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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Comportamento Empreendedor Aula 1 Prof. Elton Schneider Prof. Henrique Castelo Branco CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial “Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. HIRSCH (2014) Olhando para essa definição não nos surge a sensação de que está se falando do super-homem ou de alguém muito especial e acima do normal? Pois é, daí que surge o mito de que o empreendedor é alguém raro, altamente qualificado e além do alcance de nós, simples mortais! Mas, como foi dito, tudo isso é um mito! Algo criado pelo imaginário popular e que se torna verdade, sem que ninguém questione. Felizmente, ser um empreendedor não é uma missão para os escolhidos e pessoas “fora da curva de normalidade”. Todos nós podemos e devemos ser empreendedores! A partir desta aula, vamos derrubar esse mito e mostrar que é bastante possível agirmos em nossa vida, seja no campo pessoal, social ou profissional, como verdadeiros e eficazes empreendedores. Por isso vamos conhecer mais sobre essa figura cada vez mais importante às sociedades e aprender como exercitar mais esse nosso espírito empreendedor! Pronto para começar? Então, que tal assistir à apresentação dos professores Henrique Castelo Branco e Helton Schneider sobre este tema? Basta acessar o material online. Contextualizando O ato de empreender é antigo e com o tempo passou por transformações em relação ao que fazer, como fazer, onde fazer e até mesmo o porquê fazer. Porém, sua essência não mudou! De forma simples, podemos dizer que empreender é transformar. Seja a si mesmo, seu entorno, seu negócio, sua sociedade, seu mundo, enfim, empreender é agir pela mudança, porém não de forma impensada e desastrada. Empreender é a arte de transformar uma ideia em realidade, com o máximo de impacto positivo possível. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Mas quem é esse sujeito? Esse artista? Esse transformador? Estamos falando da figura do empreendedor: uma pessoa que tem certo perfil e que segue algumas crenças e características. Um profissional que tem um conjunto de competências e age com determinação, não temendo o fracasso ou o erro, e acima de tudo, aprendendo sempre. Inicialmente, apresentaremos na aula de hoje os conceitos e as características da ação empreendedora, mostrando que ela pode ser analogamente considerada uma caminhada, na qual se percebe um começo, um caminho e um destino. Porém, neste percurso há diferentes desafios, riscos e decisões. Além disso, serão apresentados os diferentes focos e tipos de ações empreendedoras, já que o ato de empreender assume diferentes feições, dependendo de como, onde e porque se está empreendendo. Posteriormente, discutiremos a relação entre sorte, criatividade e ação empreendedora com o objetivo de entender melhor como se processa o desafio de obter resultados mediante o esforço empreendedor. Isso nos remeterá ao CHA empreendedor. Não, não estamos falando da bebida quente e saborosa, mas das capacidades, habilidades e atitudes do empreendedor. Para finalizar, você descobrirá quais elementos podem ser considerados as bases do empreendedor. Todo esse conteúdo será transmitido com a indicação de artigos, vídeo, casos e exercícios para fixar melhor a sua aprendizagem. Bom estudo. Problematização Aprender sobre um tema observando como ele vem sendo praticado é uma ótima maneira de assimilar conhecimentos. Mediante a uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi possível trazer algumas informações que serão importantes para o seu aprendizado. Vamos a elas? Segundo o IBGE, depois que as empresas são encerradas, 61% dos novos empresários perdem parte ou todo o capital investido. Mas, por incrível que pareça, 44% dessas empresas tinham um bom planejamento antes de começarem a atuar, mas a má gestão dos recursos depois de sua formação foi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 um dos pontos negativos que mais proporcionou seu fechamento. Isso é um sinal de que não basta ter apenas uma boa ideia: o gerenciamento eficiente de todos os setores é uma característica fundamental que assinala as empresas de sucesso. Diante do exposto podemos afirmar que: I - É dispensável o esforço de montagem de um plano de negócios. II – Competência gerencial é parte essencial do sucesso empreendedor. III – A formação empreendedora em cursos superiores habilita o empreendedor a superar os desafios que causam o encerramento precoce das empresas. IV – A questão de se ter uma boa ideia, segundo se pode observar no texto, não deixa de ser um elemento importante ao sucesso dos empreendimentos. V – O empreendedor precisa estar consciente e preparado para a possível perda do capital investido para a formação de seu empreendimento. Agora, escolha a alternativa que contenha as opções corretas: a. I, III e V. b. III e V apenas. c. II e IV. d. I, II e IV. e. Todas as alternativas estão incorretas. Confira a resposta correta no seu material online. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Pesquise Quais são os reais motivos do fracasso de novas empresas? Esta pergunta pode ser respondida por meio de uma pesquisa na internet. Clique nos links indicados a seguir e acesse algumas sugestões de matérias. http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/fundador-do-google-revela- razao-pela-qual-empresas-fracassam http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI334120-17141,00- O+QUE+FRACASSA+NAO+E+O+NEGOCIO+E+O+EMPREENDEDOR.html http://sites.pr.sebrae.com.br/blogs/2014/03/14/por-que-as-empresas- fracassam/ Ficou curioso para saber os principais números do empreendedorismo do Brasil? Mate a sua curiosidade clicando no link a seguir. http://www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus- principais-numeros/ Tema 1: Conceitos e Características da Ação Empreendedora Ao analisarmos a evolução dos conceitos de empreendedorismo notamos que se trata de um tema com diversas facetas, conectando-se de modo amplo a diferentes pontos de vistas. Essa realidade fica bastante perceptível ao lermos a definição deste termo pelos seguintes autores: Segundo Say, empreendedor é aquele que é remunerado pelo lucro; o indivíduo que recombina capital, recursos físicos e mão de obra de alguma maneira original e inovadora. Schumpeter associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios. De acordo com ele, o empreendedor é o responsável pelo processo de destruição criativa, que é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o modo capitalista, criando novos produtos, métodos e produção e mercados, sobrepondo-se aos antigos processos que apesar de serem eficientes, são caros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Para Dornelas, empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular e são apaixonadas pelo o que fazem. Por isso, elas não se contentam em serem “mais um na multidão”, querem ser reconhecidas, referenciadas e imitadas, ou seja, querem deixar um legado.De acordo com o Tachisawa, empreendedores são pessoas que fazem a diferença. Elas realizam, fazem acontecere desenvolvem suas capacidades para superar limites. Para Hirish, o empreendedor reúne iniciativa, organização, reorganização, mecanismos sociais e econômicos (com o objetivo de transformar recursos e situações para proveito prático) e, por fim, assumir o sucesso ou o fracasso. Fillion define como empreendedor aquele que imagina, desenvolve e realiza suas visões. E, segundo Gerber, o empreendedor é o visionário dentro de nós, é o sonhador, a energia por trás da atividade humana, a imaginação que acende o fogo do futuro, o catalizador das mudanças. Para ele, o empreendedor vive o futuro, nunca o passado, e raramente o presente. Essa diversidade de definições é útil, pois nos faz analisar esse fenômeno da ação humana de modo mais amplo. Porém, mesmo com todas essas vertentes, há elementos presentes nas diferentes definições que se repetem. Podemos dizer que empreender é todo esforço que remete uma pessoa a buscar uma mudança. Por essência, uma ação empreendedora é fruto do desejo de se querer sair de uma situação para outra. Portanto, empreender tem forte relação com as palavras “decidir” e “agir”. “Decidir” porque empreender depende do momento e do contexto em que o empreendedor percebe o caminho pelo qual deseja percorrer. Ele vê que se trata de uma ação que vale a pena, e acredita que esta não somente é possível, como desejada. Daí a decisão de ir em busca de sua realização. Por isso os dicionários colocam “decidir fazer algo” ou “cismar” como sinônimos de empreender. E também relacionam essa palavra com as expressões “tentar”, “experimentar” e “resolver executar”. Conclui-se, então, que o começo da caminhada empreendedora está na decisão de percorrer certo caminho em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 busca do alvo percebido, e isso só acontece quando a pessoa efetivamente se mostra disposta a participar desse processo de mudança. É importante considerar que a decisão de empreender está altamente relacionada à situação política, econômica, cultural e social do meio em que o empreendedor pretende interferir. Mesmo considerando que o empreendedorismo tem suas raízes na própria origem do homem (já que foi mediante sua ação que todas as transformações da humanidade aconteceram), o empreendedor ganhou relevância no final do feudalismo e ampliou o seu papel e importância com as transformações dos séculos XX e XXI. Vamos analisar o empreendedorismo de modo mais focado na realidade brasileira? Para isso observe o quadro disponível no link a seguir. http://ccdd.uninter.com/dev/designer/vivi/ccdd_grad/nucleoComum/comp Empreendedor/a1/includes/pdf/analise.pdf Essa abordagem é muito rica, pois nos mostra que temos uma herança empreendedora nem sempre favorável, na qual, influências históricas de ordem cultural, política, religiosa e social fizeram com que nosso “espírito empreendedor” sofresse muito em seu crescimento e evolução. Mas o importante é ver que, mesmo com todas essas limitações, o empreendedor brasileiro vem atuando de forma dinâmica e transformadora. Podemos perceber que a verdadeira ação empreendedora é formada pela percepção e pelo desejo da ação, seguida da mobilização de recursos e do cálculo de riscos, que orientam e viabilizam a realização da mudança desejada. O empreendedorismo é permeado por desafios de ordem pessoal, interpessoal, técnica e gerencial, sendo realizado mediante recursos de ordem física, humana, material, financeira e tecnológica, trabalhados de forma planejada, ordenada, negociada e voltada para a minimização dos riscos e erros. Por isso tudo, a definição que melhor se enquadra nesse contexto empreendedor e que servirá de inspiração e referência na disciplina é a apresentada por Dolabela (2003): “Empreender é a arte de buscar e transformar sonhos em realidade”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Leitura Obrigatória: PRANDO, Rodrigo Augusto. Empreendedor e Empreendedorismo: história e sociedade – trajetórias sociais de empreendedores brasileiros de sucesso. Revista de negócios, Blumenau, v.15, n. 4, p.97 - 112, out. /dez. 2000. Acesse este artigo clicando no link a seguir. http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/download/2069/1622 Aproveite e amplie os seus conhecimentos assistindo à explicação dos professores sobre este conteúdo no material online. Para saber mais: Como os grandes empreendedores brasileiros definem o empreendedorismo? Confira a resposta de Abílio Diniz, Eike Batista, Wellington Nogueira, Ricardo Buckup, Pedro Passos e Romero Rodrigues na matéria indicada a seguir! https://endeavor.org.br/15-definicoes-de-empreendedorismo/ Segundo o administrador de empresas Max Gehringer, o século XXI será marcado pelo empreendedorismo. Quer saber o porquê? Assista ao vídeo a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=BQQnUddzyiU Tema 2: Principais Focos e Tipos de Ações Empreendedoras O que você quer para a sua vida? O “querer” é o grande elemento motivador e direcionador da ação humana. E no momento em que uma pessoa define o que ela quer, todo o processo em direção a essa conquista começa. Porém, é comum as pessoas manifestarem seus desejos por meio de aquisições de bens, realização de viagens, casamentos, constituição de família, etc. Mas, no fundo, isso tudo é apenas uma parte do que elas querem efetivamente, que é a felicidade! GIKOVATE (1981) diz que: “a meta do homem livre é a felicidade em vida; ou seja, aquilo que a religião prometeu para depois da morte e a ciência sugeriu que é impossível”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Toda e qualquer ação, de forma direta ou indireta, tem relação com o fato das pessoas quererem a felicidade. É em busca disso que as pessoas se abastecem para enfrentar as lutas e desafios da vida. Portanto, todo empreendedor é um excelente caçador de felicidade, ainda mais porque ele sabe que a felicidade na verdade não é um alvo, mas sim um caminho. Ou seja, ser feliz tem relação com o que somos e fazemos a cada dia. Se o que estamos nos dedicando nos remete a boas sensações e nos motiva a seguir, significa que estamos “vivendo” a felicidade. Sabendo disso, fica muito mais coerente pensar em enfrentar caminhadas empreendedoras, pois percebemos que esse caminhar é que nos dá a saúde pessoal que nos faz levantar todo dia em busca de novas realizações. Dentro dessa percepção, podemos inferir que empreender é o combustível para nossa felicidade! Então, só é feliz quem monta o próprio negócio? Aí reside um dos grandes enganos relacionados ao empreendedorismo. Empreender é fazer acontecer e, portanto, criar a própria empresa é apenas uma das maneiras possíveis de empreendedorismo. Mas há outras! Podemos dizer que tudo que possa acontecer em busca de realizações são formas de empreender. Dentre elas se destacam quatro tipos: o empreendedor de negócios, o intraempreendedor, o empreendedor público e o empreendedor social. Empreendedor de Negócios: o mais clássico dos empreendedores. É o sujeito que deseja fazer acontecer de seu próprio modo, gerando retornos para si e sendo o responsável por tudo que se relaciona com suas ações empreendedoras. Em outras palavras, neste caso o empreendedor é o dono do negócio, aquele que empreende em busca da montagem de seu próprio negócio. Intraempreendedor: este tipo de empreendedor é cada dia mais importante no mundo, pois é aquele profissional que age e batalha para que tudo aconteça conforme o planejado pelo dono do negócio. Este empreendedor não é o dono da empresa, mas trabalha, dentro de seu espaço e nível de poder, comose fosse. É o perfil do colaborador que o mercado mais quer: aquele que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 se empodera pela energia de realização e parte para a ação com a máxima dedicação. Empreendedor Público: o empreendedor público é um intraempreendedor clássico, porém sua motivação não está na captação de lucros financeiros, mas na obtenção da efetividade no setor público. Toda a energia deste servidor é direcionada para o atendimento das demandas públicas, trabalhando para que os resultados sejam os melhores possíveis e com o máximo de amplitude. Empreendedor Social: o empreendedor dessa natureza pode ser o dono de uma ONG (Organização Não Governamental) ou até mesmo um funcionário ou voluntário em busca de resultados socioambientais. Sua meta, mesmo não sendo financeira, demanda uma atuação firme, dedicada, competente e equilibrada para que os objetivos se tornem reais. No fundo, os diferentes tipos de empreendedores têm uma característica comum: “comprar a briga” em termos de fazer acontecer as metas que foram estabelecidas (sejam elas próprias, de terceiros, econômicas, sociais ou ambientais). Esse agente transformador responde pelo nome de empreendedor, independente do contexto e natureza de sua ação. É importante salientar que essas pessoas também possuem um senso crítico, pois como são determinadas a fazer tudo do melhor modo possível, geralmente são aliadas às mudanças e conscientes de seu papel na sociedade e no planeta. Elementos que despertam as pessoas para a ação empreendedora Segundo os estudos relacionados ao empreendedorismo, há dois grandes fatores que levam as pessoas a empreender: a necessidade e a oportunidade. O botão, indicado a seguir, mostra um quadro que resume o perfil desses dois tipos de empreendedores. Clique nele e observe os dados: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Não possui diferenciais de destaque. Possui alguma experiência ou elemento que gera um diferencial. Tem habilidades, porém com baixo grau de complexidade. Tem formação e consegue lidar bem com questões sistêmicas e complexas. Apresenta limitada capacidade para inovar. Apresenta bom potencial inovador. Age com foco exclusivo no curto prazo. Estrutura suas ações com foco no curto, médio e longo prazo. Seu preparo para planejamento é mínimo. Detém conhecimentos que o habilitam a realizar um bom planejamento de suas ações. Enfrenta, quase sempre, uma grande concorrência. Por ter diferenciação e preparo, acaba enfrentando menor grau de concorrência. Obtém remuneração restrita e se vê obrigado a lutar por preços em suas ações. Em virtude da complexidade e abrangência de suas ações, suas ofertas possuem menor competitividade e suas possibilidades de lucros são maiores. Age com maior possibilidade de fracasso em virtude das próprias deficiências e limitações. O seu esforço em planejar minimizando erros e desvios, o habilita a uma maior probabilidade de sucesso. Fonte: Adaptado de SCHNEIDER, 2011 É comum sociedades com maior escassez de recursos e preparo terem grande incidência de empreendedores por necessidade, já que se trata de um tipo de ação que busca essencialmente a sobrevivência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Os primeiros estudos a respeito do empreendedorismo brasileiro mostraram que há mais empreendedores por necessidade do que por oportunidade. Porém, no decorrer do tempo essa realidade foi se alterando, e atualmente, pesquisas já apontam que o percentual de empreendedores por oportunidade superou os por necessidade. Este fato é a consequência dos incentivos do governo às micro e pequenas empresas, que proporcionaram melhores condições para a entrada (e a manutenção) de novos empreendedores no mercado. É importante lembrar que as economias nunca foram tão dependentes de seus empreendedores, e nesse contexto surgiu o termo “empreendedor de impacto”, que é aquele que percebe grandes oportunidades e se organiza para aproveitá-las da melhor maneira possível, resultando ações que repercutem grandes benefícios para o país. O mercado busca “verdadeiros” empreendedores, em especial, os intraempreendedores? Em parte, podemos dizer que sim. Em muitos casos, os processos de captação e seleção estão calcados nesse perfil, porém, quando a pessoa entra, o ambiente e clima que encontra não é saudável à ação empreendedora. Geralmente, há um paradoxo entre o que a empresa diz que deseja do mercado em termos de recursos humanos e o que ela acaba “permitindo” que esses colaboradores façam em seu ambiente. É triste ver o quanto a criatividade e o potencial inovador são sufocados por organizações que orientam seus novos contratados a seguirem normas, repetirem padrões e não questionarem processos. Esse “massacre de talentos” geram frustrações e, por conseguinte, um alto nível de turnover, já que muitos não se sujeitam a essa situação por muito tempo. Mas, a cada dia aumenta o número de organizações que valorizam os seus talentos, incitando-os a serem mais ativos, criativos e inovadores, e proporcionam ambientes mais fluidos, com maior liberdade e estrutura, processos e regras mais condizentes com o perfil dinâmico e transformador dos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 empreendedores. Um exemplo disso é a empresa Google, você tem uma ideia de como é trabalhar lá? Confira no vídeo a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=Gg4GHGoqu3o Com certeza, no mercado atual, o grau de correlação de sucesso com o perfil das empresas mais “amigas” dos empreendedores deve ser alto. Afinal, muito se diz que o elemento mais importante das organizações são as pessoas. Sendo assim, os intraempreendedores competentes, criativos e inovadores são fatores preciosos para a obtenção de produtividade, economicidade, inovação e lucros! Leitura Obrigatória: A publicação, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre o empreendedorismo público, apontando que os governos devem descobrir como "fazer mais com menos", e para isso precisam ter criatividade, iniciativa e muita ousadia. Vale a pena conferir! http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no- setor-publico O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) realizou um estudo que revela o crescimento do empreendedorismo no Brasil. Os dados desta pesquisa estão disponíveis no botão a seguir. Não deixe de analisa-los! http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquis a-GEM-2014,detalhe,45 Agora é a vez dos professores falarem sobre esse assunto! Não perca essas explicações no seu material online. Para saber mais: O consultor de empresas Waldez Ludwig deu uma clássica entrevista para o programa “Sem Censura”, da Rede TV, em que ele comenta questões relevantes sobre o contexto atual e como o empreendedorismo se coloca como elemento chave para o sucesso. É imperdível! https://www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Tema 3: A Ligação entre Sorte, Criatividade e Ação Empreendedora Seria muito superficial pensar que as ações empreendedoras de sucesso foram fruto da simples sorte. O sucesso hoje, em meio a tantas transformações e complexidades, demanda uma boa dose de competência, arrojo, liderança e capacidade decisória, enfim, de fatores como planejamento (capacidade técnica), gestão (capacidade gerencial), visão sistêmica (capacidadeanalítica) e criatividade (capacidade inovadora), que são muito mais relevantes e decisivos do que a sorte. Muitas pessoas acreditam que sorte é estar devidamente preparado na hora e no local certo. Com base nesse pensamento, podemos dizer que uma pessoa empreendedora pode se tornar um excelente candidato à sorte. Afinal, está em constante processo de evolução (o que o torna preparado), tem uma percepção acima da média em relação ao mercado e as tendências (o que o coloca no lugar certo) e possui um “timming” dos acontecimentos, que o habilita a estar à frente dos outros (ou seja, sabe quando é a hora certa). Quando alguém diz que certo empreendedor de sucesso teve sorte, talvez esteja apenas dizendo que ele se habilitou (e foi capaz) de colher a maior colheita possível de sua área profissional, mas para obter esse êxito, com certeza ele se preparou muito mais para fazer acontecer do que apenas contar com a sorte. Será que a criatividade é importante para o empreendedor? A criatividade é uma qualidade adquirida por pessoas curiosas que buscam inspiração em informações e que percebem o mundo de forma diferente. As pessoas criativas possuem os seguintes comportamentos: são persistentes, bem-humoradas, independentes em seus atos e responsáveis por tais, tem rápida desenvoltura em atividades, fácil percepção, habilidade no aprendizado e uma incrível capacidade visionária, já que conseguem prever as possíveis consequências de suas criações. Esta é uma das definições de criatividade. Mas, será que ela também não poderia ser a descrição do perfil de um empreendedor? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Esses dois elementos são tão próximos que é possível confundi-los, não é mesmo? Todo empreendedor é essencialmente uma pessoa criativa e ele utiliza essa qualidade em toda sua caminhada pois, muitas vezes, ela é a grande arma que ele tem para obter o sucesso. O empreendedor usa a criatividade em todo o seu processo de trabalho, desde o momento em que busca uma ideia como durante a sua montagem (estruturação conceitual ou modelagem), seu aprimoramento, seu planejamento e sua execução. Criar é uma das atividades mais úteis e frequentes de um empreendedor. A aliança da sorte com a criatividade pode ser um importante elemento de conquista por parte do empreendedor. Quer uma dica de conseguir isso em seus projetos? O segredo do sucesso é contar com a criatividade e torcer para que a sorte apareça, e não o contrário. Por isso, é importante que você, empreendedor, se esforce para obter o maior potencial criativo possível, pois se esta qualidade estiver presente em suas ações, ela servirá como um trevo de quatro folhas para atrair a sorte, ou pelo menos, afastar o azar! Leitura Obrigatória: CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. Barueri/SP: Manole, 2012. Características do espírito empreendedor. p. 8 -11. No material digital, os professores falam mais sobre a relação entre sorte, criatividade e ação empreendedora. Tema 4: O CHA Empreendedor É nítida a necessidade de o empreendedor desenvolver todo um conjunto de habilidades e competências para poder fazer sua caminhada em busca da realização de seus sonhos/objetivos. Porém, isso não significa que sua ação só poderá começar quando ele estiver pronto, pelo contrário, boa parte desses requisitos serão adquiridos durante o seu caminhar. Considerando os desafios das mudanças pretendidas, o empreendedor precisa adquirir as seguintes características: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Obter maturidade e autoconhecimento para lidar com os elementos de ordem pessoal. Desenvolver a determinação e a autoconfiança que o motivará a seguir em frente, mesmo quando as coisas não saírem conforme o esperado. Ser proativo, agir antes dos problemas surgirem e trabalhar para que o nível de surpresas e desvios seja o mínimo em relação ao previsto. Ter a consciência de que as ações a serem desenvolvidas são de sua responsabilidade. Lidar com o paradoxo de superar e, ao mesmo tempo, respeitar os seus limites. Ou seja, você precisa se manter audaz, porém sem colocar em risco os objetivos maiores da sua caminhada. Também é preciso ter consciência de que a decisão de empreender tem implicitamente a ideia de estruturar algo novo, diferente e com um bom grau de inovação em seu conteúdo, forma e/ou estrutura. Podemos dizer que há dois perfis de empreendedor: o “mais um” e o “aquele um”. Empreendedor “Mais Um”: o empreendedor “mais um” se encontra limitado ao que já sabe e domina, oferecendo ao seu entorno elementos que outras pessoas também conseguem oferecer. Ele não possui um diferencial que os destaque dos demais e, portanto, precisa se sujeitar a lidar com um contexto altamente concorrido, com baixo potencial inovador e remunerado de modo elementar. Geralmente, deseja que as coisas a sua volta não mudem pois, para ele, mudança significa novas habilidades, novas competências, esforço acima da média e o risco da revelação de sua limitada capacidade. Por isso palavras como estabilidade, tradição e segurança estão na bandeira do empreendedor “mais um”, afinal, enquanto elas prevalecerem, ele poderá continuar oferecendo “mais do mesmo”, dentro de sua zona de conforto, aparentemente segura e perpetuável. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Empreendedor “Aquele Um”: o empreendedor “aquele um” se enquadra no perfil do “eterno aprendiz”, ou seja, é curioso, determinado e amigo do novo, do diferente, do inovador e da mudança. Seu comportamento inquieto e atrevido, aliado a uma prática de formação e informação, faz dele um elemento destacado no contexto em que atua, trazendo a tudo e a todos a possibilidade da mudança criativa e inovadora, tão desejada pelas organizações e mercados. As palavras que o guiam são: risco, inovação e instabilidade. Não teme o fracasso e o erro, pois sabe que são desses elementos que se seguiram muitas das transformações importantes da humanidade. Tem fé de que mesmo o fracasso é uma oportunidade, no sentido de que mais vale a aprendizagem com o erro do que o carregar da dúvida pelo que não foi feito. O “e se” é um peso que ele não deseja carregar. Sua perspectiva é de oferecimento de “mais do novo”, mesmo que isso demande muito esforço, estudo, dedicação e preparo. É cada dia mais nítido a necessidade de se agir (e pensar) conforme o perfil do empreendedor “aquele um”, seja como pessoa, projeto ou ação, pois o mundo cada dia dá menos valor e importância ao empreendedor “mais um”. A demanda hoje é por ações e pessoas que tragam o novo, com melhorias, ampliações, versatilidade, enfim, transformações de maior impacto possível. É importante notar que a postura desse tipo de empreendedor está se destacando cada vez mais, bem como seus desafios e demandas. Pois, um mundo competitivo, globalizado, tecnológico e altamente dinâmico tende a ignorar pessoas acomodadas, medrosas e pouco ativas e premiar quem melhor age sobre ele com criatividade e inovação. Portanto, ser um empreendedor é agir a cada dia com a confiança e determinação de quem está aprendendo sempre. Lembre-se que cada passo é uma forma de evolução, mesmo que este seja um passo mal dado. Comece a caminhar nesse processo e torne-se melhor a cada dia. Existe um CHA para o empreendedor? Veja bem, não estamos aqui falando dos deliciosos líquidos que tomamos quentes ou gelados, mas sim da sigla que em Administração significaa soma CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 das CAPACIDADES (saber), HABILIDADES (saber fazer) e ATITUDES (saber fazer acontecer) de uma pessoa. Com certeza há uma formação sistêmica desses elementos na identificação de um empreendedor. Primeiramente, não há como agir sobre um mercado sem saber os principais aspectos ao seu respeito. Ao adquirir esse conhecimento, o empreendedor agrega análises, reflexões e metodologias que lhe permitem identificar como agir em determinada situação. Depois de saber o que se quer fazer (e planejar como irá fazer), o empreendedor precisa agir para transformar esse plano em algo real. Ou seja, ele precisa saber fazer acontecer o que estabeleceu em seu planejamento. Portanto, ser um empreendedor é agir a cada dia com a confiança e determinação de quem está aprendendo sempre. Lembre-se que cada passo é uma forma de evolução, mesmo que este seja um passo mal dado. Comece a caminhar nesse processo e torne-se melhor a cada dia. Um empreendedor precisa ter determinação e energia e não pode perder o controle ou se deixar levar pelo sentimento, pois isso comprometeria sua visão e necessidade de ação sobre os problemas. Esse controle dos sentimentos demanda um autoconhecimento (saber) que o remete à reflexão (saber fazer) em momentos de crise, evitando que reações intempestivas e inadequadas minem a efetividade de suas ações (saber fazer acontecer). Observando desafios como o de implantar processos sinérgicos, definir e colocar em condições de uso uma estrutura tecnológica ou desenvolver ações na qual dissemina valores, ética e moral, podemos ver que há essa estreita e importante relação entre capacidades, habilidades e atitudes. Falhas nessa rede podem representar fracassos, más decisões ou mesmo ações desastrosas. É importante notar que esses elementos não são estritamente de caráter técnico, mas também de ordem gerencial e humana. Isso significa que, na prática empreendedora, eles se aliam para proporcionar ao empreendedor o esteio necessário para atingir, com o mínimo de percalços, as metas estabelecidas. Isso demonstra a importância da formação humana, gerencial e técnica do CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 empreendedor e a necessidade de se atingir a maturidade necessária nessas três frentes para que suas ações possam ser desenvolvidas com efetividade. Leitura Obrigatória: GREATTI, Ligia. Empreendedorismo – uma visão comportamentalista. Anais do IGEPE, Maringá, p.31 – 34, out. 2000. Acesse este artigo clicando no link a seguir. http://www.anegepe.org.br/edicoesanteriores/maringa/EMP2000-01.pdf Fique por dentro deste assunto assistindo à explicação do professor Henrique Castelo Branco no material online. Para saber mais: O vídeo, indicado a seguir, é uma propaganda sobre o empreendedorismo. Apesar de exagerada, a ideia retrata muitas questões relatadas, principalmente a presença do CHA (capacidade, habilidade e atitude). Confira! https://www.youtube.com/watch?v=Xbdu3ndzm2A Ouvir o empresário Sílvio Santos é sempre uma experiência altamente conectada ao empreender, não é mesmo? Assista com atenção ao vídeo indicado a seguir e perceba como o tema abordado se relaciona com o https://www.youtube.com/watch?v=CTOaajZX-qo Tema 5: O Perfil Empreendedor Existe um perfil que represente o empreendedor? Sim, é possível se falar de perfil empreendedor. Observando a prática empreendedora, podemos identificar alguns elementos que se destacam na ação deste profissional. De imediato, a importância do bom gerenciamento, já que a todo momento o empreendedor é desafiado a gerenciar pessoas, tempo, processos, planos, finanças, materiais, logística, tecnologias, etc. E ele não pode se eximir de tais questões, afinal, o negócio precisa que tudo isso funcione para chegar onde se deseja. É preciso gerenciar tudo ao mesmo tempo e de forma equilibrada, coerente e eficaz! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Aquele perfil do empreendedor extremamente criativo, sonhador, corajoso e perceptivo no início da ação empreendedora precisa, na ação gerencial, receber boas doses de razão, controle emocional, gestão de informações, boa tomada de decisão e gerenciamento claro e objetivo. Gerir uma ação empreendedora não é uma missão simples, nem rotineira, pois demanda constante atenção e determinação para manter e direcionar os processos administrativos. O grande desafio é exercer, ao mesmo tempo, os papéis de: empreendedor, gestor e técnico. Sendo que, o lado empreendedor proporciona boas ideias, visão, determinação e criatividade. Já o lado gerencial visa o planejamento, a organização das ações, dos recursos e das metas. E por fim, o lado técnico faz com que tudo que foi planejado seja executado. Características essenciais do empreendedor Na verdade, as características empreendedoras mudam conforme o local e o momento do negócio. Porém, de modo sintético, algumas delas indicam as ações necessárias para esse perfil. Com base no acróstico da frase “IR A CAMPO” podemos resumir as características essenciais de um empreendedor. Observe: "Ir a campo" I ➙ Inovar R ➙ Reger A ➙ Agir C ➙ Criar A ➙ Acreditar M ➙ Motivar P ➙ Persistir O ➙ Organizar Não podemos falar em empreender sem uma certa dose de inovação; muito menos, sem o exercício da gestão nas diferentes frentes do negócio que demandam um reger bem afinado. Também, a necessidade de agir e contribuir para que a mudança desejada aconteça é crucial. Além disso, em vários momentos a ação criativa será decisiva para o sucesso do empreendedor. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Não se esqueça que ter fé e acreditar que dará conta dos desafios (isso é importante para manter sua autoestima) e como nada é feito sozinho em termos de empreendedorismo, é essencial motivar sempre que possível os demais envolvidos nos projetos. Não se curve diante nos problemas, persista no que você acredita! Nem tudo acontece conforme o planejado, mas para evitar grandes erros, organize seus planejamentos e suas ações. Dentro da especificidade e complexidade das ações empreendedoras, outras características ganham magnitude e passam a ser relevantes, como: bom relacionamento interpessoal, empatia, liderança, competência técnica e ética. Todas elas também são úteis e desejadas! O importante é perceber quais são as demandas advindas para a realização de seu sonho e se preparar o máximo possível para dar conta delas! Aqui, novamente o lema de “eterno aprendiz” se realça na vida do empreendedor. Atenção: essa lista de características não tem como intenção te levar a acreditar que somente depois de atingir um certo grau de competência é que se será possível partir para a ação empreendedora. Não é isso! Apresentamos os elementos que circulam nas veias dos empreendedores para direciona-lo no aperfeiçoamento de suas ações. A ideia é que você conquiste cada uma dessas características e se torne um empreendedor de alto impacto e realização. Boa sorte! Leitura Obrigatória: A matéria, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre as diferenças entre empreendedor e gestor, e as consequências das ações destes perfis. Vale a pena conferir! http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-diferencas-entre- o-empreendedor-e-o-gestor/65492/ Vamos ver o que os professores têm a dizer sobre este conteúdo? Acesse o material online. Para saber mais:CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Para te inspirar na conquista de seus sonhos assista ao vídeo, disponível a seguir, que relata o fracasso e o sucesso de grandes nomes da humanidade. https://www.youtube.com/watch?v=rNIZnAhxe-k O filme “À Procura da Felicidade” (2006) demonstra a história de vida do empresário americano Chris Gardner um pouco antes de seu sucesso profissional. Procure refletir sobre o comportamento e perfil de sua personagem com os conteúdos trabalhados nesta rota. A seguir, indicamos o trailer deste filme. https://www.youtube.com/watch?v=-iTVANR4oC4 Na Prática Agora é a sua vez! Vamos considerar que você faz parte da equipe da área de pessoas de sua organização e foi desafiado a apresentar um projeto no qual se objetiva o aumento do espírito empreendedor nos colaboradores. De imediato, lhe foi solicitado que apresentasse 5 propostas de cursos, considerando que, em cada um deles, será trabalhado o desenvolvimento do potencial empreendedor dos envolvidos. a) Quais seriam esses 5 cursos? b) Que características do perfil empreendedor seriam trabalhados nesses cursos? c) De que modo esses cursos iriam trabalhar os elementos do perfil empreendedor? Reflita a respeito e monte a sua proposta! Confira os vídeos com as dicas e as resoluções dos professores no seu material digital. Síntese Esta aula teve o desafiante objetivo de apresentar o empreendedor, seu perfil, requisitos e características, além da sua evolução histórica, conceitual e contextual. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Aprendemos que elementos como sorte, criatividade, capacidades, habilidades e atitudes permeiam as ações empreendedoras e que os agentes dessas ações precisar ser pessoas preparadas, dinâmicas, persistentes e capazes de solucionar problemas, contornar obstáculos, superar resistências e até mesmo inovar o contexto em que se encontram. Esses conhecimentos são de grande valia na formação do gestor, pois as características relatadas também estão presentes na boa gestão, aquela que incrementa a atuação de todos e obtém resultados. Referências ALVES, Altair. Contabilidade, Finanças e Empreendedorismo: a combinação perfeita para o seu sucesso. [Internet]. Santo Amaro/SP: Altair Alves. 2014, Maio. [citado em: 2015 Outubro 30] Disponível em: <<www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus-principais- numeros >> CABRAL, Gabriela. Criatividade [Internet]. Mundo Educação, 2011 Fevereiro 22 [atualizado em 2015 Outubro 30]. 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Hoje vamos estudar sobre a importância da criatividade, seus conceitos, característica e as oportunidades que dela resultam no ambiente organizacional. Está pronto para começar? Então, vamos lá! “Pensamento criativo é a atividade mental que usa suas habilidades de pensamento para estabelecer relações novas e úteis ou soluções criativas a partir de informações que você já sabia. Aristóteles disse que todas as coisas provêm de alguma outra coisa, e esse é o propósito do pensamento criativo: tirar algo novo, único ou diferente de algo velho (WHELLER, 2002)”. Dessa observação de Wheller surgem as seguintes dúvidas: por que algo tão simples acaba se tornando tão complicado e muitas vezes difícil de ser praticado? O que nos faz resistir ou temer o pensamento criativo? Será que tememos por desconhecermos o que é ser criativo e pensar de modo criativo? Isso tem lógica! O ser humano tende a temer o desconhecido, mesmo que esse desconhecido possa lhe ser útil e importante. Para empreender, pensar de modo criativo é um insumo básico e indispensável. Portanto, nesta aula, vamos trabalhar o conceito de criatividade com o intuito de demonstrar que ser criativo “não dói”! Pelo contrário, quando exercitamos a criatividade acessamos elementos cerebrais ligados ao prazer. Então, vamos saber um pouco mais como esse exercício útil e prazeroso pode ser associado à ação empreendedora, dando a ela muito mais valor, originalidade e potencial de mercado. Para saber mais sobre o tema da aula, assista ao vídeo de introdução, disponível no material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Contextualizando Barreto (1997) diz que a criatividade surge à medida que se tem um problema. Quando o problema aparece, a criatividade se aproxima para nos ajudar a resolver aquestão. E quem não tem problemas? Por isso, conhecer mais sobre criatividade é algo importante, pois lidar com nossos problemas e encontrar as melhores soluções é um exercício pleno de criar. Somos capazes de fazer isso? Sim! Afinal, se chegamos onde chegamos é porque conseguimos lidar com uma infinidade de problemas, utilizando a criatividade para superá-los e evoluirmos. Sendo assim, não estamos falando de algo que não é de nosso domínio. Podemos inclusive dizer que a criatividade está dentro de todos nós. Só que não basta existir, é preciso saber onde ela está e como utilizá-la. Portanto, esta aula tem a seguinte missão: apontar o que é criatividade; qual sua utilidade; como pode ser acessada e desenvolvida; como associá-la a uma caminhada empreendedora; como torná-la preciosa em uma organização; a utilização da criatividade na percepção de oportunidades e como estas podem fazer diferença na vida dos empreendedores. A ideia é que, ao final de nossos estudos, você disponha de todos os conceitos e condições de aperfeiçoar ainda mais sua criatividade e estar com ela “afiada” para o passo seguinte, que é migrar de um momento criativo para um momento inovador. Problematização Entrar no mundo da criatividade implica em se ligar a um contexto complexo, sistêmico e altamente conectado. A criatividade é uma ação neural, porém, não é algo que acontece simplesmente. Pesquisando a respeito, foi possível encontrar a seguinte informação: A neuroimagem por ressonância magnética funcional mostrou que, enquanto a percepção sensorial é inconsciente, o processo de pensamento é uma função paralela e deliberada que envolve muitas áreas do lado superior do CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 córtex pré-frontal do cérebro, em especial às áreas associadas com a lembrança, a imaginação, a atenção e a consciência (MOROSINI, 2010). Essas descobertas construíram um contexto no qual se pode perceber o exercício criativo como sendo algo de caráter holístico, envolvendo experiências mentais com experiências reais, interações neurais com sociais, enfim é possível perceber que não se trata de um elemento racional, fruto apenas do consciente presente em nosso corpo e mente. Diante do exposto podemos afirmar que: I. A capacidade criativa depende de uma atenção de qualidade. II. As experiências mentais são determinadas pela nossa consciência e por nossas experiências reais. III. As possibilidades criativas são tantas quantas forem as informações e conhecimentos que lhes possam alimentar. IV. As experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo por acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados criativos. Quais alternativas estão corretas? a. I, II apenas b. I, III e IV apenas c. II e IV apenas d. I, III apenas Feedback a. Resposta incorreta Dizer que as experiências mentais são determinadas pela nossa consciência e por nossas experiências reais é observar o processo criativo apenas pelo lado racional e concreto. Nossa criatividade é muito mais ampla do que isso. Podemos criar de algo irreal, inexato, inexistente, enfim, essa afirmação não é correta por serem CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 nossas experiências mentais bem mais amplas do que nos é fornecido pelo nosso contexto formal e racional. b. Resposta incorreta A ideia de que nossas experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo por acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados criativos é uma inverdade, pois não é correto pensar que a criatividade só usa elementos internos em sua geração. Tudo que possa se tornar informação, conhecimento, experiência, tendo vindo de nosso ambiente interno ou externo, contribuem para nossa ação criativa. c. Resposta incorreta Ambas as alternativas estão incorretas. Dizer que as experiências mentais são determinadas pela nossa consciência e por nossas experiências reais é observar o processo criativo apenas pelo lado racional e concreto. Assim como a ideia de que nossas experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo por acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados criativos é uma inverdade, pois não é correto pensar que a criatividade só usa elementos internos em sua geração. d. Resposta correta Somente as alternativas 1 e 3 estão corretas, pois não se pode afirmar que a atenção não é parte integrante do processo criativo e muito menos que o volume de informações e conhecimento não determinam o volume de criações que podemos fazer. Criar depende de atenção e ganha força em virtude da disponibilidade de informações e conhecimentos que ampliam o poder de sinapses e associações criativas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Os professores Elton e Henrique fazem comentários acerca da problematização apresentada. Acesse o material on-line e assista ao vídeo com bastante atenção! A importância da criatividade na ação empreendedora Vimos que o empreendedor deve procurar ser “aquele um”, ou seja, precisa se destacar dos demais, ter algo diferenciado, identificador e marcante para deixar de ser apenas mais um. Esse perfil, que o torna fora do comum, tem relação direta com sua capacidade criativa. Esse seu destaque vem de algo que ele percebeu ser novo, diferente, reforçador, ou seja, ele criou esse elemento diferenciador. Ele teve de ser criativo para se auto-inventar/diferenciar! Não dá para ser um empreendedor de destaque, de impacto e resultado sem o exercício da criatividade. Esta se faz presente e necessária em qualquer momento ou desafio da empreitada. É possível, inclusive, concluir que não há empreendedor que não seja criativo e, portanto, seria redundância se falar em empreendedor criativo! Essa simbiose de conceitos e características por vezes confunde o perfil do empreendedor com o do criativo. Apesar dessa proximidade excessiva, são questões que têm suas próprias definições, perfis e composições. Como já tratamos disso na aula anterior no tocante ao empreendedor, agora vamos mais fundo na questão da criatividade. Pense sobre as seguintes perguntas: ■ ■ O que poderia descrever melhor uma pessoa criativa? ■ ■ Pense em pessoas que você considera criativas e diga o que lhe fez identificar estas pessoas como sendo criativas? ■ ■ Após a reflexão, pense: a que resultado chegou? Agora, vamos ver se esses elementos que elencou durante a sua reflexão estão realmente conectados com o perfil do ser criativo. Continue a leitura! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Siqueira (2009) fez uma enquete na internet a respeito do perfil das pessoas criativas e o resultado apontou as seis características mais marcantes dos criativos. Fonte: Adaptado a partir de SIQUEIRA (2009) Desse material podemos entender que questões como flexibilidade, curiosidade, inconformismo, persistência, observação e conhecimento são elementos formadores da criatividade. Em uma abordagem mais lúdica, porem complementar a visão de Siqueira, foi montada as seguintes dicas em prol de uma formação mais criativa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Fonte: os autores Percebe-se que a questão de ser criativo está relacionada a crenças, conhecimentos e atitudes. Crenças porque não se torna criativo sem desejar ou crer que isso vale a pena e que somos capazes de sermos! Conhecimentos porque não dá para criar sem um acervo de informações e conhecimentos nos apoiando no processo criativo! Atitudesporque criatividade não é teoria, é prática! A caminhada entre o empreendedor e o seu sonho é composta por degraus que requerem um exercício constante da criatividade, dentro de seus requisitos cognitivos, de personalidade, de comportamento e de prática. Por isso não se pode dissociar a ação empreendedora da competência criativa. Ela é a energia que sempre será consumida pelo empreendedor em sua trajetória em busca do cumprimento de seus sonhos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Importante é ter em mente que, quando se fala em ação empreendedora, estamos encaixando tal ação à qualquer atividade humana que tenha como objetivo o alcance de uma situação diferente no futuro. Assim, pensar em criatividade significa vinculá-la a questões pessoais, sociais, econômicas, artísticas, enfim, onde existir ação humana em busca de mudanças e transformações, existirá a necessidade da criatividade. Organizações que buscam se perpetuar e manter presença no mercado precisam que a criatividade lhes dê a centelha da mudança e adaptação para que permaneçam competitivas e participativas. Em resumo, podemos dizer que exercitar a criatividade é elemento decisivo para a vida das pessoas, grupos, organizações, governos, sociedade, países e até mesmo para o planeta. Leitura obrigatória Leia, no capítulo 2 do livro A Caminhada Empreendedora (pág. 53 a 58), a parte que aborda a questão da criatividade integrada ao empreendedorismo e à liderança e como ela se desenvolve. Acesse a Biblioteca Virtual! Para complementar seus estudos, faça uma leitura do post “A rotina de famosos criativos” e reflita sobre a prática criativa de pessoas famosas e reconhecidas como verdadeiros criativos. http://www.updateordie.com/2014/08/28/rotina-de-famosos-criativos/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Também sugerimos que assista às seguintes palestras do canal TEDx Talks: https://www.youtube.com/watch?v=mz95o6L_hFK https://www.youtube.com/watch?v=OYVgmlv4Oo0 Agora, acompanhe as explicações dos professores Elton e Henrique no vídeo que está disponível no material on-line. Aproveite para tirar suas dúvidas! Conceitos e características da Criatividade Há coisas que em termos de definição, não há consenso. Uma delas é a de criatividade. Talvez porque os autores das definições acabam sendo muito criativos, ou porque se trata de um tema com tantas conexões e usos, que uma definição única nunca satisfaz. Porém, estamos aqui para trabalhar esse tema dentro do contexto do empreender, inovar e ser feliz. Sendo assim, vamos começar a conceituação a contar da seguinte esquematização: Fonte: ME EDUQUE (2010) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Essa é uma abordagem interessante, pois nos remete ao conceito de que criar é algo que tem de ter alguma utilidade. Se não for útil, não merece nosso esforço criativo. Em termos de empreender e inovar, tudo bem. No entanto, se considerarmos a arte, por exemplo, não podemos fazer essa conexão entre criatividade e utilidade de modo tão direto e claro. Não se trata de achar que arte não tem utilidade, mas sim de demonstrar que não se começa um processo criativo sem um fim ao qual essa criação será útil. Porém, além de útil, a criação precisa ser inusitada. Lógico! Se criarmos algo que já existe, é conhecido, está pronto, não estamos falando de criatividade, mas de cópia! Criar demanda impõe a inserção de algo novo, diferente, incremental ou até mesmo revolucionário! Mas do que precisamos para criar algo útil e inusitado? Existe uma séria de capacidades para que isso aconteça, todas elas bastante coerentes, já que para sair da mesmice e alcançar o diferente, teremos de exercitar ações em busca disso, sem nos apegar a conceitos, preconceitos, padrões, crenças arraigadas, pontos de vista viciados, sem nos mantermos presos ao contexto em que se está. Enfim, criar envolve uma prática alicerçada em diferentes comportamentos, e estes foram bem enunciados no esquema apresentado anteriormente. Há, contudo, outras definições que diferem muito dessa que foi apresentada. Osho (1993) nos remete a uma definição bem mais filosófica: “a criatividade é divina e está na essência do homem. Além de ser natural, é a própria saúde da pessoa. Sem ela a pessoa não está verdadeiramente viva”. Veja que nessa visão a criatividade não está relacionada a um conjunto de capacidades a serem desenvolvidas, mas sim a algo que está em nossa essência, mais do que isso, algo que representa nossa própria saúde. Sem criatividade estamos doentes! Se refletirmos um pouco, poderemos observar que realmente os momentos mais criativos nossos, quase sempre são momentos prazerosos, interessantes, que consomem nossa atenção, vontade e capacidade CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 de um modo intenso, pois é algo tão “gostoso” que deixando de perceber o tempo ou mesmo outras demandas. Entretanto, há autores que não acreditam que o prazer é o fator que nos remete à criatividade. Para Barreto (1997), o que nos faz ser criativos são os problemas. Segundo ele, criamos para resolver problemas e pode até ser que isso nos remeta a momentos prazerosos, mas, de modo geral, trata-se mais de uma necessidade do que um desejo. Fonte: Barreto (1993) Interessante observar que o autor nos diz que criatividade de verdade, aquela que efetivamente obedece a todos os critérios de um exercício criativo, só é útil em 1% dos casos em que se está buscando soluções para problemas. Em quase todas as situações, uma análise mais lógica e racional será suficiente para superar a questão. Mas, o que o mercado quer de verdade é ter disponível aquele profissional que é capaz de resolver esse 1% de problemas. São esses que valem ouro, pois acabam trazendo ao mundo algo diferente, inusitado, útil e inovador. E para ser o profissional 1% é preciso uma capacidade criativa não somente real, mas também bem desenvolvida. Hargrove (2006) complementa o que já comentamos, lembrando que criar é fazer conexões e isso, muitas vezes, vem de ligações estranhas, fora do esperado, desconexas e sem lógica. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Quando Gandhi uniu o pacifismo com o exercício do protesto, parecia algo antagônico, porém, se mostrou uma grande estratégia que resultou na independência da Índia. Quando fizeram a frigideira com teflon que não deixava a comida grudar, foi um grande sucesso! No entanto, pensar em um ferro de passar roupa usando esse mesmo princípio parecia ser “loucura”, mas não era. Quando a marca Zara disse que faria mais de 100 lançamentos por ano em um ramo no qual se fazia apenas um lançamento por estação (quatro por ano), foi dito que ela deveria “estar de brincadeira”, pois isso não só era impossível como também sem sentido em um mercado acostumado a quatro lançamentos anuais. Mas assim foi feito e tornou-se uma das marcas que mais cresceram nas últimas décadas, graças em parte a essa ousadia. Aqui surge um ponto inquietante: se criar é tão bom, prazeroso, necessário, útil, lucrativo, etc., por que então as pessoas não são super criativas? É fato que, se perguntar a um grupo de pessoas se elas são criativas, uma boa parte dirá que é pouco criativa e outra, que não é criativa. Talvez um ou dois se digam medianamente criativos ou mesmo criativos acima da média. Por que isso acontece? É um grande paradoxo, não é mesmo? Clique no botão a seguir para saber mais! Um autor clássico no estudo da criatividade, Oech(1988), nos traz um pouco de luz a esse respeito ao dizer que todos nós somos vítimas de um processo de afastamento de nossa essência criativa. Ele argumenta que nascemos muito criativos e à medida que desenvolvemos nossa educação familiar, estudantil e social, vamos criando bloqueios, barreiras, obstáculos e justificativas para que não sejamos mais tão criativos quanto éramos quando criança. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fonte: Barreto (1993) A nossa prática perante a realidade que vivemos acaba nos remetendo à busca de soluções para os problemas que utilize pouco ou quase nada de nossa base e essência criativa, pois para nós são áreas difíceis de serem acessadas. Entre nossa prática do dia a dia e essa fonte criativa, foram criadas várias camadas isolantes nas quais temos dificuldade de transpor. Uma delas é o conformismo, na qual alegamos não ser criativos e “o que fazer a respeito? Não somos e pronto, acabou!”. Temos também a rotina de atitudes não criativas: praticamos tanto o não ser criativo que passamos até a acreditar que não existe uma prática contrária. Há ainda o desinteresse: deixamos de nos interessar pelo assunto criatividade, pois ele se torna tão distante de nós que até esquecemos que ele existe. Outra camada importante é a da racionalização. Como resolvemos muitos problemas apenas com o uso da razão, deixamos de ir em busca de soluções mais interessantes e criativas, ficando satisfeitos com o que aparecer em nossa lógica usual. Uma barreira de ordem emocional – a insegurança - também surge na medida em que a prática criativa é expositiva. Em outras palavras, quando CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 estamos exercitando a criatividade ficamos mais sujeitos a críticas, chamadas de atenção ou mesmo comentários do tipo “você está ficando maluco?”. Por fim, surge a mistificação, ou seja, criamos o mito de que não somos criativos e que em relação a isso não há o que fazer. Mas Oech (1988), além de nos apontar o problema, também indica a solução! Ele descreve dez bloqueios mentais mais comuns e como podemos lidar com eles: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Toda vez que um bloqueio desses aparecer em nosso cotidiano, nossas barreiras criativas tendem a aumentar. Cabe a nós conhecê-las e toda vez que surgirem circunstâncias em que elas desejem se fazer presentes, entramos em combate com elas, resistimos e fazemos o contrário do que elas querem! Veja a seguir: ■ Achamos a resposta certa? Que ótimo! Anote-as e vá em busca de outras respostas certas! Quem disse que a primeira resposta certa que aparece é a melhor? O que alguém falou não tem lógica? Tudo bem! Pensar que o homem um dia iria voar também não tinha lógica até o surgimento do avião! ■ Há normas a seguir? OK! Mas há pontos nelas a serem melhorados, então vamos questioná-las! Precisamos ser práticos? Não! Precisamos ser criativos e isso não significa que não estamos sendo práticos. São inúmeros os casos de soluções criativas que vieram de inspirações nada práticas! ■ Evitar ambiguidades? Por quê? Algo pode ser uma coisa e ao mesmo tempo ser outra coisa. Qual o problema? Nosso celular é telefone, agenda, câmera fotográfica, filmadora, computador pessoal, enfim, viva a ambiguidade! ■ Não podemos errar? O que é um erro se não um passo em direção ao acerto? Há empresas que dão tanto valor ao acerto quanto ao erro, pois sabem que colaboradores que já erraram e não foram punidos se tornaram excelentes profissionais, mais produtivos, audazes e indutores da criatividade. ■ Brincar é falta de seriedade? Equívoco! A pessoa que brinca é flexível, relaxada e aberta ao seu entorno. Está bem-disposta, alegre e deseja que isso contagie a todos. Sabendo que a criatividade pede esse estado de espírito para se manifestar, vamos brincar sim! Afinal, brincar é coisa séria! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 ■ Isso não é da minha área? Por que temos de ficar presos a uma área? Vamos aceitar diferentes olhares, opiniões, conceitos, referências etc. A diversidade é que enriquece as possibilidades criativas. ■ Não seja bobo? Bobo é quem guarda para si algo que deveria estar sendo compartilhado! Afinal, uma brincadeira aparentemente sem sentido pode ser a semente de uma solução inusitada. Um carrapicho que incomodou centenas de pessoas foi uma fonte inspiradora para uma delas, a ponto de ter inspirado a criação do velcro. ■ Por fim, dizer que não é criativo é reforçar o maior de todos os bloqueios mentais. Afinal, quando falamos algo, nosso cérebro recebe essa mensagem como uma ordem e passa a segui-la. É o que nos ensina a neurolinguística, então devemos respeitar isso e parar de afirmar que não somos o que somos, que não temos o que temos e que não conseguimos o que temos condições plenas de conseguir. Reveja sua fala e estará revendo seu cérebro, suas crenças, padrões e competências! Então está na hora de quebrar os bloqueios! Rever suas práticas, suas falas, seus comportamentos, enfim, está na hora de começar a libertar aquela pessoa criativa, feliz e dinâmica que foi aprisionada dentro de você e começar a brincar de ser criativo. Em casa, na família, no trabalho, no lazer, na vida! Incorpore a seu espírito empreendedor todo esse potencial criativo que está dentro de você pedindo passagem para trazer ao mundo ideias interessante, úteis e diferenciadas! Leitura obrigatória A seguir, leia, reflita e exercite os ensinamentos repassados por Oech (1988), entre as páginas 75 e 85 de seu livro, no capítulo que ele designa como sendo “Intervalo”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Acesse o site Guia do Estudante e faça o teste: Qual é o seu nível de criatividade? http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/qual-e-o-seu-nivel- de-criatividade-519911.shtml Para complementar seus estudos, leia o texto a seguir sobre algumas coisas que as pessoas criativas fazem diferente: http://www.brasilpost.com.br/2014/03/12/caracteristicas-pessoas- criativas_n_4948909.html Muito interessante, não é mesmo? Aproveite para se aprofundar um pouco mais nesses conhecimentos, assistindo ao vídeo que os professores Elton e Henrique prepararam para você! Acesse o material on-line! O elo entre a criatividade, o empreendedor e a organização Depois de falarmos sobre o empreendedor e a criatividade, é importante fazer uma relação mais clara sobre o elo de cada um deles para com as organizações. Lembrando que organizações são todos os tipos de instituições que atuam visando o cumprimento de seus objetivos mediante a ação de pessoas. Ao se vincular a uma organização, qualquer pessoa, em especial o intraempreendedor, passa a ser um agente em prol dos resultados desejados por essa organização. Espera-se que a ação humana seja sinérgica, sistêmica e qualificada, contribuindo para que se chegue o mais próximo possível das metas, ou mesmo que as supere. Porém, na realidade nem sempre é o que se vê na prática. É comum encontrarmos ambientes organizacionais em que impera a competição entre pessoas, equipes e setores, nem sempre contribuindo para os objetivos gerais. Contextos de verdadeira guerrilha, desinformação, sabotagens e atitudes egoístas ou setorizadas acabam comprometendo a produtividade, lucratividade e, em alguns casos, a própria sobrevivência das organizações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Isso ocorreno ambiente interno, pois no entorno das organizações observam-se contextos semelhantes na disputa entre concorrentes, fornecedores e outros elementos. Há a interferência do sistema financeiro, das instituições governamentais, das leis e dos competidores de outros países que também causam tumulto à evolução das organizações, dificultando o cumprimento de suas metas. Também nesse ambiente, há pessoas nem sempre éticas, concorrentes imorais, regras que são pouco justas e procedimentos ilegais. As organizações precisam aprender a atuar tanto no contexto interno quanto externo e buscar caminhos para evoluir e crescer, considerando que, em muitos casos, as variáveis não são controláveis. O grande aliado das organizações no enfrentamento de tantos fatores desestabilizadores são as práticas de seus colaboradores. As organizações precisam criar condições, estruturas, culturas e climas que possibilitem a ação correta e efetiva de seus funcionários para obter melhores resultados. Aí entra a Altos impostos Legislações Concorrentes Fornecedores Importações Novas Tecnologias Falta de ética Monopólios Dumping Corrupção Egoísmo Etc. METAS CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 questão da liderança e do empreendedorismo, pois uma boa brigada de intraempreendedores, bem articulada e respaldada, tende a ser suficiente para lidar contra um exército de inimigos, sejam eles econômicos, sociais, culturais, comerciais, éticos ou educacionais. É interessante observar que uma organização, em sua fase inicial, recebe energia empreendedora de seu fundador, sendo este capaz de energizá-la, direcioná-la e fazer sua gestão sem precisar de muita ajuda externa a si mesmo. Porém, com o crescimento da empresa, aumenta-se também sua complexidade, demandas, relações, desafios, e continuar contando apenas com a energia do fundador passa a ser um risco. A energia empreendedora precisa crescer junto com a empresa e isso significa que “empreender” não pode mais ser uma ação advinda de apenas uma pessoa, mas sim de várias, se possível, de todas. Segundo Montenegro, em artigo disponibilizado no site do SEBRAE, o intraempreendedorismo é indispensável para as empresas já estabelecidas e com certo grau de crescimento, pois recria a cultura empreendedora interna. Nesse contexto, segundo ele, o ambiente intraempreendedor deve possuir as seguintes características: ■ A empresa opera nas fronteiras da tecnologia; ■ Novas ideias são encorajadas; ■ Não há parâmetro para a oportunidade; ■ Abordagem de equipes multidisciplinar; ■ Patrocinadores e defensores do modelo; ■ Apoio da alta administração. Observando essas seis características, fica bem claro o quanto colaboradores empreendedores e criativos são necessários às organizações. Vamos analisar essas características para entender melhor essa questão, observe a tabela a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Saber lidar com o real contexto, considerando suas ameaças e oportunidades, questões corretas e incorretas, potencialidades e limitações, faz parte do perfil ideal de colaboradores que, atuando com o apoio de seu espírito empreendedor e criativo, são capazes de fazer a diferença e alcançar as metas desejadas. Tal aproveitamento de potencial é responsabilidade constante da alta direção que deve organizar os elementos sob sua tutela de modo coerente, integrando pessoas, processos, tecnologias, recursos, parcerias e estratégias. Além disso, é necessário criar uma “personalidade” empresarial que considera como desejáveis fatores como atitude, curiosidade, aderência ao risco, aceitação do erro, exercício da criatividade e, ao mesmo tempo, limita ou elimina questões como ilegalidade, imoralidade, falta de ética, egoísmo, falta de senso de equipe, enfim, será a formação de uma organização sadia e voltada para a ação criativa e empreendedora que irá fazer com que floresça as características comentadas no quadro anterior. Deriva dessa constatação a mudança de perfil do líder personalista para o de uma liderança profissional. Nesse trânsito, a figura do líder fundador tende CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 a ser alterada para a de líderes curadores. Curador no sentido de cuidador, de incentivador, de orientador e motivador. Veja a imagem a seguir: O líder curador se dedica a seu papel estratégico, observando mais o entorno e contexto de negócios que o ambiente interno, mas se cerca de bons gerentes para que estes façam o devido papel tático de realização de metas, sem se afastarem do ambiente interno e de sua função de inspirar, ouvir, motivar e orientar a organização e sua força de trabalho. Essa ação do líder é que ajudará na construção de um clima adequado para o exercício do espírito criativo & empreendedor, elemento-chave para a sobrevivência e sucesso das organizações. Portanto, não basta querer colaboradores criativos e empreendedores. As organizações precisam se estruturar para poder não somente ter esse precioso colaborador como também criar uma cultura adequada à ação deste elemento humano, respaldado por condições materiais, tecnológicas, operacionais e gerenciais. Esse é o desafio lançado a todas as organizações! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Leitura obrigatória Leia as páginas 96 a 103 do livro Empreendedorismo, de Paulo Sertek, disponível na Biblioteca Virtual. E para complementar seus estudos sobre este tema, sugerimos que assista aos seguintes vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=xY6Og5wQdF0 https://www.youtube.com/watch?v=NWFIXfe8ii0 Para aprofundar seus conhecimentos ainda mais, acompanhe ao vídeo a seguir com as explicações dos professores Elton e Henrique. Acesse o material on-line! A identificação de oportunidades “A palavra oportunidade vem de um nome de um vento. Os romanos tinham hábitos de nomear os ventos. Um dos ventos que apreciavam era chamado de Ob Portus, vento oportuno. Estes ventos levavam as embarcações para os portos.” Cortella (2007) É sempre aconselhável iniciar uma abordagem sobre um tema analisando a etimologia do mesmo, ou seja, a origem da palavra que dá nome ao tema. No caso de oportunidade, é interessante notar que a mesma está relacionada às forças que impulsionam uma situação (um empreendimento, por exemplo) para frente. Isso é algo muito relevante quando remetemos esse sentido para o contexto dos empreendedores e organizações. Na imagem a seguir, podemos entender melhor essa analogia. O barco representa os recursos, ou seja, tudo aquilo que a organização precisa para “navegar”. As pessoas são os condutores do barco “organização”. O destino é o porto seguro onde a organização quer atracar e que foi definido graças aos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 ventos que lhe possibilitaram escolher esse destino, ou seja, a oportunidade vislumbrada. As estratégias são os meios definidos pelas pessoas do barco para chegar ao porto e o mar é o mercado, com suas flutuações, tempestades e momentos de paz, que também recebe a navegação dos outros barcos, o dos concorrentes. Aqui vale aquela antiga afirmação de Sêneca: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”. A oportunidade é que ajuda as organizações a dar o norte de suas ações, alimenta a bússola dos negócios para que se direcionem os recursos e estratégias em busca do ponto de chegada desejado.Oportunidade não é só a escolha de um destino. Também tem a ver com a manutenção de energia para a direção certa, pois de nada adianta um vento “certo” por pouco tempo. O vento da oportunidade precisa aparecer e ser mantido até que se chegue ao destino desejado. Isso, em termos de negócios, não é algo trivial. Identificar uma oportunidade é identificar o “vento” que melhor pode guiar a “nave” organização em direção ao “porto” ideal. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Portanto, estamos falando de uma seleção de ideias. Nem toda ideia é uma oportunidade. O grande desafio do empreendedor nesse momento criativo é saber perceber se a ideia tem potencial inovador suficiente para se tornar uma oportunidade. Isso é algo que depende de alguns fatores. Uma ideia de negócio está inserida em um segmento de mercado que tem hoje uma clientela, um rol de competidores e o mercado em si, com suas características. É preciso observar isso previamente para a primeira seleção de ideias. Podemos avaliar uma ideia que tem uma clientela muito pequena. Isso não é impeditivo para que se torne uma oportunidade, mas é extremamente restritivo. A marca Ferrari, por exemplo, tem um mercado altamente restrito, mas é um segmento de clientes altamente ricos, ou seja, são poucos e estão dispostos a pagar caro por um carro dessa marca. Porém, para fazer esse público se interessar, a missão é altamente desafiante, onerosa e tecnológica. A ideia avaliada pode estar inserida em um mercado muito competitivo, com um número elevado de competidores. Nesse caso, o entrante terá uma dificuldade muito grande já que terá que lidar com um público acostumado com a facilidade de acesso e talvez já fiel a alguns dos competidores. Também precisará avaliar que se for um produto ou serviço com características de commodity, ou seja, a oferta existente é muito semelhante com difícil inserção de diferenciais, a disputa se daria essencialmente por preço. Nesses mercados, a “canibalização” é exagerada tornando a disputa muito intensa e agressiva, levando a uma séria e profunda reflexão do empreendedor antes de decidir entrar para essa disputa. A terceira questão diz respeito ao mercado de atuação. Há mercados em nascimento, em amadurecimento, maduros e em descendência. Essa curva de vida é fator de identificação do potencial de oportunidade da ideia. Não é interessante entrar em mercados em processo de diminuição de demanda, pois isso significa a extinção ou redução a um grau muito baixo de consumidores, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 tornando o segmento pouco interessante. Não queremos dizer que não exista oportunidade. Apenas é preciso avaliar se haverá demanda e se essa sustenta a ideia. Por exemplo, há os fornecedores de peças para carros antigos cujo nicho de clientes são colecionadores de carros fabricados no século XX. É uma parcela muito pequena de clientes e que precisam ser “buscados” em diferentes localidades do país e, por serem aficionados pelo tema, estão dispostos a se deslocar ou mesmo pagar bons preços pelas peças. Nesse caso, há um mercado relativamente estabilizado em termos de volume de clientes e pode ser interessante desde que se tenha como montar um acervo de peças que deem rentabilidade ao negócio. Porém, normalmente mercados muito restritos em termos de demanda não se mostram interessantes. Ainda é preciso avaliar questões como acesso à cadeia de suprimentos. Há mercados com uma concentração de mercado na mão de poucos e poderosos concorrentes que possuem um poder de barganha muito elevado a ponto de colocar barreiras de acesso aos fornecedores desses mercados ou então a questões de distribuição ou mesmo às tecnologias exigidas por esse mercado. Desse modo o entrante sofrerá muito para se estabilizar em termos operacionais e a tendência é de que tenha custos mais elevados, impactando seu preço e margem de lucro. Também é importante a percepção de qual tende a ser o montante inicial de investimento para avaliar se está dentro do “orçamento” do empreendedor e de seu poder de endividamento. Portanto, não se trata de um processo desconectado da realidade. É preciso uma avaliação criteriosa da ideia para identificar se ela é efetivamente boa, ou melhor, se ela é mesmo uma oportunidade. Para complicar ainda mais esse momento, além de olhar para os fatores externos comentados, o empreendedor precisa, ainda, avaliar a ideia em termos de si mesmo, ou seja, avaliar o quanto se sentiria feliz e motivado atuando naquele segmento de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 negócio. De nada adianta se aventurar em um negócio que não é prazeroso e motivador no dia a dia. Uma pessoa que abre uma padaria, por exemplo, deve saber que está entrando em um ramo de atividade que exige de seu proprietário uma dedicação muito grande, acordando muitíssimo cedo, despendendo atenção constante, atuação aos sábados, domingos e feriados etc. Se isso não faz parte do imaginário de trabalho do empreendedor, mesmo sendo uma ideia interessante e com alto potencial inovador, é melhor ser descartada. Isso significa que a avaliação de ideias precisa “casar” com o mercado e com o empreendedor. Sem esse “matrimônio”, a tendência é o “divórcio”. A oportunidade não irá muito longe e não deixará “filhos”. Portanto, antes que se tenha uma ideia, é necessário pensar sobre onde encontrar aquelas que tenham potencial para se tornarem oportunidades. Para onde olhar? Como observar? O que buscar? Enfim, como é que se adquire um olhar identificador de oportunidades? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 Todo bom pescador sabe da importância de se ouvir os pescadores da região quando está em busca de bons locais para pescar. Basta uma conversa rápida com eles e uma observação de suas atitudes e escolhas para saber onde devem estar os bons peixes da região. No caso de ideias para negócios a fonte de informação são as necessidades, sejam de pessoas ou organizações. Observar o que as pessoas ou organizações querem, precisam, desejam ou venham a necessitar é uma grande fonte de oportunidades. E, quando se fala em oportunidades, imediatamente vem à mente a teoria apresentada por Maslow sobre as necessidades humanas. Observe a figura: A esse respeito, Schneider (2011) afirma que: Os níveis da pirâmide, de baixo para cima, indicam que quanto maior for o nível, maior a especialização, a complexidade e menor a competição, porém com necessidade de maior investimento. Normalmente, quanto mais baixo estiver na escala de necessidades, mais concorrido de menor complexidade e custo é o empreendimento. De qualquer modo, independentemente da altura em que a CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 necessidade se encontre na pirâmide, o importante é satisfazê-la, seja inovando, seja criando valor para as pessoas ou organizações nos produtos e/ou serviços que lhes serão oferecidos. A percepção do nível em que se enquadra a oportunidade é um fator importante para entendê-la e avaliá-la. Isso faz parte da análise que comentamos anteriormente quando abordamos a questão de análise de público-alvo, concorrência e situação do mercado pretendido. Portanto, identificar oportunidades é um exercício de pesquisa, estudo, análise, avaliação e tomada de decisão. Nesse momento, é exigido do empreendedor competências relacionadas a: saber captar, organizar, analisar e avaliar informações; lidar com outras pessoas que possampassar informações importantes; e, ainda, dominar tecnologias da informação e criatividade, já que as informações precisam ser cruzadas, confrontadas, relacionadas, integradas. Enfim, é preciso “construir” uma oportunidade a contar das informações coletadas e que seja efetivamente uma ideia com potencial de inovação e possibilidades de sucesso no mercado. Leitura obrigatória Para complementar seus estudos, faça a leitura do artigo a seguir: http://www.sebrae.com.br/Estados/Estudo%20de%20Tend%C3%AAncia s%20e%20Oportunidades%20de%20Neg%C3%B3cios%20em%20Goi%C3%A 1s.pdf O vídeo a seguir é muito interessante e valioso para entendermos melhor a questão de identificação de oportunidades oferecido pela Endeaver. Não perca! https://endeavor.org.br/o-modelo-de-timmons-para-o-plano-de-negocio/# A seguir, você encontrará a Cartilha do Empreendedor, que, mesmo sendo bastante básica e com linguagem mais voltada para empreendedores de menor formação acadêmica, é interessante observar as recomendações e dicas apresentadas pelo SEBRAE. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 30 http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/b ds/bds.nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf Nossos estudos não param por aqui! Assista ao vídeo que está disponível no material on-line e continue se aprofundando no tema! O empreendedor como gerador de oportunidades As oportunidades estão por todo lado. Percebê-las é parte importante do processo de empreender, mas é preciso ir além. Perceber, entender, relacionar, diferenciar, potencializar, avaliar, enfim, são atividades de um trabalho que exige bastante do empreendedor. Precisamos ser pessoas que buscaram e buscam certo perfil para que a ação empreendedora aconteça com maior grau de efetividade. Portanto, há pontos-chave que apontam nessa direção. A primeira questão, ao se avaliar uma oportunidade, é conhecer mais sobre ela e isso implica uma visão mais clara possível sobre quem é o público- alvo, qual é a situação do mercado e, ainda, como se vai oferecer algo que tenha valor (diferenciado do que existe hoje) e de modo coerente em termos de como CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 31 o cliente terá acesso a esse valor, como se relacionar com esse cliente e como cobrar por esse valor ofertado. Mas tudo isso não é suficiente. Afinal, são apenas os elementos que estão no ambiente externo. É preciso considerar que o sucesso está em fazer o que é preciso com o que se tem (elementos internos), de forma a se obter os resultados (externos desejados). Portanto, há também pontos-chave de ordem interna ao negócio. Vamos conhecer esses pontos. Verificadas essas questões de caráter mercadológico, presentes no entorno do negócio, é preciso passar o olhar para dentro do mesmo, buscando entender o que precisa ser feito na organização para que ela tenha condições de efetivar o que seu entorno está exigindo. Em outras palavras, quais são os itens de ordem interna que precisam ser trabalhados para que se tenha sucesso no ambiente competitivo? Veja a seguir: ■ Eu conheço esse mercado. Sei o que é oferecido nele, de que modo, onde, como, com que jeito e formas de pagamento! ■ Eu sei quem é o cliente e/ou consumidor desse mercado. Tenho ideia quantitativa e de perfil de consumo e preferências. ■ Consciente da importância de manter uma boa relação com meus clientes e/ou consumidores já defini como irei estruturar meios de viabilizar esse contato da maneira mais adequada e econômica. ■ Tenho uma boa noção de onde posso oferecer meu produto/serviço visando facilitar, incrementar e efetivar o consumo do mesmo. ■ Já identifiquei a forma como irei captar dinheiro em meu negócio. Avaliei como o mercado hoje está captando recursos financeiro e mapeei a melhor forma de atuar nessa questão. O empreendedor precisa ter a competência de, a partir de uma pesquisa e leitura do mercado, definir os elementos importantes do negócio que pretende criar ou reformular: ■ O que vai diferenciar meu negócio? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 32 ■ Quem será meu cliente? ■ Como vou atender esse cliente? ■ Como vou me relacionar com esse cliente? ■ Como vou cobrar por meu produto/serviço? Se há valor no que se pretende oferecer, a pergunta é: quais são as atividades necessárias para que esse valor seja real e efetivo? Há ações da empresa que não podem falhar e identificar que atividades são essas é essencial para se avaliar o atendimento da oportunidade. Como empreendedor, é necessário ter claro quais atividades precisarei desenvolver em meu negócio que não poderei falhar de jeito nenhum! Devo saber, também, em que vou precisar investir para que minhas atividades funcionem bem e para que eu possa cumprir o que prometi ao mercado. Além disso, preciso definir com quais elementos externos precisarei contar para que minhas atividades funcionem a contento. É essencial ter uma consciência clara de quais serão meus custos fixos e variáveis para que possa dimensionar bem minha produção, estrutura e volume de vendas ideal. O empreendedor precisa ter a competência de olhar para dentro do negócio e estruturá-lo adequadamente. Essa forma de organizar o negócio, garante que suas promessas e premissas externas possam ser suportadas e atendidas com qualidade, efetividade e economicidade. As atividades acabam ocasionando a necessidade de investimentos para que os recursos estejam disponíveis para sua operacionalização e também se torna importante decidir sobre o que será realizado pela própria empresa e o que será terceirizado ou cumprido por parceiros. Essas escolhas vão impactar nas atividades e grau de imobilização e qualidade do valor oferecido. Isso nos remete à avaliação de quais serão os principais custos do negócio proposto. É importante se ter uma ideia de quais serão os principais elementos de custos, seja direto ou indireto. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 33 Percebe-se que esse trabalho de avaliação de uma oportunidade no qual se busca dar um padrão, um perfil ou mesmo uma modelagem para o negócio proposto é algo que exige do empreendedor certo traquejo, uma facilidade em lidar com essas questões e isso nos remete ao CHA Empreendedor, só que aqui voltado para esse momento de formatação da oportunidade. O CHA EMPREENDEDOR CAPACIDADES HABILIDADES ATITUDES Lidar bem com informação Pesquisar, tabular, analisar e organizar dados e informações. Perguntar, trocar ideias, solicitar apoio, identificar e acessar fontes confiáveis e adequadas. Fazer análises e sínteses Matemáticas, lógicas e de uso da tecnologia da informação. Ler, refletir, associar, relacionar, sintetizar, criar, reorganizar. Tirar conclusões Avaliação, medição de risco e complexidade, hierarquizar e categorizar. Conversar com pessoas que podem ajudar a orientar. Tomar decisões Resolver problemas, escolher alternativas, avaliar consequências. Pedir opiniões, delegar, quantificar risco e consequências. Negociação Comunicar bem, argumentar, gerenciar conflitos, superar obstáculos. Pró-atividade, empatia, paciência, convencimentos, argumentação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 34 O empreendedor precisa ser capaz de lidar de forma eficaz com a informação e isso lhe exige uma boa habilidade para achar dados relevantes, saber organizá-los deforma correta, trabalhar uma tabulação deles e depois analisá-los de modo a serem capazes de efetivar informações que lhes darão a melhor montagem possível do negócio a ser estruturado para aproveitamento da oportunidade. Isso acontece quando o empreendedor é capaz de se comunicar bem, desenvolver conversas que lhe apontem os melhores caminhos para localizar informações, achar meios de acesso às fontes mais adequadas, enfim, um conjunto de atitudes que ele precisa exercitar para que essa capacidade seja efetivada com competência. É importante que ele também seja capaz de efetuar análises e sínteses, pois a amplitude de informações é muito grande e a relação entre elas nem sempre é trivial. Lembramos que um bom domínio de informática é essencial, pois o uso de ferramentas eletrônicas como planilhas, gerenciadores de bancos de dados e softwares de estatística são fatores-chave para que se trabalhe bem os dados em seu processo de transformação em informação, para daí se analisar essa informação, convertendo-a em conhecimento a ser aplicado na oportunidade. Esse trabalho de conversão de informações em conhecimentos preciosos é algo determinante para a elevação do grau de inovação do negócio proposto. As informações trabalhadas e analisadas precisam ser também discutidas com pessoas com outros pontos de vista, que dominem outros conhecimentos e que possam ajudar a ampliar o poder de avaliação e efetivação de conclusões por parte do empreendedor. A contar disso, será possível o exercício das tomadas de decisão que serão decisivas para o desenho do mapa que dará visão ao contexto, forma e características da oportunidade a ser aproveitada. Aprendemos que identificar uma oportunidade de negócio – fruto de um exercício pleno de criatividade e inovação – é apenas parte do processo. Além de identificar, é preciso saber estruturar uma oportunidade de negócio e isso CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 35 demanda a consideração de elementos internos e externos do negócio proposto. É que esses elementos requerem competências humanas bem definidas, compostas de capacidade, habilidades e atitudes bem específicas. Esse formato de aproveitamento da oportunidade, uma vez pronto, deve então passar por um período de discussão, aprimoramento, avaliação, enfim, deve passar por diferentes perfis até chegar ao formato final. Isso se dá a contar de uma ampla discussão dele junto a todos os envolvidos de modo que cada um opine e critique o modelo até que ele chegue ao perfil mais evoluído e acabado possível. Com a modelagem concluída, a oportunidade estará mapeada e pronta para ser trabalhada em termos de sua efetivação. A constatação no presente tema é que a ação empreendedora necessita transitar entre o querer, o ser criativo e ainda, entre a criatividade e a inovação. Ou seja, para que se possa fazer uma caminhada com resultados acima da média, trazendo diferenciações expressivas e efetivamente conectadas com o mercado e público-alvo, o empreendedor precisa passar por diferentes momentos, exercitando um perfil adequado a cada passo e culminando com a construção de um modelo de negócio que seja realmente capaz de aproveitar de modo pleno uma oportunidade identificada. Leitura obrigatória Leia, no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 62 a 68), a parte em que o autor aborda a questão da transformação de necessidades em oportunidades. Acesse a Biblioteca Virtual. Para se aprofundar ainda mais, leia o artigo que está disponível a seguir: http://www.portalunisaude.com.br/downloads/rae/empreendedorismo.pdf No vídeo a seguir, João Bonomo, do Ibmec, e Enio Borges, da Endeavor, conversam sobre empreendedorismo e atitudes inovadoras, e explicam como negócios e oportunidades surgem durante o período de crise. Além disso, eles explicam quais características são fundamentais para se lançar no mercado como empreendedor. Não perca! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 36 https://www.youtube.com/watch?v=GFsTRthlPNI No próximo vídeo, o SEBRAE Papo de Negócio fala das dúvidas mais básicas sobre ideias e oportunidades com Prof. Marcelo Nakagawa: https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o Para concluir os estudos deste tema, acompanhe as considerações dos professores Elton e Henrique no vídeo que está disponível no material on- line. Na prática Inovar para sair da crise mediante criatividade Uma indústria de móveis vem passando por uma crise mais intensa que a de seus concorrentes. Seus custos têm subido, a receita caído, as reclamações e devoluções são constantes e sua participação no mercado vem se reduzindo. A direção muito preocupada com esse contexto informou, mediante um cartaz nos quadros de aviso, que gostaria e também recompensaria ideias criativas que fossem úteis à organização. Mas o fato é que surgiram dos colaboradores apenas algumas poucas ideias pouco criativas e aplicáveis. A direção percebeu que soluções realmente úteis demandariam maior criatividade e isso não parecia estar muito disponível em seu ambiente interno. O gerente de RH foi então chamado para que desenvolvesse um projeto que levantasse o potencial criativo dos colaboradores e fosse capaz de fazer surgir um rol de ideias que fizesse evoluir e melhorar o contexto da organização. Avaliando a questão, o Gerente de RH discutiu a demanda com sua equipe e os incumbiu de determinar que características criativas deveriam ser reforçadas e, ainda, que meios poderiam ser usados para esse reforço. Considerando ser esse o contexto da demanda e as características desse ramo de negócio, pense nas seguintes perguntas: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 37 a. Quais seriam as cinco características que você proporia como sendo importantes para serem reforçadas? b. Quais seriam os cinco meios mais adequados para desenvolvimento desses reforços? Importante que tudo seja apresentado com justificativas que demonstrem ser realmente boas escolhas e que as características e meios apontados são coerentes entre si. Acesse o material on-line e assista ao vídeo para saber como o professor Elton resolveria o caso! Síntese Na aula de hoje, estudamos os desafios que sucedem a decisão do empreendedor de buscar a realização de seu sonho. A contar de seu efetivo querer, ele passa para a definição do alvo de sua ação empreendedora e, nesse momento, ele precisa lançar mão de seu potencial criativo, o que muitas vezes se torna um problema já que ele não está acostumado a ser criativo ou mesmo nem se considera detentor de criatividade. Foi trabalhada a importância da criatividade, seus conceitos, características, desafios e caminhos para que seja algo presente e constante na vida do empreendedor, inclusive colaborando de diferentes maneiras na sua caminhada empreendedora. Daí surgem as relações entre o empreendedor, sua criatividade e as organizações, as formas como esses três elementos de integram, se interdependem e precisam de um agir sistêmico e convergente. Porém, criatividade por si só não é suficiente para que se defina o destino da ação empreendedora. Ela precisa colaborar com o processo de identificação de oportunidades de negócios que sejam realmente interessantes, necessários e diferenciados, e também que possam se tornar boas opções no mercado. Essa atividade de identificação de oportunidades demanda certas competências do empreendedor e, quando detectadas, demandam outras competências para que ele seja capaz de transformá-la em um bom modelo de CCDD – Centro de Criação e DesenvolvimentoDialógico 38 negócios. Portanto, o caminho da criatividade à inovação é composto de muitos desafios, competências, percepções, análises e conexões. Tal realidade vem provar que o empreendedor precisa ser efetivamente alguém com bom nível de conhecimento, detentor de boas competências e, ao mesmo tempo, determinado, pois encontrar uma boa ideia de negócio com alto poder de inovação é um desafio a ser vencido nessa etapa da ação empreendedora. Até a próxima aula! Acesse o material on-line e assista ao vídeo com as considerações finais dos professores Elton e Rodrigo. Aproveite e reveja os principais conteúdos abordados nesta aula. Referências ABRIL - Guia do Estudante: Qual é o seu nível de criatividade? - http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/qual-e-o-seu-nivel-de- criatividade-519911.shtml BARRETO, Roberto Menna. Criatividade no trabalho e na vida. São Paulo: Summus, 1997. Cartilha do SEBRAE: Cartilha do Empreendedor - http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds. nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf CORTELLA, Mario - Qual é a tua obra? - Inquietações Propositivas Sobre Ética , Liderança e Gestão. São Paulo: Vozes, 2007. G1 – Globo. Empreendedores usam criatividade em novos negócios para driblar a crise - http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da- eptv/videos/t/edicoes/v/empreendedores-usam-criatividade-em-novos- negocios-para-driblar-a-crise/4360304/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 39 GOOGLE – História de empresa - https://www.google.com.br/about/company/history/ GREGOIRE, Carolyn - 18 coisas que as pessoas criativas fazem diferente - http://www.brasilpost.com.br/2014/03/12/caracteristicas-pessoas- criativas_n_4948909.html HARGROVE, R. Colaboração Criativa. 10.ed. São Paulo: Cultrix, 2006 ME EDUQUE. Alunos super dotados. 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Nem tudo são flores no caminho de realização dos sonhos dos empreendedores. São várias as situações, contextos e relacionamentos que acabam afetando essa ação empreendedora. Essas interferências podem vir de dentro do empreendedor, de seu entorno, de seu negócio/trabalho ou do contexto externo. O fato é que essas questões muitas vezes não são previsíveis, administráveis ou podem ser resolvidas pelo empreendedor. Elas podem ser de âmbito global, nacional, estadual, chegando até o nível íntimo de seu ser. Portanto, a contar da hora que o empreendedor tem uma ideia com potencial de configurar como uma oportunidade, é preciso que ele se situe, observe melhor qual a relação dessa oportunidade com todos os elementos aos quais ela se relaciona, considerando inclusive, e de modo especial, ele próprio. “Quem cria os impactos é responsável por eles, sejam intencionais ou não. Essa é primeira regra. Não há dúvida quanto à responsabilidade da administração pelos impactos sociais de sua organização. Eles são de competência da administração” (DRUCKER, 1975, pág. 365). Observando essa abordagem de DRUCKER, podemos ver que surgem diversas avaliações que irão influenciar e determinar as decisões que se seguirão até a efetivação e concretização dos objetivos da caminhada empreendedora. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Será necessária uma grande avaliação da oportunidade mapeada com o empreendedor, com o mercado afetado por essa oportunidade, pelos elementos – stakeholders – sistêmicos presentes na oportunidade e com a sociedade e o ambiente. Não fazer essas avaliações muitas vezes resultam em grandes fracassos, pois se parte para um planejamento ou mesmo para a ação realizadora sem um entendimento claro do que vai ser feito, como será feito, que implicações a ação terá em suas diferentes magnitudes de relacionamento e o que ela trará de efetivamente positivo – ou negativo - para as pessoas e o planeta. Portanto, hoje nós vamos trabalhar a importante relação sistêmica – e complexa – entre as oportunidades detectadas, seu grau de inovação no ambiente, sua relação com o empreendedor, ampliando a análise dessa relação para seu entorno, contexto, sociedade e planeta. Sem uma CONSCIÊNCIA clara disso tudo, não se deve partir para o planejamento de ações empreendedoras. Agora é a vez do professor Henrique falar sobre a aula de hoje! Confira no vídeo no material on-line. Contextualizando "O cliente pode escolher a cor que desejar, desde que seja preta."A célebre frase, dita por Henry Ford em referência ao carro Ford modelo T, tem lógica: a tinta preta era a única com secagem rápida no mercado de 1913. E Ford precisava de tintas desse tipo para finalizar sua criação, a primeira linha de montagem automobilística do mundo. Veja mais detalhes sobre a linha de montagem de Ford aqui: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/entenda-como-era-linha- montagem-ford-t-748425.shtml CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Qual é a lógica por trás da famosa frase de Ford? Ele tinha um mercado “sedento” por seus veículos. A demanda era extremamente grande e seu objetivo era atender essa demanda o mais rápido possível. Em termos de oportunidade, não havia dúvida: suas inovações estavam dando certo e ele precisava produzir o máximo possível. Porém é fácil perceber que seu foco não estava nem um pouco ligado aos desejos e contextos externos à sua produção. Saber o que os clientes queriam, se havia infraestrutura para receber tantos carros – postos de gasolina, estradas, oficinas, etc. – e muito menos os impactos ambientais que carros movidos a combustível fóssil poderiam causar. Não se trata de julgar Henry Ford, mas apenas de observar que seu foco era o lucro e, portanto, suas decisões estavam focadas na obtenção do mesmo, independente de outros fatores que poderiam e deveriam estar sendo considerados em virtude de seus impactos a curto, médio e longo prazo. Hoje temos como missão trazer uma reflexão sobre como as oportunidades e a inovação podem ser aproveitadas de modo inteligente e consciente, trazendo os resultados desejados pelo empreendedor em termos econômicos, porém, sem que isso represente o incremento dos problemas sociais e ambientais vividos atualmente pelas sociedades. Seria isso uma utopia? Uma conversa para “inglês ver”? Ou podemos mesmo ter uma consciência e prática que nos permita agir com eficácia nos negócios, sem, contudo, piorar o que já não está nada bom e que chegou a esse estágio praticamente graças unicamente da ação do homem? A ideia é que ao término dessa rota você tenha adquirido um conjunto de conhecimentos que sejam capazes de complementar sua percepção sobre negócios, oportunidades e inovações, dentro de um prisma mais justo, correto e ambientalmente positivo. A contar disso, poderá mergulhar nas aulas posteriores onde a questão de modelar negócios inovadores, com alta octanagem em termos de oportunidades será algo conectado à essa consciência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Problematizando Aproveitar oportunidades é, via de regra, interferir em uma realidade trazendo algo novo, diferenciado e inovador. É possível se pensar em aproveitar oportunidades com inovações que gerem transformações de amplo espectro, alterando a realidade para melhor, não somente para o próprio empreendedor para um número elevado de pessoas? Tudo isso com efetividade econômica? Vamos conhecer esse interessante caso e avançar para algumas reflexões a respeito: “Sonho com o dia em que não haverá mais pobreza. Com o dia em que as novas gerações terão que ir a museus para saber como era viver na pobreza.” Prof. Muhammad Yunus Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006, é o pai do microcrédito e dos negócios sociais. É o fundador do Grameen Bank e de outras 50 empresas em Bangladesh, a maior parte delas como negócios sociais. Em 1976, o Professor Yunus começou a fazer experiências com o fornecimento de pequenos empréstimos para os pobres sem as garantias e exigências tradicionais dos bancos comerciais. O projeto foi chamado de Grameen Bank e, mais tarde, em 1983, tornou- se um banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres, principalmente mulheres na zona rural de Bangladesh. Hoje o Grameen Bank tem mais de 8,4 milhões de mutuários, 97% dos quais são mulheres, e desembolsa mais de 1,5 bilhões de dólares por ano. A ideia se espalhou por quase todos os países do mundo, incluindo países desenvolvidos e industrializados. Os 7 princípios de Yunus: 1. O objetivo do negócio será a redução da pobreza ou mais problemas (como educação, saúde, acesso à tecnologia e meio ambiente) que ameaçam as pessoas e a sociedade; não a maximização dos lucros. 2. Financeira e economicamente sustentável CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 3. Investidores recebem de volta somente o valor investido. Nenhum dividendo é pago além do dinheiro investido. 4. Depois que o investimento for devolvido, o lucro da empresa fica na empresa para ampliação e melhorias. 5. Ambientalmente consciente. 6. Colaboradores recebem valor de mercado com melhores condições de trabalho. 7. Fazer tudo isso com alegria. Fonte: http://www.yunusnegociossociais.com/#!viso-prof-muhammad-yunus/c1ug0 Observando esses sete princípios, podemos tirar algumas conclusões: I. Há condições efetivas de trabalhar resultado econômico conjugado com efeitos sociais e ambientais positivos. II. A prática de ações com obediência a esses princípios leva necessariamente à exclusão dos problemas advindos das práticas comuns realizadas no atual paradigma do lucro a qualquer custo. III. O sétimo princípio parece fora de contexto, mas na verdade, deve ser sempre o princípio básico de toda ação humana que deseja fazer algo que efetive mudanças na realidade. Assinale a alternativa que contenha as opções corretas: A) Apenas as conclusões I e II são corretas B) Somente a opção I pode ser considerada correta C) Apenas as conclusões I e III são corretas D) Apenas as conclusões II e III são corretas E) Todas as alternativas estão corretas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 A alternativa C é a correta. A conclusão um é correta já que o próprio caso apresentado é uma prova da viabilidade desse modelo de princípios. A conclusão dois é generalista e não considera que nas ações humanas as possibilidades e implicações podem ir além dos princípios apresentados acima e, portanto, mesmo que esses princípios sejam aplicados a possibilidade de que problemas advindos da prática comum de hoje em dia continuem a acontecer. A questão da ação do homem é por demais complexa para que possa ser totalmente coberta por seis princípios, porém, isso não tira o mérito dos princípios de Yunus e muito menos a importância de sua aplicação. A terceira conclusão pode ser considerada correta já que fazer algo com alegria é um dos grandes prazeres que o ser humano pode ter em sua vida. Sempre e em qualquer situação, agir com o apoio da alegria significa maior dedicação, persistência e fé nos resultados almejados. Desse modo, as conclusões I e III são corretas e a alternativa C deve ser a marcada. Como foi na questão? Acertou? Vamos ver como o professor Henrique responde? Assista ao vídeo disponível no material on-line. Pesquise A análise de oportunidades e os erros mais comuns Após uma fase de intensa criatividade em busca de uma ideia que aproveite bem uma oportunidade, é normal que o nível de motivação e ansiedade do empreendedor cresça e com ele a vontade de partir logo para a efetivação da ideia. Porém, ao fazer isso ele estará pulando o importante momento de análise, avaliação, maturação e planejamento da ideia. Se com tudo isso ainda há negócios que fracassam, imagine o quanto é perigoso seguir sem essa parte da caminhada empreendedora! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Mas, antesde se fazer a abordagem sobre a análise de oportunidades, é importante abordar um pouco mais a questão de como identificar oportunidades pois essa fase acaba sendo a que mais colabora para a efetivação de boas ideias com potencial inovador. O objetivo é saber como observar o mundo em busca de oportunidades que possam ser inovadoras. Porém, o que é inovação? Fazendo uma busca entre diferentes autores que abordaram esse tema, é possível chegar no esquema que você vai conferir aqui: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 É nítida a grande amplitude do tema e como a inovação pode ser atrelada a diferentes pontos de vista, revelando conceitos bastante diferenciados e que remetem a questões importantes para as organizações. É possível destacar partes do quadro acima, como a definição de inovação colocada por JONASH quando ele que diz ser a “inovação um processo de alavancar a criatividade para criar valor”. Sem desprezar as demais abordagens, essa se torna bastante relevante pois em apenas seis palavras consegue apresentar o que de mais relevante se precisa para inovar: criar valor mediante criatividade! Em outras palavras, INOVAR É CRIAR VALOR! Se a ideia relacionada a uma oportunidade não for capaz de criar valor para um mercado fazendo com que seus segmentos de clientes não percebam valor, essa ideia não irá vingar. Se uma ideia não despertar em seu cliente o desejo de saber mais e desejar aquele produto ou serviço, dificilmente ele o irá consumir. Em resumo podemos então concluir que a missão do empreendedor em busca da inovação é de identificar como ele pode criar valor para o segmento de clientes que ele pretende atingir. Aqui cabe a ressalva apontada por TIDD(2008) na qual ele diz que “a inovação de modelo de negócio não requer a descoberta de novos produtos ou serviços, ou até mesmo de nova tecnologia, mas sim a redefinição de produtos e serviços já existentes e de como são usados, buscando-se criar valor”. Isso quebra o paradigma de que inovação precisa ser “inédita”, ou seja, sempre trazer algo totalmente novo para o mercado. É muito mais possível se inovar incrementando o que já existe do que trazer algo novo. E ainda é preciso se pensar mais longe com essa inovação. Captar a atenção e interesse do cliente até que ele consuma o produto - ou serviço - precisa ser visto como parte do processo de criação de valor. AUSTIN(20??) afirma que: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 “criar valor para as pessoas... que estenda o momento imediato de consumo e sobreviva a ele... conectando-se com suas paixões... experiência enriquecidas que fortaleçam a marca e aumentem as vendas”. (p.200) Assim, se entende que o processo de valor passa pela oferta, entrega e captação de valor pelo cliente, não se restringindo ao momento do consumo e se estendendo de modo a se criar um vínculo valoroso onde a relação entre o que se ofereceu e o quem o consumiu permaneça e possa ser ampliada. Há uma famosa marca de motocicletas que não vende motocicletas em suas propagandas, mas sim ‘liberdade” e no enfoque dela, essa liberdade é para poucos. Quem conquista a “liberdade” mediante a compra de uma motocicleta na verdade passa a ser parte de um clube no qual a “liberdade” por eles oferecida se materializa sob a forma de eventos sociais, viagens, roupas personalizadas com a marca, venda de acessórios para personalização da motocicleta, ou seja, a captação de valor é ampla e duradoura, algo que representa receitas continuas e com alguma constância. Quando o empreendedor parte para a identificação de uma oportunidade que gere valor ele tem esse desafio de obtenção de valor no curto, médio e longo prazo. Motociclismo lembra paixão e isso nos remete a certos cuidados quando se está avaliando oportunidades. DOLABELA (1999, p.96) nos orienta bem a esse respeito apresentando os “oito erros que precisam ser evitados” ao se avaliar oportunidades: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Gostar da questão relacionada à oportunidade não significa que ela é uma boa oportunidade. A cegueira da paixão pode ser fatal! Também é perigoso ficar guardando para si uma ideia achando que ela pode ser roubada e aproveitada por outros. Ideias aparecem em mais de um lugar e o sucesso tende a vir para quem parte para a ação e não para aquele que a mantem no mundo das ideias. O erro 03 também é complicado, pois ideias tem um timming e, portanto, precisa maturar com certa rapidez para que aproveite a janela de oportunidade aberta a ela. Outro erro, que nem sempre acontece, mas que é perigoso, é postergar demais o aproveitamento da oportunidade fazendo com que ela deixe de acontecer quando devia. O erro 5 é um clássico! É muito comum ouvir empreendedores dizendo que a ideia é original e não há concorrência. Quando abrem o negócio, descobrem que a concorrência existe ou que os substitutos têm forte ação em seu mercado. O erro seguinte traz ameaças grandes de sustentabilidade econômica do negócio já que preço baixo quase sempre significa baixa margem de lucro ou mesmo nenhuma. Isso pode atrair clientes, mas não pagar as contas! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 O erro da impaciência também é comum. O empreendedor acha que vai abrir o negócio e tudo vai acontecer conforme “sonhado”. Porém, a prática é o que ela tiver de ser e não o que se deseja que ela seja. Por isso, o stress da impaciência que pode ser fatal. O último erro, do lucro rápido, é da família da impaciência, com laços sanguíneos diretos com a falta de planejamento. Lucro não é algo rápido em quase a totalidade dos negócios. Pensar que será assim é uma grande ilusão que muitas vezes acaba afastando o empreendedor do sucesso pois ele acaba pulando fora do barco antes que esse atraque em um porto seguro. Podemos concluir que a inovação é um passo extremamente importante e decisivo para o sucesso da ação empreendedora. Inovar demanda atenção, cuidado e um trabalho apoiado pela razão, emoção, criatividade e boas informações, sem falar na discussão das ideias e oportunidades com outras pessoas que podem apontar novas visões, diferenciações, ameaças, enfim, aprimorar a oportunidade identificada. O professor Henrique está de volta para nos ajudar! Assista ao vídeo disponível no material on-line. Dica de Leitura Leia no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 69 até a 78) a parte que aborda a questão dos principais erros no processo de avaliação de oportunidades. Vá até a nossa Biblioteca Virtual, no portal ÚNICO, e pesquise pelo livro sugerido. Clique aqui: Saiba Mais “Empreendedores Iniciantes - 14 Erros Comuns de Empreendedores” veja a matéria completa aqui: http://contaazul.com/blog/empreendedores-iniciantes-14- erros-comuns-de-empreendedores/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Outro vídeo muito interessante “Não desista nunca: a história da Embraer por Ozires Silva” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Cxkelcp4jL0 A inovação no contexto das oportunidades “Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. As peças redondas nos buracos quadrados. Os que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discorda-los, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazeré ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os veem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são as que de fato, mudam”. - A Apple Inc. APPLE(1997) Nada mais adequado do que abrir esse tema que tem como foco a questão da inovação falando sobre esse texto apresentado em uma propaganda da Apple no qual eles falam sobre as pessoas inovadoras, que são por muitos chamados de loucos, de desajustados e rebeldes. Há mesmo essas características nas pessoas que inovam. E não poderia deixar de existir já que delas é esperado mesmo que saiam do lugar comum, que nadem contra a maré e sejam desafiadoras de normas, padrões, conceitos e limites pré-estabelecidos. Realmente são pessoas assim que acabam mudando o mundo e será sobre eles e como eles se relacionam com oportunidades que vamos conversar nessa parte do curso. Pesquisando no site do SEBRAE foi possível identificar quais seriam as principais características de um verdadeiro inovador. A seguir você verá algumas características interessantes e que merecem ser melhor trabalhadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 1. Segundo o SEBRAE, a característica “reconhecem necessidades” advém do fato de que inovadores entendem o que as pessoas estão procurando e acham formas de entregar isso. Saber olhar, observar, entender e relacionar o que vê em busca do novo é algo que está na essência da pessoa inovadora. Porém, esse reconhecimento é muito bruto, demandando um refinamento para que possa efetivamente atender uma necessidade e/ou aproveitar uma oportunidade. 2. Daí a segunda característica de “desenvolver e refinar uma solução” que significa ir mais fundo, entender mais os detalhes, as minúcias, as relações, dependências, ameaças, enfim, chegar “mais perto” para ver melhor essa possível oportunidade. 3. Essa solução refinada envolve riscos – terceira característica apresentada - e nisso o inovador precisa de uma dose acima da média, ou seja, ele precisa ter atitude para ir fundo em busca da realização dessa solução, mesmo que isso o coloque em contextos de risco elevado e possibilidades de fracasso. 4. Também precisa ter uma postura de que ficando onde todos estão e parando na fronteira em que todos param, ele não vai conseguir trazer o novo. Portanto, ele precisa ir mais longe que os demais, se colocando em territórios e situações muitas vezes inusitadas, pouco claras, arriscadas, mas que são onde moram as novas possibilidades, os novos limites e os novos paradigmas. 5. Por fim, a quinta característica tem relação com a capacidade que o inovador precisa ter é de criar significado. Aqui se está destacando a habilidade que ele precisa ter de fazer as pessoas pensarem diferente, verem diferente, concluírem diferente, pois se não fizerem assim, a inovação proposta terá grande dificuldade de ter seu valor percebido e desejado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 A questão do VALOR depende do grau de inovação a ser inserido na oportunidade e também em que elemento. Para entender melhor, vamos usar o conceito apresentado por TIPP(2005) no qual ele nos apresenta o conceito de inovação incremental e radical e ainda os 4P’s da Inovação: Quanto menor o grau de novidades inseridas, mais a inovação poderá ser considerada incremental. Está ajudando o foco da inovação a ser mais valioso, porém, não o está transformando de modo radical. Se o grau de novidade for elevado, aí sim se pode falar em inovação radical. Em um carro, por exemplo, um acessório como sensor de ré ou um GPS no painel é algo que agrega valor ao carro, mas não o transforma de modo radical. Porém, se a inovação for, por exemplo, um carro movido a ar, com certeza teremos um grau de novidade e um impacto significativo no mercado. Essas novidades, em suas diferentes magnitudes, podem ocorrer no produto ou serviço, na forma como ele é produzido ou prestado, no contexto em que ele é oferecido ou ainda na forma como ele é percebido. Podemos imaginar por exemplo um carro que voa (“P” de PRODUTO), que é fabricado em uma fábrica voadora, como se fosse uma grande nave mãe (“P” de PROCESSO), para concorrer com as fábricas de aviões e helicópteros (“P” de POSIÇÃO), para ser vendido aos atuais compradores de veículos tradicionais (“P” de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 PARADIGMA) que precisarão ser convencidos de que valerá a pena trocar o carro tradicional pelo que voa. PPPP Inovar é uma questão sistêmica, no sentido de que se relaciona com diferentes elementos e demanda que estes elementos se comportem de modo coerente com ela, fazendo com que exista uma convergência em sua direção. A inovação pode fracassar se não houver aderência dos fornecedores, acionistas, bancos, clientes, parceiros, colaboradores. São conexões de ordem interna e externa que precisam estar alinhadas pelo empreendedor, para que possam de sair do papel. BES (2011) elucida isso quando diz que “Criatividade, ideias e novas tecnologias sozinhas não são suficientes”. Para ele, o processo de inovação deve ter pessoas para gerenciá-lo, com novas habilidades relacionadas ao perfil da proposição apresentada. Isso ajuda a quebrar alguns mitos de que inovação vem apenas da criatividade, ou que se inserindo tecnologia a inovação surge como consequência e de que as pessoas não costumam resistir ao novo. Mesmo ambientes bem servidos de pessoas, criatividade e tecnologias podem não ser inovadores. É preciso se ter o devido cuidado para fazer com que esses elementos convirjam de modo correto para a inovação. Por isso a frase “o empreendedorismo é um tipo de administração” de RIES (2012) tem muito sentido quando se está abordando a questão da inovação. Quando a administração está voltada para o manter, para o seguir, repetir, perpetuar e controlar para que não se saia do “trilho” está se falando de um tipo de administração diferente da praticada quando se está falando de empreendedorismo voltado para a inovação. Em sua visão, a empresa que inova precisa praticar a inovação e isso acontece mediante práticas indutoras da inovação, tais como design thinking, customer development, desenvolvimento rápido e outras ações que ele denomina como Lean Startup. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Não é o caso nos aprofundarmos agora nessas questões, mas é importante que se saiba que o aproveitamento de oportunidades passar por uma postura, prática e crenças diferentes das tradicionais. O empreendedor que inova precisa passar por essa metamorfose para assumir a forma correta de agir perante a inovação. RIES acredita tanto nisso que sugere que “empreendedor” deveria ser um cargo em todas as empresas modernas que dependem da inovação para seu crescimento futuro. A seguir, você confere um material que relaciona a inovação com informação e aprendizagem. UMA REFLEXÃO IMPORTANTE DA INOVAÇÃO RELACIONADA À INFORMAÇÃO E APRENDIZAGEM PERIN(2006) aponta em seus estudos sobre aprendizagem organizacional que: “Slater e Narver (2000) concentraram seu esforço de pesquisa no processo de geração de inteligência de mercado, descrevendo quatro estratégias de geração de informações – foco no mercado, colaboração entre organizações, experimentação e repetição de experiências – e demonstrando como tais estratégias contribuem para a capacidade de ação das empresas. Os resultados do levantamentoefetuado por Slater e Narver (2000) demonstraram a relação positiva e direta da geração de informações na capacidade de resposta das organizações ao seu mercado, bem como uma relação indireta por meio da disseminação da informação. A partir dessa constatação empírica, foram estabelecidas duas novas hipóteses: A geração de informação exerce influência positiva sobre a capacidade de ação organizacional. A disseminação de informação exerce influência positiva sobre a capacidade de ação organizacional. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Tais hipóteses são sintetizadas por George S. Day ao analisar o processo de aprendizagem. O autor afirma que: o sucesso não depende apenas das atividades de aquisição, disseminação e resposta à informação de mercado em uma noção temporal. Depende também da habilidade dos gerentes de questionar as normas organizacionais que são usadas pela empresa para determinar que informação é adquirida, disseminada e utilizada como base para a ação, e mais importante, como esta informação é interpretada para delinear implicações para futuras ações organizacionais (DAY, 1994b, p. 411)”. Fica claro nessa abordagem que o empreendedor em busca de oportunidades inovadoras precisa ser uma pessoa que lida muito bem com informação. Portanto, qualquer preparação no sentido de entender mais sobre o gerenciamento de informações e daí, do conhecimento e aprendizagem, lhe será BÁSICO para seu sucesso como agente inovador. Ao se ver diante de uma aparente oportunidade é precio desenvolver algumas ações, sem, contudo, aplicar metodologias complexas e demoradas. Em termos, podemos dizer que “a pressa é amiga da inovação”, ou seja, despender um tempo exagerado analisando ideias pode ser fatal para que se perca a oportunidade dessa ideia. Então, é preciso ser ágil e eficaz nesse momento. A ideia estando identificada, deve passar por um processo rápido de definição para em seguida ser aplicada a um grupo de pessoas como que se essa estivesse sendo analisada em um laboratório. Essa ideia deve passar por diversas críticas, ajustes e adaptações em busca de se identificar realmente qual é a ideia com potencial inovador. Nessa hora se pode julgar sua visão pelo olhar do cliente, buscar novas interações, usos e insumos e ainda forçar conexões e aplicações. É um momento de crivo criativo e humano, buscando moldar a ideia a ponto de que possa ser CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 encaminhada para uma metodologia que seja capaz de modelar o negócio aproveitando ao máximo esse potencial inovador e de oportunidade. Nessa hora é importante o apoio de algumas técnicas a começar pela Avaliação PNI. É uma técnica que permite avaliar uma ideia com base em três aspectos (Positivos, Negativos e Interessantes). O objetivo é identificar o potencial e os possíveis efeitos adversos de cada uma das ideias alvo de análise, para assim facilitar a tomada de uma decisão Neste processo é importante fazer sentir nos participantes total liberdade de expressão e ter presente que não existem ideias ruins. SCAMPER – Técnica de Geração/Melhoria de Ideias Serve para guiar o empreendedor na realização de uma sessão de brainstorm a respeito de novos produtos e serviços. Instrumento de inovação cuja intenção é criar novas versões de um produto ou serviço, ou até mesmo gerar uma ideia totalmente diferente, que pode mudar os rumos da empresa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Mapa de Empatia Ferramenta interessante que proporciona uma visão do cliente em relação ao mercado em que a ideia se posiciona. Esse momento empático, olhando com os olhos do cliente é muito rico e proporciona muitos insights interessantes já que obriga o empreendedor a sair de sua visão e entrar em outro ponto de vista. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Seis Chapéus A técnica dos seis chapéus é uma poderosa ferramenta para a tomada de decisão, que permite ao utilizador, múltiplos pontos de vista. Ela permite que a emoção necessária e ceticismo a ser levados para o que seria de decisões puramente racionais. Ela abre a oportunidade para a criatividade no processo decisório. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Após a aplicação de técnicas como essas apresentadas é possível se amadurecer a ideia a ponto de poder transformá-la em um modelo de negócio. O importante é não deixar de fazer esse processo de maturação da ideia, pois ela permitirá um amadurecimento da mesma, potencializando e tornando mais claro o que se objetiva alcançar com essa inovação. Nessa altura da caminhada empreendedora se tem em mãos uma ideia trabalhada e com altas perspectivas de efetividade em termos de aproveitamento de uma oportunidade. Essa é a semente que o empreendedor precisava para poder “plantar” sua inovação. Porém, ainda não é hora de partir para sua implementação! Ainda é preciso que se tenha uma maior consciência sobre a aplicação dessa ideia e se faça a modelagem e planejamento da mesma. Agora é com o professor Henrique! Complemente os seus estudos, assistindo ao vídeo disponível no material on-line. Dica de Leitura Leia no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 85 até a 93), o trecho que aborda diferentes aspectos do processo de inovação. Saiba mais Dois vídeos bem interessantes: A história do LEGO https://www.youtube.com/watch?v=tLfWKHlzie4 E as “7 Dicas para ter boas ideias”: https://www.youtube.com/watch?v=CKVmDvE- 6CE&list=PL9242FF7B1A8AF958&index=1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 A ação dos empreendedores desde a Revolução Industrial Se o mundo vem passando por transformações nos últimos séculos e de um modo intenso, se deve isso, em boa parte, à ação dos empreendedores. São pessoas transformadoras que mudam a realidade e constroem as mudanças nas sociedades. A seguir, algumas características dessas mudanças: Observando esses fatores de mudança é possível perceber a relação destes com as pessoas empreendedoras e inovadoras. Muitos desses fatores acontecem a contar dos esforços transformadores guiados pelos sonhos e metas dessas pessoas. Porém, há também as mudanças de cunho social, cultural, comportamental, enfim, acontecem no âmbito das sociedades e de suas adaptações e alterações de hábitos, costumes e crenças. Também é interessante salientar as fontes de oportunidades inovadoras que podem ser relacionadas ao inesperado (a penicilina foi descoberta a contar da formação de fungos em pesquisas que não estavam relacionadas a esse objetivo), necessidade (como foi visto na história da empresa LEGO onde o fundador agiu por necessitar alimentar os filhos), mudanças de percepção (pessoas sem tempo e necessitando de se alimentar sem muito dispêndio de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 tempo levaram ao surgimento do “fast-food” como opção adequada a essas pessoas) e conhecimento (tecnologias advindas de pesquisas levaram o Brasil a captar petróleo em águas profundas). Todas essas fontes e fatores nos mostram o quanto as mudanças, principalmentenos últimos séculos que se seguiram à Revolução Industrial, impactaram as pessoas, sociedades e o próprio planeta. Entretanto, nem todas as mudanças foram positivas. O mundo mudou tanto para melhor quanto para pior graças às ações humanas. A coragem, determinação, superação e poder de realização, características bastante louváveis do ser humano, foram responsáveis por várias coisas positivas, tais como: grandes invenções; aumento da expectativa de vida; cura de várias doenças; vida mais confortável e tecnologias incríveis. Por outro lado, características nem tão desejáveis do ser humano, como egoísmo, ganância, destruição e desperdício foram responsáveis por coisas negativas, como, por exemplo, a desigualdade social, destruição da natureza, corrupção, competição sem ética e guerras. A palavra DESENVOLVIMENTO vem sendo usada para essas duas frentes da ação humana como uma justificativa bastante defensável para todas essas transformações. Alguns dizem que não se pode “fazer um omelete sem quebrar alguns ovos” e outros que “os fins justificam os meios”. De qualquer modo, o saldo dessa prática, com ênfase nos dois últimos séculos é de que tal modus-operandi humano não está nos levando para um contexto sadio e de qualidade de vida. Existe uma série de problemas de ordem socioambientais que não podem ser desprezados em meio à vida moderna. Nunca se teve tanto crescimento de áreas desérticas e de erosão dos solos como atualmente; a destruição de ecossistemas ocasionados por desmatamento e destruição de hábitats naturais é intensa; a extinção de espécies animais e vegetais é vista nos diferentes continentes; o crescimento populacional, principalmente das sociedades menos preparadas para isso, permanece e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 se intensifica; os serviços de saúde e de melhoria da qualidade de vida se torna precário ou restrito à camada privilegiada das populações; as mudanças climáticas presentes no mundo com diferentes impactos; consumo exagerado de recursos naturais sem programas de reposição e manutenção. Sob essa questão do consumo dos recursos, há um interessante estudo do órgão governamental americano US Geological Survey desenvolvido em 2007 que buscou estudar o cruzamento entre as informações de consumo anual de materiais e o consumo das reservas naturais disponíveis e as descobertas foram bem interessantes e com perspectivas de impactos na vida de todos nós. Vale a pena conferir >> O homem lida com o planeta e seus habitantes como se fosse o dono da Terra, estando tudo e todos a seu inteiro dispor e com a crença de que os fatores disponíveis são ilimitados. Esse paradigma não é só insustentável como é CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 altamente perigoso pois leva ao consumo desenfreado, aliado a uma distribuição de renda injusta e danos ao planeta em níveis nunca antes observados. Daí surge a importante questão: Será que há como obter progresso e desenvolvimento sem opressão e destruição? É preciso que exista um modo disso acontecer sob pena da extinção da raça humana e todas as demais raças, com total comprometimento em termos das condições de vida inteligente no planeta. Se é que se pode chamar de “inteligente” a forma como o homem vem conduzindo suas ações atualmente. Se temos a intenção de obter sociedades mais justas e com modo de vida mais respeitoso ao meio ambiente, precisamos de uma prática nova, pois fazer do mesmo modo que se vem fazendo não trará esses resultados. Aqui se está falando de uma nova consciência de que os impactos nocivos não são apenas os causados pelos governos, grandes empresas e sistema econômico vigente. Todos nós temos nosso grau de contribuição a esse contexto e temos também responsabilidade para com ele, ainda mais quando estamos interessados em sermos empreendedores, inovadores e aproveitarmos oportunidades. Uma das maiores loucuras do ser humano é esperar resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa. Não dá para esperar mais tempo ou achar que não fazemos parte do problema. Precisamos de uma nova consciência, de novas práticas e de formas corretas de gestão e intervenção nos negócios e sociedades. E para isso, é importante que se tenha uma noção do tamanho do problema que estamos inseridos e há um estudo que nos mostra um pouco dessa questão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 O conceito se chama Pegada Ecológica, que é a métrica que nos permite calcular a pressão humana sobre o planeta e chegar a fatos, tais como: se todos vivessem o estilo de vida do americano médio, precisaríamos de uma quantidade de recursos naturais equivalente 5 planetas Terra Nesse mesmo site, os autores fizeram um cálculo de suas pegadas e o resultado nos mostra que temos um contexto de vida que nos leva à necessidade de termos 1,3 planetas por ano para sustentarmos nosso padrão de vida e consumo. A pegada calculada é de 2,3 hectares globais da área bioprodutiva do planeta Terra, sendo que o planeta consegue se manter apenas se a pegada for inferior o igual a 1,7 hectares. É preocupante pensar que estamos consumindo mais de um planeta, pois só temos um para esse fim e, portanto, a médio prazo estaremos passando por sérios problemas caso não façamos uma mudança de nossas posturas e ações. Fechamos esse importante tema buscando levar você a uma reflexão sobre nossas práticas, crenças e atitudes. Essa reflexão é fundamental para o papel de agente transformador que pretendemos ser em nossa caminhada empreendedora na medida em que precisamos ser parte da cura, e não da doença, em termos da interferência na realidade que receberá nossas ações e transformações. Pode nos ajudar, professor Henrique? Assista ao vídeo disponível no material on-line! Dica de Leitura Leia no capítulo 4 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 96 até 102), parte que aborda os elementos comentados no presente tema. Saiba mais Dois vídeos, o primeiro: “A história das Coisas”, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 E o outro fala de um documentário lançado em 2009, produzido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand. O filme é inteiramente composto de imagens aéreas de vários lugares da Terra. Mostra- nos a diversidade da vida no planeta e como a humanidade está ameaçando o equilíbrio. Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jvXTCpwU_YA. O legado a ser revisto e melhorado Vimos que a prática do homem em termos econômicos tem sido incorreta e permeada de consequências indesejadas, sendo, portanto, necessária uma mudança de consciência. O legado dos últimos séculos tem sido pesado para boa parte da população mundial. Esse desequilíbrio tem causado muitos problemas, alguns de ordem global, e outros que parecem estar fora de controle do ser humano, ou seja, não temos como revertê-los, apenas podemos tentar achar caminhos para conviver com ele. E isso não é justo e muito menos desejável quando pensamos no planeta que vamos deixar para nossos filhos e netos. Deveríamos trabalhar para deixar a eles um planeta pelo menos dentro do mesmo parâmetro que recebemos, se possível, melhor do que o recebido. Porém, não é essa nossa prática até o presente momento. Em virtude de estarmos nos limites do indesejável, cabe ao empreendedor refletir: Posso eu, pensar em mim mesmo, enquantomuitos pagam o preço do meu sucesso? Os produtos e serviços que serão ofertados pelo negócio respeitam as regras ambientais e o espaço comum? Minhas ações empresarias são permeadas por ações de inclusão social e de distribuição de renda? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 Ao refletirmos sobre essas questões, muitas vezes nos defrontamos com argumentações do tipo “sempre foi assim, porque logo eu tenho de fazer diferente? ”; “se ninguém faz diferente eu também não vou fazer, afinal, ‘uma andorinha não faz verão’”; “isso tudo é muito bonito, mas na prática é utopia! ”; “mesmo que eu mude, o impacto da minha mudança será mínimo já que a maioria não mudou! ”. Porém, todas elas tentam se basear no fato de que mudanças de grande alcance são difíceis. E isso é verdade, porém, muitas já aconteceram na história humana e, portanto, são passíveis de serem alcançadas. O fato relevante é que segundo alguns estudos, como os apresentados no documentário desenvolvido pelo antigo vice-presidente do Estados Unidos, Al Gore, “Uma verdade inconveniente”, estamos no limiar de uma possibilidade de estabilização e reversão dos danos já provocados e que a contar de agora – se não houver uma mudança de grande magnitude – estaremos fadados a conviver com uma condição de qualidade de vida cada vez pior ou pelo menos, estável em um patamar abaixo do que conhecemos hoje em dia. Assista ao trailer “Uma verdade inconveniente” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qJ02wDKgRNc Não se trata aqui de discutir se documentários como esse são oportunistas ou infundados, a questão mais relevante é o alerta de que precisamos fazer diferente pois do modo que estamos fazendo, não iremos muito longe, pelo menos com a qualidade de vida que estamos acostumados. Essa preocupação vem tomando espaço no planeta, e não somente das pessoas, mas também das grandes corporações e entidades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 30 Prova disso são alguns conteúdos disponíveis na Internet. Confira... 20.03.2015 – UNESCOPRESS Gestão mais sustentável da água é urgente, diz relatório da ONU http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single- view/news/urgent_need_to_manage_water_more_sustainably_says_un_report/ #.VfA89RFViko 16/09/2014 – ONUBR Relatório da ONU: fome diminui, mas ainda há 805 milhões de pessoas no mundo com desnutrição crônica – http://nacoesunidas.org/relatorio-da-onu- fome-diminui-mas-ainda-ha-805-milhoes-de-pessoas-no-mundo-com- desnutricao-cronica/ 01/07/2015 – Portal Brasil Relatório da ONU apresenta Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/07/relatorio-da-onu- apresenta-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio 26/08/2015 – AKATU Papa pede aos cristãos estilo de vida coerente com a defesa do meio ambiente - http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Papa-pede-aos- cristaos-estilo-de-vida-coerente-com-a-defesa-do-meio-ambiente Percebe-se nessas questões a urgência e importância de se trabalhar os temas relacionados a uma melhor relação das ações humanas perante as economias, sociedades e meio-ambiente. É urgente a prática de um empreendedorismo sustentável. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 31 Um empreendedor é, antes de tudo, um ser humano, portanto, qualquer abordagem a seu respeito deve levar em consideração e em primeiro plano, o fato dele ser gente. Isso de cara retira do contexto a visão de super-homem e de pessoa com tantos atributos que não parece ser algo alcançável por um de nós, pobres mortais. Ele é gente como a gente, mais que isso, somos todos na verdade empreendedores, o que difere é a intensidade de nossos conhecimentos, habilidades e atitudes. Algo que também nos diferencia são nossos valores, crenças e senso ético. Cada um de nós carrega em si um conjunto próprio de valores, crenças e senso ético que formam nossos modelos mentais, ou seja, nossos filtros para percepção, entendimento e reação aos acontecimentos da vida. A diversidade de modelos se iguala ao número de habitantes no planeta, já que dificilmente encontramos dois modelos mentais totalmente idênticos. Desse modo, o uso “empreendedor” de nossos conhecimentos, habilidades e por consequência, as nossas atitudes, são resultados de como nossos valores e crenças estruturaram nosso modelo mental. Interessante que, mesmo considerando tal dispersão de modelos, as bases são relativamente limitadas. Existe o certo e o errado. Mesmo crendo que isto difere de tempos em tempos e de sociedade para sociedade, há um alicerce que pouco se modifica, tal como pequeno conjunto de leis – universais – que regem todas as consciências, em todos os tempos e lugares. Agora, se essa consciência segue a lei ou não, é questão de cada um, de seu livre arbítrio. Dessa constatação do livre arbítrio surge uma dessas leis universais, que é a das mais importantes: a lei da causa e efeito, ou de ação e reação, que tem por finalidade o progresso intelectual e moral do homem. Segundo a Terceira Lei de Newton (Isaac Newton, Físico e Matemático Inglês, 1642-1727), “a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade e sentido oposto”. Ou seja, cedo ou tarde, o resultado da ação de alguém acaba voltando a ele mesmo. Afinal, foi o próprio Cristo que assegurou que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Se fizer o bem, terá boas chances de farta e desejada colheita. Se CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 32 optar pelo mal, talvez o fruto que venha a colher não seja dos mais doces. Tudo que se faz gera algum tipo de consequência. A vida é complexa e sua teia liga tudo a todos. Portanto, qualquer ação do empreendedor repercute na grande teia causando efeitos a si, a seu entorno e ao todo. Pensar que o “esperto”, trapaceiro, desonesto, corrupto e delinquente vai passar ileso por todo o tempo e eternidade é um grande engano. Sempre há o momento de se arcar com as responsabilidades em relação aos próprios atos. Disso não se pode escapar! Não se pode prever quando, mas é certo que esse dia chegará para todos. Outra lei que podemos considerar universal é a lei do trabalho. Afinal, cabe a todos o dever de se dedicar ao trabalho como forma de evolução pessoal, profissional, social e até mesmo espiritual. O trabalho dignifica o homem e o torna alguém capaz de, mediante o desempenho de suas habilidades, transformar o mundo. O que não pode é fazer da lei do trabalho uma antítese à lei da conservação, ou seja, o trabalho humano ter o direito de destruir o planeta. Na prática, infelizmente, isso acontece. O homem, com a desculpa do desenvolvimento, passa por cima de tudo para obter o lucro financeiro. Essa é uma grande desobediência à lei da conservação (outra lei universal) que, de tão nefasta, atinge também a lei da sociedade (mais uma...). Segundo esta lei, a sociedade é mais importante que o indivíduo e a ação de cada um não deve prejudicar o próximo. É triste constatar o quanto os empreendedores já foram injustos, insensíveis e destruidores. Quanta exploração no trabalho, desprezo pelo próximo e injustiça social já foi feita, a ponto de termos um planeta tão desigual em termos de suas sociedades. Nessa direção, vemos que tais ações levam ao descumprimento das outras leis universais, que são as relacionadas à igualdade, liberdade e caridade. Em pleno exercício do capitalismo selvagem, o homem justifica o lucro a qualquer custo como sendo algo moral, legale correto, porém, tal busca quase nunca ocorre dentro dos princípios da igualdade, liberdade e respeito ao próximo. A usura, o egoísmo, o ódio e outros defeitos odiosos se fazem CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 33 presentes em todo o planeta, gerando uma situação de desequilíbrio, exploração e injustiça, que em nada se assemelham ao que pregam todas as grandes religiões: justiça, amor e caridade. Agora que demos início ao século XXI, precisamos ver que a ação empreendedora é a grande chave para a salvação do planeta. A continuidade das práticas que nos trouxeram até aqui, se mostra capaz de tornar a Terra inabitável em poucas décadas. Pelo atual desenvolver das coisas, o ar, a água, o clima e vários outros fatores essenciais estão a um passo do esgotamento ou deterioração definitiva. Além disso, temos realidades sociais tristes. Milhões de desabrigados, de famintos, de refugiados, de desempregados, enfim, uma parcela significativa dos habitantes da terra vivem em um mundo totalmente diferente daqueles que tem abrigo, alimento, trabalho e dignidade. Tanto desequilíbrio vem mostrar o quanto as leis estão sendo desrespeitadas. E por quê? No fundo, porque os valores, crenças e senso ético das pessoas – poderosas – estão moldando modelos mentais que direcionam os conhecimentos, habilidades e atitudes para ações que não prezam pela justiça, sustentabilidade e respeito. Assim, cabe a cada um de nós que está percorrendo ou pretende percorrer a própria caminhada empreendedora decidir se seremos parte da doença ou parte da cura. Vamos agir para manter ou piorar esse contexto de desequilíbrio e destruição ou vamos partir para um caminhar mais justo e sustentável? Surge dessa decisão o exercício do conceito do Desenvolvimento Local Sustentado, que diz ser possível e necessária a prática de um desenvolvimento que torne as comunidades mais sustentáveis e capazes de atender suas necessidades imediatas dentro da perspectiva de que estas sejam capazes de atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 34 Do contexto local, expandimos esses princípios para o âmbito regional e nacional, obedecendo as orientações do Relatório Brundtland1i que remete aos Estados nacionais a obrigações de: Limitação do crescimento populacional Garantia de alimentação em longo prazo Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis Aumento da produção industrial nos países não industrializados á base de tecnologias ecologicamente adaptadasii Controle da urbanização e interação entre campo e cidades menores Satisfação das necessidades básicas Por isso precisamos tanto dos empreendedores: somente eles poderão fazer acontecer o desenvolvimento planetário sustentável. Cuidar do que é nosso, certo professor Henrique? Vamos assistir ao vídeo disponível no material on-line. Dica de Leitura Leia no capítulo 4 do livro: A Caminhada Empreendedora (página 109 até a 116), parte que aborda a prática do empreendedorismo sustentável. 1 Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987, que faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 35 Saiba mais Um vídeo bem interessante: “Negócios Sustentáveis - Centro Sebrae da Sustentabilidade”. Ele mostra como o SEBRAE tem se relacionado com a questão da formação de empresas sustentáveis. Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=NVewmAg72lo A importância do Desenvolvimento Local Sustentado na ação empreendedora contemporânea Toda a questão do Desenvolvimento Local Sustentado – DLS – permeia novas práticas relacionadas às ações dos empreendedores do século XXI. Questões como comportamentos, motivação, liderança, comunicação, planejamento e tomada de decisão precisam ser compatíveis e sinérgicas nas atitudes e busca de resultados pelo empreendedor. Em todos os momentos da caminhada empreendedora, cabe ao empreendedor ser alguém capaz de lidar com os desafios, contextos e problemas de modo eficiente e eficaz em termos econômicos, comerciais e legais, porém, mais do que isso, é preciso aliar a todas essas práticas a consciência e o exercício sustentável. E isso, muitas vezes é algo que não é visto na realidade dos empreendedores. Porém, é preciso que se incorpore de modo amplo e profundo o jeito sustentável de agir no empreendedor moderno. A questão que se segue a isso é COMO isso pode ser feito? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 36 Vamos avaliar algumas das questões comentadas mais acima no texto: O quadro nos ajuda a perceber que não se trata de uma substituição de um modo de agir por outro, mas sim da incorporação de certos padrões e referências ao que já vinha sendo feito pelo empreendedor. A questão da consciência socioambiental precisa permear todas as suas ações, crenças e habilidades de modo a que esta seja parte real e efetiva de sua prática empreendedora. Essa prática ganha especial importância quando refletimos sobre a realidade brasileira. Somos um país maravilhoso que, como diz na música “País tropical” do Jorge Bem, é “abençoado por Deus e bonito por natureza! ”, mas mesmo tendo todos esses atributos, é uma sociedade sofrida e com sérios problemas e desequilíbrios. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 37 Para entender melhor isso, vamos observá-lo sob três prismas diferentes: Esses dados refletem levantamentos do ano de 2014, sendo importante salientar que o posicionamento do GINI foi elaborado mediante dados de diferentes países, levantados em diferentes anos já que não um estudo mais estável de datas nesse índice. Porém, não se trata de uma questão que desmereça o quadro já que reflete muito bem a questão do posicionamento mundial do Brasil em termos de distribuição de renda. Cabe ainda refletir que tivemos nos últimos 15 anos melhorias significativas no índice de GINI, mas que agora tem se estabilizado no patamar de 0,52. Clique aqui e confira os dados: http://www.estudoadministracao.com.br/wp- content/uploads/2015/04/indice-de-gini-Brasil.jpg CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 38 O fato, comprovado pelo gráfico no ícone a seguir, é que estamos entre os piores GINI’s do mundo. Isso não é nada compatível com a sétima economia do mundo e que tem um desenvolvimento humano de caráter mediano. Esse descompasso é altamente prejudicial ao país e reflete práticas que sustentam essa realidade injusta e indesejada. Veja o gráfico menciona aqui: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/2014_Gini_Index_ World_Map,_income_inequality_distribution_by_country_per_World_Bank.svg/ 2000px- 2014_Gini_Index_World_Map,_income_inequality_distribution_by_country_per _World_Bank.svg.png Precisamos agir em prol de um equilíbrio correto entre esses e outros índices brasileiros, criando um país mais equilibrado, justo e bom para a maioria. Assim, a ação do empreendedor precisa estar “recheada” de SÓCIO- ECOEFICIÊNCIA. Como esse termo nãoexiste, é importante que o criemos! Podemos pensar que se trata da obtenção de boas práticas e atitudes tanto na magnitude econômica, quanto na social e ambiental. São ações que sempre consideram essas três frentes. A eficiência econômica já é bastante conhecida e está balizada na ação que reflete em bons resultados financeiros. Portanto, não vamos nos fixar nelas. Em termos de SÓCIO-EFICIÊNCIA, podemos pensar em termos de o empreendedor agir além de suas relações internas e de entorno, buscando com elas melhorar as condições de vida e de oportunidades de pessoas com as quais não tem relação direta ou ganhos diretos por essa melhoria. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 39 Ou seja, aquilo que o empreendedor faz sem querer nada em troca, atingindo públicos que não sejam seus funcionários, clientes, parceiros, etc. A magnitude ecológica – a ECO-EFICIÊNCIA – diz respeito a ações que irão contribuir para as melhorias de condições do planeta. Dentre essas, podemos destacar: Redução no uso de matérias-primas Redução no consumo de energia Redução na produção de resíduos Reutilização de materiais Utilização de materiais reciclados e principalmente de materiais recicláveis Uso máximo de recursos renováveis Aumento da durabilidade dos produtos Aumento da qualidade Possibilidade de reciclagem dos produtos Entretanto, essa tríplice atenção não acontece de modo estanque, ou seja, elas se relacionam, se inter-relacionam e se afetam mutuamente. Isso quer dizer que se trata de um modo de ser e de fazer acontecer sistêmico e complexo do empreendedor que sempre estará atuando respeitando e considerando as três vertentes. Isso é tanto verdade e se mostra como uma tendência que já se pode identificar no mercado cursos de formação de gestores sustentáveis e livros totalmente desenvolvidos dentro dessa visão sustentável. Desse modo, fica claro que o empreendedor moderno não pode ser uma pessoa que atua balizada pelo modo como se fez acontecer no passado, mas sim pelo que tem de ser feito, do jeito correto de se fazer e com a consciência mais ampliada, apontando para um papel no qual este se destaca não apenas como um executivo, mas como cidadão e habitante do planeta Terra. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 40 Desenvolvimento Sustentável é importante, certo professor Henrique? Saiba mais assistindo ao vídeo disponível no material on-line! Dica de Leitura Leia no capítulo 9 do livro: Desenvolvimento e Sustentabilidade (página 171 até a 180), parte que fala sobre o Desenvolvimento Sustentável. Clique aqui para acessar o livro: http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/712.php Saiba mais Como identificar oportunidades de mercado? Veja a resposta no “SEBRAE Papo de Negócio” com Prof. Marcelo Nakagawa. Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o Na Prática Inovar para sair da crise mediante criatividade Questão discursiva 4 (enade-2012) Algumas empresas com espírito inovador estão subvertendo a lógica tradicional da indústria. No lugar de departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), lotados com técnicos e pesquisadores altamente especializados, elas contam com ideias de pessoas que chegam do mundo todo, via Internet. Um modelo adotado por uma empresa americana chama a atenção: qualquer pessoa, com a contribuição de 10 dólares, pode lançar uma proposta de produto, que será submetida a um fórum de mais de 200 000 colaboradores virtuais. Na sede da empresa, onde trabalham 78 pessoas, os protótipos dos produtos são confeccionados em plástico, em impressoras 3D, e o processo de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 41 aperfeiçoamento dos protótipos conta, também, com a colaboração dos voluntários da rede. Os modelos finais são produzidos em fábricas chinesas. Os inventores e os internautas que palpitaram compartilham o equivalente a 30% das vendas, conforme sua participação no processo. A empresa foi criada com o aporte de 15 milhões de dólares angariados em fundos de capital de risco, conta com um portfólio de produtos com expressivos volumes de vendas e tem cerca de 70 projetos em fase final de desenvolvimento. Cada um dos projetos é controlado por funcionários da empresa e tem prazo para acabar – não mais que seis semanas. Todavia, novos modelos de negócios trazem novos desafios, como a complexidade das questões relacionadas à propriedade intelectual e à democratização da produção caseira de produtos, propiciada pela expansão da oferta de impressoras 3D. MANO, C. A multidão manda. Exame, São Paulo, ano 46, n. 1016, p. 112- 114, 16 mai. 2012 (adaptado). A respeito dessa situação, responda às perguntas a seguir, justificando sua resposta. a) Que tipo de estrutura organizacional melhor representa a situação descrita? b) Como os sistemas de informação dão suporte aos processos interativos de desenvolvimento de produtos e serviços? c) Quais os incentivos para um fundo de capital de risco investir nesse tipo de empreendimento? d) De que modo processos de inovação aberta tais como o descrito no texto podem contribuir para a solução de problemas públicos relacionados a governos e cidadãos? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 42 Síntese A presente aula trabalhou os desafios seguintes à decisão do empreendedor de partir para a realização de sua caminhada em busca da realização de seu sonho. A contar de seu efetivo querer, ele passa para a definição do alvo de sua ação empreendedora e nessa hora, ele precisa lançar mão de seu potencial criativo e isso muitas vezes se torna um problema já que ele não está acostumado a ser criativo ou mesmo nem se considera detentor de criatividade. Foi trabalhada a importância da criatividade, seus conceitos, características, desafios e caminhos para ela volte a ser algo presente e constante na vida do empreendedor, inclusive colaborando em seus passos da caminhada empreendedora de diferentes maneiras. Então surge as relações entre o empreendedor, sua criatividade e as organizações, abordando como esses três elementos de integram, se interdependem e precisam de um agir sistêmico e convergente. Porém, criatividade por si só não é suficiente para que se defina o destino da ação empreendedora. Ela precisa colaborar com a identificação de oportunidades de negócio que sejam realmente interessantes, necessárias, diferenciadas e que possam se tornar boas opções no mercado. Essa atividade de identificação de oportunidades demanda certas competências do empreendedor e quando detectadas, demandam então outras competências para que ele seja capaz de transformá-la em um bom modelo de negócios. Portanto, o caminho da criatividade à inovação é composto de muitos desafios, competências, percepções, análises e conexões. Tal realidade vem provar que o empreendedor precisa ser efetivamente alguém com bom nível de conhecimento, detentor de boas competências e ao mesmo tempo, determinado pois encontrar uma boa ideia de negócio com alto poder de inovação é um desafio a ser vencido nessa etapa da ação empreendedora. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 43 Agora o professor Henrique faz os comentários finais da aula de hoje! Assista ao vídeo no material on-line. Referências AKATU – Consumo consciente para um futuro sustentável. Papa pedeaos cristãos estilo de vida coerente com a defesa do meio ambiente. Disponível em http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Papa-pede-aos- cristaos-estilo-de-vida-coerente-com-a-defesa-do-meio-ambiente ALMEIDA, Ricardo. A Metodologia PNI. Disponível em http://www.ricardoalmeida.adm.br/pni.pdf AMA – Nova Aprendizagem – Agência para a Modernização da Aprendizagem: Os seis chapéus do pensamento. Disponível em http://www.rcc.gov.pt/novaaprendizagem/nl/Documents/Guia%20@prender_14 _V2-Final.pdf APPLE. Apple Steve Jobs The Crazy Ones. Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=8rwsuXHA7RA ATITUDES SUSTENTÁVEIS. Você Sabe o que é Sustentabilidade Empresarial?. disponível em http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/voce-sabe- sustentabilidade-empresarial/ AUSTIN(20zz) BES, Fernando Trias de; Kotler, Philip. 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Vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=GFsTRthlPNI YUNUS NEGÓCIOS SOCIAIS – O que fazemos – Disponível em http://www.yunusnegociossociais.com/#!viso-prof-muhammad-yunus/c1ug0 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Comportamento Empreendedor Aula 4 Prof. Elton Schneider Prof. Henrique Castelo Branco CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Você já chegou a se perguntar se existe alguma maneira de transmitir a sua ideia de negócio de modo prático, integrado e de fácil visualização? Será que é possível modelar o seu negócio da mesma forma que montamos um objeto no jogo de lego, juntando diversas partes diferentes e construindo aquilo que a gente imaginou? A partir desta rota de aprendizagem, vamos discutir como modelar ideias de negócios com o uso do BMG – Canvas (Business Model Generation), uma ferramenta visual que permite modelar uma proposta de negócios de forma criativa, prática, inovadora e flexível, do jeito que você sempre sonhou. Para começar, assistaà apresentação do professor Henrique Castelo Branco sobre este tema no material digital. Contextualização Um dos grandes desafios de todo empreendedor é modelar a sua ideia de negócios. Para isso, ele precisa criar um modelo de negócios que estabeleça relacionamentos dinâmicos envolvendo quatro conceitos importantes: a empresa como sistema, o ambiente interno do negócio, o ambiente empresarial e o ambiente geral de negócios. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Um negócio deve ser planejado como um sistema integrado, cujas entradas (matérias-primas, tecnologias e informações) são processadas e/ou transformadas (por pessoas, processos e máquinas) e geram saídas (produtos e serviços) que são avaliadas pelos clientes e consumidores do produto e/ou serviço (feedback), sendo que, com base nesta avaliação a organização pode melhorar seus processos, produtos e serviços. Então, podemos dizer que os negócios são sistemas que possuem o objetivo de atender às necessidades dos clientes e para isso precisam ser planejados, organizados, dirigidos e controlados. Se olharmos um negócio mais internamente, sob a perspectiva de um sistema fechado, ele apresenta subsistemas menores (departamentos ou setores), que envolve: marketing, logística, produção, pesquisa e desenvolvimento, recursos humanos, finanças, entre outros.... Chamamos esses grupos de subsistema administrativo. Cabe ao empreendedor otimizar os relacionamentos internos do sistema, pois quanto mais organizado e otimizado ele for, maiores serão os resultados gerados pelo negócio. Porém, mesmo quando olhamos o negócio sob o ponto de vista de sua organização interna, não podemos nos esquecer que ele não existe isoladamente, pois sua manutenção depende de suas relações com clientes, fornecedores, concorrentes, governo, sociedade e ambiente. Um terceiro nível de análise envolve o ambiente empresarial. Para Porter (1986), toda empresa precisa manter relacionamentos diretos com outros negócios, de modo que seja capaz de interferir em seus funcionamentos ao mesmo tempo em que é influenciada por suas ações. Neste grupo de negócios encontramos os clientes, os fornecedores, os concorrentes diretos, os concorrentes potenciais (novos entrantes) e os concorrentes indiretos (produtos substitutos). Em nosso último nível de análise para a compreensão de uma organização, precisamos analisar o ambiente geral de negócios (abordagem de sistema aberto), que é compreendido pelo ambiente empresarial alinhado às CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 forças políticas, sociedade, meio ambiente, governo, legislação, tecnologia e economia. O sucesso de um novo empreendimento, depende em grande parte, da capacidade do empreendedor em modelar sua ideia de negócios levando em consideração todos esses fatores situacionais e dinâmicos. Assista à contextualização dos professores Henrique Castelo Branco e Helton Schneider no material online. Problematização João Carlos e Maria José trabalharam durante trinta anos como garçom e cozinheira, respectivamente, de vários restaurantes. Ao se aposentarem, resolveram aproveitar suas experiências nesta área para abrir o seu próprio negócio em uma praia do litoral de Pernambuco. A ideia consiste em montar um restaurante a la carte que servirá pratos da culinária mediterrânea (especialidade de Maria José) acompanhados de vinhos nacionais e internacionais (já que João Carlos também é sommelier). O ambiente deve ser aconchegante, de frente para o mar, com acesso à internet e próximo aos bons hotéis da cidade (localizados em uma região com baixo índice de violência). Além disso, João Carlos e Maria José estão confiantes no sucesso de seu empreendimento já que os restaurantes concorrentes da região não exploram esta proposta de valor. Com base nestas informações é possível afirmar: I. João Carlos e Maria José apresentam domínio do processo produtivo, característica do subsistema interno do negócio. II. A existência de poucos concorrentes em condições de ofertar a mesma proposta de valor do negócio representa uma característica do ambiente empresarial em que o negócio será inserido. III. O fluxo contínuo de clientes, principalmente de turistas (brasileiros e estrangeiros) em boas condições econômico financeiras, consiste em uma análise de sistema fechado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 IV. A oferta de uma culinária específica, combinada aos serviços de degustação de vinhos são aspectos que indicam um bom planejamento do sistema organizacional da empresa. Sendo assim, clique na opção correta. a. As afirmações I e II são falsas. b. As afirmações I e III são falsas. c. As afirmações III e IV são falsas. d. Somente a afirmação III é falsa. e. Somente a afirmação IV é falsa. Está curioso para saber quais são as justificativas do professor a respeito deste exercício? A seguir, leia os feedbacks dos professores sobre ele. O sucesso de um novo empreendimento envolve a necessidade da análise dos fatores do ambiente geral de negócios (abordagem de sistema aberto), verificando-se o fluxo de clientes, turistas, condições econômicas dos consumidores, facilidade de acesso, segurança, entre outros. Desta forma, a afirmativa III é a única falsa, pois a abordagem de sistema fechado nos remete aos aspectos internos do negócio, tais como: limpeza do restaurante, cardápio, variedade de alimentos e bebidas, atendimento, velocidade, qualidade e flexibilidade para atendimento ao cliente. Pesquise Já pensou em ser dono do seu próprio negócio? Mas, será que você tem a habilidade necessária para se tornar um empresário? E onde poderá encontrar boas ideias de negócio? As respostas para essas perguntas estão em alguns sites que buscam orientar novos empreendedores, como o do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o do Endeavor e o da Revista “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”. Acesse-os clicando nos links a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Tudo-o-que-precisa- saber-para-come%C3%A7ar-a-empreender,Ideias-de-Neg%C3%B3cio https://endeavor.org.br/ http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI287142-17152,00- IDEIAS+PARA+MONTAR+O+SEU+NEGOCIO.html Tema 1: Modelando Negócios com o BMG Canvas Para Roam (2012) se existisse uma forma de analisar problemas com mais rapidez, de compreendê-los mais intuitivamente, de resolvê-los de um jeito mais divertido, com certeza esta forma envolveria o pensamento visual, ou seja, a solução de problemas com desenhos. Pensar visualmente significa beneficiar- se de sua capacidade inata de ver tanto com os olhos verdadeiros como com os olhos da mente, a fim de descobrir ideias, que de outra forma, ficariam invisíveis, desenvolver estas ideias rápida e intuitivamente e, a seguir, compartilhá-las com outras pessoas de forma que elas sejam rapidamente compreendidas. (ROAM, 2012). As conclusões de Roam estão alinhadas aos estudos a respeito do funcionamento do cérebro humano, nos mostrando que os dois hemisférios do cérebro processam informações de forma diferente. O hemisfério esquerdo do cérebro é analítico, ele junta cada dado recebido em pensamentos racionais e lineares. Daí vem a nossa capacidade de comunicação e de realização de cálculos matemáticos. Já o hemisfério direito é mais sintético e processa blocos de informação maiores, como imagens, padrões e orientações espaciais. Nele, são processadas informações mais complexas e ambíguas, é onde seencontra a criatividade humana. O objetivo da modelagem de negócios com o uso de ferramentas de desenho está em aliar as tendências criativas do hemisfério direito do cérebro para ajudar a potencializar as habilidades analíticas e racionais do hemisfério esquerdo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Uma outra linha de pensamento, que também usa o desenho como uma perspectiva para o desenvolvimento de ideias de negócios, Osterwalder e Pigneur (2011) criaram em conjunto com profissionais de todos os continentes, em uma verdadeira rede de relacionamentos, o conceito do BMG – Business Model Generation (modelo para geração de ideias de negócios), ou o BMG Canvas ou ainda Canvas de Modelos de Negócios. Fonte: BMG – Canvas (Business Model Generation) Meira (2013) lembra que modelar um negócio consiste em obter um conjunto de respostas às perguntas sobre: Quem paga o quê? Para quem paga? Por que e como paga? Quanto paga? Onde paga? E, como conseguimos que o cliente pague pelo que queremos vender? Significa dizer que precisamos compatibilizar o que está dentro do negócio com o que está fora, ou seja, precisamos ser racionais e criativos, desenhando e redesenhando novas possibilidades de negócios e interpretando o mercado e suas potencialidades. Acima de tudo o que queremos ao desenhar ideias de negócios envolve: a descoberta de novas possibilidades, o desenvolvimento de melhores ideias para negócios já existentes, a venda de ideias de negócios e a criação de novas ideias totalmente inovadoras. Estamos falando de um campo do conhecimento na área de negócios voltado para o uso do pensamento e das capacidades cerebrais humanas, para aprender, para mudar o modo de pensar, para aguçar a visão e para enxergar adiante. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Fonte: BMG – Canvas (Business Model Generation) O BMG Canvas nos apresenta uma forma simples, visual e dinâmica para a modelagem de negócios, elencando elementos básicos para a implantação de algo novo no mercado. De forma simples e rápida, várias possibilidades podem ser idealizadas para uma mesma ideia de negócio, criando novas propostas de valor para mercados pretendidos, sempre verificando a necessidade de novas estruturas organizacionais ou de custos para o negócio. Assim, cabe ao empreendedor e a equipe de trabalho utilizarem a sua criatividade para modelar várias ideias possíveis para um mesmo negócio. Quer acessar esse modelo? O site do SEBRAE disponibiliza ele em português, clique no link a seguir e confira. http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/Quadro-de-modelo-de- neg%C3%B3cios:-para-criar,-recriar-e-inovar Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre este assunto? No material online, os professores Elthon Schneider e Henrique Castelo Branco abordam alguns aspectos interessantes sobre o BMG Canvas. Não perca! Saiba Mais No botão, a seguir, está disponível o livro “Empreendedorismo no Brasil”, com vários artigos a respeito do processo empreendedor. Leia o prefácio, da CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 página 21 a 25, e entenda melhor o contexto da criação e implantação de novos negócios. http://www.ibqp.org.br/upload/tiny_mce/GEM_2013_- _Livro_Empreendedorismo_no_Brasil.pdf E, para finalizar este tema, aprenda como estruturar cada um dos nove blocos do modelo de negócios do Canvas assistindo ao vídeo indicado a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=WUAQBV52bNU Tema 2: Segmento de Clientes – Mercado Alvo O primeiro desafio de um empreendedor ao modelar a sua ideia de negócios está em definir claramente quem serão seus clientes, ou seja, qual é o mercado alvo pretendido. Sem clientes uma empresa não existe, por isso para dar certo, um negócio precisa atender a governos, empresas, entidades, organizações não-governamentais, lojistas, supermercados, indústrias, órgãos de governo ou consumidores. Para melhor atender a um determinado grupo de clientes, as empresas tendem a agrupar seus clientes ou segmentos de clientes de acordo com algumas caraterísticas, tais como: tamanho, área de atuação, renda, atividade, profissão, comportamentos ou atributos que possam definir um determinado grupo de clientes. Entre as possibilidades de segmentação temos: mercado de massa, nicho de mercado, mercado segmentado, mercado diversificado e mercado multilateral. A seguir, conheça melhor cada um deles. Mercado de Massa: o objetivo do mercado de massa está em atender ao público em geral, ou seja, nesse ramo todo e qualquer consumidor é importante para o negócio. Exemplo: lojas com produtos e serviços que atendem a todos os públicos, sem definição de classe social, escolaridade, renda ou outra segmentação. Nicho de Mercado: o nicho de mercado procura atender a segmentos específicos e especializados, como nos seguintes casos: livros evangélicos, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 aluguel de trajes para noivos, casas de massas, loja de autopeças, academia para idosos, entre outros. Mercado Segmentado: o mercado segmentado procura atender a segmentos de mercado com necessidades e problemas específicos, por exemplo: um banco pode ter diversas linhas de financiamento, dentre elas para máquinas e equipamentos (indústria), para imóveis (construtoras), para crédito ao consumidor (comércio), para empréstimo consignado (funcionários de empresas e aposentados), para recebimentos de impostos, taxas e serviços públicos (setor público), para conta corrente, para empréstimos pessoais e para cartão de crédito (pessoas físicas). Mercado Diversificado: o mercado diversificado atende a segmentos de mercado sem relacionamento, sendo que, o grande volume de seus produtos atende a diversos públicos diferentes, por exemplo: lojas de departamentos como ToK Stok e Wall Mart. Mercado Multilateral: o mercado multilateral atua como facilitador para dois ou mais segmentos de clientes diferentes, ou seja, se um deseja vender e outro deseja comprar, cabe ao negócio facilitar estas operações. Por exemplo: operadoras de cartão de crédito, planos de saúde, agências de viagem, entre outros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 A segmentação de mercado pode usar outros critérios como os demonstrados a seguir: Os professores Helton Schneider e Henrique Castelo Branco falam mais sobre a segmentação de mercado no material digital. Confira! Saiba Mais Vamos para um exemplo prático? A segmentação de mercado é um dos aspectos mais fortes da produção e distribuição dos produtos da Natura. Saiba como ela acontece clicando no link a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=J4uWPLYUzKc CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Tema 3: Proposta de Valor Por que um determinado grupo de clientes escolheria o nosso negócio e não outro? Que tipo de problema resolvemos para o cliente? Conseguimos satisfazer qual necessidade ou desejo do cliente? A resposta a esses questionamentos chama-se proposta de valor do negócio e é entendida como sendo uma agregação de benefícios que uma empresa oferece aos seus clientes. Na elaboração da proposta de valor você procura descrever como pretende criar valor para o cliente, porém, para que isso aconteça, é preciso que você compreenda claramente o perfil do seu segmento de mercado. Para criar uma proposta de valor que se encaixe aos seus clientes, é preciso observar o seu comportamento (o que ele pretende fazer com seusprodutos e/ou serviços), os seus medos (experiências ruins, riscos e obstáculos na compra) e também verificar os seus ganhos (quais resultados os clientes querem alcançar ao comprar seu produto e/ou serviço). Depois de entender o ponto de vista do cliente, elabore sua proposta de valor levando em consideração seus produtos e serviços (funcionalidade, rendimento, qualidade, usabilidade), os ganhos que o cliente terá ao adquirir o seu produto (status, desempenho, design, marca) e descreva também como os seus produtos e serviços poderão aliviar as dores do cliente, caso ele tenha tido experiências anteriores frustrantes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Entre as diversas possibilidades de combinações de atributos para a montagem de uma proposta de valor diferenciada podemos destacar doze delas. Novidade: neste tipo de proposta as empresas investem em inovação, em criar produtos e serviços que serão desejados por seus clientes, e muitas vezes, o cliente nem sabe que precisa deste tipo de produto. Desempenho: a eterna busca para oferecer um produto/serviço mais rápido, menor, mais econômico ou mais eficiente. Personalização: oferecimento de produtos e serviços adequados às necessidades específicas dos clientes, como: carros personalizados, penteados exclusivos, tratamento dentário, cirurgias plásticas, entre outros. Design: criação de novos designs que possibilitam novas formas de negócios. Por exemplo: telas de TV em curva, celulares em curva, prédios em formato de vela, entre outros. Marca: a inserção de marcas fortes nos produtos/serviços oferecidos aumenta a proposta de valor. Exemplos: relógio Rolex, carro Rolls Royce e bolsa Lui Vuiton. Status: produção e desenvolvimento de produtos e serviços voltados a consumidores preocupados com o seu status social. Exemplos: relógios banhados a ouro, viagens em companhias áreas de luxo, etc. Preço: desenvolvimento de produtos cujo diferencial é baixo preço, tais como lojas de produtos a partir de R$ 1,99. Redução de custo: neste caso a proposta de valor ofertada ao cliente apresenta-se sob a forma de redução de custos nos processos das organizações, como: máquinas mais automatizadas, novos sistemas de gerenciamento do negócio e venda por comércio eletrônico. Redução de Risco: a redução de riscos normalmente vem acompanhada de critérios de garantia de funcionamento do produto ou serviço, nos automóveis vai de 1 a 5 anos, televisores e eletrodomésticos de 1 a 2 anos, computadores, móveis e outros produtos variam de acordo com a proposta de valor do negócio e de acordo com a percepção de valor dos clientes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Acessibilidade: a necessidade de consumo acontece em todas as classes sociais, e criar formas de financiamento que permitem que as classes mais baixas consumam pode ser considerado um diferencial competitivo. Podemos encontrar esse tipo de acessibilidade em: compras programadas, consórcios, financiamentos a longo prazo com parcelas reduzidas, entre outros. Conveniência: consiste na tarefa de fazer com que o produto ou serviço possa ser acessado ou utilizado em qualquer lugar. Exemplos: sites de venda online e dispositivos de armazenamento de dados na nuvem como dropbox, google drive, entre outros; Usabilidade: corresponde a facilidade de uso de produtos e serviços. Por exemplo: caixas eletrônicos dos bancos e dispositivos de acessibilidade a cegos, surdos e pessoas com deficiência. Assista à explicação dos professores a respeito da proposta de valor no material digital. Saiba mais Para aprofundar o seu conhecimento sobre o conteúdo abordado, assista ao vídeo indicado, a seguir, em que o professor Sérgio Selotti Júnior aborda a construção conjunta da proposta de valor e da segmentação de clientes. https://www.youtube.com/watch?v=PUVnfe5nB_I Aproveite e acesse o canvas da proposta de valor, disponível no botão a seguir, e fique por dentro de tudo que você precisa para fazer com que o seu negócio decole no mercado. http://socialgoodbrasil.org.br/wp-content/uploads/2013/12/Canvas-da- proposta-de-valor.pdf Tema 4: Canais de Comunicação Uma vez que o empreendedor já pensou no segmento de clientes a ser atendido e na proposta de valor a ser entregue, ele deverá se preocupar em como irá se comunicar com o mercado, ou seja, como irá informar aos seus segmentos de clientes onde o produto e/ou serviço pode ser adquirido/comprado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Os canais de vendas representam o ponto de contato entre o cliente e o negócio, pois ampliam as possibilidades de o público conhecer o produto e a proposta de valor da empresa, o que permite personalizações e relações mais duradouras com os clientes. Cada negócio procura encontrar a mistura certa de canais para o atendimento de seus segmentos de clientes, e isto envolve alguns tipos e fases de canais. Vamos conhecê-los? Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) Tipos de Canais Canais particulares ou diretos: correspondem aos canais, aos quais, o próprio negócio determina o seu funcionamento, localização e nível de serviço ofertado aos clientes e pode envolver equipes de vendas, vendas na Web (e- commerce) e lojas próprias. Equipes de Vendas: a equipe de vendas pode ser formada por vendedores próprios ou terceirizados, escalonados em regiões, por número de clientes a serem atendidos, ou de acordo com o potencial de mercado de cada região atendida. E-commerce: as vendas eletrônicas não podem ser desconsideradas em nenhum tipo de negócio, devido a duas características: seu alcance global e a possibilidade vendas 24 horas por dia. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Lojas Próprias: mesmo que o investimento inicial possa ser alto, por exemplo a montagem de um restaurante, em muitos negócios um ponto de vendas fixo mostra-se altamente desejável. Canais parceiros ou indiretos: quando a disponibilidade de recursos é baixa ou quando a área de abrangência geográfica do mercado é muito ampla, o negócio pode optar por realizar parcerias com outras empresas que podem ser de dois tipos: lojas parceiras (varejo) ou no atacado. Clique nos botões, a seguir, e compreenda como esses processos acontecem. Lojas Parceiras (Varejo): as lojas parceiras se encarregam de realizar as fases do canal, identificando consumidores para os produtos e serviços do negócio, vendendo, entregando e prestando assistência ao consumidor final. Atacado: em muitos casos o negócio opta por trabalhar com mais uma fase no canal, um distribuidor atacadista que se encarrega de encontrar lojas no varejo que farão as fases do canal junto aos consumidores. Este tipo de estratégia permite uma carteira menor de clientes a ser gerenciada e ao mesmo tempo uma concentração de vendas em um único cliente. Fases do Canal Seja em canais diretos ou indiretos, o atendimento ao cliente sempre envolve cinco fases: conhecimento, avaliação, compra, entrega e pós-venda. Analise-as na tabela a seguir. Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Podemos chamar essas fases de cadeia de valor de fornecimento, já que elas indicam como o cliente toma conhecimento do produto, onde ele o compra, como o recebe e como acessa aos serviços de pós-vendas. No material online, os professores falam sobre alguns aspectos importantes dos diversos canais de comunicação. Confira! Saiba mais Responda rápido: O que é um canal de distribuição? Casoa resposta ainda não esteja na ponta da língua, não se desespere. O vídeo, a seguir, aborda a definição, as funções e as estratégias deste conceito. Acesse-o já! https://www.youtube.com/watch?v=SnnSo-cL Tema 5: Relacionamento com o Cliente Para Osterwalder e Pigneur (2011), quando nos referimos ao relacionamento com os clientes, estamos nos referindo a três grandes motivações: conquistar clientes, reter clientes e ampliar o volume de vendas com os clientes atuais. Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) As estratégias de relacionamento com o cliente vão mudando de acordo com a evolução do negócio e fatores concorrenciais e econômicos. É comum que no início do negócio a empresa busque a abertura e ampliação de sua carteira de clientes, sendo que, uma vez definida começam as preocupações com a retenção destes clientes para, em um último estágio, fazer com que eles CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 sejam os grandes potencializadores do negócio por meio do consumo de produtos/serviços e indicação a novos consumidores. Seja captando, retendo ou ampliando o volume de vendas, as estratégias de relacionamento com o cliente envolvem vários aspectos. Assistência Pessoal: na assistência pessoal prioriza-se o contato com o cliente, seja ele pessoal, por e-mail, via call center ou atendimento na loja física. Assistência Pessoal Dedicada: na assistência pessoal dedicada, o cliente é atendido por profissionais altamente treinados, seja por contatos presenciais ou a distância. Self-Service: no self-service, o contato com o cliente é mínimo. Nele, o próprio cliente escolhe e paga pelo produto sem interagir com nenhum funcionário. Serviços Automatizados: nos serviços automatizados, os sistemas de atendimento ao cliente não necessitam da interação com pessoas. Apresentam estas características: os caixas automáticos, os sistemas de e-commerce e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Comunidades: entre os desenvolvedores de softwares, é comum várias pessoas do mundo inteiro atuarem para resolver problemas de uma determinada comunidade. Pensando nisso, algumas empresas criaram comunidades em torno de seus produtos e serviços com a finalidade de desenvolver novos produtos e solucionar problemas. Cocriação: na cocriação, a interação com o cliente é elevada ao seu grau máximo, já que nesse caso, o negócio procura desenvolver soluções para os problemas, necessidades e desejos de seus clientes. Entre os potenciais utilizadores deste tipo de ação estão: salões de beleza, clínicas de estética, alfaiates, etc. Todos esses elementos precisam ser analisados, desenvolvidos e implantados individualmente ou em conjunto nas empresas. E o que será que os professores têm a dizer sobre esse assunto? Confira no seu material digital. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 No vídeo indicado, a seguir, o professor Sérgio Selotti Júnior do Canal Papo Online fala sobre os diversos tipos de canais de relacionamento. Não vai perder isso, né? https://www.youtube.com/watch?v=XqHbfaJgjQM Na Prática O negócio de brindes não é um fenômeno atual, é um mercado de longa data, que vem se diversificando ao longo do tempo, acompanhando tendências mundiais, hábitos dos consumidores e até mesmo, sugerindo mudanças comportamentais. Considera-se brinde qualquer tipo de objeto ou material personalizado com a marca do produto e/ou da empresa, que possa gerar afinidade, fidelidade e associação direta com a marca. O brinde pode ser elaborado de diversas formas e matérias-primas como: plásticos, papéis, metais, borrachas, vidros, tecidos, etc. E pode se apresentar na forma de vários produtos, como: camisetas, bonés, lápis, canetas, blocos de papel, pastas, sacolas, chaveiros, pen-drives, dentre outros. O foco da utilização de brinde sempre foi promover a marca de quem o está entregando, na tentativa de fidelizar o cliente, demandando um grande esforço de divulgação. Atualmente, esses produtos também possuem como objetivo demonstrar as novas tendências que a empresa ofertante está seguindo, como no caso dos brindes ecológicos, utilizados para mostrar a consciência ambiental da organização. Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um modelo de negócios para a venda de brindes ecológicos. Mas atenção: nesta primeira etapa, você não precisará desenhar todo o modelo, concentre-se apenas nos seguintes itens: Segmentos de clientes Proposta de valor Canais de distribuição CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Relacionamento com o cliente. Veja algumas dicas valiosas para fazer esta atividade? Clique no botão a seguir. Pesquise um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles ecológicos ou não. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG Canvas (que você pode encontrar no site “Movimento Empreenda”) Antes de preencher a figura do BMG Canvas, leia cada tópico desta rota de aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de negócios. Os vídeos de apoio, inseridos nos “Saiba Mais” desta rota também podem te ajudar! Como será que os professores resolveriam esta atividade? Confira no material online. Síntese Hoje você estudou como funciona o BMG Canvas sob a análise externa de um negócio, ou seja, o negócio da porta para fora. Apesar do BMG ajudar muito o empreendedor no processo de organização, alguns cuidados precisam ser tomados. A elaboração do BMG não elimina a necessidade de aprofundamento nos estudos sobre o mercado, a concorrência e a evolução tecnológica no setor em que se pretende atuar. O BMG não substitui o Plano de Negócios. Na verdade, ele deve ser elaborado antes desse plano com o objetivo de testar possibilidades que serão descritas nele. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Outras ferramentas podem ser utilizadas em conjunto com o BMG Canvas, por exemplo, a técnica SCAMPER que nos ajuda e melhorar os produtos e serviços do negócio. O segmento de mercado, a proposta de valor, os canais e as estratégias de relacionamento devem ser definidas em conjunto, pois um mesmo negócio pode apresentar diferentes combinações destes fatores. Faça e refaça vários modelos de negócios diferentes e apresente-os a pessoas diferentes. Lembre-se: apresentar várias vezes a mesma ideia nos faz ter certeza do que queremos. Não existem garantias de que tudo irá dar certo, mas podemos afirmar com certeza que a oportunidade de negócio foi muito bem idealizada. Que tal assistir às considerações finais do professor Elthon Schneider sobre os temas abordados no material online. Referências GEM – GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONIOR; Empreendedorismo no Brasil: 2013. Curitiba: IBQP, 2013. MEIRA, Silvio Lemos. Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. OSTERWALDER, Alexander. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios: um manual para visionários e revolucionários. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011 PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. ROAM, Dan. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Comportamento Empreendedor Aula 5 Professor Elton Ivan Schneider Professor HenriqueCastelo Branco CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 INTRODUÇÃO Olá, seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Comportamento Empreendedor. O tema geral deste estudo é sobre os Desafios da Administração Contemporânea, e para tal, nosso objetivo, aqui, será: Dominar a terminologia do BMG Canvas Compreender os conceitos do BMG Canvas aplicados ao desenho de negócios Aplicar os conceitos do BMG Canvas aos diferentes tipos de negócios Sabemos que criar um novo negócio envolve vários desafios, tais como perceber uma oportunidade de mercado, pensar os canais de comunicação, desenvolver uma ou mais propostas de valor, pensando em formas de relacionamento com apenas o cliente, entre outros; mas estes desafios representam apenas o primeiro passo na elaboração de uma proposta de negócios. O processo pode ser facilitado quando usamos ferramentas como o BMG canvas para orientar o processo. Porém, junto com estas etapas do processo estão agregados elementos importantes. Confira alguns a seguir: O que venderemos ao cliente? Produtos ou serviços? Qual é a estrutura de recursos humanos, máquinas, tecnologia e instalações necessárias à implantação do negócio? Quem serão nossos parceiros? Quais serão as atividades-chave para o sucesso do negócio? Como iremos estruturar a empresa: voltada para custos ou para diferenciais competitivos? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 O desafio está em preparar a organização para a adaptação, flexibilidade, mudança e a inovação. Neste momento, além de estruturar o modelo de negócios, o empreendedor precisa pensar em elementos como equipe, liderança, motivação, satisfação do cliente, funcionários, retorno financeiro, responsabilidade social e impactos ambientais. Veja neste primeiro vídeo, a fala inicial do professor Elton... Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. PROBLEMATIZAÇÃO Para Meira (2013), a inovação na modelagem de negócios advém de um processo que se assemelha ao revoar de uma abelha. Dentro desta metáfora, cabe ao empreendedor, em processos circulares, ir ao mercado (fora) interpretar suas necessidades (personalização), analisando e planejando seus diferenciais competitivos (dentro) e desenhando uma proposta de valor para seu segmento de cliente pretendido (mercado); e a partir destas definições, o negócio será planejado (redesenho) e os processos dos negócios serão estabelecidos para o atendimento das necessidades destes clientes (padronização). O ambiente organizacional pode ser definido sob três perspectivas: Inovação e personalização – em que o empreendedor irá propor uma nova forma de atendimento das necessidades de seu segmento de mercado; Padronização e busca da eficiência – em que o empreendedor irá propor preço, qualidade, funcionalidade e serviços a custos mais baixos ao seu segmento de mercado; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Busca pelos nichos de mercados – em que produtos e serviços atendem demandas específicas de determinados mercados, também específicos. Confira a seguir um esquema que representa a modelagem de negócios: Fonte: adaptado pelos autores de Meira (2013). Leia e responda à questão a seguir: ENADE (2012) O plano de negócios é um exercício de planejamento da criação de um empreendimento. Para ter validade, deve ser desenvolvido em bases realistas. Um plano de negócios bem feito deverá estar em condições de ser implantado, de se transformar em uma “empresa incubada”, de sensibilizar parceiros e investidores. Há mais de um caminho para se chegar ao mesmo objetivo e mais de uma solução para resolver os diferentes problemas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 É melhor fazer uma escolha que garanta sucesso no longo prazo que escolher a solução mais imediatista de sucesso aparente. O plano de negócios pode também conduzir à conclusão de que o empreendimento deva ser adiado ou suspenso por apresentar alta probabilidade de fracasso. O plano de negócios contém os principais pontos de cunho gerencial a serem considerados na criação de um empreendimento. A partir das informações do texto, conclui-se que, ao elaborar um plano de negócios, o empreendedor deve considerar que: a) o planejamento das necessidades de recursos humanos para o 1º de funcionamento do negócio é suficiente para atender a estratégia de aumento de participação de mercado. b) a análise estratégica de oportunidades e ameaças será útil para a formulação de estratégias de crescimento a partir do 3º ano de funcionamento do negócio. c) as estratégias iniciais definidas para produto, preço, distribuição e comunicação são suficientes para uma futura diversificação de mercado. d) a escala de operação estabelecida e os recursos necessários identificados no projeto inicial serão suficientes para atender a demanda de um mercado em expansão. e) objetivos, estratégias e metas estabelecidas no projeto inicial terão que ser flexíveis, para que possam adequar-se à dinâmica ambiental. Para quem deseja ser um bom empreendedor, e com isso aumentar suas possibilidades de sucesso na abertura de um negócio, algumas leituras podem auxiliar bastante tais como: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Livro Plano de Negócios: elementos constitutivos e processo de elaboração, do Professor Egon Walter Wildauer, disponível na biblioteca virtual. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/605.php Pesquisa Consulte sites e conheça o Design Thinking . Procure identificar os pontos principais nesse assunto: http://socialgoodbrasil.org.br/lab-ferramentas http://static2.inovacaoedesign.com.br/artigos_cientificos/Design-thinking- inovacao-em-negocios.pdf https://neigrando.wordpress.com/2011/07/18/usando-o-design-thinking-para- criar-e-inovar-nos-negocios/ Neste vídeo, você vai conferir uma proposta de solução ao caso proposto... você pode compará-lo com as suas impressões sobre o problema. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TEMA 1 - Fontes de Receita Ao montar o seu próprio negócio, o empreendedor deverá compreender de onde virão as receitas para a manutenção e crescimento do negócio, é o que chamamos de aquisição de receitas. Para uma empresa que está começando, conquistar clientes significa: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Obter uma fonte de financiamento para o negócio Manter os clientes satisfeitos e a receita de forma recorrente Ampliar a base de clientes e as possibilidades de faturamento e crescimento Lançar novos produtos e novas fontes de receita Buscar novos canais de vendas Abrir novas fontes de faturamento Melhorar a proposta de valor Cativar clientes para o negócio As fontes de receitas de um negócio envolvem a comercialização de produtos e serviços em diferentes possibilidades, que decorrem da combinação de diferentes requisitos. Interaja com o esquema a seguir para conhecer: Sempre é importante lembrar que não estamos sozinhos no mercado, e se estamos não será por muito tempo, pois é natural que existam concorrentes diretos e indiretos, produtos substitutos, empresas que pratiquem preços diferenciados, maiores ou menores, qualidade diferenciada, maior ou menor, serviços incorporados ao produto em maior ou menor escala.CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 As fontes de receitas nos remetem a três aspectos inter-relacionados: Fontes de receita Venda de recursos (imóveis), taxas de uso (aluguel), taxa de assinatura (revistas e cartões de crédito), empréstimos (bancos), licenciamentos (Disney). Formas de precificação Quando a precificação é fixa (taxa de serviços de um cartão de crédito) em cada transação o empresário tem um valor percentual fixo de faturamento previsto; já no caso de precificação dinâmica, em cada negócio, os valores negociados e os lucros decorrentes da transação serão variáveis. Posicionamento de preços Dependendo da combinação pretendida (segmento, valor, canal e relacionamento), uma organização pode trabalhar com preços e margens de lucro, acima do posicionamento da concorrência, igual ou abaixo do posicionamento de seus competidores, esta é uma questão central nesta etapa do processo de elaboração do modelo de negócios, posicionar-se em relação a preços e margens de lucro. Nesta etapa do processo, algumas perguntas precisam ser respondidas com entendimento de sua complexidade e importância para o novo negócio: Será que o cliente valoriza o que ofertamos e está disposto a pagar por isso? Como ele resolve o seu problema atualmente? Quanto tem pago ultimamente para resolver o mesmo problema? Quais possibilidades ele tem de pagamento? Como eles preferem pagar pelo valor gerado? Como as diferentes formas de receita irão contribuir para a receita total esperada? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 É possível crescer neste mercado? Vamos ter que ganhar clientes da concorrência? Existe espaço para crescermos sem sermos importunados pela concorrência? Leitura obrigatória Leia o texto Fontes de Receitas, disponível em PDF, na versão online da aula. Saiba Mais Confira no vídeo a seguir um vídeo com a apresentação do Business Model Canvas! https://www.youtube.com/watch?v=qifm-O0A2vM Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TEMA 2 – Recursos principais No início desta aula comentamos o fato de que a construção de uma ideia de negócios se assemelha ao voo de uma abelha, pelas idas e vindas, pelo zig-zag constante do empreendedor buscando articular seu modelo de negócios com as possibilidades de mercado e com as possibilidades financeiras do empreendedor. Entre a percepção de uma oportunidade de negócio e sua efetiva realização, o empreendedor irá rever suas decisões várias vezes. Nesta etapa do processo, que envolve a verificação dos recursos necessários à viabilização da oportunidade percebida, o empreendedor deverá estabelecer os principais recursos, os quais serão decisivos para o sucesso do empreendimento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Sobre isto, confira a figura a seguir: Oportunidade Percebida x Oportunidade Realizada Fonte: elaborado pelos autores, s/d. A imagem que você acabou de ver envolve os seguintes elementos: Recursos físicos Envolvem as instalações físicas do negócio, móveis, máquinas e utensílios, instalações elétricas, hidráulicas, ar comprimido, exaustão, fornecimento de energia, captação de água, entre outros. Recursos Humanos Neste momento o empreendedor deverá se preocupar com a qualificação de seus recursos humanos, dependendo do negócio, a qualificação dos funcionários poderá ser determinante para o sucesso dos negócios. Recursos intelectuais Empresas como a Nike, Sony, Apple, Google e Microsoft, não existiriam sem o capital intelectual de seus funcionários, não se trata apenas de seus salários, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 mas de sua capacidade de criação invenção e inovação, sendo eles essenciais para o negócio e de difícil valoração. Recursos tecnológicos Neste aspecto o empreendedor deverá preocupar-se com o impacto da tecnologia nos processos de negócios, embora todas as organizações sejam afetadas pela tecnologia, empresas de comércio eletrônico, por exemplo, são totalmente dependentes da tecnologia para existirem e funcionarem, determinando inclusive a qualificação dos recursos humanos do negócio. Recursos Materiais Neste tópico pode ser necessário planejar desde material de consumo a matérias-primas que sejam necessárias a produção do produto ou serviço, dependendo de sua depreciação, validade e volume de compras, este tópico pode exigir investimentos bastante altos. Recursos Financeiros O montante total a ser investido na abertura do negócio, envolve a soma dos recursos físicos, humanos, materiais e intelectuais necessários ao funcionamento do negócio, a este total é importante que se acrescente ainda valores relacionados com as necessidades de fluxo de caixa da empresa, bem como, provisão para os primeiros meses ou anos de funcionamento do negócio, até que seja atingido o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas do negócio. Há que se considerar ainda que a proposta de valor pretendida é fortemente influenciada pela capacidade de o empreendedor conseguir os recursos financeiros, humanos, intelectuais, materiais e físicos. Caso não seja possível obter os recursos necessários, a proposta de valor pode ser revista, os canais podem ser repensados, as fontes de receitas necessitam ser revistas, o segmento de mercado pretendido pode ser revisado ou até CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 mesmo ampliado, voltando ao início do processo... o revoar da abelha em círculos, adequando a capacidade de obtenção de recursos com a proposta de valor. Ao empreender é preciso que se tome alguns cuidados para que os recursos necessários ao empreendimento não sejam confundidos com os recursos do empreendedor. Eles podem ter a mesma fonte, mas é preciso que se tenham claros alguns cuidados a serem tomados pelo empreendedor quando sair à busca de recursos. Confira alguns a seguir: Empreender é diferente de ter um emprego Significa dormir e acordar preocupando-se com clientes, fornecedores, empregados, pagamentos, recebimentos e principalmente, saber que a responsabilidade pelo sucesso e/ou insucesso do negócio é sua em primeiro grau, você pagará as contas e receberá os resultados. Fuja dos juros bancários ao abrir seu negócio Cheque especial e cartão de crédito devem ser para ocasiões realmente especiais, dificilmente um negócio prospera com base nestas fontes de financiamento. Sem um bom plano de negócios não há financiamento Não garantia de obtenção do financiamento, mas sem ele existe a certeza de que o financiamento não sai. Ter uma ideia é diferente de apresentar uma boa oportunidade Modelando a ideia de negócio e realizando um bom plano de negócios, é possível que muitos investidores se sintam atraídos por seu negócio. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Usando o capital familiar e de outras pessoas físicas É tentador utilizar o capital da família ou de amigos na abertura de novos negócios, tem um bom plano de negócios em mãos, se bancos e investidores não lhe emprestaram o capital para a abertura do negócio, talvez ele não seja tão bom assim, consulte especialistas do SEBRAE ou professores e consultores na área de negócios. Procure fontes de financiamento a fundo perdido Se sua ideiaé inovadora, existem órgãos de fomento a empreendedores que visam projetos de pesquisa e inovação, entre eles temos: CNPq – www.cnpq.br Finep – www.finep.gov.br BNDES – www.bndes.gov.br Banco do Nordeste – www.bnb.gov.br Procure investidores anjos para o seu negócio Trata-se de pessoas ou empresas que possuem capital próprio par investimento em negócios de risco, entre elas temos: http://www.floripaangels.org/ http://www.gaveaangels.org.br/ http://astellainvest.com/ http://www.confrapar.com.br/main.php http://www.fundocriatec.com.br/ http://www.performainvestimentos.com.br/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Leitura obrigatória Leia o artigo “Fontes de financiamentos utilizados pelos microempreendedores do polo comercial do Largo Treze de Maio na região do bairro de Santo Amaro na cidade de São Paulo”. http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/9716514.pdf Saiba mais Assista este vídeo curto e prático sobre BMG Recursos Principais: https://www.youtube.com/watch?v=66dJv7Mmv9o Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TEMA 3 – Atividades-chave do Negócio Para Gonçalves (2000), tudo aquilo que fazemos nas empresas faz parte de algum processo. Não existindo produtos ou serviços que possam ser oferecidos por uma empresa sem um processo empresarial, da mesma forma, não faz sentido existir um processo empresarial que não ofereça produtos ou serviços a um determinado segmento de mercados, que atendam a uma determinada proposta de valor. Os processos ou as atividades-chave de um negócio, não são estáticos ou passíveis de serem repetidos em diferentes organizações. Cada negócio, mesmo em empresas concorrentes, realizará seus processos de forma diferente, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 adaptados a sua realidade tecnológica, humana, intelectual e procedural, ou seja, de acordo com seu próprio jeito de fazer as coisas. Para Gonçalves (2000), a diversidade de processos é tão grande que os mesmos podem ser agrupados em famílias, as quais podem ou não existir em seu negócio, bem como terão maior ou menor importância de acordo com a proposta de valor que seu empreendimento pretende entregar ao mercado. Sobre esta diversidade de processos, veja a tabela Famílias de processos organizacionais (GONÇALVES, 2000, p. 9): CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Para uma empresa como Google, os processos educacionais podem ser determinantes do sucesso. Já para a Rolls Royce, os processos produtivos têm especial destaque, assim como para uma agência de publicidade e propaganda, o marketing e a criatividade são considerados atividades-chave dos seus processos de trabalho. Cabe ainda ressaltar que negócios voltados para serviços diferem de negócios voltados para a manufatura de produtos, embora na atualidade o consumidor compre um conjunto de produtos e serviços de uma organização, ao desenharmos os processos organizacionais (atividades-chave), é preciso que levemos em consideração estas diferenças. Para Gonçalves (2000), cinco fatores são determinantes para a diferenciação de processos em negócios voltados para serviços e/ou produtos: Propriedade do processo (quem é o responsável pelo processo) Fronteiras do processo (em serviços nem sempre fica claro onde começa e termina um processo) Pontos de controle (para verificação da qualidade e da quantidade produzida) Forma de medição do processo (se com base em fatos e dados ou se em opiniões dos clientes) Necessidade de ações corretivas (o que precisa ser corrigido? Processo? Serviço? Atendimento? Software? Máquina?) Veja alguns exemplos de diferença entre processos entre empresas de manufatura e de serviços (adaptado de GONÇALVES, 2000, p. 10): Propriedade (quem é o responsável) Serviço Tende a ser ambíguo ou o processo tem vários donos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Manufatura Definição geralmente clara Fronteiras (ponto inicial e ponto final) Serviço Pouco nítidas, difusas Manufatura Claramente definidas Pontos de controle (regulam qualidade e dão feedback) Serviço Frequentemente não existem Manufatura Estabelecidos de forma clara e formal Mediações (bases estatística do funcionamento) Serviço Difíceis de definir, geralmente não existem Manufatura Fáceis de definir e gerenciar Ações corretivas (de variação) Serviço Geralmente ocorrem de forma reativa Manufatura Muito frequentes as ações corretivas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Leitura obrigatória Leia o artigo “As empresas são grandes coleções de processos”, de José Ernesto Lima Gonçalves: http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n1/v40n1a02.pdf Saiba mais Assista a estes vídeos: Atividades-chave e BMG atividades-chave https://www.youtube.com/watch?v=47wXK3Bb5cw https://www.youtube.com/watch?v=DGFprQyTO4k Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TEMA 4 - Parcerias principais Um negócio não se faz sem a participação e cooperação com outros negócios. Na verdade, alguns deles somente são possíveis devido às parcerias realizadas. Tomemos como exemplo uma empresa de cartões de crédito como Visa ou Master Card. O negócio de cartões de crédito sé existe por que as operadoras realizam parcerias com empresas que querem vender seus produtos de forma segura, muitas vezes concedendo crédito a seus clientes quando não podem; já os clientes querem comprar os produtos e muitas vezes não têm reservas para realizar a compra; cabe à operadora facilitar este processo. Para Osterwalder e Pigneur (2011), as parcerias em um negócio podem assumir quatro formas diferentes: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Alianças estratégicas entre não competidores Neste caso, por exemplo, uma empresa fabricante de sofás pode se aliar a uma empresa fabricante de cozinhas para atender um determinado mercado, ofertando aos clientes uma complementariedade de produtos maior. Coopetição Parcerias estratégicas entre concorrentes: neste caso uma única empresa talvez não de conta de realizar a atividade ou projeto sozinha, necessitando de parcerias para a realização do mesmo, caso de construções de usinas hidroelétricas que são realizadas por consórcios de empresas. Joint Ventures para desenvolver novos negócios Duas empresas podem se associar para o desenvolvimento de um novo produto a ser ofertado para um determinado mercado, por exemplo, um fabricante brasileiro de computadores se alia a uma empresa chinesa de placas de computador. Relação comprador-fornecedor para garantir suprimentos confiáveis Na linguagem de gestão este processos chama-se de gestão da cadeia de suprimentos, onde clientes e fornecedores se unem para o atendimento de um determinado mercado. Nesta etapa devem ser respondidos alguns questionamentos importantes: Quais e quem serão nossos parceiros mais importantes? Destes, quais serão essenciais para o sucesso do negócio? Que tipo de recursos estaremos buscando? A decisão de comprar,fazer ou terceirizar envolve alguns aspectos (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011): CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Otimização e economias de escala Uma parceria faz sentido quando são conseguidos resultados, tais como redução de custos de matérias-primas, aumento da qualidade, aumento da velocidade de produção, aumento de funcionalidade no produto/serviço, aumento da produtividade, redução de resíduos, entre outros. Redução de riscos e incertezas Os investimentos necessários para a obtenção de uma determinada matéria- prima ou uma determinada tecnologia, podem ser proibitivos para uma determinada organização, tomemos como exemplo a construção de armazém de grãos, para um único agricultor pode ser um investimento alto demais com poucas possibilidades de recuperação do investimento, já para um grupo de agricultores reunidos em uma cooperativa ou associação este custo pode ser mais facilmente reduzido. Aquisição de recursos ou atividades específicas As empresas procuram desenvolver competências específicas as quais podem manter com certa competitividade, tomemos como exemplo um fabricante de celulares, que opta por produzir o hardware do produto, realizando uma parceria com desenvolvedores de softwares para a oferta de sistemas operacionais e aplicativos. E afinal, quando uma parceria é interessante? Clique e saiba! http://www.sankhya.com.br/blog-sankhya/qual-e-o-momento-certo-para-sua- empresa-fechar-parcerias-estrategicas Leitura obrigatória Acesse e leia o artigo a seguir sobre redes de cooperação produtiva: http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n3/v8n3a06.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Saiba mais Assista BMG Parcerias Principais, de Luiz Fernando Meirelles: https://www.youtube.com/watch?v=n0-ITYeN8nA Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TEMA 5 - Estrutura de Custos Em um negócio, seja ele do tamanho que for, pequeno, médio ou grande, em qualquer ramo de atividade, comércio, indústria ou serviços, os custos relacionados com a operação merecem atenção especial, pois podem ser determinantes do sucesso do negócio e de sua capacidade de existência ao longo tempo. Para Osterwalder e Pigneur (2011), a estrutura de custos de um negócio será determinada por duas perspectivas diferentes: Proposta de Negócios Direcionadas pelo Custo e Propostas de Negócios Direcionadas pelo Valor. Propostas de Negócios Direcionadas pelo Custo A proposta de valor de um negócio tende a determinar a sua estrutura de custos, por exemplo, empresas que buscam competir com estratégias de preço mais baixo, são fortemente influenciadas por este tipo de fator, ganhos de escala, redução de desperdícios, terceirizações, processos automatizados, são algumas das características deste tipo de estratégia. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Propostas de Negócios Direcionadas pelo Valor Quando direcionados para a agregação de valor, as estratégias de negócios assumem duas possibilidades: a) Inovação – algumas propostas de valor envolvem a criação de coisas novas, que muitas vezes nem mesmo o cliente sabe que um dia as desejará, tomemos como exemplos, os tablets, os smartphones, o comércio eletrônico; b) Personalização – neste caso, a inovação também está presente, porém o foco está na realização das vontades, necessidades e desejos dos clientes, o foco está na criação de produtos únicos, tais como carros personalizados, roupas sob medida, salões de beleza com propostas diferenciadas, inéditas e criativas. Na criação de um modelo de negócios como BMG Canvas, é preciso determinar os custos mais importantes do modelo, recursos mais caros à implantação do negócio e as atividades mais caras ou as maiores agregadoras de custos ao produto/serviço. Para uma boa tomada de decisão em relação aos custos de um negócio, precisamos dominar alguns conceitos, apresentados por Botelho e Santos (2008, p.4): CUSTOS Custos são gastos relativos à produção de bens e serviços da entidade; como exemplo claro pode-se citar o custo da matéria-prima ou de energia elétrica para produção. Podem ser classificados em: a) Custos diretos – aqueles apropriados diretamente ao produto, que possuem alguma medida de consumo, por exemplo: matéria-prima, embalagens, mão de obra utilizada na produção, entre outros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 b) Custos indiretos – não possuem medida objetiva e só podem ser alocados aos produtos por meio de rateios estimados e até arbitrários, tais como: aluguel, salários administrativos etc. c) Custos variáveis – referem-se aos custos como matérias-primas, materiais diretos, entre outros, os quais se alteram de acordo com o volume de produção. d) Custos fixos – podem ser exemplificados pelo aluguel da fábrica, depreciação dos equipamentos, ou seja, custos que terão determinado valor independentemente da variação da produção naquele período. Observação: gastos são sacrifícios financeiros com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, [...] representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro); enquanto despesas pode ser classificada como gastos realizados direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, entram as despesas com vendas, marketing, instalação, entre outros. ECONOMIAS a) Economia de escala – à medida que o negócio se desenvolve e prospera, ganhos de escala e produtividade são esperados, maiores volumes de compras e produção tendem a reduzir os custos unitários de produção, reduzindo o custo médio dos produtos, permitindo maiores margens de lucro ou a possibilidade de preços mais baixos. b) Economia de escopo – este tipo de economia fica mais visível quando uma negócio consegue entregar ao mercado um portfólio de produtos complementares, tomemos como exemplo um fabricante de smartphones com produtos que atendem as classes sociais mais baixas e também possui produtos para classes mais altas, além de se aproveitar da mesma estrutura de vendas, distribuição, assistência técnica que podem se tornar diferenciais competitivos importantes para o negócio. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Existem muitas possibilidades de modelos de negócios, e nem sempre as propostas se encontram nos extremos dos direcionadores de custos, ou seja, nem sempre teremos negócios voltados apenas para custos ou apenas para a geração de valor. Cada negócio buscará um ponto de equilíbrio que sustente a sua proposta de valor, gerando receitas, clientes satisfeitos e um negócio lucrativo. Leitura obrigatória Leia Gestão de custos em pequenas e médias empresas para não contadores, de Ana Botelho e Roberto Santos. http://www.unifin.com.br/content/arquivos/20080416134837.pdf Saiba mais Assista ao Papo Online #13 - Business Model Canvas - Parta VIII - Estrutura Financeira. https://www.youtube.com/watch?v=BCkhFQMabv8 Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. TROCANDO IDEIAS Fórum de Discussões. Reflita com seus colegas sobre estas questões: Qual é o maior desafio na modelagem de um negócio? O BMG – Canvas ajuda no processo de criação de ideias denegócios? É mais fácil perceber oportunidades de negócios (ir ao mercado) ou estruturar o negócio para aproveitar a oportunidade (olhar para dentro do negócio)? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 NA PRÁTICA O negócio de brindes não é um fenômeno atual, é um mercado de longa data e que vem se diversificando ao longo do tempo. Acompanha tendências mundiais, hábitos dos consumidores e, em algumas vezes, sugere mudanças comportamentais. Os brindes são elaborados de diversas formas e matérias- -primas (plásticos, papéis, metais, borrachas, vidros, tecidos.), e podem ser fabricados diversos produtos (camisetas, bonés, lápis, canetas, blocos de papel, pastas, sacolas, chaveiros, pen-drives, dentre outros.). O foco da utilização dos brindes sempre foi promover a marca de quem está entregando o brinde, na tentativa de fidelizar o cliente, demandando um grande esforço de divulgação. Atualmente, esses produtos também possuem como objetivo demonstrar as novas tendências que a empresa ofertante está seguindo, como no caso dos brindes ecológicos, utilizados pelas empresas mostrarem que possuem consciência ambiental, na tentativa de demonstrar que está preocupada com o bem-estar ambiental de todos. Definição de brinde Considera-se brinde qualquer tipo de objeto ou material personalizado com a marca do produto e/ou da empresa, que possa gerar afinidade, fidelidade, associação direta com a marca. Principais atrativos do negócio de brindes Baixo valor exigido para se montar uma empresa de brindes ecológicos e todo tipo de festa ou data comemorativa para alavancar a produção, como a copa do mundo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Atividade a ser realizada Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um modelo de negócios para a venda de brindes ecológicos. Você já desenvolveu a primeira parte do modelo (Segmentos de clientes, Proposta de valor, Canais de distribuição e Relacionamento com o cliente); desenvolva agora o restante do modelo, articulando os fatores externos e internos do negócio, desenvolvendo os seguintes itens: a) Fontes de Receitas b) Recursos Principais c) Atividades Chaves d) Parcerias e) Estrutura de Custos Protocolo de Resolução da situação proposta 1. Pesquisa um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles ecológicos ou não. 2. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG – Canvas no site: http://cms- empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2012/07 /27/ME_business-model-canvas.PDF 3. Para preencher a figura do BMG – Canvas, leia cada tópico da rota de aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de negócios para uma loja de brindes ecológicos. 4. Os vídeos de apoio, colocados no saiba mais, podem lhe auxiliar a realizar a atividade Resolução do Caso Confira a seguir o vídeo dos professores para conhecer o desfecho deste caso proposta para você desenvolver. Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 SÍNTESE Ao introduzir o BMG – Canvas como uma ferramenta de modelagem de negócios, pretendemos otimizar a lógica e a eficiência Humana (lado esquerdo do cérebro) com a emoção, criatividade, inovação e geração de valor (lado direito do cérebro). Mas você deve estar se perguntando: Como eu uso o quadro? De que forma eu tiro proveito desta ferramenta? Confira a seguir algumas sugestões: Imprima um quadro do BMG – Canvas em branco; Modele o negócio como ele funciona hoje; Estabeleça um ou mais modelos futuros possíveis, desejáveis para o negócio; Convide pessoas criativas para modelarem diferentes propostas de negócios para o mesmo negócio, mude o segmento de clientes, mude os canais, mude a proposta de valor, mude as formas de relacionamento com o cliente, crie novas formas de gerar receitas; Utilize ferramentas de estimulo a criatividade: brainstorming, SCAMPER, seis chapéus, mapa de empatia, cenários, prototipagem, conte histórias sobre o seu novo modelo de negócios; A inovação pode vir de vários lugares ou de vários epicentros: a partir dos recursos, a partir da oferta, a partir dos clientes, a partir das finanças, a partir de múltiplos epicentros. Trabalhe em equipe, com pessoas de múltiplas formações, com diferentes visões sobre a ideia de negócios, a diversidade auxilia na criação de novas possibilidades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 Confira este exemplo: Não perca o último vídeo desta aula com o professor Elton... acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. Até a próxima aula! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 Referências PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. ROAM, Dan. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. MEIRA, Silvio Lemos. Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. GEM – GLOBAL EMTREPRENEURSHIP MONIOR; Empreendedorismo no Brasil: 2013. Curitiba: IBQP, 2013. OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios: um manual para visionários, inovadores e revolucionários. Rio de janeiro, Alta Books, 2011. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Comportamento Empreendedor Aula 6 Prof. Elton Schneider Prof. Henrique Castelo Branco CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 CONVERSA INICIAL Olá, caro aluno! Com esta aula finalizamos a disciplina de Comportamento Empreendedor! Então, finalizaremos a disciplina discutindo Aprendizagem, modelagem e comunicação em todos os níveis iniciando com a discussão sobre o BMG Canvas. Está preparado? Vamos começar! O uso do BMG Canvas para o planejamento de ideia de negócios tem objetivos muitos claros, entre eles: Aprendizagem: Quanto mais testamos possibilidades sobre a ideia de negócios, mais aprendemos sobre a oportunidade que queremos explorar. Comunicação: Comunicar à equipe, aos clientes e aos investidores como se pretende viabilizar o negócio, qual o público alvo, quais os recursos necessários entre outros aspectos. Modelar a ideia: O uso de ferramentas de modelagem de ideias nos ajudam a definir a oferta (o que) a ser entregue ao cliente (quem), definindo a infraestrutura necessária para o atendimento deste mercado (como). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Vamos assistir à introdução dos assuntos que estudaremos ao longo desta aula? Acesse o material on-line! CONTEXTUALIZANDO Uma ideia de negócios se transforma em uma oportunidade de negócios, não apenas devido a sua modelagem, mas também devido a fatores ambientais que sejam propícios ao desenvolvimento da ideia. Fonte: https://innovationtool.files.wordpress.com/2015/03/canvas-do-ambiente-de-negc3b3cios.png Estamos falando de fatores externos ao negócio e que poderão interferir no sucesso do empreendimento. Entre eles, temos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Processos Regulatórios:Fatores oriundos da legislação abrem e fecham portas para novas oportunidades de negócios. É importante que o empreendedor esteja atento a fatores como o código de defesa do consumidor, a legislação ambiental, direitos humanos, inclusão social, respeito à diversidade e às questões de gênero. Fatores socioculturais: As características das famílias brasileiras e mundiais estão em pleno processo de transformação, o tamanho das famílias diminuiu, novas formas de famílias passaram a fazer parte do cotidiano, muitos dos novos casais preferem ter animais de estimação a ter filhos, os filhos ficam na casa dos pais até os 30- 35 anos de idade, retardando o casamento, os filhos e a família. Fatores econômicos: A interligação dos mercados regionais, nacionais e globais tem propiciado a criação de mercados globais para os negócios. Por outro lado, concorrentes internacionais têm acesso a mercados antes restritos, sem falar no impacto da recessão e do desenvolvimento econômico mundial nos negócios, o que acontece na China impacta o Brasil e o mundo. Fatores tecnológicos: A tecnologia tem revolucionado os processos produtivos e a criação de novos produtos e matérias-primas. Porém, também tem afetado de maneira muito mais intensa os negócios, por meio do E-commerce, do E-procurement, da integração de fornecedores e clientes em uma mesma cadeia de fornecimento etc. Concorrência direta: Ao entrar em um novo negócio cabe ao empreendedor analisar a posição da concorrência atual, em termos de porte, preços, qualidade, capacidade de inovação e na possibilidade de entrada de novos players com grande potencial de investimento e crescimento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Concorrência indireta: Neste item entram aspectos relacionados aos produtos substitutos, aqueles que concorrem indiretamente com o produto ou serviço que pretendemos comercializar, por exemplo, um restaurante à la carte de comida italiana sofre concorrência de restaurantes “por quilo”, restaurantes de comida árabe e de churrascarias, mas também sofre a concorrência indireta de lanchonetes, fast food, carrinhos de cachorro-quente, lanches rápidos diversos, chocolates, sorvetes, feiras populares etc. Fornecedores: Outro aspecto a ser considerado envolve o mercado suprimentos para o negócio. Seja de matérias-primas ou de tecnologia de processos industriais, é necessário que se verifique se o mercado tem características de monopólio ou oligopólio, bem como a possibilidade de se estabelecer parcerias com os fornecedores. Perspectiva temporal: Esses fatores precisam ser analisados em, pelo menos, duas perspectivas temporais, uma atual – em que as forças sejam analisadas no momento da criação da nova oportunidade de negócios – e outra em uma perspectiva futura – em que as tendências futuras para estes fatores possam ser modificadas, abrindo ou fechando portas. Problematização ENADE (2012) A perspectiva da sustentabilidade põe em discussão nosso atual modelo de desenvolvimento. Nos próximos decênios, deveremos ser capazes de passar de uma sociedade em que o bem-estar e a saúde econômica, que hoje são medidos em termos de crescimento da produção e do consumo de matéria-prima, para uma sociedade em que seja possível viver melhor consumindo (muito) menos e desenvolver a economia reduzindo a produção de produtos materiais. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 É muito difícil prever como essa passagem de um estado para outro poderá acontecer. É certo, porém, que será verificada uma descontinuidade que atingirá todas as dimensões do sistema: a dimensão física (os fluxos de matéria e energia), mas também a econômica e institucional (as relações entre os atores sociais), além da dimensão ética, estética e cultural (os critérios de valor e os juízos de qualidade que socialmente legitimam o sistema). Também é certo, portanto, que o que nos aguarda é uma longa fase de transição. Aliás, podemos dizer que a transição já começou e que se trata de promover a sua gestão procurando minimizar os riscos e aumentar as oportunidades. As características das sociedades sustentáveis vão emergir de um processo que vai depender de como vão se mover os diferentes atores sociais, das novas culturas que vão surgir, das relações de força que vão ser estabelecidas e das novas instituições que vão ser criadas. MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: EdUSP, 2002. p. 31- 32 (adaptado). Considerando o contexto apresentado, avalie as afirmações a seguir. I. Entre os atores sociais referenciados, as empresas ocupam papel secundário, pois sua função primordial é socioeconômica e não sociopolítica ou institucional, esta tipicamente exercida por governos e organizações multilaterais. II. Em processos de transição como o mencionado no texto, inovação e mudança tendem a ser incentivadas, enquanto valores e práticas institucionalizados tendem a ser questionados e substituídos por novas instituições, as quais podem conservar certos aspectos tradicionais. III. O cenário apresentado é repleto de oportunidades que podem ser alvo de estratégias empresariais para transformar ou até eliminar a produção de certos bens e gerar novos serviços, por exemplo, de reciclagem e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 reutilização de insumos e produtos, e de locação ou compartilhamento de eletrodomésticos, bicicletas e automóveis. IV. Práticas como a logística reversa de bens pós-consumo, já adotadas por muitas empresas, tendem a ser parte integrante dos planos e estratégias empresariais em diversos segmentos, seja por determinação legal seja por incentivos de mercado. São adequadas ao contexto apresentado apenas as afirmações: a. I e II. b. I e IV. c. II e III. d. I, III e IV. e. II, III e IV. Confira, agora, o que o professor Elton tem a dizer sobre essa questão: A primeira afirmação é falsa: o papel das organizações na transformação da sociedade, do ambiente econômico, social e ambiental é primário e determinante para transformação da sociedade! Não cabe apenas aos governos e organizações não governamentais a mudança da sociedade, as empresas com seus produtos, serviços e posicionamento ideológico e de mercado, são capazes de mobilizar as pessoas para uma transformação social, sendo assim, podemos considerar corretas apenas as afirmações II, III e IV. Para quem deseja ser um bom empreendedor, e com isso aumentar suas possibilidades de sucesso na abertura de um negócio, algumas leituras podem auxiliar bastante tais como: Livro Plano de Negócios: elementos constitutivos e processo de elaboração, do Professor Egon Walter Wildauer, disponível na biblioteca virtual. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/605.php CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Pesquise 10 ideias de negócios lucrativas e sustentáveis: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/10-ideias-de-negocios-lucrativas-e- sustentaveis PESQUISE Tema 1: Desenhando Modelos de Negócios O “BMG Canvas” ou “Canvas de modelos de negócios” foi desenvolvido por um grupo de mais de 200 consultores espalhados pelo mundo. Osterwalder e Pigneur foram os organizadores do livro, sendo que, para a sua construção, fundamentaram-se em processos de criação compartilhada de ideias, ou seja, de co-criação. Esse processo de criação compartilhada de ideias só é possível com processos interativosvia redes sociais. Nessa perspectiva, professores, consultores e empresários se unem para o desenvolvimento de ferramentas e soluções empresarias em processos coletivos, nos quais a preocupação central não está em identificar quem gerou a ideia, mas em gerar soluções que possam ser adotadas por todos de forma prática e eficiente. O objetivo da técnica de modelagem de negócios está em facilitar o processo de criação de novas ideias de negócios em várias versões diferentes e de forma fácil, participativa e intuitiva. Na visão de OSTERWALDER e PIGNEUR (2011): “Um modelo de negócios descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e captura valor”. Para a geração de modelos de negócios inovadores, os autores propõem que existem cinco epicentros da inovação: I. A partir dos recursos: a inovação acontece a partir de uma infraestrutura existente, de uma organização ou de parceiros que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 permitam expandir a ideia de negócios. Como exemplo temos a Amazon Web Services®, que foi criada a partir do site amazon.com. II. A partir da oferta: neste caso a organização cria novas propostas de valor para um negócio já existente. Por exemplo, a Camex®, cimenteira Mexicana, vende casas pré-projetadas para comercializar seu cimento. III. A partir dos clientes: o objetivo, neste caso, é ouvir os clientes, entender suas necessidades, aumentando a conveniência e afetando todos os outros componentes do negócio. Uma loja de roupas masculinas que resolve ofertar tamanhos especiais sob medida, como nas antigas alfaiatarias, seria um exemplo de epicentro a partir de clientes. IV. A partir das finanças: neste tipo de inovação o novo negócio utiliza- se de mecanismos de preços e baixo custo para ofertar soluções de produtos e serviços a preços muito baixos no mercado. A Xerox®, por exemplo, quando inventou as copiadoras, não vendia as máquinas, mas, sim, cobrava por cópias. V. A partir de múltiplos epicentros: quando um negócio muda a partir de múltiplos centros, o impacto na estrutura organizacional é maior, porém, os resultados de inovação também ficam potencializados. Exemplo: o jornal “Metro”, que não cobra de leitores e entrega quantidades específicas de exemplares em locais específicos, cobrando apenas dos anunciantes. A inovação em um negócio existente ou em uma empresa em processo de modelagem deve ser vista como um processo de ideação, no qual, em uma primeira etapa, o importante é a geração de ideias; em um segundo momento, a criação e gestão de um portfólio de ideias possíveis, que serão avaliadas segundo um conceito e métricas, que irão gerar protótipos, projetos e soluções para os clientes e mercados. Entre a geração inicial de ideias e o desenvolvimento de produtos e ideias de negócios, poucas ideias sobreviverão. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 O Processo de Geração de ideias para a inovação Eis alguns aspectos que facilitam a inovação: Equipe Trabalhar com uma equipe diversificada o suficiente para gerar novas ideias, ou seja, pessoas com idades, sexos e formações diferentes; clientes, fornecedores e experts – são todos bem-vindos. Imersão Quais os elementos chaves que deverão ser analisados para a geração de ideias? Os epicentros de inovação podem ajudar a determinar o caminho. Possibilidades Utilizar métodos e técnicas que possam ajudar na criação de novas possibilidades, por exemplo: SCAMPER, Mapa de Empatia, entre outros. Seleção Estabelecer critérios de seleção da ideia, menor valor investido, ideia mais radical, nova proposta de valor, maior aproveitamento do potencial existente na organização, entre outros. Protótipos Utilizar a expressão “e se…”, testar ideias, canais, formas de relacionamento, formas de faturamento, tudo é possível quando estamos em um processo criativo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Leitura Obrigatória Vamos à leitura do “Inovação em modelos de negócio: Um estudo sobre a aplicação do Design Thinking na inovação em modelos de negócio”, de autoria de Victor Leonard Gaspar Bueno. http://apreender.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Inovacao-em-Modelos-de- Negocio-Aplicacao-Design-Thinking.pdf O vídeo que você assistirá a seguir sobre Business Model Canvas explora um pouco dos Epicentros de Inovação. Sendo o BMC uma ferramenta de inovação em Modelos de Negócios, a origem e o tipo de inovação são diferentes de uma inovação de produtos ou processos, por exemplo. https://www.youtube.com/watch?v=s8TGDp5yN24 Agora, não deixe de conferir no material on-line as explicações do tema que acabamos de estudar! Tema 2: Modelos de Negócios Inovadores – Negócios desagregados (Unbundling) Os modelos de negócios apresentados a partir de agora, não devem ser considerados como verdades absolutas, mas, sim, como possibilidades de organização de negócios nos quais algumas propostas podem se enquadrar. Para OSTERWALDER e PIGNEUR (2011) modelos de negócios com características, arranjos e comportamentos similares, podem ser chamados de padrões de modelos de negócios e servir de inspiração para a criação do seu próprio negócio. O padrão de modelo de negócio desagregado ou unbundling, é caracterizado por incorporar três conceitos de negócios diferentes dentro de uma mesma organização. É como se existissem três quadros de modelos de negócios CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 diferentes dentro de um mesmo negócio: um voltado para o cliente, um voltado para a inovação e outro voltado para infraestrutura do negócio. O mais importante a ressaltar é que mesmo tendo modelos completamente diferentes (cultura, equipes, forma de gerar receitas), esses modelos podem coexistir gerando um diferencial competitivo para a organização. Tomemos como exemplo um grande banco: é preciso uma estrutura de tecnologia voltada ao atendimento das operações de crédito nas agências, nos caixas automáticos, em operações com outras empresas bancárias etc. A inovação incremental (melhoria de processos) é essencial para a existência do negócio. Ao considerarmos que isso ainda é compartilhado com estratégias diferenciadas de atendimento a clientes para grandes empresas onde, por exemplo, os serviços envolvem possibilidades de financiamento, crédito a clientes, crédito a funcionários da empresa, seguros, financiamento de compras e vendas, percebe-se que esse tipo de mercado exige um relacionamento com os clientes de alto custo de aquisição, e de grande impacto em caso de perda. Em outro tipo de modelo de negócios este mesmo banco pode ter uma estratégia diferenciada para o atendimento de pessoas físicas, que buscam financiamento para veículos, casa própria, pagamento de contas, recebimento de salários entre outros. Nesse caso, o resultado auferido em cada operação com o cliente é baixo para o banco, exigindo custos baixos, previsibilidade e eficiência. Um padrão de modelo de negócios desagregado só é suportado por empresas de grande porte. Provavelmente uma start-up não terá estrutura, capital, equipe e parceiros para manter este tipo de padrão de negócio logo de início. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Repensando a organização tradicional Relacionamento com o consumidor Inovação de produtos Infraestrutura Economia O alto custo de aquisição de clientes torna imperativo conseguir grandes receitas por cliente; foco em economia de escopo.Uma entrada antecipada no mercado permite um preço diferenciado e maior market share; foco em velocidade. Altos custos fixos tornam o volume essencial para conseguir baixos custos unitários; foco em economia de escala. Competição Batalha pelo escopo; rápida consolidação; poucos e grandes players. Batalha pelo talento; baixas barreiras à entrada; muitos pequenos players competindo. Batalha pela escala; rápida consolidação; poucos e grandes players. Cultura Altamente orientada a serviços; ideia do cliente em primeiro lugar. Centrada no funcionário; manter as estrelas criativas. Focado em custos; previsibilidade e eficiência. Adaptado de HAGEL e SINGER (1999) Outro aspecto a ser considerado é o fato de que este tipo de modelo de negócios gera dilemas estratégicos aos tomadores de decisão, OSTERWALDER e PIGNEUR (2011, p. 61): Segmentos de clientes e proposta de valor Servir a dois mercados diferentes com diferentes propostas de valor pode causar confusão entre as equipes de atendimento e entre os clientes dos diferentes segmentos ao se sentirem “destratados” em função das políticas da empresa. Produtos e serviços A oferta de produtos e serviços diferenciados por uma mesma empresa também pode gerar problemas com os clientes e desconfiança: diferenças de atendimento podem não ser bem aceitas pelo mercado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Foco em Custo versus Foco em Geração de Valor Qual o foco do negócio? Como devem se portar funcionários, processos e sistemas diante de propostas tão distintas? Resultados de curto versus longo prazo A inovação exige investimentos para a sua rápida introdução no mercado, o que eleva os custos da operação, que muitas vezes somente são viáveis quando mantidos no longo prazo, no mercado financeiro, de telecomunicações e de transporte aéreo a volatilidade é sua principal característica. Leitura Obrigatória Vamos, agora, à leitura do artigo de Luiz Fernando Lupinacci Penno, intitulado “A empresa em rede sob a ótica das interações”, sobretudo os capítulos “repensando a organização tradicional” e “O caso Cisco”. http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a15.pdf Muita gente tem ideias, mas inovar tem a ver com gerar valor (criar um sistema em torno de algo concreto que possa ter espaço no mercado). Na palestra que você assistirá a seguir, o empreendedor Marcelo Salim dá dicas valiosas para entender as inúmeras formas de inserir inovação no seu modelo de negócios! https://www.youtube.com/watch?v=9sH8TozjHy4 Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! Tema 3: Modelos de Negócios Inovadores – Cauda Longa Tradicionalmente as organizações tomam decisões a respeito de seu portfólio de produtos e serviços com base no conceito da curva 80/20 de Pareto, segundo a qual 80% do faturamento de empresa é gerado por 20% do portfólio de produtos, estimulando desta forma, que produtos com menor participação no faturamento global da empresa sejam descontinuados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 O comércio eletrônico, que só foi possível a partir da Internet, permitiu às organizações a criação de novas estratégias de vendas para os produtos, o Modelo Cauda Longa baseia-se na estratégia onde a “organização oferece uma grande quantidade de produtos de nicho que vendem individualmente pouco, mas que, no seu total, geram uma receita total de vendas alta”. http://www2.unifap.br/administracao/files/2014/08/Business-Model- Canvas-o-analista-de-modelos-de-negcios-75-exemplos-para- empreendedores-dominarem-a-ferramenta-luz-gerao-empreendedora- 120404160356-phpapp01.pdf Osterwalder e Pigneur (2011) reforçam que neste padrão de modelo de negócios os custos de estoque devem ser baixos, a eficiência logística deve ser alta e o acesso aos canais de comércio eletrônico precisam ser amplos, atendendo a todos os segmentos de clientes interessados. No Brasil encontramos empresas que, mesmo antes do surgimento do comércio eletrônico via Internet, fazia venda de seus produtos via catálogo impresso. Com o passar do tempo, esses catálogos foram colocados em CDs e hoje podem ser encontrados no site da empresa. Outras empresas já nasceram na era “ponto com”, como o site das Lojas Americanas, o E-bay, o Amazon, a Applestore entre outros, sendo que algumas organizações – como a empresa de vendas Shoptime – investe em três canais para a venda de seus produtos, o site de E-commerce da empresa, um canal de televisão via satélite para divulgação de seus produtos e a venda por central de televendas. O padrão de modelo de negócios de cauda longa envolve algumas características específicas, tais como: Clientes Muitos segmentos de nicho (produtos para casa, cozinha, banho, eletrônicos, eletrodomésticos, roupas, televisores, computadores, panelas, utensílios domésticos, entre outros). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Canais Internet como canal obrigatório de relacionamento com o cliente, podendo ser expandido para outras possibilidades: loja própria (Polishop), canal de televisão (Shoptime). Proposta de valor Amplo catálogo de produtos e serviços; isso sem falar no fato de que o próprio cliente pode anunciar seus produtos e serviços nesses mesmos sites de vendas. Por exemplo, na Applestore você pode vender livros eletrônicos produzidos por você mesmo. Relacionamento como cliente Indicação de outros usuários do sistema e baseado em propaganda on- line, principalmente no Facebook, Google, Twitter entre outros. Recursos chaves A plataforma de E-commerce. Atividades chaves Envolvem o atendimento ao cliente, a manutenção da plataforma, os serviços de trocas de produtos e a assistência técnica, a melhoria e manutenção da ferramenta de E-commerce. Parcerias Tradicionalmente trata-se de um negócio voltado para a comercialização de produtos. Dessa forma, as parcerias com os fabricantes são essenciais para a existência do negócio, sem falar nos aspectos relacionados a logística e distribuição dos produtos. Fontes de receitas Muitos produtos vendendo pouco – a complementariedade da linha de produtos gera o volume de vendas. Custos Focada no baixo custo, na eliminação perdas e ineficiências. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Chegou o momento de fazermos a leitura de um artigo para ilustrar tudo o que aprendemos neste tema sobre cauda longa. Nesse texto você deverá ler sobretudo o item 5 “A cauda longa: as três forças que levam ao fortalecimento dos mercados de nichos”. Boa leitura! http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STP_069_490_119 17.pdf A Cauda Longa (Em inglês: The long tail) é o nome livro de Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, obra fundamental para compreender a influência das novas tecnologias no mundo dos negócios. O livro aborda a transformação do mercado de massa, dominado por poucos, para um pulverizado mercado de inúmeros nichos. Saiba mais sobre ele com o vídeo a seguir! https://www.youtube.com/watch?v=eMgXC-xfzFg Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! Tema 4: Modelos de Negócios Inovadores – Plataformas Multilaterais Modelos de negócios baseados em plataformas multilaterais – MSP (Multi-sided Platform)organizam-se para criar valor, permitindo interações diretas entre dois ou mais tipos de clientes afiliados. Para OSTERWALDER e PIGNEUR (2011) a plataforma permite a criação de valor por facilitar a interação entre diferentes grupos de clientes em um fenômeno conhecido como efeito rede. Empresas como Visa, Mastercard, Google, Facebook, Unimed entre outros, podem ser consideradas empresas intermediárias entre grupos de clientes interdependentes, um grupo espera vender seus produtos (restaurantes, lojas, livrarias) e outro grupo de clientes espera financiar a venda (Bancos e financeiras usam as bandeiras VISA e Mastercard para vender crédito a seus clientes). Por fim, existe um grupo de clientes que está disposto a comprar os CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 produtos do primeiro grupo de forma segura, ágil e muitas vezes financiada sem ter que recorrer a um gerente de banco – são as compras financiadas via cartão de crédito, por exemplo. O grande objetivo de um negócio que opera como plataforma multilateral é aproximar os diferentes grupos de clientes. Porém, isso não é algo fácil e muitas vezes leva a empresa a enfrentar alguns dilemas, segundo OSTERWALDER e PIGNEUR (2011): Como podemos atrair o maior número de clientes para a plataforma? Qual o número suficiente de clientes para viabilizar a plataforma? Qual dos dois lados da plataforma se preocupa mais com o preço? E com os custos? Quem precisa de subsídios ou financiamentos? O comprador ou o vendedor? A renda gerada pela plataforma atende aos dois lados do sistema? O padrão de modelos de negócios baseado em plataformas multilaterais também é citado por outros autores como um modelo multifaces; afinal de contas, existem dois segmentos de clientes diferentes que coexistem e são interdependentes, ou seja, a presença de um gera valor para o outro. Tomemos como exemplo uma pessoa pensando em almoçar e um restaurante tentando vender comida. A operadora de cartão de crédito oferece os meios da relação de consumo acontecer, ligando três partes interessadas, que existem independentes umas das outras. Imagine um jornal que é ofertado de graça aos leitores (transeuntes, pessoas que passam pela rua) que obtém suas receitas do anúncio pago de empresas que querem divulgar seus produtos. Temos aqui uma relação clássica de plataforma multilateral, o usuário do produto não paga para ter acesso ao produto informação – a empresa que quer anunciar seus produtos e serviços é quem paga para ser vista no jornal. A empresa jornalística ganha ao anunciar o produto e/ou serviço de outra empresa, que anuncia no jornal que chega aos consumidores finais de seus produtos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Saiba mais sobre padrões de modelos de negócios fazendo a leitura do artigo: http://bmgenbrasil.com/new/wp-content/uploads/2013/03/aula-2c- Padroes-e-MN.pdf Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! Tema 5: Modelos de Negócios Inovadores – Grátis como modelo de negócios Empresas que atuam com esta estratégia de proposta de valor escolhem um grupo de clientes que pode pagar pelo serviço, como forma de financiar a outros segmentos de clientes que usam o serviço de forma gratuita. Neste formato de padrão de negócios podemos encontrar várias empresas atuando de forma diferenciada. Como exemplo, temos o Jornal O Metro (anunciantes pagam, leitores recebem de graça), o Google (anunciantes pagam para aparecer no topo da lista das pesquisas, usuários pesquisam de graça), Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle (oferecido as instituições de ensino de forma gratuita, porém os desenvolvimentos e melhorias nele realizados pertencem a blackboard dona do software, que pode incorporar as melhorias ao seu software pago). Porém, existem outras possibilidades para modelos de negócios que usam o grátis (freemium) como estratégia de mercado. Em muitos casos, o usuário recebe uma amostra grátis do produto, uma versão demo do software, o acesso a informações parciais e somente terá acesso a todas as possibilidades do produto/serviço se vier a comprar ou licenciar o restante do produto, pagando por isso. Isso acontece com jogos, aplicativos de celular, bancos de dados de oportunidades de emprego, entre outros. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Ainda neste tipo de modelo de negócios, podemos encontrar o caso das seguradoras, onde o segredo está em diluir o custo fixo de desenvolvimento da plataforma entre vários clientes (base de clientes muito grande), cobrando pequenas taxas regulares. Quando compramos um serviço de seguros para nossos carros, uma pequena parte do que pagamos ajudar a subsidiar o seguro de passageiros de avião, que tem uma probabilidade muito pequena de cair, porém quando cai os custos da aeronave a serem cobertos e os prêmios a serem pagos podem ser bastante altos. Segundo OSTERWALDER e PIGNEUR (2011) este modelo apresenta as seguintes características: 1. Uma proposta de valor de alto valor e alto custo é ofertada apenas a clientes pagos. 2. Clientes de menor poder aquisitivo usam o serviço com limitações de serviços e dados. O alto preço cobrado pelo serviço completo inibe os clientes de menor poder aquisitivo, mas não os impede de usá-lo. Diversas propostas de valor podem ser oferecidas neste modelo, sempre com um mercado potencial de clientes que recebe de graça o produto/serviço, enquanto que outro grupo de clientes paga. O objetivo desta estratégia é atrair o maior número de usuários para a plataforma, fazendo com que anunciar nela permita fazer com que o maior número de pessoas seja atingido. Tomemos como exemplos: Google, Facebook, Twitter, Jornal O Metro, Skype, entre outros. Qual a relação entre modelos de negócio e Design Thinking? Faça a leitura do artigo a seguir para saber! http://apreender.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Inovacao-em- Modelos-de-Negocio-Aplicacao-Design-Thinking.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Você já ouviu falar no Sistema Freemium? Trata-se de um modelo de negócio em que um produto ou serviço proprietário (tipicamente uma oferta digital como software, mídia, jogos ou serviços Web) é oferecido gratuitamente, mas é cobrado de usuários Premium por recursos adicionais, funcionalidade ou bens virtuais. Saiba mais sobre esse sistema com o vídeo! https://www.youtube.com/watch?v=qbJZpxYL5Cc Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! Tema 6: Modelos de Negócios Inovadores – Freemium: ganhe o básico, pague para ter mais As possibilidades de modelos de negócios não param por aí, é possível continuar criando, modelando indefinidamente, basta estimular a criatividade da equipe empreendedora. Para tanto, separamos mais alguns modelos de negócios para você analisar. Vamos a eles: Padrão Isca e Anzol Te damos o celular e você assina conosco uma conta mínima de telefone por um período de tempo predeterminado, ou ainda, você leva a haste do barbeador e só compra o refil de Lâminas; compre a impressora e depois lhe cobramos pelos cartuchos. Modelo Aberto Nesse tipo de modelo de negócio a organização procura por parceiros externos à organização que possam ajudá-la na oferta da proposta de valor. Isso é muito comum em empresas aeroespaciais e em universidades. Aluguel por assinatura (rent subscription) Nesse tipo de modelo de negócios o cliente paga mensalidades e tem o direito de receber uma certa quantidade de produtos todo mês, sem ter que pagar nada a mais por isso. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Assinatura de Produtos (product subscription) Nesse modelo de negócios você paga uma mensalidade ou assinatura e recebe em casa, todo mês, determinada quantidade de produtos. Esse tipo de modelo é adotado por pessoas que desejam receber em casa, meias, cuecas, camisas, bolsas, sapatos, acessórios, entre outros. Customização em Massa (mass customization) Esse tipo de modelo de negócios só é possível com o uso de tecnologia: o usuário cria seu próprio produto, seja ele um sapato, uma bolsa, uma camisa etc. Propriedade Fracionada (fractional ownership) Você já pensou em ser sócio de um jatinho? Comprar um jato sozinho pode ser bastante dispendioso e caro para manter; porém, se você dividir isso com outros 10 sócios pode ser bem mais atrativo! Tal modelo de negócio atende principalmente o mercado de produtos de alto luxo. Karina Murgel, Gerente de Projetos da Integration, explica no vídeo a seguir a importância dos projetos para criar um serviço ou produto único e inovador. Como fazer um projeto com foco em gestão e inovação? Descubra assistindo ao vídeo! https://www.youtube.com/watch?v=zGxmcxodq5k Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! Trocando ideias O que é um modelo de negócios inovador para você? Faltou algo a nossa lista de modelos de negócios inovadores? Os modelos apresentados são viáveis em sua região? Reflita sobre essas questões! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Na Prática Crie seu próprio modelo de negócios Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um modelo de negócios: Pegue um mapa do BMG Canvas em branco, juntamente com post-its coloridos; Pesquise na internet ideias de negócios que você gostaria de empreender; Preencha o quadro do modelo de negócios da forma como ele funciona hoje; A partir das possibilidades de novos padrões de modelos de negócios, crie, invente um novo modelo de negócios para a ideia; Apresente para colegas, ouça opiniões, utilize a técnica dos 6 chapéus para criticar a ideia; De posse da opinião de seus colegas reveja os itens apontados por eles; Crie sua ideia de negócio a partir destes apontamentos; Descreva cada item do quadro de modelo de negócios, identificando o relacionamento e como devem funcionar os processos organizacionais; Boa sorte com o novo negócio! Dica: Protocolo de Resolução da situação proposta 1. Pesquise um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles ecológicos ou não. 2. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG Canvas no site: http://cms- empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2012/07/ 27/ME_business-model-canvas.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 3. Para preencher a figura do BMG Canvas, leia cada tópico da rota de aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de negócios para uma loja de brindes ecológicos. 4. Os vídeos de apoio podem lhe auxiliar a realizar a atividade! Resolução do Caso Confira, no material on-line, o vídeo do professor Elton para conhecer o desfecho deste caso proposto para você desenvolver. Síntese Embora possa parecer que todos os modelos foram apresentados e/ou discutidos, ficamos muito longe disso! Na verdade, essa é uma interpretação da realidade de acordo com uma série de conceitos que apresentamos. As possiblidades em termos de modelos de negócios são muitas, assim como as possibilidades de combinação dos diferentes modelos. No texto “O analista de modelos de negócios: 6 exemplos para empreendedores dominarem a técnica de modelagem e prototipagem de negócios inovadores”, você poderá encontrar muitas outras possibilidades de modelos de negócios. Confira: http://www.analistademodelodenegocio.com.br Nosso objetivo nesta disciplina envolveu estimular cada aluno a se transformar em um empreendedor, com base em uma ferramenta simples e cheia de possibilidades. Cada um de nós pode (e deve) se transformar em um empreendedor de negócios, seja abrindo seu próprio negócio ou gerenciando a criação de negócios dentro de outros negócios. Quanto mais capazes nos tornamos de pensar modelos de negócios, mais podemos nos tornar gestores de negócios! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Vamos recapitular os assuntos discutidos nesta aula? Acesse o material on-line! Referências GEM, Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: Relatório Executivo. Curitiba: Sebrae, v. 9, 2014. MEIRA, S. L. Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. ROAM, D. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.