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PROCESSO EPIDÊMICO ENDEMIA, EPIDEMIA, SURTO EPIDÊMICO E PANDEMIA, DIAGNÓSTICO DE SAÚDE, INDICADORES DE MORBIDADE, INDICADORES DE MORTALIDADE

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MÓDULO 2 
1. PROCESSO EPIDÊMICO: ENDEMIA, EPIDEMIA, SURTO EPIDÊMICO E 
PANDEMIA. 
2. DIAGNÓSTICO DE SAÚDE - PRINCIPAIS INDICADORES DE MORBIDADE. 
3. DIAGNÓSTICO DE SAÚDE - PRINCIPAIS INDICADORES DE MORTALIDADE. 
_____________________________________________________________________________ 
1. PROCESSO EPIDÊMICO: ENDEMIA, EPIDEMIA, SURTO EPIDÊMICO E 
PANDEMIA. 
Caracteriza-se por uma determinada doença, que pode afetar ou vir a afetar uma 
população e que pode estar presente: 
Em nível endêmico; 
Em nível epidêmico; 
Em casos esporádicos; ou 
Inexistente. 
A presença dessas situações depende da confluência e conjunção dos fatores 
relacionados à estrutura epidemiológica. 
Por outro lado, um elevado número de casos de uma doença, em um determinado 
lugar, não indica a existência de uma epidemia, entretanto, um único caso autóctone 
poderá ser tido como epidêmico. 
 
ENDEMIA: 
 
“Dá-se a denominação de endemia à ocorrência coletiva de uma determinada 
doença que, no decorrer de um largo período histórico, acometendo sistematicamente 
grupos humanos distribuídos em espaços delimitados e caracterizados, mantém sua 
incidência constante, permitidas as flutuações de valores, tais como as variações 
sazonais”. (Rouquayrol, 2003). 
Trata-se de doenças localizadas num determinado espaço geográfico, em 
tempo ilimitado, sempre presente e com níveis de incidência que estejam 
sistematicamente dentro dos limites da faixa endêmica, numa determinada população 
e época. 
Para uma definição da presença de uma determinada doença, em nível 
endêmico, é preciso atentar para vários critérios, que ajudarão em sua compreensão, 
tais como: 
Freqüência Média: A incidência mensal média a média aritmética das 
incidências brutas ou trabalhadas em um determinado mês do ano e no referido mês 
em anos anteriores. 
Desvio-padrão: Para cada período mensal do ano, haverá além de uma média 
de valores, um desvio-padrão característico do conjunto. 
Intervalo de freqüência esperado: É delimitado por um valor máximo e um 
valor mínimo, dentro do qual se apresente as freqüências observadas e as que 
venham a ser observadas, com 95% de probabilidade. 
Incidência Normal: refere-se àquela incidência igual a que foi registrada num 
determinado período de tempo igual a do mesmo período de anos anteriores, 
respeitando-se as flutuações de medidas nos seus limites superiores e inferiores de 
normalidade, portanto dentro de uma faixa de incidência normal esperada. 
Faixa Endêmica: refere-se aos limites superiores e inferiores, nos quais a 
medidas de incidência podem variar, desde que não haja alteração sistêmica relativa 
epidemiológica. 
 
Fonte: Gesp.http://www.google.com.br/url 
 
Nível de Incidência: incidência real observada da doença 
Nível Endêmico de Incidência: incidência cujos valores estão abaixo do limite 
superior da faixa endêmica. 
Diagrama de Controle: gráfico que acompanha a evolução da doença no 
tempo e que permite a detecção de alterações na variação habitual de uma doença, 
sendo que no eixo y tem-se a incidência da doença e no eixo x o intervalo de tempo 
(dia, semana, mês, ano). 
 
Fonte:https://www.google.com.br/?gfe_rd=cr&ei=tmNWU9K8OOaU8Qf7uYHIBQ#q=diagrama+de+control
e+epidemiologia 
Endemicidade: refere-se à intensidade da endemia da uma doença em lugar e 
tempo considerados 
 
EPIDEMIA: 
 
Elevação progressivamente crescente e brusca, espacial e cronologicamente 
delimitada e significantemente acima do esperado para a incidência de uma 
determinada doença, portanto com valores acima do limiar epidêmico preestabelecido, 
que se refere ao início de uma ocorrência que poderá ser epidêmica, sendo que o 
nível epidêmico pode Sr alcançado pela importação e incorporação de casos 
alóctones a uma população suscetível; por ingresso de casos alóctones em áreas 
favoráveis a propagação da doença; contato acidental com agentes causadores da 
doença; e modificações ocorridas na estrutura epidemiológica. 
Diferentemente da endemia que tem sua ocorrência dentro de limites 
esperados e que é temporalmente ilimitada, a epidemia tem começo e fim, sendo que 
o fim pdoe ocorrer em horas, dias, anos ou décadas. Exemplos: dengue, febre tifóide e 
AIDS. 
 
A compreensão de alguns conceitos torna-se necessária, tais como: 
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
0,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Diagrama de Controle Meningite, SP, 1960-69
Limite Superior Valor Central Limite Inferior
 
Curva Epidêmica: representação gráfica geral de uma situação epidêmica. 
Nesta curva genérica existem alguns aspectos que merecem ser destacados, são 
eles: 
Incremento Inicial de Casos: passagem de uma situação endêmica 
para uma situação epidêmica 
Egressão: inicia-se com os primeiros casos e termina quando a 
incidência for nula ou quando se estabiliza num patamar de endemicidade.. 
Progressão: crescimento progressivo d a incidência caracterizado no 
início do processo e termina quando atinge seu ponto máximo (clímax). 
Regressão: última fase de aumento da incidência, após o qual tende a 
voltar para os valores iniciais da incidência; estabilizar-se em valores 
endêmico; ou regredir até a incidência nula ou erradicação da doença. 
 
 
 Fonte: Gesp.http://www.google.com.br/url 
 
 
Epidemia Explosiva ou maciça: rápida progressão da doença até a incidência 
máxima, em curto período de tempo. Ex.: ingestão de alimento contaminado. 
Epidemia Lenta: velocidade de progressão lenta até atingir a incidência 
máxima em doenças cujos agentes têm baixa resistência ou cuja população é 
resistente, ou ainda, quando os fatores de transmissão estiverem com distribuição 
difusa no meio. Ex. AIDS 
Epidemia Progressiva ou Propagada, de contato ou de contágio: cujo 
mecanismo de transmissão seja de hospedeiro a hospedeiro até o esgotamento dos 
mesmos ou diminuição abaixo do nível crítico, sendo sua progressão lenta. Ex. de 
pessoa a pessoa por via respiratória, anal, oral, genital, ou por vetores, como a 
epidemia de AIDS. 
Epidemia por Fonte Comum: nesta, não há mecanismo de transmissão de 
hospedeiro a hospedeiro, ou de pessoa a pessoa. Os agentes são veiculados pela 
água, alimento, ar ou por inoculação, por meio de contato direto com o veiculo que 
dissemina a doença. 
Epidemia por Fonte Persistente: a fonte tem existência dilatada e exposição 
da população prolongada. Ex. contaminação por exposição à água contaminada por 
esgoto. 
 
SURTO EPIDÊMICO: 
Ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: colégio, 
quartel, edifício, bairro, etc. Todos os casos estão relacionados entre si. 
PANDEMIA: 
Ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, 
atingindo várias nações, podendo passar de um continente a outro. 
 
DEFINIÇÃO DE CASO 
Caso: Pessoa ou animal infectado 
Caso alóctone: Importado de outra localidade. Doente, atualmente presente na 
área sob consideração, que tenha adquirido a sua doença em outra região. 
Caso autóctone: Oriundo do mesmo local onde ocorreu a doença. 
 
EXERCÍCIO: 
A AIDS é uma doença presente em todos os continentes e em progressão lenta. 
Tecnicamente esta doença é: 
 a) Uma endemia 
 b) Um surto epidêmico 
 c) Uma pandemia 
 d) Uma epidemia explosiva 
 e) Uma seqüência de múltiplos casos alóctones 
 
Resposta 
c) Uma pandemia 
Uma vez definido o processo epidêmico, vamos aos diagnósticos de saúde 
com seus indicadores de morbidade e de mortalidade. 
 
2. DIAGNÓSTICO DE SAÚDE - PRINCIPAIS INDICADORES DE MORBIDADE. 
Os dados de saúde após coletados precisam passar portratamento estatístico 
e transformados em indicadores, para poderem ser comparados com dados de 
diferentes locais ou tempo, visando a análise da situação de saúde, bem como a 
avaliação de mudanças ocorridas ao longo do tempo. (VAUGHAN e MORROW, 1992). 
Os indicadores de saúde são uteis ao apresentarem relevância e viabilidade, 
além de demonstrarem com fidedignidade e praticidade dados da saúde individual e 
coletiva. (PEREIRA, 2006). 
Os indicadores são dados que podem ser apresentados em forma numerica, a 
frequência absoluta- número total de casos; ou, em frequência relativa- quociente 
entre a frequência absoluta e o número total. Os dados absolutos não levam em conta 
o tamanho da população, portanto não devem ser utilizados para avaliar o nível de 
saúde. Já, os indicadores de saúde são elaborados utilizando razões (freqüência 
relativa), proporções ou coeficientes., sendo indicativos do modo como as variáveis se 
distribuem. Para tanto se trabalha com a incidência e a prevalência. (MEDRONHO, 
2009). 
Vamos definir alguns conceitos necessários a compreensão dos indicadores de 
morbidade: 
 
Diferenças entre Razão, Proporção e Taxa: 
Razão: Divisão de duas medidas relacionadas entre si - numerador não é parte do 
denominador. Ex. Razão de masculinidade. 
Proporção: Divisão entre duas medidas - numerador está contido no 
denominador. Ex. Proporção de menor de um ano na população. Taxa – Variação de 
uma medida y em função de uma medida x. Associada com a rapidez de mudança de 
fenômenos. Ex. Taxa de Mortalidade Geral. 
Índices: são representados em forma d percentual, e são as relações entre 
freqüências de uma mesma unidade. Coeficientes e índices são valores menores do 
que a unidade. O numerador é menor que o denominador. 
Coeficientes e taxas: relação entre o número de acometimentos reais e o que 
poderia acontecer. Dessa forma, medem a probabilidade de adoecimento e morte, 
configurando-se como uma medida de risco. Exclui-se a população não exposta ao 
risco. O denominador é composto pela população exposta ao risco de apresentar o 
evento contido no numerador, exceto os coeficientes de mortalidade infantil e de 
mortalidade materna, cujos denominadores compostos por nascidos vivos é a 
estimativa do número de menores de 1 ano, das gestantes, parturientes e puérperas 
com risco de morte. 
Os coeficientes mais conhecidos na área da saúde baseiam-se em dados sobre 
doenças ou morbidade/letalidade e sobre os eventos vitais como nascimentos e 
mortes 
 
MORBIDADE 
Mede a frequência de doença em uma dada população utilizando-se de taxas 
de prevalência e incidência. 
Desta forma os indicadores de morbidade são: 
Prevalência: freqüência de casos existentes de uma determinada doença, em 
uma determinada população, em um determinado período de tempo. 
Incidência: freqüência de casos novos de uma determinada doença, em uma 
determinada população, em um determinado período de tempo. 
 
PREVALÊNCIA 
 
A diferença entre prevalência e incidência é a que segue: 
Prevalência - “Fotografia” tirada da população num momento específico - é 
apenas determinado quem tem a doença e quem não tem. Não podemos determinar 
quando é que a doença se desenvolveu. 
Incidência - Em contraste com a prevalência, só inclui novos casos ou eventos 
e considera o tempo de exposição. 
 
Para melhor compreendermos o que é a prevalência e a incidência, vamos 
observar a figura abaixo: 
 
Fonte:http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/COM_EPID/COM_EPID_1_Curso_Epidemiologia_Basic
a_para_Pneumologistas.pdf 
 
Os fatores que interferem na prevalência: 
Aumentam: 
Casos novos; 
Melhoria no tratamento com prolongamento do tempo de sobrevivência 
Aprimoramento das técnicas de diagnóstico 
Migração de pessoas originárias de áreas com níveis de endemia mais 
altos 
 
Diminuem 
Diminuição da incidência 
Redução no tempo de duração da doença 
Taxa elevada de letalidade da doença 
Introdução de fatores que diminuem a vida dos pacientes 
Migração de pessoas originárias de áreas com níveis de endemia mais 
baixos. 
 
 
Cálculo da Prevalência 
Prevalência pontual: freqüência de casos existentes em um dado instante no 
tempo, ex.: prevalência de ITU ontem na UBS. 
Prevalência de período: freqüência de casos existentes em um período de 
tempo, ex.: prevalência de ITU em 2010 na UBS. 
Prevalência na vida: freqüência de pessoas que apresentaram a doença em 
algum momento da vida até a realização do estudo, ex.: prevalência de ITU entre 
entrevistados. 
 
Cálculo da Taxa de Prevalência: 
Taxa de prevalência 
TP = nº. casos conhecidos da doença x 10n 
 População em risco 
Ex.: 400 crianças acompanhadas na UBS em 2010; 40 com resultado positivo 
para ITU. 
Prevalência no período de ITU: 40 casos em 2010. 
Taxa de prevalência de ITU em 2010: 
 TP = 40/400 = 0,1 x 100 = 10% 
 10 casos para 100 crianças em 2010. 
 
INCIDÊNCIA 
Frequência de casos novos de uma doença em populações sob risco de 
adoecimento durante um determinado período de tempo. É uma importante forma de 
medir e comparar a frequência de doenças em populações. Refere-se aos indivíduos 
não doentes no início da observação, estando, portanto sob risco de adoecimento. Os 
casos novos podem referir-se ao número de pessoas afetadas e ao número de 
episódios de um agravo à saúde. 
A incidência é considerada a medida mais importante da epidemiologia, sendo 
utilizada em pesquisas etiológicas, estudos de prognósticos, verificação da eficácia 
das ações terapêuticas e preventivas (PEREIRA, 1997). 
 
Taxa de incidência: é a variação de um fenômeno, numa unidade de tempo ou de 
alguma variável. Representa a velocidade média de ocorrência de um fenômeno. 
 
Cálculo da Incidência: pode ser feito pela: 
Incidência: medida pela freqüência absoluta de casos novos relacionados com 
uma unidade de tempo (dia, mês , ano). Ex: 3 casos novos/dia; 300 casos novos/ano. 
Incidência acumulada (taxa de ataque): medida calculada dividindo-se o nº. 
casos novos pelo nº. pessoas não doentes no início do período. Representa o risco 
médio de adoecimento. 
 
Cálculo da Taxa de Incidência 
 
Taxa ou incidência 
TI = nº. de casos novos da doença durante um período de tempo x 10n 
 população em risco durante o mesmo período 
 
 
 
 
 
Os tipos de incidência: decorrem das variações no numerador e no denominador 
que acabam resultando em diferentes tipos de taxas de incidência, como segue: 
 
Pessoa-tempo: período ou unidade de tempo como dia, mês ou ano, durante o 
qual um indivíduo esteve exposto ao risco de adoecimento, sendo que no caso do 
adoecimento é considerado um caso novo. 
As formas de calculo da quantidade de pessoa-tempo podem ser feitas das 
seguintes maneiras: população fechada, quando não há caso novo e integrantes da 
pesquisa deixam de contar na pesquisa quando morrem; população aberta quando os 
casos novos são incorporados durante o tempo da pesquisa por natalidade ou 
migração e deixam a pesquisa morrem. Quando um membro saí, por algum outro 
motivo, coloca-se outro no lugar, por isso o tamanho da população é constante. Neste 
caso o denominador é considerado pessoa-tempo em lugar do número de pessoa e o 
cálculo é denominado de densidade de incidência. 
Densidade de incidência: estima o risco verdadeiro de aquisição de uma 
doença num determinado tempo 
 
Fórmula: 
10n é chamado de constante e é um número múltiplo de 10, 
podendo Sr: 100, 1.000, 10.000, 100.000 ou 1.000.000 de habitantes, 
cuja escolha fica a critério do pesquisador e do tipo de pesquisa.DI = Número de casos novos na unidade de tempo x 10n 
 Número de pacientes-tempo 
 
 
Ex.: 400 crianças acompanhadas durante 1 ano na UBS, 80 casos de anemia. 
 Cálculo da taxa de incidência de anemia: 
80 ÷ (400 crianças x 1 ano) = 0,2 
200 casos por 1000 crianças por ano 
 
Incidência acumulada: refere-se à proporção de indivíduos da população que 
desenvolvem a doença durante um período de tempo. É uma estimativa direta da 
probabilidade, ou seja, do risco de adoecimento de uma pessoa, durante um 
determinado período de tempo, sendo que uma incidência medida como uma 
proporção pode ser estimativa direta de risco. 
 
Fórmula: 
 
IA = Número de casos novos de uma doença x 10n 
 População sob risco 
 
Ex.: 
431 pessoas com idade entre 40 e 59 anos, durante 6 anos, com 10 casos de 
cardiopatia isquêmica. 
Cáculo da taxa acumulada 
IA = 10/431 = 0,023 = 2,3% em 6 anos 
 
Taxa de ataque: Refere-se ao número de pessoas que apresentam uma 
doença, relacionando-o com o número de pessoas expostas ao risco que apresentam 
de sofrer da doença, em um período limitado de tempo e em condições especiais 
como em um surto epidêmico. Se expressa em porcentagem (10n=casos por cem). 
 
TA = Nº de casos novos numa população durante um determinado período X Constante 
 População sob risco no início do período 
 
Exemplo: 
 
350 pessoas almoçaram num restaurante, em 08/05/2014, 95 apresentaram quadro de 
gastrenterite. 
 
TA= 80/350= 0,22 x 100 = 22,85% 
 
Taxa de ataque secundário: medida de freqüência de casos novos de uma 
doença e o número total de contatos de casos conhecidos. 
TA= Nº de casos entre contatos de casos primários durante um intervalo de tempo X 10n 
 Número total de contatos 
 
Exemplo: 
5 pessoas, dentre 32 de 7 famílias de escolares que desenvolveram Hepatite A 
32 pessoas das 7 família excluindo as crianças com Hepatite A 
 
5/32(-7). 100 = 5/25. 100 = 20% 
 
Taxa de mortalidade: trata-se de uma taxa de incidência, como segue 
 
EX. Sobre a ocorrência de diabetes nos anos de 2001 a 2010, em São Paulo, 
verificou-se um aumento da prevalência da doença no período estudado. Uma 
possível explicação para isso seria: 
a) Melhora da taxa de cura. 
b) Menor incidência da doença. 
c) Diminuição da duração da doença. 
d) Melhoria nos métodos diagnósticos. 
e) Aumento na letalidade da doença 
Resposta 
d) Melhoria nos métodos diagnósticos. 
 
 
LETALIDADE 
Coeficiente de letalidade: proporção de óbitos entre os caos da doença. Indica a 
gravidade da doença ou agravo da doença na população, sendo característica da 
própria doença ou de fatores agravantes. Deve ser expresso em percentual. Ex. raiva 
humana que tem 100% de letalidade. 
 
CL: Mortes devido à doença em determinada comunidade e tempo x 100 
 Casos da doença na mesma área e tempo 
 
EXEMPLO (FICTÍCIO) : 2 casos de raiva humana no Brasil, em 2012, com 2 mortes. 
 
CL: 2/2/.100= 100% 
 
 
3. DIAGNÓSTICO DE SAÚDE - PRINCIPAIS INDICADORES DE MORTALIDADE. 
 
Para que os indicadores de mortalidade possam ser levantados é preciso 
compreender como os eventos vitais como óbitos e nascimentos podem contribuir. 
Registro de eventos vitais: a ocorrência de óbito é comunicada ao Cartório de 
Registro Civil que emite a Declaração de óbito (DO) e envia a informação do Sistema 
de Informações sobre Mortalidade (SIM), no Ministério da Saúde, que emite o perfil de 
mortalidade no país.porém, existem alguns fatores que limitam a exatidão dos dados 
como, por exemplo: sub-registro de óbitos que acontecem em áreas distantes ou em 
áreas rurais e, também, a qualidade do preenchimento da DO, que muitas vezes 
omitem a casa básica do óbito. 
Registros de eventos vitais: a ocorrência no nascimento é comunicada ao Cartório 
de Registro Civil, que emite uma Declaração de Nascido Vivo- DNV - cuja emissão é 
obrigatória pelo serviço de saúde onde ocorreu o nascimento -, que comunica o 
nascimento ao Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos-SINASC, que caracteriza 
as condições de nascimento no país. 
 
 
Fonte: Fundação SEADE- Fontes de dados e metodologia para construção de indicadores analíticos 
 e sintéticos. A Produção das Estatísticas Vitais e Indicadores Demográficos 
 
A partir desses dados torna-se possível calcular as taxas de mortalidade. 
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade representa o número de 
óbitos, normalmente por cada 1000 habitantes numa determinada região e período de 
tempo. É um importante indicador social, pois tem relação direta com condições 
sociais. Por exemplo, quanto maior for a taxa de mortalidade menor é a esperança de 
vida. Entretanto, pode ter relação, também, com a longevidade da população o que a 
torna menos sensível. Seus principais usos, dentre outros possíveis, são a descrição 
das condições de saúde de uma população; a investigação epidemiológica e a 
avaliação de intervenções saneadoras. (PEREIRA, 1997). 
Segundo Rouquayrol e Almeida-Filho (2003) Possui algumas limitações no seu 
uso como indicador, tais como: exprimem gravidade e refletem uma história 
incompleta da doença; os danos que raramente levam a óbito não são representados; 
os óbitos são eventos que incidem numa pequena parcela da população; e as 
mudanças nas taxas de mortalidade são lentas. 
 
PRINCIPAIS INDICADORES DE MORTALIDADE: 
 
Taxa Geral de mortalidade: 
 
Taxa Geral de Mortalidade ou Coeficiente geral de mortalidade- CGM: refere-se 
ao número total de óbitos que ocorreram numa determinada população e num 
determinado período de tempo- um ano, normalmente, dividido pelo número de 
habitantes existentes no mesmo período de tempo. É expresso por razão e pode ser 
calculado também por regra de três simples. Por não levar em consideração a idade, 
não é muito utilizado para comparar nível de saúde. Ex. Numa população jovem pode 
significar morte prematura. 
 
CGM: Número total de óbitos no período X 1000 
 População total no período 
 
Ex: CGM: Brasil: população estimada para 2004= 179.108.134. Número de óbitos no 
período 1.024.073. 
 
CGM: 1.024.073 óbitos/179.108.134 população estimada, em 2004 x 1000= 5,7/hab = 
cerca de 6 pessoas/mil/hab 
 
TMI/CMI-Taxa ou Coeficiente de Mortalidade Infantil: 
É a estimativa do risco de antes de completar 1 ano de idade. Refere-se ao 
número de morte de nascidos vivos em uma determinada comunidade até um ano de 
idade. Pode representar as condições de vida e saúde de uma localidade. (OBS: Os 
dados que dizem respeito a Brasilândia foram retirados da Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Curso Básico de Vigilância Epidemiológica. Medidas em saúde Coletiva e 
Introdução à Epidemiologia Descritiva. Módulo III. Unidade I. Brasília: agosto, 2003) 
Esses coeficientes podem ser classificados em baixo, médio ou alto, de acordo 
com a proximidade ou distância que varia no tempo, da seguinte forma: 
 
50 ou mais = alta 
20-49 = média 
Abaixo de 20 = baixa 
 
 
CMI: Número de óbitos de residentes com menos de 1 ano de idade X 1.000 
 Número de nascidos vivos de mães residentes 
 
Ex.: Dados de Brasilândia, de 1996: Óbitos de menores de 1 ano= 4009. Nascidos 
vivos= 182.593 
CMI: 4009/182.593= 0.02195 x 1.000= 21,95 
 
Mortalidade infantil neonatal precoce 
Refere-se ao óbito ocorrido no período de 0 a 6 dias de vida. 
TMINP/CMINP: Número de óbitos de residentes de 0 a 6 dias de vida X 1000 
 Número de nascidos vivos de mães residentesMortalidade infantil neonatal tardia. 
Refere-se ao risco de morte para crianças com idade entre 7 a 27 dias. 
 
TMINT/CMINT: Número de óbitos de residentes de 07 a 27 dias X 1000 
 Número de nascidos vivos da mães residentes 
 
Mortalidade infantil pós-neonatal. 
Refere-se ao risco de óbito no período de 28 dias a 1 ano de idade. 
TMIPN/CMIPN: Número de óbitos de residentes de 28 dias a 1 ano de idade X 1000 
 Número de nascidos vivos de mães residentes 
 
Mortalidade infantil perinatal. 
Refere-se ao risco de morte um pouco antes, durante e logo após o parto, isto 
é nas 22 semanas de gestação e 6 dias após o parto. Inclui natimorto e crianças 
nascidas vivas, mas que vão à óbito na primeira semana de vida. 
TMIP/CMIP: 
Número total de óbitos fetais (com 22 semanas ou mais de gestação) 
 acrescido do número de óbitos na primara semana de vida, no período X 1000 
 Número de nascidos vivos de mães residentes 
 
Mortalidade pré-escolar. 
Refere-se ao risco de morte de crianças de 1 a 4 anos e pode ser considerada 
um indicador do estado nutricional da população e do nível sócio-econômico, 
aproximando-se ao significado da mortalidade infantil tardia. 
TMPE/CMPE: Número de óbitos de crianças de 1 a 4 anos, no período X 1000 
 Número de nascidos vivos de mães residentes 
 
Taxas ou coeficientes específicos ou de mortalidade proporcional: 
As taxas de mortalidade proporcionais podem se expressar por sexo, idade, causa, 
local de residência, local e época do óbito, porém as formas mais comuns são as taxa 
de mortalidade em idosos; taxa específica por causa; taxa específica por gênero. 
 
Mortalidade por sexo/gênero: 
Refere-se ao risco de morte por sexo e contribui para estudar o perfil da 
mortalidade, considerando as diferenças entre homens e mulheres. 
 
TMS/CMS: Número total de óbitos de um sexo no período x 1000 
 População do mesmo sexo, no período 
 
Ex.: População masculina em Brasilândia em 1996: 4.238.322. Número de óbitos 
masculino: 37.157. 37.157/4.238.322= 0,00876 X 1000= 8,76 
 
Mortalidade por local: 
Refere-se ao óbito de um doente cujo óbito deve se registrado no local de 
falecimento. 
 
Mortalidade por causa: 
 
Refere-se à causa pela qual aconteceu o óbito. Informa determinadas condições 
mórbidas quando há falta de dados sobre morbidade. 
 
TMC/CMC: Número total de óbitos por determinada causa no período x 100.000 
 População total de causas no período 
 
A mortalidade por causa pode ser dividida em 5 grupos, como segue: 
 
Mortalidade materna: 
 
Refere-se ao óbito de mulher com idade fértil, em decorrência de complicações 
da gestação, do parto e do puerpério. 
 
TMM/CMM: 
Nº de óbitos por causa ligada à gravidez, parto e puerpério, no período X 100.000 
 Número de nascidos vivos, no período 
 
Mortalidade por causas externas: 
 
Refere-se aos suicídios, homicídio e acidentes. São as mortes não-naturais. 
 
TMCE/CMCE: 
Número de óbitos por causa ligada a homicídios, suicídio e acidentes x 100.000 
 Total de óbitos no período 
 
Mortalidade por causas evitáveis: 
 
Refere-se às causas evitáveis ou passíveis de redução ou, ainda, de eliminação. 
 
TMCE/CMCE: Número de óbitos por causa evitável, no período X 1000.000 
 Total de óbitos no período 
 
Mortalidade por causas mal definidas: 
 
Refere-se ao percentual de mortes por causas mal definidas na população 
residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. Geralmente 
acontece por imprecisão no diagnóstico ou na determinação da causa da morte e por 
diagnósticos. 
 
TMCMD/CMCMD: Número de óbitos de residentes por causas mal definidas X 10n 
 Número total de óbitos de residentes 
 
Além desses grupos, outros tantos podem ser estudados, por exemplo: 
 
Mortalidade por doenças infecciosas 
 
TMDI/CNDI: Número de óbitos por causa de doenças infecciosas X 10N 
 População residente na metade do período 
 
 
Mortalidade por idade: 
 
Refere-se ao número de óbitos por grupos etários. 
 
TMGE/CMGE: Número total de óbitos no grupo etário, no período X 1000.000 
 População do mesmo grupo etário, na metade do período 
 
Mortalidade proporcional de 50 anos ou mais (indicado de Swaroop-Uemura): 
 
Refere-se a moralidade específica por faixa etária com o percentual de óbitos de 
pessoas com 50 anos ou mais em relação ao total de óbitos da população. Apresenta 
correlação com condições sociais e de assistência. 
 
ISU= Nº. Óbitos de pessoas ≥ 50 anos, no período X 10n 
 Total óbitos na população, no período 
 
Pode ser classificada da seguinte forma: 
 
1º. Grupo de países: ISU ≥ 75% 
2º. Grupo de países: ISU entre 50 e 74% 
3º. Grupo de países: ISU entre 25 e 49% 
4º. Grupo de países: ISU < 25% 
 
Curvas de Nelson Moraes 
 
Refere-se, também, à mortalidade proporcional por idade. Assume a forma de 
N invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J. É representada graficamente, cujas formas 
correspondem, respectivamente a condições de vida e saúde da população: muito 
baixas; baixas; regulares ou elevadas, como segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.uff.br/e-pid/curvadenelsonmoraes.htm 
 
 
 
Exercício: 
Na Cidade Nova, em 2009, foram confirmados 60 casos de meningite C, dentre os 
casos da doença, constatou-se 30 óbitos, ou seja, 50% das pessoas que contraíram a 
doença, morreram. Com base nesses dados, assinale a alternativa correta: 
a) O indicador de Swaroop e Uemura na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%; 
b) A Taxa de Mortalidade Infantil na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%; 
c) A Taxa de Letalidade de meningite C na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%; 
d) A Taxa de Mortalidade Geral na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%; 
e) O Indicador de mortalidade proporcional por meningite C na Cidade Nova, em 
2009, foi de 50%; 
Resposta 
c) A Taxa de Letalidade de meningite C na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%; 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
@Pid. Pesquisa, informação e desenvolvimento em epidemiologia. Curva de Nelson 
Maraes. Disponível em: http://www.uff.br/e-pid/curvadenelsonmoraes.htm. Acesso em: 
13/05/2014. 
 
MEDRONHO, R.A.; CARVALHO, D.M.; BLOCK, K.V.; LUIZ, R.R.; WERNECK, G.L. 
Epidemiologia. São Paulo:Editora Atheneu, 2009. 
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2006. 
PEREIRA, M. G., Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogam, 1997. 
ROUQUAYROL, M.Z. AMLEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro. 
Medsi, 2003. 
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Curso Básico de Vigilância 
Epidemiológica. Medidas em Saúde Coletiva e Descritiva. Módulo III - Unidade I. 
Brasília, agosto de 2003 
 
VAUGHAN, J.P.; MORROW, R.H. Epidemiologia para os municípios: manual para 
gerenciamento dos distritos sanitários. São Paulo: Hucitec, 1992.

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