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VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE – ARTIGO 215 
 
Violação sexual mediante fraude 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre 
manifestação de vontade da vítima: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa. 
 
O crime em questão unificou os antigos delitos de posse sexual 
mediante fraude e atentado ao pudor mediante fraude (arts. 215 e 216, 
Código Penal). 
Trata-se do “estelionato sexual”. 
 
1. QUADRO COMPARATIVO 
 
Antes da lei 12.015/09 Depois da lei 12.015/09 
Art. 215 (posse sexual mediante 
fraude) 
Esse crime consistia na conjunção 
carnal mediante fraude praticada 
por homem contra mulher. 
 
Art. 216 (atentado ao pudor 
mediante fraude) 
Esse crime consistia em atos 
libidinosos diversos da conjunção 
carnal praticados por qualquer 
pessoa contra qualquer pessoa. 
 
- Art. 215 (violação sexual 
mediante fraude. 
Após a lei 12.015, reuniram-se os 
dois tipos penais num único, o 
artigo 215 e 216. 
 
Houve abolitio criminis do art. 216? 
Não. Trata-se da aplicação do 
princípio da continuidade 
normativo típica. 
 
2. SUJEITO ATIVO 
Trata-se de crime comum. Trata-se de delito bicomum, isto é, sujeito 
ativo e passivo podem ser qualquer pessoa. 
 
Obs. Há que se ter cuidado com o art. 226, Inciso I e II do CP. 
 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) 
ou mais pessoas; 
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador 
da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
 
 
3. SUJEITO PASSIVO 
Trata-se de crime comum. Trata-se de delito bicomum. 
Obs. Tratando-se de vítima menor de 14 de anos, caracteriza-se o estupro 
de vulnerável, nos termos do art. 217-A do CP. 
 
E no caso de vítima virgem? 
 
Antes da Lei 12.015 Depois da Lei 12.015 
O fato de a vítima ser virgem, 
gerava a aplicação do art. 215, de 
forma qualificada. 
O fato de a vítima ser virgem 
configura o art. 215. 
A pena base poderá ser 
majorada. 
 
E a situação de mulher honesta? 
Na redação original do Código Penal, só a mulher honesta poderia 
figurar como sujeito passivo. Mulher honesta era aquela que não tivesse 
rompido com o mínimo de decência exigido pelos bons costumes. A 
referência à honestidade da vítima já havia sido retirada do Código 
Penal pela Lei 11.106/05. Atualmente, qualquer pessoa, homem ou 
mulher, honesto ou não, pode ser vítima do crime. Ex: prostituta e garoto 
de programa. 
 
 
4. TIPO OBJETIVO 
Punem-se atos de libidinagem praticados mediante fraude. Atos de 
libidinagem, atualmente, caracterizam conjunção carnal e atos 
libidinosos. Nesse sentido, pune-se o estelionato sexual. 
 
De acordo com a lei, há dois meios de execução do crime, quais sejam: 
i) fraude. 
ii) meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima. 
 
Fraude é o engodo utilizado pelo agente, para induzir ou manter a 
vítima em erro. De acordo com Flávio Monteiro de Barros, a fraude deve 
ser empregada para enganar a vítima, sobre a identidade pessoal do 
agente ou a legitimidade da conjunção carnal ou do ato de libidinagem. 
Ocorre erro sobre a identidade pessoal do agente quando a vítima 
toma uma pessoa por outra. Ex: manter relação sexual com o irmão 
gêmeo do marido. 
 
O erro sobre o estado civil ou a condição social do agente não é 
suficiente para a configuração do crime. 
 
Ocorre erro sobre a legitimidade da relação quando a vítima 
acredita manter a conjunção carnal ou o ato libidinoso dentro dos 
padrões legais e morais da sociedade. Ex: simulação de casamento; 
médico ou enfermeiro que, a pretexto de realizar o exame, apalpa 
lascivamente as partes íntimas da vítima; curandeiro que convence a 
vítima de que é necessária a prática de ato sexual para curar-lhe de 
determinado mal. 
 
O crime pode também ser praticado mediante o emprego de meio 
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Ex: 
coação resistível; embriaguez incompleta etc. 
 
Se, porém, a vítima tiver, por qualquer causa, suprimida a sua 
capacidade de discernimento e resistência, o crime será de estupro de 
vulnerável (art. 217-A). Ex: embriaguez completa. 
A fraude utilizada na execução NÃO pode anular a capacidade de 
resistência da vítima, caso em que estará configurado o estupro de 
vulnerável (art. 217-A). Assim, não pratica estelionato sexual, mas estupro 
de vulnerável, o agente que usa psicotrópicos para vencer a resistência 
da vítima e com ela praticar atos de libidinagem. 
 
No direito civil há dois vícios de vontade: coação (ameaça sem ser 
grave) e simulação. A simulação já se encontra abrangida na fraude. 
Nesse sentido, a simples ameaça (sem ser grave – chamada de coação 
resistível) irá configurar estelionato sexual. Ex.: temor reverencial. 
 
 
5. TIPO SUBJETIVO 
Trata-se de crime punido a título de dolo. Há que se ter em conta o 
art. 215, parágrafo único. Isso porque, a finalidade econômica, se houver, 
faz surgir a pena de multa. 
 
 
6. CONSUMAÇÃO 
O crime se consuma com a prática do ato de libidinagem. 
 
 
7. TENTATIVA 
É perfeitamente possível a tentativa. 
 
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL – ARTIGO 215-A 
 
Importunação sexual 
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso 
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime 
mais grave. 
 
Este tipo penal veio para revogar o artigo 61 da Lei de 
Contravenções Penais que tratava da conduta de importunação 
ofensiva ao pudor, devido a sua ineficácia, constatada por meio do ato 
realizado por um sujeito que teria ejaculado nas costas de uma 
passageira dentro de um ônibus em São Paulo. 
 
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de 
modo ofensivo ao pudor: 
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 
Não houve, segundo Cleber Masson, abolitio criminis da 
contravenção penal, apenas a sua apresentação como crime, 
ocorrendo assim a atuação do princípio da continuidade típico-
normativa. 
 
Este tipo penal é famoso, principalmente por condutas que ocorrem 
em vagões de trem, festas e eventos, como carnaval, onde pessoas 
chegam a se encostar umas nas outras, buscam beijar a força e agarrar 
as pessoas sem o seu consentimento. 
 
Esse crime pode ser de competência tanto da Justiça Estadual 
como da Justiça Federal. 
 
a) Sujeito ativo 
Qualquer pessoa, sendo crime comum. 
 
b) Sujeito passivo 
Qualquer pessoa, sendo crime comum. Se for menor de 14 anos 
temos o crime do artigo 218-A do Código Penal. 
 
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, 
ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim 
de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
c) Objeto jurídico tutelado 
A liberdade e dignidade sexual, principalmente no tocante o direito 
de ir e vir sem ser molestado e não ser incomodado por outra pessoa. 
 
d) Objeto material 
A pessoa molestada, a quem o ato libidinoso é dirigido. Esse tipo é 
subsidiário e se a conduta for conjunção carnal, temos o crime de 
estupro. 
É necessário a prática do ato contra uma vítima direta, 
determinada. 
 
e) Elementos objetivos do tipo 
Trata-se das condutas descritas no tipo penal, como praticar. Pode 
ocorrer tanto na conduta comissiva quanto na omissiva, quando o 
agente tem o dever legal de agir, mas não age para satisfazer a sua 
própria lascívia, exemplo, guarda no metrô que não age. 
Praticar significa realizar, executar algo ou exercitar. 
O ato é praticado sem a anuência da vítima, que significa sem 
autorização, sem consentimento válido.O ato exige finalidade específica que é direcionado para a 
satisfação do prazer sexual. 
 
Guilherme Nucci exemplifica dizendo que pratica esse crime a 
pessoa, que com ou sem contato físico, mas visível e identificável, satisfaz 
o seu prazer sexual, sem que haja concordância válida das partes 
envolvidas. 
 
Obs. Para Nucci, as pessoas maiores de 14 anos podem dar 
consentimento válido para o contato sexual, porém, sem o 
consentimento, inúmeras condutas podem ser inseridas no contexto 
deste tipo penal, desde que com a finalidade específica de satisfazer a 
lascívia, como por exemplo, masturbar-se na frente de alguém de 
maneira persecutória, ejacular em alguém ou próximo à pessoa, de 
modo que esta se constranja, exibir o pênis a alguém de maneira 
persecutória, tirar a roupa diante de alguém de maneira persecutória 
etc. 
 
Obs. Cleber Masson aponta que se a conduta não tiver conotação de 
satisfazer a lascívia e sim menosprezar a vítima, temos o tipo de injúria real 
do artigo 140, §2º do CP. Exemplo, Joaquim se masturba e ejacula no 
terno do noivo, com o fim de humilhá-lo. 
 
f) Elemento subjetivo do tipo 
Existe, como dito anteriormente, elemento subjetivo específico, que 
consiste em satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro. 
 
g) Consumação 
A consumação ocorre com a simples prática do ato libidinoso sem 
precisar atingir a lascívia do agente. 
 
h) Tentativa 
A tentativa é possível. 
 
Guilherme Nucci classifica esse crime como sendo um crime 
comum, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo e 
plurissubsistente. 
 
i) Distinções 
a) Com o crime de Estupro 
Na importunação sexual não tem conjunção carnal realizada sem o 
consentimento da vítima, não há emprego de violência e grave 
ameaça, não sendo a vítima constrangida a praticar ou permitir que 
com ela se pratique ato libidinoso, sendo o ato praticado pelo agente. 
b) Com o crime de ato obsceno 
Na importunação sexual o ato libidinoso é praticado contra uma 
pessoa determinada e sem o seu consentimento. 
 
 
ASSÉDIO SEXUAL – ARTIGO 216-A 
 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de 
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, 
cargo ou função. 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 
(dezoito) anos. 
 
O assédio sexual é a insistência inoportuna de alguém, em posição 
privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de seu 
subalterno. 
 
2. SUJEITO ATIVO 
Trata-se de crime o qual somente pode ser praticado por superior 
hierárquico ou por quem tenha ascendência sobre a vítima. Trata-se de 
crime bipróprio (exigindo qualidade especial tanto do sujeito passivo, 
quando do sujeito ativo). 
 
3. SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo é o subordinado. Trata-se de crime bipróprio. 
 
Aplica-se a majorante prevista no art. 226, Inciso II, salvo as hipóteses 
de “preceptor ou empregador” para evitar bis in idem, vez que elas já 
configuram elementares do tipo. 
 
Art. 226. A pena é aumentada: 
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, 
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador 
da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
 
Aplica-se também a majorante do artigo 234-A do CP 
 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
I – (VETADO); 
II – (VETADO); 
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; 
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima 
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser 
portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. 
 
E se a vítima é menor de 18 anos? 
 
Antes da lei 12.015 Depois da Lei 12.015 
O fato de a vítima ser menor de 18 
anos era uma circunstância 
judicial desfavorável. 
 
O fato de a vítima ser menor de 18 
anos é causa de aumento de 
pena, nos termos do art. §2º do art. 
216-A. O aumento será de ATÉ 1/3. 
Trata-se, portanto, de lei 
irretroativa. 
 
4. ASSÉDIO SEXUAL X ASSÉDIO AMBIENTAL X ASSÉDIO MORAL 
 
Assédio Sexual Assédio Ambiental Assédio Moral 
Fim sexual. 
 
Sujeito Ativo: superior 
hierárquico. 
Sujeito Passivo: 
subordinado. 
 
Obs. Se o assédio for do 
subordinado em 
relação ao superior 
hierárquico (ou entre 
agentes de mesmo 
grau hierárquico) 
poderá haver 
constrangimento ilegal 
ou importunação 
sexual. 
 
Fim sexual. 
 
Sujeito Ativo: 
qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo: 
qualquer pessoa. 
Não necessariamente 
tem fim sexual, 
podendo abranger a 
robotização e a 
ridicularização no 
ambiente laboral. 
 
Sujeito Ativo: superior 
hierárquico, apesar 
de agora o TST 
entender que existe a 
possibilidade de 
assédio moral 
horizontal, isto é, 
qualquer funcionário. 
Sujeito Passivo: 
subordinado, em tese. 
 
5. TIPO OBJETIVO 
Constrangimento buscando vantagem ou favores sexuais. 
Para uma 1ª corrente (majoritária), haverá o crime quando o agente 
busca vantagem para si (“vantagem sexual”) ou para outrem 
(“favorecimento sexual”). Já para uma 2ª corrente, o agente deve 
buscar benefício próprio. Isso porque, se fosse a intenção do legislador 
abranger “para outrem”, teria sido expresso, como foi no furto, roubo, 
estelionato etc. 
 
Apesar de ser crime de execução livre, não admite violência ou 
grave ameaça. Havendo violência ou grave ameaça, outro será o crime, 
a exemplo do estupro. 
 
É possível assédio sexual de professor em face do aluno? 
Há que se ter em conta o pressuposto previsto no art. 216-A, qual 
seja: “prevalecendo-se o agente de sua condição de superior 
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo 
ou função”. 
 
De acordo com Nucci, superior hierárquico retrata uma relação 
laborar no âmbito público, enquanto a ascendência, a mesma relação, 
porém no campo privado, ambos inerentes ao exercício de emprego, 
cargo ou função. Logo, não existirá o crime de assédio sexual. 
Por outro lado, para Luiz Regis Prado, superior hierárquico retrata 
condição decorrente de relação laboral, no âmbito público ou privado. 
Já a ascendência uma relação de domínio, influência, respeito, 
dispensando a relação laboral. Nesse sentido, existe crime de assédio 
sexual envolvendo professor e aluno. 
 
6. TIPO SUBJETIVO 
Trata-se de crime punido a título de dolo mais a finalidade especial 
(obter vantagem ou favorecimento sexual). 
 
7. CONSUMAÇÃO 
O assédio sexual é crime habitual ou crime não habitual? 
Para uma 1ª corrente, o crime se consuma com qualquer ato 
indicativo de constrangimento, dispensando a obtenção da vantagem 
ou favor visado. Nesse sentido, trata-se de delito formal e não habitual. 
Admite a tentativa, a exemplo do bilhete interceptado. 
 
Para uma 2ª corrente, o crime se consuma com a reiteração de atos 
indicativos de constrangimento. Nesse sentido, trata-se de delito formal e 
habitual. 
Nesse sentido (sendo habitual), NÃO se admite tentativa. 
 
REGISTRO NÃO AUTORIZADO DE INTIMIDADE SEXUAL – 216-B 
 
CAPÍTULO I-A 
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL 
Registro não autorizado da intimidade sexual 
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, 
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter 
íntimo e privado sem autorização dos participantes: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em 
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir 
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. 
 
a) Sujeito ativo 
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer 
pessoa, inclusive um dos participantes do ato. 
 
b) Sujeito passivo 
Trata-se de crime comum, podendo ser praticado contra qualquer 
pessoa. Caso seja menor de 18 anos, há tipo específico no Estatuto da 
Criança e adolescente, artigos 240, 241, 241-A, 241-Be 241-C, 241-D e 241-
E. 
 
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por 
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo 
criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, 
ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou 
adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem 
com esses contracena. 
 
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: 
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; 
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade; ou 
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim 
até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, 
empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha 
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento 
 
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que 
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança 
ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou 
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática 
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de 
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: 
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, 
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; 
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às 
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo. 
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são 
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, 
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito 
de que trata o caput deste artigo. 
 
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, 
vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou 
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena 
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. 
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de 
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas 
descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a 
comunicação for feita por: 
I – agente público no exercício de suas funções; 
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas 
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o 
encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; 
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de 
acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o 
recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao 
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. 
§ 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo 
o material ilícito referido. 
 
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena 
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem 
ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de 
representação visual: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à 
venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, 
adquire, possui ou armazena o material produzido na forma 
do caput deste artigo. 
 
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de 
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de 
sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato 
libidinoso; 
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de 
induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente 
explícita. 
 
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena 
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que 
envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou 
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou 
adolescente para fins primordialmente sexuais. 
 
c) Objeto jurídico 
A dignidade sexual da pessoa ou pessoas que foram expostas no 
material, bem como os direitos à intimidade, à privacidade e a honra de 
pessoa determinada. 
 
d) Objeto Material 
Material contendo cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso das 
pessoas ali envolvidas, sem suas autorizações, bem como a montagem 
desse material, incluindo pessoas que não participaram do ato. 
 
e) Elementos objetivos do tipo 
Os verbos do tipo são produzir, fotografar, filmar ou registrar no 
mecanismo de qualquer aparelho, conteúdo com cena de nudez ou ato 
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado, de maneira ampla, total 
ou parcialmente, sem autorização dos participantes. 
Se existir autorização, seja ela verbal ou por escrito, o fato é atípico. 
O parágrafo único pune a conduta de realizar montagem relativo a 
determinada pessoa em cena de nudez, total ou parcial, praticando ato 
sexual ou libidinoso, de caráter íntimo. 
 
A mera captação de imagens sensuais de uma pessoa, sem 
autorização já constitui a prática deste tipo penal, bem como a simples 
montagem também. 
 
f) Elemento subjetivo específico 
Não há fim específico no caput, porém no parágrafo único, 
montagem, temos um fim específico com a inclusão de pessoa 
determinada em montagem. 
 
g) Elemento Subjetivo do crime 
O crime é praticado com dolo. 
 
h) Consumação 
O crime se consuma com a execução dos verbos do tipo, 
independentemente de qualquer resultado naturalístico. Ocorre mero 
exaurimento, capaz de elevar a pena, a divulgação do registro, por 
qualquer meio. 
 
i) Tentativa 
A tentativa é possível. 
 
Para Cleber Masson, o tipo penal é um crime comum, de forma livre, 
comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.

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