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Hipóteses Legais que excluem a Presunção da Veracidade – art. 302 do CPC

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Hipóteses Legais que excluem a Presunção da Veracidade – art. 302 do CPC
Sostenes Henrique 
	
	
Hoje é dia estudar as hipóteses legais, previstas no Código de Processo Civil, que excluem a presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor mesmo diante da inércia do réu após o ato citatório.
Assim, vemos que as hipóteses em que não há presunção de veracidade ainda que não haja impugnação específica dos fatos narrados na exordial estão ressalvadas no art. 302 do CPC: 
“Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.” 
Dessa forma, quanto ao tema, ainda podemos fazer as seguintes observações.   
Não obstante tenha havido revelia os seus efeitos não ocorrem: 
a) Quando um terceiro houver ingressado no processo como assistente do revel, hipótese em que será considerado seu gestor de negócios (art. 52, §único do CPC). 
b) Quando a citação houver sido ficta (por edital ou hora certa), já que o curador especialdeverá promover a defesa do réu revel (art. 9º, II, c/c art. 302, §único do CPC). 
Pluralidade de réus, quando um deles contesta a ação - art. 320, I do CPC 
Não haverá revelia quanto ao fato comum entre o litisconsorte revel e o litisconsorte atuante, não se aplicando aqui o princípio da autonomia dos co-litigantes. Assim, se os fatos tiverem cunhogenérico e apenas um dos litisconsortes contestar, a presunção de veracidade será afastada com relação a todo grupo litisconsorcial; mas se o fato for específico e dizer respeito à apenas um dos litisconsortes, não tendo este contestado, será à ele aplicada a presunção de veracidade. 
Exemplo: uma ação de indenização por acidente de trânsito ajuizada contra o suposto proprietário do veículo e a pessoa que o dirigia no momento do sinistro. 
Se apenas o suposto proprietário contestar a ação, alegando a inexistência de dano, ou culpa de quem dirigia o seu veículo, mesmo que o outro réu se torne revel, o juiz não poderá lhe aplicar a presunção de veracidade do dano ou da culpa porque apesar do réu revel não ter contestado, a réu que compareceu aos autos impugnou os fatos alegados pelo autor que também lhe diziam respeito. Mas se o réu que atuou no feito impugnar apenas a sua condição de proprietário, sem impugnar os demais fatos, estes poderão ser presumidos verdadeiros com relação ao réu revel. 
Litígio que versa sobre interesse indisponível - art. 320, II do CPC
Nas ações que versam sobre direitos indisponíveis, em regra, os direitos extrapatrimoniais ou públicos, sobre os quais não se admite confissão, não é vedada a decretação da revelia do réu, mas é restringida a presunção de veracidade dos fatos decorrentes da revelia. Importante salientar que existem ações como a de separação judicial que pode versar tanto sobre direitos disponíveis, como a dissolução da sociedade conjugal, como sobre direitos indisponíveis, como a guarda e educação dos filhos. 
Neste caso, só haverá efeito da revelia com relação ao que disser respeito aos aspectos disponíveis. Já quanto à Fazenda Pública, prevalece o entendimento de que não se aplicam os efeitos da revelia, mas com as devidas ressalvas, já que essa mitigação do efeito da revelia não poderá servir de escudo para que os entes públicos deixem de impugnar os argumentos da parte contrária (RESP 635.996-SP/DJ de 17/12/2007). 
A petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato - arts. 320, III, e 302, II do CPC
A regra preceitua que o juiz não pode presumir como verdadeiros os fatos alegados pelo autor que só podem ser provados por documentos, como, por exemplo, os contratos de venda de bens imóveis, que dependem de escritura pública, da própria substância do negócio. Isto porque sem o instrumento público, a existência do negócio que o exige não poderá ser demonstrada, porque ele não terá se aperfeiçoado. Daí o art. 366 do CPC determinar que quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Importante: Nos casos relacionados ainda que o réu não conteste, em razão do princípio do ônus da prova, o autor tem de fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito (art. 333, I, CPC), sendo vedado ao juiz julgar antecipadamente a lide (art. 320, I, CPC).

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