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Direito Penal - Crimes contra a dignidade sexual.docx

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ESTUPRO 
Art. 213, do Código Penal Pena: Reclusão de 6 a 10 anos.
1 – CONCEITO 
Tutela-Se a dignidade sexual da pessoa constrangida, mediante violência ou grave ameaça, a praticar qualquer ato libidinoso ou ato sexual, ou permitir que com ele se pratique.
A lei 12.015/09, alterou os crimes contra os costumes, passando a se chamar Crimes Contra Liberdade Sexual. O tipo penal do Art. 213 passou a proteger também a pessoa do sexo masculino, que anteriormente tinha sua dignidade sexual protegida no Art. 214 (Atentado Violento ao Pudor).
Com advento da lei 12.015/09 o Art. 213 passou a tratar também das condutas previstas no Art. 214, revogando-o, fato que não gerou abolitio criminis.
Trata-se de crime hediondo lei 8.072
2 – SUJEITOS DO CRIME
2.1 – SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa 
2.2 – SUJEITO PASSIVO – qualquer pessoa, antes da lei 12.015/09 somente mulheres poderia ser vítimas deste delito, mas atualmente homens e mulheres podem ser vítimas.
Nos termos do Art. a pena é aumentada de ¼ se for praticado em concurso de pessoas e de ½ se o Autor for: Ascendente, padrasto, madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor, empregador, ou por qualquer outro título tem autoridade sobre a vítima.
3- ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Pune-se o ato de libidinagem violento, coagido, obrigado, forçado. Buscando o Agente constranger a vítima a ter conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, ou permitir que com ela se pratique.
3.1 – CONDUTA ATIVA DA VÍTIMA – ter conjunção carnal ou praticar qualquer outro ato libidinoso, por meio de constrangimento mediante violência ou grave ameaça.
3.2 – CONDUTA PASSIVA DA VÍTIMA – Permitir que com ele se pratique qualquer outro ato libidinoso, por meio de constrangimento praticado com violência ou grave ameaça.
3.3 – VIOLÊNCIA FÍSICA/ VIS ABSOLUTA – Emprego de força física anulando a capacidade de resistência da vítima.
3.4 – VIOLÊNCIA MORAL / VIS RELATIVA – É a grava ameaça.
3.5 – ATO LIBIDINOSO – Termo muito amplo, contudo o STJ entende que até o toque ou beijo lascivo configura ato libidinoso, ou seja, qualquer ato capaz de ferir a dignidade sexual da vítima.
OBS – Não há necessidade do contato físico entre o autor e a vítima para a configuração do ato libidinoso. Ex.: O Autor constrange mediante violência ou grave ameaça a se masturbar somente para sua contemplação.
4- ELEMENTO SUBJETIVO
 Dolo genérico - A vontade livre e consciente de constranger alguém mediante violência ou grave ameaça a praticar conjunção carnal e praticar ou permitir que com ele se pratique qualquer outro ato libidinoso.
Neste Delito é exigido o dolo específico, qual seja o desejo de satisfazer a lascívia do agente.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o delito com a pratica do ato de libidinagem, gênero que abrange a conjunção carnal e atos libidinosos.
Crime Plurissubsistente, portanto a tentativa é cabível.
5.1 – CONJUNÇÃO CARNAL SEGUIDA DE OUTROS ATOS LIBIDINOSOS GERA PLURALIDADE DE DELITOS?
1ª CORRENTE – O crime de estupro passou a ser conduta múltipla ou de conteúdo variado. Sendo assim praticando o agente mais de um núcleo verbal, dentro do mesmo contexto fático, não desnatura a unidade do crime, fato que não impede análise do Art. 59 do CP. Ausente o contexto fático aplica-se concurso material ou concurso de crimes.
2ª CORRENTE – Trata-se de delito autônomo caso um delito não seja ato preparatório do outro, não se aplica continuidade delitiva, pois a reunião de diversos atos em um só tipo não tem o condão de unificar-lhe a natureza.
6-QUALIFICADORAS
Os §§ 1º e 2º trazem qualificadoras preterdolosas (dolo no antecedente e culpa no consequente), passando a ser de 8 a 12 anos de reclusão se resultar lesão corporal de natureza grave (sabendo-se que inclui também as lesões de natureza gravíssimas) e de 12 a 30 anos de reclusão se resultar morte.
7-AÇÃO PENAL
Pública Condicionada a representação nos termos do Art. 225, CP.
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
Art. 215, CP, Pena: Reclusão de 2 a 6 anos.
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Tutela-se a dignidade sexual da vítima, lesada mediante fraude.
2 – SUJEITOS DO CRIME
2.1 – SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa.
2.2 SUJEITO PASSIVO – Qualquer pessoa, porém tratando-se de vítima menor de 14 anos é crime de estupro de vulnerável (Art. 217-A, CP).
3-ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Pune-se o estelionato sexual, comportamento caracterizado quando o Agente, sem emprego de qualquer espécie de violência, pratica com a vítima ato de libidinagem, usando fraude outro meio que impeça a livre manifestação da vítima.
É necessário que a fraude empregada seja capaz de iludir alguém, portanto leva-se em consideração não só o meio empregado como a condição da vítima, o local onde a vítima vive, grau de instrução...
A fraude não pode anular a capacidade de resistência da vítima, se assim o for o crime é de estupro de vulnerável (Art. 217-A, CP). Ex. Uso de psicotrópicos.
3.1- FRAUDE
É o ardil, utilização de meio enganoso para induzir ou manter a pessoa em erro.
3.2 – ALGUÉM
Não faz distinção de sexo, podendo ser homem ou mulher.
 4-ELEMENTO VOLITIVO
Dolo, vontade livre e consciente de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou outro meio que dificulte ou impeça a livre manifestação de vontade vítima.
5- CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
É consuma-se com a prática do ato de libidinagem (termo que inclui conjunção carnal e qualquer outro ato libidinoso).
A tentativa é admissível.
6- AÇÃO PENAL
Ação Penal Pública Condicionada a representação, de acordo com Art. 225, CP.
ASSÉDIO SEXUAL
Art. 216-A, Pena detenção de 1 a 2 anos 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Trata-se de crime previsto no caput é de menor potencial ofensivo, devendo ser processado pelas regras da lei 9.099/95.
O bem jurídico tutelado é a liberdade sexual, mas pode-se dizer que este é um crime pluriofensivo, pois também protege também a liberdade de exercício do trabalho.
A novidade trazida pela lei 12.015/09 foi a causa de aumento de pena de 1/3 se a vítima for menor de 18 anos.
2-SUJEITOS DO CRIME
Crime próprio, precisa de qualidade especial do autor neste caso tem que ser superior hierárquico da vítima ou ascendente
2.1- SUJEITO ATIVO – Superior hierárquico ou Ascendente da vítima.
OBS; De acordo com os termos do Art. 226, III, do CP, o crime é aumentado de ¼ se for cometido em concurso de pessoas e de ½ se o Autor for Ascendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor curador, ou assumiu por lei ou qualquer outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. O referido aumento não se aplica ao empregador, pois caracterizaria um bis in idem, vez que já existe a causa de aumento de pena do § 2º do próprio tipo. 
2.2- SUJEITO PASIVO – Qualquer pessoa
Obs: Só pode figurar no polo passivo o subalterno do autor. Não havendo relação de hierarquia entre autor e vítima, estaremos diante do crime de constrangimento ilegal (Art. 146, CP) ou de importunação ofensiva (Art. 61, da lei 3.688/41 – Lei das Contravenções Penais).
3 – ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
O núcleo verbal é “constranger” – É a insistência importuna de alguém em posição hierárquica superior na relação de trabalho e emprego, cargo ou função, que se prevalece desta posição para obter vantagem (favores sexuais).
31. SUPERIRO HIERARQUICO- Segundo Luiz Regis Prado – É uma relação laboral decorre tanto no âmbito da Adm Pública como na Iniciativa Privada. Surge por força de lei ou contrato de trabalho, onde determinado agente detém poder sobre determinado funcionário ou empregado, no sentido dar ordens, fiscalizar, delegar ou avocar atribuições e conceder privilégios (promoções e gratificações), existindo uma carreira escalonada em graus.
ASCENDÊNCIA – Segundo Luiz Regis Prado, não exige uma carreira funcional, mas uma determinada influência de respeito, temor reverencial.
3.2- VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA
Não devem fazer parte da execução do delito sobe pena de incorrer em crime de estupro (ART. 213, CP).
4-ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo,consistente na vontade livre e consciente de constranger inferior hierárquico com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, valendo-se da condição de superior (dolo genérico).
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
1ª CORRENTE – Crime formal se consuma com o simples constrangimento, ainda que representado por um só ato, independente da obtenção da vantagem sexual (Fernando Capez).
2ª CORRENTE – Crime habitual é imprescindível a pratica de vários atos constrangedores.
6 – CAUSA DE AUMENTO DE PENA
§2º, prevê um aumento de pena de 1/3 se o a vítima for menor de 18 anos.
7- AÇÃO PENAL
Pública Condicionada a Representação, nos termos do Art. 225, CP.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Art. 217-A, do CP, Pena: Reclusão de 8 a 15 anos.
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Trata-se de crime hediondo (lei 8.072), incluído pela lei 12.015/09.
Tutela a dignidade sexual do vulnerável.
Antes da lei 12.015/09 que criou este tipo penal, o crime era abordado pelas condutas descritas nos Art. 213 e 214 combinados com o Art. 224, todos do CP. Passando a ser delito autônomo após a lei 12.015/09.
RELATIVIDADE DA VULNERABILIDADE DO MENOR DE 14 ANOS E MAIOR DE 12
Segundo Guilherme de Souza Nucci o novo tipo peal (Art. 217-A) não findou a discussão, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90) considera criança apenas pessoas com 12 anos ou menos, sendo adolescente o maior de 12 anos.
O código penal insiste em manter inidônea a permissão para a prática de atos sexuais do agente com 13 anos, mesmo com experiência sexual.
As condutas típicas são puníveis mesmo se praticados sem violência ou grave ameaça e também são hediondas. 
2- SUJEIRTO DO DELITO
2.1 – SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa.
OBS: Art. 226, do CP - A Pena é aumentada de ½ se o autor ascendente, descendente, padrasto, madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou se assumiu, por lei ou outro modo, dever de cuidado, proteção ou vigilância. Apena também é aumentada de ¼ se o crime for cometido em concurso de agentes
2.2 Sujeito Passivo – Só pode ser pessoa menor de 14 anos ou qualquer pessoa que por enfermidade ou doença mental é incapaz de discernir quanto a pratica do ato, ou que por qualquer outro motivo não pode oferecer resistência. 
3 – ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA 
O núcleo verbal do tipo é “ter “ conjunção carnal - Pune-se o agente que pratica conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com menos de 14 anos, deficiente mental ou incapaz de discernir quanto a pratica do ato, ou pessoa que por qualquer motivo não possa oferecer resistência, mesmo que o Autor não tenha provocado a anulação da resistência.
A conduta é criminosa independentemente do consentimento da vítima.
4 – ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo, contudo deve o agente saber que a vítima se trata de pessoa menor de 14 anos, ou deficiente, incapaz de discernir quanto ao ato, ou incapaz de oferecer resistência.
Se assim não o for estaremos diante do Erro de tipo (Art. 20, CP) que induz o Agente a desconhecer a realidade, isenta-o de pena excluindo o próprio crime.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o delito com a prática do ato de libidinagem, sendo cabível a tentativa (conatus).
É cabível a modalidade tentada.
6-FORMAS QUALIFICADAS
Os §§ 3º e 4º, trazem formas qualificadas do delito, resultados preterdolosos. Se resultar Lesão corporal de natureza grave (ou gravíssima) a pena será de reclusão de 10 a 20 anos e se resultar morte de 12 a 30 anos de reclusão.
7-AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Art. 218 – MEDIAÇÃO DE MENOR VULNERÁVEL PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM
PENA: RECLUSÃO DE 2 A 5 ANOS
1-COSIDERAÇÕES INICIAIS 
É alcovitaria típica (lenocínio), arranjar relacionamento sexual para outrem. Este crime era previsto no antigo Art. 224 do CP, passando a ser crime autônomo com a lei 12.015/09.
2 – SUJEITOS DO CRIME
2.1 ATIVO – QUALQUER PESSOA (Pena majorada de ½ e ¼, se praticado nas condições do Art. 226, CP)
2.2 PASSIVO – Somente o menor de 14 anos 
OBS: Para a configuração deste delito se faz necessária à existência de no mínimo três pessoas; o Autor do delito (Lenão), a Vítima (menor de 14 anos) e o Terceiro (consumidor). O Último não pode ser considerado coautor ou partícipe do delito em análise, mesmo que tenha instigado ou induzido o Lenão.
Todavia o Consumidor pratica crime de estupro de vulnerável (Art. 217-A).
3- ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
O crime se configura quando o sujeito ativo (Lenão) induz (aliciar, persuadir) a vítima (menor de 14 anos) a satisfazer a lascívia (sensualidade, luxúria, libidinagem) de outrem (consumidor). Crime de Ação Livre e não há necessidade de habitualidade, por tanto não habitual.
A conduta deve recair sobre pessoa determinada, ou seja, a vítima tem que ser induzida a satisfazer a lascívia de pessoa determinada, caso contrario, seja induzida a satisfazer a lascívia de pessoas indeterminadas estaremos diante do crime do Art. 218-B.
4 – ELEEMENTO SUBJETIVO
Dolo genérico, vontade livre e consciente de induzir menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de terceiro. O Autor tem que saber que vítima é menor de 14 anos.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o delito com a prática dos atos de satisfação da lascívia do terceiro, mesmo que este não se dê por satisfeito. Não é crime habitual.
A tentativa é admissível (conatus).
6-AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (ART. 225, CP).
Art. 218-A SATISFAÇÃO DA LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE - PENA: RECLUSÃO DE 2 A 4 ANOS
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
É o ato de praticar ato libidinoso ou conjunção carnal na presença de menor de 14 anos ou induzi-lo a presenciar, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou de terceiro. Pune-se a corrupção sexual de menores, sua iniciação precoce nas práticas sexuais.
2-SUJEIT DO DELITO
2.1- SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa, crime comum. (Art. 226, CP).
2.2 -SUJEITO PASSIVO – Somente o menor de 14 anos. Qual o delito fala em adolescente, quer dizer pessoa entre 12 e 13 anos, criança a baixo de 12 anos (Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8.069/90).
3- ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Este delito possui dois verbos nucleares “praticar” e “induzir”, sendo assim pode ser praticado por duas modalidades:
A – Praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso na presença de menor de 14 anos. Neste caso o Autor se aproveita da presença espontânea da vítima para satisfazer a sua lascívia.
B- Induzir menor de 14 anos a presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Neste caso o Autor planta a ideia na cabeça da vítima para presenciar ato sexual.
OBS. Em nenhuma das hipóteses o menor participa da atividade sexual, caso contrário seria o crime de Estupro de Vulnerável (Art. 217-A).
4 – ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo, o Autor deve conhecer a condição da vítima de menor de 14 anos.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se configura de acordo com a modalidade em que for praticado:
Na modalidade “praticar”, se consuma com a efetiva prática do ato sexual na presença do menor de 14 anos.
Na modalidade “induzir”, se consuma no momento em que o menor de 14 anos se predispõe a presenciar o ato, mesmo que não se pratique.
6 – AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (Art. 225, CP).
ART. 281-B – FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE VULNERÁVEL – PENA: RECLUSÃO DE 4 A 10 ANOS
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O crime em análise não se confunde com o crime do Art. 218, pois neste existe necessariamente a necessidade de satisfazer a lascívia de determinada pessoa, já no crime ora em estudo, Art. 218-B, tem o objetivo de satisfazer um número indeterminado de pessoas.
O termo “outra forma de exploração sexual” abrange a prostituição, turismo sexual, pornografia etc.
2- SUJEITOS DO DELITO
2.1-SUJEITO ATIVO- Qualquer pessoa. (Art. 226, CP)
2.2 SUJEITO PASSIVO- Homem ou mulher menor de 18 anos ou pessoa que por enfermidade ou doença mental não tem o necessário discernimento para a prática do ato (prostituição, conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso).
Obs.O tipo não menciona, mas a vítima tem ser menor de 18 anos e ter idade igual ou maior de 14 anos, seja menor de 14 anos, estaremos diante do crime de estupro de vulnerável (Art. 217-A, CP).
A vítima que já se prostitui ou já é submetida a qualquer forma de exploração sexual pode ser vítima deste delito, quando o Agente a impede ou põe dificuldades para que deixe o meretrício.
3-ELEMENTO OBJETIVO /CONDUTA
São seis verbos nucleares: Submeter (sujeitar, forçar); Induzir (inspirar, instigar); Atrair (aliciar); Facilitar (proporcionar meios, afastar dificuldades de qualquer modo); Impedir (opor-se, não permitir) e Dificultar (criar dificuldades, por óbices).
O referido delito pode ocorrer por ação ou omissão. Dar-se por omissão quando quem tem o dever de evitar o resultado se omite, permitindo que a vítima seja levada à prostituição ou outra forma de exploração sexual.
A violência ou grave ameaça não agrava o crime, mas certamente gera concurso material.
3.1 – INCORRE NAS PENAS PREVISTAS NO CAPUT §2º
I - Quem pratica conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com pessoa menor de 18 anos e maior de 13 anos (14 anos) que sabe estar submetido às condições previstas no tipo penal.
Se o menor de 18 e maior de 13 anos (14 anos) se prostitui de forma autônoma não se crime, pois não está submetido à exploração sexual.
II - Também é punido com as mesmas penas previstas no caput o proprietário ou responsável do estabelecimento onde ocorrem as condutas previstas no tipo penal. Isso quer dizer que pune-se quem favorece a exploração sexual de menor ou vulnerável, cedendo estabelecimento para a prática dos atos, sendo assim deve saber que em seu estabelecimento ocorre as condutas típicas, mesmo que não participe. O simples fato de ser proprietário do local, por si só, não enseja a punição o Autor deve saber.
O §3º traz como pena obrigatória cassação da Licença de Funcionamento do Estabelecimento.
4 – ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo – É indispensável que o Agente saiba que a vítima é menor de 18 ou vulnerável.
5-CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Nas condutas “submeter, induzir, atrair e facilitar” o crime se consuma no momento em que a vítima passa a ficar a disposição de clientes, mesmo que não atenda nenhum.
Nas condutas ”impedir e dificultar” o crime se consuma no exato momento em que a vítima pretende deixar o meretrício e é impedida ou tem dificuldades postas pelo Agente, neste caso em quanto à vítima não conseguir deixar o meretrício crime vai se configurando, sendo crime permanente.
É admissível a tentativa (conatus) nas duas modalidades do delito.
6 – AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (Art. 225, CP)
 Arts 225 e 226 do Código Penal:
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.      
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.      
Aumento de pena
 Art. 226. A pena é aumentada:     
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;     
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
CAPÍTULO V DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS PARA FINS DE PROSTITUIÇÃO OU UTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Art. 227 – MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM – PENA: RECLUSÃO DE 1 A 3 ANOS
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Busca-se proteger a moral sexual, bem como a liberdade sexual da vítima, nos casos de violência ou grave ameaça.
Pune-se a conduta de “induzir” alguém a satisfazer a lascívia de outrem, ou seja deve recair sob determinada pessoa, se for sob pessoas indeterminadas estaremos diante do crime de favorecimento a exploração a prostituição ou qualquer outra forma de exploração sexual (Art. 228, CP).
É possível a aplicação da Suspensão Condicional do Processo (Sursi Processual, lei 9.099/95)
2-SUJEITOS DO CRIME
SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa, crime comum, sujeito passivo qualquer pessoa.
OBS. Este delito prescinde de no mínimo 3 pessoas, o Autor (Lenão), a Vítima e o Consumidor (terceiro).
O Terceiro (consumidor) não é, nem pode ser considerado autor do delito, mesmo que tenha instigado o Lenão, pois o delito é bem claro no sentido de induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem, não a própria lascívia.
3- ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
O crime se verifica com a indução (aliciar, persuadir) alguém a satisfazer a lascívia (luxúria, sensualidade, libidinagem) de outrem.
Não importa qual seja o ato, conjunção carnal ou ato libidinoso. Trata-se de um crime de ação livre, podendo ser praticado de qualquer modo.
A conduta de satisfazer a lascívia deve recair sob determinada pessoa para que este crime se configure, pois se o objetivo é satisfazer a lascívia de um número indeterminado de pessoas estaremos diante do crime de favorecimento à prostituição (Art. 228, CP).
3.1 – FORMAS QUALIFICADAS
§1º - A pena é de 2 a 5 anos de reclusão se a vítima for menor de 18 e com idade maior ou igual de 14 anos ou se o Autor for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou guarda.
§2º A pena é de 2 a 8 anos se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça ou fraude.
§3º Se houver o objetivo de lucro aplica-se também a pena de multa. Neste caso a pessoa é forçada (violência ou grave ameaça) ou induzida em erro, enganada (fraude).
4 – ELEMENTO VOLITIVO
Dolo, vontade livre e consciente de induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o delito quando a vítima pratica os atos que importam em satisfação da lascívia do terceiro, mesmo que este não se dê por satisfeito.
É dispensável a habitualidade.
A tentativa (conatus) é admissível.
6 – AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Art. 228 – FAVORECIMENTO DA PROSTITUÍÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL – PENA: RECLUSÃO DE 2 A 5 ANOS E MULTA.
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Art. 218-B do CP tipifica a conduta do Agente que favorece a prostituição de criança ou adolescente. O presente tipo penal trata do adulto.
2-SUJEITOS DO DELITO
2.1 – ATIVO – Qualquer pessoa.
2.2 PASSIVO – qualquer pessoa com idade igual ou maior de 18 anos, com plena capacidade mental.
OBS. Pode ser homem ou mulher, a lei também não diferencia o já corrompido, aquele que já vive da prostituição ou já submetido à exploração sexual. Sendo assim este também pode ser vítima do delito, nas modalidade impedir ou dificultar.
3-ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
São cinco verbos nucleares: Induzir (inspirar, instigar); Atrair (aliciar); Facilitar (proporcionar meios, afastar dificuldades de qualquer modo); Impedir (opor-se, não permitir) e Dificultar (criar dificuldades, por óbices).
OBS. O favorecimento se dá por ação ou omissão.
3.1-FORMAS QUALIFICADAS
§1º - A pena é de 3 a 8 anos de reclusão se o Autor for ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
§2º - A pena é de 4 a 10 anos de reclusão se é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude.
§3º - Se o crime é cometido com o objetivo de lucro aplica-se também a pena de multa.
4 – ELEMENTO VOLITIVO
Dolo, vontade livre e consciente de induzir, atrair alguém à prostituição, facilitá-la, ou impedir ou dificultar que deixe.
5 –CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Nas modalidades induzir, atrair e facilitar o crime se consuma no momento em que a vítima se põe a disposição de clientes, mesmo que não atenda nenhum.
Nas modalidades impedir ou dificultar que deixe, o crime se consuma no momento em que o a vítima se predispõe a deixar o meretrício a o Agente impede ou dificulta, neste caso o crime é permanente.
É admissível a tentativa (conatus) em qualquerdas modalidades.
6- AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Art. 229 – CASA DE PROSTITUIÇÃO – PENA; RECLUSÃO DE 2 A 5 ANOS E MULTA.
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Visa-se punir quem mantem locais destinados à exploração sexual. O termo estabelecimento é bem abrangente alcançando além dos prostíbulos qualquer lugar ou espaço que venha a servir de abrigo para a exploração sexual.
2-SUJEITOS DO DELITO
2.1- SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa
OBS. A lei expressamente dispensa o objetivo de lucrou a intermediação direta por parte do agente. Também é punido o locador do imóvel que sabe a destinação que lhe será dada.
Não configura crime as inquilinas (os) que recebem em seus aposentos clientes para a prática da prostituição, sem que tenha intermediação do locador.
2.2 SUJEITO PASSIVO – Qualquer pessoa
OBS. São vítimas pessoas que exercem a prostituição ou se sujeitam a outra forma de exploração sexual.
3 – ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Consiste em “manter” (sustentar, conservar, prover o necessário para a manutenção do estabelecimento), haja ou não objetivo de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente.
Mesmo com doutrina em contrário o objetivo do legislador alcança também hospedarias, hotéis, motéis, restaurantes e etc. destinados à exploração sexual.
O tipo não pune quem exerce o comercio carnal, mas tão somente que mantem o local para este fim.
Trata-se de crime habitual.
4 – ELEMENTO VOLITIVO
Dolo, vontade livre e consciente de manter local destinado à exploração sexual.
5-CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O delito consuma-se com os atos reiterados de manutenção do estabelecimento com fins de exploração sexual. Trata-se de crime habitual logo não admite tentativa.
6-AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
ART 230 – RUFIANISMO – PENA: RECLUSÃO DE 1 A 4 ANOS E MULTA
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este tipo penal protege aquele que se dedica ao meretrício, fato que por sí só não constitui crime. Porém criminaliza a conduta daquele que aproveita ou explora que se prostitui. Crime habitual.
2- SUJEITOS DO DELITO
Trata-se de um crime comum.
2.1- SUJEITO ATIVO – Qualquer pessoa
2.2 – SUJEITO PASSIVO – Qualquer pessoa.
3 – ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
São duas ações nucleares previstas no tipo “tirar” proveito (Rufianismo Ativo) e “fazer-se” sustentar no todo ou em parte (Rufianismo Passivo).
RUFIANISMO ATIVO – O Agente obtem vantagem do lucro da prostituição, como um sócio da meretriz, mesmo que não necessite do seu sustento.
RUFIANISMO PASSIVO – O agente faz-se sustentar, no todo ou em parte, pela meretriz recebendo dinheiro, moradia, alimentação, vestuário ou outros benefícios que necessita para viver.
OBS. O oferecimento da vantagem ou do sustento espontaneamente pela meretriz é indiferente para a configuração do delito.
OBS 2. Nas duas modalidades a vantagem percebida pelo Agente deve vir diretamente da prostituição para que o crime seja caracterizado. Se por ventura a vantagem vier de outra fonte de renda da meretriz não se configura o delito.
3.1 – FORMAS QUALIFICADAS
§1º - Apena é de 3 a 6 anos de reclusão e multa se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
§2º - A pena é de 2 a 8 anos de reclusão e multa se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça ou fraude.
4-ELEMENTO VOLITIVO
Dolo genérico.
5 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma com a prática reiterada de atos de obtenção de vantagem ou sustento em proveito da prostituição, trata-se de crime habitual.
Não é admissível a tentativa.
ART. 331 –TRAFICO INNTERNACIONAL DE PESSOAS PARA FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL – PENA: RECLUSÃO DE 3 A 8 ANOS 
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Objetivo é coibir o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, que são levadas de um país para outro afim de exercer a prostituição. 
O Brasil é signatário da Convenção Americana dos Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) que proíbe qualquer espécie de tráfico de escravos e de mulheres. Também é signatário da Convenção das nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional Relativo a Prevenção, repressão e Punição de Tráfico de Pessoas em Especial Mulheres e Crianças.
O decreto lei nº 7.901/13 instituiu o Comitê Nacional de Enfrentamento ao ráfico de Pessoas (CONATRAP).
O bem jurídico tutelado é a dignidade sexual, coibindo condutas que favoreçam à exploração sexual.
2 – SUJEITOS DO DELITO
2.1 – ATIVO – Qualquer pessoa
2.2 – SUJEITO PASSIVO – Qualquer pessoa -o termo “alguém”, significa que homem ou mulher podem figurar no polo passivo.
Não importa se já são dedicados ao meretrício anteriormente a entrada ou saída do país, o envio ou recepção dessas pessoas com o fim de serem exploradas sexualmente.
3 – ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Pune-se o tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual ou prostituição.
Existem dois núcleos verbais: “promover” (dar causa, executar, tomar iniciativa) e “facilitar” (auxiliar, ajudar, tornar mais fácil) a entrada ou saída do país, mesmo que a iniciativa seja da pessoa.
É um crime de forma livre (pode ser praticado de qualquer forma) especialmente na modalidade facilitar.
A simples passagem da pessoa traficada pelo Brasil é punível em conexão, por exemplo, pois nos termos do Art. 6º do CP, a lei brasileira se aplica aos crimes praticados em parte no Brasil, ou quando nele se produz o resultado ainda que posterior.
3.1-FORMAS EQUIPARADAS
Nos termos do § 1º incorre nas penas quem; Agenciar (servir de intermediário ou agente); Aliciar (atrair, seduzir, envolver, instigar); comprar (adquiri, obter mediante pagamento); transportar (levar de um lugar para outro0; transferir 9mudar, remover para outra parte, ponto lugar ou posto); alojar (receber em hospedagem ou moradia transitória) a pessoa traficada.
Esqueceu-se o legislador da conduta vender a pessoa traficada.
Trata-se de tipo misto alternativo, onde a prática de qualquer das condutas ou de várias, no mesmo contexto fático, incorre em apenas um delito.
O crime se configura com ou sem ou não o consentimento da vítima. Não se trata de crime habitual, a prática de uma única vez de qualquer das condutas típicas configura o delito.
4-ELEMENTO SUBJETIVO
Dolo, vontade livre e consciente de exercer qualquer das condutas típicas, com a devida ciência que a pessoa é traficada e no país de destino será submetida a qualquer forma de exploração sexual ou prostituição.
5-CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma a simples entrada ou saída da vítima do território nacional sendo desnecessário o efetivo exercício da prostituição ou submissão a qualquer outra forma de exploração sexual no local de destino. É um crime de perigo, bastando o risco para o bem jurídico para que se considere consumado.
A tentativa é admissível.
OBS. Se o agente promove ilegalmente o envio de menor de 18 anos para o exterior, sem saber que será submetido a exploração sexual, comete o crime previsto no Art. 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
6-FORMAS QUALIFICADAS
O §2º dos inciso I ao IV prevê causas de aumento de pena de ½:
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude.
O §3º prevê a aplicação da pena de multa se houver objetivo de lucro por parte do agente.
7-AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
ART. 331-A – TRÁFICO INTERNO DE PESSOA PARA FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL – PENA: RECLUSÃO DE 2 A 6 ANOS.
1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Visa coibir as condutas de deslocamento de pessoas dentrodo território nacional para fins de exploração sexual.
O bem jurídico tutelado é a dignidade sexual da pessoa traficada.
2-SUJEITOS DO DELITO
2.1-ATIVO-Qualquer pessoa
2.2 PASSIVO-Qualquer pessoa, inclusive quem já se prostituía antes do deslocamento, sendo homem ou mulher.
3-ELEMENTO OBJETIVO / CONDUTA
Tipifica-se as condutas das pessoas que colaboram com o tráfico interno de pessoa para fins de exploração sexual. São duas condutas típicas no caput:
“Promover” (dar causa, executar, tomar iniciativa) e “Facilitar” (auxiliar, ajudar, tornar mais fácil) o deslocamento de alguém, dentro do território nacional para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
3.1-CONDUTAS EQUIPARADAS
Nos termos do §1º, incorre nas mesmas penas quem: Agenciar (servir de intermediário ou agente); Aliciar (atrair, seduzir, envolver, instigar); vende (entregar mediante pagamento); comprar (adquiri, obter mediante pagamento); transportar (levar de um lugar para outro0; transferir (mudar, remover para outra parte, ponto lugar ou posto); alojar (receber em hospedagem ou moradia transitória) a pessoa traficada no âmbito interno.
O tráfico de uma única pessoa o crime se configura. O consentimento da pessoa é irrelevante, o crime se caracteriza mesmo na hipótese da pessoa que já se prostituía ou já era submetida e exploração sexual.
4-ELEMENTO SUBJETIVO / VOLITIVO
Dolo, não exige o desejo do agente de que a pessoa se prostitua ou seja explorada sexualmente o dolo é genérico, vontade livre e consciente de praticar as condutas previstas no tipo.
5-CONSUMAÇÃO E TENNTATIVA
Consuma-se o delito com o exercício pelo agente de qualquer das condutas típicas. Basta o deslocamento da pessoa para fins de exploração sexual, mesmo que esta finalidade não se efetive. O consentimento da pessoa é irrelevante para a configuração do delito.
Não se trata de crime habitual, portanto é admissível a tentativa (conatus).
6- FORMAS QUALIFICADAS
De acordo com §2º as penas são aumentadas de ½ se:
I - a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; 
II - a vítima, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato; 
III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; ou 
IV - há emprego de violência, grave ameaça ou fraude. 
Nos termos do § 3º aplica-se também a pena de multa se o agente tem objetivo de lucro.
7-AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Aumento de pena 
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
 I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

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