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ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, SISTEMAS DE SAÚDE, SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO

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MÓDULO 6 
 
1. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
 1.1. CONCEITOS 
 1.2. PRINCÍPIOS DEFINIDORES 
2. SISTEMAS DE SAÚDE 
 2.1. SISTEMAS 
 2.2. SISTEMAS DE SAÚDE 
3. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO I: 
 3.1. SISTEMAS DE SAÚDE E DE SISTEMAS DE SERVIÇOS: 
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS. 
 3.2.EUA.,CANADÁ,REINO UNIDO, FRANÇA 
4. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO II: 
 4.1. CUBA, MÉXICO, JAPÃO E BRASIL 
_______________________________________________________________ 
 
1. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
1.1. Conceitos 
A atenção primária à saúde é um dos pilares que dão apoio aos 
sistemas de saúde, que, por sua vez, procuram priorizar a porta de entrada aos 
serviços por meio dela. 
A conceituação da APS é importante para que se possa, na prática, 
organizar um sistema de saúde voltado para a promoção da saúde, ao 
contemplar, também, as condições de vida, trabalho e ambiente da população 
de uma determinada região para propor medidas a fim de prevenir doenças. 
Dessa forma, por atenção primária entende-se a atenção primeira, isto é, as 
necessidades verificadas num primeiro contato do usuário com o sistema. 
Porém, contrastando com a forma utilizada internacionalmente ( APS), o 
governo brasileiro oficializou, em seu lugar, o termo „Atenção básica-AB‟, 
significando “a atenção desenvolvida na base do sistema”. 
Conforme Mello, Fontanella e Demarzo (2009), a identificação do 
conceito como AB não permite uma comparação adequada entre sistemas de 
saúde, fator esse que se agrava à medida que no Brasil vai utilizando os 
termos Atenção Básica à Saúde-ABS, Atenção Primária-AP e Atenção Primária 
à Saúde-APS como sinônimos, não contemplando o contexto conceitual e 
ideológico dos termos. 
Trata-se, na APS, da atenção necessária que se utiliza de tecnologias 
modernas, métodos práticos oferecidos pela ciência e aceitos pela sociedade 
e, principalmente, que estejam disponíveis para o indivíduo, a família e a 
sociedade, a um custo capaz de torná-la universalmente acessível em todos os 
seus estágios de desenvolvimento permitindo, assim, o desenvolvimento da 
confiança no sistema de saúde. 
A APS deve integrar o sistema de saúde do país, do qual é função 
central, sendo enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global 
da comunidade. É o primeiro contato que os indivíduos, a família e a 
comunidade devem ter com o sistema nacional de saúde, permitindo a atenção 
à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e de atenção 
continuada à saúde (STARFIELD, 2002)” 
 
Na Assembleia Mundial da Saúde, organizada pela OMS, em 1977, 
conduzida pela Organização Mundial de Saúde, estabeleceu-se como objetivo 
principal que os governos deveriam proporcionar para a população um bom 
nível de saúde até o ano 2000, e, em 1978, a Conferência Internacional de 
Lama-Ata propôs a organização das atividades de APS a partir, entre outros 
focos, do saneamento ambiental; boa nutrição, fornecimento de medicamentos 
essenciais, educação em saúde, necessários para melhor qualidade de vida 
 
Na década de 1990, a OMS lançou alguns princípios fundamentais 
constituintes da APS, nos serviços de saúde, que foram divulgados, também, 
pela Carta de Lubliana, Carta de Ljubljana de 18/06/1996, que trata da reforma 
dos cuidados em saúde, afirmando que os sistemas de saúde têm o dever de 
(STARFIELD, 2002: 21): 
 
 Valorizarem a dignidade humana, equidade, solidariedade e ética 
profissional; 
 Direcionarem-se para promoção e proteção da saúde; 
 Centrarem nas pessoas, permitindo que os cidadãos influenciem nos 
serviços e assumam a responsabilidade por sua própria saúde; 
 Focarem a qualidade, incluindo a relação custo-efetividade; 
 Basearem-se em financiamento sustentável para permitir a cobertura 
universal e o acesso equitativo; 
 Direcionarem-se para a Atenção Primária. 
 
Segundo Starfield (2004) o direcionamento para a AT é necessário uma 
vez que o foco na especialização traz aumento de custos;manutenção da vida 
da pessoa enferma; baixo investimento em programas de prevenção; baixo 
investimento na diminuição do desconforto causado por doenças que não 
ameaçam a vida; subespecialista limita-se a determinados tipos de 
diagnósticos; subespecialista trata de uma variação menor de diagnósticos. 
Dessa forma, promove atenção eficaz a doenças individuais e atenção básica 
ineficaz. Já a atenção primária é entrada para o sistema de saúde, ponto de 
primeiro contato dentro do sistema de atenção à saúde, onde se desenvolve: 
 atenção na pessoa (saúde) e não na doença; abordagem dos problemas 
mais comuns na comunidade; 
 geralmente oferece serviços nas proximidades do cotidiano das pessoas 
como prevenção, cura e reabilitação; 
 lida com o contexto no qual a doença existe; influencia respostas das 
pessoas a seus problemas de saúde; 
 organiza e racionaliza o uso dos recursos básicos e especializados na 
promoção,manutenção e melhora da saúde; 
 compartilha ações com outros níveis do sistema: 
 responsabilidade pelo acesso, qualidade e custos. 
 trabalho em equipe; 
 historicamente tem sido definida pelo tipo de médico e onde ele a 
exerce: médicos de família ou clínicos gerais, unidades de saúde da 
família; 
 pode ser distinguida pelas características clínicas dos pacientes e seus 
problemas: variedade de diagnósticos ou problemas observados, maior 
proporção de pacientes que recebem atenção continuada, maior 
porcentagem de consultas relacionadas à Prevenção das doenças, alta 
proporção de pacientes conhecidos na unidade de saúde; 
 maior familiaridade dos profissionais de atenção primária tanto com o 
paciente como com seus problemas; 
A distinção entre 
 
A atenção primária pode ser distinguida como atenção primária, 
secundária e terciária, segundo: 
 A natureza dos problemas de saúde; 
 O local da prestação do atendimento; 
 O padrão de encaminhamento; 
 A duração da responsabilidade; 
 As fontes de informação; 
 O uso da tecnologia; 
 A orientação do interesse; 
 A necessidade de treinamento; 
 
Abordagens mais recentes estabelecem metas para obtenção de alto 
nível de desempenho dos serviços de atenção primária (STARFIELD, 2004): 
 Responsabilidade longitudinal pelo paciente; 
 Integração dos aspectos físicos, psicológicos e sociais de saúde 
aos limites da capacitação da equipe de saúde; 
 
Principais características da Atenção Primária (STARFIELD, 2004):: 
 Primeiro contato; 
 Longitudinalidade; 
 Abrangência; 
 Coordenação (ou integração) 
 
O principais atributos da atenção primária, segundo STARFIELD, 2004, 
SÃO: 
 Acessibilidade; 
 Integralidade; 
 Coordenação; 
 Continuidade; 
 Responsabilidade; 
 
Segundo Starfield (2004), é interessante a oferta de serviços de atenção 
à saúde integrada e acessível por meio de clínicos comprometidos com o 
atendimento e desenvolvendo parceria constante com pacientes, trabalhando 
no contexto da família e da comunidade. 
 
Entendendo cada um dos componentes (STARFIELD, 2004): 
 Integrado: integral (tratando qualquer problema de saúde em 
qualquer estágio do ciclo de vida do paciente); 
 Acessível: de fácil abordagem e eliminação de barreiras 
geográficas, administrativas, financeiras, culturais e de 
linguagem; 
 Coordenada: assegurando a oferta de uma combinação de 
serviços e informações de saúde que atendem às 
necessidades de um paciente e que também envolva a ligação 
entre estes serviços; 
 Continuada: atenção ao longo do tempo por um único 
indivíduo ou equipe de indivíduos e comunicação efetiva e 
oportuna; 
 
Assim, APS comporta o atendimento às demandas de pacientes de 
forma a abranger suas queixas e o que os leva a tê-las, paraque os indivíduos 
obtenham melhor qualidade de vida (STARFIELD, 2002:21) 
1.1. Princípios definidores: 
Segundo Serrão (2014) na Carta de Carta de Lubliana, os Princípios 
para gerir as mudanças devem ser: 
1. Desenvolver uma política de saúde 
A reforma dos cuidados de saúde deve acontecer como parte coerente 
de uma política geral de saúde para todos, em consonância com as condições 
socioeconomicas do país. Para o desenvolvimento desta política é necessário 
um amplo consenso e maior número possível de atores sociais relevantes. 
As decisões técnicas e de gestão no desenvolvimento de um sistema de 
cuidados de saúde devem ser, o quanto possível, baseadas em evidências. As 
reformas devem ser continuamente observadas e avaliadas de uma forma 
transparente para o público. 
Os governos devem promover o debate público dos objetivos 
relacionados com valores e assegurar a distribuição equitativa de recursos e de 
acesso de toda a população aos serviços de saúde. Devem promover 
iniciativas legislativas e regulamentares. Quando os mecanismos de mercado 
são apropriados, devem favorecer a competição na qualidade e no uso de 
recursos escassos. 
2. Abertura à voz e à escolha dos cidadãos 
A palavra dos cidadãos e as suas escolhas devem ter aqui uma 
contribuição tão significativa na modelação do sistema de cuidados de saúde 
como têm as decisões tomadas ao nível econômico, de gestão e profissional. 
A palavra dos cidadãos deve ser ouvida em áreas como o conteúdo dos 
cuidados de saúde, formas de contratação, qualidade dos serviços na relação 
pagador/prestador, a gestão das listas de espera e o seguimento dado às 
queixas. 
O exercício do direito de escolha e de outros direitos da pessoa doente 
requer uma informação completa, cuidadosa e atempada bem como uma 
educação própria. Isso inclui o acesso a uma informação publicamente 
verificada quanto ao desempenho dos serviços de saúde. 
3. Dar outra forma à prestação de cuidados de saúde 
O autocuidado, o cuidado familiar e outros cuidados informais, assim 
como o trabalho de uma grande variedade de instituições sociais precisam ser 
articulados com os serviços de cuidados de saúde formais por meio de uma 
informação contínua e de sistemas de referência múltipla. 
São necessárias estratégias bem desenhadas para que haja deslocação 
da capacidade de trabalho dos cuidados dos hospitais de agudos para os 
cuidados de saúde primários, cuidados comunitários, cuidados de dia e 
cuidados em domicílio sempre que necessário. 
As redes de serviços de saúde regionais devem ser reforçadas para se 
tornarem melhores na relação custo-eficácia, melhorarem a organização da 
resposta às emergências médicas e facilitar a cooperação entre hospitais e 
cuidados de saúde primários. 
O desenvolvimento contínuo da qualidade nos cuidados de saúde exige 
sistemas de informação baseados em indicadores de qualidade selecionados 
que possam ser extraídos da rotina diária; médicos, enfermeiros e outros 
prestadores de cuidados devem receber os resultados deste sistema de 
observação da qualidade. 
4. Reorientar os recursos humanos para a saúde 
Nos serviços de saúde deve ser dada a maior atenção para identificar e 
estimular perfis profissionais apropriados que possam ser parte das equipas 
multidisciplinares dos futuros sistemas de cuidados de saúde. 
Há necessidade de uma visão mais larga do que a dos cuidados 
curativos tradicionais, no treino básico, na especialização e na educação 
contínua do pessoal de saúde. A qualidade dos cuidados, a prevenção da 
doença e a promoção da saúde devem ser parte integrante do treino. 
Devem ser introduzidas iniciativas apropriadas para encorajar o pessoal 
de saúde a ficar cada vez mais consciente da qualidade, do custo e dos 
resultados dos cuidados de saúde. As organizações profissionais e os 
pagadores devem cooperar ativamente com as autoridades de saúde para 
reforçar estas iniciativas. 
5. Reforçar a gestão 
Há necessidade de desenvolver um conjunto de funções de gestão e de 
infraestruturas de saúde pública com a função de orientarem e influenciarem a 
totalidade do sistema para que sejam atingidas as melhorias desejadas na 
saúde da população. 
As instituições individuais de cuidados de saúde devem dispor da 
máxima autonomia possível na gestão dos seus recursos, considerando os 
princípios de um sistema equitativo e eficiente. 
O desenvolvimento da gestão deve ser fortemente promovido reforçando 
as capacidades individuais para dirigir, negociar e comunicar e para 
desenvolver objetivos institucionais para a produção de cuidados de saúde com 
mais eficácia e eficiência. 
6. Aprender com a experiência 
Há necessidade de promover a troca nacional e internacional de 
experiências com a efetivação de reformas de cuidados de saúde e de apoiar 
as iniciativas de reforma. 
Este apoio deve ser fundamentado numa base de conhecimentos bem 
validados em relação a reformas de cuidados de saúde sendo as diferenças 
interculturais em cuidados de saúde bem compreendidas e valorizadas. 
 
Posto isso, pode-se inferir que a promoção e prevenção à saúde são 
mais eficazes na atenção integral, pois a prevenção da doença e a promoção 
da saúde transcendem as enfermidades específicas” (STARFIELD, 2002) 
Em suma, os princípios definidores da APS, são: 
Primeiro contato, com; 
 Acessibilidade universal independente de sexo, idade, ou patologia 
 Acesso determinado pelo paciente independente de encaminhamentos 
prévios 
 Maior facilidade de acesso que os outros níveis 
 
Longitunalidade, que; 
 É lidar com o crescimento e mudança de indivíduos ou grupos no 
decorrer de anos. 
 Não é o mesmo que continuidade, e pode até mesmo haver interrupções 
 
Integralidade, que; 
 Aborda todas as condições, exceto as muito incomuns 
 Reconhecece todas as necessidades, inclusive sociais 
 Integra promoção e prevenção com o manejo das queixas, disfunções 
ou patologias 
 Relaciona-se com outros níveis do sistema (referência) e outros setores 
da sociedade (intersetorial) 
 
Coordenação, que; 
 Coordena e integra a atenção fornecida em algum outro lugar 
 Define a organização da atenção à saúde e o próprio sistema de 
saúde 
 
 Tudo isso, com foco familiar e comunitário: 
 
Com as discussões e definições do que seja a APS, pode-se partir para 
a compreensão do papel dos sistemas de saúde universais ou não, cujos 
exemplos estão contidos no próximo capítulo. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MELLO, Guilherme Arantes; FONTANELLA, Bruno José Barcellos; 
DEMARZO, Marcelo Marcos. Atenção Básica e Atenção Primária à Saúde - 
Origens e diferenças conceituais. Revista da APS. v. 12, n. 2 (2009). 
Disponível em: http://aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/view/307. Acesso 
em 21/04/2014. 
 
SERRÃO, Daniel. Princípios fundamentais da atenção primária à saúde. 
Disponível em: http://www.danielserrao.com/gca/index.php?id=85 . Acesso 
em:21/04/2014. 
 
STARFIELD, B. Primary Care: it is essencial? Lancet, n. 344, p. 1129-33, 2002. 
Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e 
tecnologia. Brasília: Unesco, MS, 2002. 
 
STARFIELD, Bárbara. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de 
saúde, serviços e tecnologia. UNESCO/MS: Brasília, 2004. 
 
 
2. SISTEMAS DE SAÚDE 
 
2.1. Sistemas 
Antes de abordar o tema sistema de saúde, faz-se necessária a 
compreensão do que seja um sistema, portanto, sistema é um conjunto de 
partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo 
unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 
2002, p. 35). Neste, cada uma das partes éum subsistema, porém a totalidade 
representa mais do que a soma de suas partes, como os organismos biológicos 
e complexos teóricos. Assim, qualquer conjunto de partes unidas entre si pode 
ser considerado um sistema, se as relações entre as partes e o comportamento 
do todo sejam componentes do conjunto (ALVAREZ, 1990, p. 17). 
 
Quanto à natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos: 
 Sistemas fechados: não promovem intercâmbio com o meio ambiente 
que os circunda: ex. sistemas mecânicos (máquinas, equipamentos, 
relógios). 
 Sistemas abertos: promovem intercâmbio com o meio ambiente: ex. 
sistemas de saúde, de educação. 
 
2.2. Sistemas de saúde. 
 
Assim, sistemas de saúde dizem respeito aos diferentes segmentos que 
compõem os elementos constitutivos da área da saúde, de uma dada 
sociedade, que, entre outros, são: cobertura populacional; relação de 
benefícios; recursos econômicos; recursos humanos; rede de serviços. 
 
Segundo Elias e Viana (2011) sistemas de saúde são construções 
sociais cujo objetivo é garantir meios adequados para que os indivíduos façam 
frente a riscos sociais, como o de adoecer e necessitar de assistência, para os 
quais, por meios próprios, não teriam condições de prover. Desta forma, os 
sistemas de saúde têm como compromisso garantir o acesso aos bens e 
serviços disponíveis em cada sociedade para a manutenção e a recuperação 
da saúde. 
 
Os sistemas de saúde são financiados exclusivamente por recursos 
públicos (impostos) ou fundos privados (desembolso direto, co-pagamento) e, 
alternativamente, por um mix destas fontes. (ELIAS E VIANA, 2011). 
 
Os sistemas de saúde são compostos de estruturas com atividades 
bastante distintas, porém conexas, que podem ser classificadas em dois 
grandes grupos: as estruturas assistenciais e as de função do Sistema. (ELIAS 
E VIANA, 2011).: 
 
 Assistenciais: rede de serviços (hospitais, ambulatórios, consultórios, 
laboratórios clínicos e radiológicos) e pessoal de saúde (profissionais e 
técnicos com formação específica em saúde, e trabalhadores em 
saúde): função de produzir serviços de saúde. 
 Funções: sistemas de planejamento, informação, controle e avaliação. 
 Atividade de organização e regulação do funcionamento do 
sistema. 
 
Funcionamento (ELIAS E VIANA, 2011). A noção de sistema de saúde 
exige organização dos componentes, tendo como elemento direcionador a 
integração ou articulação das unidades. 
A organização implica diminuição do grau de entropia intra e interunidades, 
acarretando diminuição no grau de liberdade de instituições, profissionais e 
usuários: 
 
 Instituições: escolha do perfil de procedimentos a realizar; 
 Profissionais: procedimentos e rotinas adotadas como por exemplo os 
protocolos clínicos; 
 Usuários: regra para acessar os serviços disponíveis (portas de entradas e 
saídas para se locomover no sistema) – racionalizar o acesso aos serviços. 
 
Segundo Elias e Viana (2011), são várias as maneiras adotadas pelos 
sistemas de saúde para racionalizar o acesso aos serviços de saúde. A forma 
adotada inicialmente, pelo National Health Service-NHS inglês, passou a ser 
referência. Distribui os serviços entre três níveis de atenção, cuja lógica é 
econômica; operacional, pois permite a hierarquização da tecnologia material 
para as ações de saúde em situações bastante diversas de sua oferta: e a 
distribuição dos eventos a serem atendidos, conforme a sua frequência. 
 
3. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO I 
 
 
A partir da década de 1980 tiveram início as reformas dos sistemas de 
saúde no mundo, como a psiquiatra, com o movimento de desospitalização, 
que adotou uma postura contrária aos manicômios e ao tipo de tratamento 
neles oferecido, reivindicando que o atendimento aos pacientes com 
transtornos mentais fosse feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), 
em Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Hospitais Gerais e Centros de 
Convivência, incluindo nas reformas a virada ambulatorial canadense. 
 
A virada ambulatorial canadense estimulou a cirurgia ambulatorial, 
visando à contenção dos gastos mediante a diminuição de internações, pela 
realização de cirurgias de um dia e de cuidados contínuos assegurados a 
pessoas idosas ou deficientes em ambiente domiciliar. (CONILL, 2012) 
. 
Também estimulou o seguro para medicamentos, a integração de 
hospitais universitários, a criação de agências de desenvolvimento de redes 
locais de serviços de saúde sociais, com departamento de medicina geral, com 
remuneração diferenciada para os serviços médicos, em regiões distantes, 
visitas hospitalares, cuidados em domicílio e urgências, sendo que, para clínica 
privada, foram criados os Grupos de Medicina da Família (Groupes de 
Médecine de Famille-GMF), incluindo atendimento domiciliar e fora do horário, 
subvencionados pelo governo para infraestrutura e pessoa (Saúde no Mundo, 
2009, pg. 13). 
 
A reforma do sistema de saúde holandês, conforme o Relatório Dekker, 
1988 da Reforma Holandesa, tem proporcionado mais liberdade de escolha do 
segurado e mais competição entre seguradoras. 
 
Conforme Jorge (s/d), com relação à substituição, ficou definido que uma 
pessoa inscrita e abrangida por um sistema de saúde de um dos Estados-
membros da União Europeia, ou do Espaço Econômico Europeu (Islândia, 
Liechtenstein, Noruega), e Suíça, tem acesso a cuidados de saúde noutro 
Estado-membro em condições de igualdade de tratamento com os nacionais 
deste último. O Cartão Europeu de Seguro de Doença ou o seu Certificado 
Provisório de Substituição garantem o acesso aos cuidados de saúde que se 
tornem clinicamente necessários durante a permanência temporária noutro 
Estado-membro, tendo em conta a natureza das prestações e a duração 
prevista da permanência, nas mesmas condições e ao mesmo custo que as 
pessoas abrangidas pelo sistema de saúde do Estado-membro onde se 
encontra, tendo em vista evitar que o seu titular seja obrigado a regressar antes 
do fim da duração prevista da estada ao Estado competente ou ao Estado de 
residência para receber o tratamento de que necessita. O Cartão Europeu de 
Seguro de Doença não pode, no entanto, ser utilizado quando a finalidade da 
estada é receber tratamento médico. 
 
Estudos efetuados por Ugá (s/d) indicam que o sistema de saúde norte-
americano, já há algumas décadas, vem mudando substancialmente, indicando 
que os seguros-saúde têm dado lugar a sistemas alternativos de assistência 
médica, notadamente, o modelo de atenção gerenciada (managed care), que 
tem tido grande crescimento, desde os ano de 1980 e, atualmente, é a forma 
dominante de cobertura privada, responsável pela assistência à saúde de 
aproximadamente metade da população norte-americana. Tais mudanças 
afetam o acesso da população aos serviços de saúde, bem como o 
relacionamento entre operadoras de planos de saúde e prestadores de 
assistência médica. 
 
A atenção gerenciada refere-se a uma variedade de mecanismos pelos 
quais planos de saúde buscam conter os custos e/ou racionalizar a utilização 
de serviços / insumos incorporados em cada tratamento. São integrantes do 
sistema de financiamento e prestação de assistência à saúde, bem como das 
organizações que oferecem tal cobertura - health maintenance organizations 
(HMOs)2, preferred provider organizations (PPOs) e planos denominados 
point-of-service (POS), considerados formas mais atualizadas de prestação e 
que concedem aos beneficiários maior poder de escolha. 
 
Tais organizações são as "Organizações de Atenção Gerenciada" 
(OAGs), são empresas que negociam contratos com prestadores individuais ou 
em grupo e introduzemincentivos financeiros para controlar a utilização da 
assistência à saúde pelos pacientes e os custos por parte dos prestadores. 
 
Explicados os conceitos sobre sistemas de saúde e seus processos, 
convém deixar claras as diferenças e as semelhanças entre o que é um 
sistema de saúde e um sistema de serviços. 
 
3.1. Sistemas de Saúde e Sistemas de Serviços: semelhanças e 
diferenças 
 
Dentre as semelhanças , nos sistemas de saúde, as políticas sociais 
são mais inclusivas e abrangentes, e as diferenças localizam-se no acesso, 
organização dos serviços e desempenho, que estão diretamente vinculados ao 
momento histórico no qual se desenvolvem, considerando a economia, a 
política e a cultura. Os sistemas de serviços permitem comparações e 
avaliações sobre produtividade, efetividade e eficiência, diferindo quanto ao 
grau de cobertura, fontes de financiamento, interação entre financiadores e 
prestadores de serviços, tipos de serviços, remuneração e regulação dos 
profissionais. 
 
Conforme Conill (2012) os sistemas de saúde podem se classificar em 
empresarial-permissivo ou de mercado, como o norte-americano; seguros 
sociais públicos, como na França e na Alemanha; sistemas de serviços 
nacionais, como na Inglaterra e no Canadá, lembrando os sistemas que atuam 
privatizando com pluralismo de agentes e diferentes graus de regulação estatal 
correspondentes aos antigos planejamentos centralizados dos países 
socialistas. 
 
Segundo Mendes (2002) in Conill (2012), os sistemas de saúde 
comportam Regulação: de acordo com regras que estabelecem o 
financiamento, na forma de sistemas segmentados ou universais, com 
prestação de serviços integrais ou parciais, por monopólio estatal ou contratos 
públicos, com competição gerenciada ou livre mercado. 
 
Têm como principais metas otimizar a saúde da população, obter 
conhecimento das causas das enfermidades; fazer manejo das doenças; 
maximização da saúde, minimizar desigualdades de acesso à saúde entre 
subgrupos populacionais, promover o acesso aos serviços e alcançar um ótimo 
nível de saúde. 
 
Dadas as características das diferenças entre os sistemas de saúde no 
mundo, seguem exemplos de alguns sistemas de saúde para comparação, 
como os sistemas de saúde dos EUA, França, Canadá, Reino Unido, Cuba, 
México, Japão e Brasil. 
 
3.2. Sistemas de Saúde dos Estados Unidos da América, Canadá, Reino 
Unido, França 
 
Sistema de saúde dos Estados Unidos da América (sistema pluralista 
empresarial permissivo) 
 
Tradicionalmente estudos têm demonstrado que o sistema de saúde 
norte-americano é um dos mais caros do mundo e, também, um dos menos 
eficazes. 
 
Em 1993, o Presidente Bill Clinton tentou, sem sucesso, aumentar a 
cobertura do sistema de saúde norte-americano. O Presidente Obama lançou 
uma proposta obrigando a cobertura de um plano de saúde para toda a 
população presente em território norte-americano até 2014. (LÁZARO DA 
SILVA, 2012). 
 
A proposta denominada como Affordable Care Act, que ganhou o 
apelido de “Obama Care”, destaca que todo cidadão estadunidense deve ter 
cobertura privada de saúde; quem não tiver renda suficiente pode receber 
subsídio do governo; jovens até 26 anos têm direito de serem dependentes nos 
planos de saúde de seus pais; os planos de saúde devem oferecer assistência 
em determinados exames preventivos de forma gratuíta, como a mamogafia; 
maior abrangência e qualidade dos serviços oferecidos pelo Medicaid, não 
negação de sreviços para quem tiver doenças preexistentes. A proposta foi 
aprovada pelo Sebado em 2010 e considerada constituicional, pela Supremna 
Corte, em 2012. (LÁZARO DA SILVA, 2012). 
 
A reforma mostra-se necessária, pois nos EUA não existe um sistema 
único de saúde, sendo que as despesas médicas são o principal motivo de 
falências pessoais. Aqueles com mais de 65 anos ou portadores de deficiência 
são cobertos pelo Medicare, neste o governo paga hospitais e médicos para os 
beneficiários. A população de baixa renda entra no Medicaid, também bancado 
pelo governo, mas aqueles que não estão enquadrados nesses requisitos, não 
têm plano de saúde no emprego e não podem pagar um plano privado, ficam 
sem assitñcia médica. Esse público é o motivo da atual reforma da saúde 
norte-americana. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) 
 
O Medicare e o Medicaid surgiram na década de 1960, sendo que o 
Medicare se trata de um seguro social sob a responsabilidade do governo 
federal para cobertura médico-hospitalar da população de 65 anos ou mais que 
fica sem cobertura depois da aposentadoria, e também de seus dependentes 
(os seguros empresariais só cobrem quem trabalha), e de portadores de 
doenças renais terminais, oferecendo um sistema básico obrigatório, financiado 
por contribuição compulsória de empregados e empregadores cobrindo parte 
dos gastos com hospitais, não cobrindo honorários médicos, e com co-
pagamento pelos usuários, como os Advantage e Medigap. (CONILL, 2012, in 
CAMPOS, ORG. 2012).. 
 
O Medicaid é financiado por fontes fiscais, pelos governos estaduais e 
por subsídios federais. É um programa assistencial com grande variabilidade 
de extensão e de qualidade. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) 
 
Com relação ao setor privado, grande parte da população tem cobertura 
por meio de planos de saúde de grandes empresas do ramo de saúde como a 
Blue Cross, que é uma associação de hospitais, a Blue Shield, que é originada 
de propostas da American Medical Associacion-AMA. Essas empresas 
cresceram, agregaram empresas seguradoras e passaram a oferecer uma 
diversidade de planos de saúde com despesas reembolsáveis. (CONILL, 2012, 
in CAMPOS, ORG. 2012) 
 
Após as reformas dos anos 70 e 80, surgiu o manged care ou atenção 
gerenciada com destaque para a “Health Maintenance Organizations-HMOs”, 
composta por seguradoras e prestadoras de serviços ambulatoriais ou 
hospitalares em rede própria ou em rede credenciada, com diferentes formas 
de vínculos médicos, e as “Preferred Provider Organizations-PPOs”, 
organizadas em grupos fechados de prestadores contratados e tendo maior 
regulação. (CONILL, 2012, in CAMPOS, ORG. 2012) 
Nos EUA os segurados ou têm dinheiro para pagar um plano privado ou 
têm um emprego que oferece um plano de saúde. Caso contrário e, em 
conformidade com a atenção oferecida pelo governo, o cidadão fica descoberto 
e tratado em hospitais filantrópicos e não lucrativos. No país as empresas 
podem demitir pessoas com doenças graves e mulheres grávidas e o fato de 
ter um plano de saúde não garante a gratuidade dos serviços. Além disso, a 
maioria dos planos estabelece um limite de gastos anual e uma franquia 
reembolsada após o pagamento da parte que cabe ao usuário e podem 
recusar-se a fazer seguro para pacientes com histórico de doença crônica ou 
preexistente. (MELLO, 2009) 
O sistema de saúde norte-americano é do tipo empresarial, permissivo 
ou pluralista de mercado, por possuir várias instituições privadas e públicas, 
sendo um sistema plural composto de múltiplos subsistemas para os diferentes 
clientes, com acesso segmentado. 
 
Hoje, nos EUA, o setor público está estruturado em áreas de atuação 
vinculadas ao Department os Helath and Human Services-DHHS, da efera 
federal, responsável pela promoção de intervenções em saúde coletiva como 
os Centers for Diseases Control and Prevention-CDC e do Food and Drug 
Admninistration-FDA, que gerem a assistência médico-hospitalar para clientes 
específicos, os Centers for Medicare and Medicaid Services e demais 
instituições de pesquisa médica e de avaliação da qualidade dos srviços 
prestados (“National Instituteof Health” e a “Agency for Health Care 
Researchand Quality”).(CONILL, in SOUZA CAMPOS, 2012, pg. 571-2). 
 
Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura 
funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. 
 
 Indicadores demográficos *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com 
exceções* 
 População: 290 milhões 
 Socioeconômico-renda (PNB/hab.) *Fonte:OECD, 2005, ano-base 
2003, com exceções*: US$37.658 
 Indicadores de saúde: 
 Esperança de vida (anos): 72,2 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos):6,9 
Estrutura funcional -EUA.(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). 
 Financiamento*: 
 Gasto per capita (US$): 5.635 
 PIB/Saúde: 15% 
 Fonte de recursos: 66% privados 
 Modalidades de pagamento: 
 Multiplicidade de arranjos, por serviços (em geral) 
 * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
 Regulação/Gestão: 
 Federal- seguro (Medicare) 
 Estadual – assistência (Medicaid) 
 Seguros privados (Managed care) 
 Organização/Prestação: 
 Fragmentação, multiplicidade de arranjos 
 Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório 
 Problemas/Tendências: Desigualdades/ custos elevados 
 
 
Sistema de saúde na França (sistema de seguro público) 
 
O sistema de saúde francês tem característica mista por cobrir serviços 
públicos e privados aos seus usuários. É obrigatório e universal, abrangendo 
100% da população francesa, sendo que a cobertura das despesas pelo 
sistema público não é total, e é complementada pela garantia suplementar 
privada. 
 
O setor privado conta com uma força muito importante que é o 
mutualismo que opera em setores específicos como o funcionalismo público, 
por exemplo, os professores, correios, entre outros. Operam, também, com 
contratos individuais. O valor a pagar baseia-se no rendimento, tempo de 
contrato, local de residência, número de beneficiários do contrato, idade e tipo 
de contrato. Fazem parte, também, do setor privado, as instituições de 
previdência social, as seguradoras e a famílias, sendo que o Seguro de Saúde 
Privado limita-se ao seguro complementar dos regimes obrigatórios, como 
Prestações em Valor, exceto nos casos de cobertura dos riscos de 
incapacidade e invalidez, que é a Prestações em Espécie, que não são 
cobertos pelos regimes legais dos não assalariados. 
http://www.apseguradores.pt/boletim/004_OUTUBRO_NOVEMBRO_DEZEMB
RO_2006/ONLINE/FRANCA.htm. 
 
No caso dos Seguros de Particulares, pode ter duração vitalícia 
(Garantie Viagère), contando neste caso com um período de “observação” que 
em regra é de 2 anos, prazo em que a seguradora pode, se assim o entender, 
resolver o contrato de seguro. 
 
No setor público, a Segurança Social é que mais financia as despesas de 
saúde, pois o cidadão francês tem o Serviço Público de Saúde mediante o 
pagamento do ticket modérateur. Dependendo da sua situação pessoal ou 
profissional, o cidadão é inscrito em um determinado tipo de regime, que pode 
ser, obrigatoriamente, um dos que seguem 
http://www.apseguradores.pt/boletim/004_OUTUBRO_NOVEMBRO_DEZEMB
RO_2006/ONLINE/FRANCA.htm: 
 Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem 
 Regime obrigatório para os trabalhadores independentes 
 Regime agrícola 
 Regime dos estudantes 
 Regime dos residentes 
O sistema de saúde francês é composto por dois tipos de seguro saúde: o 
Assurance Maladie (Direito do cidadão e obrigação do serviço de saúde que é 
o Caisse Primaire d‟Assurance Maladie e Securité Sociale- CPAM), e a 
Mutuelle, que é facultativo, sendo a saúde componente do sistema de Sécurité 
Sociale com contribuição de empregados e empregadores. Prevê a 
coexistência do setor publico de prestação de serviços ao lado do privado, com 
ou sem fins lucrativos; autonomia para instalação de consultórios; pagamento 
direto, pelos usuários, aos profissionais e serviços de saúde com reembolso 
parcial ou total das despesas; liberdade de prescrição e segredo profissional. 
 
O sistema de saúde francês é regido por três grandes princípios que são a 
solidariedade que garante o financiamento compartilhado nos serviços de 
saúde, o pluralismo e a medicina liberal. (CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 
2012). 
 
Impostos e contribuições de empregados e empregadores conformam um 
seguro público que é regulamentado pelo Estado, garantindo uma atenção à 
saúde em consultórios privados e em hospitais públicos e privados lucrativos 
ou filantrópicos. 83% da população, os trabalhadores assalariados, são 
cobertos pela “Caisse Nationale d‟Assurence Maladie-CNAMTS”. Além dela, as 
demais categorias têm seus próprios organismos, como os trabalhadores 
rurais, mineiros e autônomos. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). 
 
O reembolso e a cobertura por serviços feitos em hospitais privados e 
consultórios são para aqueles constantes de uma lista fornecida pelo Ministério 
da Saúde e têm que ser prescritos por um Profissional. .(CONILL, 2012, IN 
CAMPOS, ORG. 2012). 
 
O setor público compreende cerca de dois terços do setor hospitalar, 
incluindo os hospitais escolas, os Centres Hospitalares Universitaires-CHUs e 
os hospitais regionais, nos quais os trabalhadores são assalariados, sendo que 
os hospitais filantrópicos atuam de forma semelhante. .(CONILL, 2012, IN 
CAMPOS, ORG. 2012). 
 
Anteriormente baseado na livre escolha, a partir de 2005 , os usuários 
maiores de 16 anos devem escolher um médico para acompanhá-los e 
coordenar as suas necessidades. .(CONILL, 2012, IN CAMPOS, ORG. 2012). 
 
Seguem dados do sistema de saúde francês, conforme Conill (2012, P.593, 
in CAMPOS, ORG. 2012) 
 Tipo de sistema: Seguro público ou pluralista solidário. 
 Acesso: Universal 
 Indicadores demográficos*: 
 População: 60 milhões 
 Sócio econômico- renda (PNB/hab.)*: US$28.881 
 Indicadores de saúde: 
 Esperança de vida: 79,4 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 3,9. 
 *Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
 
Estrutura funcional- França (CONILL, 2012, P.593, in CAMPOS, ORG. 2012). 
 Financiamento*: 
 Gasto per capita (US$): 2.903 
 PIB/Saúde: 10% 
 Fonte: 76% públicos(Securidade) 
 Modalidades de pagamento: 
 Orçamento e serviços (hospitalares públicos), por serviços 
(consultórios e setor privado). 
 * Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
 Regulação/Gestão: Ministério da Saúde e Agências regionais. 
 Organização/Prestação: Fragmentação, multiplicidade de prestadores 
 Porta de entrada: Consultórios com vínculo obrigatório 
 Problemas/Tendências: Custos elevados, pouca prevenção/Integração, 
controle e avaliação 
 
Sistema de saúde do Canadá: modelo de seguro e serviços nacionais de 
saúde 
 
O sistema de saúde canadense é um seguro nacional de saúde 
financiado predominantemente pelo setor público, por meio de fontes fiscais, e 
a prestação de serviços vem dos prestadores privados, existindo diversas 
formas de credenciamento e contratos. Já o seguro privado somente financia 
os serviços não cobertos pelo sistema público, tais como as cirurgias estéticas, 
hotelaria especial em hospitais, tratamento dentário e “home care”. É um 
sistema descentralizado vinculado ao orçamento fiscal, co financiamento 
compartilhado entre o governo federal e as províncias que têm autonomia para 
o estabelecimento de prioridades, gestão dentro dos parâmetros federais que 
são: universalização, gestão pública, integralidade ou caráter completo da 
assistência e transferibilidade, significando que os direitos são válidos em todo 
o país. A grande maioria dos médicos são liberais e atendem em suas clínicas 
ou emhospitais e recebem por serviços prestados pelas agências provinciais 
responsáveis pelo gerenciamento do seguro saúde. (CONILL , 2012, in 
CAMPOS, ORG. 2012). 
 
No Canadá, 95% dos hospitais não têm fins lucrativos e são 
administrados por diversas organizações como as comunitárias, religiosas ou 
autoridades provinciais, sendo que no Quebec são considerados como parte da 
saúde pública, com orçamento anual, sendo regulamentados por lei. Sua 
cobertura ampliou, a partir de 1980, para atendimento às áreas de “nursing 
homes”, “day care centers” e “home care” para idosos. . Essa província foi a 
última a aderir ao seguro saúde universal, mas alcançando um bom 
desempenho que a destacou dentro do sistema canadense. (CONILL , 2012, in 
CAMPOS, ORG. 2012). 
 
As reformas feitas no Quebec buscaram a redução seletiva de oferta de 
serviços com a diminuição da atenção hospitalar e a adoção de novas práticas, 
como a medicina da família, na integração dos serviços. Resumindo, pode-se 
dizer que, no Canadá, a assistência é feita por um sistema de saúde cujo 
financimento vem dos fundos públicos, e os serviços, majoritariamente 
gratuitos para o cidadão canadense, são fornecidos, num primeiro momento, 
por instituições privadas, que são as fundações da assistência médica, 
regulamentadas pelo Canada Health Act. Cada província e território tem 
autonomia para regular sua assistência médica com suas próprias regras, 
oferecendo um sistema de assistência médica pública, popularmente 
conhecida por Medicare. Assim, não há exclusão do desempregado ou daquele 
que muda de emprego, do portador de doença preexistente, nem há limites de 
cobertura. 
 
Segue resumo do sistema de saúde canadense conforme Conill , 2012, P. 
592, in CAMPOS, ORG. 2012. 
 Tipo de sistema: Seguro nacional 
Acesso: Universal 
 
 Indicadores demográficos*: 
 População: 31 milhões 
 Socioeconômico- Renda (PNB/hab.): US$30,445 
 Indicadores de saúde: 
 Esperança de vida (anos): 79,5 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 5,4 
Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
Estrutura funcional- Canadá, (CONILL, 2012, P.593, in CAMPOS, ORG. 2012): 
 Financiamento*: 
 Gasto per capita (US$): 3.000 
 PIB/Saúde: 9,9% 
 Fonte de recursos: 70% públicos (fiscais) 
 Modalidades de pagamento: Orçamento e salário (hospitais públicos), 
por serviços nos consultórios 
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
 Regulação/Gestão: 
 Federal com gestão provincial. Regionalização no Quebec. 
 Organização/Prestação: Organização de redes no Quebec 
 Porta de entrada: Consultórios sem vínculo obrigatório 
 Problemas/Tendências: Dificuldade de acesso/Integração, avaliação. 
 
Sistema de saúde o Reino Unido. Seguros e serviços nacionais de saúde. 
 
O sistema de saúde inglês (National Health Service-NHS) surgiu em 
1946, após a Segunda Guerra Mundial, promovendo a nacionalização do 
sistema de saúde e a universalização de acesso, gratuito, aos serviços de 
saúde, com financiamento vindo dos impostos federais, sendo 82% de 
impostos diretos e 13% de imposto em folha de salário e 4% de taxas pagas 
pelos usuários. Esses usuários são cadastrados em postos de saúde próximos 
a sua residência, sendo atendidos por um clínico geral e, somente em casos 
mais graves, são encaminhados para especialistas. 
 
O setor privado é coberto por seguradoras comerciais e por algumas 
seguradoras sem fins lucrativos. Entre os principais grupos estão o General 
Healthcare Group Ltd; Niffield Trust Ltd; BUPA Hospitals Ltd.; Community 
Hospitals Group e PPP Columbia Healthcare Ltd. O setor privado cobre os 
serviços não cobertos pelo NHS, como os de dentistas e oftalmos. 
 
O sistema de saúde no Reino Unido é um sistema descentralizado, no 
qual cada país tem seu próprio sistema privado e com financiamento público, 
assim como tratamentos alternativos, holísticos e complementares oferecidos 
aos residentes do Reino Unido, de forma permanente e gratuita, no caso do 
serviço ser pago pelos impostos gerais. A sua regulação abrange o território 
britânico como os Conselho Médico Geral e Conselho de Enfermagem e 
Obstetrícia, e também por organizações não governamentais como o caso do 
Royal Colleges. Política e operacionalmente a responsabilidade é dividida entre 
quatro governos nacionais, sendo na Inglaterra de responsabilidade da rainha, 
isto é, pelo Ministério da Saúde; na Irlanda do Norte do Poder Executivo; na 
Escócia do governo escocês, isto é, pelo Poder Executivo; no País de Gales, 
do governo galês, isto é, pela Assembleia Nacional. Cada governo tem seu 
National Health Service-NHS com políticas próprias e diferentes prioridades. 
(MUNIZ, 2013) 
 
Estão cobertos gratuitamente: residentes permanentes legais; 
refugiados; estudantes matriculados em curso de no mínimo 15 horas 
semanais e com visto de estudante válido por mais de seis meses, e de seus 
familiares; solicitantes de asilo; pessoas com permissão de trabalho. 
 
A gestão do Primary Care Trusts-PCTs, a partir de 1997, introduziu 
novas propostas de trabalho como o cooperativo inter-institucional, 
envolvimento dos usuários, avaliação e ênfase em atenção primária. Em 1999 
iniciam-se as descentralizações e a integração das gestões de saúde, com 
redução do número de regiões e sua transformação em estruturas de 
acompanhamento e avaliação, as “Strategic Health Authority”, passando as 
gestão locais a serem feitas pelos Primary Care Trusts-PCT, nos quais 
trabalham, em conjunto, os responsáveis pela saúde pública e pela compra de 
serviços com os órgãos de controle dos serviços de atenção primária à saúde 
que são responsáveis pelos generalistas, que passaram a fazer parte 
obrigatoriamente dos PCTs. Conill , 2012, P. 592, in CAMPOS, ORG. 2012. 
Segue resumo do sistema de saúde do Reino Unido conforme Conill , 2012, P. 
592, in CAMPOS, ORG. 2012. 
 
Resumo para comparação: Reino Unido- (CONILL , 2012, P. 592, in 
CAMPOS, ORG. 2012). 
 Tipo de sistema: Serviço nacional 
 Acesso: Universal 
 Indicadores demográficos*: 
 População: 60 milhões 
 Sócio econômicos- Renda (PNB/hab.): US$29,826 
 Indicadores de Saúde: 
 Esperança de vida (anos): 78,5 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 5,3 
*Fonte:OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
Estrutura funcional- Reino Unido. (CONILL, 2012, P. 593, in CAMPOS, ORG. 
2012) 
 Financiamento*: 
 Gasto per capita (US$): 2.231 
 PIB/Saúde: 7,7% 
 Fonte de recursos: 83% públicos (fiscais) 
 Modalidades de pagamentos:Orçamento e salário (hospitais públicos), 
lista de pacientes com complementos para generalistas. 
* Fonte: OECD, 2005, ano-base 2003, com exceções 
 
4. SISTEMAS DE SAÚDE NO MUNDO II: 
 
4.1) Cuba, México Japão e Brasil 
 
Sistema de saúde de Cuba. Modelo público unificado ou sistema nacional 
de saúde 
 
O sistema de saúde de Cuba é universal, tratando-se de um modelo 
público unificado, no qual o financiamento e a prestação de serviços são 
estatais verticalizados, com acesso universal cobrindo todos os cidadãos. Tem 
como princípio que a saúde é um direito inalienável do cidadão e todos os 
cubanos têm direito aos serviços integrais de saúde, portanto, o Estado regula, 
financia e presta os serviços de saúde. 
 
O Ministerio de Salud Pública-MINSAP é o responsável pelo Sistema 
Nacional de Salud-SNS, tendo a função de direção, execução e controle das 
políticas do Estado e do governo, no setor de saúde pública, desenvolvimento 
das ciências médicas e da indústria farmacêutica. É responsável pela 
centralização e distribuição dos recursos para a saúde. Para tanto, possui trêsníveis de administração - o nacional, o provincial e o municipal; quatro serviços 
- o nacional, o provincial, o municipal e o setorial . Os níveis provinciais e 
municipais se subordinam administrativamente às assembleias provinciais e 
municipais dos órgãos dos governos locais, sendo que cada província tem seus 
sistemas de saúde em seus municípios. .(DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 
2011). 
 
Cuba tem, em seu sistema de saúde, os seguintes princípios: caráter 
estatal e social da medicina; acessibilidade e gratuidade de serviços; 
orientação profilática; uso da ciência e da tecnologia; participação da 
comunidade e intersetorialidade; colaboração internacional com centralização 
normativa e descentralização executiva. Tem como foco a Atenção Primária à 
Saúde-APS assentada no Médico e Enfermeira da Família-MEF. A população 
participa do sistema por meio das Brigadas Sanitárias da Federación de 
Mujeres Cubanas-FMC, dos auxiliares voluntários da vigilância epidemiológica, 
dos sindicatos e dos Comités de Defensa de La Revoluciona-CDR com funções 
específicas. .(DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 2011). 
 
O financiamento do sistema de saúde cubano é quase todo com 
recursos do governo, do Ministério de Salude Pública, que concentra os 
recursos e presta serviços de saúde. No sistema cubano o nível de atenção 
primário à saúde é responsável por 80% da demanda atendida em policlínicas 
e consultórios médicos e de enfermagem da família que é de responsabilidade 
dos municípios. O nível de atenção secundário à saúde é responsável por 
atender cerda de 15% da demanda com tratamento que evite a progressão da 
doença, proporcionando uma reabilitação rápida, em hospitais provinciais. O 
nível de atenção terciário fica com aproximadamente 5% da demanda de 
pacientes com maiores agravos de determinadas doença, em hospitais 
especializados ou institutos nacionais. (DOMINGUES-ALONSO E ZACCA, 
2011). 
 
As inovações atuais se deram a partir do programa “Batalla de Ideas”, 
que procura avançar na justiça social, integridade nacional e internacionalismo; 
do programa “Misión Milago”, que oferece atenção oftalmológica gratuita aos 
países da América Latina. Seus limites são decorrentes da situação de 
embargo econômico e social imposto pelos Estados Unidos da América, fato 
esse que compromete o desenvolvimento da economia cubana e, por 
conseguinte, a atenção à saúde. 
 
Segue resumo do sistema de saúde cubano conforme adaptado de Conill 
(2012, in CAMPOS, ORG. 2012.) 
 
 Tipo de sistema: Público unificado 
 Acesso: Universal (sem opção de escolha) 
 Indicadores demográficos*: 
 População: 11.238.412 9 (dados 2009*) 
 Indicadores de Saúde: 
 Esperança de vida (anos): 77,0 (dados 2009*) 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 4,8 (dados de 2009*) 
* Fonte: Emma Domínguez-Alonso, MC, Educardo Zacca, MC, PhD. Salud 
Pública de México/vol.53, suplemento 2 de 2011. 
Estrutura funcional-Cuba.(Adaptado de CONILL, 2012) 
 Financiamento e prestação de serviços: governo nacional-
verticalizado=(MINSAP p/os 3 níveis e unidades/assembleias provinciais 
e municipais) 
 Gasto per capita (US$): 1.132 
 PIB/Saúde: 11,9 
 Fonte de recursos: Estado 
Regulação/Gestão: Ministério da Saúde 
 Organização/Prestação: Níveis administrativos: nacional, provincial e 
municipal. Níveis de serviços: nacional, provincial, municipal e setorial 
 Porta de entrada: Qualquer unidade/policlínicas/consultórios médicos e 
enfermeiras da família 
 Problemas/Tendências: Limitações: econômicas/instalações/tempo de 
espera. Renovação: Batalla de Ideas (debate ético)/ vários programas 
de ação(Ex.:Mision Milagro/oftalmologia gratuita p/pacientes da AL) 
 
Sistema de saúde do México 
 
Segundo Gómez-Dantés et all (2011) o sistema de saúde mexicano é 
composto pelos setores público e privado. O setor público compreende as 
instituições de seguridade social, isto é, o Instituo Mexicano de Seguro Social-
IMSS, o Instituto de Seguridade e Serviços Sociais dos Trabalhadores do 
Estado-ISSSTE, o Petróleos Mexicanos-PEMEX, a Secretaria da Defesa 
Nacional-SEDEMA, a Secretaria da Marinha-SEMAR, entre outros que prestam 
serviços aos trabalhadores do setor formal da economia mexicana e às 
instituições que protegem ou prestam serviços a população sem seguridade 
social como o Seguro Popular de Saúde-SPS, a Secretaria de Saúde-SSa, os 
Serviços Estatais de Saúde-SESA e o Programa IMSS-Oportunidades-IMSS-O. 
(GÓMEZ-DANTÉS et al 2011). 
 
Já o setor privado cobre a população que pode pagá-lo. O financiamento 
das instituições de seguridade social vem de três fontes: contribuições 
governamentais, contribuições do empregador, como no caso da ISSSTE, 
PEMEX, SEDEMA e SEMAR, que são da mesma esfera de governo, e 
contribuições do empregado. Essas instituições têm suas próprias instalações 
físicas e trabalhadores. A SSa e os SESA são financiados pelos governos 
federal, estatais e de uma pequena contribuição de quem usa os serviços, 
chamadas de “cotas de recuperação”. Os usuários da SSa e dos SESA são 
atendidos em instalações e com prestadores de serviços próprios. O SOS é 
financiado com recursos do governo federal, governos estatais e cotas 
familiares e compras de serviços para seus afiliados à SSa e aos SESA, e 
eventualmente por provedores privados. O setor privado é financiado com as 
verbas pagas pelos usuários no momento que recebem a atenção e com 
verbas dos seguros médicos privados e das ofertas de serviços em 
consultórios, clínicas e hospitais privados. (GÓMES-DANTÉS et al 2011). 
 
Portanto, o sistema de saúde mexicano é de responsabilidade do setor 
público, composto por instituições de seguridade social ou privada com 
seguradoras e prestadoras de serviços de saúde, além da existência da 
medicina alternativa. É segmentado de acesso a trabalhadores formais e 
pessoas sem seguro social. Existe o setor privado para quem pode pagar. 
(GÓMES-DANTÉS et al 2011). 
 
Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura 
funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. 
 
 Tipo de sistema: Setor público:Instituições de Seguridade 
Social/Privado:seguradoras e prestadores de serviços de saúde+ 
medicina alternativa. Segmentado. 
 Acesso: Público: trabalhadores formais/pessoas sem seguro social. 
Privado: quem pode pagar 
Indicadores demográficos (dados de 2011) 
 População: 112 milhões (dados de 2012) 
 Socioeconômico-renda (Produto Nacional Bruto-PNB/hab.): 
US$9,812 
Indicadores de saúde: 
 Esperança de vida (anos): 75.1 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos):15.2 
Estrutura funcional- México.(Adaptado de CONILL, 2012) 
 Financiamento e prestação de serviços: empregador, governo (forças 
armadas), contribuições do empregado e do governo 
 Gasto per capita (US$): 890 
 PIB/Saúde: 5,9 
 Fonte de recursos: Contribuições governamentais, contribuições do 
empregador e contribuições do empregado, cotas de recuperação. 
 Regulação/Gestão: Governo Federal através da SSa, Governo Estadual 
 Problemas/Tendências: Ampliação de acesso para pessoas mais 
pobres, necessidade de recursos públicos adicionais. Tempo de espera. 
 Cobertura dos mexicanos excluídos do seguro social, por meio da 
SPSS,, melhora nos recursos públicos 
 
Sistema de saúde no Japão: cobertura de saúde universal do japão. 
 
Tanigawa (2012) explica que o sistema de saúde no Japão “Cobertura 
de Saúde Universal do Japão” foi criado em 1961, tendo desde então obtido 
grandes avanços na atenção à saúde em decorrência de ações preventivas 
primárias e secundárias e do uso de tecnologias avançadas, contribuindo paraque a expectativa de vida no Japão seja a maior do mundo, conforme dados da 
ONU de 2010, 79.29 para homens e 86.96 para mulheres. Nesse sistema, 
mesmo os cidadãos que não podem contribuir financeiramente têm os mesmos 
direitos à assistência médica garantidos pela Constituição do país. A população 
tem índices saudáveis de saúde com baixos custos e equidade, 
correspondendo a aproximadamente 8,5% do PIB. 
Toda a população residente no Japão obrigatoriamente tem que se 
inscrever em um dos Seguros Públicos de Saúde, que se baseiam no princípio 
da cooperação mútua, na qual todos os segurados contribuem regularmente 
com taxas para poderem utilizar o Seguro Saúde. 
Segundo a Embaixada do Japão no Brasil, a Lei de Seguro de Saúde, a 
partir de 1961, permite a todos os cidadãos japoneses e estrangeiros 
residentes o direito de cobertura de um dos seis planos de seguro de saúde. 
O principal plano de seguro saúde japonês é o Seguro de Saúde para as 
pessoas empregadas, cobrindo a maior parte dos trabalhadores do setor 
privado; há também o Seguro Nacional de Saúde, cobrindo os trabalhadores 
autônomos, os desempregados, aposentados, além de pessoas inelegíveis 
para o seguro de saúde dos empregados. Outros tipos de planos cobrem 
marinheiros, empregados do serviço público nacional, empregados do serviço 
público local e funcionários e professores de escolas privadas. 
Nos planos de seguro de saúde do Japão, 20% das despesas médicas 
são destinadas aos recém-nascidos e crianças menores; 30% para crianças 
maiores até idosos de 69 anos; 20% para a faixa entre 70-74 anos (entretanto, 
esse porcentual tem sido reduzido sucessivamente a 10% até o ano de 2010). 
Pessoas com mais de 75 anos estão inscritas em um sistema separado do 
sistema de saúde geral, e se chama Sistema de Saúde Vida Longa. O portador 
do seguro então paga pelo médico, hospital, clínica, ou outros mecanismos de 
saúde um residual pelo serviço utilizado conforme previsto pelo Ministério da 
Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Dessa forma todo cidadão tem acesso a um 
tratamento médico adequado. 
Tendo em vista a longevidade da população no Japão, em 2000 foi 
implantado o sistema de seguro de saúde de longa duração que é financiado 
pela contribuição obrigatória para o seguro paga por pessoas com 40 anos ou 
mais, cobrindo visitas em domicílio, centros de saúde, longas estadias em 
asilos para idosos com demência ou acamados crônicos. 
Na tentativa de se melhorar a qualidade da assistência ao idoso, 
promover o financiamento adicional e eliminar as deficiências que resultaram 
da mistura de tratamento médico e das funções de cuidados de longa duração, 
o governo implementou um sistema de seguro de saúde de longa duração no 
ano 2000. As necessidades individuais são verificadas em sua região de 
origem. Contribuições para o seguro pagas por pessoas com mais de 65 anos 
têm a coleta feita pela administração local e deduzidas das pensões. Pessoas 
com idade de 40 a 64 anos têm suas parcelas de contribuição juntamente com 
as contribuições do seguro saúde fixas. Para ser beneficiário do sistema é 
preciso ter no mínimo 40 anos e pagar as contribuições regulares mais 10% 
pelos custos dos serviços. No geral o sistema de seguro de saúde é financiado 
pelo governo nacional em 25%, pelas províncias e governos locais. 
http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/sistemadesaude.html. 
 
Para comparação seguem alguns indicadores demográficos, estrutura 
funcional do sistema Adaptado de CONILL ( 2012) in CAMPOS (ORG. 2012).. 
 
 Tipo de sistema: Cobertura de saúde universal 
 Acesso: Público: trabalhadores formais/pessoas sem seguro social. 
Privado: quem pode pagar 
Indicadores demográficos (dados de 2011) 
 População: 127 milhões (dados de 2012) 
 Socioeconômico-renda (Produto Nacional Bruto-PNB/hab.): US$ 
35.200 
Indicadores de saúde: 
 Esperança de vida (anos): 82.73 (2.012) 
 Mortalidade infantil (óbitos/1.000 n/vivos): 2.21 (2.012) 
Estrutura funcional- Japão.(Adaptado de CONILL, 2012) 
 Financiamento: governo, por meio de cobrança de taxas estipuladas 
anualmente, empregador e empregado. 
 Gasto per capita (US$): 36,20 mil 
 PIB/Saúde: 8,5 
 Fonte de recursos: Contribuições governamentais, contribuições do 
empregador e contribuições do empregado. 
 Regulação/Gestão: Governo Nacional, provincial e local 
 Problemas/Tendências: Elevação dos gastos com pessoas idosas. 
Criação de um sistema de seguro médico e de saúde que seja 
sustentável a longo prazo. 
 Melhoria na formação dos médicos 
 
Sistema de saúde do Brasil. Sistema Único de Saúde-SUS/Sistema de 
Atenção Médica Supletiva (SAMS). 
 
Como o Sistema Único de Saúde brasileiro terá capítulo à parte, segue, 
a título de poder efetuar comparações, uma síntese explicativa. Brasil (CONIIL, 
2012, P. 604, in CAMPOS, ORG. 2012) 
 
 Tipo de sistema: Sistema Único de Saúde-SUS/Sistema de Atenção 
Médica Supletiva (Sams) 
 Acesso/Cobertura: Universalização com segmentação. 75% SUS; 25% 
Sams(2) 
 Financiamento: Impostos. Seguros privados. Pagamentos diretos. 
 
 Regulação/Gestão: Ministério da Saúde com gestão municipal 
Organização/Prestação: Rede pública com APS na porta de 
entrada/integralidade. Mix público-privado. Diversidade de prestadores com 
especialização na saúde supletiva. 
 Problemas/tendências: Diferenças de qualidade nos subsistemas público 
e privado/Evolução da Estratégia de Saúde da Família. 
 
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métodos.V.1., São Paulo: McGraw-Hill, 1990. 
 
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