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BOLORES 1 Os mofos, também chamados de bolores, são espécies de fungos filamentosos que se desenvolvem em matéria orgânica. Estes mofos possuem a capacidade de decompor a matéria orgânica. RELAÇÃO BOLOR/FUNGO FUNGOS Os fungos constituem um grupo de organismos em que não ocorre clorofila (são heterótrofos). São geralmente filamentosos e multicelulares. O crescimento é em geral apical, mas normalmente qualquer fragmento hifálico pode dar origem a outra formação micelial quando destacado e colocado em meio apropriado. As estruturas reprodutivas são diferenciadas das vegetativas, o que constitui a base da sistemática dos fungos. É claro que a variação morfológica de cada estrutura é muito grande, diferindo de espécie para espécie , o que dificulta uma complicação (Putzke, Jair, 1998 p. 21). FUNGOS REPRODUÇÃO Todos os fungos podem propagar-se por fragmentos do talo, mas a forma usual de reprodução é a forma de esporos. Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais. A reprodução assexuada ocorre através de brotamento, fragmentação e produção de conídios. A reprodução sexuada culmina na produção de basidiósporos, no caso de basidiomicetos.A reprodução parassexuada consiste na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos haplóides. Apesar de ser raro, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos. Fungos: possuem parede celular, com algumas exceções, diferentemente das células animais; não possuem clorofila (não-fotosintéticos); formam esporos que são dispersos por correntes de ar. FUNGOS NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO Segundo Putzke, Jair (1998, p. 25), os fungos obtêm seu alimento através de outras fontes como saprófitas, atacando matéria orgânica morta ou como parasitas, infectando organismos vivos, que são então denominados hospedeiros. De acordo com pesquisas acumuladas quanto as necessidades nutricionais dos fungos, sabe-se que a maioria requer C, O, H, N, P, K, Mg, S, B, Mn, Cu, Mo, Fe, e Zn. A temperatura ideal para o crescimento dos fungos fica entre 0 e 35C, mas o ótimo para a maioria fica entre 20 e 30C. O pH gira em torno de 6 como ótimo para a maioria das espécies, mas algumas dos gêneros Plasmodiophora e Fusarium, preferem a faixa entre 4,5 – 5. Os fungos ocorrem nos mais variados hábitats, podendo ser encontrados no solo, agua (doce e salgada), ar, gelo dos pólos, e todo e qualquer resto de matéria orgânica em decomposição, quando competem com bactérias pelo alimento. FUNGOS Classificação: De acordo com Putzke (1998), existem muitos sistemas de classificação propostos para fungos, e ainda hoje os sistemas sofrem adições e alterações. Pode-se considerar que os sistemas mais apropriados surgiram a partir de 1950 com o trabalho de Bessey, que considerou os fungos como pertencentes a 3 classes: Phycomycetes, Ascomycetes e Basidiomycetes, além dos Fungos Imperfeitos. Baseia-se primariamente em : características dos esporos sexuais e corpos de frutificação presentes durante os estágios sexuais; da natureza de seus ciclos de vida; características morfológicas de seus micélios vegetativos ou de suas células. FUNGOS NA ALIMENTAÇÃO Muitos fungos são comestíveis e utilizados na alimentação humana. É o caso dos cogumelos, como o champignon e o shitake. Outros fungos são utilizados na produção de alimentos, como o pão, e em bebidas alcoólicas, como o vinho e a cerveja. Na fabricação do pão são utilizadas as leveduras (Saccharomyces cerevisiae), também chamadas de fermento. Estes fungos realizam um processo chamado fermentação, através do qual produzem gás carbônico e álcool etílico a partir do açúcar. O gás carbônico, liberado neste processo, cria pequenas bolhas de gás no interior da massa, fazendo com que o pão cresça e fique fofinho. A produção de bebidas é realizada através da fermentação de diferentes ingredientes. O vinho, por exemplo, é fabricado a partir da fermentação da uva. Já a cerveja é produzida através da fermentação da cevada. FUNGOS: MEDICAMENTOS E PARASITAS Alguns fungos produzem compostos capazes de matar bactérias (substâncias bactericidas). A partir destas substâncias são fabricados antibióticos, como a penicilina, utilizada no combate a doenças infecciosas causadas por bactérias do gênero Streptococcus. Muitos fungos são parasitas, causando doenças nos animais, no homem, e também nas plantas. As micoses são doenças provocadas por fungos, e vão desde frieiras nos dedos dos pés, até graves infecções nos órgãos internos. Nas plantas estes organismos podem causar uma doença chamada "ferrugem", que provoca lesões de coloração alaranjada nas folhas e pode levar à perda de plantações inteiras. FUNGOS: ASSOCIAÇÕES COM OUTROS ORGANISMOS Algumas espécies de fungos estabelecem associações que são benéficas tanto para eles quanto para os hospedeiros. Este tipo de relação é chamado de mutualismo. Dois exemplos são os líquens e as micorrizas. Os líquens são associações entre fungos e algas e as micorrizas entre os fungos e as raízes de certas plantas. BOLORES Com membrana celular semelhante à das bactérias, com diferença no tamanho (são bem maiores, possuindo mais de 100 micra), os bolores têm parede celular de composição variada dependendo de cada espécie, onde predominam a celulose e a hemicelulose em alguns e a quitina em outros. Eles são fungos filamentosos encontrados em abundância na natureza, no ar, água, solo, animais, mas especialmente em vegetais e frutos, por meio dos quais podem provocar doenças. O emborolamento pode ser observado quando um bolor está presente nos alimentos, provocando deteriorações devido à produção de micotoxinas, mas também podem ser utilizados para produções benéficas à saúde, como certos tipos de alimentos (exemplo, queijo) e medicamentos (ex. penicilinas). BOLORES O citoplasma de um bolor é típico de uma célula eucariótica e a maior parte dos bolores é aeróbica, ou seja, se adaptam muito bem em alimentos ácidos, preferindo ambientes com temperaturas entre 20°C-30°C, se desenvolvendo na grande maioria em temperaturas de refrigeração, mas não tão elevadas. Os bolores também capazes de se multiplicar em ambientes com baixa disponibilidade de água. Têm uma multiplicação mais lenta comparada a das bactérias, ocorrendo pelo desenvolvimento do micélio, dita como multiplicação de ocorrência nos alimentos em geral, evoluindo para a produção de esporos assexuados. Quando desenvolvem-se, formam filamentos denominados hifas, que formam o micélio, que representa a parte visível do fungo observado em materiais embolorados, geralmente de cor esbranquiçada e com aspecto de algodão BOLORES Depois que já se desenvolveram, os bolores formam esporos de origem assexuada em um determinado momento do crescimento, podendo ser denominados de esporangiosporos ou conidiosporos, que dão a coloração diferenciada aos bolores, sendo também responsáveis pela sua disseminação, destacando-se com facilidade. São levados pelos ventos e ao caírem em locais com nutrientes, como os alimentos, conseguem germinar e dar origem a um novo micélio. Certos bolores apresentam estruturas especializadas, tais como os rizoides, que servem para fixação do fungo, e estruturas que resistem mais às condições adversas, tais como os esclerócitos e os clamidósporos. Os bolores também podem apresentar estruturas de origem sexuada, tais como os esporos: zigosporos, ascósporos e basidiósporos. FAMÍLIA TUBERCULARIACEAE Se caracteriza por produzir esporodóquio. Os gêneros mais conhecidos são Tubercularia, Volutella e Fusarium. Fusarium é o maior e taxonomicamente o mais complicado de todos os grupos de fungos. Muitas espécies-forma tem sido identificadas, sendo especificas para uma determinada planta, o que tem levado os especialistas a chamarem as mesmas de formae specialis.. FUSARIUM: SIGNIFICADO CLÍNICO A maioria dos Fusarium espécies são fungos de solo e têm uma distribuição mundial. Alguns são patógenos de plantas causando podridão de raiz e caule, murcha vascular ou podridão. Outras espécies causar podridão de armazenamento e são produtores de micotoxinas importantes. Várias espécies, nomeadamente F. oxysporum, F. solani e F. moniliforme, são reconhecidos como patogênica para o homem e os animais causando ceratite micótica, onicomicose e hialohifomicose, especialmente em vítimas de queimaduras e pacientes transplantados de medula óssea. As manifestações clínicas da hialohifomicose causada por Fusarium; incluem infecções cutâneas e subcutâneas, endoftalmite, osteomielite e artrite traumática após a implantação. Peritonite também tem sido relatada em doentes em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC). Infecções disseminadas são semelhantes a aspergilose disseminada, no entanto fungemia e lesões de pele ulceradas são frequentemente mais pronunciadas. O paciente típico é granulocitopênicos e recebendo antibióticos de amplo espectro para a febre inexplicável. FUSARIUM A forma anamórfica de Fusarium sp. pertence ao Reino Fungi, Divisão Deuteromycotina, classe dos Hyphomycetes, ordem Moniliales, família Tuberculariaceae. O gênero é representado por 1414 espécies, 348 variedades e 140 formae speciales descritas em literatura. (Index Fungorum, 2010). A identificação de espécies de Fusarium sp. é baseada na morfologia dos macro e microconidios, conidióforos, clamidosporos e na disposição dos conidios no conidióforo. Marcante é o fato das características morfológicas sofrerem influência do ambiente e das condições nutricionais do substrato. Especialistas no gênero utilizam meios de cultura e condições padronizadas para identificação. FUSARIUM A identificação de Fusarium espécie é muitas vezes difícil devido à variabilidade entre os isolados (por exemplo, na forma e tamanho de conídios e cor colônia) e por recursos que são necessários nem sempre são bem desenvolvidos As colónias são geralmente rápido crescimento, ou pálido brilhantemente colorido (dependendo da espécie) e podem ou não podem ter uma cotanilhoso micélio aéreo. A cor do talo varia de esbranquiçada a amarelo, marrom, rosa, avermelhada ou tons de lilás. Espécies de Fusarium normalmente produzem tanto macro e microconidia de fiálides delgado. Macroconídios são hialinos, dois a vários unicelular, fusiform- a forma de foice, na sua maioria com uma célula apical alongada e pedicellate basocelular. As culturas de F. oxysporum mostrando pigmentação roxo e F. subglutinans mostrando pigmentação rosa. FUSARIUM Algumas, mas não todas as espécies de Fusarium sp., produzem esporodóquios, são patógenos de humanos, insetos, plantas e são abundantes no ar e no solo. É fácil identificar os isolados do gênero devido à sua característica. No entanto a variabilidade enorme no tamanho dos conídios microconídios e macroconídios, torna difícil para a especiação. (Barnett & Hunter, 1998). Espécies de Fusarium sp. incluem importantes fitopatógenos, causadores de murchas, podridões, morte de plântulas, aborto de flores, podridões de armazenamento e outras doenças. De ocorrência cosmopolita, freqüentemente estão associados com sementes. Algumas espécies são produtoras de importantes micotoxinas FUSARIUM A presença de insetos pode aumentar a infecção dos cereais por Fusarium sp. através dos seguintes mecanismos: comprometer a proteção externa dos grãos e os tecidos da planta, permitindo que as hifas do fungo penetrem e tenham acesso aos grãos divulgando os esporos do fungo nos grãos (JOUANY, 2007). Como a maioria dos cereais, as variedades locais de milho podem ser afetadas por fungos e seus metabólitos secundários, as micotoxinas. Fusarium sp. é um dos principais fungos que afetam a cultura e é responsável pela produção da micotoxina zearalenona. (Edwards, 2004). A contaminação por fungos e suas micotoxinas podem causar uma espécie de problemas relacionados com a saúde, elas podem causar intoxicação em humanos e animais, que vão desde gastrenterite ao câncer, e a economia, tais como as perdas de produtos agrícolas, de baixa produtividade e morte de animais e à rejeição do produto pelo mercado consumidor (Diniz, 2002). FUSARIUM Muitas espécies são parasitas causando murcha na planta hospedeira, ou por bloqueio dos vasos do xilema ou por produzir substancias toxicas que afetam a permeabilidade celular e interrompem o metabolismo celular. Variedades de Fusarium oxysporum são importantes por produzirem murcha e atacarem culturas importantes como tomate, bananas, batata doce e pêra. O mal do Panamá em bananas causado por este fungo destruiu bananais e levou ao desenvolvimento de variedades resistentes. FUSARIUM OXYSPORUM Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli é um microrganismo que sobrevive no solo, sendo transmitido por sementes, sobrevivendo em seu interior, em impurezas associadas às sementes e em restos de cultura. Do ponto de vista epidemiológico, a associação desse fungo com sementes é um fato relevante, sendo responsável pela introdução e disseminação de inóculo inicial entre regiões de cultivo. Danos: No campo, observa-se a formação de reboleiras, e quando as plantas são severamente atacadas, elas secam e morrem. A extensão da área atingida é variável, pois o patógeno pode afetar algumas plantas ou até 80% da área. A infecção, ocorrendo na fase inicial da planta, leva à redução de crescimento. FUSARIUM OXYSPORUM Os sintomas normalmente iniciam em um lado da planta com o murchamento das folhas, podendo haver uma "amarelação" ou bronzeamento das mesmas. Causa da por um fungo de solo, essa doença provoca "amarelação" lenta e seca das folhas. No lado afetado da planta, abaixo da casca, há uma descoloração uniforme de todo o tecido lenhoso (tecido vascular), apresentando uma cor marrom tipo chocolate. Esse sintoma típico de fusarium contrasta com os da murcha bacteriana que somente apresenta listras escuras. A aparência unilateral dos sintomas e a descoloração vascular podem causar confusão entre murcha de fusarium ou murcha bacteriana. Porém, o “pus bacteriano” descrito para a murcha bacteriana é uma forma confiável de distinguir estas duas doenças. Algumas raízes no lado afetado apodrecem. A murcha de fusarium, assim como a murcha bacteriana, está geralmente acompanhada de infecção com nematoides de galhas. FUSARIUM OXYSPORUM No solo, o fusarium pode sobreviver por 10 anos ou mais, sendo um fungo parasita que entra por aberturas causadas por nematoides ou por outros danos nas raízes para alcançar o sistema vascular e se espalhar pelos vasos, bloqueando-os parcialmente e reduzindo o suprimento de água para a planta. A disseminação do fungo para outras lavouras é através de restos de cultura infectados. A principal forma de controlar o fusarium é o uso de cultivares tolerantes. O uso de nematicidas e a rotação de culturas também podem ser benéficos para áreas altamente infestadas com nematoides e fusarium. FUSARIUM OXYSPORUM Controle: O controle da referida doença torna-se extremamente difícil e, muitas vezes, impossibilitado. Para diminuir a quantidade de inóculo e a severidade da doença, recomenda-se a rotação de cultura com plantas não hospedeiras, queima dos restos de cultura quando houver presença do patógeno, utilização de sementes sadias e a não utilização de máquinas e implementos procedentes de áreas infestadas. MURCHA DE FUSARIUM EM FEIJOEIRO A murcha ou amarelecimento de Fusarium, causada por Fusarium oxysporum (Schlecht.) f. sp. phaseoli Kendrick & Snyder, ocorre em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil. Sua importância tem aumentado principalmente em cultivos intensivos do feijoeiro comum na mesma área (RAVA et al., 1996; PAULA JÚNIOR et al., 2004). O patógeno é um habitante do solo, transmitido principalmente por meio de sementes infestadas, por resíduos de cultura infectados ou por implementos agrícolas contaminados (SARTORATO et al., 1987). MURCHA DE FUSARIUM EM FEIJOEIRO A doença manifesta-se por perda da turgescência, amarelecimento, seca e queda progressiva das folhas, começando pelas inferiores, podendo afetar toda a planta ou apenas parte dela (Fig. 1). A infecção pode ocorrer no estádio de plântula; como consequência, estas não apresentam um desenvolvimento normal e, quando adultas, tornam-se raquíticas, devido à colonização do sistema vascular da planta pelo patógeno. Nas vagens, podem ocorrer lesões aquosas e contaminar as sementes externamente. Muitas vezes, o ataque do patógeno é ainda mais severo quando há ocorrência simultânea de Fitonematóides. PATCH DE FUSARIUM E MOLDE NEVE Patch de Fusarium, comumente chamado de molde neve, é uma causa comum de manchas marrons em gramados, particularmente no outono ou durante períodos ameno no inverno. Nome comum: Fusarium remendo ou neve molde. Nome científico: Nivalis Monographella plantas afetadas gramados causadas por fungo sincronismo. Mais comumente visto do outono à primavera. O QUE É O PATCH DE FUSARIUM? Esta doença é causada pelo fungo Monographella nivalis (formalmente Fusarium nivale). Infelizmente, é uma das doenças mais prejudiciais de gramados e pode ser difícil de controlar. Pode ser encontrada mais frequentemente durante o outono, inverno e início da primavera, mas os ataques podem ocorrer a qualquer momento do ano. A doença é às vezes muito perceptível após degelo de neve, quando é dado o nome comum de molde neve. Remendo Fusarium é particularmente problemático na grama prado anual (Poa annua), mas também pode afetar bents (Agrostis espécies), fescues (Festuca espécies) e perene de azevém (Lolium perenne). SINTOMAS PATCH DE FUSARIUM Ao olhar para fora a doença é notado pela primeira vez como pequenas manchas de cor amarelada, morrendo grama que mais tarde virar marrom Patches aumenta de tamanho e podem chegar a 30 centímetros de diâmetro ou mais, muitas vezes, fundindo em conjunto de modo que grandes áreas podem ser afetadas. Durante condições molhadas umas são brancas ou rosadas, o crescimento de fungos felpudo pode ser notado, principalmente nas margens do patch. Isto não deve ser confundido com moldes de limo no relvado. Cladosporium Os fungos têm várias maneiras de se disseminar pela natureza por meio dos esporos ou fragmento de hifas, dentre elas está a água, os animais, as sementes, os insetos e o vento, sendo estes do ultimo caso denominados anemófilos. O Cladosporium sp está incluso nos gêneros de fungos que incluem a microbiota anemófila e se destaca por ser abundante. É considerado um dominante universal, incluindo representantes reportados como bioalérgeno. O processo de dispersão e de germinação dos esporos na natureza estão ligados a uma série de fatores físico-químicos como incidência de luz, temperatura, disponibilidade de alimentos, umidade, precipitação pluviométrica, velocidade do vento, estações climáticas, localização geográfica e a poluição ambiental. Como consequência dessas influências, a concentração e a diversidade dos fungos anemófilos variam dependendo do local pesquisado (LACAZ et al, 2002) Cladosporium O gênero Cladosporium sp (Hormodendrum) está dentre os principais gêneros de fungos anemófilos que são amplamente distribuídos no ar e poeira. Esse apresenta maior incidência com relação aos demais. (LACAZ et al, 2002). Está classificado por Prince e Meyer (1976) apud Pereira (2007), como um fungo dominante universal, ou seja, encontrados em praticamente todos os locais pesquisados. Em sua maioria contém espécies saprófitas, mas incluem também espécies responsáveis por doenças graves em plantas, animais e humanos, como no caso dos anemófilos reportados como bioalérgeno (LACAZ et al, 2002) Com 734 espécies registradas válidas na literatura, o gênero Cladosporium apresenta 73 variedades e 40 formas especiais. No Brasil são conhecidas 26 gêneros de Cladosporium. O Cladosporium sp., possui 915 hospedeiras ocorrendo em vários países, como por exemplo a Acacia decurrens (Malásia), Bauhinia variegata (Índia), Tabebuia sp. (Brasil), Citrus aurantifolia (México) e a Phoenix dactylifera (Califórnia). Cladosporium Cladosporium As espécies do Cladosporium são raramente patogênicos aos seres humanos, mas existem relatos de infecções da causa na pele e nas unhas dos pés, sinusite e infecções pulmonares. Se essas infecções não forem tratadas, podem gerar problemas respiratórios como a pneumonia. Em animais silvestres causam ceratomicose e alergias. Já em plantas o, Cladosporium sp, é um freqUente invasor secundário, associado às lesões de Colletotrichum sp. e Phoma sp. Cladosporium herbarum O agente causal da verrugose da ervilha, do maracujá e da soja é o Cladosporium herbarum, que está dentre as espécies de Cladosporium. É um patógeno fraco, ocorrendo muitas vezes como saprófito sobre os tecidos enfraquecidos por outras doenças ou que sofrem de estresse Há poucas referências sobre a distribuição mundial desse patógeno; existem registros de incidência apenas na Arábia Saudita, Estados Unidos e Brasil (Rio Grande do Sul). Existem registros de incidência sobre hospedeiras de mais de 30 famílias de plantas. Cladosporium herbarum Manchas escuras nas hastes de plantas jovens ou enfraquecidas são típicas da doença. Os sintomas apresentam-se como pequenas manchas irregulares, púrpuras a negras; com o avanço da doença, o centro das manchas deprime-se ligeiramente, resseca e torna-se acinzentado. Sob condições de alta umidade, o fungo esporula abundantemente e o centro das manchas torna-se enegrecido e com uma textura aveludada devido à massa de conidióforos e conídios presentes. As lesões apresentam-se alongadas, ligeiramente deprimidas e amarronzadas. Sob condições de alta umidade, o fungo torna-se mais ativo e as manchas aumentam de tamanho, coalescem até circundarem a haste, causando necrose profunda, que atinge os feixes vasculares, e a planta finalmente morre. Cladosporium herbarum Como é uma doença secundária, há pouco ou nenhum estudo desenvolvido à procura de fontes de resistência ou tolerância a C. herbarum. Algumas medidas podem ser tomadas para que a doença seja evitada, como: planejar a semeadura visando evitar a coincidência dos estádios jovens da planta com o período mais chuvoso; manter um espaçamento maior entre as plantas a fim de evitar alta umidade dentro da lavoura; usar sementes sadias, limpas e adequadamente tratadas. Sob condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, recomenda-se pulverizar com fungicidas protetores. Curiosidade sobre Cladosporium Como parte de trabalho de mais de 20 anos de pesquisa afim de combater doenças e pragas que afetam as lavouras, foi descoberto no setor cafeeiro o fungo Cladosporium cladosporioides, que possui propriedades biofungicidas que combatem outros fungos que deterioram o café, atribuindo à bebida boa qualidade e valorizando o produto. A descoberta gerou um produto biotecnológico. A tecnologia se refere a métodos de multiplicação e conservação do Cladosporium cladosporioides para utilização no campo como agente bioprotetor. E, ainda, permite o uso na produção industrial de enzimas, utilizadas em diferentes processos de proteção da qualidade do café. O estudo foi coordenado por Sara Maria Chalfoun, doutora em Fitotecnia e pesquisadora da Unidade Sul de Minas da Epamig. Segundo a pesquisadora, o fungo foi identificado ao se estudar o papel de microrganismos associados aos frutos e grãos de café em relação à qualidade. Observou-se que quando um fungo (identificado como Cladosporium cladosporioides Fres. De Vries) encontrava-se associado aos frutos de café ainda na planta, outros fungos comprovadamente prejudiciais à qualidade não se desenvolviam. Referências LACAZ, C. S; PORTO, E; MARTINS, J. E. C.; VACCARI, E. M. H.; MELO, N. T. Tratado de micologia médica. 9ª ed. São Paulo. Sarvier, 2002. 1104. Putzke, Jair. Os reinos dos fungos / Jair Putzke, Marisa Terezinha Lopes Putzke. – Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998. v. 1. Putzke, Jair. Os reinos dos fungos / Jair Putzke, Marisa Terezinha Lopes Putzke. – Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2002. v. 2. Stevenson, Greta B. Biologia dos fungos, bactérias e virus; tradução de Denise Navas Pereira. São Paulo, Polígono, Ed. da Universidade de São Paulo, 1974. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ciencias/fungos-o-que-sao-e-qual-e-a-importancia-dos-fungos.htm acesso em novembro de 2015 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11964778 acesso em novembro de 2015 http://www.unemat.br/eventos/jornada2009/resumos_conic/Expandido_00214.pdf acesso em novembro de 2015 http://fitopatologia1.blogspot.com.br/2010/11/aspectos-gerais-e-morfologicos-de_05.html acesso em novembro de 2015 http://www.agrolink.com.br/culturas/soja/verrugose_1738.html acesso em novembro de 2015 http://www.agrolink.com.br/noticias/embrapa-realiza-estudo-sobre-qualidade-e-sustentabilidade-do-cafe_198405.html acesso em novembro de 2015 http://www.todabiologia.com/microbiologia/mofos.htm acesso em novembro de 2015 http://www.portaleducacao.com.br/nutricao/artigos/14906/bolores acesso em novembro de 2015 OBRIGADA! FIM
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