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Apostila Direito Penal III

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UNINASSAU 
 
@studium.legis 
2020.2 
 
DIREITO 
PENAL III 
 
 
 
1 
Classificação dos 
Crimes 
O crime é um fato típico, antijurídico (ilícito) e 
culpável. Existem diversos critérios de 
classificação de crimes, baseados nas 
diferentes características que podem ter os 
delitos. 
Quanto ao resultado naturalístico: 
 
• Material: com a produção de resultado 
naturalístico, muda algo natural, no plano 
físico (exterior). Para que haja a 
confirmação deste é necessária perícia. 
Exige-se a consumação para configuração 
do delito. 
Conduta + Resultado. 
 
Exemplo: estupro, homicídio, roubo, furto, 
estelionato, etc. 
 
• Formal: com a simples atividade, 
independente do resultado, configura o 
crime antes mesmo de se consumar (a 
conduta). Não se exige a consumação para 
configurar o delito. 
Conduta + Resultado (para a consumação 
corta-se o resultado, pois só a conduta configura o tipo 
penal). 
 
Exemplo: extorsão, extorsão mediante 
sequestro, sequestro qualificado pelo fim 
libidinoso. 
 
• Mera Conduta: com a ação ou omissão 
delituosa, NÃO muda algo natural, palpável, 
físico. 
 
Exemplo: injúria, violação de domicílio, falso 
testemunho, omissão de socorro, etc. 
Quanto ao momento consumativo: 
• Crime Instantâneo: ocorre uma 
consumação imediata, onde uma vez 
encerrado está consumado. 
Exemplo: o homicídio, caso a morte se dê 
no mesmo momento, a vida é ceifada. 
Outros exemplos de crime instantâneo 
também são: furto, roubo, estelionato, etc. 
 
• Crime Permanente: o momento 
consumativo se protrai no tempo (a 
consumação se prolonga. 
 
Exemplo: sequestro, cárcere privado, 
extorsão mediante sequestro, o tráfico 
ilícito de drogas. 
 
Quanto ao sujeito ativo do crime: 
 
• Crime Próprio: com a abstenção do 
comportamento devido, nem todos podem 
praticar esse tipo de crime (tem que ter 
característica especial). Aqui é admitido 
coautoria. 
 
Exemplo: do peculato, onde só um 
funcionário público pode praticar ou do 
infanticídio, que só a mãe é capaz de 
praticar, mas nesse caso pela pode ter um 
coautor, por exemplo se ela matar a 
criança com um tiro, quem a vendeu a 
arma é coautor. 
 
• Crime Comum: todos podem praticar. 
 
Exemplo: feminicídio, furto, homicídio, 
roubo, estupro. 
 
• Crime de mão própria: só uma única 
pessoa pode praticar o crime como AUTOR. 
 
 
2 
Aqui não se admite nenhum tipo coautoria. 
 
Exemplo: infanticídio. 
 
 Tipo Penal 
 
No homicídio é necessário que haja uma vida viável, 
no caso é preciso haver atividade encefálica. 
Este tipo pode ser cometido por qualquer pessoa e 
sua consumação se dá com a morte, o fim da 
atividade encefálica da vítima. É classificado como 
crime comum, instantâneo e material. 
 
 
 
Homicídio doloso é aquele em que o agente tem 
como objetivo (resultado) a morte de outra pessoa. 
Esse tipo de homicídio é subdividido em: 
• Homicídio doloso próprio ou direto: o 
agente quer aquele resultado morte, então 
prevê a causa de suas ações. 
 
Exemplo: A pessoa assalta um indivíduo à mão 
armada. Sua intenção era realmente levar os 
pertences da vítima, e suas ações são 
realizadas para isso. 
 
• Homicídio doloso eventual ou indireto: o 
agente não quer cometer o crime, prevê o 
resultado, mas assume o risco dando 
continuidade à ação. (Bizu do “foda-se”) 
 
Exemplo: Uma pessoa achou um relógio na 
praia, e o pegou para si. Ela sabe que aquele 
relógio pode ter sido perdido, ou pode ser de 
um banhista que está na água, mas ela o 
pega mesmo assim. O agente então assume 
o risco desse relógio ser de alguém, 
aceitando a possibilidade de cometer furto, 
apesar de não querer que seja. 
Homicídio culposo ato praticado sem intenção de 
produzir o delito e que, embora haja culpa, ocorreu 
sem que o agente pudesse prever as consequências. 
Resulta de negligência, imperícia ou imprudência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse tipo de homicídio é subdividido em: 
• Culpa Consciente: não quer cometer 
nenhum delito, não assume o risco e pensa 
que pode evitar. Prevê o resultado. (Bizu do 
“fudeu”) 
 
Exemplo: Um motorista está dirigindo em 
alta velocidade. Ele vê um pedestre 
atravessando a rua correndo, em sua 
frente. Ele sabe que poderá atropelar a 
pessoa, mas acredita que o pedestre 
conseguirá atravessar. Porém, acaba não 
dando tempo e o agente atropela o 
pedestre. 
Nesse caso, apesar de prever o resultado, 
o agente realmente acha que ele não 
aconteceria. 
 
Quando não tem atividade encefálica 
NÃO se fala em homicídio, pois é 
necessária uma vida viável. 
 
➢ Imprudência: agir precipitadamente, fazer 
o que não devia. 
Exemplo: motorista dirigindo em velocidade 
acima da permitida. 
➢ Negligência: agir desidiosamente 
(irresponsabilidade), deixar de fazer o que 
devia. 
Exemplo: médico que, ao realizar uma 
cirurgia, esquece um bisturi dentro do 
paciente. 
➢ Imperícia: agir sem a habilidade necessária 
para tal. 
Exemplo: engenheiro elétrico que assina o 
projeto de construção de um grande edifício. 
(Nesse caso o profissional habilitado para tal 
seria um engenheiro civil) 
 
 
3 
• Culpa inconsciente: não quer que nada 
aconteça, não prevê o resultado, apesar de 
ser previsível. Exemplo: O agente está 
dirigindo em alta velocidade próximo de uma 
escola. Por não prever que alguém fosse 
passar naquele momento, não diminui sua 
velocidade e acaba por atropelar uma 
criança. Nesse caso, apesar de ser 
previsível que uma criança pudesse 
atravessar a rua, ele não previu que isso 
aconteceria. Por imprudência, acabou por 
atropelar a vítima. 
 Qual maior diferença de dolo 
eventual e culpa consciente? 
No dolo eventual, apesar de o sujeito não desejar o 
resultado danoso, prevê e aceita a possibilidade do 
resultado. 
− “Não quero que aconteça, mas se vier a 
acontecer foda-se”. 
Na culpa consciente, o agente prevê a possibilidade 
do resultado danoso, mas acredita sinceramente que 
não irá acontecer. 
− “É pode acontecer, mas não vai, claro que 
não vai, eu sei o que estou fazendo.... - 
Acontece o fato: FUDEU!”. 
 
 
 
 
 
Homicídio – Art. 121/CP 
Sujeito ativo: é qualquer pessoa;
Sujeito passivo: também é qualquer pessoa, com 
qualquer condição de vida, saúde, posição social, raça, 
sexo, estado civil, idade, convicção filosófica, política 
ou religiosa ou orientação sexual; 
Objeto jurídico: é a vida humana; 
Objeto material: é a pessoa que sofreu a 
agressão; 
Elementos objetivos do tipo: matar (eliminar a 
vida) e alguém (pessoa humana); 
Elemento subjetivo do crime: é o dolo ou a culpa, 
conforme o caso; 
Classificação: comum, material, de forma livre, 
comissivo (em regra), instantâneo. 
Art. 121. Matar alguém: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
• Homicídio doloso simples: matar alguém 
(art.121). 
 
• Caso de diminuição de pena (homicídio 
privilegiado): 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por 
motivo de relevante valor social ou moral, ou 
sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz 
pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Sobre a diminuição de pena: Matar alguém 
impelido por motivo de relevante valor social OU 
impelido por motivo de relevante moral OU AINDA 
sob domínio de violenta emoção, logo após injusta 
 
 
4 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 
um sexto a um terço. 
*Sendo todos esses fatores subjetivos. 
§1º, 121/cp. 
Ex1: matar estuprador por grande valor 
social, atendendo a toda uma sociedade; 
 
Ex2: matar paciente em estado terminal 
por valor moral (não exige temporariedade); 
 
Ex3: matar estuprador logo após o fato 
(estuprou sua filha, ela chega em casa 
gritando e você logo sai atrás do meliante), 
sendo assim um homicídio conduzido pela 
emoção; 
 
Ex4: marido mata a mulher depois de pegar 
ela no flagra transando com outro homem, 
nesse caso pode se alegar uma injusta 
provocação, também configurando 
feminicídio. 
 
• Qualificadoras do homicídio (homicídio 
qualificado):§ 2º Se o homicídio é 
cometido por: 
 
I. mediante paga ou promessa de 
recompensa, ou outro motivo torpe 
(repugnante). 
ex: matar em troca de um iphone. 
*lembrar que esse inciso também é subjetivo, pode 
haver mais interpretações e casos enquadrados em 
motivos torpes. 
 
II. por motivo fútil (matar alguém 
praticamente por nada, por uma 
banalidade) 
ex: matar alguém porque pisou no seu pé nas 
ladeiras de Olinda. 
***Lembrando que homicídio gratuito NÃO é 
qualificado como fútil, pois neste caso não existe 
motivo nenhum. 
 
III. com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum 
 
IV. à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido 
 
V. para assegurar a execução, a 
ocultação, a impunidade ou vantagem de 
outro crime. 
 Pena – reclusão, de doze a trinta anos. 
**as qualificadoras têm interpretação analógica, o 
que significa dizer que é possível se deixar a 
interpretação “aberta”, pois tem fórmula genérica, 
se fazendo uma extensão in malam partem ou in 
bonam partem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Qualificadora: altera as penas mínima e 
máxima do tipo, além de trazer novas 
elementares para o tipo, caracterizado por 
ser um tipo derivado autônomo ou 
independente. Sua análise será na primeira 
fase da dosimetria da pena (pena base). 
 *** Apenas lembrando que as três fases da 
dosimetria são: 1ª: pena base; 2ª: atenuantes e 
agravantes; e 3ª: causas de diminuição e 
aumento de pena. 
➢ Majorante (aumento de pena): é uma 
causa de aumento de pena, aplicando-se 
uma fração à sanção estabelecida no tipo 
penal e, consequentemente, deve ser 
levada em consideração na 3ª fase da 
dosimetria da pena. Ao contrário do que visto 
na parte voltada para as qualificadoras, as 
majorantes não estabelecem novos elementos 
no tipo penal, apenas trazem algumas 
circunstâncias que implicam no aumento da 
pena. 
➢ Agravante: são aquelas circunstâncias que 
devem ser levadas em consideração na 
segunda fase da dosimetria da pena, após a 
fixação da pena base e da consideração das 
atenuantes. 
 
 
5 
• Feminicídio: 
I. contra a mulher por razões da condição 
de sexo feminino: 
II. contra autoridade ou agente descrito 
nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição: 
III. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de 
sexo feminino quando o crime envolve: 
I. violência doméstica e familiar; 
II. menosprezo ou discriminação à condição 
de mulher. 
Sobre o feminicídio: tem como sujeito passivo 
(necessariamente) uma mulher, já o sujeito ativo 
pode ser qualquer um (homem ou mulher). Esse tipo 
penal é causado por menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher, no cenário de violência 
doméstica ou familiar. 
É uma qualificadora e um crime comum. 
***O femicídio não é qualificado, pois é a morte de 
qualquer mulher. 
Para tal crime a pena é reclusão de doze a trinta 
anos. 
• Homicídio Culposo: 
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 
4.611, de 1965) 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
Sobre o homicídio culposo: não tinha a intenção 
de causar o óbito, mas isso acontece por imperícia, 
imprudência ou negligência. Esse crime não admite 
tentativa. 
• Aumento de Pena: 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada 
de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, 
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir 
as conseqüências do seu ato, ou foge para 
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o 
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 
(sessenta) anos. 
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz 
poderá deixar de aplicar a pena, se as 
conseqüências da infração atingirem o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal 
se torne desnecessária. 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) 
até a metade se o crime for praticado por 
milícia privada, sob o pretexto de prestação de 
serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio. 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 
(um terço) até a metade se o crime for 
praticado: 
I. durante a gestação ou nos 3 (três) 
meses posteriores ao parto; 
II. contra pessoa menor de 14 (catorze) 
anos, maior de 60 (sessenta) anos, com 
deficiência ou portadora de doenças 
degenerativas que acarretem condição 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1
 
 
6 
limitante ou de vulnerabilidade física ou 
mental; 
III. na presença física ou virtual de 
descendente ou de ascendente da 
vítima; 
IV. em descumprimento das medidas 
protetivas de urgência previstas nos 
incisos I, II e III do caput do art. 22 da 
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 
2006. 
Sobre o aumento da pena: com previsão legal no 
artigo 121, §4º ao §7º do CP o aumento de pena 
terá os seus critérios específicos para cada crime 
de homicídio. 
** Ler a lei seca. 
*** Para crimes contra a vida o julgamento cabe, 
exclusivamente, ao tribunal do júri. 
 
Induzimento, instigação 
ou auxílio a suicídio ou 
automutilação – Art. 122/CP 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou 
a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio 
material para que o faça: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos. 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio 
resulta lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 
deste Código: 
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação 
resulta morte: 
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 3º A pena é duplicada: 
I. se o crime é praticado por motivo egoístico, 
torpe ou fútil; 
II. se a vítima é menor ou tem diminuída, por 
qualquer causa, a capacidade de 
resistência. 
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta 
é realizada por meio da rede de computadores, de 
rede social ou transmitida em tempo real. 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é 
líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. 
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo 
resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e 
é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou 
contra quem, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não 
pode oferecer resistência, responde o agente pelo 
crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código. 
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é 
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou 
contra quem não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência, responde o 
agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 
121 deste Código. 
Sobre o induzimento ao suicídio: Nesse caso na 
cena do crime é preciso estar presente o protegido 
pelo bem jurídico e o acusado, aquele que induziu, 
instigou ou auxiliou. 
 Tendo pena de reclusão de seis mesesa dois 
anos, podendo variar de acordo com o crime 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
 
 
7 
(previsão nos parágrafos do artigo), pois o 
legislador previu diferentes patamares de 
pena para tal crime. 
** Se a vítima vier a óbito configurará homicídio, nos 
requisitos do §3º. 
 
Infanticídio – Art. 123/CP 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo 
após: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos. 
Sobre o infanticídio: Conduta onde a mãe 
(parturiente) mata o PRÓPRIO filho durante o parto 
ou logo após (a doutrina diz que a temporalidade se 
dá enquanto perdurar o estado emocional puerperal) 
sob a mera influência do estado puerperal. 
A pena para esse crime é detenção de 2 a 6 anos. 
** Tal crime traz uma punição muito menos gravosa 
que o homicídio, apesar de ser um crime grave, mas 
o legislador entendeu que o desvalor da conduta 
dessa mãe é menor por conta das perturbações 
emocionais que se despertam no estado puerperal. 
É punido de uma pena privilegiada. 
• Aqui se tutela a vida EXTRA UTERINA, o 
sujeito passivo (criança) precisa nascer com 
VIDA. 
É um crime próprio! 
• Se a mãe mata filho de outra pensando ser 
o seu filho movida pelo estado puerperal 
também se considera infanticídio, pois é 
erro de tipo, previsto no artigo 20, §3º/cp. 
 
***Se a mãe SOUBER que o filho não é seu 
considera-se homicídio. 
 
Aborto – Art. 124 ao 128 /CP 
Aqui o objeto tutelado é a vida INTRA UTERINA e o 
momento consumativo é quando se interrompe a 
gestação. 
• Aborto provocado pela gestante ou 
com seu consentimento: 
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou 
consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 
54) 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
Conceito: previsto no artigo 124 do CP com pena 
de detenção de um a três anos, sendo um crime de 
médio potencial ofensivo. 
*É um crime próprio, mas na modalidade de auto 
aborto é crime de mão própria. 
Ex.: gestante tomar citotec ou fazer alguma 
manobra que lhe provoque o aborto ou consentir que 
terceiro o faça. 
 ***O sujeito ativo é APENAS A MÃE!!! 
 
• Aborto provocado por terceiro: 
Art. 125. Provocar aborto, sem o 
consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126. Provocar aborto com o 
consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo 
anterior, se a gestante não é maior de quatorze 
anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o 
consentimento é obtido mediante fraude, grave 
ameaça ou violência 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
 
 
8 
Conceito: previsto no artigo 125/cp, onde 
um terceiro pratica aborto em uma gestante 
SEM O CONSENTIMENTO DA MESMA. Sendo 
mais gravoso, a pena é de reclusão de 3 a 10 
anos. 
 
 
• ** Artigo 126/CP – terceiro provocar 
aborto COM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE, é uma pena mais grave de 
reclusão de 1 a 4 anos. Aqui o sujeito ativo 
é quem provoca o aborto, que foi 
consentido pela mãe. 
* é uma exceção a teoria monista 
 
 
Parágrafo Único – É aplicada uma pena 
maior (a do artigo 125) caso a gestante não 
seja maior de 14 anos, se é alienada ou 
mentalmente incapaz, ou ainda, se esse 
consentimento for obtido por fraude, grave 
ameaça ou violência. 
• Forma qualificada: 
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos 
anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante sofre 
lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, 
lhe sobrevém a morte. 
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por 
médico: (Vide ADPF 54) 
Conceito: presente no artigo 127/CP. É 
uma marjorante!!! 
A denominação qualificada é um erro técnico do 
legislador. 
Se provocado pela própria mãe não há aumento, 
esse aumento só é válido para terceiros, pois 
não se pune a auto lesão. 
As causas de aumento de pena nesse artigo são 
de um terço se em consequência do aborto ou 
meios empregados a gestante sofre lesão 
corporal de natureza grave e são duplicadas, se 
por qualquer dessas causas, a gestante vier a 
óbito. 
• Artigo 128 – Não se pune o aborto 
praticado por médico: 
Aborto necessário: 
I. se não há outro meio de salvar a vida da 
gestante; 
* nesse caso não é necessária prévia autorização, 
ex.: a paciente chega desacordada e a única maneira 
do médico salva-la é interrompendo a gestação. 
Aborto no caso de gravidez resultante de 
estupro (aborto piedoso): 
II. se a gravidez resulta de estupro e o aborto 
é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante 
legal. 
* Se o produto da concepção, por laudo médico, for 
constatado como anencéfalo não há de se falar em 
vida, logo também é legal a realização do aborto 
nesse caso específico. 
 
**Não se fala em abortamento, pois não há vida, é 
interrupção da gestação. 
 
*** Nesse caso é preciso de autorização judicial!!! 
 
Lesão Corporal – Art. 
129/CP 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a 
saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
 
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Conceito: É punido aquele que ofende a saúde física 
ou mental de outrem, por exemplo: espanca, morte 
ou ofende oralmente. 
** Precisa deixar marcas, não é como a vias de fato 
que não deixam marcas. 
 Crime material, sendo necessária a 
realização de perícia traumatológica 
para atestar a veracidade do crime. 
 
• Lesão corporal (leve): Artigo 129 do 
código penal. Apesar de ser um crime de 
natureza grave a pena é de menor grau de 
gravidade (por se tratar de uma lesão leve), 
podendo ser de detenção de 3 meses a 1 
ano. 
Ex.: em uma discussão acalorada fulano dá soco no 
olho de ciclano, esse melhora em 15 dias. Outro 
exemplo é um tiro de raspão, sem o dolo. 
 
• Lesão corporal de natureza grave: 
Presente nos parágrafos §1º e §2º (lesão 
de natureza gravíssima) do artigo 129, são 
qualificadoras. 
§1º - Se resulta: 
I. Incapacidade para as ocupações habituais, 
por mais de 30 dias; 
(é preciso ser feito reexame para comprovação. 
Ex.: leva uma pisa e quebra a perna, assim deixa de 
fazer as coisas que comumente fazia) 
 
II. Perigo de vida; 
(Ex.: leva facada em área irrigada, mas não tinha 
intenção de matar) 
 
III. Debilidade permanente de membro, sentido 
ou função; 
(Ex.: mão que perde a força, perda da visão de um 
dos olhos, etc.) 
IV. Aceleração de parto; 
(Ex.: tem uma discussão com uma gestante e isso 
causa a aceleração do parto da mesma) 
Pena – RECLUSÃO, de 1 a 5 anos. 
§2º - Se resulta: (aqui se leva em consideração a 
permanência das lesões) 
I. Incapacidade permanente para o trabalho; 
 
II. Enfermidade incurável; 
(Ex.: é espancado e precisa ficar para sempre 
fazendo hemodiálise devido aquele fato) 
 
III. Perda ou inutilização de membro, sentido ou 
função; 
 
IV. Deformidade permanente; 
(Ex.: lesão estética. **mesmo que, por 
exemplo, sejam feitos tratamentos para 
melhora da lesão, ela ainda existe, logo se 
configura lesão gravíssima) 
 
V. Aborto; 
(Ex.: sabia que aquela mulher estava gestante e 
mesmo assim a agrediu, vindo a findar com a vida do 
feto) 
 
Pena – RECLUSÃO, de 2 a 8 anos. 
 
• Lesão corporal seguida de morte: 
também conhecido como crime peter 
doloso. 
§3º - Se resulta morte e as circunstâncias 
evidenciam que o agentenão quis o resultado, nem 
assumiu o risco de produzi-lo. 
Tem pena de reclusão de 4 a 12 anos. 
** tinha o dolo de machucar, mas não de matar, logo 
é culposo. 
 
 
 
10 
• Diminuição de pena: É a lesão corporal 
privilegiada. Pode se diminuir a pena de um 
sexto até um terço e pode ser aplicada em 
qualquer modalidade de lesão corporal diante 
dos requisitos da redação do seguinte 
parágrafo: 
§4º - Se o agente comete o crime impelido por 
motivo de relevante valor social ou moral ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 
um sexto a um terço. 
 
• Substituição de pena: se da diante da 
seguinte redação do parágrafo quinto: 
§5º - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda 
substituir a pena de detenção pela de multa: 
I. Se ocorre qualquer das hipóteses do 
parágrafo anterior; 
 
II. Se as lesões são recíprocas; 
 
• Lesão corporal culposa: Parte sempre 
da mesma pena sendo leve, grave ou 
gravíssima, mas pode ter aumento de pena. 
§6º - Se a lesão é culposa: 
Pena de DETENÇÃO de 2 meses a 1 ano. 
• Aumento de pena: 
 
§7º - Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer 
qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 do 
Código Penal. 
§8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no §5º 
do art. 121. 
 
• Violência doméstica: 
 
§9º - Se a lesão for praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou 
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, 
de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
 
§10º - Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste 
artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o 
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). 
 
§11º - Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena 
será aumentada de um terço se o crime for 
cometido contra pessoa portadora de deficiência. 
 
§12º - Se a lesão for praticada contra autoridade 
ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição, a pena é aumentada de um a dois terços. 
** Não existia no código e foi implementado pela lei 
maria da pena, mas nesse caso de lesão corporal, 
independe-se de gênero (podendo o polo ser do 
gênero fem ou masc). 
Crimes Contra a 
Honra – Art. 138/CP 
Primeiro, para entender-se os crimes contra a 
honra humana, é preciso saber conceituar e 
diferenciar os tipos de honra existentes. 
Honra é um conceito que advém da avaliação da 
conduta social ou do estado social de um indivíduo e 
de suas ações, sendo assim, a honra pode se 
caracterizar como um sentimento de dignidade e boa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
 
 
11 
reputação, perante um grupo de pessoas, toda a 
sociedade ou si mesmo. 
A honra se subdivide em dois grupos: 
I. Honra Objetiva: Que é a maneira que um 
indivíduo é visto perante um grupo social, 
como é a sua imagem diante daquelas 
pessoas. É uma questão externa ao sujeito 
ofendido. 
 
II. Honra Subjetiva: É o que aquele indivíduo 
entende sobre si mesmo, é uma questão 
interna. 
 
• Calúnia: 
 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe 
falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e 
multa. 
§1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa 
a imputação, a propala ou divulga. 
§2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I. se, constituindo o fato imputado crime de 
ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
 
II. se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no nº I do art. 141; 
 
III. se do crime imputado, embora de ação 
pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível. 
Sobre a calúnia: 
 Tutela a honra objetiva; 
 
 Requer que o fato seja definido como crime, 
ex: roubo, estupro, etc.; 
 
 É um crime comum; 
 
 Precisa ser atribuído falsamente; 
 
 Quem espalha a informação também 
comete calúnia; 
 
 É possível provar a verdade da acusação, 
assim deixando de ser caluniosa, mas 
existem exceções, estas dispostas no §3º, 
art. 138. (exceção da verdade) 
 
 O momento de consumação da calúnia é 
quando a ofensa chega ao conhecimento de 
terceiros, pois essa tutela a honra objetiva 
(que é a leitura que terceiros tem do agente 
passivo). 
 
• Difamação: 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato 
ofensivo à sua reputação. 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente 
se admite se o ofendido é funcionário público e a 
ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
Sobre a difamação: 
 Essa é uma tutela de honra objetiva; 
 
 Atribui-se fato concreto e ofensivo a sua 
reputação, mesmo que o fato seja 
verdadeiro é possível dar-se como 
difamação e pior se for falso; 
 
 A exceção da verdade somente é admitida 
se o ofendido é funcionário público e a 
ofensa é relativa ao exercício de suas 
funções; 
 
 O momento de consumação da difamação é 
quando a ofensa chega ao conhecimento de 
 
 
12 
terceiros, pois essa tutela a honra objetiva, 
bem como a calúnia. 
 
• Injúria: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I. quando o ofendido, de forma reprovável, 
provocou diretamente a injúria; 
II. no caso de retorsão imediata, que consista 
em outra injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de 
fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, 
se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, 
além da pena correspondente à violência. 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 
2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e 
multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) 
Sobre a injúria: 
 Tutela a honra subjetiva; 
 
 Ofende a dignidade ou decoro de alguém; 
 
 A consumação dar-se-lhe-á quando o polo 
passivo ficar sabendo da ofensa, pois nesse 
tipo penal é tutelada a honra subjetiva. 
 
 A injúria pode ser verbal ou escrita; 
 
 O ofendido pela injúria que deve procurar a 
justiça, é uma ação privada; 
 
 Nesse tipo penal não é cabível a prova da 
verdade. 
Injúria real se da quando o ato passa da verbalização, 
por exemplo, além de chamar alguém de feio(a) 
arrasta a vítima pelo chão com a intenção de 
humilha-la. Neste caso o réu responderá pena 
correspondente a violência cometida e a pena do ato 
injurioso será duplicada. 
• Disposições Comuns: 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo 
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes 
é cometido: 
I. contra o Presidente da República, ou contra 
chefe de governo estrangeiro; 
II. contra funcionário público, em razão de 
suas funções; 
III. na presença de várias pessoas, ou por meio 
que facilite a divulgação da calúnia, da 
difamação ou da injúria; 
IV. contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos 
ou portadora de deficiência, exceto no caso 
de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 
2003) 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou 
promessa de recompensa, aplica-se a pena em 
dobro. 
• Exclusão do Crime: 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação 
punível: 
I. a ofensa irrogada em juízo, na discussão da 
causa, pela parte ou por seu procurador; 
II. a opinião desfavorável da crítica literária, 
artística ou científica, salvo quando 
inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
III. o conceito desfavorável emitido por 
funcionário público, em apreciação ou 
 
 
13informação que preste no cumprimento de 
dever do ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde 
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá 
publicidade. 
• Retratação: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se 
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica 
isento de pena. 
 Parágrafo único. Nos casos em que o 
querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação 
dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos 
mesmos meios em que se praticou a 
ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, 
se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga 
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que 
se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá 
satisfatórias, responde pela ofensa. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo 
somente se procede mediante queixa, salvo quando, 
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão 
corporal. 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do 
art. 141 deste Código, e mediante representação do 
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem 
como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
Dos crimes contra o 
Patrimônio – Art. 155/CP 
Patrimônio se conceitua como os bens pessoais de 
alguém.
• Furto: 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa 
alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime 
é praticado durante o repouso noturno. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno 
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois 
terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica 
ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
Sobre o furto: 
 Para constituir o furto é preciso querer se 
apossar do bem alheio; 
 
 É um crime material, seu momento 
consumativo é quando se toma posse do 
bem; 
 
 Furto cabe tentativa; 
 
 O furto para uso NÃO se pune; 
 
 É um crime de médio potencial ofensivo; 
 
 O §2º fala sobre o furto qualificado, que é 
aquele de pequeno valor ou furto mínimo. 
Seus requisitos são: primariedade e pequeno 
valor da coisa subtraída; 
 
 Crime comum, material, instantâneo, 
plurissubsistente em regra e unissubjetivo. 
 
• Furto Qualificado: 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e 
multa, se o crime é cometido: 
 
 
14 
(crime de elevado potencial ofensivo) 
I. com destruição ou rompimento de obstáculo 
à subtração da coisa; 
 
Conceito: Tem que servir para evitar a subtração da 
coisa; para que se configure esse inciso o 
rompimento deve ser de um obstáculo que esteja ali 
para proteger, evitar um furto. A exemplo temos 
um cadeado em uma grade ou o vidro de um carro 
para furtar objeto em seu interior. 
 
***lembrando que de acordo com a jurisprudência 
a quebra de vidraça para furtar o carro em si não 
qualifica a ação 
 
II. com abuso de confiança, ou mediante 
fraude, escalada ou destreza; 
 
Conceito: Furto com abuso de confiança é aquele em 
que a pessoa se aproveita da confiança depositada 
em si comete um crime. Ex.: furta uma joia. 
 
***Nem sempre a relação empregatícia vai 
configurar furto qualificado por abuso de confiança, 
pois nem toda relação patrão-empregado tem 
confiança 
 
Furto mediante fraude é quando um indivíduo ilude o 
outro, tirando sua vigilância, para tomar algo (furtar) 
sem que aquela pessoa perceba. Ex.: alguém se faz 
de funcionário da internet para entrar na casa de 
outrem e furtar objeto dali. 
 
Furto mediante escalada ou destreza (ex.: furto de 
carteira no meio da multidão), escavar também se 
encaixa nessa categoria. Ex.: roubo do banco central 
de Fortaleza/CE. 
 
***Para se qualificar nesse tipo penal é preciso 
haver certa dificuldade na escalada ou escavação. 
 
III. com emprego de chave falsa; 
 
Conceito: o emprego de chave falsa, para ingresso 
em um apartamento ou carro. 
 
***Precisa ter formato de uma chave, ter sido 
fabricado justamente para esse tipo de ação. 
 
IV. mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
Conceito: se entende como ação facilitada quando 
executada por mais agentes. 
§ 4º. A - A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 
(dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo 
ou de artefato análogo que cause perigo 
comum. 
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se 
a subtração for de veículo automotor que venha a 
ser transportado para outro Estado ou para o 
exterior. 
§ 6º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) 
anos se a subtração for de semovente domesticável 
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes 
no local da subtração. 
§ 7º - A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) 
anos e multa, se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem 
ou emprego. 
• Furto de coisa comum: 
Art. 156 Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, 
para si ou para outrem, a quem legitimamente a 
detém, a coisa comum: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
§ 1º - Somente se procede mediante 
representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum 
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem 
direito o agente. 
Conceito: é um furto de algo que pertence a mim, 
mas ao outro também. Ex.: furtar de uma conta 
conjunta. 
É uma infração penal de menor potencial ofensivo. 
 
 
15 
Do roubo e da 
extorsão – Art. 157/CP 
O roubo é classificado doutrinariamente como crime 
complexo, pois resulta da fusão de dois outros delitos 
(furto e lesão corporal leve). 
Art. 157 Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para 
outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de resistência: (roubo 
próprio) 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
Sobre o roubo: 
 Contém dois tipos de violência: própria (ex.: 
dar uma surra) e impropria (ex.: boa noite 
cinderela); 
 
 A violência é contra a pessoa, não contra a 
coisa; 
 
 É um crime comum, tendo como agente 
ativo qualquer um que cometer os tipos 
descritos, já o sujeito passivo pode ser o 
dono do bem ou quem sofreu a violência, até 
mesmo ambos; 
 
 Cabe tentativa, pois é um crime 
plurissubjetivo; 
 
 Tem como consumativo assim que retira o 
bem da pessoa. 
• Roubo impróprio: 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de 
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa 
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade 
do crime ou a detenção da coisa para si ou para 
terceiro. 
 
Conceito: “Nasceu furto, virou roubo”. Emprega 
violência afim de assegurar a impunidade daquela 
subtração ou para manter a detenção da coisa, para 
si ou para terceiro. 
 
***A violência é empregada DEPOIS da subtração 
da coisa. 
 
• Causas de aumento de pena: 
§ 2º - A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até 
metade: 
I. (revogado); 
 
II. se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
 
III. se a vítima está em serviço de transporte 
de valores e o agente conhece tal 
circunstância. 
 
IV. se a subtração for de veículo automotor 
que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior; 
 
V. se o agente mantém a vítima em seu poder, 
restringindo sua liberdade. 
 
VI. se a subtração for de substâncias 
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, 
montagem ou emprego. 
 
VII. se a violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de arma branca; 
 
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
 
I. se a violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo; 
 
(emprego de arma de fogo (real), a arma de fogo 
não precisa ser apreendida ou periciada, mas 
precisa de um depoimento claro) 
 
 
II. se há destruiçãoou rompimento de 
obstáculo mediante o emprego de explosivo 
 
 
16 
ou de artefato análogo que cause perigo 
comum. 
 
(destruição ou rompimento de obstáculo mediante o 
emprego de explosivo ou artefato que cause perigo 
comum) 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida 
com emprego de arma de fogo de uso restrito ou 
proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no 
caput deste artigo. (pena de 8 a 20 anos e multa) 
• Roubo qualificado: 
§ 3º Se da violência resulta: 
I. lesão corporal grave, a pena é de reclusão 
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; 
 
II. morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 
30 (trinta) anos, e multa. 
 
Conceito: crimes de elevado potencial ofensivo; 
 
 
 a morte precisa estar no contexto de 
roubo; 
 
 julgado pelo juiz da vara; 
 
 se consuma com a morte. 
 
 a execução da morte pode acontecer 
durante a subtração da coisa ou depois, 
para assegurar o mantimento dela, não é 
preciso que ocorra imediatamente, mas 
precisa estar naquele contexto de roubo. 
Súmula 610 do STF; 
 
 se não ocorre a morte o latrocínio é 
tentado; 
 
 conhecido como latrocínio. 
• Extorsão: 
 
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou 
para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
Sobre a extorsão: 
 Se consuma quando se obtém uma 
vantagem ilícita ou o mero constrangimento 
da vítima; 
 
 Nesse tipo penal sem a colaboração da 
vítima não há como obter a vantagem; 
 
 É um crime formal e estará logrado desde 
o constrangimento da vítima, 
independentemente de obter ou não a 
vantagem. Caso venha a obter a vantagem 
ilícita o crime estará consumado e exaurido; 
 
 Apesar de difícil cabe sim tentativa na 
extorsão; 
 
 É um crime comum. 
• Causa de aumento de pena: 
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais 
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a 
pena de um terço até metade. 
• Extorsão qualificada: 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante 
violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
 
(se resultar lesão corporal grave ou morte aplica-se 
as mesmas medidas do roubo) 
• “Sequestro-relâmpago”: 
§ 3º - Se o crime é cometido mediante a restrição 
da liberdade da vítima, e essa condição é necessária 
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é 
de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da 
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, 
 
 
17 
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 
3o, respectivamente. 
• Extorsão mediante sequestro: 
Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, 
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como 
condição ou preço do resgate: 
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
* Nesse tipo penal o polo passivo obrigatoriamente 
será uma pessoa. 
 
* É um crime permanente, formal e se consuma no 
momento do sequestro. 
• Qualificadoras do crime: 
§ 1º - Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e 
quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o 
crime é cometido por bando ou quadrilha. 
 
 Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza 
grave: 
 
 Pena - reclusão, de 16 a 24 anos. 
 
§ 3º - Se resulta a morte: 
 
 Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta 
anos. 
• Delação premiada: 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o 
concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua 
pena reduzida de um a dois terços. 
• Extorsão indireta: 
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, 
abusando da situação de alguém, documento que 
pode dar causa a procedimento criminal contra a 
vítima ou contra terceiro: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Da apropriação 
indébita – Art. 168/CP 
Embora tenha a posse ou detenção da coisa, sabe-
se que não é proprietário e passa a utiliza-la como 
se fosse dono. Ex.: colocar a venda um celular que 
lhe foi emprestado. 
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que 
tem a posse ou a detenção: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Sobre a apropriação indébita: 
 O sujeito ativo é a pessoa que tem posse ou 
a detenção da coisa alheia; 
 
 Já o sujeito passivo é o senhor da 
propriedade ou posse da coisa dada 
(emprestada) ao sujeito ativo; 
 
 É um crime comum; 
 
 Tem seu momento consumativo é no 
momento da inversão do animus, quando 
ocorrer a apropriação da coisa alheia; 
 
 Crime de médio potencial ofensivo; 
 
 A tentativa é admissível na forma 
plurissubsistente. 
 
• Aumento de pena: 
§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o 
agente recebeu a coisa: 
I. em depósito necessário; 
 
(uma pessoa se compromete, por imperativo de lei, 
a cuidar dos bens de alguém. 
 
 
18 
Ex.: pai e mãe têm que cuidar dos bens dos filhos, 
mas se apropria indevidamente.) 
 
II. na qualidade de tutor, curador, síndico, 
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou 
depositário judicial; 
 
III. em razão de ofício, emprego ou profissão. 
• Apropriação indébita previdenciária: 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social 
as contribuições recolhidas dos contribuintes, no 
prazo e forma legal ou convencional. 
(Ex.: empregador não repassa a contribuição 
recolhida dos funcionários) 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: 
I. recolher, no prazo legal, contribuição ou 
outra importância destinada à previdência 
social que tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, a 
terceiros ou arrecadada do público; 
 
II. recolher contribuições devidas à previdência 
social que tenham integrado despesas 
contábeis ou custos relativos à venda de 
produtos ou à prestação de serviços; 
 
III. pagar benefício devido a segurado, quando 
as respectivas cotas ou valores já tiverem 
sido reembolsados à empresa pela 
previdência social. 
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, 
espontaneamente, declara, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, importâncias ou 
valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da ação fiscal. 
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou 
aplicar somente a de multa se o agente for primário 
e de bons antecedentes, desde que: 
I. tenha promovido, após o início da ação fiscal 
e antes de oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acessórios; ou 
 
II. o valor das contribuições devidas, inclusive 
acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, 
administrativamente, como sendo o mínimo 
para o ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
 
§ 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não 
se aplica aos casos de parcelamento de 
contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, 
seja superior àquele estabelecido, 
administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. 
 
• Apropriação de coisa havida por erro, caso 
fortuito ou força da natureza: 
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda 
ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da 
natureza: 
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 Parágrafo único. Na mesma pena incorre: 
 
• Apropriação de tesouro: 
 
I. quem acha tesouro em prédio alheio e 
se apropria, no todo ou em parte, da 
quota a que tem direito o proprietário 
do prédio; 
 
• Apropriação de coisa achada: 
 
II. quem acha coisa alheia perdida e dela 
se apropria, total ou parcialmente, 
deixando de restituí-la ao dono ou 
 
 
19 
legítimo possuidor ou de entregá-la à 
autoridade competente, dentro no 
prazo de quinze dias. 
 
Art. 170. Noscrimes previstos neste Capítulo, 
aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. 
 
Do estelionato e outras 
fraudes – Art. 171/CP 
No estelionato aplica-se uma fraude, exemplo é 
criada uma historinha para receber doações pelo 
twitter. O sujeito ativo já está agindo de má-fé 
antes mesmo de conseguir o bem. 
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem 
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo 
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 
outro meio fraudulento: 
 Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, 
de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor 
o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o 
disposto no art. 155, § 2º. 
Sobre o estelionato e outras fraudes: 
 O sujeito ativo é qualquer pessoa na 
modalidade genérica e nos casos previstos 
no §2º é preciso ser pessoa envolvida em 
algum negócio ou o dono, ou legítimo 
possuidor, de determinada coisa; 
 
 Já o sujeito passivo pode ser qualquer 
pessoa na forma genérica; 
 
 O objeto jurídico é o patrimônio e o objeto 
material é a vantagem obtida ou a coisa 
alheia, bem como a pessoa que incide em 
erro; 
 
 Classificado como crime comum e próprio, 
material, comissivo e instantâneo; 
 
 Admite-se tentativa; 
 
 Tem como momento consumativo quando a 
vítima sofrer a perda patrimonial. 
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem: 
• Disposição de coisa alheia como própria: 
 
I. vende, permuta, dá em pagamento, 
em locação ou em garantia coisa alheia 
como própria; 
 
• Alienação ou oneração fraudulenta de coisa 
própria: 
 
II. vende, permuta, dá em pagamento ou 
em garantia coisa própria inalienável, 
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel 
que prometeu vender a terceiro, 
mediante pagamento em prestações, 
silenciando sobre qualquer dessas 
circunstâncias; 
 
• Defraudação de penhor: 
 
III. defrauda, mediante alienação não 
consentida pelo credor ou por outro 
modo, a garantia pignoratícia, quando 
tem a posse do objeto empenhado; 
 
• Fraude na entrega de coisa: 
 
IV. defrauda substância, qualidade ou 
quantidade de coisa que deve 
entregar a alguém; 
 
• Fraude para recebimento de indenização ou 
valor de seguro: 
 
V. destrói, total ou parcialmente, ou 
oculta coisa própria, ou lesa o próprio 
 
 
20 
corpo ou a saúde, ou agrava as 
consequências da lesão ou doença, 
com o intuito de haver indenização ou 
valor de seguro; 
 
• Fraude no pagamento por meio de cheque: 
 
VI. emite cheque, sem suficiente provisão 
de fundos em poder do sacado, ou lhe 
frustra o pagamento. 
 
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é 
cometido em detrimento de entidade de direito 
público ou de instituto de economia popular, 
assistência social ou beneficência. 
 
• Estelionato contra idoso: 
 
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for 
cometido contra idoso. 
 
§ 5º Somente se procede mediante representação, 
salvo se a vítima for: 
 
I. a Administração Pública, direta ou 
indireta; 
 
II. criança ou adolescente; 
 
III. pessoa com deficiência mental; ou 
 
IV. maior de 70 (setenta) anos de idade 
ou incapaz. 
 
• Duplicata simulada: 
 
 
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda 
que não corresponda à mercadoria vendida, em 
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. 
 
 Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá 
aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do 
Livro de Registro de Duplicatas. 
 
• Abuso de incapazes: 
 
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de 
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou 
da alienação ou debilidade mental de outrem, 
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível 
de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou 
de terceiros: 
 Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 
• Induzimento à especulação: 
 
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da 
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade 
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou 
aposta, ou à especulação com títulos ou 
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a 
operação é ruinosa: 
 Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. 
• Fraude no comércio: 
 
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade 
comercial, o adquirente ou consumidor: 
 
I. vendendo, como verdadeira ou 
perfeita, mercadoria falsificada ou 
deteriorada; 
 
II. entregando uma mercadoria por 
outra: 
 Pena – detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a 
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo 
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de 
menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; 
vender, como precioso, metal de ou outra qualidade: 
 Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. 
• Outras fraudes: 
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-
se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem 
dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
 
 
21 
 Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, 
ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante 
representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
• Fraudes e abusos na fundação ou 
administração de sociedade por ações: 
 
Art. 177. Promover a fundação de sociedade por 
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação 
ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a 
constituição da sociedade, ou ocultando 
fraudulentamente fato a ela relativo: 
 Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, 
se o fato não constitui crime contra a economia 
popular. 
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não 
constitui crime contra a economia popular: 
I. o diretor, o gerente ou o fiscal de 
sociedade por ações, que, em prospecto, 
relatório, parecer, balanço ou comunicação 
ao público ou à assembleia, faz afirmação 
falsa sobre as condições econômicas da 
sociedade, ou oculta fraudulentamente, no 
todo ou em parte, fato a elas relativo; 
 
II. o diretor, o gerente ou o fiscal que 
promove, por qualquer artifício, falsa 
cotação das ações ou de outros títulos da 
sociedade; 
 
III. o diretor ou o gerente que toma 
empréstimo à sociedade ou usa, em 
proveito próprio ou de terceiros, dos bens 
ou haveres sociais, sem prévia autorização 
da assembleia geral; 
 
IV. o diretor ou o gerente que compra ou 
vende, por conta da sociedade, ações por 
ela emitidas, salvo quando a lei o permite; 
 
V. o diretor ou o gerente que, como garantia 
de crédito social, aceita em penhor ou em 
caução ações da própria sociedade; 
 
VI. o diretor ou o gerente que, na falta de 
balanço, em desacordo com este, ou 
mediante balanço falso, distribui lucros ou 
dividendos fictícios; 
 
VII. o diretor, o gerente ou o fiscal que, por 
interposta pessoa, ou conluiado com 
acionista, consegue a aprovação de conta 
ou parecer; 
 
VIII. o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e 
VII; 
 
IX. o representante da sociedade anônima 
estrangeira, autorizada a funcionar no 
País, que pratica os atos mencionados nos 
ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. 
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a 
dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter 
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto 
nas deliberações de assembleia geral. 
• Emissão irregular de conhecimento de 
depósito ou “warrant”: 
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou 
warrant, em desacordo com disposição legal: 
 Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
• Fraude à execução: 
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, 
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: 
 Pena – detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante 
queixa. 
 
 
22 
Da receptação – Art. 180/CP
O tipo penal do crime de receptação simplesé 
formado de dois focos, constituindo duas condutas 
autonomamente puníveis. A primeira denominada 
receptação própria que concretiza-se pela aplicação 
alternativa dos verbos adquirir (obter, comprar), 
receber (aceitar em pagamento ou simplesmente 
aceitar), transportar (levar de um lugar a outro), 
conduzir (tornar-se condutor, guiar) ou ocultar 
(encobrir ou disfarçar) coisa produto de crime. 
Nesse caso, tanto faz o autor praticar uma ou mais 
condutas, pois responde por crime único (ex.: aquele 
que adquire e transporta coisa produto de delito 
comete uma receptação). 
 
A segunda denominada receptação imprópria é 
formada pela associação de influir (inspirar ou 
insuflar) sobre alguém de boa-fé para que este 
adquira (obter ou comprar), receba (aceitar em 
pagamento ou aceitar) ou oculte (encobrir ou 
disfarçar) coisa produto de crime. Nessa hipótese, 
se o sujeito influir para que a vítima adquira e oculte 
a coisa produto de delito, estará cometendo uma 
única receptação. 
Ocorre que a receptação, tal como descrita no 
caput do art. 180, é um tipo misto alternativo e, ao 
mesmo tempo, cumulativo. 
 
Assim, adquirir, receber, transportar, conduzir ou 
ocultar coisa originária de crime é conduta 
alternativa, o mesmo ocorrendo com a influência 
sobre terceiro para que adquira, receba ou oculte 
produto de crime. 
Mas se o agente praticar as duas condutas 
fundamentais do tipo, estará cometendo dois delitos 
(ex.: o agente adquire coisa produto de crime e depois ainda 
influencia para que terceiro de boa-fé também o faça). 
 
A pena é de reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Conferir o capítulo XIII, item 2.1, da Parte Geral. 
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir 
ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que 
sabe ser produto de crime, ou influir para que 
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou 
oculte: 
 Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Sobre a receptação: 
 É classificado crime comum, material (no 
caso receptação própria) e formal (na 
receptação imprópria), de forma livre, 
comissivo, instantâneo, etc; 
 
 Admite-se tentativa; 
 
 O momento consumativo se dá quando 
houver prejuízo para a vítima em face do 
seu distanciamento da coisa que lhe foi 
tomada; 
 
• Receptação qualificada: 
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, 
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, 
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer 
forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, coisa 
que deve saber ser produto de crime: 
 Pena – reclusão, de três a oito anos, e 
multa. 
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito 
do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino, inclusive o exercício em 
residência. 
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza 
ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou 
pela condição de quem a oferece, deve presumir-se 
obtida por meio criminoso: 
 Pena – detenção, de um mês a um ano, ou 
multa, ou ambas as penas. 
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido 
ou isento de pena o autor do crime de que proveio 
a coisa. 
§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, 
pode o juiz, tendo em consideração as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na 
 
 
23 
receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do 
art. 155. 
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de 
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de 
autarquia, fundação pública, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa 
concessionária de serviços públicos, aplica-se em 
dobro a pena prevista no caput deste artigo. 
• Receptação animal: 
 
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, 
conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a 
finalidade de produção ou de comercialização, 
semovente domesticável de produção, ainda que 
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser 
produto de crime: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, 
e multa. 
• Disposições gerais: 
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer 
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I. do cônjuge, na constância da sociedade 
conjugal; 
 
II. de ascendente ou descendente, seja o 
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou 
natural. 
 
Art. 182. Somente se procede mediante 
representação, se o crime previsto neste título é 
cometido em prejuízo: 
 
I. do cônjuge desquitado ou judicialmente 
separado; 
 
II. de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
 
III. de tio ou sobrinho, com quem o agente 
coabita. 
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos 
anteriores: 
I. se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, 
em geral, quando haja emprego de grave 
ameaça ou violência à pessoa; 
 
II. ao estranho que participa do crime; 
 
III. se o crime é praticado contra pessoa com 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) 
anos. 
 
Dos Crimes Contra a 
Dignidade Sexual – Art. 
213 a 234/CP 
• Estupro: 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência 
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro 
ato libidinoso: 
 
Pena – reclusão, de 6 a 10 anos. 
Sobre o Estupro: 
 Os sujeitos ativos e passivos podem ser 
qualquer pessoa; 
 
 O objeto jurídico desse tipo penal é a 
liberdade sexual da pessoa humana; 
 
 Já o objeto material é a pessoa que sofre o 
constrangimento; 
 
 Tem-se como elementos objetivos do 
tipo o constranger (tolher a liberdade, 
força ou coagir) alguém (pessoa humana) 
mediante emprego de violência ou grave 
ameaça, à conjunção carnal (cópula entre 
pênis e vagina), ou à pratica (forma 
comissiva) de outro ato libidinoso (qualquer 
 
 
24 
contato que propicie a satisfação do prazer 
sexual, como, por exemplo, o sexo oral ou 
anal, ou o beijo lascivo), bem como a permitir 
que com ele se pratique (forma passiva) 
outro ato libidinoso. 
 
 A Lei 12.015/2009 unificou os tipos penais dos 
arts. 213 e 214 em uma só figura (art. 213), 
tornando-o tipo misto alternativo. Portanto, a prática 
da conjunção carnal e/ou de outro ato libidinoso, 
contra a mesma vítima, no mesmo contexto, é crime 
único. A pena é de reclusão, de seis a dez anos. 
Conferir o capítulo XII, item 2.1, da Parte Geral. 
 
 Já o elemento subjetivo do crime é o dolo; 
 
 O elemento subjetivo do tipo 
específico é a finalidade de obter a 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, 
satisfazendo a lasciva. Ainda que haja intuito 
vingativo ou outro qualquer na 
concretização da prática sexual, não deixa 
de envolver uma satisfação mórbida do 
prazer sexual; 
 
 Classifica-se como crime comum, material, 
de forma livre, comissivo, instantâneo, 
unissubjetivo e plurissubsistente; 
 
 A tentativa é admissível, embora de difícil 
comprovação; 
 
 Em relação ao momento consumativo basta 
a introdução, ainda que incompleta, do pênis 
na vagina, independentemente de 
ejaculação ou satisfação efetiva do prazer 
sexual, sob um aspecto; e com a prática de 
qualquer ato libidinoso, independentemente 
de ejaculação ou satisfação efetiva do 
prazer sexual, em outro prisma; 
 
 Antes da reforma do código penal, com o 
advento da lei 12.015, o estupro era 
unicamente junção carnal (pênis/vagina) e 
antes era dado “apenas” como atendado 
violento ao pudor; 
 
 Se a vítima do estupro for um vulnerável já 
se modifica o tipo penal, passando a ser o 
art, 217-A. 
 
→ O verbo núcleo desse tipo penal é o 
constrangimento. 
 
 Qualquer ato libidinoso caracteriza o 
estupro, não precisa necessariamente 
haver penetração, pode, por exemplo, 
ocorrer nas “preliminares”. 
 
Ex.: pegar alguém a força e “você vai me beijar agora” e beija 
a pessoa usando de violência, configura estupro. 
 
 Também pode ocorrer de forma virtual. Ex.: 
constranger alguém ameaçando a mandar 
fotos nuas; 
 
 Para que se configure estupro a violência 
precisa partir de um dissenso,ou seja, a 
vítima não autorizou o ato; 
 
→ Uma relação pode começar 
consensual, mas durante o ato uma 
das partes pode não querer mais 
e dizer não, se o parceiro 
continuar o ato se classifica como 
estupro. 
 
 A palavra da vítima tem especial 
preponderância (mesmo assim tudo precisa 
ser analisado); 
 
 Independentemente do tipo de estupro vai 
se classificar como crime hediondo; 
 
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de 
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
 
Pena – reclusão, de 8 a 12 anos. 
§ 2º Se da conduta resulta morte: 
 
Pena – reclusão, de 12 a 30 anos. 
 
 As qualificadoras do estupro estão 
expostas nos incisos 1º e 2º do artigo 213 
do CP; 
 
 
 
25 
 No inciso 1º temos a qualificadora gerando 
pena de reclusão de 8 a 12 anos, isso 
acontece se o crime for cometido contra 
vítima menor de 18 e maior de 14 anos. 
Lembramos que o cometimento de estupro 
contra menor de 14 anos encontra-se 
regulado pelo art. 217-A; 
 
 Já o inciso 2º trata sobre o crime 
qualificado pelo resultado lesões graves, 
caso a conduta do agente, exercida com 
violência ou grave ameaça, resultar lesão 
corporal de natureza grave (são hipóteses 
descritas no art. 129, §§ 1º e 2º, do CP) 
para a vítima, a pena é de reclusão, de oito 
a doze anos. O delito qualificado pelo 
resultado pode dar-se com dolo na conduta 
antecedente (violência sexual) e dolo ou 
culpa quanto ao resultado qualificador (lesão 
grave). 
 
Logo são as seguintes hipóteses: 
 
a) lesão grave consumada + estupro 
consumado = estupro consumado qualificado 
pelo resultado lesão grave; 
 
b) lesão grave consumada + tentativa de 
estupro = estupro consumado qualificado 
pelo resultado lesão grave, dando-se a 
mesma solução do latrocínio (súmula 610 do 
STF). 
 
 Ainda existe a hipótese onde o crime se 
qualifica pelo resultado morte, caso a 
conduta do agente, exercida com violência 
ou grave ameaça, resultar em 
morte da vítima, a pena é de reclusão, de 
12 a 30 anos. O crime pode ser cometido 
com dolo na conduta antecedente (violência 
sexual) e dolo ou culpa quanto ao resultado 
qualificador (morte). 
 
Afiguram-se as seguintes hipóteses: 
 
a) estupro consumado + morte consumada = 
estupro consumado com resultado morte; 
 
b) estupro consumado + homicídio tentado = 
tentativa de estupro seguido de morte; 
 
c) estupro tentado + homicídio tentado = 
tentativa de estupro seguido de morte; 
 
d) estupro tentado + homicídio consumado = 
estupro consumado seguido de morte. 
 
Tecnicamente, dá-se uma tentativa de estupro seguido de 
morte, pois o delito sexual não atingiu a consumação. Porém, 
tem-se entendido possuir a vida humana valor tão superior à 
liberdade sexual que, uma vez atingida fatalmente, deve levar 
à forma consumada do delito qualificado pelo resultado. É o 
que ocorre no cenário do latrocínio, cuja base é a Súmula 610 
do STF (“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se 
consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens 
da vítima”). 
 
 
 
 
26 
• Violação sexual mediante fraude: 
 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro 
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro 
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação 
de vontade da vítima: 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) 
anos. 
 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim 
de obter vantagem econômica, aplica-se também 
multa. 
Sobre a Violação sexual mediante fraude: 
 Os sujeitos ativos e passivos podem ser 
qualquer pessoa; 
 
 O objeto jurídico é a liberdade sexual, já o 
objeto material é a pessoa que sofre o 
constrangimento; 
 
 Os elementos objetivos do tipo são ter 
(obter ou conseguir) conjunção carnal 
(cópula entre pênis e vagina) ou 
praticar (realizar, executar) outro ato 
libidinoso (qualquer contato apto a gerar 
prazer sexual) com alguém (pessoa 
humana), mediante fraude (manobra, 
engano, logro) ou outro meio que impeça ou 
dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima. A pena é de reclusão, de dois a seis 
anos. Conferir o capítulo XIII, item 2.1, da 
Parte Geral; 
 
 Elemento subjetivo do tipo específico 
é a finalidade de satisfazer a lascívia, por 
meio da conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso, implícita no tipo. Ainda que haja 
intuito vingativo ou outro qualquer na 
concretização do ato libidinoso, não deixa de 
envolver uma satisfação mórbida do prazer 
sexual (ver Parte Geral, capítulo XIII, item 
2.1). É que se pode chamar de elemento 
subjetivo de tendência (a ação segue 
acompanhada de determinado ânimo, que é 
indispensável à sua realização), tal como se 
dá nos delitos sexuais (cf. Bustos Ramírez, 
Obras completas, v. I, p. 834). Igualmente: 
Jiménez Martínez, Elementos de derecho 
penal mexicano, p. 514; 
 
 Elemento subjetivo do crime é o dolo (ver o 
capítulo XIV da Parte Geral); 
 
 Classificado como crime: comum (pode ser 
cometido por qualquer pessoa); material (o 
resultado naturalístico é o efetivo 
constrangimento à liberdade sexual sofrido 
pela vítima, com eventuais danos físicos e 
traumas psicológicos); de forma livre (pode 
ser cometido por qualquer meio eleito pelo 
agente); comissivo; instantâneo; 
unissubjetivo; plurissubsistente. Sobre a 
classificação dos crimes, ver o capítulo XII, 
item 4, da Parte Geral. 
 
 Tentativa é admissível. 
 
 Momento consumativo se dá com a prática 
da introdução do pênis na vagina, ainda que 
parcial, independentemente de ejaculação 
ou satisfação efetiva do prazer sexual, ou 
com a realização de qualquer outro ato 
libidinoso, não se exigindo a efetiva 
satisfação sexual. 
 
 Na forma qualificada desse crime a pena é 
acrescida de multa, caso o crime seja 
cometido com o fim de obter 
vantagem econômica. Ressalte-se, 
entretanto, a dificuldade de se imaginar um 
delito sexual, cometido com emprego de 
fraude, visando qualquer tipo de lucro. 
Afinal, não se trata de atividade ligada à 
prostituição. Logo, de rara configuração a 
implementação da pena pecuniária. 
 
• Importunação sexual: 
 
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua 
anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer 
a própria lascívia ou a de terceiro: 
 
 
27 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, 
se o ato não constitui crime mais grave. 
Sobre a Importunação Sexual: 
 O sujeito ativo e passivo podem ser qualquer 
pessoa; 
 
 O objeto jurídico é a liberdade sexual; 
 
 Já o objeto material é a pessoa a quem o 
ato libidinoso é dirigido; 
 
 Os elementos objetivos do tipo são: praticar, 
que significa realizar, executar algo ou 
exercitar, em suas formas básicas, é o 
verbo principal. A realização refere-se a um 
ato libidinoso (ato voluptuoso, lascivo, apto à 
satisfação do prazer sexual). Para deixar 
claro a existência de uma vítima direta – e 
não algo voltado à coletividade (como é o 
caso da prática de ato obsceno – art. 233, 
CP), inseriu-se a expressão contra alguém 
(contra qualquer pessoa humana, sem 
distinção de gênero). Mesmo sendo 
desnecessário, ingressou-se com elementos 
pertinentes à ilicitude, moldando a 
expressão sem a sua anuência (sem 
autorização, sem consentimento válido). E, 
finalizando, o tipo penal indica a finalidade 
específica do ato libidinoso, que é 
praticamente óbvia: satisfação da própria 
lascívia (prazer sexual) ou de terceiro. A 
conduta incriminada é a satisfação da 
lascívia mediante a prática de ato 
libidinoso; 
 
 Elemento subjetivo do crime é o dolo. Não há 
a forma culposa; 
 
 No caso do elemento subjetivo do tipo 
específico existe o elemento subjetivo 
específico, consistente em satisfazer a 
própria lascívia ou a de terceiro; 
 
 Classifica-se como crime: comum (pode ser 
cometido por qualquer pessoa); material (o 
resultado naturalístico consistente na 
efetiva prática do ato libidinoso, visível e 
certo para a vítima, acarretando-se lesão à 
sua liberdade sexual); de forma livre (pode 
ser cometido por qualquermeio eleito pelo 
agente); comissivo; instantâneo; 
unissubjetivo; plurissubsistente; 
 
 A tentativa é admissível; 
 
 Momento consumativo: basta a prática do 
ato libidinoso em direção à vítima, sendo por 
esta notado. Atingir a satisfação da lascívia 
do agente não é indispensável para a 
consumação; 
 
 Comete o crime de importunação sexual 
qualquer um que realize ato libidinoso em 
relação a outra pessoa (com ou sem contato 
físico, mas visível e identificável), 
satisfazendo seu prazer sexual, sem que 
haja concordância válida das partes 
envolvidas (supondo-se a anuência de 
adultos). A pena é de reclusão, de 1 a 5 anos, 
se não constituir crime mais grave (como o 
estupro). 
 
• Assédio sexual: 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de 
obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de 
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. 
 Pena – detenção, de 1 a 2 anos. 
 Parágrafo único. (VETADO). 
 § 2º. A pena é aumentada em até um terço 
se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
Sobre o Assédio Sexual: 
 Sujeito ativo é somente pessoa que seja 
superior ou tenha ascendência, em relação 
de trabalho, sobre o sujeito passivo; 
 
 
 
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 Já o sujeito passivo é o subordinado ou 
empregado de menor escalão que o do 
sujeito ativo; 
 
 O objeto material é a pessoa que sofre o 
constrangimento; 
 
 Sobre os elementos objetivos do tipo 
podemos esclarecer: Constranger alguém 
com o intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o 
agente da sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes ao 
exercício de emprego, cargo ou função. 
Constranger tem significados variados – 
tolher a liberdade, impedir os movimentos, 
cercear, forçar, vexar, oprimir –, embora 
prevaleça, quando integra tipos penais 
incriminadores, o sentido de forçar alguém 
a fazer alguma coisa. No caso presente, no 
entanto, a construção do tipo penal não foi 
bem-feita. Nota-se que o verbo 
constranger exige um complemento. 
Constrange-se alguém a alguma coisa. 
Assim, no caso do constrangimento ilegal 
(art. 146, CP), força-se alguém a não fazer 
o que a lei permite ou a fazer o que ela não 
manda. O tipo penal do art. 216-A, no 
entanto, menciona, apenas, o verbo 
constranger, sem qualquer 
complementação, dando a entender que 
está incompleto. Afinal, a previsão “com o intuito 
de obter vantagem ou favorecimento sexual” é 
somente elemento subjetivo específico, dizendo 
respeito à vontade, sem qualquer ligação com a 
conduta retratada pelo constrangimento, 
interpretando como um constrangimento ilegal 
específico, assim como ocorre nos delitos de 
estupro e atentado violento ao pudor, com a 
diferença de que, no caso do assédio, não há 
violência ou grave ameaça. Assim, deve-se 
entender que a intenção do autor do assédio é 
forçar a vítima a fazer algo que a lei não manda ou 
não fazer o que ela permite, desde que ligado a 
vantagens e favores sexuais. Quer o agente obter, 
em última análise, satisfação da sua libido – por isso 
o favorecimento é sexual – de qualquer forma. A 
concessão de vantagem sexual não é, por si, ilegal, 
mas, ao contrário, trata-se de fruto da liberdade 
de qualquer pessoa. Por isso, somente quando 
o superior forçar o subordinado a prestar-
lhe tais favores, sem a sua concordância 
livre e espontânea, termina constrangendo 
a vítima a fazer o que a lei não manda. Em 
síntese: qualquer conduta opressora, tendo por fim 
obrigar a parte subalterna, na relação laborativa, à 
prestação de qualquer favor sexual, configura o 
assédio sexual; 
 
 Elemento subjetivo do tipo específico é a 
finalidade de obter vantagem ou 
favorecimento sexual; 
 
 Já o elemento subjetivo do crime é o dolo; 
 
 Classifica-se como crime: próprio; formal; 
de forma livre; comissivo; instantâneo; 
unissubjetivo; unissubsistente ou 
plurissubsistente, conforme o caso; 
 
 Tentativa é admissível na forma 
plurissubsistente. 
 
 Momento consumativo se determina com a 
prática do ato constrangedor, 
independentemente da obtenção do favor 
sexual; 
 
 Sobre a causa de aumento de pena: eleva-
se em até um terço a pena se a vítima é 
menor de 18 anos. Naturalmente, 
demanda-se seja também maior de 14 anos, afinal, 
investidas contra pessoa vulnerável, com o objetivo 
de ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso constitui estupro ou tentativa de estupro 
(art. 217-A). 
 
 
• Registro não autorizado da intimidade 
sexual: 
 
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou 
registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de 
 
 
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nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e 
privado sem autorização dos participantes: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 
(um) ano, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem 
realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou 
qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa 
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de 
caráter íntimo. 
Sobre o registro não autorizado da intimidade 
sexual: 
 Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; 
 
 O sujeito passivo também pode ser qualquer 
pessoa. Naturalmente, será um (ou mais) 
dos indivíduos em cena de nudez ou ato 
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e 
privado; 
 
 Objeto jurídico é a dignidade sexual. Embora 
esteja sob o capítulo I (crimes contra a 
liberdade sexual), no caso presente, 
envolve-se a dignidade do ser humano, 
exposto em sua intimidade e privacidade. 
 
 Objeto material é conteúdo com cena de 
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter 
íntimo e privado (caput) ou a montagem em 
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro 
registro (parágrafo único); 
 
 Os elementos objetivos do tipo são ass 
condutas previstas no caput do tipo 
incriminador são: produzir (criar ou 
gerar algo), fotografar (registrar na 
memória de máquina), filmar (registrar algo 
em filme) ou registrar (inscrever algo na 
memória de qualquer máquina). O modo pelo 
qual as imagens serão captadas é livre (“por 
qualquer meio”). O alvo do registro é o 
“conteúdo com cena de nudez ou ato sexual 
ou libidinoso de caráter íntimo e privado”. A 
cena de nudez pode ser total ou parcial, já 
que o tipo não especifica. Não havia 
necessidade de se inserir o termo sexual 
(algo relativo aos órgãos sexuais), pois está 
embutido no ato libidinoso (qualquer ato 
envolvendo prazer ou apetite sexual ou 
sensual). Esse ato – sexual ou libidinoso – é 
de caráter amplo, abrangendo qualquer 
espécie de volúpia (conjunção carnal, sexo 
oral, sexo anal, masturbação etc.). Incluiu-se 
na descrição típica um elemento normativo, 
referente à ilicitude: “sem autorização dos 
participantes”. Porém, havendo a referida 
autorização, que pode ser verbal ou por 
escrito, o fato se torna atípico. Vislumbra-
se, no parágrafo único, um tipo incriminador, 
sujeito às mesmas penas. Volta-se à 
conduta de realizar (colocar algo em prática, 
criar), cujo objeto é a montagem (junção de 
peças ou partes de alguma coisa) em 
qualquer base material apta a captar e 
inserir imagens e sons (foto, vídeo, áudio 
etc.) relativa a determinada pessoa nos 
termos já declinados: em cena de nudez, 
total ou parcial; praticando ato sexual ou 
libidinoso, de caráter íntimo (reservado, 
privado). A diferença da figura prevista no 
parágrafo único e a do caput é a seguinte: 
neste último, o agente capta imagens e/ou 
sons da vítima; no âmbito do parágrafo 
único, o agente monta quadros envolvendo 
a vítima, valendo-se de peças separadas 
(ex.: une fotos, reúne filmes etc.). 
Geralmente, a montagem é falsa (colocase 
a vítima em cena libidinosa, juntando fotos 
que, isoladamente, representam outra 
coisa), enquanto a captação é autêntica. A 
pena fixada é de detenção, de seis meses a 
um ano, e multa. Conferir o capítulo XIII, item 
2.1, da Parte Geral; 
 
 No elemento subjetivo do tipo específico 
não há na figura prevista no caput. No 
parágrafo único,

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