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Paisagismo I Rosa Kliass

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Rosa Grena Kliass
Acadêmicos: Iago Plein e Pablo Santin
UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP
PAISAGISMO I
Rosa Grena Kliass (nascida em São Roque) é uma arquiteta-paisagista brasileira, considerada uma das mais importantes na história do Paisagismo brasileiro moderno e contemporâneo. Entre suas obras mais significativas estão a reforma do Vale do Anhangabaú e o projeto paisagístico do Parque da Juventude, ambos na cidade de São Paulo.
Reurbanização do Vale do Anhangabaú – SP (1981)
Parque da Juventude - SP
Rosa Kliass formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) em 1955, e pós graduada também na FAUUSP em 1989. Foi influenciada pelo professor Roberto Coelho Cardoso ao optar pelo paisagismo como área de atuação, sendo ganhadora de inúmeros prêmios nesta área. 
Seu trabalho teórico também possui certa relevância, sendo autora do livro Parques urbanos de São Paulo, desenvolvido a partir do tema de sua dissertação de mestrado, defendida em 1989 na FAUUSP. É fundadora e ex-presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) fundada em 1975.
Pioneira do Paisagismo no Brasil, a descoberta de sua vocação foi obra de um encontro no último minuto e de um amor à primeira vista. “No último ano da Faculdade de Arquitetura, entrou uma cadeira que se chamava Paisagismo.  Aos 82 anos, Rosa admite que a escolha pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, cursada na Universidade de São Paulo na década de 50, “até hoje é um grande mistério”. Interiorana de São Roque (1932), oscilou entre Arquitetura e Física durante os exames de vestibular, mas uma coincidência de datas entre as provas forçou uma decisão.   Nas décadas seguintes, “inventou” seu próprio mercado de trabalho. “Paisagismo no Brasil era somente o [Roberto] Burle Marx (1909-1984), que ficava no Rio”, sintetiza a arquiteta paisagista.
Principais Obras:
Plano Preliminar Paisagístico de Curitiba – PR (1965)
Áreas Verdes Recreação para o Município de São Paulo (1968)
Estudos de Áreas Verdes e Espaços Abertos da Cidade de Salvador – BA (1976)
Plano da Paisagem do Município de São Luís – MA (2003)
Projeto Paisagístico da Avenida Paulista – SP (1973)
Reurbanização do Vale do Anhangabaú – SP (1981)
Parque Halfeld – Juiz de Fora – MG (1979)
Parque Mariano Procópio – Juiz de Fora – MG (1979)
Parque do Abaeté – Salvador – BA (1992)
Parque de Esculturas – Salvador – BA (1996)
Parque da Residência – Belém – PA (1998)
Estação das Docas – Belém – PA (1998)
Feliz Lusitânia, Forte do Castelo – Belém – PA (1998)
Pátios do Museu de Arte Sacra – Belém – PA (1998)
Parque Mangal das Garças – Belém PA
 Foi criado em 2005, à partir da revitalização de uma área de 40 mil metros quadrados às margens do rio Guamá, próximo do centro histórico da capital. 
Parque Residência
Parque do Forte – Macapá AP
Foi planejado em torno da histórica Fortaleza de São José do Macapá, erguida no século XVIII. À beira do Amazonas, o parque tem decks panorâmicos que permitem a observação do rio.
Parque Mariano Procópio – Juiz de Fora – MG
Parque de Esculturas – Salvador – BA 
Parque do Abaeté – Salvador – BA 
Parque Halfeld – Juiz de Fora – MG
Entrevista com a Arquiteta e Paisagista:
O que é planejamento paisagístico?
É o sistema de planejamento - não de desenho, ainda - das áreas livres, não construídas, de um lugar. Em escala regional, periurbana ou interurbana, ele define, levando em conta as características da paisagem local, as áreas de preservação ambiental, as propícias ao uso agropecuário, as que devem ser instituídas como parques, praças, passeios públicos. O planejamento paisagístico deve ser feito em equipes interdisciplinares compostas por arquitetos paisagistas, urbanistas, geógrafos, botânicos, hidrólogos, climatólogos, sociólogos etc. Pouco depois de voltar dos Estados Unidos, fui convidada pelo Paulo Egydio Martins, então superintendente do Consórcio de Desenvolvimento Integrado dos Municípios do Vale do Paraíba (Codivap), para coordenar, numa visão de planejamento integrado, uma equipe multidisciplinar: desenvolvemos o trabalho Caracterização do conhecimento do Vale do Paraíba e diagnósticos resultantes. Dele derivou a política do planejamento regional. Foi muito bonito, foi o maior momento de produção de conhecimento que já tive.
Você criou a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (Abap), que foi o primeiro grande passo na institucionalização da profissão no Brasil.
Eu aqui, fazendo arquitetura paisagística na precariedade, e um dia recebo do Manfredo Gruenwald, o editor da revista Acrópole, três livros. Eram os anais de um congresso da International Federation of Landscape Architects (Ifla). Entrei em contato com a Federação e me associei. Logo depois, em 1975, fui a uma sessão técnica em San Antonio, no Texas. O secretário da Ifla era um português, o Edgar Fontes, que estranhou que no país de Burle Marx não houvesse ainda uma associação de paisagistas. Eu contestei: "Burle Marx é estrela única! Não, não tem profissionais para formar uma associação". Mas tantas e tais ele fez que prometi que iria tentar. Cheguei e convoquei quem eu conhecia, e todo mundo veio na primeira reunião. Ali se originou a Abap.
Entre a arquitetura e a arquitetura da paisagem há um ponto de união fundamental: o desenho do espaço. O que as diferencia tanto para justificar que sejam graduações diferentes?
Qual é a essência da arquitetura? É criar um abrigo, proteger-se do sol e da chuva. Para ela, o solo é um material inerte. Já para a arquitetura paisagística, o solo é um material vivo, e o sol e a chuva são o que alimentam o sistema. Então são focos diferentes, matérias diferentes. A arquitetura tem uma parte de edificações que não é necessária para o arquiteto paisagista, como as estruturas de edifícios: ele eventualmente vai precisar disso, mas de forma mais leve. Por outro lado, vai se aprofundar nos aspectos de solos, clima, vegetação...
Qual o campo de atuação do arquiteto paisagista no Brasil?
O maior cliente, hoje, é a indústria imobiliária, condomínios verticais e horizontais nas grandes cidades. Mas o mercado que deve ser explorado é o público, claro. Existem concursos, caso dos projetos do Vale do Anhangabaú e do Parque da Juventude, mas ainda tem de haver um reforço institucional para conseguir mais.
Você enxerga perspectivas de mudanças? A questão do espaço público vai melhorar no Brasil?
Há uma tendência grande de melhorar.
Vê um movimento contundente nesse sentido?
Não. O movimento ambientalista, por exemplo, pode dar um reforço grande nisso, na criação de parques, coisas assim. Agora, para a renovação urbana acontecer realmente precisa de muita força política.

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