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Prova no Processo Civil

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Conceito: 
 
De acordo com o Código de Processo Civil em seu artigo 369, a 
prova é todo meio legal, bem como os meios moralmente 
legítimos, que tem a finalidade de provar a verdade dos fatos, 
seja na propositura da ação pelo autor, seja na defesa pelo réu. 
Segundo o professor Humberto Theodoro Júnior, a prova 
advém de fatos, que são alegados pelas partes com o intuito de 
convencer o juiz da verdade. Tal convencimento enseja na 
solução jurídica do litígio, que será revelada na sentença. 
Entretanto, se o juiz não ficar convencido da veracidade de tais 
fatos alegados, não terá ocorrido a prova, mas sim a 
apresentação de elementos com que se pretendia provar, como 
documentos, perícia, testemunhas, etc. Portanto, para que a 
sentença solucione o conflito, não basta somente que as partes 
aleguem fatos, mas sim que o juiz se certifique da veracidade 
destes. 
De acordo com o mesmo doutrinador, a prova tem dois 
sentidos: 
a) O sentido objetivo que é "o instrumento ou o meio hábil para 
demonstrar a existência de um fato."[1] 
b) O sentido subjetivo "que é a certeza (estado psíquico) 
originada quanto ao fato, em virtude da produção do 
instrumento probatório (...) é a convicção formada no espírito 
julgador em torno do fato demonstrado."[2] 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
Por fim, o momento mais comum em que a prova é produzida 
pelas partes é na fase de instrução do processo, que se inicia 
após o despacho saneador e finaliza-se no momento em que o 
juiz abre para o debate oral. Porém, os 
artigos 320 e 434 do CPC, tratam da exceção, a prova 
documental, que poderá ser produzida na fase postulatória. 
1.2. Características da Prova: 
Toda prova tem um objeto, uma finalidade e um destinatário. 
Sendo assim, o objeto da prova são os fatos relevantes 
deduzidos pelas partes para o julgamento da ação. 
De acordo com Humberto Theodoro Jr., há dois tipos de 
provas, a prova direta, que “demonstra a existência do próprio 
fato narrado nos autos”[3], e a prova indireta, que está ligada 
diretamente a um fato não inserido nos autos, mas que a partir 
de um raciocínio lógico, se chega a uma conclusão dos fatos 
narrados nos autos. Este tipo de prova é a chamada prova por 
presunção. 
Somente os fatos juridicamente relevantes é que devem ser 
provados. É o que diz o artigo 374 do CPC, assim, os fatos 
notórios, os fatos afirmados por uma parte e confessados pela 
parte contrária, os fatos incontroversos e os fatos em cujo favor 
milita presunção legal de existência ou veracidade, não 
necessitam de comprovação. Portanto, cabe ao juiz definir em 
audiência, quais são os fatos relevantes a serem provados. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705384/artigo-320-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10693674/artigo-434-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700220/artigo-374-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
Já a finalidade da prova é o convencimento do juiz da 
veracidade dos fatos alegados. E, portanto, o destinatário da 
prova será o juiz. 
É importante ressaltar que as provas produzidas no processo 
devem ser lícitas, de acordo com o artigo 369 do Código de 
Processo Civil, "meio moralmente legítimo". Porém, no que 
tangem as provas ilícitas, de acordo com o 
artigo 5, LVI da Constituição Federal, serão inadmitidas as 
provas ilícitas no processo, entretanto, a jurisprudência 
entende em uma de suas correntes que é possível que o juiz 
admita a prova produzida ilicitamente dependendo do modo 
como esta produção foi realizada. Sendo assim, o juiz aplicará o 
principio da proporcionalidade, ou seja, se aquele meio de 
prova, obtido de forma ilícita for extremamente importante, ela 
será incorporada ao processo, mas quem a produziu poderá 
sofrer penalidades criminais. 
1.3. Ônus da Prova: 
“O ônus da prova consiste na conduta processual exigida pela 
parte para que a verdade dos fatos por ela arrolados seja 
admitida pelo juiz.”[4] Ou seja, ambas as partes tem a opção de 
provar o fato alegado, porém, escolhendo não prová-los, o 
litigante assume o risco de não obter um resultado positivo do 
juiz perante a sua causa. Isto decorre da máxima antiga que diz 
que fato alegado e não provado é o mesmo que fato inexistente. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728274/inciso-lvi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
De acordo com o artigo 373 do Código de Processo Civil, ao 
autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo do seu 
direito e ao réu cabe o ônus de provar fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito que pretenda ser seu. 
Sendo assim, quando o réu contestar a alegação do autor, 
somente negando o fato pretendido por ele, cabe ao autor o 
ônus de provar a veracidade de seus fatos alegados, sob pena 
de não convencer o juiz que o pretendido direito é seu, ou seja, 
perder a causa. Entretanto, se o réu contestar alegando fato 
modificativo, extintivo ou impeditivo de direito, o ônus da 
prova é seu, já que nestes casos o próprio réu assume, 
implicitamente, que as alegações do autor são verdadeiras, ou 
seja, os fatos alegados por ele são incontroversos, dispensando, 
portanto qualquer prova. 
Há que se falar também da inversão do ônus da prova nos 
direitos do consumidor. De acordo com o 
artigo 6, VIII do Código de Defesa do Consumidor, a inversão 
do ônus da prova é a inversão da tarefa de provar do autor, que 
é o consumidor, ao réu que é o fornecedor. Caberá a inversão 
do ônus da prova somente em duas situações: quando há 
hipossuficiência do consumidor, ou seja, quando há dificuldade 
em provar o seu direito ou então quando o autor estiver 
vulnerável em relação ao réu. Ou então caberá esta inversão 
quando presente a verossimilhança das alegações do 
consumidor. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700294/artigo-373-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
A inversão do ônus da prova somente ocorrerá se o juiz 
entender que estão presentes estes dois requisitos ou somente 
um deles, e esta decisão deve ser feita no momento de 
saneamento, antes da fase probatória, para que as partes 
possam ter conhecimento da inversão do ônus da prova e se 
desincumbirem das provas que lhe cabem. 
Sendo assim, competirá ao réu provar "fatos que possam 
exclui-lo da esfera de responsabilidade, diante do quadro 
evidenciado no processo, como, v. G, o caso fortuito, a culpa 
exclusiva da vítima, a falta de nexo entre o resultado danoso e o 
produto consumido, etc."[5] 
Por fim, vale ressaltar que o Código de Defesa do 
consumidor não teve a intenção de retirar do consumidor toda 
a tarefa de provar, "mas apenas de diminuir as possíveis 
dificuldades técnicas na produção das provas necessárias à 
defesa de seusdireitos em juízo." [6] 
1.4. Meios de prova: 
De acordo com o Código de Processo Civil, os meios de provas 
são: depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou 
coisa; prova documental; prova testemunhal; prova pericial e 
inspeção judicial. 
Há também outros meios de provas que não estão tipificados 
no Código de Processo Civil, como os “moralmente legítimos”, 
que diz o artigo 369, como já mencionado anteriormente. 
Sendo eles, como por exemplo, a prova emprestada que é a 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700800/artigo-369-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
prova produzida em outro processo, mas que pode ser utilizada 
em um processo atual, por ter alguma relevância. Bem como 
a prova por presunção, já mencionada anteriormente. 
2. DO DEPOIMENTO PESSOAL: 
O Código de Processo Civil vigente alude em seu artigo 385 a 
possibilidade do Magistrado realizar e officio para que as 
partes compareçam pessoalmente para interrogatório. Assim 
como a prova testemunhal, o depoimento pessoal depende da 
oitiva, ou seja, a partir de um interrogatório simples o juiz 
pretende esclarecer os fatos de forma verbal. É uma medida 
social em que o Magistrado pode interagir e ter contato direto 
com as partes assimilando detalhes comportamentais que a 
forma escrita não transparece e auxiliar na completude da 
cognição judicial. 
É possível que durante o interrogatório possa ser exarada a 
confissão, mas este não é o seu objetivo. Todavia, como de 
forma conveniente, pode, conforme nos traz o mesmo artigo 
do CPC, as partes requererem o depoimento pessoal da parte 
contrária quando não for declarado de ofício pelo juiz, a fim de 
que seja extraída a confissão, e portanto, interrogada com 
perguntas por si formuladas, mas apresentadas pela pessoa do 
juiz que figura como representante do Estado. O mesmo 
dispositivo, em seu parágrafo segundo admite que a recusa a 
depor implica na pena de confissão. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699421/artigo-385-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
Como dito anteriormente, conceitua-se que o juiz pode 
requerer de ofício o depoimento pessoal assim como predito no 
artigo 370 do diploma processual. Mas se assim realizado, o 
juiz deve manter estável o princípio da igualdade das partes e 
determinar que ambas sejam ouvidas, e não meramente uma 
delas a menos que isso não seja conveniente como por exemplo 
em uma investigação de paternidade, em que o menor não 
apresenta a carência de expor fatos ainda que representado 
pela genitora por conta de que sob o ponto de vista da mãe não 
há dúvidas sobre a paternidade que está sendo apresentada em 
juízo. 
O eventual não comparecimento ao interrogatório ainda que 
requerido ex officio implica em pena de confissão de acordo 
com o entendimento jurisprudencial. Vejamos: 
“I – Aplica-se a pena de confissão à parte que, 
expressamente intimada com aquela cominação, não 
comparecer à audiência em prosseguimento, na qual 
deveria depor. II – A prova pré-constituída nos autos 
pode ser levada em conta para confronto com a 
confissão ficta (CPC 400, I), não implicando 
cerceamento de defesa o indeferimento de provas 
posteriores”. 
(TST74 2º TACivSP, EI 310279, rel. Juiz Ferraz de Arruda, j. 
24.4.1992, m. V., RT 682/129) 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
Entretanto, vale dizer que não podemos afastar a ideia de que o 
depoimento pessoal possa vir a beneficiar a própria parte 
depoente como passaremos a destacar: 
“Nem se diga que o depoimento da parte litigante não 
possa beneficiá-la em Juízo, aumentando-lhe a 
perspectiva de obter ganho de causa. Essa 
possibilidade foi suficientemente demonstrada, na 
Itália, por MAURO CAPPELLETTI (La testemonianza 
dela aprte nel sistema dell’oralità) e, no Brasil, por 
MONIZ DE ARAGÃO (Exgese do Código de Processo 
Civil. Rio de Janeiro: Aide, 1981. V. IV, t. I, p. 146). Eis 
o entendimento do jurista por último citado: ‘No 
texto comentado (que é o do artigo 343), cuida o 
Código do interrogatório com função probatória, a 
que denomina, com redundância tradicional, 
‘depoimento pessoal’, muito embora todo depoimento 
seja pessoal. Contrariamente ao interrogatório 
previsto no artigo anterior, o depoimento da parte é 
meio de prova e como tal deve ser tratado. Nele se 
encontra manifesta infração ao princípio nullus 
testis in re sua auditur (nenhuma testemunha seja 
ouvida em causa sua), pois o litigante pode produzir 
prova em seu próprio favor (pro se declaratio) não só 
quando presta ‘depoimento pessoal’, mas em outras 
situações igualmente reconhecidas nas leis 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
processual. (P. Ex.: Confissão, artigo 354; 
assentamentos mercantis, artigo 379). Em todos 
esses casos fica afastada a ideia de testemunho da 
parte (ou de outro figurante do processo, como 
litisconsorte, p. Ex.) só ter valor naquilo em que se 
contraria o seu próprio interesse (contra se 
declaratio). A partir do momento em que se foi 
atribuída ao juiz ampla liberdade na apreciação da 
prova (art. 131), as restrições ao testemunho pro 
se enfraqueceram-se sobremodo’”. 
(RT 601/209 Em Acórdão relatado pelo juiz IVAN RIGHI, 1ª 
Câmara Cível do Extinto Tribunal de Alçada do Estado do 
Paraná). 
O entendimento de que o juiz pode determinar de ofício o 
interrogatório livre da parte é controverso em sede doutrinária. 
NELSON NERY JÚNIOR aceita conforme exegese literal do 
artigo 385, ao passo que JOÃO BATISTA LOPES ensina que “A 
redação desse artigo ressente-se de impropriedade, uma vez 
que, em boa técnica, não pode haver determinação de ofício do 
depoimento pessoal, mas apenas do interrogatório livre.”[7] 
Quanto ao colhimento do depoimento pessoal via procurador, a 
boa doutrina balizada por Moacyr Amaral Santos, Humberto 
Theodoro Júnior, entre outros orientam à inadmissibilidade 
deste modo. Vale destacar que, na conhecida fórmula de 
PONTES DE MIRANDA, em se tratando de pessoa jurídica, o 
depoimento será prestado por seus representantes, e por igual, 
poderá o preposto depor em nome da pessoa jurídica. 
No que se refere à pena de confissão, vale dizer que ela 
somente alcançará os fatos, não o direito, logo não possui 
caráter absoluto. O efeito causado é de que se torna falaciosa a 
máxima de que “a confissão é a rainha das provas” em direito 
moderno. Primeiramente devido à tecnicidade que não a 
considera como meio de prova visto que fato incontrovertido 
ou, no caso, confessado não enseja produção de provas. Depois, 
porque a cognição judicial, que leva à resolução da lide, deve 
ser alcançada de acordo com o conjunto dos autos que, em 
determinados casos, pode vir a não se harmonizar com a 
confissão, como podemos ver: 
“A ausência do autor à audiência em que deveria 
prestar depoimento pessoal, por si só, não importa 
em improcedência do pedido, devendo o juiz 
examinar as provas e formar o seu convencimento 
tanto mais quanto deficiente a Contestação que deixa 
de impugnar os fatos deduzidos na inicial que se 
tornam incontroversos.” 
(STJ, Ag. 43.984-4, Rel. Ministro Dias Trindade, j. 15.12.1993). 
Se, em caso da parte se valer de circunlóquios para não atingir 
o ponto da verdade cobrado pelo magistrado, isso será 
consignado quandoda prolação da Sentença nos termos do 
artigo 386 do CPC. A parte somente será dispensada de 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699307/artigo-386-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
responder acerca de fatos criminosos ou torpes que lhe sejam 
imputados (ninguém é obrigado a produzir provas contra si 
mesmo) ou devido à profissão ou estado físico ou mental que 
incute a guarda de sigilo como põe em tela o artigo 388 do 
mesmo diploma legal. Torna-se aplicável em equiparação às 
ações de filiação, desquite e anulação de casamento ainda que o 
intimado seja cúmplice do cônjuge adúltero, este último por 
entendimento jurisprudencial (RJTJSP 33/36). 
3. CONFISSÃO 
3.1. Conceito: 
De acordo com o artigo 389 do CPC, há confissão quando “a 
parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e 
favorável ao do adversário”. (in fine) 
A confissão ocorre quando uma das partes concorda com os 
fatos alegados pela parte contrária, admitindo-os como 
verdadeiros, logo, não se trata do reconhecimento da pretensão 
da parte contrária, mas sim o reconhecimento da veracidade 
dos fatos arrolados. Sendo assim, de acordo com o professor 
Humberto Theodoro Jr, “a confissão não pode ser confundida 
com a figura do reconhecimento da procedência do pedido, que 
segundo o artigo 269, II, do CPC/73 é causa de extinção do 
processo, com resolução de mérito”[8]. 
É, portanto, um meio de prova, como os demais, que tem como 
objetivo convencer o juiz dos fatos controversos na lide. E que 
pode ser julgada em favor do confitente, basta que este fato 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698901/artigo-389-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712666/artigo-269-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10712583/inciso-ii-do-artigo-269-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
confessado não seja suficiente para o acolhimento do pedido da 
parte contrária. 
Para que ocorra a confissão, basta que nela contenha “o 
reconhecimento de um fato alegado por outra parte; a 
voluntariedade desse reconhecimento e um prejuízo para o 
confitente, em decorrência do reconhecimento.”[9] 
O doutrinador Humberto Theodoro Jr, considera que a 
confissão tem dois elementos, o elemento subjetivo, que é a 
vontade de confessar do confitente, ou seja, a intenção de 
reconhecer a veracidade do fato alegado pela parte contrária, e 
o elemento objetivo, que é o fato litigioso reconhecido 
prejudicando o confitente. 
A confissão é apenas um ônus, ou seja, uma opção aos 
litigantes, ninguém é obrigado a confessar, entretanto, ambas 
as partes tem o dever de contribuição para a verdade. Sendo 
assim, se alguém for intimado a depor, será obrigado a 
responder às indagações do juiz. 
De acordo com o artigo 343 do CPC/73, “quando o juiz não 
determinar de ofício, compete a cada parte requerer o 
depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la na 
audiência de instrução e julgamento” (in fine). Desta forma, 
chegamos ao conceito da confissão ficta ou presumida, 
que ocorrerá quando, por exemplo, o autor requerer o 
depoimento pessoal do réu e este se nega a fazê-lo, neste caso, 
o autor ficará isento de provar o fato do qual deriva a sua 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10703262/artigo-343-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
pretensão, visto que se presumem verdadeiros os seus fatos 
alegados. 
“CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE 
DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. REVELIA. CONFISSÃO 
FICTA. ALEGAÇÃO DE NÃO PAGAMENTO DE FRANQUIA. 
DOCUMENTO FISCAL NÃO IDENTIFICA QUEM PAGOU A 
QUANTIA. NÃO CABIMENTO. FALTA DE PROVAS. CULPA 
EXCLUSIVA DA RÉ PELA COLISÃO. AUSÊNCIA DE FATO 
IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO 
DO AUTOR. DESATENDIMENTO AO ÔNUS DE 
IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA. 
ARTIGOS 333, II E 302 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
REQUISITOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL PRESENTES. 
DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA. 
1. VEJA-SE AINDA QUE A RESPONSABILIDADE ADVINDA 
DO ATO ILÍCITO PREVISTA NO ARTIGO 186, DO CÓDIGO 
CIVIL, PRESUME-SE QUE AQUELE QUE AGE COM 
NEGLIGÊNCIA OU IMPERÍCIA, CAUSANDO DANO A 
OUTREM, TEM O DEVER DE INDENIZAR-LHE. 
2. COMPETE À RÉ O ÔNUS DE OPOR FATO IMPEDITIVO, 
MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR, 
BEM COMO DE SE MANIFESTAR ESPECIFICADAMENTE 
SOBRE OS FATOS NARRADOS NA INICIAL - 
ARTS. 333, II E 302 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, 
RESPECTIVAMENTE. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704205/inciso-ii-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10706559/artigo-302-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704205/inciso-ii-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10706559/artigo-302-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
3. EXISTINDO PROVA DE QUE O EVENTO DANOSO FOI 
CAUSADO POR ATO DE PREPOSTO DA RÉ, DEVE ESTA SER 
CONDENADA AO PAGAMENTO DOS PREJUÍZOS 
MATERIAIS CAUSADOS - ARTIGOS 932, IIIE 186, 
DO CÓDIGO CIVIL. 
4. HAVENDO CONDENAÇÃO, OS HONORÁRIOS DEVERÃO 
SER ARBITRADOS NOS TERMOS ART. 20, § 3º, DO CPC, 
OBSERVANDO-SE OS CRITÉRIOS ALI DISCRIMINADOS. 
RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.” 
(TJ-DF - AC: 0130710063408 DF, 
Relator: Alfeu Machado, Data de 
Julgamento: 30/04/14, Câmaras 
Cíveis/ 1ª CÂMARA CÍVEL, Data da 
Publicação: 09/05/2014. Pág.: 100) 
3.2. Requisitos Para a Eficácia da Confissão: 
De acordo com João Batista Lopes, há três requisitos para a 
eficácia da confissão, são eles: 
I- Capacidade plena do litigante: isto ocorre porque quando 
uma parte confessa ser verdadeiro o fato alegado pela parte 
contrária, ela poderá estar abrindo mão de alguns direitos, 
sendo assim, somente os maiores de idade e os agentes capazes 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677562/artigo-932-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10736397/artigo-20-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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tem legitimidade para confessar. Os seus representantes, legais 
jamais poderão confessar em lugar deles. 
II- Inexigibilidade de forma especial para a validade do fato 
confessado, ou seja, não poderá ser confessada a aquisição de 
um imóvel, sem demonstrar que tal aquisição foi transcrita no 
Registro de Imóveis. 
III- O fato confessado deve versar sobre direitos disponíveis 
3.3. Classificações da Confissão: 
A confissão pode ser feita extrajudicialmente ou judicialmente, 
podendo ser provocada ou espontânea. Ela também pode ser 
total ou parcial, como veremos a seguir. 
A confissão judicial ocorre durante o processo e deve ser 
reduzida a termo. Ela pode ser provocada, resultandotanto do 
depoimento pessoal requisitado pela parte contrária, como é, 
por exemplo, a confissão ficta, ou resultando da determinação 
judicial. 
Outro meio de confissão judicial é na forma espontânea, ou 
seja, resulta da vontade da parte em confessar. 
Já a confissão extrajudicial ocorre fora do processo, quando o 
confitente faz de forma oral ou escrita, perante a parte 
contrária ou terceiros. 
De acordo com o doutrinador Humberto Theodoro Júnior, a 
confissão verbal somente será aceita no processo se feita 
conjuntamente à prova testemunhal e somente é admitida se 
relacionada à prova de fatos jurídicos não solenes. 
Já a confissão escrita será admitida se for feita: a) diretamente 
à parte ou seu representante; b) a terceiro; c) em testamento. 
“A primeira tem a mesma eficácia probatória da judicial 
(Artigo 394 do CPC). Isto quer dizer, faz prova plena contra o 
confitente (Artigo 391 do CPC), com valor vinculante do juiz, 
por se tratar de prova legal.”[10] De acordo com a 
jurisprudência: 
“CONFISSAO EXTRAJUDICIAL FEITA POR ESCRITO TEM A 
MESMA EFICACIA PROBATORIA DA JUDICIAL. 
INTELIGENCIA DO ART. 353 DOC. P. C. VALOR 
VINCULANTE DO JUIZ, POR SE TRATAR DE PROVA LEGAL. 
PROVADO O FATO, CUMPRIA AO RÉU PROVAR O FATO 
IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR, ART. 
333I E II DO C. P. C. RE CONHECIDO E PROVIDO PARA 
JULGAR PROCEDENTE A AÇÃO AOS TERMOS DA 
SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU.” 
(STF, Recurso Extraordinário: RE82001 SP, Relator Cordeiro 
Guerra, 2ª Turma, Data de Julgamento 20/06/1975, Data da 
Publicação 05/09/1975) 
A confissão extrajudicial ser feita também por meio de 
testamento ou por meio de um procurador munido de poderes 
especiais. 
A confissão total ocorre no momento em que há constatação da 
verdade total dos fatos alegados. Já na confissão parcial há 
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somente a constatação de uma parcela da veracidade das 
alegações. 
3.4. Efeitos da Confissão: 
A confissão é considerada pela maioria da doutrina como a 
rainha das provas, isto ocorre porque é o meio de prova que 
mais gera ao juiz a convicção da verdade dos fatos. 
Sendo assim, seus principais efeitos são “fazer prova plena 
contra o confitente e suprir, em regra, eventuais defeitos 
formais do processo.”[11] 
A confissão é um marco preclusivo no processo, ou seja, após 
confessado, não se pode o confitente voltar atrás e refazê-la. 
Exceto no caso de vícios de consentimento, como o dolo, o erro 
ou a coação. Nestes casos, poderá o confitente anular a 
confissão. 
Esta confissão é anulada através de duas ações que poderão 
ser: 
a) Como uma ação anulatória, se o processo em que houve a 
confissão ainda estiver pendente; 
b) Ou em uma ação rescisória se o processo já tiver transitado 
em julgado. 
Vale ressaltar que a legitimidade para propor estas ações é 
somente do confitente, salvo se após iniciada a causa o autor 
vier a falecer, sendo permitido, portanto, que seus herdeiros 
deem prosseguimento. 
3.5. Indivisibilidade da confissão: 
Em regra a confissão é indivisível, ou seja, não poderá qualquer 
uma das partes, rejeitar um tópico e aceitar os demais, ela deve 
ser examinada inteiramente. Entretanto, se o réu confessar fato 
extintivo ou modificativo do direito do autor, a confissão 
poderá ser cindida. É o que dispõe o artigo 395, segunda parte, 
“quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de 
constituir fundamento de defesa de direito material ou de 
reconvenção.” (in fine). 
Por fim, vale ressaltar que a regra da indivisibilidade da 
confissão somente será absoluta se este for o único meio de 
prova para que o juiz possa dar a sentença. Sendo assim, 
quando o juiz pode se basear em outros elementos, outros 
meios de provas para sentenciar, a regra que se aplica é a da 
livre convicção, ou seja, o juiz poderá decidir no caso concreto 
se irá dividir a confissão ou se a manterá indivisível. 
4. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA 
4.1. Documento ou Coisa 
Segundo a definição do dicionário, documento, na técnica 
jurídica, entende-se por um papel escrito onde é possível 
mostrar ou indicar a existência de um ato, fato ou negócio. O 
documento precisa estar no sentido dos arts. 396 à 404, fora 
desta definição teremos a coisa. As coisas podem ser definidas 
como sinônimo de bens, assim sendo, elas possuem a 
capacidade de indicar todos os objetos que possam ser 
encarados com suscetíveis de direito.[12] Pontes de Miranda 
disse que as coisas se apreciam somente em suas situações 
materiais. 
4.2. Conceito 
Segundo art. 396 do Código de Processo Civil, decorre do juiz o 
poder de ordenar que a parte exiba o documento ou a coisa em 
seu poder, sempre que o exame destes sejam pertinentes para o 
processo. 
Sendo a parte intimada a fornecer o documento ou coisa em 
sua posse, este deverá ser caracterizado com minúcia, segundo 
descrito no art. 397, I do Código de Processo Civil. A finalidade 
de sua exibição também deverá ser indicada, devendo mostrar 
nexo causal, assim como as razões que possam justificar a 
permanência do documento com a parte contrária, art. 397, III. 
No entanto, o documento em posse de uma das partes 
favorecerá seu oponente na lide. Assim sendo, questiona-se 
sobre haver uma revogação parcial do princípio que afirma que 
“não se pode impor a um sujeito parcial do processo o 
encargo de trazer provas em favor do outro 
litigante”[13]. Esta opinião doutrinaria não é bem aceita por 
aqueles que entendem que a exibição de documentos possui 
fundamentos somente processuais. Afinal, a ordem auferida 
pelo juiz é para, apenas, exibir o documento ou coisa em posse 
de uma das partes para que se possa desenvolver cognição por 
parte do magistrado. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698574/artigo-396-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698527/artigo-397-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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O art. 399 do Código de Processo Civil elenca situações onde a 
lei considera obrigatória a exibição do documento ou coisa. 
“Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se: 
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir; 
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no 
processo, com o intuito de constituir prova; 
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.” 
Caso o requerido solicite o documento ou coisa em posse do 
requerente na hipóteses anteriores, este não terá o direito de se 
recusar a fornece-lo. Caso, ainda assim, haja resistência no 
fornecimento poderá ter os fatos, que este pretendia 
comprovar por meio da prova requisitada, como verdadeiros. 
Um dos requisitos inseridos na finalidade da exibição do 
documento ou coisa, é que este seja comum a ambas as partes, 
ou seja, o documento também deverá afetar o requerente e não 
só o requerido. Com isso, podemos verificar que não trata-se de 
produção de prova para prejudicar ou dar preferência a uma 
das partes, mas para “exigir cumprimento do dever de 
veracidade e lealdade que cabe a todo litigante”[14]. 
A lei atribui àquele que não detém a posse do documento a 
autoridade de exigi-lo a quem com ele esteja, fato que é muito 
frequente porque muitas vezes o indicium encontra-se em 
poder da parte contrária, ou até mesmo com terceiro. A parte 
que assim o logra pode obtê-lo de duas formas: (i) Requisição 
Judicial: É composta de peça dirigida ao juiz ou ofício dirigido 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698444/artigo-399-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
à repartição pública que são obrigadas a cumprir determinação 
judicial assim como traz o artigo 438 do CPC, in verbis: 
“Artigo 438. O juiz requisitará às repartições 
públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição: 
I – as certidões necessárias à prova das alegações 
das partes; 
II- os procedimentos administrativos nas causas em 
que forem interessados a União, os Estados, os 
Municípios, ou as entidades da administração 
indireta. 
(...)” 
Abre-se espaço para a requisição de apresentação do 
documento em questão ser exercida de ofício pelo juiz quando 
o documento que for de difícil obtenção seja de extrema 
importância para a apuração dos fatos alegados pelas partes. 
Mas isso se aplica apenas à órgão públicos e nunca à empresas 
particulares, em que as partes tem pleno alcance para solicitar 
as provas que desejam. 
Podemos tomar como exemplo de requisições à entidades 
públicas, por ordem judicial, o acionamento à Receita Federal e 
ao Banco Central, para que sejam prestadas informações 
referentes à existência de bens ou de depósitos bancários, 
mormente em processos de execução cujo prosseguimento 
pode não se completar pela ausência ou não-localização dos 
bens. Para que isso não cause dano ao sigilo fiscal protegido 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10693467/artigo-438-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
constitucionalmente (CF, art. 5º, X, XII c/c art. 37 e art. 145, § 
1º, segunda parte; e CTN, artigos 197 e 198), as declarações 
serão juntadas aos autos, porém ficarão depositadas em 
cartório, onde poderão ser consultadas apenas por aqueles que 
participam do processo. Nesse sentido: 
“Em face do interesse da Justiça na realização da 
penhora, ato que dá início à expropriação forçada, 
admite-se a requisição à repartição competente do 
importo de renda para fins de localização de bens do 
devedor, quando frustrados os esforços 
desenvolvidos nesse sentido. Cada vez mais se toma 
consciência do caráter público do processo que, como 
cediço, é instrumento da jurisdição”. (RSTJ, 21/298) 
Porém esse entendimento ainda não é pacífico em sede 
jurisprudencial, em que os Tribunais Superiores entendem que 
a própria requisição de dados à Receita Federal seria quebra do 
sigilo fiscal em si. 
Abre-se exceção ao requerimento por ordem judicial à 
entidades privadas como prestadoras de serviço de telefonia ou 
fornecimento de gás e energia elétrica, instituições financeiras, 
cadastros de proteção ao crédito entre outras prestadoras de 
natureza privada forneçam documentos ou informações ao 
juízo, como por exemplo comprovante de endereço para 
localização de réu com paradeiro desconhecido para citação. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730639/inciso-xii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10672339/artigo-145-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10672148/par%C3%A1grafo-1-artigo-145-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10672148/par%C3%A1grafo-1-artigo-145-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984008/c%C3%B3digo-tribut%C3%A1rio-nacional-lei-5172-66
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10566503/artigo-197-da-lei-n-5172-de-25-de-outubro-de-1966
(ii) Exibição de documento ou coisa: O Código Processual 
Civil trata a exibição de documento como ação cautelar 
preparatória e um incidente probatório com fulcro nos 
artigos 396 e seguintes. Compreendido em um mecanismo de 
se obter a antecipação da prova de forma autônoma que tem 
sua origem em ordenamentos de commom law os quais 
designam a apresentação ou o depósito de documentos 
relevantes para a controvérsia. Essa medida consiste em 
decisão judicial que obriga a parte contrária, ou eventualmente 
um terceiro, a apresentar o documento cobiçado em juízo, 
prolatada decisão de origem incidental probatória no curso do 
processo de conhecimento ou em uma ação própria de natureza 
cautelar. 
DINAMARCO pontua: “O ônus de exibição é imposto ao 
adversário da parte interessada em obter o documento ou 
coisa, sob pena de se admitirem como verdadeiras as alegações 
que por meio deles a parte pretendia provar (art. 400). Como 
todo ônus, este não passa de um imperativo do próprio 
interesse da parte detentora do documento ou coisa, o que 
significa que sua vontade lhe dirá se mais lhe agrada exibi-los 
ou não, mas sua inteligência o aconselhará a exibi-lo sob pena 
de suportar um mal maior. Esse não é um dever e a lei não 
institui meios para coagir a parte a entregar o documento ou a 
coisa. Em relação a terceiro, sim, existe um imperativo de 
conduta no interesse alheio, ou seja, um dever de exibição do 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698574/artigo-396-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
documento ou coisa; e como conduta exigida é de interesse da 
parte o juiz dispõe de meios coercitivos para vencer a 
resistência do terceiro que não exige o documento ou coisa 
depois de recebido o comando para fazê-lo (art. 403, c/c art. 
497)”[15]. 
A boa doutrina reza que há a necessidade de se atentar para a 
circunstância que o documento ocupa quando se busca 
acautelar pela coercitividade de sua exibição, que nesses casos 
o documento não meramente é representação de um fato, mas 
também objeto de composição patrimonial. YARSHELL frisa: 
“Sobretudo, há que se reconhecer que na exibição de 
documento há importante elemento de constrição da esfera 
jurídica do destinatário do comando judicial”[16]. A constrição 
nesse caso nada mais é do que redução patrimonial que sofrerá 
aquele que recebe a ordem de entregar o documento em 
questão. 
Por fim, não é demais dizer que a exibição pode ser associada a 
outros meios de constituição de prova por antecipação, 
podendo, às vezes redundar em produção de prova pericial. Por 
outro prisma, a exibição pode ser viabilizada mediante 
emprego de busca e apreensão, uma vez que tem como objeto a 
obtenção e principalmente a preservação de determinada fonte 
de prova. 
4.3. Documento ou Coisa em Posse de Terceiro 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Caso o documento ou coisa estiver em posse de um terceiro, o 
juiz mandará citá-lo para que este os apresente dentro do prazo 
de 10 dias. Se ele negar a obrigação de exibir ou a posse dos 
mesmos, o juiz designará audiência especial, tomando os 
depoimento dele e das partes. Caso seja necessário, também 
ouvirá o depoimento das testemunhas designadas pelas partes. 
Após desenvolver cognição, proferirá sentença. 
No entanto, caso o terceiro, sem que haja justificativa, recuse-
se a exibir os documentos ou coisas solicitadas, o juiz ordenará 
que ele deposite os documento ou a coisa em cartório ou em 
outro lugar designado no prazo de cinco dias. Ao requerente 
será imposto que embolse as despesas acarretadas do ato. Se 
ainda assim houver descumprimento da ordem, o juiz expedirá 
mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força 
policial (art. 403, Código de Processo Civil). 
Assim sendo, podemosverificar que em quanto a parte tem o 
ônus de trazer o documento, o terceiro possui a obrigação de 
fazê-lo. Se a parte negar-se de exibir o documento ou coisa 
serão presumidas como verdadeiros os fatos que se queria 
provar através da exibição do documento ou coisa solicitado. 
Caso o terceiro recuse-se a exibir, este sofrerá consequências 
de ordem civil e penal, segundo o disposto nos arts. 403, 
do Código de Processo Penal e 330 do Código Penal). 
4.4. Exibição de Livros de Sociedade 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10697961/artigo-403-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641175/artigo-403-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
Segundo os arts. 420 e 421, do Código de Processo Civil, o juiz 
pode ordenar, de ofício, que a parte forneça os livros e 
documentos de uma sociedade. No entanto, apenas 
parcialmente, extraindo-se apenas o importante para a solução 
do litígio. O juiz pode ordenar a pedido das partes que a 
exibição integral dos livros comerciais e documentos do 
arquivo, no entanto isto pode acontecer em casos de liquidação 
de sociedade, na sucessão por morte do sócio ou quando e 
como determinar a lei (arts. 396 à 404). A exibição integral dos 
livros comerciais e documentos só é possível se a própria parte 
ou a empresa a quem pertencem os livros requerer a exibição 
destes. Nélson Nery Júnior explica: 
"O juiz deve procurar resguardar o interesse empresarial da 
pessoa jurídica a quem a exibição de livros é ordenada. Não 
há necessidade de as partes se inteirarem de tudo quanto eles 
contêm. Apenas deve vir para os autos aquilo que é 
absolutamente necessário para o esclarecimento dos fatos que 
interessam ao deslinde da ação. Se o juiz entender que a 
hipótese dos autos enseja, de alguma forma, uma das 
excludentes do CPC 363, não deve ordenar a exibição ou, 
determinando-a por imprescindível, impor aos autos o 
segredo de justiça"[17] 
A Jurisprudência também já decidiu no mesmo sentido: 
“Se o documento for livro comercial, é possível que 
se apresente apenas a parte que diga com a relação 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10695045/artigo-420-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10694845/artigo-421-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
jurídico-litigiosa. O restante permanecerá intocado, 
em perfeito sigilo. 
Desta forma, o interesse nos livros comerciais é que indicará o 
caminho a seguir. Se a pretensão for comercial, o 
procedimento é mais rígido e deve seguir as hipóteses 
de acesso previstas em lei (Art. 844, III, CPC). De outro 
lado, a pretensão civil, como simples meio de prova, 
segue o rito dos Arts. 355 a 363 do CPC, devendo ser 
exibido apenas aquilo que o juiz, com prudente arbítrio, 
entender necessário.” 
(STJ, Resp 696.676/RS, 3.ª. T., J. 16.12.2004. Rel. Min. 
Humberto Gomes de Barros, Dj 28.02.2005, p. 322) 
5. A PROVA DOCUMENTAL 
5.1. Conceito 
A chamada prova documental é o meio de prova mais diverso e 
amplo daqueles elencados pelos nosso sistema jurídico. Por 
este meio é possível provar fatos e também realizar a 
comprovação de plano para casos de direito líquido e certo, 
como casos em que a própria lei afasta a admissibilidade de 
prova testemunhal ou pericial em casos de alienação fiduciária 
em garantia, compra e venda de imóvel, fiança e outras 
celebrações de Negócio Jurídico. Devido à complexidade dos 
tempos modernos e à necessidade de segurança jurídica, a 
prova documental é preferida até mesmo nas diásporas 
decorrentes de celebração negocial não solene para impedir 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10640306/artigo-844-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10640187/inciso-iii-do-artigo-844-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10702328/artigo-355-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701609/artigo-363-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
futuramente empecilhos à comprovação das obrigações 
avençadas, como em casos de locação, empreitada ou 
comodato. A prova documental, assim como expressa os 
artigos 483 e 484 do diploma processual, é ‘hierarquicamente 
superior’ por transmitir maior credibilidade, todavia, isto posto 
não significa dizer que a prova testemunhal seja imprestável. 
O Código de Processo Civil traz a regulamentação da 
apresentação comprobatória documental dos artigos 447 a 473, 
§ 3º. Passamos a analisar os pontos elencados. 
Cabe salientar que a prova documental preexiste à lide e deve 
ser apresentada em anexo à Peça Exordial (CPC 345), ou 
durante à Resposta do Réu, em sede contestante (CPC 335), 
por serem indispensável ao direito de propositura da ação ou 
defesa do réu (CPC 435). A prova documental torna-se 
indispensável porque é a partir dela que se entrega ao Estado-
juiz os primeiros indícios do direito pleiteado e proporciona 
segurança à cognição judicial que será formada. Permitido ao 
autor é contrapor com provas documentais adicionais as 
preliminares opostas pelo réu em réplica (CPC 351), 
posteriormente é cabível a juntada de documentos novos 
(CPC 435). 
Podemos conceituar o que é um documento segundo o 
magistério de LIEBMAN: “documento, em geral, é uma coisa 
que representa ou figura um fato, de modo a proporcionar a 
quem o observar um certo conhecimento sobre o fato”[18]. O é 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10692694/artigo-447-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10689917/artigo-473-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
resultado de atividade humana, mas não necessariamente se 
restrinja a representação de um ato humano anterior à sua 
composição. O documento pode representar um fato de 
qualquer natureza e trazê-lo à materialidade documental por 
qualquer via que torne possível a assimilação do fato ocorrido, 
como por exemplo fotografia, registro sonoros ou registro de 
imagens. 
5.2. Eficácia do documento alienígena 
Documentos de origem estrangeira, para que possuam validade 
em território nacional, devem ser registrados em cartório de 
títulos e documentos, acompanhados da respetiva tradução 
devidamente realizada pelo tradutor juramentado vinculado à 
Junta Comercial de cada Estado. Somente dessa forma 
possuirão eficácia em repartições pública ou em qualquer 
instância, juízo ou tribunal, em até mesmo perante terceiro 
privados assim aludido pela Lei de Registros Publicos (L. 
6.015/73, art. 129, § 6º e 148, caput). 
5.3. Classificação dos documentos 
Cuidaremos agora da classificação dos documentos. Quanto à 
origem os documentos dividem-se em públicos ou privados, 
diferenciamos os documentos públicos dos privados, porque 
aqueles, diferente destes, possuem conceito abrangente de 
documento público stricto sensu a “composição redigida em 
linguagem escrita, por oficial público, no exercício e de acordo 
com as atribuições própriasde seu cargo e conforme a forma 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034888/lei-de-registros-publicos-lei-6015-73
especial prescrita em lei, com o fito de preservar e provar fato, 
ato ou negócio jurídico em virtude de cuja validade é necessária 
sua confecção”[19]. Documentos públicos em sentido amplo 
são aqueles formulados por agente público sem destinação à 
função probatória, porém sem que perca a sua admissibilidade 
em eventual necessidade do litigante. Ao passo que 
documentos privados são aqueles que apenas geram 
efeitos inter partes, no entanto, podem igualmente serem 
levados à juízo com função probatória assim como aponta 
MOACYR AMARAL DOS SANTOS, “há documentos 
particulares formados propositalmente para criar, extinguir, 
modificar ou mesmo provar um ato jurídico; e há documentos 
particulares feitos sem qualquer finalidade de provar o fato 
controvertido, mas por motivos diversos e até relativos a 
assunto alheio às partes naquele fato. Os primeiros são provas 
pré-constituídas, os segundos prova meramente casual”[20]. 
“Documento é coisa que contém uma declaração, mas não se 
confunde com a declaração de vontade que define o negócio 
jurídico e pose ser conteúdo do documento”[21]. 
Quanto ao meio, ou melhor trazido, ao material ou à maneira 
como são produzidos, a melhor doutrina os classifica em: (i) 
Escritos e gráficos: dão representação literal à coisa e variam 
de escrituras instrumentalizadas, gráficos, mapas e plantas até 
meios gráficos de expressão como pinturas ou desenhos. (ii) 
Plásticos: representam por meios tridimensionais físicos como 
modelos em madeira, metal, gesso ou qualquer tipo de material 
plástico passível de ser moldado. (iii) Estampados: Obtidos por 
impressão tecnológica sobre determinados materiais como 
fotografia ou cinematografia. 
Quanto ao conteúdo, os documentos podem ser: (i) 
Constitutivos: quando, por ato de vontade são elaborados com 
a finalidade de estender sua eficácia. Tipicamente temos as 
Escrituras Públicas. (ii) Não-declarativos: Desenhos, 
fotografias e pinturas que não exprimem a vontade de maneira 
expressa, mas proporcionam a chance de se extrair dali a 
verdade ou a presunção sobre a ocorrência e tendenciosidade 
do ato trazido à baila. 
Essa é a classificação proposta por OVIDIO BAPTISTA. 
MOACYR AMARAL DOS SANTOS aponta mais duas maneiras, 
a saber: Quanto à finalidade: (i) Pré-constituídos: elaborados 
com a intenção de produzir prova. (ii) Casuais: Originam-se 
sem finalidade probatória, mas ganham essa característica na 
necessidade de empregá-lo com fonte de comprovação de um 
ato como por exemplo uma carta ou um bilhete. E quanto à 
forma: (i) Solene: Aderem à este ponto todo documento que 
exigir forma especial para que tenha eficácia. (ii) Não Solenes: 
são todos que puderem ser livremente elaborados.[22] 
5.4. Considerações acerca do documento público 
Cumpre mencionar que, o documento público tem a seu favor a 
presunção de autenticidade, embora não absoluta, uma vez que 
é passível de falsificação, conduta típica aludido pelo Código 
Penal em seu artigo 297. Entretanto, o ônus de provar a 
falsificação cabe a quem alegar. 
O documento público, ao contrário daquilo que se pode 
imaginar, o faz prova não apenas de sua confecção, mas 
também amplamente de todos os fatos presenciados pelo 
tabelião ou escrivão incumbido nos termos do 
artigo 405 do CPC. Nesse sentido: 
APELAÇÕES - INDENIZAÇÃO - ACIDENTE - PROVA - 
DOCUMENTO PÚBLICO - ART. 364, CPC - 
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE VERACIDADE - 
DANO MORAL - FIXAÇÃO - JUROS DE MORA - 
SÚMULA 54, STJ - PRIMEIRO RECURSO 
DESPROVIDO - SEGUNDO RECURSO 
PARCIALMENTE PROVIDO. 1 - Nos termos do 
art. 364, CPC, gozam de presunção relativa de 
veracidade apenas as declarações constantes num 
documento público que corresponderem aos fatos 
que o agente público atestar terem sido por ele 
constatados, uma vez ocorridos em sua presença, ou 
se se referirem a fatos de seu próprio conhecimento. 
Sendo relativa a presunção, pode ser afastada por 
prova em contrário. 2 - "Os juros moratórios fluem a 
partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual" (Súmula 54, STJ). 3 - Primeiro 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600423/artigo-297-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10697620/artigo-405-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701366/artigo-364-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701366/artigo-364-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
recurso desprovido; segundo recurso parcialmente 
provido.(TJ-MG - AC: 10105072229625001 MG, Relator: Jair 
Varão, Data de Julgamento: 10/10/2013, Câmaras Cíveis / 3ª 
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 23/10/2013) 
Como exposto anteriormente, há previsão legal em alguns 
casos para que o documento público seja a única modalidade 
comprobatória, afastando outros meios como testemunha e 
pericial, como aquilo mencionado pelo artigo 406 do CPC que 
embala o exemplo da conhecida prova legal ou tarifada. 
Portanto, a carência de escritura pública na compra e venda de 
imóvel implica não imperfeição da celebração do negócio 
jurídico por estar ausente o título de domínio e não pode ser 
suplementada por nenhuma outra prova de caráter técnico ou 
oral que não irá apoiar a pretensão reivindicatória. Como no 
caso abaixo em que a ausência de averbação pública implicou 
em inexistência da posse do imóvel: 
Apelação Cível. Embargos de terceiro. Arresto. Bem 
imóvel pertencente à fiadora. Citação em anterior 
ação de despejo. Doação efetuada à filha da 
executada/fiadora após o ajuizamento de execução. 
Fraude à execução configurada. Instrumento 
particular. Ausência de averbação no registro 
público. Inexistência de posse. 1. A doação do único 
patrimônio do devedor, efetuada após o ajuizamento 
da execução, ciente de anterior ação de despejo em 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10696980/artigo-406-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
que se pleiteava também o recebimento de alugueres 
não-pagos, caracteriza a fraude à execução, sendo, 
portanto, nula. 2. Para que surta efeitos contra 
terceiros, a alienação do bem imóvel, ainda que a 
título gratuito, deve ser averbada no registro de 
imóveis, devendo ser efetuada por meio de escritura 
pública, se o valor do imóvel assim o exigir. 3. 
Apelação não-provida. (TJ-PR Apelação Cível nº.: 
266.270-8 oriunda da 6ª Vara Cível de Curitiba, Relator: Luiz 
Carlos Gabardo, Data de Julgamento: 11/11/2005, 15ª Câmara 
Cível). 
5.5. Considerações acerca do documento particular 
No que tange aos documentos particulares, a presunção de 
veracidade elencada pelo artigo 426 do diploma processual 
elenca a assinatura como fator de comprobatório em relação ao 
signatário. A menos quando contiver declaração de ciência, 
relativa a certo fato, o documento particular pode provar a 
declaração, mas isso não se estende ao fato declarado, cabendo 
ao interessado na comprovação o ônus de prová-lo. 
O prazo para impugnação pela parte contrária da apresentação 
de documento particular alegada a carência de veridicidade no 
tangente à assinatura é de dez dias nos termos dos 
artigos 430 do CPC. Caso isso não ocorra será presumida a 
veracidade, porém sob a ótica relativa. Por exemplo: Ação de 
Despejo em que o réu junta recibos a fim de comprovar o 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10694002/artigo-430-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
cumprimento da obrigação de pagar, caso o autor não impugne 
a autenticidade, haver-se-á por verdadeira a alegação, todavia a 
presunção não prevalecerá se o réu retroceder e confessar a 
dívida. 
Ainda na temática dos documentos particulares, por tratarem-
se, em sua maioria, de meios informais de provas, em especial 
aqueles que são casuais, o código estabelece diversos pontos 
particulares para o tratamento com tais meios de prova. 
Vejamos: (i) Impugnada a data do documento, serão admitidos 
todos os meios de prova para apuração de autenticidade como 
perícias técnicas sobre o próprio documento e oitiva de 
testemunhas. O artigo 409 alude à data em que for registrada a 
apresentação do documentum, em relação à terceiros. (ii) 
Cópias devidamente autenticadas possuem o mesmo valor do 
original. (iii) Desde que admitidas as conformidades pela parte 
a quem a prova obtida por meios mecânicos (fotocópias ou 
reproduções fonográficas) é contra, estas serão recebidas como 
prova dos fatos. Cabe aqui especular a licitude das provas. (iv) 
Os livros comerciais jamais provarão em favor daquele que lhe 
é autor, mas sempre contra ele. Em caso de impugnação aos 
lançamentos, o comerciante terá o ônus da prova de 
insubsistência. (v) Há determinados casos em que o 
entendimento jurisprudencial não dispensa a apresentação dos 
documentos originais como em casos de execução de título 
extrajudicial ou ação reivindicatória, por exemplo. 
5.6. Anotações supervenientes em documentos 
privados 
Existe ainda em âmbito doutrinário distinções entre as comuns 
anotações supervenientes, quer sejam de punho próprio, quer 
datilografadas, em documentos impressos realizadas pelo 
credor ou devedor. São chamadas anotações liberatórias 
aquelas em que o credor declara a quitação da obrigação ou seu 
parcial cumprimento, ou ainda mais, redução da própria 
obrigação ou ao valor da dívida (CPC 416). É possível que o 
credor cancele as anotações realizadas por si no documento, 
neste caso cabe ao devedor o ônus de provar que o 
cancelamento é diverso ao fato ocorrido. O 
artigo 348 do Código Civil vigente alude a perda da relevância 
da questão de existência ou não de anotações ou cancelamento 
quando o título estiver sob a égide do devedor. Isto posto, é 
possível obter presunção iuris tantum de pagamento quando a 
posse do título em questão for do devedor. 
Assim sendo, é lícito presumir que as declarações 
supervenientes, justamente por mostrarem-se incidentes ao 
padrão do documento, prevalecerão sobre as demais cláusulas 
padronizadas, todavia, não se pode, sic et simpliciter, 
desconsiderar as cláusulas padronizadas, o que implicaria em 
má-fé e desobrigação no fiel cumprimento do contrato. Vale 
interpretar sob os princípios projetados pela doutrina 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708037/artigo-348-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
contratualista o conjunto de cláusulas para que seja extraída a 
verdade exprimida por elas. 
5.7. Produção da prova documental 
Em linhas gerais, no Direito Processual, existem demarcados 
momentos para que a prova sui generis seja produzida, a 
saber: a proposição, admissão e, por fim, a produção em si da 
prova. Isto é, a parte interessada deve dirigir-se ao juízo 
escolhendo e pleiteando as provas que deseja produzir, logo 
após passa o juiz a deferir ou indeferir o meio de prova 
escolhido para que só então ela seja de fato produzida. 
Porém, via de regra, no caso da prova documental há 
simultaneidade nesses processos, uma vez que, a parte que 
deseja produzir a prova documental, deve fazer no momento da 
apresentação da petição inicial ou durante a resposta do réu, 
ou seja, na fase postulatória, como nos prescreve o artigo 434 
do código. Existe exceção nos casos em que o documento 
estiver em poder de terceiro ou da parte contrária, casos em 
que o interessado deverá requerer a exibição em juízo 
(CPC art. 396 – 404). Embora a prova documental deva 
acompanhar a inicial como instrumento do processo, ela pode 
ser apresentada em momento posterior, na fase instrutória, 
como exposto acima, e também para provar fatos novos, 
posteriores, assumindo a forma de contraprova. Até mesmo 
nas vias recursais, após a prolação da Sentença, em sede de 
Apelação, é plenamente admissível a juntada de documento 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698574/artigo-396-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
novo sempre que a parte pretender suscitar fato novo não 
arguido no juízo a quo por motivo de força maior (CPC 1.014). 
As disposições retro transcritas não podem ser interpretadas 
literalmente, uma vez que de acordo com a melhor doutrina, 
somente estão sujeito à essa determinação os documentos 
substanciais, que são aqueles em que se escoram o pedido e a 
causa de pedir. Não se sujeitam os documentos secundários, 
que compreendem demonstrações e alegações que esclarecer 
afirmações das partes. Por exemplo em uma Ação 
Reivindicatória é exigida a prova de plano na exordial através 
da apresentação do título de domínio, é recepcionado também 
o entendimento de que a parte pode juntar posteriormente 
exames topográficos e plantas com a finalidade de esclarecer 
pontos obscuros no tocante à localização precisa do imóvel. Em 
caso de carência dos documentos substanciais na fase 
postulatória, o juiz deve determinar a emenda da exordial nos 
termos do artigo 321. 
Vale dizer que a apresentação documental extemporânea pode 
adquirir liames mais estratégicos do que técnicos visando 
retardar o desfecho da lide, como a apresentação de memoriais 
em audiência de debate, instrução e julgamentos, atitude esta 
que deve ser coibida pelos juízes, entretanto deve ser atendida 
a função social do Estado-juiz ao realizar essa proibição apenas 
em casos notadamente procrastinatórios, algo que aufere mais 
a prática forense que apenas a boa técnica processual. Sempre 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
que for admitida a juntada superveniente de documento novo, 
a parte contrária deverá ser cientificada como, reza o princípio 
do contraditório, para que faça as alegações. O entendimento 
jurisprudencial proclama a nulidade de Sentença quando não 
observada essa regra. Vejamos: 
“É nula a sentença ou acórdão se, tradando-se de 
documento relevante, com influência no julgamento 
proferido, a parte contrária não se manifestou sobre 
a sua juntada aos autos. (...) (RTJ 89/947, STF-RT 
537/23, STF-JTA 78/377, RT 500/127, 502/80, 
RJTJESP 63/151, JTA 42/123, RePro 5/537, em. 69). E 
a nulidade existe ainda que ajuntada do documento 
tenha sido feita por determinação judicial (RF 
291/306, 300/227, RJTJMG 26/303)”. Não ocorre, 
porém, nulidade se o documento não tiver qualquer 
relevância para o julgamento da lide. A despeito da 
redação imperativa do art. 398 (“o juiz ouvirá”), há 
que ser examinado, em cada caso, se o documento se 
reveste de importância para o deslinde do caso. O 
comando do artigo sobredito não deve ser 
interpretado segundo a literalidade do texto, mas 
atendendo à sua ratio (evitar que a falta de audiência 
da parte a impeça de arguir matéria relevante contra 
o documento). É necessário, pois, para o decreto de 
nulidade, que da ausência de vista decorra prejuízo: 
“É nula a decisão proferida sem audiência da parte 
contrária sore documentação juntada aos autos, se 
dela resultar efetivo prejuízo” (STJ, REsp 0048981, 
rel. Min. Barros Monteiro, j. 10.10.1994). Assim, “não 
se decreta a nulidade do processo, por desatenção ao 
disposto no art. 398 do CPC, se a parte nãotem 
alegação relevante contra a documentação 
produzida” (STJ, REsp 0059350, rel. Min. Ruy Rosado 
Aguiar, j. 06.06.1995). 
5.8. Falsidade da prova documental 
O artigo 430 e seguintes do diploma processual elenca sob 
o nomem iuris de ‘Incidente de falsidade’ a Ação Declaratória 
Incidental que visa comprovar a originalidade do documento 
trazido à baila, estendendo a eficácia da coisa julgada à uma 
questão prejudicial consubstanciada na validade ou falsidade 
do documento juntado aos autos. 
A falsidade pode ser alegada (i) incidenter tantum, em que a 
eficácia da decisão se limitará ao processo em que o documento 
foi apresentado, ou (ii) principaliter, em que a decisão fará 
coisa julgada material e estenderá sua eficácia a processos 
futuros. Por exemplo: “Numa ação de despejo por falta de 
pagamento, o juiz poderá acolher pedido do réu e declarar 
incidentemente a falsidade do contrato de locação e, em 
consequência, julgar improcedente o pedido de despejo. A 
sentença que for proferida não impedirá, porém, que em 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698487/artigo-398-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
processo futuro o locador obtenha o despejo com fundamentos 
na mora do locatário relativamente a outros meses de 
alugueres. Se o réu porém intentar ação declaratória incidental 
de falsidade, a decisão do juiz terá eficácia de coisa julgada 
material e obstará ações futuras escoradas no mesmo 
contrato”[23]. 
O objeto compreendido no incidente de falsidade é unicamente 
a declaração prestada pela jurisdição Estatal, com força de 
coisa julgada da falsidade ou validade do documento 
apresentado aos autos. Falsidade, neste contexto, é a carência 
de correspondência entre o fato ocorrido e o fato representado. 
Não se encontra abertura para a valoração do documento no 
quanto se diz ao incidente, isto é, quais repercussões serão 
sentidas no término do processo. Assim diz o Superior Tribunal 
de Justiça: 
“Há de limitar-se a seu objeto, ou seja, a falsidade ou 
autenticidade do documento. As repercussões do 
decidido serão examinadas no processo em que 
suscitado o incidente” (REsp 0044509/94, rel. Min. 
Eduardo Ribeito, j. 20.06.1994) 
Não é admitido o questionamento de falsidade ideológica que 
apenas integra o objeto de ação anulatória e não de ação 
declaratória. Vejamos: 
“É o ser ou não ser da relação jurídica (PONTES DE 
MIRANDA). Nesse sentido, é precisa a lição de 
PESTANA DE AGUIAR, em obra escrita logo após o 
início da vigência do CPC: “Os vícios dos documentos 
em geral podem ser extrínsecos ou intrínsecos (...). 
Os vícios intrínsecos correspondem à falsidade 
ideológica e os extrínsecos à falsidade material. No 
direito anterior, a tendência era no sentido de não 
ser o incidente de falsidade meio próprio para a 
prova de falsidade ideológica. No direito atual, mais 
se acentua essa sua destinação, a tomarmos o falso 
ideológico como um vício subjetivo. É o que se pode 
constatar através das hipóteses de falsidade 
apresentadas no parágrafo único do artigo 387. (...) 
Por conseguinte, a rigor só a falsidade material se 
situa no plano da existência, a consentir nas ações 
meramente declaratórias, seja principais ou 
incidentais” (Comentários ao Código de Processo 
Civil. 2. Ed. São Paulo: RT, 1997. V. IV. P. 247-248). 
Em sentido contrário, porém, decidiu o STJ: “Cabe 
arguir, em incidente de falsidade, tanto a falsidade 
material de documento quanto da veracidade do seu 
contexto (art. 290, 391 c/c 372 do CPC)” (REsp 0021302, 
rel. Min. Dias Trindade, j. 10.08.1992). 
No que tange ao prazo para a instauração do incidente, 
estabelece o art. 430 que pode ser trazido a qualquer tempo ou 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10708983/artigo-290-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700378/artigo-372-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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grau de jurisdição por tratar-se de matéria de ordem pública 
tendo a parte contrária dez dias para contestar: 
PROCESSUAL CIVIL - INCIDENTE DE FALSIDADE 
SUSCITADO NA CONTESTAÇÃO - SUSPENSÃO DO 
PROCESSO CORRETAMENTE DETERMINADA - 
MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - INTELIGÊNCIA D O 
ART. 394, CPC - RECURSO CONHECIDO E 
DESPROVIDO.(TJ-PR - AI: 5748103 PR 0574810-3, Relator: 
Fabian Schweitzer, Data de Julgamento: 07/10/2009, 17ª 
Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 260) 
O procedimento a ser adotado dependerá do momento 
processual. Se antes do encerramento da fase instrutória, o 
pedido pode ser feito através de petição dirigida ao juízo em 
questão. Se após o encerramento da instrução, deverá correr 
em apenso e em Tribunal ad quem. É, de acordo com artigo 
394/73, causa de suspenção do processo principal até a 
sentença, sendo muitas vezes adotada como estratagema de 
procrastinação processual. 
6. PROVA TESTEMUNHAL 
6.1. Testemunha 
Segundo De Plácido e Silva testemunha, na linguagem jurídica, 
é a pessoa que comprova “a veracidade de um ato ou que presta 
esclarecimentos acerca de um fatos que lhe são perguntados”, 
podendo- os negar ou confirmar.[24] Assim sendo, a 
testemunha pode ser uma das partes integrantes do litígio ou 
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um terceiro. Em nossa linguagem jurídica é mais comum 
entender a testemunha como sendo um terceiro. 
O conceito de testemunha nos remete diretamente ao ato de 
provar, mostrando ter, independente do âmbito jurídico, 
ligação direta com as provas. A testemunhas, seja em assinar 
um documento ou dando parecer oral a respeito de certo 
acontecimento, ela possui o papel de provar a veracidade do 
ato que ocorreu ou que está ocorrendo, ela reveste o ato 
praticado de veracidade, podendo confirmar ou não o 
afirmado. 
O art. 447 do Código de Processo Civil enumera quem são as 
pessoas que não podem ser consideradas testemunhas: 
“Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, 
exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
§ 1o São incapazes: 
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento 
mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia 
discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está 
habilitado a transmitir as percepções; 
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos 
sentidos que lhes faltam. 
§ 2o São impedidos: 
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I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em 
qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma 
das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o 
exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao 
estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova 
que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o 
representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e 
outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
§ 3o São suspeitos: 
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II - o que tiver interesse no litígio.” 
No entanto o § 4º deste mesmo artigo, há a exceção a respeito 
de quando estas pessoas poderão ser ouvidas como 
testemunhas: 
“Processo civil. Recurso especial.Ação de cobrança. 
Fornecimento de materiais esportivos a clube de futebol. 
Rescisão unilateral do contrato por parte deste. Pedido de 
condenação, pela fornecedora, ao pagamento de multa 
contratual. Valoração do conjunto probatório. Suposta ofensa 
ao art. 405, § 4º, do CPC, pelo aproveitamento de depoimento 
de testemunha contraditada. Violação ao art. 535 do CPC. 
Requerimento de juntada e análise, em recurso especial, de 
documentos novos, nos termos dos arts. 397 do CPC e 141, II, 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10697620/artigo-405-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10697018/par%C3%A1grafo-4-artigo-405-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10679381/artigo-535-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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do RISTJ. Impossibilidade. - Não há violação ao 
art. 535 do CPC quando ausentes omissão, contradição ou 
obscuridade no acórdão. - Os arts. 397 do CPC e 141, II, do 
RISTJ não autorizam pedido de análise de novas provas, 
juntadas apenas com o recurso especial e mesmo 
posteriormente a este. Tal providência não encontra abrigo 
dentro das peculiaridades dos recursos de índole 
extraordinária, porque mesmo as provas e contratos já 
examinados pelas outras instâncias não podem ser valorados 
pelo STJ. - Ainda que se admitisse tal produção de provas, 
contudo, nota-se que não há, de qualquer modo, a pretensa 
influência dos novos documentos sobre as questões 
impugnadas pelo recurso especial. - É inviável o reexame de 
provas em recurso especial. - Não há que se reconhecer 
violação ao art. 405, § 4º, do CPC, quando o 
depoimento de testemunha suspeita é aproveitado 
pelo juiz com cautela, dando-se a tal prova apenas o 
valor que dela se pode extrair nessas circunstâncias e 
sem torná-la o principal fundamento da decisão. 
Recurso especial não conhecido.” 
(STJ - REsp: 732150 SP 2005/0040804-9, Relator: Ministra 
NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 03/08/2006, T3 - 
TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 21.08.2006 p. 
248) 
6.2. Conceito de Prova Testemunhal 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10697620/artigo-405-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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Dentre os tipos de provas testemunhais existentes, a prova 
testemunhal em sentido estrito é aquela produzida ou formada 
através de depoimento ou relato prestado por testemunhas. No 
entanto, para ser testemunha, esta não pode ter interesse em 
determinado resultado do litígio, ou seja, ela não pode ser 
parcial em relação ao resultado final. Assim sendo, para João 
Monteiro a testemunha é a “pessoa, capaz e estranha ao feito, 
chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato 
litigioso”.[25] 
Pontes de Miranda explicou acerca do assunto: 
“A testemunha tem de ser capaz de prestar o depoimento e ser 
chamada a depor. Para ser chamada a depor como 
testemunha é preciso que não seja parte, nem possa ser tida 
como parte. Trata-se de terceiro, que de modo nenhum 
intervém na relação jurídica processual. É alguém de fora, 
que não se opõe, nem foi nomeado a autoria, nem denunciado 
à lide, nem chamado ao processo. Não foi chamado à relação 
jurídica processual, mas simplesmente para prestar 
testemunho, depor sobre o que sabe.”[26] 
O depoimento é a narração do fato perante o juiz e a 
testemunha deve narrar a ele tudo o que ouviu, viu e sentiu 
através do olfato ou do tato. No entanto a testemunha não é 
chamada para depor para que esta possa expressas seus 
pensamentos e opiniões sobre o assunto. Assim sendo, ela deve 
ater-se apenas aos fatos que estejam ligados ao assunto 
discutido na lide. 
Para que a prova testemunhal possa ser considerada idónea, de 
caráter inquestionável, deve ser deferida por mais de uma 
testemunha, uma confirmando o que as outras também 
disseram. O brocardo jurídico que afirma que testis unus testis 
nullus, ou seja, uma única testemunha é como não haver 
testemunha compõe um princípio jurídico que afirma que uma 
única testemunha não é suficiente para que possa ser 
produzida uma prova perfeita e inquestionável. 
6.3. Do Pedido da Prova Testemunhal 
O pedido da prova testemunhal deve ser apresentado em 
petição inicial ou na resposta do réu. Caso a conciliação entre 
as partes não ocorra, o juiz fixará os pontos controvertidos, 
decidirá as questões processuais pendentes e determinará que 
as partes especifiquem as provas a serem produzidas. Com 
isso, ele irá designar, se achar necessário, audiência de 
instrução e julgamento (art. 331, § 2º - CPC/73). Após s 
designação da audiência, ficara incumbido às partes, dentro do 
prazo fixado ou 10 dias antes da audiência, depositar em 
cartório o rol de testemunhas, que deve conter o nome das 
testemunhas, profissão, residência e o local de trabalho 
(art. 450 - CPC). 
Depois de apresentado o rol de testemunhas, está só poderá ser 
substituída por uma das partes segundo o previsto no artigo: 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704500/artigo-331-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704419/par%C3%A1grafo-2-artigo-331-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10692555/artigo-450-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
“Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4o e 
5o do art. 357, a parte só pode substituir a testemunha: 
I - que falecer; 
II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; 
III - que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, 
não for encontrada.” 
6.4. Obrigação e Direitos da Testemunha 
A testemunha é intimada a comparecer à audiência, sendo que 
no mandado virá especificado o dia, a hora e o local em que 
ocorrerá. Se deixar de comparecer no local designado sem que 
haja um prévio esclarecimento do motivo, ela será conduzida, 
respondendo pelas despesas do adiamento (art. 455 – CPC). 
A testemunha tem o dever de depor sobre a verdade, afirmando 
ou negando. Caso esta venha a mentir durante o testemunha, 
terá feito afirmação falsa, praticando o crime de falso 
testemunho. 
A testemunha terá seu depoimento tomado apenas por juiz, 
independe de qual juiz seja. Segundo o art. 459 do Código de 
Processo Civil/73, o juiz é incumbido de interrogar a 
testemunhas sobre os fatos, a preferência é da parte que 
arrolou a testemunhas e em seguida à parte contrária. As 
partes não podem formular perguntas que sejam 
impertinentes, capciosas ou vexatórias. Antes de assinar seu 
depoimento a testemunha tem o direito de ler e, 
eventualmente, corrigi-lo. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10691920/artigo-455-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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