo, esse princípio indica a necessidade de utilização dos instrumentos e meios mais eficazes pelas partes, atuando eticamente para otimizar a produtividade, que se relaciona, em última instância, à perfeita conjugação do binômio celeridade-eficiência na constante busca pela verdade real e pela conciliação.
	O terceiro princípio é o da utilidade. Por utilidade entende-se que o processo deve assegurar ao vencedor tudo aquilo que lhe é de direito, do modo mais rápido e proveitoso possível e com o menor sacrifício para a parte vencida. Neste sentido, “a jurisdição ideal seria aquela que pudesse, no momento mesmo da violação, conceder, a quem tem razão, o direito material”. Como isto não é possível, é importante então se estimular a a tentativa de conjugação harmoniosa, caso a caso, da segurança e celeridade e a utilização de mecanismos eficazes de conservação e garantia da tutela do direito em litígio.
	O quarto e último princípio é o da proporcionalidade, que se consubstancia na necessidade de escolha pelo julgador, que constantemente se vê diante de inúmeros dilemas, examinando as possíveis soluções que mais se harmonizem com os princípios informadores do direito, e com os fins que determinado conjunto de regras visa a alcançar, privilegiando, ao final, o interesse mais valioso.
OS PRINCÍPIOS PROCESSUAIS MAIS RELEVANTES
1) Devido processo legal
	Sem dúvida um dos mais importantes princípios processuais foi introduzido em nosso ordenamento de forma expressa pela Constituição de 1988, em seu art. 5º, LIV, segundo o qual “ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal”.
	O chamado “due process of law” é mais que uma garantia, sendo um conjunto de garantias que assegura às partes o exercício de faculdades e poderes processuais. Funciona também como sistema de limitação ao exercício do poder. O devido processo será uma "garantia de justiça" e "direito ao serviço jurisdicional corretamente prestado" a partir das normas processuais constitucionais. Não se pode esperar que o processo, por si só, tenha força suficiente para dirimir as desigualdades sociais através do aparelho judicial, mas servirá como importante meio para alcançar interesses socialmente relevantes da maneira mais desimpedida possível a todos os cidadãos.
	O devido processo traduz a supremacia da lei, base de uma sociedade democrática que protege os direitos fundamentais através da Constituição, evitando que qualquer atitude arbitrária possa restringir seu conteúdo. A mescla de processo justo e devido processo legal, a par da regularidade formal, impõe a adequação do processo à realização do melhor resultado concreto em face do direito material, prevalecendo a proporcionalidade e a razoabilidade na harmonização dos princípios. Dessa forma, o juiz não será apenas "a boca da lei", mas agirá pela interpretação e aplicação do direito positivo, adequando a norma aos fatos e também os valores em jogo no caso concreto, afastando a ideia de que o devido processo é apenas um simples procedimento desenvolvido em juízo.
	Dentro do conceito maior de devido processo legal, encontramos as noções de contraditório e de ampla defesa. Esses princípios impõem que, ao longo do procedimento, seja observado verdadeiro diálogo, com participação das partes, que é a garantianão apenas de ter ciência de todos os atos processuais, mas de ser ouvido, possibilitando a influência na decisão.
	Desse modo, permite que as partes, assim como eventuais interessados, participem ativamente da formação do convencimento do juiz, influindo, por conseguinte, no resultado do processo.
2) Isonomia 
	Do primitivo conceito de igualdade formal e negativa (ou seja, de que o Direito não deve estabelecer diferenças entre os indivíduos), clama-se, hoje, pela igualdade material, isto é, por uma Justiça que assegure tratamento igual para os iguais e desigual para os desiguais (na medida de suas diferenças), conforme a máxima aristotélica, constituindo um pilar da democracia.
	Em âmbito processual, significa restabelecer o equilíbrio entre as partes e possibilitar a sua livre e efetiva participação no processo, como corolário do princípio do devido processo legal.
3) Juiz natural
	Com previsão constitucional no art. 5º, XXXVII e LIII da CRFB, o princípio processual do juiz natural há de ser analisado sob duas vertentes: em relação ao órgão jurisdicional que julgará e à sua imparcialidade.
	Assim, quanto ao órgão julgador, subsiste a garantia de julgamento pelo juiz natural, isto é, pelo juiz competente segundo a Constituição. Significa que a competência para o julgamento deve ser predeterminada pelo Direito. O termo “juiz legal” poderia ter sido adotado, mas a doutrina consagrou a alcunha “juiz natural”.
	A efetivação deste princípio busca evitar os odiosos tribunais de exceção que já se apresentaram nas ditaduras e garantir que não haverá nenhum tipo de ingerência na escolha do juiz que julgará a causa.
4) Inafastabilidade do controle jurisdicional
	O direito à tutela jurisdicional é reconhecido na Convenção Europeia de Direitos Humanos como direito essencial que comporta o acesso ao juiz e à coisa julgada, dotando as decisões de força definitiva e obrigatória, sendo um elemento constitutivo da essência do Estado de Direito.
	Com sede constitucional no art. 5º, XXXV, o referido princípio impede que o legislador restrinja o acesso à ordem jurídica ou ao ordenamento justo, bem como impõe ao juiz o dever de prestar a jurisdição, isto é, garantir a tutela efetiva a quem detenha uma posição jurídica de vantagem, sendo vedado o non liquet.
	Sob o prisma do acesso à jurisdição, o princípio se impõe como uma garantia fundamental essencial, possibilitando o início da relação processual e permitindo-se invocar a tutela do Estado. O bem individual e o bem comum serão regulados pela função jurisdicional, não podendo o Estado deles afastar o seu controle, sempre motivado a manter o equilíbrio social e econômico das relações.
5) Publicidade dos atos processuais
	Inserto nos art. 5º, LX, e 93, IX, CF/88, constitui projeção do direito constitucional à informação e suporte para a efetividade do contraditório, garantindo o controle da sociedade sobre a atividade jurisdicional desenvolvida. A administração da justiça faz parte da Administração Pública, que tem como Princípio a Publicidade (art. 37 da CRFB).
	Significa que, em regra, o processo deve ser público e, apenas excepcionalmente, sigiloso – quando houver expressa previsão legal, notadamente quando a defesa da intimidade ou do interesse público o exigirem.
6) Motivação das decisões judiciais
	Consoante dispõe o art. 93, IX, CRFB, todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de serem consideradas nulas de pleno direito. Trata-se de dupla garantia: (i) de existir um fundamento e (ii) de este ser explicitado.
	Dessa forma, é garantida às partes, para efeito de segurança das relações jurídicas e controle da atividade jurisdicional, a possibilidade de impugnar aquelas decisões que não estejam devidamente fundamentadas.
	No Estado contemporâneo, o dever de fundamentação ganha uma especial relevância, tendo em vista o agigantamento dos poderes dos magistrados, bem como a utilização de cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados nos textos legais.
7) Duração razoável do processo
	O princípio da duração razoável do processo é parte do denominado "processo justo", que engloba outros princípios e garantias que regem o processo civil. As questões que tornam o Judiciário mais lento na entrega da prestação jurisdicional refletem a insatisfação social com as mazelas públicas levadas ao Judiciário, avolumando o número de processos.
8) Boa-fé e Cooperação
	O artigo 5º do novo CPC tem a seguinte redação: “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”. Com isso, o princípio da boa-fé, que já vinha previsto no atual Código de Processo Civil, no rol dos deveres dos sujeitos processuais, é deslocado para o capítulo referente aos princípios e garantias fundamentais do processo civil, impondo a sua observância em todo o procedimento.
	O artigo 6º, por sua vez, estabelece que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha a solução do processo com efetividade e em tempo razoável”. Parece, portanto, que o legislador infraconstitucional quis adotar definitivamente o modelo cooperativo para o processo civil brasileiro.
	Aponta-se que o Princípio da Cooperação é decorrente dos Princípios da Boa-Fé, da Lealdade e do Contraditório. Esses dois princípios, que tiveram sua incidência inicial no direito privado, já têm a sua inserção nos ramos do direito público como certa, pois o que se espera de qualquer litigante, em qualquer esfera, é que atue de maneira a não frustrar a confiança da outra parte.
	O princípio da boa-fé se manifesta através de ouros dois subprincípios: a proteção da confiança, pela qual se protege a ideia que o sujeito tem sobre determinada coisa, e a prevalência da materialidade subjacente, ou seja, a regra jurídica será aplicada de acordo com as circunstâncias que envolvam o contexto fático.
SITUAÇÃO-PROBLEMA:
Leia a notícia retirada de um site da internet:
Um advogado que pediu para não ter seu nome identificado divulgou uma petição que ele teria redigido para uma de suas causas, a intenção dele seria provar que juiz não leria a manifestação das partes. Teria constado na petição que “Nossas petições nunca são lidas com a atenção necessária. A maior prova disso será demonstrada agora, pois se somos tratados como pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão famosa iguaria. Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador”, diz um trecho da petição do advogado que não quis se identificar. (disponível em https://jusdecisum.com.br/advogado-escreve-receita-de-pamonha-para-provar-que-juiz-nao-le-os-autos/)
Analise o caso, à luz dos princípios processuais
ESTUDO DE CASO:
Durante o julgamento de uma causa, o juiz, de ofício e sem prévia manifestação das partes, decidiu pela prescrição da pretensão do autor. O fundamento da decisão limitou-se à reprodução de um dispositivo legal, bem como à invocação de um precedente, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta ao referido precedente. Analisando as condutas do juiz neste processo, identifique e explique qual(is) princípio(s) foi(ram) inobservado(s) pelo magistrado.
ATIVIDADE AUTÔNOMA AURA:
1) Dentre os princípios constitucionais processuais, o contraditório é um dos que merece especial atenção dos operadores do direito. Sobre este princípio, é correto afirmar:
a) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a qual deva decidir de ofício;
b) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício, devendo, também nesta situação, oportunizar a manifestação das partes;
c) Não é autorizado ao juiz conceder tutela provisória de urgência em desfavor de uma parte antes desta ser previamente ouvida.
d) Em nenhumahipótese se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
2) Mário ingressou com ação judicial, objetivando a retirada do seu nome dos órgãos de proteção ao crédito, alegando que a inclusão foi indevida. Devido a urgência para obter um financiamento, requer a concessão da tutela provisória liminarmente, ou seja, antes mesmo da oitiva do réu. O juiz, convencido dos requisitos para concessão da medida liminar, a defere. Pode-se dizer que concessão desta tutela provisória antes mesmo da citação do réu, está sustentada na observância ao seguinte princípio
a) Contraditório
b) Inafastabilidade da jurisdição
c) Isonomia
d) Vedação à decisão surpresa

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