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MÓDULO 6 1. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 1.1. CONCEITOS 1.2. PRINCÍPIOS DEFINIDORES 2. SISTEMAS DE SAÚDE 2.1. SISTEMAS 2.2. SISTEMAS DE SAÚDE 3. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO I: 3.1. SISTEMAS DE SAÚDE E DE SISTEMAS DE SERVIÇOS: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS. 3.2.EUA.,CANADÁ,REINO UNIDO, FRANÇA 4. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO II: 4.1. CUBA, MÉXICO, JAPÃO E BRASIL _______________________________________________________________ 1. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 1.1. Conceitos A atenção primária à saúde é um dos pilares que dão apoio aos sistemas de saúde, que, por sua vez, procuram priorizar a porta de entrada aos serviços por meio dela. A conceituação da APS é importante para que se possa, na prática, organizar um sistema de saúde voltado para a promoção da saúde, ao contemplar, também, as condições de vida, trabalho e ambiente da população de uma determinada região para propor medidas a fim de prevenir doenças. Dessa forma, por atenção primária entende-se a atenção primeira, isto é, as necessidades verificadas num primeiro contato do usuário com o sistema. Porém, contrastando com a forma utilizada internacionalmente ( APS), o governo brasileiro oficializou, em seu lugar, o termo „Atenção básica-AB‟, significando “a atenção desenvolvida na base do sistema”. Conforme Mello, Fontanella e Demarzo (2009), a identificação do conceito como AB não permite uma comparação adequada entre sistemas de saúde, fator esse que se agrava à medida que no Brasil vai utilizando os termos Atenção Básica à Saúde-ABS, Atenção Primária-AP e Atenção Primária à Saúde-APS como sinônimos, não contemplando o contexto conceitual e ideológico dos termos. Trata-se, na APS, da atenção necessária que se utiliza de tecnologias modernas, métodos práticos oferecidos pela ciência e aceitos pela sociedade e, principalmente, que estejam disponíveis para o indivíduo, a família e a sociedade, a um custo capaz de torná-la universalmente acessível em todos os seus estágios de desenvolvimento permitindo, assim, o desenvolvimento da confiança no sistema de saúde. A APS deve integrar o sistema de saúde do país, do qual é função central, sendo enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. É o primeiro contato que os indivíduos, a família e a comunidade devem ter com o sistema nacional de saúde, permitindo a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e de atenção continuada à saúde (STARFIELD, 2002)” Na Assembleia Mundial da Saúde, organizada pela OMS, em 1977, conduzida pela Organização Mundial de Saúde, estabeleceu-se como objetivo principal que os governos deveriam proporcionar para a população um bom nível de saúde até o ano 2000, e, em 1978, a Conferência Internacional de Lama-Ata propôs a organização das atividades de APS a partir, entre outros focos, do saneamento ambiental; boa nutrição, fornecimento de medicamentos essenciais, educação em saúde, necessários para melhor qualidade de vida Na década de 1990, a OMS lançou alguns princípios fundamentais constituintes da APS, nos serviços de saúde, que foram divulgados, também, pela Carta de Lubliana, Carta de Ljubljana de 18/06/1996, que trata da reforma dos cuidados em saúde, afirmando que os sistemas de saúde têm o dever de (STARFIELD, 2002: 21): Valorizarem a dignidade humana, equidade, solidariedade e ética profissional; Direcionarem-se para promoção e proteção da saúde; Centrarem nas pessoas, permitindo que os cidadãos influenciem nos serviços e assumam a responsabilidade por sua própria saúde; Focarem a qualidade, incluindo a relação custo-efetividade; Basearem-se em financiamento sustentável para permitir a cobertura universal e o acesso equitativo; Direcionarem-se para a Atenção Primária. Segundo Starfield (2004) o direcionamento para a AT é necessário uma vez que o foco na especialização traz aumento de custos;manutenção da vida da pessoa enferma; baixo investimento em programas de prevenção; baixo investimento na diminuição do desconforto causado por doenças que não ameaçam a vida; subespecialista limita-se a determinados tipos de diagnósticos; subespecialista trata de uma variação menor de diagnósticos. Dessa forma, promove atenção eficaz a doenças individuais e atenção básica ineficaz. Já a atenção primária é entrada para o sistema de saúde, ponto de primeiro contato dentro do sistema de atenção à saúde, onde se desenvolve: atenção na pessoa (saúde) e não na doença; abordagem dos problemas mais comuns na comunidade; geralmente oferece serviços nas proximidades do cotidiano das pessoas como prevenção, cura e reabilitação; lida com o contexto no qual a doença existe; influencia respostas das pessoas a seus problemas de saúde; organiza e racionaliza o uso dos recursos básicos e especializados na promoção,manutenção e melhora da saúde; compartilha ações com outros níveis do sistema: responsabilidade pelo acesso, qualidade e custos. trabalho em equipe; historicamente tem sido definida pelo tipo de médico e onde ele a exerce: médicos de família ou clínicos gerais, unidades de saúde da família; pode ser distinguida pelas características clínicas dos pacientes e seus problemas: variedade de diagnósticos ou problemas observados, maior proporção de pacientes que recebem atenção continuada, maior porcentagem de consultas relacionadas à Prevenção das doenças, alta proporção de pacientes conhecidos na unidade de saúde; maior familiaridade dos profissionais de atenção primária tanto com o paciente como com seus problemas; A distinção entre A atenção primária pode ser distinguida como atenção primária, secundária e terciária, segundo: A natureza dos problemas de saúde; O local da prestação do atendimento; O padrão de encaminhamento; A duração da responsabilidade; As fontes de informação; O uso da tecnologia; A orientação do interesse; A necessidade de treinamento; Abordagens mais recentes estabelecem metas para obtenção de alto nível de desempenho dos serviços de atenção primária (STARFIELD, 2004): Responsabilidade longitudinal pelo paciente; Integração dos aspectos físicos, psicológicos e sociais de saúde aos limites da capacitação da equipe de saúde; Principais características da Atenção Primária (STARFIELD, 2004):: Primeiro contato; Longitudinalidade; Abrangência; Coordenação (ou integração) O principais atributos da atenção primária, segundo STARFIELD, 2004, SÃO: Acessibilidade; Integralidade; Coordenação; Continuidade; Responsabilidade; Segundo Starfield (2004), é interessante a oferta de serviços de atenção à saúde integrada e acessível por meio de clínicos comprometidos com o atendimento e desenvolvendo parceria constante com pacientes, trabalhando no contexto da família e da comunidade. Entendendo cada um dos componentes (STARFIELD, 2004): Integrado: integral (tratando qualquer problema de saúde em qualquer estágio do ciclo de vida do paciente); Acessível: de fácil abordagem e eliminação de barreiras geográficas, administrativas, financeiras, culturais e de linguagem; Coordenada: assegurando a oferta de uma combinação de serviços e informações de saúde que atendem às necessidades de um paciente e que também envolva a ligação entre estes serviços; Continuada: atenção ao longo do tempo por um único indivíduo ou equipe de indivíduos e comunicação efetiva e oportuna; Assim, APS comporta o atendimento às demandas de pacientes de forma a abranger suas queixas e o que os leva a tê-las, paraque os indivíduos obtenham melhor qualidade de vida (STARFIELD, 2002:21) 1.1. Princípios definidores: Segundo Serrão (2014) na Carta de Carta de Lubliana, os Princípios para gerir as mudanças devem ser: 1. Desenvolver uma política de saúde A reforma dos cuidados de saúde deve acontecer como parte coerente de uma política geral de saúde para todos, em consonância com as condições socioeconomicas do país. Para o desenvolvimento desta política é necessário um amplo consenso e maior número possível de atores sociais relevantes. As decisões técnicas e de gestão no desenvolvimento de um sistema de cuidados de saúde devem ser, o quanto possível, baseadas em evidências. As reformas devem ser continuamente observadas e avaliadas de uma forma transparente para o público. Os governos devem promover o debate público dos objetivos relacionados com valores e assegurar a distribuição equitativa de recursos e de acesso de toda a população aos serviços de saúde. Devem promover iniciativas legislativas e regulamentares. Quando os mecanismos de mercado são apropriados, devem favorecer a competição na qualidade e no uso de recursos escassos. 2. Abertura à voz e à escolha dos cidadãos A palavra dos cidadãos e as suas escolhas devem ter aqui uma contribuição tão significativa na modelação do sistema de cuidados de saúde como têm as decisões tomadas ao nível econômico, de gestão e profissional. A palavra dos cidadãos deve ser ouvida em áreas como o conteúdo dos cuidados de saúde, formas de contratação, qualidade dos serviços na relação pagador/prestador, a gestão das listas de espera e o seguimento dado às queixas. O exercício do direito de escolha e de outros direitos da pessoa doente requer uma informação completa, cuidadosa e atempada bem como uma educação própria. Isso inclui o acesso a uma informação publicamente verificada quanto ao desempenho dos serviços de saúde. 3. Dar outra forma à prestação de cuidados de saúde O autocuidado, o cuidado familiar e outros cuidados informais, assim como o trabalho de uma grande variedade de instituições sociais precisam ser articulados com os serviços de cuidados de saúde formais por meio de uma informação contínua e de sistemas de referência múltipla. São necessárias estratégias bem desenhadas para que haja deslocação da capacidade de trabalho dos cuidados dos hospitais de agudos para os cuidados de saúde primários, cuidados comunitários, cuidados de dia e cuidados em domicílio sempre que necessário. As redes de serviços de saúde regionais devem ser reforçadas para se tornarem melhores na relação custo-eficácia, melhorarem a organização da resposta às emergências médicas e facilitar a cooperação entre hospitais e cuidados de saúde primários. O desenvolvimento contínuo da qualidade nos cuidados de saúde exige sistemas de informação baseados em indicadores de qualidade selecionados que possam ser extraídos da rotina diária; médicos, enfermeiros e outros prestadores de cuidados devem receber os resultados deste sistema de observação da qualidade. 4. Reorientar os recursos humanos para a saúde Nos serviços de saúde deve ser dada a maior atenção para identificar e estimular perfis profissionais apropriados que possam ser parte das equipas multidisciplinares dos futuros sistemas de cuidados de saúde. Há necessidade de uma visão mais larga do que a dos cuidados curativos tradicionais, no treino básico, na especialização e na educação contínua do pessoal de saúde. A qualidade dos cuidados, a prevenção da doença e a promoção da saúde devem ser parte integrante do treino. Devem ser introduzidas iniciativas apropriadas para encorajar o pessoal de saúde a ficar cada vez mais consciente da qualidade, do custo e dos resultados dos cuidados de saúde. As organizações profissionais e os pagadores devem cooperar ativamente com as autoridades de saúde para reforçar estas iniciativas. 5. Reforçar a gestão Há necessidade de desenvolver um conjunto de funções de gestão e de infraestruturas de saúde pública com a função de orientarem e influenciarem a totalidade do sistema para que sejam atingidas as melhorias desejadas na saúde da população. As instituições individuais de cuidados de saúde devem dispor da máxima autonomia possível na gestão dos seus recursos, considerando os princípios de um sistema equitativo e eficiente. O desenvolvimento da gestão deve ser fortemente promovido reforçando as capacidades individuais para dirigir, negociar e comunicar e para desenvolver objetivos institucionais para a produção de cuidados de saúde com mais eficácia e eficiência. 6. Aprender com a experiência Há necessidade de promover a troca nacional e internacional de experiências com a efetivação de reformas de cuidados de saúde e de apoiar as iniciativas de reforma. Este apoio deve ser fundamentado numa base de conhecimentos bem validados em relação a reformas de cuidados de saúde sendo as diferenças interculturais em cuidados de saúde bem compreendidas e valorizadas. Posto isso, pode-se inferir que a promoção e prevenção à saúde são mais eficazes na atenção integral, pois a prevenção da doença e a promoção da saúde transcendem as enfermidades específicas” (STARFIELD, 2002) Em suma, os princípios definidores da APS, são: Primeiro contato, com; Acessibilidade universal independente de sexo, idade, ou patologia Acesso determinado pelo paciente independente de encaminhamentos prévios Maior facilidade de acesso que os outros níveis Longitunalidade, que; É lidar com o crescimento e mudança de indivíduos ou grupos no decorrer de anos. Não é o mesmo que continuidade, e pode até mesmo haver interrupções Integralidade, que; Aborda todas as condições, exceto as muito incomuns Reconhecece todas as necessidades, inclusive sociais Integra promoção e prevenção com o manejo das queixas, disfunções ou patologias Relaciona-se com outros níveis do sistema (referência) e outros setores da sociedade (intersetorial) Coordenação, que; Coordena e integra a atenção fornecida em algum outro lugar Define a organização da atenção à saúde e o próprio sistema de saúde Tudo isso, com foco familiar e comunitário: Com as discussões e definições do que seja a APS, pode-se partir para a compreensão do papel dos sistemas de saúde universais ou não, cujos exemplos estão contidos no próximo capítulo. REFERÊNCIAS MELLO, Guilherme Arantes; FONTANELLA, Bruno José Barcellos; DEMARZO, Marcelo Marcos. Atenção Básica e Atenção Primária à Saúde - Origens e diferenças conceituais. Revista da APS. v. 12, n. 2 (2009). Disponível em: http://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/307. Acesso em 21/04/2014. SERRÃO, Daniel. Princípios fundamentais da atenção primária à saúde. Disponível em: http://www.danielserrao.com/gca/index.php?id=85 . Acesso em:21/04/2014. STARFIELD, B. Primary Care: it is essencial? Lancet, n. 344, p. 1129-33, 2002. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: Unesco, MS, 2002. STARFIELD, Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. UNESCO/MS: Brasília, 2004. 2. SISTEMAS DE SAÚDE 2.1. Sistemas Antes de abordar o tema sistema de saúde, faz-se necessária a compreensão do que seja um sistema, portanto, sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p. 35). Neste, cada uma das partes éum subsistema, porém a totalidade representa mais do que a soma de suas partes, como os organismos biológicos e complexos teóricos. Assim, qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, se as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam componentes do conjunto (ALVAREZ, 1990, p. 17). Quanto à natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos: Sistemas fechados: não promovem intercâmbio com o meio ambiente que os circunda: ex. sistemas mecânicos (máquinas, equipamentos, relógios). Sistemas abertos: promovem intercâmbio com o meio ambiente: ex. sistemas de saúde, de educação. 2.2. Sistemas de saúde. Assim, sistemas de saúde dizem respeito aos diferentes segmentos que compõem os elementos constitutivos da área da saúde, de uma dada sociedade, que, entre outros, são: cobertura populacional; relação de benefícios; recursos econômicos; recursos humanos; rede de serviços. Segundo Elias e Viana (2011) sistemas de saúde são construções sociais cujo objetivo é garantir meios adequados para que os indivíduos façam frente a riscos sociais, como o de adoecer e necessitar de assistência, para os quais, por meios próprios, não teriam condições de prover. Desta forma, os sistemas de saúde têm como compromisso garantir o acesso aos bens e serviços disponíveis em cada sociedade para a manutenção e a recuperação da saúde. Os sistemas de saúde são financiados exclusivamente por recursos públicos (impostos) ou fundos privados (desembolso direto, co-pagamento) e, alternativamente, por um mix destas fontes. (ELIAS E VIANA, 2011). Os sistemas de saúde são compostos de estruturas com atividades bastante distintas, porém conexas, que podem ser classificadas em dois grandes grupos: as estruturas assistenciais e as de função do Sistema. (ELIAS E VIANA, 2011).: Assistenciais: rede de serviços (hospitais, ambulatórios, consultórios, laboratórios clínicos e radiológicos) e pessoal de saúde (profissionais e técnicos com formação específica em saúde, e trabalhadores em saúde): função de produzir serviços de saúde. Funções: sistemas de planejamento, informação, controle e avaliação. Atividade de organização e regulação do funcionamento do sistema. Funcionamento (ELIAS E VIANA, 2011). A noção de sistema de saúde exige organização dos componentes, tendo como elemento direcionador a integração ou articulação das unidades. A organização implica diminuição do grau de entropia intra e interunidades, acarretando diminuição no grau de liberdade de instituições, profissionais e usuários: Instituições: escolha do perfil de procedimentos a realizar; Profissionais: procedimentos e rotinas adotadas como por exemplo os protocolos clínicos; Usuários: regra para acessar os serviços disponíveis (portas de entradas e saídas para se locomover no sistema) – racionalizar o acesso aos serviços. Segundo Elias e Viana (2011), são várias as maneiras adotadas pelos sistemas de saúde para racionalizar o acesso aos serviços de saúde. A forma adotada inicialmente, pelo National Health Service-NHS inglês, passou a ser referência. Distribui os serviços entre três níveis de atenção, cuja lógica é econômica; operacional, pois permite a hierarquização da tecnologia material para as ações de saúde em situações bastante diversas de sua oferta: e a distribuição dos eventos a serem atendidos, conforme a sua frequência. 3. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO I A partir da década de 1980 tiveram início as reformas dos sistemas de saúde no mundo, como a psiquiatra, com o movimento de desospitalização, que adotou uma postura contrária aos manicômios e ao tipo de tratamento neles oferecido, reivindicando que o atendimento aos pacientes com transtornos mentais fosse feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), em Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais e Centros de Convivência, incluindo nas reformas a virada ambulatorial canadense. A virada ambulatorial canadense estimulou a cirurgia ambulatorial, visando à contenção dos gastos mediante a diminuição de internações, pela realização de cirurgias de um dia e de cuidados contínuos assegurados a pessoas idosas ou deficientes em ambiente domiciliar. (CONILL, 2012) . Também estimulou o seguro para medicamentos, a integração de hospitais universitários, a criação de agências de desenvolvimento de redes locais de serviços de saúde sociais, com departamento de medicina geral, com remuneração diferenciada para os serviços médicos, em regiões distantes, visitas hospitalares, cuidados em domicílio e urgências, sendo que, para clínica privada, foram criados os Grupos de Medicina da Família (Groupes de Médecine de Famille-GMF), incluindo atendimento domiciliar e fora do horário, subvencionados pelo governo para infraestrutura e pessoa (Saúde no Mundo, 2009, pg. 13). A reforma do sistema de saúde holandês, conforme o Relatório Dekker, 1988 da Reforma Holandesa, tem proporcionado mais liberdade de escolha do segurado e mais competição entre seguradoras. Conforme Jorge (s/d), com relação à substituição, ficou definido que uma pessoa inscrita e abrangida por um sistema de saúde de um dos Estados- membros da União Europeia, ou do Espaço Econômico Europeu (Islândia, Liechtenstein, Noruega), e Suíça, tem acesso a cuidados de saúde noutro Estado-membro em condições de igualdade de tratamento com os nacionais deste último. O Cartão Europeu de Seguro de Doença ou o seu Certificado Provisório de Substituição garantem o acesso aos cuidados de saúde que se tornem clinicamente necessários durante a permanência temporária noutro Estado-membro, tendo em conta a natureza das prestações e a duração prevista da permanência, nas mesmas condições e ao mesmo custo que as pessoas abrangidas pelo sistema de saúde do Estado-membro onde se encontra, tendo em vista evitar que o seu titular seja obrigado a regressar antes do fim da duração prevista da estada ao Estado competente ou ao Estado de residência para receber o tratamento de que necessita. O Cartão Europeu de Seguro de Doença não pode, no entanto, ser utilizado quando a finalidade da estada é receber tratamento médico. Estudos efetuados por Ugá (s/d) indicam que o sistema de saúde norte- americano, já há algumas décadas, vem mudando substancialmente, indicando que os seguros-saúde têm dado lugar a sistemas alternativos de assistência médica, notadamente, o modelo de atenção gerenciada (managed care), que tem tido grande crescimento, desde os ano de 1980 e, atualmente, é a forma dominante de cobertura privada, responsável pela assistência à saúde de aproximadamente metade da população norte-americana. Tais mudanças afetam o acesso da população aos serviços de saúde, bem como o relacionamento entre operadoras de planos de saúde e prestadores de assistência médica. A atenção gerenciada refere-se a uma variedade de mecanismos pelos quais planos de saúde buscam conter os custos e/ou racionalizar a utilização de serviços / insumos incorporados em cada tratamento. São integrantes do sistema de financiamento e prestação de assistência à saúde, bem como das organizações que oferecem tal cobertura - health maintenance organizations (HMOs)2, preferred provider organizations (PPOs) e planos denominados point-of-service (POS), considerados formas mais atualizadas de prestação e que concedem aos beneficiários maior poder de escolha. Tais organizações são as "Organizações de Atenção Gerenciada" (OAGs), são empresas que negociam contratos com prestadores individuais ou em grupo e introduzemincentivos financeiros para controlar a utilização da assistência à saúde pelos pacientes e os custos por parte dos prestadores. Explicados os conceitos sobre sistemas de saúde e seus processos, convém deixar claras as diferenças e as semelhanças entre o que é um sistema de saúde e um sistema de serviços. 3.1. Sistemas de Saúde e Sistemas de Serviços: semelhanças e diferenças Dentre as semelhanças , nos sistemas de saúde, as políticas sociais são mais inclusivas e abrangentes, e as diferenças localizam-se no acesso, organização dos serviços e desempenho, que estão diretamente vinculados ao momento histórico no qual se desenvolvem, considerando a economia, a política e a cultura. Os sistemas de serviços permitem comparações e avaliações sobre produtividade, efetividade e eficiência, diferindo quanto ao grau de cobertura, fontes de financiamento, interação entre financiadores e prestadores de serviços, tipos de serviços, remuneração e regulação dos profissionais. Conforme Conill (2012) os sistemas de saúde podem se classificar em empresarial-permissivo ou de mercado, como o norte-americano; seguros sociais públicos, como na França e na Alemanha; sistemas de serviços nacionais, como na Inglaterra e no Canadá, lembrando os sistemas que atuam privatizando com pluralismo de agentes e diferentes graus de regulação estatal correspondentes aos antigos planejamentos centralizados dos países socialistas. Segundo Mendes (2002) in Conill (2012), os sistemas de saúde comportam Regulação: de acordo com regras que estabelecem o financiamento, na forma de sistemas segmentados ou universais, com prestação de serviços integrais ou parciais, por monopólio estatal ou contratos públicos, com competição gerenciada ou livre mercado. Têm como principais metas otimizar a saúde da população, obter conhecimento das causas das enfermidades; fazer manejo das doenças; maximização da saúde, minimizar desigualdades de acesso à saúde entre subgrupos populacionais, promover o acesso aos serviços e alcançar um ótimo nível de saúde. Dadas as características das diferenças entre os sistemas de saúde no mundo, seguem exemplos de alguns sistemas de saúde para comparação, como os sistemas de saúde dos EUA, França, Canadá, Reino Unido, Cuba, México, Japão e Brasil. 3.2. Sistemas de Saúde dos Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, França Sistema de saúde dos Estados Unidos da América (sistema pluralista empresarial permissivo) Tradicionalmente estudos têm demonstrado que o sistema de saúde norte-americano é um dos mais caros do mundo e, também, um dos menos eficazes. Em 1993, o Presidente Bill Clinton tentou, sem sucesso, aumentar a cobertura do sistema de saúde norte-americano. O Presidente Obama lançou uma proposta obrigando a cobertura de um plano de saúde para toda a população presente em território norte-americano até 2014. (LÁZARO DA SILVA, 2012). A proposta denominada como Affordable Care Act, que ganhou o apelido de “Obama Care”, destaca que todo cidadão estadunidense deve ter cobertura privada de saúde; quem não tiver renda suficiente pode receber subsídio do governo; jovens até 26 anos têm direito de serem dependentes nos planos de saúde de seus pais; os planos de saúde devem oferecer assistência em determinados exames preventivos de forma gratuíta, como a mamogafia; maior abrangência e qualidade dos serviços oferecidos pelo Medicaid, não negação de sreviços para quem tiver doenças preexistentes. A proposta foi aprovada pelo Sebado em 2010 e considerada constituicional, pela Supremna Corte, em 2012. (LÁZARO DA SILVA, 2012). A reforma mostra-se necessária, pois nos EUA não existe um sistema único de saúde, sendo que as despesas médicas são o principal motivo de falências pessoais. Aqueles com mais de 65 anos ou portadores de deficiência são cobertos pelo Medicare, neste o governo paga hospitais e médicos para os beneficiários. A população de baixa renda entra no Medicaid, também bancado pelo governo, mas aqueles que não estão enquadrados nesses requisitos, não têm plano de saúde no emprego e não podem pagar um plano privado, ficam sem assitñcia médica. Esse público é o motivo da atual reforma da saúde norte-americana. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) O Medicare e o Medicaid surgiram na década de 1960, sendo que o Medicare se trata de um seguro social sob a responsabilidade do governo federal para cobertura médico-hospitalar da população de 65 anos ou mais que fica sem cobertura depois da aposentadoria, e também de seus dependentes (os seguros empresariais só cobrem quem trabalha), e de portadores de doenças renais terminais, oferecendo um sistema básico obrigatório, financiado por contribuição compulsória de empregados e empregadores cobrindo parte dos gastos com hospitais, não cobrindo honorários médicos, e com co- pagamento pelos usuários, como os Advantage e Medigap. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012).. O Medicaid é financiado por fontes fiscais, pelos governos estaduais e por subsídios federais. É um programa assistencial com grande variabilidade de extensão e de qualidade. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) Com relação ao setor privado, grande parte da população tem cobertura por meio de planos de saúde de grandes empresas do ramo de saúde como a Blue Cross, que é uma associação de hospitais, a Blue Shield, que é originada de propostas da American Medical Associacion-AMA. Essas empresas cresceram, agregaram empresas seguradoras e passaram a oferecer uma diversidade de planos de saúde com despesas reembolsáveis. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) Após as reformas dos anos 70 e 80, surgiu o manged care ou atenção gerenciada com destaque para a “Health Maintenance Organizations-HMOs”, composta por seguradoras e prestadoras de serviços ambulatoriais ou hospitalares em rede própria ou em rede credenciada, com diferentes formas de vínculos médicos, e as “Preferred Provider Organizations-PPOs”, organizadas em grupos fechados de prestadores contratados e tendo maior regulação. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) Nos EUA os segurados ou têm dinheiro para pagar um plano privado ou têm um emprego que oferece um plano de saúde. Caso contrário e, em conformidade com a atenção oferecida pelo governo, o cidadão fica descoberto e tratado em hospitais filantrópicos e não lucrativos. No país as empresas podem demitir pessoas com doenças graves e mulheres grávidas e o fato de ter um plano de saúde não garante a gratuidade dos serviços. Além disso, a maioria dos planos estabelece um limite de gastos anual e uma franquia reembolsada após o pagamento da parte que cabe ao usuário e podem recusar-se a fazer seguro para pacientes com histórico de doença crônica ou preexistente. (MELLO, 2009) O sistema de saúde norte-americano é do tipo empresarial, permissivo ou pluralista de mercado, por possuir várias instituições privadas e públicas, sendo um sistema plural composto de múltiplos subsistemas para os diferentes clientes, com acesso segmentado. Hoje, nos EUA, o setor público está estruturado em áreas de atuação vinculadas ao Department os Helath and Human Services-DHHS, da efera federal, responsável pela promoção de intervenções em saúde coletiva como os Centers for Diseases Control and Prevention-CDC e do Food and Drug Admninistration-FDA, que gerem a assistência médico-hospitalar para clientes específicos, os Centers for Medicare and Medicaid Services e demais instituições de pesquisa médica e de avaliação da qualidade dos srviços prestados (“National Instituteof Health” e a “Agency for Health Care Researchand Quality”).(CONILL, in SOUZA CAMPOS, 2012, pg. 571-2). Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. Indicadores demográficos *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções* População: 290 milhões Socioeconômico-renda (PNB/hab.) *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções*: US$37.658 Indicadores de saúde: Esperança de vida (anos): 72,2 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos):6,9 Estrutura funcional -EUA.(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). Financiamento*: Gasto per capita (US$): 5.635 PIB/Saúde: 15% Fonte de recursos: 66% privados Modalidades de pagamento: Multiplicidade de arranjos, por serviços (em geral) * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Regulação/Gestão: Federal- seguro (Medicare) Estadual – assistência (Medicaid) Seguros privados (Managed care) Organização/Prestação: Fragmentação, multiplicidade de arranjos Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório Problemas/Tendências: Desigualdades/ custos elevados Sistema de saúde na França (sistema de seguro público) O sistema de saúde francês tem característica mista por cobrir serviços públicos e privados aos seus usuários. É obrigatório e universal, abrangendo 100% da população francesa, sendo que a cobertura das despesas pelo sistema público não é total, e é complementada pela garantia suplementar privada. O setor privado conta com uma força muito importante que é o mutualismo que opera em setores específicos como o funcionalismo público, por exemplo, os professores, correios, entre outros. Operam, também, com contratos individuais. O valor a pagar baseia-se no rendimento, tempo de contrato, local de residência, número de beneficiários do contrato, idade e tipo de contrato. Fazem parte, também, do setor privado, as instituições de previdência social, as seguradoras e a famílias, sendo que o Seguro de Saúde Privado limita-se ao seguro complementar dos regimes obrigatórios, como Prestações em Valor, exceto nos casos de cobertura dos riscos de incapacidade e invalidez, que é a Prestações em Espécie, que não são cobertos pelos regimes legais dos não assalariados. http://www.apseguradores.pt/boletim/004_OUTUBRO_NOVEMBRO_DEZEMB RO_2006/ONLINE/FRANCA.htm. No caso dos Seguros de Particulares, pode ter duração vitalícia (Garantie Viagère), contando neste caso com um período de “observação” que em regra é de 2 anos, prazo em que a seguradora pode, se assim o entender, resolver o contrato de seguro. No setor público, a Segurança Social é que mais financia as despesas de saúde, pois o cidadão francês tem o Serviço Público de Saúde mediante o pagamento do ticket modérateur. Dependendo da sua situação pessoal ou profissional, o cidadão é inscrito em um determinado tipo de regime, que pode ser, obrigatoriamente, um dos que seguem http://www.apseguradores.pt/boletim/004_OUTUBRO_NOVEMBRO_DEZEMB RO_2006/ONLINE/FRANCA.htm: Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem Regime obrigatório para os trabalhadores independentes Regime agrícola Regime dos estudantes Regime dos residentes O sistema de saúde francês é composto por dois tipos de seguro saúde: o Assurance Maladie (Direito do cidadão e obrigação do serviço de saúde que é o Caisse Primaire d‟Assurance Maladie e Securité Sociale- CPAM), e a Mutuelle, que é facultativo, sendo a saúde componente do sistema de Sécurité Sociale com contribuição de empregados e empregadores. Prevê a coexistência do setor publico de prestação de serviços ao lado do privado, com ou sem fins lucrativos; autonomia para instalação de consultórios; pagamento direto, pelos usuários, aos profissionais e serviços de saúde com reembolso parcial ou total das despesas; liberdade de prescrição e segredo profissional. O sistema de saúde francês é regido por três grandes princípios que são a solidariedade que garante o financiamento compartilhado nos serviços de saúde, o pluralismo e a medicina liberal. (CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). Impostos e contribuições de empregados e empregadores conformam um seguro público que é regulamentado pelo Estado, garantindo uma atenção à saúde em consultórios privados e em hospitais públicos e privados lucrativos ou filantrópicos. 83% da população, os trabalhadores assalariados, são cobertos pela “Caisse Nationale d‟Assurence Maladie-CNAMTS”. Além dela, as demais categorias têm seus próprios organismos, como os trabalhadores rurais, mineiros e autônomos. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). O reembolso e a cobertura por serviços feitos em hospitais privados e consultórios são para aqueles constantes de uma lista fornecida pelo Ministério da Saúde e têm que ser prescritos por um Profissional. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). O setor público compreende cerca de dois terços do setor hospitalar, incluindo os hospitais escolas, os Centres Hospitalares Universitaires-CHUs e os hospitais regionais, nos quais os trabalhadores são assalariados, sendo que os hospitais filantrópicos atuam de forma semelhante. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). Anteriormente baseado na livre escolha, a partir de 2005 , os usuários maiores de 16 anos devem escolher um médico para acompanhá-los e coordenar as suas necessidades. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). Seguem dados do sistema de saúde francês, conforme Conill (2012, P.593, in CAMPOS, ORG. 2012) Tipo de sistema: Seguro público ou pluralista solidário. Acesso: Universal Indicadores demográficos*: População: 60 milhões Sócio econômico- renda (PNB/hab.)*: US$28.881 Indicadores de saúde: Esperança de vida: 79,4 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 3,9. *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Estrutura funcional- França (CONILL, 2012, P.593, in CAMPOS, ORG. 2012). Financiamento*: Gasto per capita (US$): 2.903 PIB/Saúde: 10% Fonte: 76% públicos(Securidade) Modalidades de pagamento: Orçamento e serviços (hospitalares públicos), por serviços (consultórios e setor privado). * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Regulação/Gestão: Ministério da Saúde e Agências regionais. Organização/Prestação: Fragmentação, multiplicidade de prestadores Porta de entrada: Consultórios com vínculo obrigatório Problemas/Tendências: Custos elevados, pouca prevenção/Integração, controle e avaliação Sistema de saúde do Canadá: modelo de seguro e serviços nacionais de saúde O sistema de saúde canadense é um seguro nacional de saúde financiado predominantemente pelo setor público, por meio de fontes fiscais, e a prestação de serviços vem dos prestadores privados, existindo diversas formas de credenciamento e contratos. Já o seguro privado somente financia os serviços não cobertos pelo sistema público, tais como as cirurgias estéticas, hotelaria especial em hospitais, tratamento dentário e “home care”. É um sistema descentralizado vinculado ao orçamento fiscal, co financiamento compartilhado entre o governo federal e as províncias que têm autonomia para o estabelecimento de prioridades, gestão dentro dos parâmetros federais que são: universalização, gestão pública, integralidade ou caráter completo da assistência e transferibilidade, significando que os direitos são válidos em todo o país. A grande maioria dos médicos são liberais e atendem em suas clínicas ou emhospitais e recebem por serviços prestados pelas agências provinciais responsáveis pelo gerenciamento do seguro saúde. (CONILL , 2012, in CAMPOS, ORG. 2012). No Canadá, 95% dos hospitais não têm fins lucrativos e são administrados por diversas organizações como as comunitárias, religiosas ou autoridades provinciais, sendo que no Quebec são considerados como parte da saúde pública, com orçamento anual, sendo regulamentados por lei. Sua cobertura ampliou, a partir de 1980, para atendimento às áreas de “nursing homes”, “day care centers” e “home care” para idosos. . Essa província foi a última a aderir ao seguro saúde universal, mas alcançando um bom desempenho que a destacou dentro do sistema canadense. (CONILL , 2012, in CAMPOS, ORG. 2012). As reformas feitas no Quebec buscaram a redução seletiva de oferta de serviços com a diminuição da atenção hospitalar e a adoção de novas práticas, como a medicina da família, na integração dos serviços. Resumindo, pode-se dizer que, no Canadá, a assistência é feita por um sistema de saúde cujo financimento vem dos fundos públicos, e os serviços, majoritariamente gratuitos para o cidadão canadense, são fornecidos, num primeiro momento, por instituições privadas, que são as fundações da assistência médica, regulamentadas pelo Canada Health Act. Cada província e território tem autonomia para regular sua assistência médica com suas próprias regras, oferecendo um sistema de assistência médica pública, popularmente conhecida por Medicare. Assim, não há exclusão do desempregado ou daquele que muda de emprego, do portador de doença preexistente, nem há limites de cobertura. Segue resumo do sistema de saúde canadense conforme Conill , 2012, P. 592, in CAMPOS, ORG. 2012. Tipo de sistema: Seguro nacional Acesso: Universal Indicadores demográficos*: População: 31 milhões Socioeconômico- Renda (PNB/hab.): US$30,445 Indicadores de saúde: Esperança de vida (anos): 79,5 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 5,4 Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Estrutura funcional- Canadá, (CONILL, 2012, P.593, in CAMPOS, ORG. 2012): Financiamento*: Gasto per capita (US$): 3.000 PIB/Saúde: 9,9% Fonte de recursos: 70% públicos (fiscais) Modalidades de pagamento: Orçamento e salário (hospitais públicos), por serviços nos consultórios * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Regulação/Gestão: Federal com gestão provincial. Regionalização no Quebec. Organização/Prestação: Organização de redes no Quebec Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório Problemas/Tendências: Dificuldade de acesso/Integração, avaliação. Sistema de saúde o Reino Unido. Seguros e serviços nacionais de saúde. O sistema de saúde inglês (National Health Service-NHS) surgiu em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, promovendo a nacionalização do sistema de saúde e a universalização de acesso, gratuito, aos serviços de saúde, com financiamento vindo dos impostos federais, sendo 82% de impostos diretos e 13% de imposto em folha de salário e 4% de taxas pagas pelos usuários. Esses usuários são cadastrados em postos de saúde próximos a sua residência, sendo atendidos por um clínico geral e, somente em casos mais graves, são encaminhados para especialistas. O setor privado é coberto por seguradoras comerciais e por algumas seguradoras sem fins lucrativos. Entre os principais grupos estão o General Healthcare Group Ltd; Niffield Trust Ltd; BUPA Hospitals Ltd.; Community Hospitals Group e PPP Columbia Healthcare Ltd. O setor privado cobre os serviços não cobertos pelo NHS, como os de dentistas e oftalmos. O sistema de saúde no Reino Unido é um sistema descentralizado, no qual cada país tem seu próprio sistema privado e com financiamento público, assim como tratamentos alternativos, holísticos e complementares oferecidos aos residentes do Reino Unido, de forma permanente e gratuita, no caso do serviço ser pago pelos impostos gerais. A sua regulação abrange o território britânico como os Conselho Médico Geral e Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, e também por organizações não governamentais como o caso do Royal Colleges. Política e operacionalmente a responsabilidade é dividida entre quatro governos nacionais, sendo na Inglaterra de responsabilidade da rainha, isto é, pelo Ministério da Saúde; na Irlanda do Norte do Poder Executivo; na Escócia do governo escocês, isto é, pelo Poder Executivo; no País de Gales, do governo galês, isto é, pela Assembleia Nacional. Cada governo tem seu National Health Service-NHS com políticas próprias e diferentes prioridades. (MUNIZ, 2013) Estão cobertos gratuitamente: residentes permanentes legais; refugiados; estudantes matriculados em curso de no mínimo 15 horas semanais e com visto de estudante válido por mais de seis meses, e de seus familiares; solicitantes de asilo; pessoas com permissão de trabalho. A gestão do Primary Care Trusts-PCTs, a partir de 1997, introduziu novas propostas de trabalho como o cooperativo inter-institucional, envolvimento dos usuários, avaliação e ênfase em atenção primária. Em 1999 iniciam-se as descentralizações e a integração das gestões de saúde, com redução do número de regiões e sua transformação em estruturas de acompanhamento e avaliação, as “Strategic Health Authority”, passando as gestão locais a serem feitas pelos Primary Care Trusts-PCT, nos quais trabalham, em conjunto, os responsáveis pela saúde pública e pela compra de serviços com os órgãos de controle dos serviços de atenção primária à saúde que são responsáveis pelos generalistas, que passaram a fazer parte obrigatoriamente dos PCTs. Conill , 2012, P. 592, in CAMPOS, ORG. 2012. Segue resumo do sistema de saúde do Reino Unido conforme Conill , 2012, P. 592, in CAMPOS, ORG. 2012. Resumo para comparação: Reino Unido- (CONILL , 2012, P. 592, in CAMPOS, ORG. 2012). Tipo de sistema: Serviço nacional Acesso: Universal Indicadores demográficos*: População: 60 milhões Sócio econômicos- Renda (PNB/hab.): US$29,826 Indicadores de Saúde: Esperança de vida (anos): 78,5 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 5,3 *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções Estrutura funcional- Reino Unido. (CONILL, 2012, P. 593, in CAMPOS, ORG. 2012) Financiamento*: Gasto per capita (US$): 2.231 PIB/Saúde: 7,7% Fonte de recursos: 83% públicos (fiscais) Modalidades de pagamentos:Orçamento e salário (hospitais públicos), lista de pacientes com complementos para generalistas. * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 4. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO II: 4.1) Cuba, México Japão e Brasil Sistema de saúde de Cuba. Modelo público unificado ou sistema nacional de saúde O sistema de saúde de Cuba é universal, tratando-se de um modelo público unificado, no qual o financiamento e a prestação de serviços são estatais verticalizados, com acesso universal cobrindo todos os cidadãos. Tem como princípio que a saúde é um direito inalienável do cidadão e todos os cubanos têm direito aos serviços integrais de saúde, portanto, o Estado regula, financia e presta os serviços de saúde. O Ministerio de Salud Pública-MINSAP é o responsável pelo Sistema Nacional de Salud-SNS, tendo a função de direção, execução e controle das políticas do Estado e do governo, no setor de saúde pública, desenvolvimento das ciências médicas e da indústria farmacêutica. É responsável pela centralização e distribuição dos recursos para a saúde. Para tanto, possui trêsníveis de administração - o nacional, o provincial e o municipal; quatro serviços - o nacional, o provincial, o municipal e o setorial . Os níveis provinciais e municipais se subordinam administrativamente às assembleias provinciais e municipais dos órgãos dos governos locais, sendo que cada província tem seus sistemas de saúde em seus municípios. .(DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 2011). Cuba tem, em seu sistema de saúde, os seguintes princípios: caráter estatal e social da medicina; acessibilidade e gratuidade de serviços; orientação profilática; uso da ciência e da tecnologia; participação da comunidade e intersetorialidade; colaboração internacional com centralização normativa e descentralização executiva. Tem como foco a Atenção Primária à Saúde-APS assentada no Médico e Enfermeira da Família-MEF. A população participa do sistema por meio das Brigadas Sanitárias da Federación de Mujeres Cubanas-FMC, dos auxiliares voluntários da vigilância epidemiológica, dos sindicatos e dos Comités de Defensa de La Revoluciona-CDR com funções específicas. .(DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 2011). O financiamento do sistema de saúde cubano é quase todo com recursos do governo, do Ministério de Salude Pública, que concentra os recursos e presta serviços de saúde. No sistema cubano o nível de atenção primário à saúde é responsável por 80% da demanda atendida em policlínicas e consultórios médicos e de enfermagem da família que é de responsabilidade dos municípios. O nível de atenção secundário à saúde é responsável por atender cerda de 15% da demanda com tratamento que evite a progressão da doença, proporcionando uma reabilitação rápida, em hospitais provinciais. O nível de atenção terciário fica com aproximadamente 5% da demanda de pacientes com maiores agravos de determinadas doença, em hospitais especializados ou institutos nacionais. (DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 2011). As inovações atuais se deram a partir do programa “Batalla de Ideas”, que procura avançar na justiça social, integridade nacional e internacionalismo; do programa “Misión Milago”, que oferece atenção oftalmológica gratuita aos países da América Latina. Seus limites são decorrentes da situação de embargo econômico e social imposto pelos Estados Unidos da América, fato esse que compromete o desenvolvimento da economia cubana e, por conseguinte, a atenção à saúde. Segue resumo do sistema de saúde cubano conforme adaptado de Conill (2012, in CAMPOS, ORG. 2012.) Tipo de sistema: Público unificado Acesso: Universal (sem opção de escolha) Indicadores demográficos*: População: 11.238.412 9 (dados 2009*) Indicadores de Saúde: Esperança de vida (anos): 77,0 (dados 2009*) Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 4,8 (dados de 2009*) * Fonte: Emma Domínguez-Alonso, MC, Educardo Zacca, MC, PhD. Salud Pública de México/vol.53, suplemento 2 de 2011. Estrutura funcional-Cuba.(Adaptado de CONILL, 2012) Financiamento e prestação de serviços: governo nacional- verticalizado=(MINSAP p/os 3 níveis e unidades/assembleias provinciais e municipais) Gasto per capita (US$): 1.132 PIB/Saúde: 11,9 Fonte de recursos: Estado Regulação/Gestão: Ministério da Saúde Organização/Prestação: Níveis administrativos: nacional, provincial e municipal. Níveis de serviços: nacional, provincial, municipal e setorial Porta de entrada: Qualquer unidade/policlínicas/consultórios médicos e enfermeiras da família Problemas/Tendências: Limitações: econômicas/instalações/tempo de espera. Renovação: Batalla de Ideas (debate ético)/ vários programas de ação(Ex.:Mision Milagro/oftalmologia gratuita p/pacientes da AL) Sistema de saúde do México Segundo Gómez-Dantés et all (2011) o sistema de saúde mexicano é composto pelos setores público e privado. O setor público compreende as instituições de seguridade social, isto é, o Instituo Mexicano de Seguro Social- IMSS, o Instituto de Seguridade e Serviços Sociais dos Trabalhadores do Estado-ISSSTE, o Petróleos Mexicanos-PEMEX, a Secretaria da Defesa Nacional-SEDEMA, a Secretaria da Marinha-SEMAR, entre outros que prestam serviços aos trabalhadores do setor formal da economia mexicana e às instituições que protegem ou prestam serviços a população sem seguridade social como o Seguro Popular de Saúde-SPS, a Secretaria de Saúde-SSa, os Serviços Estatais de Saúde-SESA e o Programa IMSS-Oportunidades-IMSS-O. (GÓMEZ-DANTÉS et al 2011). Já o setor privado cobre a população que pode pagá-lo. O financiamento das instituições de seguridade social vem de três fontes: contribuições governamentais, contribuições do empregador, como no caso da ISSSTE, PEMEX, SEDEMA e SEMAR, que são da mesma esfera de governo, e contribuições do empregado. Essas instituições têm suas próprias instalações físicas e trabalhadores. A SSa e os SESA são financiados pelos governos federal, estatais e de uma pequena contribuição de quem usa os serviços, chamadas de “cotas de recuperação”. Os usuários da SSa e dos SESA são atendidos em instalações e com prestadores de serviços próprios. O SOS é financiado com recursos do governo federal, governos estatais e cotas familiares e compras de serviços para seus afiliados à SSa e aos SESA, e eventualmente por provedores privados. O setor privado é financiado com as verbas pagas pelos usuários no momento que recebem a atenção e com verbas dos seguros médicos privados e das ofertas de serviços em consultórios, clínicas e hospitais privados. (GÓMES-DANTÉS et al 2011). Portanto, o sistema de saúde mexicano é de responsabilidade do setor público, composto por instituições de seguridade social ou privada com seguradoras e prestadoras de serviços de saúde, além da existência da medicina alternativa. É segmentado de acesso a trabalhadores formais e pessoas sem seguro social. Existe o setor privado para quem pode pagar. (GÓMES-DANTÉS et al 2011). Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. Tipo de sistema: Setor público:Instituições de Seguridade Social/Privado:seguradoras e prestadores de serviços de saúde+ medicina alternativa. Segmentado. Acesso: Público: trabalhadores formais/pessoas sem seguro social. Privado: quem pode pagar Indicadores demográficos (dados de 2011) População: 112 milhões (dados de 2012) Socioeconômico-renda (Produto Nacional Bruto-PNB/hab.): US$9,812 Indicadores de saúde: Esperança de vida (anos): 75.1 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos):15.2 Estrutura funcional- México.(Adaptado de CONILL, 2012) Financiamento e prestação de serviços: empregador, governo (forças armadas), contribuições do empregado e do governo Gasto per capita (US$): 890 PIB/Saúde: 5,9 Fonte de recursos: Contribuições governamentais, contribuições do empregador e contribuições do empregado, cotas de recuperação. Regulação/Gestão: Governo Federal através da SSa, Governo Estadual Problemas/Tendências: Ampliação de acesso para pessoas mais pobres, necessidade de recursos públicos adicionais. Tempo de espera. Cobertura dos mexicanos excluídos do seguro social, por meio da SPSS,, melhora nos recursos públicos Sistema de saúde no Japão: cobertura de saúde universal do japão. Tanigawa (2012) explica que o sistema de saúde no Japão “Cobertura de Saúde Universal do Japão” foi criado em 1961, tendo desde então obtido grandes avanços na atenção à saúde em decorrência de ações preventivas primárias e secundárias e do uso de tecnologias avançadas, contribuindo paraque a expectativa de vida no Japão seja a maior do mundo, conforme dados da ONU de 2010, 79.29 para homens e 86.96 para mulheres. Nesse sistema, mesmo os cidadãos que não podem contribuir financeiramente têm os mesmos direitos à assistência médica garantidos pela Constituição do país. A população tem índices saudáveis de saúde com baixos custos e equidade, correspondendo a aproximadamente 8,5% do PIB. Toda a população residente no Japão obrigatoriamente tem que se inscrever em um dos Seguros Públicos de Saúde, que se baseiam no princípio da cooperação mútua, na qual todos os segurados contribuem regularmente com taxas para poderem utilizar o Seguro Saúde. Segundo a Embaixada do Japão no Brasil, a Lei de Seguro de Saúde, a partir de 1961, permite a todos os cidadãos japoneses e estrangeiros residentes o direito de cobertura de um dos seis planos de seguro de saúde. O principal plano de seguro saúde japonês é o Seguro de Saúde para as pessoas empregadas, cobrindo a maior parte dos trabalhadores do setor privado; há também o Seguro Nacional de Saúde, cobrindo os trabalhadores autônomos, os desempregados, aposentados, além de pessoas inelegíveis para o seguro de saúde dos empregados. Outros tipos de planos cobrem marinheiros, empregados do serviço público nacional, empregados do serviço público local e funcionários e professores de escolas privadas. Nos planos de seguro de saúde do Japão, 20% das despesas médicas são destinadas aos recém-nascidos e crianças menores; 30% para crianças maiores até idosos de 69 anos; 20% para a faixa entre 70-74 anos (entretanto, esse porcentual tem sido reduzido sucessivamente a 10% até o ano de 2010). Pessoas com mais de 75 anos estão inscritas em um sistema separado do sistema de saúde geral, e se chama Sistema de Saúde Vida Longa. O portador do seguro então paga pelo médico, hospital, clínica, ou outros mecanismos de saúde um residual pelo serviço utilizado conforme previsto pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Dessa forma todo cidadão tem acesso a um tratamento médico adequado. Tendo em vista a longevidade da população no Japão, em 2000 foi implantado o sistema de seguro de saúde de longa duração que é financiado pela contribuição obrigatória para o seguro paga por pessoas com 40 anos ou mais, cobrindo visitas em domicílio, centros de saúde, longas estadias em asilos para idosos com demência ou acamados crônicos. Na tentativa de se melhorar a qualidade da assistência ao idoso, promover o financiamento adicional e eliminar as deficiências que resultaram da mistura de tratamento médico e das funções de cuidados de longa duração, o governo implementou um sistema de seguro de saúde de longa duração no ano 2000. As necessidades individuais são verificadas em sua região de origem. Contribuições para o seguro pagas por pessoas com mais de 65 anos têm a coleta feita pela administração local e deduzidas das pensões. Pessoas com idade de 40 a 64 anos têm suas parcelas de contribuição juntamente com as contribuições do seguro saúde fixas. Para ser beneficiário do sistema é preciso ter no mínimo 40 anos e pagar as contribuições regulares mais 10% pelos custos dos serviços. No geral o sistema de seguro de saúde é financiado pelo governo nacional em 25%, pelas províncias e governos locais. http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/sistemadesaude.html. Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. Tipo de sistema: Cobertura de saúde universal Acesso: Público: trabalhadores formais/pessoas sem seguro social. Privado: quem pode pagar Indicadores demográficos (dados de 2011) População: 127 milhões (dados de 2012) Socioeconômico-renda (Produto Nacional Bruto-PNB/hab.): US$ 35.200 Indicadores de saúde: Esperança de vida (anos): 82.73 (2.012) Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 2.21 (2.012) Estrutura funcional- Japão.(Adaptado de CONILL, 2012) Financiamento: governo, por meio de cobrança de taxas estipuladas anualmente, empregador e empregado. Gasto per capita (US$): 36,20 mil PIB/Saúde: 8,5 Fonte de recursos: Contribuições governamentais, contribuições do empregador e contribuições do empregado. Regulação/Gestão: Governo Nacional, provincial e local Problemas/Tendências: Elevação dos gastos com pessoas idosas. Criação de um sistema de seguro médico e de saúde que seja sustentável a longo prazo. Melhoria na formação dos médicos Sistema de saúde do Brasil. Sistema Único de Saúde-SUS/Sistema de Atenção Médica Supletiva (SAMS). Como o Sistema Único de Saúde brasileiro terá capítulo à parte, segue, a título de poder efetuar comparações, uma síntese explicativa. Brasil (CONIIL, 2012, P. 604, in CAMPOS, ORG. 2012) Tipo de sistema: Sistema Único de Saúde-SUS/Sistema de Atenção Médica Supletiva (Sams) Acesso/Cobertura: Universalização com segmentação. 75% SUS; 25% Sams(2) Financiamento: Impostos. Seguros privados. Pagamentos diretos. Regulação/Gestão: Ministério da Saúde com gestão municipal Organização/Prestação: Rede pública com APS na porta de entrada/integralidade. Mix público-privado. Diversidade de prestadores com especialização na saúde supletiva. Problemas/tendências: Diferenças de qualidade nos subsistemas público e privado/Evolução da Estratégia de Saúde da Família. 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