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Slides História da arquitetura Brasil II

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Prof. Dr. Mário Caldeira
UNIDADE II
História da Arquitetura
no Brasil
 Durante a maior parte do século 20, a história da arquitetura moderna no Brasil era narrada 
como uma história de luta (esta teria se inserido no país por meio de conquistas, batalhas e 
dificuldades), vitória (ela teria sido vitoriosa sobre todas as outras, consideradas antigas e 
arcaicas) e dominação (a arquitetura moderna teria se espalhado por todo o país e produzido 
as melhores obras do século 20 no país).
 Esse olhar mudou e as narrativas também. Hoje considera-se que a arquitetura moderna foi, 
como todas as outras ondas que vieram anteriormente, um momento importante, que 
conviveu com outras arquiteturas, e que alguns de seus paradigmas ainda vigoram.
 A arquitetura moderna no Brasil começa com as propostas de 
Gregori Warchavchik e Lucio Costa nos anos 1920, consolida-
se entre os anos 1940 e 1950, começa a ser modificada nos 
anos 1960 e 1970 e é profundamente questionada a partir dos 
anos 1980.
 Ao mesmo tempo começa o interesse de fato no conceito de 
patrimônio histórico.
Considerações sobre a historiografia da arquitetura moderna no Brasil
 A ideia de preservar os objetos, edifícios, obras de arte e atividades culturais do passado 
como forma de manter a memória e a identidade de um povo, de uma nação, não é nova e 
começa na Europa. Mas é na década de 1930 que esse interesse torna-se parte da 
legislação federal brasileira, com órgãos especializados nesse assunto.
 E inegavelmente essa ideia se consolida com os ideais modernistas que circulavam em São 
Paulo e no Rio de Janeiro, manifestados principalmente por Mário de Andrade e Rodrigo 
Melo Franco de Andrade, que trabalharam na equipe do então ministro da Educação e 
Saúde, Gustavo Capanema. Assim, em 1933 é criado o primeiro órgão federal que trata 
desse assunto.
 Em seguida, em 1937 é criado o Sphan, que depois receberia o 
seu nome atual, Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional. Posteriormente surgiram inúmeros órgãos 
semelhantes nas esferas estaduais e municipais, ampliando o 
rol preservado do patrimônio cultural, artístico, natural e 
arquitetônico do Brasil.
O patrimônio histórico
 A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, foi uma das primeiras áreas urbanas 
consideradas importantes para preservação e em 1933, por um decreto federal, foi alçada a 
“monumento nacional”. Em 1980 o centro histórico dela foi declarado Patrimônio Mundial 
pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
O patrimônio histórico
Vista geral do centro antigo 
de Ouro Preto, MG. Essa 
área da cidade configurou-
se durante o século 18.
Fonte: Disponível em 
https://upload.wikimedia.or
g/wikipedia/commons/f/f8/
OuroPretoView.jpg. Acesso 
em: 08 maio 2022.
 A arquitetura moderna implementada no país, primeiro em alguns projetos, e depois dentro 
das poucas escolas de arquitetura existentes na primeira metade do século 20, é de origem 
europeia e carrega forte influência de arquitetos como Charles-Edouard Jeanneret-Gris 
(1887-1965), vulgo Le Corbusier, e Walter Gropius (1883-1969).
 A arquitetura moderna das décadas de 1920 e 1930 é 
caracterizada por: um léxico arquitetônico específico (os 
conhecidos cinco pontos da arquitetura, de Le Corbusier), uso 
intenso da industrialização da construção, uma estética de forte 
influência das vanguardas artísticas europeias e, com a 
urbanização moderna, a criação de um novo tipo de espaço 
urbano. Com o passar das décadas, novas vertentes da 
arquitetura moderna foram surgindo na Europa e nos Estados 
Unidos e algumas delas influenciaram os profissionais aqui
no Brasil.
A arquitetura moderna e o Brasil
 As primeiras iniciativas conhecidas da introdução dessa nova arquitetura no país foram feitas 
pelo arquiteto de origem ucraniana Gregori Warchavchik. Em 1927, em função de seu 
casamento com Mina Klabin Warchavchik, ele começa a construir na rua Santa Cruz, em 
São Paulo, aquela que seria considerada por alguns historiadores a primeira casa 
modernista do país, concluída em 1928. O projeto, a decoração, os móveis e as peças de 
iluminação são de autoria do arquiteto. Mina Klabin proveu financeiramente a obra e 
colaborou com o projeto paisagístico para o jardim. No entanto, há características 
construtivas nela que ainda não permitem defini-la plenamente como moderna.
A arquitetura moderna e o Brasil
Casa na Rua Santa Cruz, projeto de Gregori 
Warchavchik, São Paulo, SP. Alguns teóricos 
chamam essa arquitetura de protomoderna (o Art 
Deco também recebe essa denominação) por não 
ter todas as características do Modernismo.
Fonte: Disponível em 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9
/96/Casa_da_Rua_Santa_Cruz%2C_S%C3%A3o
_Paulo.jpg. Acesso em: 30 abr. 2022.
 Ao mesmo tempo que a arquitetura moderna é desenvolvida no Sudeste do país, na região 
Nordeste essa arquitetura expande-se nos trabalhos do arquiteto Luiz Nunes, que 
desenvolveu vários trabalhos usando o léxico modernista e materiais construtivos mais atuais 
para o período. Entre seus trabalhos estão estabelecimentos assistenciais da saúde, 
escolas e até uma caixa d’água, considerada um dos primeiros projetos efetivamente 
modernos do país.
A arquitetura moderna e o Brasil
Hospital da Brigada Militar (atualmente da Polícia 
Militar). Projeto do arquiteto Luiz Nunes, localizado no 
Recife, PE, projetado e construído entre 1935 e 1937.
Fonte: BRUAND, Y. Arquitetura Contemporânea no 
Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1991.
 O projeto que sediava o Ministério da Educação e Saúde 
foi realizado por volta de 1930 pela equipe de Lúcio Costa, 
com a orientação inicial do arquiteto Le Corbusier. Essa 
obra foi rapidamente considerada um marco no Brasil, 
tanto pelo uso pleno dos cinco pontos da arquitetura 
moderna definidos pelo próprio Le Corbusier, quanto pela 
volumetria e implantação ousada. Os arquitetos usaram 
uma quadra inteira para a implantação, criando uma 
grande área livre com bastante vegetação no térreo. Esse 
projeto dá início à chamada Escola Carioca de arquitetura.
A arquitetura moderna e o Brasil
Edifício Gustavo Capanema, antiga sede do Ministério da 
Educação e Saúde
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b
5/MESP4.jpg/675px-MESP4.jpg?20061216044014. 
Acesso em: 23 abr. 2022.
 A solução arquitetônica do Ministério usa dois volumes de alturas diferentes posicionados 
perpendicularmente entre si, o que já é interessante. Mas é a relação desses volumes com o 
pavimento térreo, onde fica a praça, que mostra uma das principais características da 
arquitetura moderna. Nessa implantação, o edifício fica “solto” dos limites do terreno e ergue-
se acima do solo, criando uma fluidez natural ao longo de toda a praça. A independência do 
posicionamento do prédio em relação aos limites do terreno influenciará, a partir dessa 
época, muitos dos edifícios construídos no Brasil e as leis municipais que tratam do assunto. 
A arquitetura moderna e o Brasil
Edifício Gustavo Capanema, antiga sede do Ministério 
da Educação e Saúde. Vista do térreo mostrando a 
fluidez criada pela implantação.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thum
b/e/e2/Pal%C3%A1cio_Gustavo_Campanema_-
_panoramio_%286%29.jpg/1200px-
Pal%C3%A1cio_Gustavo_Campanema_-
_panoramio_%286%29.jpg?20161227142850. Acesso 
em: 23 abr. 2022.
 A habitação coletiva no Brasil, tal como a conhecemos hoje, começa com o século XX. O 
problema da falta de moradias aumenta à medida que a população brasileira cresce e o 
número de habitantes na cidade também se amplia. A oferta de moradia não pode mais ser 
resolvida apenas por imóveis feitos pelos próprios moradores ou por pequenas empresas 
construtoras. Por isso tanto o Estado quanto o setor imobiliário privado adotaram aos poucos 
o modelo da habitação coletiva, em suas váriasmodalidades, com financiamento público 
e/ou privado. Como sempre, esse modelo convive até hoje com inúmeras outras formas de 
habitação, seja na oferta de financiamentos, seja na variedade de tipologias construtivas 
arquitetônicas e urbanas.
 Também é possível afirmar que o início da oferta de habitações 
coletivas pelo Estado ocorre aproximadamente ao mesmo 
tempo que a introdução da arquitetura moderna no Brasil. Por 
isso a maioria dos primeiros conjuntos residenciais (como eram 
chamados no início) possuem características modernistas, 
principalmente na sua implantação.
A arquitetura e a habitação coletiva
 As iniciativas públicas para resolver o problema da falta de habitação qualificada podem ser 
divididas em três fases de acordo com o tipo de financiamento.
 Na primeira fase (1937-1964), o Estado cria institutos que financiam e constroem os 
chamados conjuntos residenciais.
 Na segunda fase (1964-1986), é criado o Banco Nacional de Habitação – BNH, que 
gerenciava e regulamentava um novo sistema, o Sistema Financeiro de Habitação – SFH.
 A terceira fase (1986-1997) começa com a extinção do BNH em 1986, e o uso de novas 
soluções financeiras por estados, municípios e setor privado para a construção de moradias.
 Na quarta fase (1997- dias atuais), há um aumento da 
regulação do setor imobiliário e uma expansão de outros 
modelos de habitação, principalmente os condomínios 
horizontais fechados e os apartamentos-clube.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Como dito anteriormente, na primeira fase (1937-1964) o Estado cria institutos que financiam 
e constroem os chamados conjuntos residenciais. Os primeiros foram os Institutos de 
Aposentadoria e Pensões (cada IAP atendia apenas a uma categoria trabalhista), a partir 
de 1937, e logo em seguida a Fundação da Casa Popular – FCP (a partir de 1946), e o 
Departamento de Habitação Popular – DHP, da prefeitura da capital no Rio de Janeiro.
 A arquitetura praticada nos primeiros projetos ainda não 
aplicava o léxico arquitetônico modernista encontrado, por 
exemplo, no edifício do Ministério da Educação e Saúde. 
Mas os arquitetos que faziam esses projetos já adotavam uma 
implantação de características modernas, com edifícios 
laminares, com afastamentos entre si e em relação aos limites 
do lote, reproduzindo uma lógica urbana que se tornou padrão 
em vários conjuntos residenciais. O modelo de implantação 
antigo, que usava os limites do lote, já não era mais usado.
A arquitetura e a habitação coletiva
 Nessa primeira fase dos tipos de financiamento da habitação, para as classes médias, que 
aumentavam consideravelmente à medida que o país se urbanizava, a indústria e a oferta de 
serviços se expandiam e o número de servidores públicos crescia, havia duas soluções mais 
comuns. Os loteamentos construídos no que era então a periferia das cidades maiores 
(essas áreas seriam envolvidas pelo crescimento urbano poucas décadas depois) e a partir 
da década de 1930 os primeiros conjuntos residenciais, patrocinados pelo Estado através 
dos IAPs (Instituto de Aposentadoria e Pensões). Vários dos projetos patrocinados pelos 
IAPs nas décadas de 1940 e 1950 foram realizados por arquitetos modernos brasileiros.
 Nessa época não havia ainda programas populares de 
habitação para a população mais pobre. Esse tema carece de 
maiores pesquisas. Para esse grupo populacional a solução era 
morar em áreas muito distantes dos centros das cidades, em 
geral ao lado de rios, manguezais etc., ou nos prédios 
encortiçados ou em morros mais próximos a áreas centrais.
A arquitetura moderna e a habitação coletiva
 Um dos projetos de habitação coletiva realizado pelo Iapi (Instituto de Aposentadoria e 
Pensão dos Industriários) foi o Conjunto Habitacional Várzea do Carmo, em São Paulo. Esse 
conjunto contém quase todo o léxico arquitetônico e urbanístico moderno para a construção 
de habitações coletivas verticais que estava se difundindo desde os anos 1920 e 1930. Foi 
projetado pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima (1901-1943), que também realizou planos 
urbanísticos, como o de Goiânia, e de reurbanização.
A arquitetura e a habitação coletiva
Conjunto Habitacional Várzea do Carmo (1938-1942), 
projetado pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima. São 
Paulo, SP. Nem todos os blocos de apartamentos 
projetados foram construídos.
Fonte: Disponível em: 
https://www.google.com.br/maps/@-23.5589546,-
46.6242819,3a,61.4y,78.85h,92.88t/data=!3m6!1e1!3
m4!1s85LzNK4bxCKMVZzvmttHmw!2e0!7i16384!8i8
192. Acesso em: 15 maio 2022.
 Um dos projetos realizados dentro da primeira fase da habitação coletiva no Brasil foi o 
Pedregulho (Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes), projetado pelo arquiteto 
Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) em 1947. Sua finalidade era atender funcionários 
públicos da capital do país, na época o Rio de Janeiro. O conjunto tornou-se conhecido no 
exterior e fez parte dos projetos brasileiros de grande aceitação na mídia estrangeira entre 
as décadas de 1930 e 1960.
A arquitetura e a habitação coletiva
Conjunto Residencial do Pedregulho. 
Projeto de Affonso Eduardo Reidy, no 
Rio de Janeiro, RJ. O projeto incluiu, 
além das habitações, escolas, áreas de 
lazer, centro esportivo, lavanderia e 
mercado.
Fonte: Disponível em: 
https://www.google.com.br/maps/@-
22.8934964,-
43.2369535,156a,35y,73.59h,65.42t/dat
a=!3m1!1e3. Acesso em: 15 maio 2022.
 Ao mesmo tempo que a arquitetura considerada mais atual no mundo ocidental estava sendo 
realizada, e mesmo algum tempo após esse evento, realizavam-se no país obras muito 
importantes e de grande porte com características ecléticas, como a sede do Ministério da 
Fazenda e alguns anos depois a Basílica de Nossa Sra. Aparecida, o maior templo católico 
do país.
 No dia 3 de outubro de 1938, em comemoração ao 8º aniversário da Revolução de 1930, foi 
lançada a pedra fundamental da nova sede do Ministério da Fazenda. Com um projeto de 
autoria do arquiteto Luis Eduardo Frias de Moura, em estilo eclético, o Palácio da Fazenda, 
com um pórtico principal construído com mármore brasileiro e colunas em estilo dórico, foi 
inaugurado em 1943.
 O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida foi 
construído aproximadamente nessa mesma época, em estilo 
neorromânico (uma das várias linhas do ecletismo), e até hoje 
é um dos maiores templos religiosos do país.
Persistências e convivências
Persistências e convivências
Palácio da Fazenda, antiga sede do Ministério da 
Fazenda (construído entre 1938 e 1943), Rio de 
Janeiro, RJ. Vista do pórtico da entrada principal.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/eb/
Rio_de_Janeiro%2C_Brazil_%2823953479245%29.jp
g. Acesso em: 30 abr. 2022.
Persistências e convivências
Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Aparecida, 
SP, foi projetado pelo arquiteto Benedito Calixto Neto e 
começou a ser construído no final dos anos 1940.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Frente
_da_Bas%C3%ADlica_de_Nossa_Senhora_Aparecida%2C_
Aparecida_SP.JPG. Acesso em: 30 abr. 2022.
 Na década de 1940, o então prefeito de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek (1902-1976), 
começa a trabalhar em conjunto com o promissor arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), e 
cria-se o Conjunto da Pampulha, uma série de cinco edificações modernas situadas nesse 
bairro e que definiriam uma parceria que se estenderia até a criação de Brasília.
A expansão da arquitetura moderna
Igreja de São Francisco de 
Assis, mais conhecida como 
Igreja da Pampulha. Projeto 
de Oscar Niemeyer, foi 
inaugurada em 1943.
Fonte: Disponível em 
https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/1/15/Igr
eja_da_Pampulha.jpg. 
Acesso em: 08 maio 2022.
 A arquitetura moderna é introduzida no cenário das cidades brasileiras pelo Rio de Janeiro. 
Ainda que outras cidades tenham obras relevantes desde a década de 1930,é na então 
capital federal que surgem muitas obras nessa linha de projeto, e criam um léxico 
arquitetônico que caracterizaria esses projetos por muitos anos e influenciaria 
vários profissionais.
A expansão da arquitetura moderna
Museu de Arte Moderna do Rio 
de Janeiro, projeto do arquiteto 
Afonso Eduardo Reidy. Foi 
inaugurado em 1948.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wi
kipedia/commons/5/53/MAM_-
_Museu_de_Arte_Moderna_do
_Rio_de_Janeiro_02.jpg. 
Acesso em: 07 maio 2022.
 O Parque do Ibirapuera é um importante marco em São Paulo, pois além de ter sido feito 
para comemorar os 400 anos da cidade, é uma importante área verde dentro da metrópole, 
com mais de 160 hectares de área. O projeto paisagístico foi feito pelo paisagista Otávio 
Augusto Teixeira Mendes, e os principais edifícios, a marquise e o auditório são de autoria de 
Oscar Niemeyer.
A expansão da arquitetura moderna
Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, inaugurado em 1954. A 
vista mostra a marquise e os edifícios conectados a ela. O 
projeto desse conjunto é de Oscar Niemeyer.
Fonte: Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-
23.5810844,-
46.6501145,419a,35y,228.52h,58.73t/data=!3m1!1e3. Acesso 
em: 18 maio 2022.
 Além das arquiteturas que durante uma boa parte do século 20 continuaram sendo aplicadas 
por arquitetos em diversos projetos, e das técnicas construtivas, agora seculares, ainda se 
mantendo quase inalteradas em várias regiões do país, uma outra persistência se mantinha 
tenazmente dentro da construção civil brasileira: sua dependência de sistemas artesanais.
 Um dos principais pontos de apoio da arquitetura moderna, configurada na Europa nos anos 
1920 e 1930, é sua profunda relação com a indústria e a racionalização da construção. 
Nenhum desses aspectos se encontrava plenamente no Brasil quando as iniciativas de 
modernização da arquitetura no país se manifestavam.
 Quando a nova capital, Brasília, foi realizada havia em vários 
projetos o uso de sistemas industrializados de construção, mas 
o artesanato construtivo ainda era uma forte característica da 
arquitetura e da engenharia brasileiras.
 Até hoje, início do século XXI, o uso de mão de obra com 
capacidade artesanal de construir é parte integrante dos 
vários sistemas construtivos usados no Brasil, apesar da farta 
disponibilidade de sistemas construtivos racionais, secos 
e industrializados.
Persistências e convivências
 Quando o governo federal brasileiro decide fazer uma nova capital para o país no seu 
interior, o presidente era Juscelino Kubitschek. Ele já havia trabalhado com Oscar Niemeyer 
e acreditava na arquitetura moderna como um representante adequado para a nova fase que 
ele e seu governo queriam implantar no país: uma era de industrialização, modernização e 
superação do passado agrário e colonial.
 O processo de criação da capital começou primeiro por uma fase de planejamento, com a 
escolha do local, definição do tamanho da cidade, dos serviços que ela deveria acolher, dos 
trabalhos e contratações que seriam necessários para sua execução.
 Nessa fase foi constituída a Novacap, acrônimo para 
Companhia Urbanizadora da Nova Capital, que gerenciaria a 
formação do planejamento, projeto e execução de Brasília. 
O seu primeiro presidente foi o eng. Israel Pinheiro e um dos 
seus diretores foi Oscar Niemeyer, e mais tarde Lucio Costa fez 
parte da equipe. A companhia existe e gerencia a cidade 
até hoje.
Brasília: a capital moderna
 A face mais conhecida, divulgada e vivenciada da nova capital brasileira é o seu desenho e 
sua organização urbana. A parte referente a esse aspecto da nova capital foi definida por um 
concurso público nacional, do qual participaram alguns dos principais grupos de arquitetos do 
país. Todos eles estavam vinculados à arquitetura e ao urbanismo modernos, e por isso os 
projetos apresentados no concurso seguiam nessa linha teórica. O escolhido foi o do 
arquiteto Lucio Costa, por ser ao mesmo tempo simples, de rápida execução, mas com uma 
imagem de capital muito forte.
Brasília: a capital moderna
 O projeto de Lucio Costa para o desenho da nova capital foi chamado de Plano Piloto, e 
permitiu uma execução rápida o suficiente para ser inaugurada em poucos anos. Hoje essa 
parte da capital é considerada patrimônio da humanidade.
Brasília: a capital moderna
Brasília, DF. Projeto original do 
desenho apresentado no 
concurso para escolher o 
desenho da nova capital, de 
autoria de Lucio Costa. Observe 
que foi feito a mão.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikip
edia/commons/e/e0/Exposi%C3%
A7%C3%A3o_do_plano_piloto_d
e_Bras%C3%ADlia_-
_Mapa_Plano_Piloto.jpg. Acesso 
em: 05 maio 2022.
 O projeto de Lucio Costa se organiza basicamente da seguinte maneira: a. Eixo monumental; 
b. Eixo residencial; c. Centro comercial; d. Esplanada dos Ministérios; e. Praça dos Três 
Poderes; f. Palácio da Alvorada; g. Lago Paranoá.
Brasília: a capital moderna
Mapa sem escala do Plano Piloto.
Fonte: Mário H. C. Caldeira.
 O Plano Piloto foi complementado pelas 
cidades satélites, como Taguatinga, 
Samambaia, Guará, entre outras. Na 
foto ao lado pode-se ver como a capital 
cresceu, mas o Plano Piloto mantém-se 
bastante íntegro em relação à 
construção inicial.
Brasília: a capital moderna
Vista de satélite de 
Brasília, DF, em 2022.
Fonte: Disponível em: 
https://www.google.co
m.br/maps/@-
15.809067,-
47.8286693,33162a,35
y,288.52h,10.28t/data=
!3m1!1e3. Acesso em: 
05 maio 2022. N
 A imagem do Eixo Monumental no Plano Piloto provou ser uma solução adequada como 
representante simbólico do poder federal no país. Essa imagem se popularizou e hoje é 
facilmente reconhecida, apesar das críticas ao tipo de urbanismo proposto por Lucio Costa.
Brasília: a capital moderna
Vista do Eixo Monumental do Plano Piloto, com o Congresso Nacional ao fundo. Em primeiro plano o centro original do projeto 
com a antiga rodoviária. Brasília, DF, em 2022.
Fonte: Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/Eixo_Monumental.jpg. Acesso em: 18 maio 2022.
Brasília: a capital moderna
Interior da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, 
mais conhecida como Catedral de Brasília. O projeto é de Oscar 
Niemeyer, vitrais de Marianne Peretti, esculturas de Alfredo 
Ceschiatti e cálculo estrutural de Joaquim Cardozo, Brasília, DF. 
Sua construção durou de 1958 a 1970.
Fonte: Disponível em: 
https://cdn.pixabay.com/photo/2013/02/20/07/12/brasilia-
83557_960_720.jpg. Acesso em: 05 maio 2022.
 A nova capital Brasília, mesmo durante anos após a conclusão do Plano Piloto, recebeu 
vários projetos de importantes arquitetos brasileiros, principalmente Oscar Niemeyer, que 
entre outros projetou o Ministério das Relações Exteriores.
Brasília: a capital moderna
Ministério das Relações Exteriores, Brasília, DF. Projeto de 
Oscar Niemeyer e jardins projetados por Roberto Burle Marx.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/54/Minist%
C3%A9rio_das_Rela%C3%A7%C3%B5es_Exteriores_-
_50494988356.jpg. Acesso em: 08 maio 2022.
Quais das características arquitetônicas abaixo indicadas são essenciais para explicar a 
ousada implantação adotada pelos autores do projeto final do Ministério da Educação e Saúde 
realizado em 1930 no Rio de Janeiro?
I. A composição arquitetônica, baseada em dois volumes de dimensões e alturas diferentes.
II. O uso do quebra-sol na fachada que sofre maior insolação.
III. O posicionamento do auditório na extremidade do bloco linear mais baixo.
IV. A posição perpendicular da torre em relação ao bloco linear mais baixo.
a) Afirmativas III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I e II.
d) Afirmativas I e IV.
e) Afirmativas II e III.
Interatividade
Quais das características arquitetônicas abaixo indicadas são essenciais para explicar a 
ousada implantação adotada pelos autores doprojeto final do Ministério da Educação e Saúde 
realizado em 1930 no Rio de Janeiro?
I. A composição arquitetônica, baseada em dois volumes de dimensões e alturas diferentes.
II. O uso do quebra-sol na fachada que sofre maior insolação.
III. O posicionamento do auditório na extremidade do bloco linear mais baixo.
IV. A posição perpendicular da torre em relação ao bloco linear mais baixo.
a) Afirmativas III e IV.
b) Afirmativas I e III.
c) Afirmativas I e II.
d) Afirmativas I e IV.
e) Afirmativas II e III.
Resposta
 A partir da década de 1960 expandem-se três aspectos da construção civil e da arquitetura 
no país: a industrialização de materiais construtivos, a industrialização da construção e a 
racionalização de projetos arquitetônicos. Tudo convivendo com a construção artesanal.
 A industrialização de materiais construtivos no Brasil já era feita desde o século XIX. Porém 
somente a partir de meados do século XX essa produção tornou-se efetivamente industrial 
na quantidade e na variedade de materiais e tecnologias. A partir das décadas de 1940 e 
1950, o país começa a produzir em grandes volumes o aço e o cimento, essenciais na 
fabricação do concreto armado. E desde então novos materiais e elementos construtivos 
estão sendo desenvolvidos, convivendo com uma vasta variedade de produtos importados. 
É durante a primeira metade do século XX que o concreto 
armado assume sua posição de liderança como material 
estrutural na construção civil brasileira.
 A industrialização da construção trouxe transformações na 
maneira de construir no país: o uso de maquinário pesado, 
para montar edifícios inteiros para diversas finalidades, a 
construção seca e a implantação de maquinário leve dentro da 
obra foram mudanças que continuam até hoje.
Industrialização da construção
 A racionalização do projeto arquitetônico é constituído aproximadamente ao mesmo tempo 
que a industrialização de materiais construtivos. Essencialmente significa que vários projetos 
arquitetônicos passam a ser feitos usando como referência a industrialização da construção 
e a modularidade dos materiais produzidos industrialmente, distanciando-se do tradicional 
método artesanal de construir. A criação arquitetônica e o processo de elaboração do projeto 
ainda são feitos da maneira como o século 20 instituiu esse trabalho, como uma sequência 
de etapas com um aumento do seu grau de complexidade.
 Vários programas arquitetônicos passam a ser projetados 
dessa maneira sistêmica: escolas, edifícios destinados a 
indústria, estabelecimentos assistenciais de saúde, edifícios 
da administração pública, hotéis, entre muitos outros. 
Programas que exigissem rapidez e alto controle na sua 
execução, construções repetidas em quantidade, o uso de 
sistemas construtivos industrializados e secos, demandam 
até hoje a realização de projetos racionalizados. 
Industrialização da construção
 As construções usando peças de concreto armado pré-fabricadas disseminaram-se por todo 
o país a partir dos anos 1960. Apesar de serem do tipo construção pesada (que usa grandes 
máquinas para sua montagem) tornaram-se muito populares e vários arquitetos usaram esse 
sistema também como um léxico arquitetônico.
Industrialização da construção
Construção com sistema 
de concreto armado pré-
fabricado. Observe que é 
uma obra feita com peças 
encaixadas e colocadas 
com o uso de 
equipamento pesado.
Fonte: Manual Técnico 
Premo. São Paulo: Premo 
Construções Pré-
fabricadas, 1999.
 Um dos arquitetos que mais utilizou sistemas industrializados em seus projetos, procurando 
sempre a melhor qualidade espacial e construtiva, foi João Filgueiras Lima. Fez projetos de 
hospitais, edifícios administrativos públicos e privados, escolas, entre outros programas. 
Industrialização da construção
Tribunal de Contas da União, unidade de Minas Gerais, construído em Belo Horizonte em 1997. Projeto do arquiteto 
João Filgueiras Lima. Observe como o desenho mostra um sistema construtivo totalmente racionalizado e a obra 
vista na foto demonstra esse raciocínio construtivo. 
Fonte: LIMA, J. F. CTRS – Centro de Tecnologia da Rede Sarah. Brasília: Sarah Letras; São Paulo: Fundação Bienal 
/ ProEditores, 1999. p. 39.
 Na segunda fase dos tipos de financiamento para moradia (1964-1986) predomina a ação do 
Banco Nacional de Habitação – BNH. É criada uma nova forma de financiamento imobiliário, 
o Sistema Financeiro de Habitação – SFH. Esse foi o primeiro momento em que há um 
aumento importante e gigantesco da oferta de moradias coletivas para faixas médias de 
renda, construindo os conjuntos habitacionais. O SFH existe até hoje e convive com outros 
sistemas de financiamento imobiliário, principalmente os privados.
 Os projetos de conjuntos habitacionais realizados pelo BNH 
receberam ao longo dos anos críticas muito pesadas feitas por 
arquitetos, urbanistas, jornalistas e até mesmo artistas de 
várias áreas. Observações como baixa qualidade da execução, 
falta de infraestrutura nos locais de implantação, uso excessivo 
de terraplenagem desconsiderando a possibilidade de uso do 
relevo natural para implantar as construções, distanciamento 
em relação aos centros urbanos levando a um espraiamento 
excessivo da mancha urbana, e ainda uma monótona repetição 
de edifícios com projetos semelhantes sempre foram comuns.
A arquitetura e a habitação coletiva
 No entanto, foi com o BNH e o SFH que se atingiu números realmente expressivos na 
quantidade de habitações construídas, alcançando um público que nunca se havia 
conseguido alcançar com as iniciativas anteriores. Foi a primeira vez que se produziram 
habitações em grande escala no país. Há estudos feitos na Universidade de Brasília que 
indicam que durante os 22 anos em que o BNH atuou, foram construídas 4,5 milhões de 
habitações. Nessa mesma época a população passou de 80 para 135 milhões de pessoas. 
 Outro aspecto ainda pouco analisado são os projetos 
arquitetônicos postos em execução pelo BNH. Muitos repetiam 
fórmulas projetuais, como os conhecidos edifícios de 
apartamentos em planta H, com a circulação vertical no meio. 
Mas houve também projetos de qualidade, como o Conjunto 
Habitacional Zezinho Magalhães (Guarulhos, SP) e o Conjunto 
Habitacional Padre Manoel da Nóbrega (Campinas, SP), ainda 
que executados com materiais construtivos e de acabamento 
bem simples, para baratear os custos.
A arquitetura e a habitação coletiva
A arquitetura e a habitação coletiva
Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega, Campinas, SP. Foi projetado em 1973-1974 pelos arquitetos Joaquim e 
Liliana Guedes.
Fonte: Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-22.9106882,-47.1136219,202m/data=!3m1!1e3. Acesso em: 17 maio 
2022.
A arquitetura e a habitação coletiva
Conjuntos habitacionais construídos pelo BNH na Zona Leste de São Paulo, SP. Observe a variedade de tipologias de edifícios, mas
com um padrão repetido de implantação.
Fonte: Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-23.5466174,-46.4815804,1591m/data=!3m1!1e3. Acesso em: 17 maio 
2022.
 Durante os anos 1960 e 1970, junto com a expansão da economia brasileira, houve um 
aumento considerável nas obras financiadas pelo Estado, tanto em quantidade quanto em 
tamanho. Hidrelétricas, aeroportos, estradas, pontes e viadutos, metrô, portos, edifícios 
públicos etc., foram realizados nesse período. A arquitetura usada nesses projetos era 
caracterizada pela presença quase hegemônica do concreto armado aparente, pelos 
volumes maciços de edifícios com formas monolíticas, e grandes vãos, com sistemas 
estruturais robustos.
 Com esse tipo de construção aumenta também a capacidade 
tecnológica das diversas disciplinas e temas associados à 
arquitetura e ao urbanismo, como a acústica, o conforto 
ambiental, o paisagismo, o cálculo estrutural, os sistemas 
estruturais de cobertura metálica, o uso do concreto armado 
em grandes volumes etc.Com isso e com o aumento da oferta 
e procura de arquitetos, crescem também as especialidades 
em que esses profissionais atuam.
Os grandes investimentos públicos
 Um dos grandes investimentos públicos da época foram os aeroportos do Galeão (Rio de 
Janeiro) e de Guarulhos (São Paulo). O do Galeão já existia desde a década de 1920, mas o 
objetivo era transformá-lo no maior aeroporto do país, usando o que de mais tecnológico 
havia na época, e para isso ele foi ampliado e modernizado pela construtora Odebrecht, com 
investimento do governo federal.
Os grandes investimentos públicos
Aeroporto Internacional 
Tom Jobim, também 
conhecido como 
Aeroporto do Galeão, 
Rio de Janeiro, RJ. O 
Terminal 1 foi 
inaugurado em 1977 e o 
Terminal 2 em 1999.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/
a/ab/Airj_aeroporto_inte
rnacional_do_mundo_ri
o_de_janeiro_-
_panoramio.jpg. Acesso 
em: 15 maio 2022.
 Segundo muitos historiadores, houve duas vertentes principais da arquitetura moderna no 
Brasil, a Escola Carioca e a Escola Paulista. A Escola Paulista seria caracterizada por um 
léxico arquitetônico vinculado a uma linguagem brutalista da arquitetura. O Brutalismo foi 
uma decorrência da arquitetura moderna na Europa, mas quando se usa esse termo no 
Brasil ele não tem o mesmo significado, nem se refere à mesma arquitetura. A Escola 
Paulista de arquitetura se manifesta décadas após a formação da Escola Carioca.
 Como características dessa escola temos a criação de espaços amplos com grandes vãos, o 
uso extenso do concreto armado aparente, a aplicação de projetos complementares 
aparentes (elétrica, hidráulica etc.), regularidade no intercolúnio e novas formas 
de implantação.
 Independentemente dessas vertentes, várias obras 
consideradas icônicas foram executadas entre as décadas de 
1960 e 1970 por profissionais hoje aceitos como referências 
desse período na nossa história. Vejamos alguns desse 
projetos.
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
 A maioria dos profissionais de arquitetura no Brasil até o final do século 20 era composta por 
homens. Das poucas mulheres que conseguiram atuar na área, Lina Bo Bardi (1914-1992) 
conseguiu fazer vários projetos, com programas variados, e tornou-se uma arquiteta de 
renome nacional e internacional.
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
Museu Assis Chateaubriand, 
mais conhecido como Museu de 
Arte de São Paulo (Masp). 
Projeto da arquiteta Lina Bo 
Bardi, é um dos mais conhecidos 
edifícios desse período da 
arquitetura no Brasil
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wiki
pedia/commons/d/d6/MASP_-
_Museu_de_Arte_de_S%C3%A
3o_Paulo_-
_panoramio_%281%29.jpg. 
Acesso em: 07 maio 2022.
 Vilanova Artigas (1915-1985) foi um importante arquiteto para a Escola Paulista e deixou 
inúmeros seguidores da sua maneira de conceber espaços. O seu projeto mais conhecido é 
a sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em que aplica um léxico 
arquitetônico que se tornaria quase um padrão para algumas gerações de arquitetos.
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
Sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da 
Universidade d São Paulo, projeto de João Batista 
Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/F
aculdade_de_Arquitetura_e_Urbanismo_-_USP_01.jpg. 
Acesso em: 08 maio 2022.
 O edifício sede da Petrobras foi construído 
no centro do Rio de Janeiro, entre 1969 e 
1974. O autor do projeto foi o arquiteto 
Roberto Luis Gandolfi, e sua proposta foi
escolhida por meio de um concurso 
nacional organizado pelo IAB – Instituto 
dos Arquitetos do Brasil.
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, RJ.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com
mons/e/ee/SedePetrobras.JPG. Acesso 
em: 17 maio 2022.
 As pesquisas formais em diversos programas arquitetônicos iam além dos projetos de 
edifícios públicos, alcançando também projetos privados, como o Hotel Tambaú, projeto do 
arquiteto Sérgio Bernardes (1919-2002).
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
Hotel Tambaú, João Pessoa, PB. Observe a forma circular e a 
implantação na praia, com o edifício parecendo fazer parte do 
próprio terreno. Projeto do arquiteto Sérgio Bernardes.
Fonte: Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-
7.1137053,-34.8222297,185a,35y,2.11h,46.99t/data=!3m1!1e3. 
Acesso em: 18 maio 2022.
 Poucos arquitetos ou arquitetas brasileiras conseguiram realizar projetos em outros países, 
mas Oscar Niemeyer, além de uma carreira sólida no Brasil, também conseguiu inúmeros 
projetos no exterior, como a sede do Partido Comunista Francês, em Paris.
Transformações na arquitetura moderna no Brasil
Sede do Partido Comunista Francês, Paris, França. Projeto de 
autoria de Oscar Niemeyer, foi construído entre 1967 e 1980. O 
volume ovalado branco na frente é o auditório semienterrado.
Fonte: Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fc/Headquarters
_%40_French_Communist_Party_%40_Paris_%2829707994506
%29.jpg. Acesso em: 17 maio 2022.
 Apesar de ser um tema fundamental, a história do paisagismo no Brasil ainda carece de 
pesquisas mais aprofundadas. Até o momento, o Passeio Público no Rio de Janeiro é 
considerado o primeiro jardim urbano construído do país. E até o início do século XX não 
parece haver muitas iniciativas semelhantes, exceto pela construção do Jardim Botânico, 
também no Rio de Janeiro.
Paisagismo no Brasil
Passeio Público, Rio de Janeiro, RJ 
(c. 1779-1783). O autor do projeto 
foi Valentim da Fonseca e Silva (c. 
1745-1813), mais conhecido como 
Mestre Valentim.
Fonte: FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; 
TARDIN, R. (org.). Arquitetura 
paisagística contemporânea no 
Brasil. São Paulo: Editora Senac 
São Paulo, 2010. p. 37.
 É a partir da década de 1930 que se considera 
que inicia-se de fato o paisagismo no Brasil, e o 
paisagista brasileiro mais conhecido no país e 
no exterior é Roberto Burle Marx (1909-1994). 
A Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, é um 
dos espaços mais conhecidos no mundo 
inteiro, e o desenho de suas calçadas e 
espaços públicos foi realizado pro ele.
Paisagismo no Brasil
Avenida Atlântica, com a calçada de Copacabana, no Rio 
de Janeiro. Autoria de Roberto Burle Marx. Essa etapa do 
projeto da avenida foi feito durante a década de 1970. As 
famosas calçadas com desenhos de ondas existiam muito 
antes desse projeto, e Burle Marx usou esse desenho 
como referência.
Fonte: FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R. (org.). 
Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São 
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. p. 66.
 Autor de inúmeros projetos, Roberto Burle Marx fez também a Praça dos Cristais, no 
Ministério das Forças Armadas, em Brasília. A linguagem abstrata, moderna e também 
brasileira (muito por conta do uso de espécies nativas) de seus projetos caracterizariam toda 
a sua obra e a tornaria uma referência mundial.
Paisagismo no Brasil
Praça dos Cristais, também conhecida como Praça 
Triangular, Ministério das Forças Armadas, Brasília, DF 
(c. 1970). Autor: Roberto Burle Marx.
Fonte: Disponível em: 
https://www.google.com.br/maps/@-15.7730055,-
47.9225426,600m/data=!3m1!1e3. Acesso em: 18 maio 
2022.
No projeto para o desenho urbano de Brasília, o arquiteto Lucio Costa optou por solução 
engenhosa para separar as duas escalas mais importantes da vida na nova capital. Essas duas 
escalas são a simbólica, onde ficam os centros do poder, e que ele chamou de civitas, e a da 
vida normal das pessoas, que precisam resolver seus afazeres cotidianos, a qual ele chamou 
de urbs. Separar essas duas escalas é necessário, pois as arquiteturas e os espaços que cada 
uma demanda são muito diferentes entre si. Qual foi a solução adotada por Lucio Costa para 
criar essa separaçãoe ao mesmo tempo fazer uma cidade única, sem fragmentá-la?
a) Posicionou a cidade em torno do lago Paranoá, para 
aproveitar a proximidade da água.
b) Criou dois eixos perpendiculares entre si, um para a escala 
simbólica e outro para a do cotidiano.
c) Ele criou bairros autônomos, as superquadras.
d) Ele não separou essas escalas, preferindo misturá-las para 
criar um novo espaço urbano.
e) Ele isolou a parte da escala do cotidiano em cidades satélites.
Interatividade
No projeto para o desenho urbano de Brasília, o arquiteto Lucio Costa optou por solução 
engenhosa para separar as duas escalas mais importantes da vida na nova capital. Essas duas 
escalas são a simbólica, onde ficam os centros do poder, e que ele chamou de civitas, e a da 
vida normal das pessoas, que precisam resolver seus afazeres cotidianos, a qual ele chamou 
de urbs. Separar essas duas escalas é necessário, pois as arquiteturas e os espaços que cada 
uma demanda são muito diferentes entre si. Qual foi a solução adotada por Lucio Costa para 
criar essa separação e ao mesmo tempo fazer uma cidade única, sem fragmentá-la?
a) Posicionou a cidade em torno do lago Paranoá, para 
aproveitar a proximidade da água.
b) Criou dois eixos perpendiculares entre si, um para a escala 
simbólica e outro para a do cotidiano.
c) Ele criou bairros autônomos, as superquadras.
d) Ele não separou essas escalas, preferindo misturá-las para 
criar um novo espaço urbano.
e) Ele isolou a parte da escala do cotidiano em cidades satélites.
Resposta
BONDUKI, N. Origens da Habitação Social no Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2005.
BRUAND, Y. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1991.
CAVALCANTI, L. Moderno e brasileiro: a história de uma nova linguagem na arquitetura (1930-
60). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R. (org.). Arquitetura paisagística contemporânea no 
Brasil. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010.
HOLSTON, J. A cidade modernista: uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1993.
SEGAWA, H. Arquiteturas no Brasil 1900-1990. São Paulo: 
Editora da Universidade de São Paulo, 1997.
VERISSIMO, F. S.; BITTAR, W. S. M. 500 anos da casa no Brasil: 
as transformações da arquitetura e da utilização do espaço de 
moradia. Rio e Janeiro: Ediouro, 1999.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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