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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
“Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, 
dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos 
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as 
consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. 
HIRSCH (2014) 
 
Olhando para essa definição não nos surge a sensação de que está se 
falando do super-homem ou de alguém muito especial e acima do normal? Pois 
é, daí que surge o mito de que o empreendedor é alguém raro, altamente 
qualificado e além do alcance de nós, simples mortais! 
Mas, como foi dito, tudo isso é um mito! Algo criado pelo imaginário 
popular e que se torna verdade, sem que ninguém questione. Felizmente, ser 
um empreendedor não é uma missão para os escolhidos e pessoas “fora da 
curva de normalidade”. Todos nós podemos e devemos ser empreendedores! 
A partir desta aula, vamos derrubar esse mito e mostrar que é bastante 
possível agirmos em nossa vida, seja no campo pessoal, social ou profissional, 
como verdadeiros e eficazes empreendedores. Por isso vamos conhecer mais 
sobre essa figura cada vez mais importante às sociedades e aprender como 
exercitar mais esse nosso espírito empreendedor! Pronto para começar? 
Então, que tal assistir à apresentação dos professores Henrique Castelo 
Branco e Helton Schneider sobre este tema? Basta acessar o material online. 
Contextualizando 
O ato de empreender é antigo e com o tempo passou por transformações 
em relação ao que fazer, como fazer, onde fazer e até mesmo o porquê fazer. 
Porém, sua essência não mudou! 
De forma simples, podemos dizer que empreender é transformar. Seja a 
si mesmo, seu entorno, seu negócio, sua sociedade, seu mundo, enfim, 
empreender é agir pela mudança, porém não de forma impensada e desastrada. 
Empreender é a arte de transformar uma ideia em realidade, com o máximo de 
impacto positivo possível. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Mas quem é esse sujeito? Esse artista? Esse transformador? Estamos 
falando da figura do empreendedor: uma pessoa que tem certo perfil e que segue 
algumas crenças e características. Um profissional que tem um conjunto de 
competências e age com determinação, não temendo o fracasso ou o erro, e 
acima de tudo, aprendendo sempre. 
Inicialmente, apresentaremos na aula de hoje os conceitos e as 
características da ação empreendedora, mostrando que ela pode ser 
analogamente considerada uma caminhada, na qual se percebe um começo, um 
caminho e um destino. Porém, neste percurso há diferentes desafios, riscos e 
decisões. Além disso, serão apresentados os diferentes focos e tipos de ações 
empreendedoras, já que o ato de empreender assume diferentes feições, 
dependendo de como, onde e porque se está empreendendo. 
Posteriormente, discutiremos a relação entre sorte, criatividade e ação 
empreendedora com o objetivo de entender melhor como se processa o desafio 
de obter resultados mediante o esforço empreendedor. Isso nos remeterá ao 
CHA empreendedor. Não, não estamos falando da bebida quente e saborosa, 
mas das capacidades, habilidades e atitudes do empreendedor. Para finalizar, 
você descobrirá quais elementos podem ser considerados as bases do 
empreendedor. Todo esse conteúdo será transmitido com a indicação de artigos, 
vídeo, casos e exercícios para fixar melhor a sua aprendizagem. Bom estudo. 
Problematização 
Aprender sobre um tema observando como ele vem sendo praticado é 
uma ótima maneira de assimilar conhecimentos. Mediante a uma pesquisa do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi possível trazer algumas 
informações que serão importantes para o seu aprendizado. Vamos a elas? 
Segundo o IBGE, depois que as empresas são encerradas, 61% dos 
novos empresários perdem parte ou todo o capital investido. Mas, por incrível 
que pareça, 44% dessas empresas tinham um bom planejamento antes de 
começarem a atuar, mas a má gestão dos recursos depois de sua formação foi 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
um dos pontos negativos que mais proporcionou seu fechamento. Isso é um sinal 
de que não basta ter apenas uma boa ideia: o gerenciamento eficiente de todos 
os setores é uma característica fundamental que assinala as empresas de 
sucesso. 
Diante do exposto podemos afirmar que: 
I - É dispensável o esforço de montagem de um plano de negócios. 
II – Competência gerencial é parte essencial do sucesso 
empreendedor. 
III – A formação empreendedora em cursos superiores habilita o 
empreendedor a superar os desafios que causam o encerramento 
precoce das empresas. 
IV – A questão de se ter uma boa ideia, segundo se pode observar 
no texto, não deixa de ser um elemento importante ao sucesso dos 
empreendimentos. 
V – O empreendedor precisa estar consciente e preparado para a 
possível perda do capital investido para a formação de seu 
empreendimento. 
 
Agora, escolha a alternativa que contenha as opções corretas: 
 
a. I, III e V. 
b. III e V apenas. 
c. II e IV. 
d. I, II e IV. 
e. Todas as alternativas estão incorretas. 
Confira a resposta correta no seu material online. 
 
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5 
Pesquise 
Quais são os reais motivos do fracasso de novas empresas? 
Esta pergunta pode ser respondida por meio de uma pesquisa na internet. 
Clique nos links indicados a seguir e acesse algumas sugestões de matérias. 
http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/fundador-do-google-revela-
razao-pela-qual-empresas-fracassam 
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI334120-17141,00-
O+QUE+FRACASSA+NAO+E+O+NEGOCIO+E+O+EMPREENDEDOR.html 
http://sites.pr.sebrae.com.br/blogs/2014/03/14/por-que-as-empresas-
fracassam/ 
 
Ficou curioso para saber os principais números do empreendedorismo do 
Brasil? Mate a sua curiosidade clicando no link a seguir. 
http://www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus-
principais-numeros/ 
Tema 1: Conceitos e Características da Ação Empreendedora 
Ao analisarmos a evolução dos conceitos de empreendedorismo notamos 
que se trata de um tema com diversas facetas, conectando-se de modo amplo a 
diferentes pontos de vistas. Essa realidade fica bastante perceptível ao lermos a 
definição deste termo pelos seguintes autores: 
Segundo Say, empreendedor é aquele que é remunerado pelo lucro; o 
indivíduo que recombina capital, recursos físicos e mão de obra de alguma 
maneira original e inovadora. 
Schumpeter associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico, à 
inovação e ao aproveitamento de oportunidades em negócios. De acordo com 
ele, o empreendedor é o responsável pelo processo de destruição criativa, que 
é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o modo capitalista, 
criando novos produtos, métodos e produção e mercados, sobrepondo-se aos 
antigos processos que apesar de serem eficientes, são caros. 
 
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6 
Para Dornelas, empreendedores são pessoas diferenciadas, que 
possuem motivação singular e são apaixonadas pelo o que fazem. Por isso, elas 
não se contentam em serem “mais um na multidão”, querem ser reconhecidas, 
referenciadas e imitadas, ou seja, querem deixar um legado.De acordo com o 
Tachisawa, empreendedores são pessoas que fazem a diferença. Elas realizam, 
fazem acontecere desenvolvem suas capacidades para superar limites. 
Para Hirish, o empreendedor reúne iniciativa, organização, reorganização, 
mecanismos sociais e econômicos (com o objetivo de transformar recursos e 
situações para proveito prático) e, por fim, assumir o sucesso ou o fracasso. 
Fillion define como empreendedor aquele que imagina, desenvolve e realiza 
suas visões. 
E, segundo Gerber, o empreendedor é o visionário dentro de nós, é o 
sonhador, a energia por trás da atividade humana, a imaginação que acende o 
fogo do futuro, o catalizador das mudanças. Para ele, o empreendedor vive o 
futuro, nunca o passado, e raramente o presente. 
Essa diversidade de definições é útil, pois nos faz analisar esse fenômeno 
da ação humana de modo mais amplo. Porém, mesmo com todas essas 
vertentes, há elementos presentes nas diferentes definições que se repetem. 
Podemos dizer que empreender é todo esforço que remete uma pessoa a buscar 
uma mudança. Por essência, uma ação empreendedora é fruto do desejo de se 
querer sair de uma situação para outra. Portanto, empreender tem forte relação 
com as palavras “decidir” e “agir”. 
 “Decidir” porque empreender depende do momento e do contexto em que 
o empreendedor percebe o caminho pelo qual deseja percorrer. Ele vê que se 
trata de uma ação que vale a pena, e acredita que esta não somente é possível, 
como desejada. Daí a decisão de ir em busca de sua realização. Por isso os 
dicionários colocam “decidir fazer algo” ou “cismar” como sinônimos de 
empreender. E também relacionam essa palavra com as expressões “tentar”, 
“experimentar” e “resolver executar”. Conclui-se, então, que o começo da 
caminhada empreendedora está na decisão de percorrer certo caminho em 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
busca do alvo percebido, e isso só acontece quando a pessoa efetivamente se 
mostra disposta a participar desse processo de mudança. É importante 
considerar que a decisão de empreender está altamente relacionada à situação 
política, econômica, cultural e social do meio em que o empreendedor pretende 
interferir. Mesmo considerando que o empreendedorismo tem suas raízes na 
própria origem do homem (já que foi mediante sua ação que todas as 
transformações da humanidade aconteceram), o empreendedor ganhou 
relevância no final do feudalismo e ampliou o seu papel e importância com as 
transformações dos séculos XX e XXI. 
Vamos analisar o empreendedorismo de modo mais focado na realidade 
brasileira? Para isso observe o quadro disponível no link a seguir. 
http://ccdd.uninter.com/dev/designer/vivi/ccdd_grad/nucleoComum/comp
Empreendedor/a1/includes/pdf/analise.pdf 
Essa abordagem é muito rica, pois nos mostra que temos uma herança 
empreendedora nem sempre favorável, na qual, influências históricas de ordem 
cultural, política, religiosa e social fizeram com que nosso “espírito 
empreendedor” sofresse muito em seu crescimento e evolução. Mas o 
importante é ver que, mesmo com todas essas limitações, o empreendedor 
brasileiro vem atuando de forma dinâmica e transformadora. 
Podemos perceber que a verdadeira ação empreendedora é formada pela 
percepção e pelo desejo da ação, seguida da mobilização de recursos e do 
cálculo de riscos, que orientam e viabilizam a realização da mudança desejada. 
O empreendedorismo é permeado por desafios de ordem pessoal, interpessoal, 
técnica e gerencial, sendo realizado mediante recursos de ordem física, humana, 
material, financeira e tecnológica, trabalhados de forma planejada, ordenada, 
negociada e voltada para a minimização dos riscos e erros. Por isso tudo, a 
definição que melhor se enquadra nesse contexto empreendedor e que servirá 
de inspiração e referência na disciplina é a apresentada por Dolabela (2003): 
“Empreender é a arte de buscar e transformar sonhos em realidade”. 
 
 
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8 
Leitura Obrigatória: 
PRANDO, Rodrigo Augusto. Empreendedor e Empreendedorismo: 
história e sociedade – trajetórias sociais de empreendedores brasileiros de 
sucesso. Revista de negócios, Blumenau, v.15, n. 4, p.97 - 112, out. /dez. 2000. 
Acesse este artigo clicando no link a seguir. 
http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/download/2069/1622 
Aproveite e amplie os seus conhecimentos assistindo à explicação dos 
professores sobre este conteúdo no material online. 
Para saber mais: 
Como os grandes empreendedores brasileiros definem o 
empreendedorismo? Confira a resposta de Abílio Diniz, Eike Batista, Wellington 
Nogueira, Ricardo Buckup, Pedro Passos e Romero Rodrigues na matéria 
indicada a seguir! 
https://endeavor.org.br/15-definicoes-de-empreendedorismo/ 
Segundo o administrador de empresas Max Gehringer, o século XXI será 
marcado pelo empreendedorismo. Quer saber o porquê? Assista ao vídeo a 
seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=BQQnUddzyiU 
Tema 2: Principais Focos e Tipos de Ações Empreendedoras 
O que você quer para a sua vida? 
O “querer” é o grande elemento motivador e direcionador da ação 
humana. E no momento em que uma pessoa define o que ela quer, todo o 
processo em direção a essa conquista começa. Porém, é comum as pessoas 
manifestarem seus desejos por meio de aquisições de bens, realização de 
viagens, casamentos, constituição de família, etc. Mas, no fundo, isso tudo é 
apenas uma parte do que elas querem efetivamente, que é a felicidade! 
GIKOVATE (1981) diz que: “a meta do homem livre é a felicidade em vida; ou 
seja, aquilo que a religião prometeu para depois da morte e a ciência sugeriu 
que é impossível”. 
 
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9 
Toda e qualquer ação, de forma direta ou indireta, tem relação com o fato 
das pessoas quererem a felicidade. É em busca disso que as pessoas se 
abastecem para enfrentar as lutas e desafios da vida. Portanto, todo 
empreendedor é um excelente caçador de felicidade, ainda mais porque ele sabe 
que a felicidade na verdade não é um alvo, mas sim um caminho. Ou seja, ser 
feliz tem relação com o que somos e fazemos a cada dia. Se o que estamos nos 
dedicando nos remete a boas sensações e nos motiva a seguir, significa que 
estamos “vivendo” a felicidade. Sabendo disso, fica muito mais coerente pensar 
em enfrentar caminhadas empreendedoras, pois percebemos que esse 
caminhar é que nos dá a saúde pessoal que nos faz levantar todo dia em busca 
de novas realizações. Dentro dessa percepção, podemos inferir que empreender 
é o combustível para nossa felicidade! 
Então, só é feliz quem monta o próprio negócio? 
Aí reside um dos grandes enganos relacionados ao empreendedorismo. 
Empreender é fazer acontecer e, portanto, criar a própria empresa é apenas uma 
das maneiras possíveis de empreendedorismo. Mas há outras! Podemos dizer 
que tudo que possa acontecer em busca de realizações são formas de 
empreender. Dentre elas se destacam quatro tipos: o empreendedor de 
negócios, o intraempreendedor, o empreendedor público e o empreendedor 
social. 
Empreendedor de Negócios: o mais clássico dos empreendedores. É o 
sujeito que deseja fazer acontecer de seu próprio modo, gerando retornos para 
si e sendo o responsável por tudo que se relaciona com suas ações 
empreendedoras. Em outras palavras, neste caso o empreendedor é o dono do 
negócio, aquele que empreende em busca da montagem de seu próprio negócio. 
Intraempreendedor: este tipo de empreendedor é cada dia mais 
importante no mundo, pois é aquele profissional que age e batalha para que tudo 
aconteça conforme o planejado pelo dono do negócio. Este empreendedor não 
é o dono da empresa, mas trabalha, dentro de seu espaço e nível de poder, 
comose fosse. É o perfil do colaborador que o mercado mais quer: aquele que 
 
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10 
se empodera pela energia de realização e parte para a ação com a máxima 
dedicação. 
Empreendedor Público: o empreendedor público é um 
intraempreendedor clássico, porém sua motivação não está na captação de 
lucros financeiros, mas na obtenção da efetividade no setor público. Toda a 
energia deste servidor é direcionada para o atendimento das demandas 
públicas, trabalhando para que os resultados sejam os melhores possíveis e com 
o máximo de amplitude. 
Empreendedor Social: o empreendedor dessa natureza pode ser o dono 
de uma ONG (Organização Não Governamental) ou até mesmo um funcionário 
ou voluntário em busca de resultados socioambientais. Sua meta, mesmo não 
sendo financeira, demanda uma atuação firme, dedicada, competente e 
equilibrada para que os objetivos se tornem reais. 
No fundo, os diferentes tipos de empreendedores têm uma característica 
comum: “comprar a briga” em termos de fazer acontecer as metas que foram 
estabelecidas (sejam elas próprias, de terceiros, econômicas, sociais ou 
ambientais). Esse agente transformador responde pelo nome de empreendedor, 
independente do contexto e natureza de sua ação. 
É importante salientar que essas pessoas também possuem um senso 
crítico, pois como são determinadas a fazer tudo do melhor modo possível, 
geralmente são aliadas às mudanças e conscientes de seu papel na sociedade 
e no planeta. 
Elementos que despertam as pessoas para a ação empreendedora 
Segundo os estudos relacionados ao empreendedorismo, há dois grandes 
fatores que levam as pessoas a empreender: a necessidade e a oportunidade. 
O botão, indicado a seguir, mostra um quadro que resume o perfil desses dois 
tipos de empreendedores. Clique nele e observe os dados: 
 
 
 
 
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11 
Não possui diferenciais de 
destaque. 
Possui alguma experiência ou elemento que gera 
um diferencial. 
Tem habilidades, porém com 
baixo grau de complexidade. 
Tem formação e consegue lidar bem com 
questões sistêmicas e complexas. 
Apresenta limitada capacidade 
para inovar. 
Apresenta bom potencial inovador. 
Age com foco exclusivo no curto 
prazo. 
Estrutura suas ações com foco no curto, médio e 
longo prazo. 
Seu preparo para planejamento é 
mínimo. 
Detém conhecimentos que o habilitam a realizar 
um bom planejamento de suas ações. 
Enfrenta, quase sempre, uma 
grande concorrência. 
Por ter diferenciação e preparo, acaba 
enfrentando menor grau de concorrência. 
Obtém remuneração restrita e se 
vê obrigado a lutar por preços em 
suas ações. 
Em virtude da complexidade e abrangência de 
suas ações, suas ofertas possuem menor 
competitividade e suas possibilidades de lucros 
são maiores. 
Age com maior possibilidade de 
fracasso em virtude das próprias 
deficiências e limitações. 
O seu esforço em planejar minimizando erros e 
desvios, o habilita a uma maior probabilidade de 
sucesso. 
Fonte: Adaptado de SCHNEIDER, 2011 
 
É comum sociedades com maior escassez de recursos e preparo terem 
grande incidência de empreendedores por necessidade, já que se trata de um 
tipo de ação que busca essencialmente a sobrevivência. 
 
 
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12 
Os primeiros estudos a respeito do empreendedorismo brasileiro 
mostraram que há mais empreendedores por necessidade do que por 
oportunidade. Porém, no decorrer do tempo essa realidade foi se alterando, e 
atualmente, pesquisas já apontam que o percentual de empreendedores por 
oportunidade superou os por necessidade. Este fato é a consequência dos 
incentivos do governo às micro e pequenas empresas, que proporcionaram 
melhores condições para a entrada (e a manutenção) de novos empreendedores 
no mercado. 
É importante lembrar que as economias nunca foram tão dependentes de 
seus empreendedores, e nesse contexto surgiu o termo “empreendedor de 
impacto”, que é aquele que percebe grandes oportunidades e se organiza para 
aproveitá-las da melhor maneira possível, resultando ações que repercutem 
grandes benefícios para o país. 
O mercado busca “verdadeiros” empreendedores, em especial, os 
intraempreendedores? 
Em parte, podemos dizer que sim. Em muitos casos, os processos de 
captação e seleção estão calcados nesse perfil, porém, quando a pessoa entra, 
o ambiente e clima que encontra não é saudável à ação empreendedora. 
Geralmente, há um paradoxo entre o que a empresa diz que deseja do mercado 
em termos de recursos humanos e o que ela acaba “permitindo” que esses 
colaboradores façam em seu ambiente. 
É triste ver o quanto a criatividade e o potencial inovador são sufocados 
por organizações que orientam seus novos contratados a seguirem normas, 
repetirem padrões e não questionarem processos. Esse “massacre de talentos” 
geram frustrações e, por conseguinte, um alto nível de turnover, já que muitos 
não se sujeitam a essa situação por muito tempo. 
Mas, a cada dia aumenta o número de organizações que valorizam os 
seus talentos, incitando-os a serem mais ativos, criativos e inovadores, e 
proporcionam ambientes mais fluidos, com maior liberdade e estrutura, 
processos e regras mais condizentes com o perfil dinâmico e transformador dos 
 
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13 
empreendedores. Um exemplo disso é a empresa Google, você tem uma ideia 
de como é trabalhar lá? Confira no vídeo a seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=Gg4GHGoqu3o 
Com certeza, no mercado atual, o grau de correlação de sucesso com o 
perfil das empresas mais “amigas” dos empreendedores deve ser alto. Afinal, 
muito se diz que o elemento mais importante das organizações são as pessoas. 
Sendo assim, os intraempreendedores competentes, criativos e inovadores são 
fatores preciosos para a obtenção de produtividade, economicidade, inovação e 
lucros! 
Leitura Obrigatória: 
A publicação, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre o 
empreendedorismo público, apontando que os governos devem descobrir como 
"fazer mais com menos", e para isso precisam ter criatividade, iniciativa e muita 
ousadia. Vale a pena conferir! 
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-
setor-publico 
O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) 
realizou um estudo que revela o crescimento do empreendedorismo no Brasil. 
Os dados desta pesquisa estão disponíveis no botão a seguir. Não deixe de 
analisa-los! 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquis
a-GEM-2014,detalhe,45 
Agora é a vez dos professores falarem sobre esse assunto! Não perca 
essas explicações no seu material online. 
Para saber mais: 
O consultor de empresas Waldez Ludwig deu uma clássica entrevista para 
o programa “Sem Censura”, da Rede TV, em que ele comenta questões 
relevantes sobre o contexto atual e como o empreendedorismo se coloca como 
elemento chave para o sucesso. É imperdível! 
https://www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ 
 
 
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14 
Tema 3: A Ligação entre Sorte, Criatividade e Ação Empreendedora 
Seria muito superficial pensar que as ações empreendedoras de sucesso 
foram fruto da simples sorte. O sucesso hoje, em meio a tantas transformações 
e complexidades, demanda uma boa dose de competência, arrojo, liderança e 
capacidade decisória, enfim, de fatores como planejamento (capacidade 
técnica), gestão (capacidade gerencial), visão sistêmica (capacidadeanalítica) e 
criatividade (capacidade inovadora), que são muito mais relevantes e decisivos 
do que a sorte. 
Muitas pessoas acreditam que sorte é estar devidamente preparado na 
hora e no local certo. Com base nesse pensamento, podemos dizer que uma 
pessoa empreendedora pode se tornar um excelente candidato à sorte. Afinal, 
está em constante processo de evolução (o que o torna preparado), tem uma 
percepção acima da média em relação ao mercado e as tendências (o que o 
coloca no lugar certo) e possui um “timming” dos acontecimentos, que o habilita 
a estar à frente dos outros (ou seja, sabe quando é a hora certa). 
Quando alguém diz que certo empreendedor de sucesso teve sorte, talvez 
esteja apenas dizendo que ele se habilitou (e foi capaz) de colher a maior 
colheita possível de sua área profissional, mas para obter esse êxito, com 
certeza ele se preparou muito mais para fazer acontecer do que apenas contar 
com a sorte. 
Será que a criatividade é importante para o empreendedor? 
A criatividade é uma qualidade adquirida por pessoas curiosas que 
buscam inspiração em informações e que percebem o mundo de forma diferente. 
As pessoas criativas possuem os seguintes comportamentos: são persistentes, 
bem-humoradas, independentes em seus atos e responsáveis por tais, tem 
rápida desenvoltura em atividades, fácil percepção, habilidade no aprendizado e 
uma incrível capacidade visionária, já que conseguem prever as possíveis 
consequências de suas criações. 
Esta é uma das definições de criatividade. Mas, será que ela 
também não poderia ser a descrição do perfil de um empreendedor? 
 
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15 
Esses dois elementos são tão próximos que é possível confundi-los, não 
é mesmo? Todo empreendedor é essencialmente uma pessoa criativa e ele 
utiliza essa qualidade em toda sua caminhada pois, muitas vezes, ela é a grande 
arma que ele tem para obter o sucesso. O empreendedor usa a criatividade em 
todo o seu processo de trabalho, desde o momento em que busca uma ideia 
como durante a sua montagem (estruturação conceitual ou modelagem), seu 
aprimoramento, seu planejamento e sua execução. Criar é uma das atividades 
mais úteis e frequentes de um empreendedor. 
A aliança da sorte com a criatividade pode ser um importante elemento de 
conquista por parte do empreendedor. Quer uma dica de conseguir isso em seus 
projetos? O segredo do sucesso é contar com a criatividade e torcer para que a 
sorte apareça, e não o contrário. Por isso, é importante que você, empreendedor, 
se esforce para obter o maior potencial criativo possível, pois se esta qualidade 
estiver presente em suas ações, ela servirá como um trevo de quatro folhas para 
atrair a sorte, ou pelo menos, afastar o azar! 
Leitura Obrigatória: 
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito 
empreendedor. Barueri/SP: Manole, 2012. Características do espírito 
empreendedor. p. 8 -11. 
No material digital, os professores falam mais sobre a relação entre sorte, 
criatividade e ação empreendedora. 
Tema 4: O CHA Empreendedor 
É nítida a necessidade de o empreendedor desenvolver todo um conjunto 
de habilidades e competências para poder fazer sua caminhada em busca da 
realização de seus sonhos/objetivos. Porém, isso não significa que sua ação só 
poderá começar quando ele estiver pronto, pelo contrário, boa parte desses 
requisitos serão adquiridos durante o seu caminhar. 
Considerando os desafios das mudanças pretendidas, o empreendedor 
precisa adquirir as seguintes características: 
 
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16 
 Obter maturidade e autoconhecimento para lidar com os elementos 
de ordem pessoal. 
 Desenvolver a determinação e a autoconfiança que o motivará a 
seguir em frente, mesmo quando as coisas não saírem conforme o 
esperado. 
 Ser proativo, agir antes dos problemas surgirem e trabalhar para que 
o nível de surpresas e desvios seja o mínimo em relação ao previsto. 
 Ter a consciência de que as ações a serem desenvolvidas são de sua 
responsabilidade. 
 Lidar com o paradoxo de superar e, ao mesmo tempo, respeitar os 
seus limites. Ou seja, você precisa se manter audaz, porém sem 
colocar em risco os objetivos maiores da sua caminhada. 
Também é preciso ter consciência de que a decisão de empreender tem 
implicitamente a ideia de estruturar algo novo, diferente e com um bom grau de 
inovação em seu conteúdo, forma e/ou estrutura. Podemos dizer que há dois 
perfis de empreendedor: o “mais um” e o “aquele um”. 
Empreendedor “Mais Um”: o empreendedor “mais um” se encontra 
limitado ao que já sabe e domina, oferecendo ao seu entorno elementos que 
outras pessoas também conseguem oferecer. Ele não possui um diferencial que 
os destaque dos demais e, portanto, precisa se sujeitar a lidar com um contexto 
altamente concorrido, com baixo potencial inovador e remunerado de modo 
elementar. Geralmente, deseja que as coisas a sua volta não mudem pois, para 
ele, mudança significa novas habilidades, novas competências, esforço acima 
da média e o risco da revelação de sua limitada capacidade. Por isso palavras 
como estabilidade, tradição e segurança estão na bandeira do empreendedor 
“mais um”, afinal, enquanto elas prevalecerem, ele poderá continuar oferecendo 
“mais do mesmo”, dentro de sua zona de conforto, aparentemente segura e 
perpetuável. 
 
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17 
Empreendedor “Aquele Um”: o empreendedor “aquele um” se enquadra no 
perfil do “eterno aprendiz”, ou seja, é curioso, determinado e amigo do novo, do 
diferente, do inovador e da mudança. Seu comportamento inquieto e atrevido, 
aliado a uma prática de formação e informação, faz dele um elemento destacado 
no contexto em que atua, trazendo a tudo e a todos a possibilidade da mudança 
criativa e inovadora, tão desejada pelas organizações e mercados. As palavras 
que o guiam são: risco, inovação e instabilidade. Não teme o fracasso e o erro, 
pois sabe que são desses elementos que se seguiram muitas das 
transformações importantes da humanidade. Tem fé de que mesmo o fracasso 
é uma oportunidade, no sentido de que mais vale a aprendizagem com o erro do 
que o carregar da dúvida pelo que não foi feito. O “e se” é um peso que ele não 
deseja carregar. Sua perspectiva é de oferecimento de “mais do novo”, mesmo 
que isso demande muito esforço, estudo, dedicação e preparo. 
É cada dia mais nítido a necessidade de se agir (e pensar) conforme o 
perfil do empreendedor “aquele um”, seja como pessoa, projeto ou ação, pois o 
mundo cada dia dá menos valor e importância ao empreendedor “mais um”. A 
demanda hoje é por ações e pessoas que tragam o novo, com melhorias, 
ampliações, versatilidade, enfim, transformações de maior impacto possível. 
É importante notar que a postura desse tipo de empreendedor está se 
destacando cada vez mais, bem como seus desafios e demandas. Pois, um 
mundo competitivo, globalizado, tecnológico e altamente dinâmico tende a 
ignorar pessoas acomodadas, medrosas e pouco ativas e premiar quem melhor 
age sobre ele com criatividade e inovação. Portanto, ser um empreendedor é 
agir a cada dia com a confiança e determinação de quem está aprendendo 
sempre. Lembre-se que cada passo é uma forma de evolução, mesmo que este 
seja um passo mal dado. Comece a caminhar nesse processo e torne-se melhor 
a cada dia. 
Existe um CHA para o empreendedor? 
Veja bem, não estamos aqui falando dos deliciosos líquidos que tomamos 
quentes ou gelados, mas sim da sigla que em Administração significaa soma 
 
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18 
das CAPACIDADES (saber), HABILIDADES (saber fazer) e ATITUDES (saber 
fazer acontecer) de uma pessoa. Com certeza há uma formação sistêmica 
desses elementos na identificação de um empreendedor. Primeiramente, não há 
como agir sobre um mercado sem saber os principais aspectos ao seu respeito. 
Ao adquirir esse conhecimento, o empreendedor agrega análises, reflexões e 
metodologias que lhe permitem identificar como agir em determinada situação. 
Depois de saber o que se quer fazer (e planejar como irá fazer), o 
empreendedor precisa agir para transformar esse plano em algo real. Ou seja, 
ele precisa saber fazer acontecer o que estabeleceu em seu planejamento. 
Portanto, ser um empreendedor é agir a cada dia com a confiança e 
determinação de quem está aprendendo sempre. Lembre-se que cada passo é 
uma forma de evolução, mesmo que este seja um passo mal dado. Comece a 
caminhar nesse processo e torne-se melhor a cada dia. 
 Um empreendedor precisa ter determinação e energia e não pode perder 
o controle ou se deixar levar pelo sentimento, pois isso comprometeria sua visão 
e necessidade de ação sobre os problemas. Esse controle dos sentimentos 
demanda um autoconhecimento (saber) que o remete à reflexão (saber fazer) 
em momentos de crise, evitando que reações intempestivas e inadequadas 
minem a efetividade de suas ações (saber fazer acontecer). 
Observando desafios como o de implantar processos sinérgicos, definir e 
colocar em condições de uso uma estrutura tecnológica ou desenvolver ações 
na qual dissemina valores, ética e moral, podemos ver que há essa estreita e 
importante relação entre capacidades, habilidades e atitudes. Falhas nessa rede 
podem representar fracassos, más decisões ou mesmo ações desastrosas. É 
importante notar que esses elementos não são estritamente de caráter técnico, 
mas também de ordem gerencial e humana. Isso significa que, na prática 
empreendedora, eles se aliam para proporcionar ao empreendedor o esteio 
necessário para atingir, com o mínimo de percalços, as metas estabelecidas. 
Isso demonstra a importância da formação humana, gerencial e técnica do 
 
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19 
empreendedor e a necessidade de se atingir a maturidade necessária nessas 
três frentes para que suas ações possam ser desenvolvidas com efetividade. 
Leitura Obrigatória: 
GREATTI, Ligia. Empreendedorismo – uma visão comportamentalista. 
Anais do IGEPE, Maringá, p.31 – 34, out. 2000. 
Acesse este artigo clicando no link a seguir. 
http://www.anegepe.org.br/edicoesanteriores/maringa/EMP2000-01.pdf 
Fique por dentro deste assunto assistindo à explicação do professor 
Henrique Castelo Branco no material online. 
Para saber mais: 
 O vídeo, indicado a seguir, é uma propaganda sobre o 
empreendedorismo. Apesar de exagerada, a ideia retrata muitas questões 
relatadas, principalmente a presença do CHA (capacidade, habilidade e atitude). 
Confira! 
https://www.youtube.com/watch?v=Xbdu3ndzm2A 
Ouvir o empresário Sílvio Santos é sempre uma experiência altamente 
conectada ao empreender, não é mesmo? Assista com atenção ao vídeo 
indicado a seguir e perceba como o tema abordado se relaciona com o 
https://www.youtube.com/watch?v=CTOaajZX-qo 
 
Tema 5: O Perfil Empreendedor 
Existe um perfil que represente o empreendedor? 
Sim, é possível se falar de perfil empreendedor. Observando a prática 
empreendedora, podemos identificar alguns elementos que se destacam na 
ação deste profissional. De imediato, a importância do bom gerenciamento, já 
que a todo momento o empreendedor é desafiado a gerenciar pessoas, tempo, 
processos, planos, finanças, materiais, logística, tecnologias, etc. E ele não pode 
se eximir de tais questões, afinal, o negócio precisa que tudo isso funcione para 
chegar onde se deseja. É preciso gerenciar tudo ao mesmo tempo e de forma 
equilibrada, coerente e eficaz! 
 
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20 
Aquele perfil do empreendedor extremamente criativo, sonhador, corajoso 
e perceptivo no início da ação empreendedora precisa, na ação gerencial, 
receber boas doses de razão, controle emocional, gestão de informações, boa 
tomada de decisão e gerenciamento claro e objetivo. 
Gerir uma ação empreendedora não é uma missão simples, nem rotineira, 
pois demanda constante atenção e determinação para manter e direcionar os 
processos administrativos. O grande desafio é exercer, ao mesmo tempo, os 
papéis de: empreendedor, gestor e técnico. Sendo que, o lado empreendedor 
proporciona boas ideias, visão, determinação e criatividade. Já o lado gerencial 
visa o planejamento, a organização das ações, dos recursos e das metas. E por 
fim, o lado técnico faz com que tudo que foi planejado seja executado. 
Características essenciais do empreendedor 
Na verdade, as características empreendedoras mudam conforme o local 
e o momento do negócio. Porém, de modo sintético, algumas delas indicam as 
ações necessárias para esse perfil. 
Com base no acróstico da frase “IR A CAMPO” podemos resumir as 
características essenciais de um empreendedor. Observe: 
"Ir a campo" 
I ➙ Inovar 
R ➙ Reger 
A ➙ Agir 
C ➙ Criar 
A ➙ Acreditar 
M ➙ Motivar 
P ➙ Persistir 
O ➙ Organizar 
 
Não podemos falar em empreender sem uma certa dose de inovação; 
muito menos, sem o exercício da gestão nas diferentes frentes do negócio que 
demandam um reger bem afinado. Também, a necessidade de agir e contribuir 
para que a mudança desejada aconteça é crucial. Além disso, em vários 
momentos a ação criativa será decisiva para o sucesso do empreendedor. 
 
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21 
 Não se esqueça que ter fé e acreditar que dará conta dos desafios (isso 
é importante para manter sua autoestima) e como nada é feito sozinho em 
termos de empreendedorismo, é essencial motivar sempre que possível os 
demais envolvidos nos projetos. Não se curve diante nos problemas, persista 
no que você acredita! Nem tudo acontece conforme o planejado, mas para evitar 
grandes erros, organize seus planejamentos e suas ações. 
Dentro da especificidade e complexidade das ações empreendedoras, 
outras características ganham magnitude e passam a ser relevantes, como: bom 
relacionamento interpessoal, empatia, liderança, competência técnica e ética. 
Todas elas também são úteis e desejadas! 
 O importante é perceber quais são as demandas advindas para a 
realização de seu sonho e se preparar o máximo possível para dar conta delas! 
Aqui, novamente o lema de “eterno aprendiz” se realça na vida do 
empreendedor. 
Atenção: essa lista de características não tem como intenção te levar a 
acreditar que somente depois de atingir um certo grau de competência é que se 
será possível partir para a ação empreendedora. Não é isso! Apresentamos os 
elementos que circulam nas veias dos empreendedores para direciona-lo no 
aperfeiçoamento de suas ações. A ideia é que você conquiste cada uma dessas 
características e se torne um empreendedor de alto impacto e realização. Boa 
sorte! 
Leitura Obrigatória: 
A matéria, indicada a seguir, traz abordagens interessantes sobre as 
diferenças entre empreendedor e gestor, e as consequências das ações destes 
perfis. Vale a pena conferir! 
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-diferencas-entre-
o-empreendedor-e-o-gestor/65492/ 
Vamos ver o que os professores têm a dizer sobre este conteúdo? Acesse 
o material online. 
Para saber mais:CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
Para te inspirar na conquista de seus sonhos assista ao vídeo, disponível 
a seguir, que relata o fracasso e o sucesso de grandes nomes da humanidade. 
https://www.youtube.com/watch?v=rNIZnAhxe-k 
O filme “À Procura da Felicidade” (2006) demonstra a história de vida do 
empresário americano Chris Gardner um pouco antes de seu sucesso 
profissional. Procure refletir sobre o comportamento e perfil de sua personagem 
com os conteúdos trabalhados nesta rota. A seguir, indicamos o trailer deste 
filme. 
 https://www.youtube.com/watch?v=-iTVANR4oC4 
Na Prática 
Agora é a sua vez! Vamos considerar que você faz parte da equipe da 
área de pessoas de sua organização e foi desafiado a apresentar um projeto no 
qual se objetiva o aumento do espírito empreendedor nos colaboradores. De 
imediato, lhe foi solicitado que apresentasse 5 propostas de cursos, 
considerando que, em cada um deles, será trabalhado o desenvolvimento do 
potencial empreendedor dos envolvidos. 
a) Quais seriam esses 5 cursos? 
b) Que características do perfil empreendedor seriam trabalhados nesses 
cursos? 
c) De que modo esses cursos iriam trabalhar os elementos do perfil 
empreendedor? 
 Reflita a respeito e monte a sua proposta! 
Confira os vídeos com as dicas e as resoluções dos professores no seu 
material digital. 
Síntese 
Esta aula teve o desafiante objetivo de apresentar o empreendedor, seu 
perfil, requisitos e características, além da sua evolução histórica, conceitual e 
contextual. 
 
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23 
Aprendemos que elementos como sorte, criatividade, capacidades, 
habilidades e atitudes permeiam as ações empreendedoras e que os agentes 
dessas ações precisar ser pessoas preparadas, dinâmicas, persistentes e 
capazes de solucionar problemas, contornar obstáculos, superar resistências e 
até mesmo inovar o contexto em que se encontram. 
Esses conhecimentos são de grande valia na formação do gestor, pois as 
características relatadas também estão presentes na boa gestão, aquela que 
incrementa a atuação de todos e obtém resultados. 
Referências 
ALVES, Altair. Contabilidade, Finanças e Empreendedorismo: a 
combinação perfeita para o seu sucesso. [Internet]. Santo Amaro/SP: Altair 
Alves. 2014, Maio. [citado em: 2015 Outubro 30] Disponível em: 
<<www.altairalves.com.br/blog/empreendedorismo-brasil-e-seus-principais-
numeros >> 
CABRAL, Gabriela. Criatividade [Internet]. Mundo Educação, 2011 
Fevereiro 22 [atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em: 
http://www.mundoeducacao.com/psicologia/criatividade.htm >> 
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito 
empreendedor. Barueri/SP: Manole, 2012. Características do espírito 
empreendedor. p. 8 -11 
DIAS, Reinaldo. Empreendedorismo no Setor Público [Internet]. 
Cruzeiro do Sul, 2014 Julho 27 [atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível 
em:<< http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-
setor-publico>> 
DOLABELA, Fernando. Pedagogia empreendedora. São Paulo/SP: 
Cultura, 2003 
ENDEAVEOR. 15 Definições de Empreendedorismo [Internet]. 
[atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em:<< 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
24 
http://www.jornalcruzeiro.com.br/materia/560899/empreendedorismo-no-setor-
publico>> 
FARAH, Osvaldo Elias. Empreendedorismo Estratégico. São Paulo/SP: 
CENGAGE, 2008 
GIKOVATE, Flávio. Em busca da felicidade. São Paulo/SP: Summus, 
1981 
GREATTI, Ligia. Empreendedorismo – uma visão 
comportamentalista. Anais do IGEPE, Maringá, p.31 – 34, out. 2000 
GUNTHER, Max. O Fator Sorte. São Paulo/SP: Best Business, 2013 
HINODE. (2014, Dezembro 30). Histórias reais de FRACASSO e 
SUCESSO! [Arquivo de vídeo]. Disponível em: 
<<www.youtube.com/watch?v=rNIZnAhxe-k>> 
HISRICH, Robert D. Empreendedorismo. 9. ed. São Paulo/SP: McGraw-
Hill, 2014 
NARAZENO, Adner. (2007, Março 28). Waldez Ludwig 1. [Arquivo de 
vídeo]. Disponível em: << www.youtube.com/watch?v=uyMY2uo-iqQ >> 
PRANDO, Rodrigo Augusto. Empreendedor e Empreendedorismo: 
história e sociedade – trajetórias sociais de empreendedores brasileiros de 
sucesso. Revista de negócios, Blumenau, v.15, n. 4, p.97 - 112, out. /dez. 2000 
ROCHA, Carlos Rocha. (2011, Outubro 23). Empreendedorismo com 
Max Gehringer. [Arquivo de vídeo]. Disponível em: 
<<www.youtube.com/watch?v=BQQnUddzyiU >> 
SCHNEIDER, Elton E. BRANCO, Henrique C. A Caminha 
Empreendedora. Curitiba: Intersaberes, 2012 
SEBRAE, Sobrevivência das empresas no Brasil [Internet]. SEBRAE, 
[atualizado em 2015 Outubro 30]. Disponível em:<< 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquisa-
GEM-2014,detalhe,45>> 
SEBRAE, Pesquisa GEM 2014 [Internet]. SEBRAE, [atualizado em 2015 
Outubro 30]. Disponível em:<< 
 
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25 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/estudos_pesquisas/Pesquisa-
GEM-2014,detalhe,45>> 
VERISSIMO, Ricardo. As Diferenças entre o Empreendedor e o Gestor 
[Internet]. Administradores.com, 2012, Agosto 20 [atualizado em 2015 Outubro 
30]. Disponível em:<< http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/as-
diferencas-entre-o-empreendedor-e-o-gestor/65492/>> 
 
 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
 
 
 
 
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2 
Conversa Inicial 
Olá! Seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Comportamento 
Empreendedor! Hoje vamos estudar sobre a importância da criatividade, seus 
conceitos, característica e as oportunidades que dela resultam no ambiente 
organizacional. Está pronto para começar? Então, vamos lá! 
 
“Pensamento criativo é a atividade mental que usa suas habilidades de 
pensamento para estabelecer relações novas e úteis ou soluções 
criativas a partir de informações que você já sabia. Aristóteles disse 
que todas as coisas provêm de alguma outra coisa, e esse é o 
propósito do pensamento criativo: tirar algo novo, único ou diferente de 
algo velho (WHELLER, 2002)”. 
 
Dessa observação de Wheller surgem as seguintes dúvidas: por que algo 
tão simples acaba se tornando tão complicado e muitas vezes difícil de ser 
praticado? O que nos faz resistir ou temer o pensamento criativo? Será que 
tememos por desconhecermos o que é ser criativo e pensar de modo criativo? 
Isso tem lógica! O ser humano tende a temer o desconhecido, mesmo que esse 
desconhecido possa lhe ser útil e importante. Para empreender, pensar de modo 
criativo é um insumo básico e indispensável. 
Portanto, nesta aula, vamos trabalhar o conceito de criatividade com o 
intuito de demonstrar que ser criativo “não dói”! Pelo contrário, quando 
exercitamos a criatividade acessamos elementos cerebrais ligados ao prazer. 
Então, vamos saber um pouco mais como esse exercício útil e prazeroso pode 
ser associado à ação empreendedora, dando a ela muito mais valor, 
originalidade e potencial de mercado. 
 
Para saber mais sobre o tema da aula, assista ao vídeo de 
introdução, disponível no material on-line. 
 
 
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3 
Contextualizando 
Barreto (1997) diz que a criatividade surge à medida que se tem um 
problema. Quando o problema aparece, a criatividade se aproxima para nos 
ajudar a resolver aquestão. E quem não tem problemas? Por isso, conhecer 
mais sobre criatividade é algo importante, pois lidar com nossos problemas e 
encontrar as melhores soluções é um exercício pleno de criar. 
Somos capazes de fazer isso? Sim! Afinal, se chegamos onde chegamos 
é porque conseguimos lidar com uma infinidade de problemas, utilizando a 
criatividade para superá-los e evoluirmos. Sendo assim, não estamos falando de 
algo que não é de nosso domínio. Podemos inclusive dizer que a criatividade 
está dentro de todos nós. Só que não basta existir, é preciso saber onde ela está 
e como utilizá-la. 
Portanto, esta aula tem a seguinte missão: apontar o que é criatividade; 
qual sua utilidade; como pode ser acessada e desenvolvida; como associá-la a 
uma caminhada empreendedora; como torná-la preciosa em uma organização; 
a utilização da criatividade na percepção de oportunidades e como estas podem 
fazer diferença na vida dos empreendedores. A ideia é que, ao final de nossos 
estudos, você disponha de todos os conceitos e condições de aperfeiçoar ainda 
mais sua criatividade e estar com ela “afiada” para o passo seguinte, que é 
migrar de um momento criativo para um momento inovador. 
Problematização 
Entrar no mundo da criatividade implica em se ligar a um contexto 
complexo, sistêmico e altamente conectado. A criatividade é uma ação neural, 
porém, não é algo que acontece simplesmente. Pesquisando a respeito, foi 
possível encontrar a seguinte informação: 
A neuroimagem por ressonância magnética funcional mostrou que, 
enquanto a percepção sensorial é inconsciente, o processo de pensamento é 
uma função paralela e deliberada que envolve muitas áreas do lado superior do 
 
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4 
córtex pré-frontal do cérebro, em especial às áreas associadas com a lembrança, 
a imaginação, a atenção e a consciência (MOROSINI, 2010). 
Essas descobertas construíram um contexto no qual se pode perceber o 
exercício criativo como sendo algo de caráter holístico, envolvendo experiências 
mentais com experiências reais, interações neurais com sociais, enfim é possível 
perceber que não se trata de um elemento racional, fruto apenas do consciente 
presente em nosso corpo e mente. 
Diante do exposto podemos afirmar que: 
I. A capacidade criativa depende de uma atenção de qualidade. 
II. As experiências mentais são determinadas pela nossa consciência 
e por nossas experiências reais. 
III. As possibilidades criativas são tantas quantas forem as 
informações e conhecimentos que lhes possam alimentar. 
IV. As experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo 
por acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados 
criativos. 
 
Quais alternativas estão corretas? 
a. I, II apenas 
b. I, III e IV apenas 
c. II e IV apenas 
d. I, III apenas 
 
Feedback 
a. Resposta incorreta 
Dizer que as experiências mentais são determinadas pela nossa 
consciência e por nossas experiências reais é observar o processo 
criativo apenas pelo lado racional e concreto. Nossa criatividade é 
muito mais ampla do que isso. Podemos criar de algo irreal, 
inexato, inexistente, enfim, essa afirmação não é correta por serem 
 
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5 
nossas experiências mentais bem mais amplas do que nos é 
fornecido pelo nosso contexto formal e racional. 
b. Resposta incorreta 
A ideia de que nossas experiências sociais pouco contribuem para 
o processo criativo por acontecerem fora do ambiente neural que 
gera os resultados criativos é uma inverdade, pois não é correto 
pensar que a criatividade só usa elementos internos em sua 
geração. Tudo que possa se tornar informação, conhecimento, 
experiência, tendo vindo de nosso ambiente interno ou externo, 
contribuem para nossa ação criativa. 
c. Resposta incorreta 
Ambas as alternativas estão incorretas. Dizer que as experiências 
mentais são determinadas pela nossa consciência e por nossas 
experiências reais é observar o processo criativo apenas pelo lado 
racional e concreto. Assim como a ideia de que nossas 
experiências sociais pouco contribuem para o processo criativo por 
acontecerem fora do ambiente neural que gera os resultados 
criativos é uma inverdade, pois não é correto pensar que a 
criatividade só usa elementos internos em sua geração. 
d. Resposta correta 
Somente as alternativas 1 e 3 estão corretas, pois não se pode 
afirmar que a atenção não é parte integrante do processo criativo 
e muito menos que o volume de informações e conhecimento não 
determinam o volume de criações que podemos fazer. Criar 
depende de atenção e ganha força em virtude da disponibilidade 
de informações e conhecimentos que ampliam o poder de sinapses 
e associações criativas. 
 
 
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6 
Os professores Elton e Henrique fazem comentários acerca da 
problematização apresentada. Acesse o material on-line e assista ao vídeo com 
bastante atenção! 
A importância da criatividade na ação empreendedora 
Vimos que o empreendedor deve procurar ser “aquele um”, ou seja, 
precisa se destacar dos demais, ter algo diferenciado, identificador e marcante 
para deixar de ser apenas mais um. Esse perfil, que o torna fora do comum, tem 
relação direta com sua capacidade criativa. Esse seu destaque vem de algo que 
ele percebeu ser novo, diferente, reforçador, ou seja, ele criou esse elemento 
diferenciador. Ele teve de ser criativo para se auto-inventar/diferenciar! 
Não dá para ser um empreendedor de destaque, de impacto e resultado 
sem o exercício da criatividade. Esta se faz presente e necessária em qualquer 
momento ou desafio da empreitada. É possível, inclusive, concluir que não há 
empreendedor que não seja criativo e, portanto, seria redundância se falar em 
empreendedor criativo! 
Essa simbiose de conceitos e características por vezes confunde o perfil 
do empreendedor com o do criativo. Apesar dessa proximidade excessiva, são 
questões que têm suas próprias definições, perfis e composições. Como já 
tratamos disso na aula anterior no tocante ao empreendedor, agora vamos mais 
fundo na questão da criatividade. 
Pense sobre as seguintes perguntas: 
■ ■ O que poderia descrever melhor uma pessoa criativa? 
■ ■ Pense em pessoas que você considera criativas e diga o que 
lhe fez identificar estas pessoas como sendo criativas? 
■ ■ Após a reflexão, pense: a que resultado chegou? 
Agora, vamos ver se esses elementos que elencou durante a sua reflexão 
estão realmente conectados com o perfil do ser criativo. 
Continue a leitura! 
 
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7 
Siqueira (2009) fez uma enquete na internet a respeito do perfil das 
pessoas criativas e o resultado apontou as seis características mais marcantes 
dos criativos. 
 
 
Fonte: Adaptado a partir de SIQUEIRA (2009) 
 
Desse material podemos entender que questões como flexibilidade, 
curiosidade, inconformismo, persistência, observação e conhecimento são 
elementos formadores da criatividade. Em uma abordagem mais lúdica, porem 
complementar a visão de Siqueira, foi montada as seguintes dicas em prol de 
uma formação mais criativa. 
 
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8 
 
Fonte: os autores 
 
Percebe-se que a questão de ser criativo está relacionada a crenças, 
conhecimentos e atitudes. Crenças porque não se torna criativo sem desejar ou 
crer que isso vale a pena e que somos capazes de sermos! Conhecimentos 
porque não dá para criar sem um acervo de informações e conhecimentos nos 
apoiando no processo criativo! Atitudesporque criatividade não é teoria, é 
prática! 
A caminhada entre o empreendedor e o seu sonho é composta por 
degraus que requerem um exercício constante da criatividade, dentro de seus 
requisitos cognitivos, de personalidade, de comportamento e de prática. Por isso 
não se pode dissociar a ação empreendedora da competência criativa. Ela é a 
energia que sempre será consumida pelo empreendedor em sua trajetória em 
busca do cumprimento de seus sonhos. 
 
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9 
 
 
Importante é ter em mente que, quando se fala em ação empreendedora, 
estamos encaixando tal ação à qualquer atividade humana que tenha como 
objetivo o alcance de uma situação diferente no futuro. Assim, pensar em 
criatividade significa vinculá-la a questões pessoais, sociais, econômicas, 
artísticas, enfim, onde existir ação humana em busca de mudanças e 
transformações, existirá a necessidade da criatividade. 
Organizações que buscam se perpetuar e manter presença no mercado 
precisam que a criatividade lhes dê a centelha da mudança e adaptação para 
que permaneçam competitivas e participativas. Em resumo, podemos dizer que 
exercitar a criatividade é elemento decisivo para a vida das pessoas, grupos, 
organizações, governos, sociedade, países e até mesmo para o planeta. 
 
Leitura obrigatória 
Leia, no capítulo 2 do livro A Caminhada Empreendedora (pág. 53 a 58), 
a parte que aborda a questão da criatividade integrada ao empreendedorismo e 
à liderança e como ela se desenvolve. Acesse a Biblioteca Virtual! 
Para complementar seus estudos, faça uma leitura do post “A rotina de 
famosos criativos” e reflita sobre a prática criativa de pessoas famosas e 
reconhecidas como verdadeiros criativos. 
http://www.updateordie.com/2014/08/28/rotina-de-famosos-criativos/ 
 
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10 
Também sugerimos que assista às seguintes palestras do canal TEDx 
Talks: 
https://www.youtube.com/watch?v=mz95o6L_hFK 
https://www.youtube.com/watch?v=OYVgmlv4Oo0 
 
Agora, acompanhe as explicações dos professores Elton e 
Henrique no vídeo que está disponível no material on-line. Aproveite para 
tirar suas dúvidas! 
Conceitos e características da Criatividade 
Há coisas que em termos de definição, não há consenso. Uma delas é a 
de criatividade. Talvez porque os autores das definições acabam sendo muito 
criativos, ou porque se trata de um tema com tantas conexões e usos, que uma 
definição única nunca satisfaz. Porém, estamos aqui para trabalhar esse tema 
dentro do contexto do empreender, inovar e ser feliz. Sendo assim, vamos 
começar a conceituação a contar da seguinte esquematização: 
 
Fonte: ME EDUQUE (2010) 
 
 
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11 
Essa é uma abordagem interessante, pois nos remete ao conceito de que 
criar é algo que tem de ter alguma utilidade. Se não for útil, não merece nosso 
esforço criativo. Em termos de empreender e inovar, tudo bem. No entanto, se 
considerarmos a arte, por exemplo, não podemos fazer essa conexão entre 
criatividade e utilidade de modo tão direto e claro. 
Não se trata de achar que arte não tem utilidade, mas sim de demonstrar 
que não se começa um processo criativo sem um fim ao qual essa criação será 
útil. Porém, além de útil, a criação precisa ser inusitada. Lógico! Se criarmos algo 
que já existe, é conhecido, está pronto, não estamos falando de criatividade, mas 
de cópia! Criar demanda impõe a inserção de algo novo, diferente, incremental 
ou até mesmo revolucionário! Mas do que precisamos para criar algo útil e 
inusitado? 
Existe uma séria de capacidades para que isso aconteça, todas elas 
bastante coerentes, já que para sair da mesmice e alcançar o diferente, teremos 
de exercitar ações em busca disso, sem nos apegar a conceitos, preconceitos, 
padrões, crenças arraigadas, pontos de vista viciados, sem nos mantermos 
presos ao contexto em que se está. Enfim, criar envolve uma prática alicerçada 
em diferentes comportamentos, e estes foram bem enunciados no esquema 
apresentado anteriormente. 
Há, contudo, outras definições que diferem muito dessa que foi 
apresentada. Osho (1993) nos remete a uma definição bem mais filosófica: “a 
criatividade é divina e está na essência do homem. Além de ser natural, é a 
própria saúde da pessoa. Sem ela a pessoa não está verdadeiramente viva”. 
Veja que nessa visão a criatividade não está relacionada a um conjunto 
de capacidades a serem desenvolvidas, mas sim a algo que está em nossa 
essência, mais do que isso, algo que representa nossa própria saúde. Sem 
criatividade estamos doentes! Se refletirmos um pouco, poderemos observar que 
realmente os momentos mais criativos nossos, quase sempre são momentos 
prazerosos, interessantes, que consomem nossa atenção, vontade e capacidade 
 
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de um modo intenso, pois é algo tão “gostoso” que deixando de perceber o tempo 
ou mesmo outras demandas. 
Entretanto, há autores que não acreditam que o prazer é o fator que nos 
remete à criatividade. Para Barreto (1997), o que nos faz ser criativos são os 
problemas. Segundo ele, criamos para resolver problemas e pode até ser que 
isso nos remeta a momentos prazerosos, mas, de modo geral, trata-se mais de 
uma necessidade do que um desejo. 
 
 
Fonte: Barreto (1993) 
 
Interessante observar que o autor nos diz que criatividade de verdade, 
aquela que efetivamente obedece a todos os critérios de um exercício criativo, 
só é útil em 1% dos casos em que se está buscando soluções para problemas. 
Em quase todas as situações, uma análise mais lógica e racional será 
suficiente para superar a questão. Mas, o que o mercado quer de verdade é ter 
disponível aquele profissional que é capaz de resolver esse 1% de problemas. 
São esses que valem ouro, pois acabam trazendo ao mundo algo diferente, 
inusitado, útil e inovador. E para ser o profissional 1% é preciso uma capacidade 
criativa não somente real, mas também bem desenvolvida. 
Hargrove (2006) complementa o que já comentamos, lembrando que criar 
é fazer conexões e isso, muitas vezes, vem de ligações estranhas, fora do 
esperado, desconexas e sem lógica. 
 
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Quando Gandhi uniu o pacifismo com o exercício do protesto, parecia algo 
antagônico, porém, se mostrou uma grande estratégia que resultou na 
independência da Índia. Quando fizeram a frigideira com teflon que não deixava 
a comida grudar, foi um grande sucesso! No entanto, pensar em um ferro de 
passar roupa usando esse mesmo princípio parecia ser “loucura”, mas não era. 
Quando a marca Zara disse que faria mais de 100 lançamentos por ano 
em um ramo no qual se fazia apenas um lançamento por estação (quatro por 
ano), foi dito que ela deveria “estar de brincadeira”, pois isso não só era 
impossível como também sem sentido em um mercado acostumado a quatro 
lançamentos anuais. Mas assim foi feito e tornou-se uma das marcas que mais 
cresceram nas últimas décadas, graças em parte a essa ousadia. 
Aqui surge um ponto inquietante: se criar é tão bom, prazeroso, 
necessário, útil, lucrativo, etc., por que então as pessoas não são super 
criativas? 
É fato que, se perguntar a um grupo de pessoas se elas são criativas, uma 
boa parte dirá que é pouco criativa e outra, que não é criativa. Talvez um ou dois 
se digam medianamente criativos ou mesmo criativos acima da média. Por que 
isso acontece? É um grande paradoxo, não é mesmo? Clique no botão a seguir 
para saber mais! 
Um autor clássico no estudo da criatividade, Oech(1988), nos traz um 
pouco de luz a esse respeito ao dizer que todos nós somos vítimas de um 
processo de afastamento de nossa essência criativa. Ele argumenta que 
nascemos muito criativos e à medida que desenvolvemos nossa educação 
familiar, estudantil e social, vamos criando bloqueios, barreiras, obstáculos e 
justificativas para que não sejamos mais tão criativos quanto éramos quando 
criança. 
 
 
 
 
 
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Fonte: Barreto (1993) 
 
A nossa prática perante a realidade que vivemos acaba nos remetendo à 
busca de soluções para os problemas que utilize pouco ou quase nada de nossa 
base e essência criativa, pois para nós são áreas difíceis de serem acessadas. 
Entre nossa prática do dia a dia e essa fonte criativa, foram criadas várias 
camadas isolantes nas quais temos dificuldade de transpor. Uma delas é o 
conformismo, na qual alegamos não ser criativos e “o que fazer a respeito? Não 
somos e pronto, acabou!”. 
Temos também a rotina de atitudes não criativas: praticamos tanto o não 
ser criativo que passamos até a acreditar que não existe uma prática contrária. 
Há ainda o desinteresse: deixamos de nos interessar pelo assunto criatividade, 
pois ele se torna tão distante de nós que até esquecemos que ele existe. Outra 
camada importante é a da racionalização. Como resolvemos muitos problemas 
apenas com o uso da razão, deixamos de ir em busca de soluções mais 
interessantes e criativas, ficando satisfeitos com o que aparecer em nossa lógica 
usual. 
Uma barreira de ordem emocional – a insegurança - também surge na 
medida em que a prática criativa é expositiva. Em outras palavras, quando 
 
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estamos exercitando a criatividade ficamos mais sujeitos a críticas, chamadas 
de atenção ou mesmo comentários do tipo “você está ficando maluco?”. Por fim, 
surge a mistificação, ou seja, criamos o mito de que não somos criativos e que 
em relação a isso não há o que fazer. 
Mas Oech (1988), além de nos apontar o problema, também indica a 
solução! Ele descreve dez bloqueios mentais mais comuns e como podemos 
lidar com eles: 
 
 
 
 
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Toda vez que um bloqueio desses aparecer em nosso cotidiano, nossas 
barreiras criativas tendem a aumentar. Cabe a nós conhecê-las e toda vez que 
surgirem circunstâncias em que elas desejem se fazer presentes, entramos em 
combate com elas, resistimos e fazemos o contrário do que elas querem! Veja a 
seguir: 
■ Achamos a resposta certa? Que ótimo! Anote-as e vá em busca de 
outras respostas certas! Quem disse que a primeira resposta certa 
que aparece é a melhor? O que alguém falou não tem lógica? Tudo 
bem! Pensar que o homem um dia iria voar também não tinha 
lógica até o surgimento do avião! 
■ Há normas a seguir? OK! Mas há pontos nelas a serem 
melhorados, então vamos questioná-las! Precisamos ser práticos? 
Não! Precisamos ser criativos e isso não significa que não estamos 
sendo práticos. São inúmeros os casos de soluções criativas que 
vieram de inspirações nada práticas! 
■ Evitar ambiguidades? Por quê? Algo pode ser uma coisa e ao 
mesmo tempo ser outra coisa. Qual o problema? Nosso celular é 
telefone, agenda, câmera fotográfica, filmadora, computador 
pessoal, enfim, viva a ambiguidade! 
■ Não podemos errar? O que é um erro se não um passo em direção 
ao acerto? Há empresas que dão tanto valor ao acerto quanto ao 
erro, pois sabem que colaboradores que já erraram e não foram 
punidos se tornaram excelentes profissionais, mais produtivos, 
audazes e indutores da criatividade. 
■ Brincar é falta de seriedade? Equívoco! A pessoa que brinca é 
flexível, relaxada e aberta ao seu entorno. Está bem-disposta, 
alegre e deseja que isso contagie a todos. Sabendo que a 
criatividade pede esse estado de espírito para se manifestar, 
vamos brincar sim! Afinal, brincar é coisa séria! 
 
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■ Isso não é da minha área? Por que temos de ficar presos a uma 
área? Vamos aceitar diferentes olhares, opiniões, conceitos, 
referências etc. A diversidade é que enriquece as possibilidades 
criativas. 
■ Não seja bobo? Bobo é quem guarda para si algo que deveria estar 
sendo compartilhado! Afinal, uma brincadeira aparentemente sem 
sentido pode ser a semente de uma solução inusitada. Um 
carrapicho que incomodou centenas de pessoas foi uma fonte 
inspiradora para uma delas, a ponto de ter inspirado a criação do 
velcro. 
■ Por fim, dizer que não é criativo é reforçar o maior de todos os 
bloqueios mentais. Afinal, quando falamos algo, nosso cérebro 
recebe essa mensagem como uma ordem e passa a segui-la. É o 
que nos ensina a neurolinguística, então devemos respeitar isso e 
parar de afirmar que não somos o que somos, que não temos o 
que temos e que não conseguimos o que temos condições plenas 
de conseguir. Reveja sua fala e estará revendo seu cérebro, suas 
crenças, padrões e competências! 
Então está na hora de quebrar os bloqueios! Rever suas práticas, suas 
falas, seus comportamentos, enfim, está na hora de começar a libertar aquela 
pessoa criativa, feliz e dinâmica que foi aprisionada dentro de você e começar a 
brincar de ser criativo. Em casa, na família, no trabalho, no lazer, na vida! 
Incorpore a seu espírito empreendedor todo esse potencial criativo que está 
dentro de você pedindo passagem para trazer ao mundo ideias interessante, 
úteis e diferenciadas! 
 
Leitura obrigatória 
A seguir, leia, reflita e exercite os ensinamentos repassados por Oech 
(1988), entre as páginas 75 e 85 de seu livro, no capítulo que ele designa como 
sendo “Intervalo”. 
 
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Acesse o site Guia do Estudante e faça o teste: Qual é o seu nível de 
criatividade? 
http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/qual-e-o-seu-nivel-
de-criatividade-519911.shtml 
Para complementar seus estudos, leia o texto a seguir sobre algumas 
coisas que as pessoas criativas fazem diferente: 
http://www.brasilpost.com.br/2014/03/12/caracteristicas-pessoas-
criativas_n_4948909.html 
Muito interessante, não é mesmo? Aproveite para se aprofundar um 
pouco mais nesses conhecimentos, assistindo ao vídeo que os 
professores Elton e Henrique prepararam para você! Acesse o material 
on-line! 
O elo entre a criatividade, o empreendedor e a organização 
Depois de falarmos sobre o empreendedor e a criatividade, é importante 
fazer uma relação mais clara sobre o elo de cada um deles para com as 
organizações. Lembrando que organizações são todos os tipos de instituições 
que atuam visando o cumprimento de seus objetivos mediante a ação de 
pessoas. 
Ao se vincular a uma organização, qualquer pessoa, em especial o 
intraempreendedor, passa a ser um agente em prol dos resultados desejados 
por essa organização. Espera-se que a ação humana seja sinérgica, sistêmica 
e qualificada, contribuindo para que se chegue o mais próximo possível das 
metas, ou mesmo que as supere. Porém, na realidade nem sempre é o que se 
vê na prática. É comum encontrarmos ambientes organizacionais em que impera 
a competição entre pessoas, equipes e setores, nem sempre contribuindo para 
os objetivos gerais. Contextos de verdadeira guerrilha, desinformação, 
sabotagens e atitudes egoístas ou setorizadas acabam comprometendo a 
produtividade, lucratividade e, em alguns casos, a própria sobrevivência das 
organizações. 
 
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Isso ocorreno ambiente interno, pois no entorno das organizações 
observam-se contextos semelhantes na disputa entre concorrentes, 
fornecedores e outros elementos. Há a interferência do sistema financeiro, das 
instituições governamentais, das leis e dos competidores de outros países que 
também causam tumulto à evolução das organizações, dificultando o 
cumprimento de suas metas. Também nesse ambiente, há pessoas nem sempre 
éticas, concorrentes imorais, regras que são pouco justas e procedimentos 
ilegais. 
 
 
As organizações precisam aprender a atuar tanto no contexto interno 
quanto externo e buscar caminhos para evoluir e crescer, considerando que, em 
muitos casos, as variáveis não são controláveis. 
O grande aliado das organizações no enfrentamento de tantos fatores 
desestabilizadores são as práticas de seus colaboradores. As organizações 
precisam criar condições, estruturas, culturas e climas que possibilitem a ação 
correta e efetiva de seus funcionários para obter melhores resultados. Aí entra a 
Altos impostos 
Legislações 
Concorrentes 
Fornecedores 
Importações 
Novas Tecnologias 
Falta de ética 
Monopólios 
Dumping 
Corrupção 
Egoísmo 
Etc. 
METAS 
 
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questão da liderança e do empreendedorismo, pois uma boa brigada de 
intraempreendedores, bem articulada e respaldada, tende a ser suficiente para 
lidar contra um exército de inimigos, sejam eles econômicos, sociais, culturais, 
comerciais, éticos ou educacionais. 
É interessante observar que uma organização, em sua fase inicial, recebe 
energia empreendedora de seu fundador, sendo este capaz de energizá-la, 
direcioná-la e fazer sua gestão sem precisar de muita ajuda externa a si mesmo. 
Porém, com o crescimento da empresa, aumenta-se também sua complexidade, 
demandas, relações, desafios, e continuar contando apenas com a energia do 
fundador passa a ser um risco. A energia empreendedora precisa crescer junto 
com a empresa e isso significa que “empreender” não pode mais ser uma ação 
advinda de apenas uma pessoa, mas sim de várias, se possível, de todas. 
Segundo Montenegro, em artigo disponibilizado no site do SEBRAE, o 
intraempreendedorismo é indispensável para as empresas já estabelecidas e 
com certo grau de crescimento, pois recria a cultura empreendedora interna. 
Nesse contexto, segundo ele, o ambiente intraempreendedor deve possuir as 
seguintes características: 
■ A empresa opera nas fronteiras da tecnologia; 
■ Novas ideias são encorajadas; 
■ Não há parâmetro para a oportunidade; 
■ Abordagem de equipes multidisciplinar; 
■ Patrocinadores e defensores do modelo; 
■ Apoio da alta administração. 
Observando essas seis características, fica bem claro o quanto 
colaboradores empreendedores e criativos são necessários às organizações. 
Vamos analisar essas características para entender melhor essa questão, 
observe a tabela a seguir: 
 
 
 
 
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21 
 
Saber lidar com o real contexto, considerando suas ameaças e 
oportunidades, questões corretas e incorretas, potencialidades e limitações, faz 
parte do perfil ideal de colaboradores que, atuando com o apoio de seu espírito 
empreendedor e criativo, são capazes de fazer a diferença e alcançar as metas 
desejadas. 
Tal aproveitamento de potencial é responsabilidade constante da alta 
direção que deve organizar os elementos sob sua tutela de modo coerente, 
integrando pessoas, processos, tecnologias, recursos, parcerias e estratégias. 
Além disso, é necessário criar uma “personalidade” empresarial que considera 
como desejáveis fatores como atitude, curiosidade, aderência ao risco, aceitação 
do erro, exercício da criatividade e, ao mesmo tempo, limita ou elimina questões 
como ilegalidade, imoralidade, falta de ética, egoísmo, falta de senso de equipe, 
enfim, será a formação de uma organização sadia e voltada para a ação criativa 
e empreendedora que irá fazer com que floresça as características comentadas 
no quadro anterior. 
Deriva dessa constatação a mudança de perfil do líder personalista para 
o de uma liderança profissional. Nesse trânsito, a figura do líder fundador tende 
 
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a ser alterada para a de líderes curadores. Curador no sentido de cuidador, de 
incentivador, de orientador e motivador. Veja a imagem a seguir: 
 
O líder curador se dedica a seu papel estratégico, observando mais o 
entorno e contexto de negócios que o ambiente interno, mas se cerca de bons 
gerentes para que estes façam o devido papel tático de realização de metas, 
sem se afastarem do ambiente interno e de sua função de inspirar, ouvir, motivar 
e orientar a organização e sua força de trabalho. 
Essa ação do líder é que ajudará na construção de um clima adequado 
para o exercício do espírito criativo & empreendedor, elemento-chave para a 
sobrevivência e sucesso das organizações. Portanto, não basta querer 
colaboradores criativos e empreendedores. As organizações precisam se 
estruturar para poder não somente ter esse precioso colaborador como também 
criar uma cultura adequada à ação deste elemento humano, respaldado por 
condições materiais, tecnológicas, operacionais e gerenciais. Esse é o desafio 
lançado a todas as organizações! 
 
 
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Leitura obrigatória 
Leia as páginas 96 a 103 do livro Empreendedorismo, de Paulo Sertek, 
disponível na Biblioteca Virtual. 
E para complementar seus estudos sobre este tema, sugerimos que 
assista aos seguintes vídeos: 
https://www.youtube.com/watch?v=xY6Og5wQdF0 
https://www.youtube.com/watch?v=NWFIXfe8ii0 
 
Para aprofundar seus conhecimentos ainda mais, acompanhe ao 
vídeo a seguir com as explicações dos professores Elton e Henrique. 
Acesse o material on-line! 
A identificação de oportunidades 
 
“A palavra oportunidade vem de um nome de um vento. Os romanos 
tinham hábitos de nomear os ventos. Um dos ventos que apreciavam era 
chamado de Ob Portus, vento oportuno. Estes ventos levavam as embarcações 
para os portos.” 
Cortella (2007) 
 
É sempre aconselhável iniciar uma abordagem sobre um tema analisando 
a etimologia do mesmo, ou seja, a origem da palavra que dá nome ao tema. No 
caso de oportunidade, é interessante notar que a mesma está relacionada às 
forças que impulsionam uma situação (um empreendimento, por exemplo) para 
frente. Isso é algo muito relevante quando remetemos esse sentido para o 
contexto dos empreendedores e organizações. 
Na imagem a seguir, podemos entender melhor essa analogia. O barco 
representa os recursos, ou seja, tudo aquilo que a organização precisa para 
“navegar”. As pessoas são os condutores do barco “organização”. O destino é o 
porto seguro onde a organização quer atracar e que foi definido graças aos 
 
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24 
ventos que lhe possibilitaram escolher esse destino, ou seja, a oportunidade 
vislumbrada. 
As estratégias são os meios definidos pelas pessoas do barco para chegar 
ao porto e o mar é o mercado, com suas flutuações, tempestades e momentos 
de paz, que também recebe a navegação dos outros barcos, o dos concorrentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui vale aquela antiga afirmação de Sêneca: “Nenhum vento sopra a 
favor de quem não sabe para onde ir”. A oportunidade é que ajuda as 
organizações a dar o norte de suas ações, alimenta a bússola dos negócios para 
que se direcionem os recursos e estratégias em busca do ponto de chegada 
desejado.Oportunidade não é só a escolha de um destino. Também tem a ver com 
a manutenção de energia para a direção certa, pois de nada adianta um vento 
“certo” por pouco tempo. O vento da oportunidade precisa aparecer e ser 
mantido até que se chegue ao destino desejado. Isso, em termos de negócios, 
não é algo trivial. Identificar uma oportunidade é identificar o “vento” que melhor 
pode guiar a “nave” organização em direção ao “porto” ideal. 
 
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Portanto, estamos falando de uma seleção de ideias. Nem toda ideia é 
uma oportunidade. O grande desafio do empreendedor nesse momento criativo 
é saber perceber se a ideia tem potencial inovador suficiente para se tornar uma 
oportunidade. Isso é algo que depende de alguns fatores. 
Uma ideia de negócio está inserida em um segmento de mercado que tem 
hoje uma clientela, um rol de competidores e o mercado em si, com suas 
características. É preciso observar isso previamente para a primeira seleção de 
ideias. 
 
Podemos avaliar uma ideia que tem uma clientela muito pequena. Isso 
não é impeditivo para que se torne uma oportunidade, mas é extremamente 
restritivo. A marca Ferrari, por exemplo, tem um mercado altamente restrito, mas 
é um segmento de clientes altamente ricos, ou seja, são poucos e estão 
dispostos a pagar caro por um carro dessa marca. Porém, para fazer esse 
público se interessar, a missão é altamente desafiante, onerosa e tecnológica. 
A ideia avaliada pode estar inserida em um mercado muito competitivo, 
com um número elevado de competidores. Nesse caso, o entrante terá uma 
dificuldade muito grande já que terá que lidar com um público acostumado com 
a facilidade de acesso e talvez já fiel a alguns dos competidores. Também 
precisará avaliar que se for um produto ou serviço com características de 
commodity, ou seja, a oferta existente é muito semelhante com difícil inserção 
de diferenciais, a disputa se daria essencialmente por preço. Nesses mercados, 
a “canibalização” é exagerada tornando a disputa muito intensa e agressiva, 
levando a uma séria e profunda reflexão do empreendedor antes de decidir 
entrar para essa disputa. 
A terceira questão diz respeito ao mercado de atuação. Há mercados em 
nascimento, em amadurecimento, maduros e em descendência. Essa curva de 
vida é fator de identificação do potencial de oportunidade da ideia. Não é 
interessante entrar em mercados em processo de diminuição de demanda, pois 
isso significa a extinção ou redução a um grau muito baixo de consumidores, 
 
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26 
tornando o segmento pouco interessante. Não queremos dizer que não exista 
oportunidade. Apenas é preciso avaliar se haverá demanda e se essa sustenta 
a ideia. 
Por exemplo, há os fornecedores de peças para carros antigos cujo nicho 
de clientes são colecionadores de carros fabricados no século XX. É uma parcela 
muito pequena de clientes e que precisam ser “buscados” em diferentes 
localidades do país e, por serem aficionados pelo tema, estão dispostos a se 
deslocar ou mesmo pagar bons preços pelas peças. Nesse caso, há um mercado 
relativamente estabilizado em termos de volume de clientes e pode ser 
interessante desde que se tenha como montar um acervo de peças que deem 
rentabilidade ao negócio. Porém, normalmente mercados muito restritos em 
termos de demanda não se mostram interessantes. 
Ainda é preciso avaliar questões como acesso à cadeia de suprimentos. 
Há mercados com uma concentração de mercado na mão de poucos e 
poderosos concorrentes que possuem um poder de barganha muito elevado a 
ponto de colocar barreiras de acesso aos fornecedores desses mercados ou 
então a questões de distribuição ou mesmo às tecnologias exigidas por esse 
mercado. 
Desse modo o entrante sofrerá muito para se estabilizar em termos 
operacionais e a tendência é de que tenha custos mais elevados, impactando 
seu preço e margem de lucro. Também é importante a percepção de qual tende 
a ser o montante inicial de investimento para avaliar se está dentro do 
“orçamento” do empreendedor e de seu poder de endividamento. 
Portanto, não se trata de um processo desconectado da realidade. É 
preciso uma avaliação criteriosa da ideia para identificar se ela é efetivamente 
boa, ou melhor, se ela é mesmo uma oportunidade. Para complicar ainda mais 
esse momento, além de olhar para os fatores externos comentados, o 
empreendedor precisa, ainda, avaliar a ideia em termos de si mesmo, ou seja, 
avaliar o quanto se sentiria feliz e motivado atuando naquele segmento de 
 
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27 
negócio. De nada adianta se aventurar em um negócio que não é prazeroso e 
motivador no dia a dia. 
Uma pessoa que abre uma padaria, por exemplo, deve saber que está 
entrando em um ramo de atividade que exige de seu proprietário uma dedicação 
muito grande, acordando muitíssimo cedo, despendendo atenção constante, 
atuação aos sábados, domingos e feriados etc. Se isso não faz parte do 
imaginário de trabalho do empreendedor, mesmo sendo uma ideia interessante 
e com alto potencial inovador, é melhor ser descartada. 
Isso significa que a avaliação de ideias precisa “casar” com o mercado e 
com o empreendedor. Sem esse “matrimônio”, a tendência é o “divórcio”. A 
oportunidade não irá muito longe e não deixará “filhos”. Portanto, antes que se 
tenha uma ideia, é necessário pensar sobre onde encontrar aquelas que tenham 
potencial para se tornarem oportunidades. Para onde olhar? Como observar? O 
que buscar? Enfim, como é que se adquire um olhar identificador de 
oportunidades? 
 
 
 
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Todo bom pescador sabe da importância de se ouvir os pescadores da 
região quando está em busca de bons locais para pescar. Basta uma conversa 
rápida com eles e uma observação de suas atitudes e escolhas para saber onde 
devem estar os bons peixes da região. No caso de ideias para negócios a fonte 
de informação são as necessidades, sejam de pessoas ou organizações. 
Observar o que as pessoas ou organizações querem, precisam, desejam 
ou venham a necessitar é uma grande fonte de oportunidades. E, quando se fala 
em oportunidades, imediatamente vem à mente a teoria apresentada por Maslow 
sobre as necessidades humanas. Observe a figura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A esse respeito, Schneider (2011) afirma que: 
 
Os níveis da pirâmide, de baixo para cima, indicam que quanto maior 
for o nível, maior a especialização, a complexidade e menor a 
competição, porém com necessidade de maior investimento. 
Normalmente, quanto mais baixo estiver na escala de necessidades, 
mais concorrido de menor complexidade e custo é o empreendimento. 
De qualquer modo, independentemente da altura em que a 
 
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necessidade se encontre na pirâmide, o importante é satisfazê-la, seja 
inovando, seja criando valor para as pessoas ou organizações nos 
produtos e/ou serviços que lhes serão oferecidos. 
 
A percepção do nível em que se enquadra a oportunidade é um fator 
importante para entendê-la e avaliá-la. Isso faz parte da análise que comentamos 
anteriormente quando abordamos a questão de análise de público-alvo, 
concorrência e situação do mercado pretendido. Portanto, identificar 
oportunidades é um exercício de pesquisa, estudo, análise, avaliação e tomada 
de decisão. 
Nesse momento, é exigido do empreendedor competências relacionadas 
a: saber captar, organizar, analisar e avaliar informações; lidar com outras 
pessoas que possampassar informações importantes; e, ainda, dominar 
tecnologias da informação e criatividade, já que as informações precisam ser 
cruzadas, confrontadas, relacionadas, integradas. Enfim, é preciso “construir” 
uma oportunidade a contar das informações coletadas e que seja efetivamente 
uma ideia com potencial de inovação e possibilidades de sucesso no mercado. 
 
Leitura obrigatória 
 
Para complementar seus estudos, faça a leitura do artigo a seguir: 
http://www.sebrae.com.br/Estados/Estudo%20de%20Tend%C3%AAncia
s%20e%20Oportunidades%20de%20Neg%C3%B3cios%20em%20Goi%C3%A
1s.pdf 
O vídeo a seguir é muito interessante e valioso para entendermos melhor 
a questão de identificação de oportunidades oferecido pela Endeaver. Não 
perca! 
https://endeavor.org.br/o-modelo-de-timmons-para-o-plano-de-negocio/# 
A seguir, você encontrará a Cartilha do Empreendedor, que, mesmo 
sendo bastante básica e com linguagem mais voltada para empreendedores de 
menor formação acadêmica, é interessante observar as recomendações e dicas 
apresentadas pelo SEBRAE. 
 
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30 
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/b
ds/bds.nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf 
 
Nossos estudos não param por aqui! Assista ao vídeo que está disponível 
no material on-line e continue se aprofundando no tema! 
O empreendedor como gerador de oportunidades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As oportunidades estão por todo lado. Percebê-las é parte importante do 
processo de empreender, mas é preciso ir além. Perceber, entender, relacionar, 
diferenciar, potencializar, avaliar, enfim, são atividades de um trabalho que exige 
bastante do empreendedor. Precisamos ser pessoas que buscaram e buscam 
certo perfil para que a ação empreendedora aconteça com maior grau de 
efetividade. Portanto, há pontos-chave que apontam nessa direção. 
A primeira questão, ao se avaliar uma oportunidade, é conhecer mais 
sobre ela e isso implica uma visão mais clara possível sobre quem é o público-
alvo, qual é a situação do mercado e, ainda, como se vai oferecer algo que tenha 
valor (diferenciado do que existe hoje) e de modo coerente em termos de como 
 
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o cliente terá acesso a esse valor, como se relacionar com esse cliente e como 
cobrar por esse valor ofertado. 
Mas tudo isso não é suficiente. Afinal, são apenas os elementos que estão 
no ambiente externo. É preciso considerar que o sucesso está em fazer o que é 
preciso com o que se tem (elementos internos), de forma a se obter os resultados 
(externos desejados). Portanto, há também pontos-chave de ordem interna ao 
negócio. Vamos conhecer esses pontos. 
 
Verificadas essas questões de caráter mercadológico, presentes no 
entorno do negócio, é preciso passar o olhar para dentro do mesmo, buscando 
entender o que precisa ser feito na organização para que ela tenha condições 
de efetivar o que seu entorno está exigindo. Em outras palavras, quais são os 
itens de ordem interna que precisam ser trabalhados para que se tenha sucesso 
no ambiente competitivo? Veja a seguir: 
■ Eu conheço esse mercado. Sei o que é oferecido nele, de que modo, 
onde, como, com que jeito e formas de pagamento! 
■ Eu sei quem é o cliente e/ou consumidor desse mercado. Tenho ideia 
quantitativa e de perfil de consumo e preferências. 
■ Consciente da importância de manter uma boa relação com meus 
clientes e/ou consumidores já defini como irei estruturar meios de 
viabilizar esse contato da maneira mais adequada e econômica. 
■ Tenho uma boa noção de onde posso oferecer meu produto/serviço 
visando facilitar, incrementar e efetivar o consumo do mesmo. 
■ Já identifiquei a forma como irei captar dinheiro em meu negócio. 
Avaliei como o mercado hoje está captando recursos financeiro e 
mapeei a melhor forma de atuar nessa questão. 
O empreendedor precisa ter a competência de, a partir de uma pesquisa 
e leitura do mercado, definir os elementos importantes do negócio que pretende 
criar ou reformular: 
■ O que vai diferenciar meu negócio? 
 
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■ Quem será meu cliente? 
■ Como vou atender esse cliente? 
■ Como vou me relacionar com esse cliente? 
■ Como vou cobrar por meu produto/serviço? 
Se há valor no que se pretende oferecer, a pergunta é: quais são as 
atividades necessárias para que esse valor seja real e efetivo? Há ações da 
empresa que não podem falhar e identificar que atividades são essas é essencial 
para se avaliar o atendimento da oportunidade. 
Como empreendedor, é necessário ter claro quais atividades precisarei 
desenvolver em meu negócio que não poderei falhar de jeito nenhum! Devo 
saber, também, em que vou precisar investir para que minhas atividades 
funcionem bem e para que eu possa cumprir o que prometi ao mercado. Além 
disso, preciso definir com quais elementos externos precisarei contar para que 
minhas atividades funcionem a contento. 
É essencial ter uma consciência clara de quais serão meus custos fixos e 
variáveis para que possa dimensionar bem minha produção, estrutura e volume 
de vendas ideal. 
O empreendedor precisa ter a competência de olhar para dentro do 
negócio e estruturá-lo adequadamente. Essa forma de organizar o negócio, 
garante que suas promessas e premissas externas possam ser suportadas e 
atendidas com qualidade, efetividade e economicidade. 
As atividades acabam ocasionando a necessidade de investimentos para 
que os recursos estejam disponíveis para sua operacionalização e também se 
torna importante decidir sobre o que será realizado pela própria empresa e o que 
será terceirizado ou cumprido por parceiros. 
Essas escolhas vão impactar nas atividades e grau de imobilização e 
qualidade do valor oferecido. Isso nos remete à avaliação de quais serão os 
principais custos do negócio proposto. É importante se ter uma ideia de quais 
serão os principais elementos de custos, seja direto ou indireto. 
 
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Percebe-se que esse trabalho de avaliação de uma oportunidade no qual 
se busca dar um padrão, um perfil ou mesmo uma modelagem para o negócio 
proposto é algo que exige do empreendedor certo traquejo, uma facilidade em 
lidar com essas questões e isso nos remete ao CHA Empreendedor, só que aqui 
voltado para esse momento de formatação da oportunidade. 
 
O CHA EMPREENDEDOR 
CAPACIDADES HABILIDADES ATITUDES 
Lidar bem com informação Pesquisar, tabular, 
analisar e organizar dados 
e informações. 
Perguntar, trocar 
ideias, solicitar apoio, 
identificar e acessar 
fontes confiáveis e 
adequadas. 
Fazer análises e sínteses Matemáticas, lógicas e de 
uso da tecnologia da 
informação. 
Ler, refletir, associar, 
relacionar, sintetizar, 
criar, reorganizar. 
Tirar conclusões Avaliação, medição de 
risco e complexidade, 
hierarquizar e categorizar. 
Conversar com 
pessoas que podem 
ajudar a orientar. 
Tomar decisões Resolver problemas, 
escolher alternativas, 
avaliar consequências. 
Pedir opiniões, 
delegar, quantificar 
risco e consequências. 
Negociação Comunicar bem, 
argumentar, gerenciar 
conflitos, superar 
obstáculos. 
Pró-atividade, empatia, 
paciência, 
convencimentos, 
argumentação. 
 
 
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O empreendedor precisa ser capaz de lidar de forma eficaz com a 
informação e isso lhe exige uma boa habilidade para achar dados relevantes, 
saber organizá-los deforma correta, trabalhar uma tabulação deles e depois 
analisá-los de modo a serem capazes de efetivar informações que lhes darão a 
melhor montagem possível do negócio a ser estruturado para aproveitamento da 
oportunidade. 
Isso acontece quando o empreendedor é capaz de se comunicar bem, 
desenvolver conversas que lhe apontem os melhores caminhos para localizar 
informações, achar meios de acesso às fontes mais adequadas, enfim, um 
conjunto de atitudes que ele precisa exercitar para que essa capacidade seja 
efetivada com competência. 
É importante que ele também seja capaz de efetuar análises e sínteses, 
pois a amplitude de informações é muito grande e a relação entre elas nem 
sempre é trivial. 
Lembramos que um bom domínio de informática é essencial, pois o uso 
de ferramentas eletrônicas como planilhas, gerenciadores de bancos de dados 
e softwares de estatística são fatores-chave para que se trabalhe bem os dados 
em seu processo de transformação em informação, para daí se analisar essa 
informação, convertendo-a em conhecimento a ser aplicado na oportunidade. 
Esse trabalho de conversão de informações em conhecimentos preciosos 
é algo determinante para a elevação do grau de inovação do negócio proposto. 
As informações trabalhadas e analisadas precisam ser também discutidas com 
pessoas com outros pontos de vista, que dominem outros conhecimentos e que 
possam ajudar a ampliar o poder de avaliação e efetivação de conclusões por 
parte do empreendedor. A contar disso, será possível o exercício das tomadas 
de decisão que serão decisivas para o desenho do mapa que dará visão ao 
contexto, forma e características da oportunidade a ser aproveitada. 
Aprendemos que identificar uma oportunidade de negócio – fruto de um 
exercício pleno de criatividade e inovação – é apenas parte do processo. Além 
de identificar, é preciso saber estruturar uma oportunidade de negócio e isso 
 
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demanda a consideração de elementos internos e externos do negócio proposto. 
É que esses elementos requerem competências humanas bem definidas, 
compostas de capacidade, habilidades e atitudes bem específicas. 
Esse formato de aproveitamento da oportunidade, uma vez pronto, deve 
então passar por um período de discussão, aprimoramento, avaliação, enfim, 
deve passar por diferentes perfis até chegar ao formato final. Isso se dá a contar 
de uma ampla discussão dele junto a todos os envolvidos de modo que cada um 
opine e critique o modelo até que ele chegue ao perfil mais evoluído e acabado 
possível. Com a modelagem concluída, a oportunidade estará mapeada e pronta 
para ser trabalhada em termos de sua efetivação. 
A constatação no presente tema é que a ação empreendedora necessita 
transitar entre o querer, o ser criativo e ainda, entre a criatividade e a inovação. 
Ou seja, para que se possa fazer uma caminhada com resultados acima da 
média, trazendo diferenciações expressivas e efetivamente conectadas com o 
mercado e público-alvo, o empreendedor precisa passar por diferentes 
momentos, exercitando um perfil adequado a cada passo e culminando com a 
construção de um modelo de negócio que seja realmente capaz de aproveitar de 
modo pleno uma oportunidade identificada. 
 
Leitura obrigatória 
Leia, no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 62 
a 68), a parte em que o autor aborda a questão da transformação de 
necessidades em oportunidades. Acesse a Biblioteca Virtual. 
Para se aprofundar ainda mais, leia o artigo que está disponível a seguir: 
http://www.portalunisaude.com.br/downloads/rae/empreendedorismo.pdf 
No vídeo a seguir, João Bonomo, do Ibmec, e Enio Borges, da Endeavor, 
conversam sobre empreendedorismo e atitudes inovadoras, e explicam como 
negócios e oportunidades surgem durante o período de crise. Além disso, eles 
explicam quais características são fundamentais para se lançar no mercado 
como empreendedor. Não perca! 
 
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36 
https://www.youtube.com/watch?v=GFsTRthlPNI 
No próximo vídeo, o SEBRAE Papo de Negócio fala das dúvidas mais 
básicas sobre ideias e oportunidades com Prof. Marcelo Nakagawa: 
https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o 
 
Para concluir os estudos deste tema, acompanhe as considerações dos 
professores Elton e Henrique no vídeo que está disponível no material on-
line. 
Na prática 
 
Inovar para sair da crise mediante criatividade 
 
Uma indústria de móveis vem passando por uma crise mais intensa que 
a de seus concorrentes. Seus custos têm subido, a receita caído, as reclamações 
e devoluções são constantes e sua participação no mercado vem se reduzindo. 
A direção muito preocupada com esse contexto informou, mediante um 
cartaz nos quadros de aviso, que gostaria e também recompensaria ideias 
criativas que fossem úteis à organização. Mas o fato é que surgiram dos 
colaboradores apenas algumas poucas ideias pouco criativas e aplicáveis. A 
direção percebeu que soluções realmente úteis demandariam maior criatividade 
e isso não parecia estar muito disponível em seu ambiente interno. 
O gerente de RH foi então chamado para que desenvolvesse um projeto 
que levantasse o potencial criativo dos colaboradores e fosse capaz de fazer 
surgir um rol de ideias que fizesse evoluir e melhorar o contexto da organização. 
Avaliando a questão, o Gerente de RH discutiu a demanda com sua equipe e os 
incumbiu de determinar que características criativas deveriam ser reforçadas e, 
ainda, que meios poderiam ser usados para esse reforço. Considerando ser esse 
o contexto da demanda e as características desse ramo de negócio, pense nas 
seguintes perguntas: 
 
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37 
a. Quais seriam as cinco características que você proporia como sendo 
importantes para serem reforçadas? 
b. Quais seriam os cinco meios mais adequados para desenvolvimento 
desses reforços? 
Importante que tudo seja apresentado com justificativas que demonstrem 
ser realmente boas escolhas e que as características e meios apontados são 
coerentes entre si. 
Acesse o material on-line e assista ao vídeo para saber como o professor 
Elton resolveria o caso! 
Síntese 
Na aula de hoje, estudamos os desafios que sucedem a decisão do 
empreendedor de buscar a realização de seu sonho. A contar de seu efetivo 
querer, ele passa para a definição do alvo de sua ação empreendedora e, nesse 
momento, ele precisa lançar mão de seu potencial criativo, o que muitas vezes 
se torna um problema já que ele não está acostumado a ser criativo ou mesmo 
nem se considera detentor de criatividade. 
Foi trabalhada a importância da criatividade, seus conceitos, 
características, desafios e caminhos para que seja algo presente e constante na 
vida do empreendedor, inclusive colaborando de diferentes maneiras na sua 
caminhada empreendedora. Daí surgem as relações entre o empreendedor, sua 
criatividade e as organizações, as formas como esses três elementos de 
integram, se interdependem e precisam de um agir sistêmico e convergente. 
Porém, criatividade por si só não é suficiente para que se defina o destino 
da ação empreendedora. Ela precisa colaborar com o processo de identificação 
de oportunidades de negócios que sejam realmente interessantes, necessários 
e diferenciados, e também que possam se tornar boas opções no mercado. 
Essa atividade de identificação de oportunidades demanda certas 
competências do empreendedor e, quando detectadas, demandam outras 
competências para que ele seja capaz de transformá-la em um bom modelo de 
 
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38 
negócios. Portanto, o caminho da criatividade à inovação é composto de muitos 
desafios, competências, percepções, análises e conexões. Tal realidade vem 
provar que o empreendedor precisa ser efetivamente alguém com bom nível de 
conhecimento, detentor de boas competências e, ao mesmo tempo, 
determinado, pois encontrar uma boa ideia de negócio com alto poder de 
inovação é um desafio a ser vencido nessa etapa da ação empreendedora. 
 
Até a próxima aula! 
 
Acesse o material on-line e assista ao vídeo com as considerações 
finais dos professores Elton e Rodrigo. Aproveite e reveja os principais 
conteúdos abordados nesta aula. 
Referências 
ABRIL - Guia do Estudante: Qual é o seu nível de criatividade? - 
http://guiadoestudante.abril.com.br/testes-vocacional/qual-e-o-seu-nivel-de-
criatividade-519911.shtml 
BARRETO, Roberto Menna. Criatividade no trabalho e na vida. São Paulo: 
Summus, 1997. 
 Cartilha do SEBRAE: Cartilha do Empreendedor - 
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/F896176A3D895B71832575510075D2DB/$File/NT0003DCB6.pdf 
CORTELLA, Mario - Qual é a tua obra? - Inquietações Propositivas Sobre Ética 
, Liderança e Gestão. São Paulo: Vozes, 2007. 
G1 – Globo. Empreendedores usam criatividade em novos negócios para driblar 
a crise - http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-
eptv/videos/t/edicoes/v/empreendedores-usam-criatividade-em-novos-
negocios-para-driblar-a-crise/4360304/ 
 
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GOOGLE – História de empresa - 
https://www.google.com.br/about/company/history/ 
GREGOIRE, Carolyn - 18 coisas que as pessoas criativas fazem diferente - 
 http://www.brasilpost.com.br/2014/03/12/caracteristicas-pessoas-
criativas_n_4948909.html 
HARGROVE, R. Colaboração Criativa. 10.ed. São Paulo: Cultrix, 2006 
ME EDUQUE. Alunos super dotados. Disponível em 
HTTP://meeduqye.blogspot.com/2010/09/alunos-super-dotados.html 
MENDOZA, Lorenzo – A rotina de famosos criativos - 
http://www.updateordie.com/2014/08/28/rotina-de-famosos-criativos/ 
MONTENEGRO, Martinho C.A diferença entre o empreendedorismo e o 
intraempreendedorismo - http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/A-
diferen%C3%A7a-entre-o-empreendedorismo-e-intraempreendedorismo 
MOROSINI, Piero. Sete chaves da imaginação. São Paulo: Prumo, 2010 
OECH. R. V. Um “toc” na cuca: técnicas para quem quer ter mais criatividade na 
vida. São Paulo: Cultura, 1988 
OSHO. Criatividade, liberando sua força interior. São Paulo: Cultrix, 1999 
OSTERWALDER, Alexander. Business Model Generation – Inovação em 
Modelos de Negócios. São Paulo ALTA BOOKS, 2011 
RECINELLA, Roberto. “Eu sou criativo?”. Disponível em 
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/eu-sou-
criativo/59649/ 
SCHNEIDER, Elton I. BRANCO, Henrique C. A Caminha Empreendedora. 
Curitiba: Intersaberes, 2012 
SEBRAE GOIÁS – Estudo de Tendências e oportunidades de negócio em Goiás 
- 
 
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40 
http://www.sebrae.com.br/Estados/Estudo%20de%20Tend%C3%AAncias%20e
%20Oportunidades%20de%20Neg%C3%B3cios%20em%20Goi%C3%A1s.pdf 
SERTEK, Paulo. EMPREENDEDORISMO. Curitiba: IBPEX, 2007 
SIQUEIRA, Jairo. Perfil das pessoas criativas. 
http://criatividadeaplicada.com/2009/02/21/perfil-das-pessoas-criativas-os-
leitores-opinam/ 
VALE, Gláucia Vasconcelos. EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E REDES: 
UMA NOVA ABORDAGEM - O empreendedor como agente de inovação (pag. 
07 a 09). RAE- eletrônica - v. 7, n. 1, Art. 7, jan./jun. 2008 - 
http://www.portalunisaude.com.br/downloads/rae/empreendedorismo.pdf 
WHELLER, Jim. Como ter ideias inovadoras. São Paulo: Market Books, 2002. 
YOUTUBE - Como identificar oportunidades de mercado? - SEBRAE - 
https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o 
YOUTUBE - Negócios e oportunidades em tempos de crise. Tvecaderno - 
https://www.youtube.com/watch?v=GFsTRthlPNI 
YOUTUBE - O despertar da criatividade: João Belmont -
https://www.youtube.com/watch?v=mz95o6L_hFk 
YOUTUBE - O processo criativo em três palavras: Chico Neto - 
https://www.youtube.com/watch?v=OYVgmlv4Oo0 
YOUTUBE: A história da Samsung - 
https://www.youtube.com/watch?v=NWFIXfe8ii0 
YOUTUBE: A história do Google - 
https://www.youtube.com/watch?v=xY6Og5wQdF0 
YOUTUBE: O modelo de Timmons para o plano de negócio - 
https://endeavor.org.br/o-modelo-de-timmons-para-o-plano-de-negocio/ 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
 
 
 
 
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2 
Conversa Inicial 
Olá, aluno! Já estamos na terceira aula da disciplina Comportamento 
Empreendedor. 
Hoje o tema será: “As oportunidades, a inovação e a sustentabilidade 
no contexto do empreendedor” 
Então, vamos começar! 
Nem tudo são flores no caminho de realização dos sonhos dos 
empreendedores. São várias as situações, contextos e relacionamentos que 
acabam afetando essa ação empreendedora. 
Essas interferências podem vir de dentro do empreendedor, de seu 
entorno, de seu negócio/trabalho ou do contexto externo. O fato é que essas 
questões muitas vezes não são previsíveis, administráveis ou podem ser 
resolvidas pelo empreendedor. Elas podem ser de âmbito global, nacional, 
estadual, chegando até o nível íntimo de seu ser. 
Portanto, a contar da hora que o empreendedor tem uma ideia com 
potencial de configurar como uma oportunidade, é preciso que ele se situe, 
observe melhor qual a relação dessa oportunidade com todos os elementos aos 
quais ela se relaciona, considerando inclusive, e de modo especial, ele próprio. 
 
“Quem cria os impactos é responsável por eles, sejam intencionais 
ou não. Essa é primeira regra. Não há dúvida quanto à responsabilidade da 
administração pelos impactos sociais de sua organização. Eles são de 
competência da administração” (DRUCKER, 1975, pág. 365). 
Observando essa abordagem de DRUCKER, podemos ver que surgem 
diversas avaliações que irão influenciar e determinar as decisões que se 
seguirão até a efetivação e concretização dos objetivos da caminhada 
empreendedora. 
 
 
 
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3 
Será necessária uma grande avaliação da oportunidade mapeada com o 
empreendedor, com o mercado afetado por essa oportunidade, pelos elementos 
– stakeholders – sistêmicos presentes na oportunidade e com a sociedade e o 
ambiente. 
Não fazer essas avaliações muitas vezes resultam em grandes fracassos, 
pois se parte para um planejamento ou mesmo para a ação realizadora sem um 
entendimento claro do que vai ser feito, como será feito, que implicações a ação 
terá em suas diferentes magnitudes de relacionamento e o que ela trará de 
efetivamente positivo – ou negativo - para as pessoas e o planeta. 
Portanto, hoje nós vamos trabalhar a importante relação sistêmica – e 
complexa – entre as oportunidades detectadas, seu grau de inovação no 
ambiente, sua relação com o empreendedor, ampliando a análise dessa relação 
para seu entorno, contexto, sociedade e planeta. Sem uma CONSCIÊNCIA clara 
disso tudo, não se deve partir para o planejamento de ações empreendedoras. 
 
Agora é a vez do professor Henrique falar sobre a aula de hoje! Confira no vídeo 
no material on-line. 
 
Contextualizando 
"O cliente pode escolher a cor que desejar, desde que seja preta."A célebre frase, dita por Henry Ford em referência ao carro Ford modelo 
T, tem lógica: a tinta preta era a única com secagem rápida no mercado de 1913. 
E Ford precisava de tintas desse tipo para finalizar sua criação, a primeira linha 
de montagem automobilística do mundo. 
Veja mais detalhes sobre a linha de montagem de Ford aqui: 
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/entenda-como-era-linha-
montagem-ford-t-748425.shtml 
 
 
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4 
Qual é a lógica por trás da famosa frase de Ford? Ele tinha um mercado 
“sedento” por seus veículos. A demanda era extremamente grande e seu objetivo 
era atender essa demanda o mais rápido possível. Em termos de oportunidade, 
não havia dúvida: suas inovações estavam dando certo e ele precisava produzir 
o máximo possível. 
Porém é fácil perceber que seu foco não estava nem um pouco ligado aos 
desejos e contextos externos à sua produção. Saber o que os clientes queriam, 
se havia infraestrutura para receber tantos carros – postos de gasolina, estradas, 
oficinas, etc. – e muito menos os impactos ambientais que carros movidos a 
combustível fóssil poderiam causar. 
Não se trata de julgar Henry Ford, mas apenas de observar que seu foco 
era o lucro e, portanto, suas decisões estavam focadas na obtenção do mesmo, 
independente de outros fatores que poderiam e deveriam estar sendo 
considerados em virtude de seus impactos a curto, médio e longo prazo. 
Hoje temos como missão trazer uma reflexão sobre como as 
oportunidades e a inovação podem ser aproveitadas de modo inteligente e 
consciente, trazendo os resultados desejados pelo empreendedor em termos 
econômicos, porém, sem que isso represente o incremento dos problemas 
sociais e ambientais vividos atualmente pelas sociedades. 
Seria isso uma utopia? Uma conversa para “inglês ver”? Ou podemos 
mesmo ter uma consciência e prática que nos permita agir com eficácia nos 
negócios, sem, contudo, piorar o que já não está nada bom e que chegou a esse 
estágio praticamente graças unicamente da ação do homem? 
A ideia é que ao término dessa rota você tenha adquirido um conjunto de 
conhecimentos que sejam capazes de complementar sua percepção sobre 
negócios, oportunidades e inovações, dentro de um prisma mais justo, correto e 
ambientalmente positivo. A contar disso, poderá mergulhar nas aulas posteriores 
onde a questão de modelar negócios inovadores, com alta octanagem em termos 
de oportunidades será algo conectado à essa consciência. 
 
 
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5 
Problematizando 
Aproveitar oportunidades é, via de regra, interferir em uma realidade 
trazendo algo novo, diferenciado e inovador. É possível se pensar em aproveitar 
oportunidades com inovações que gerem transformações de amplo espectro, 
alterando a realidade para melhor, não somente para o próprio empreendedor 
para um número elevado de pessoas? Tudo isso com efetividade econômica? 
Vamos conhecer esse interessante caso e avançar para algumas reflexões a 
respeito: 
 
“Sonho com o dia em que não haverá mais pobreza. Com o dia em que as 
novas gerações terão que ir a museus para saber como era viver na 
pobreza.” Prof. Muhammad Yunus 
 
Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006, é o pai 
do microcrédito e dos negócios sociais. É o fundador do Grameen Bank e de 
outras 50 empresas em Bangladesh, a maior parte delas como negócios sociais. 
Em 1976, o Professor Yunus começou a fazer experiências com o fornecimento 
de pequenos empréstimos para os pobres sem as garantias e exigências 
tradicionais dos bancos comerciais. 
O projeto foi chamado de Grameen Bank e, mais tarde, em 1983, tornou-
se um banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres, principalmente 
mulheres na zona rural de Bangladesh. Hoje o Grameen Bank tem mais de 8,4 
milhões de mutuários, 97% dos quais são mulheres, e desembolsa mais de 1,5 
bilhões de dólares por ano. A ideia se espalhou por quase todos os países do 
mundo, incluindo países desenvolvidos e industrializados. 
Os 7 princípios de Yunus: 
1. O objetivo do negócio será a redução da pobreza ou mais 
problemas (como educação, saúde, acesso à tecnologia e meio ambiente) que 
ameaçam as pessoas e a sociedade; não a maximização dos lucros. 
2. Financeira e economicamente sustentável 
 
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6 
3. Investidores recebem de volta somente o valor investido. Nenhum 
dividendo é pago além do dinheiro investido. 
4. Depois que o investimento for devolvido, o lucro da empresa fica 
na empresa para ampliação e melhorias. 
5. Ambientalmente consciente. 
6. Colaboradores recebem valor de mercado com melhores 
condições de trabalho. 
7. Fazer tudo isso com alegria. 
Fonte: http://www.yunusnegociossociais.com/#!viso-prof-muhammad-yunus/c1ug0 
 
Observando esses sete princípios, podemos tirar algumas 
conclusões: 
I. Há condições efetivas de trabalhar resultado econômico conjugado 
com efeitos sociais e ambientais positivos. 
II. A prática de ações com obediência a esses princípios leva 
necessariamente à exclusão dos problemas advindos das práticas comuns 
realizadas no atual paradigma do lucro a qualquer custo. 
III. O sétimo princípio parece fora de contexto, mas na verdade, deve 
ser sempre o princípio básico de toda ação humana que deseja fazer algo que 
efetive mudanças na realidade. 
Assinale a alternativa que contenha as opções corretas: 
A) Apenas as conclusões I e II são corretas 
B) Somente a opção I pode ser considerada correta 
C) Apenas as conclusões I e III são corretas 
D) Apenas as conclusões II e III são corretas 
E) Todas as alternativas estão corretas 
 
 
 
 
 
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7 
A alternativa C é a correta. 
A conclusão um é correta já que o próprio caso apresentado é uma prova 
da viabilidade desse modelo de princípios. 
A conclusão dois é generalista e não considera que nas ações humanas 
as possibilidades e implicações podem ir além dos princípios apresentados 
acima e, portanto, mesmo que esses princípios sejam aplicados a possibilidade 
de que problemas advindos da prática comum de hoje em dia continuem a 
acontecer. A questão da ação do homem é por demais complexa para que possa 
ser totalmente coberta por seis princípios, porém, isso não tira o mérito dos 
princípios de Yunus e muito menos a importância de sua aplicação. 
A terceira conclusão pode ser considerada correta já que fazer algo com 
alegria é um dos grandes prazeres que o ser humano pode ter em sua vida. 
Sempre e em qualquer situação, agir com o apoio da alegria significa maior 
dedicação, persistência e fé nos resultados almejados. Desse modo, as 
conclusões I e III são corretas e a alternativa C deve ser a marcada. 
 
Como foi na questão? Acertou? Vamos ver como o professor Henrique 
responde? Assista ao vídeo disponível no material on-line. 
 
Pesquise 
A análise de oportunidades e os erros mais comuns 
Após uma fase de intensa criatividade em busca de uma ideia que 
aproveite bem uma oportunidade, é normal que o nível de motivação e ansiedade 
do empreendedor cresça e com ele a vontade de partir logo para a efetivação da 
ideia. Porém, ao fazer isso ele estará pulando o importante momento de análise, 
avaliação, maturação e planejamento da ideia. Se com tudo isso ainda há 
negócios que fracassam, imagine o quanto é perigoso seguir sem essa parte da 
caminhada empreendedora! 
 
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Mas, antesde se fazer a abordagem sobre a análise de oportunidades, é 
importante abordar um pouco mais a questão de como identificar oportunidades 
pois essa fase acaba sendo a que mais colabora para a efetivação de boas ideias 
com potencial inovador. O objetivo é saber como observar o mundo em busca 
de oportunidades que possam ser inovadoras. Porém, o que é inovação? 
Fazendo uma busca entre diferentes autores que abordaram esse 
tema, é possível chegar no esquema que você vai conferir aqui: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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É nítida a grande amplitude do tema e como a inovação pode ser atrelada 
a diferentes pontos de vista, revelando conceitos bastante diferenciados e que 
remetem a questões importantes para as organizações. 
É possível destacar partes do quadro acima, como a definição de 
inovação colocada por JONASH quando ele que diz ser a “inovação um processo 
de alavancar a criatividade para criar valor”. Sem desprezar as demais 
abordagens, essa se torna bastante relevante pois em apenas seis palavras 
consegue apresentar o que de mais relevante se precisa para inovar: criar valor 
mediante criatividade! Em outras palavras, INOVAR É CRIAR VALOR! 
Se a ideia relacionada a uma oportunidade não for capaz de criar valor 
para um mercado fazendo com que seus segmentos de clientes não percebam 
valor, essa ideia não irá vingar. Se uma ideia não despertar em seu cliente o 
desejo de saber mais e desejar aquele produto ou serviço, dificilmente ele o irá 
consumir. Em resumo podemos então concluir que a missão do empreendedor 
em busca da inovação é de identificar como ele pode criar valor para o segmento 
de clientes que ele pretende atingir. 
Aqui cabe a ressalva apontada por TIDD(2008) na qual ele diz que “a 
inovação de modelo de negócio não requer a descoberta de novos produtos ou 
serviços, ou até mesmo de nova tecnologia, mas sim a redefinição de produtos 
e serviços já existentes e de como são usados, buscando-se criar valor”. Isso 
quebra o paradigma de que inovação precisa ser “inédita”, ou seja, sempre trazer 
algo totalmente novo para o mercado. 
É muito mais possível se inovar incrementando o que já existe do 
que trazer algo novo. 
E ainda é preciso se pensar mais longe com essa inovação. Captar a 
atenção e interesse do cliente até que ele consuma o produto - ou serviço - 
precisa ser visto como parte do processo de criação de valor. AUSTIN(20??) 
afirma que: 
 
 
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“criar valor para as pessoas... que estenda o momento imediato de 
consumo e sobreviva a ele... conectando-se com suas paixões... 
experiência enriquecidas que fortaleçam a marca e aumentem as vendas”. 
(p.200) 
Assim, se entende que o processo de valor passa pela oferta, entrega e 
captação de valor pelo cliente, não se restringindo ao momento do consumo e 
se estendendo de modo a se criar um vínculo valoroso onde a relação entre o 
que se ofereceu e o quem o consumiu permaneça e possa ser ampliada. 
Há uma famosa marca de motocicletas que não vende motocicletas em 
suas propagandas, mas sim ‘liberdade” e no enfoque dela, essa liberdade é para 
poucos. 
Quem conquista a “liberdade” mediante a compra de uma motocicleta na 
verdade passa a ser parte de um clube no qual a “liberdade” por eles oferecida 
se materializa sob a forma de eventos sociais, viagens, roupas personalizadas 
com a marca, venda de acessórios para personalização da motocicleta, ou seja, 
a captação de valor é ampla e duradoura, algo que representa receitas continuas 
e com alguma constância. Quando o empreendedor parte para a identificação 
de uma oportunidade que gere valor ele tem esse desafio de obtenção de valor 
no curto, médio e longo prazo. 
Motociclismo lembra paixão e isso nos remete a certos cuidados quando 
se está avaliando oportunidades. DOLABELA (1999, p.96) nos orienta bem a 
esse respeito apresentando os “oito erros que precisam ser evitados” ao se 
avaliar oportunidades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gostar da questão relacionada à oportunidade não significa que ela é uma 
boa oportunidade. A cegueira da paixão pode ser fatal! Também é perigoso ficar 
guardando para si uma ideia achando que ela pode ser roubada e aproveitada 
por outros. Ideias aparecem em mais de um lugar e o sucesso tende a vir para 
quem parte para a ação e não para aquele que a mantem no mundo das ideias. 
O erro 03 também é complicado, pois ideias tem um timming e, portanto, 
precisa maturar com certa rapidez para que aproveite a janela de oportunidade 
aberta a ela. Outro erro, que nem sempre acontece, mas que é perigoso, é 
postergar demais o aproveitamento da oportunidade fazendo com que ela deixe 
de acontecer quando devia. 
O erro 5 é um clássico! É muito comum ouvir empreendedores dizendo 
que a ideia é original e não há concorrência. Quando abrem o negócio, 
descobrem que a concorrência existe ou que os substitutos têm forte ação em 
seu mercado. O erro seguinte traz ameaças grandes de sustentabilidade 
econômica do negócio já que preço baixo quase sempre significa baixa margem 
de lucro ou mesmo nenhuma. Isso pode atrair clientes, mas não pagar as contas! 
 
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O erro da impaciência também é comum. O empreendedor acha que vai 
abrir o negócio e tudo vai acontecer conforme “sonhado”. Porém, a prática é o 
que ela tiver de ser e não o que se deseja que ela seja. Por isso, o stress da 
impaciência que pode ser fatal. O último erro, do lucro rápido, é da família da 
impaciência, com laços sanguíneos diretos com a falta de planejamento. Lucro 
não é algo rápido em quase a totalidade dos negócios. Pensar que será assim é 
uma grande ilusão que muitas vezes acaba afastando o empreendedor do 
sucesso pois ele acaba pulando fora do barco antes que esse atraque em um 
porto seguro. 
Podemos concluir que a inovação é um passo extremamente 
importante e decisivo para o sucesso da ação empreendedora. 
Inovar demanda atenção, cuidado e um trabalho apoiado pela razão, 
emoção, criatividade e boas informações, sem falar na discussão das 
ideias e oportunidades com outras pessoas que podem apontar novas 
visões, diferenciações, ameaças, enfim, aprimorar a oportunidade 
identificada. 
O professor Henrique está de volta para nos ajudar! Assista ao vídeo disponível 
no material on-line. 
 
Dica de Leitura 
Leia no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 69 
até a 78) a parte que aborda a questão dos principais erros no processo de 
avaliação de oportunidades. 
Vá até a nossa Biblioteca Virtual, no portal ÚNICO, e pesquise pelo livro 
sugerido. Clique aqui: 
 
Saiba Mais 
“Empreendedores Iniciantes - 14 Erros Comuns de Empreendedores” veja a 
matéria completa aqui: http://contaazul.com/blog/empreendedores-iniciantes-14-
erros-comuns-de-empreendedores/ 
 
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Outro vídeo muito interessante “Não desista nunca: a história da Embraer por 
Ozires Silva” aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Cxkelcp4jL0 
 
A inovação no contexto das oportunidades 
“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de 
caso. As peças redondas nos buracos quadrados. Os que veem as coisas de 
forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito 
pelo status quo. Você pode citá-los, discorda-los, glorificá-los ou difamá-los. Mas 
a única coisa que você não pode fazeré ignorá-los. Porque eles mudam as 
coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os veem 
como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente 
para achar que podem mudar o mundo, são as que de fato, mudam”. - A Apple 
Inc. APPLE(1997) 
 
Nada mais adequado do que abrir esse tema que tem como foco a 
questão da inovação falando sobre esse texto apresentado em uma propaganda 
da Apple no qual eles falam sobre as pessoas inovadoras, que são por muitos 
chamados de loucos, de desajustados e rebeldes. 
Há mesmo essas características nas pessoas que inovam. E não poderia 
deixar de existir já que delas é esperado mesmo que saiam do lugar comum, que 
nadem contra a maré e sejam desafiadoras de normas, padrões, conceitos e 
limites pré-estabelecidos. Realmente são pessoas assim que acabam mudando 
o mundo e será sobre eles e como eles se relacionam com oportunidades que 
vamos conversar nessa parte do curso. 
Pesquisando no site do SEBRAE foi possível identificar quais seriam as 
principais características de um verdadeiro inovador. A seguir você verá algumas 
características interessantes e que merecem ser melhor trabalhadas. 
 
 
 
 
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1. Segundo o SEBRAE, a característica “reconhecem necessidades” 
advém do fato de que inovadores entendem o que as pessoas estão 
procurando e acham formas de entregar isso. Saber olhar, observar, 
entender e relacionar o que vê em busca do novo é algo que está na 
essência da pessoa inovadora. Porém, esse reconhecimento é muito 
bruto, demandando um refinamento para que possa efetivamente atender 
uma necessidade e/ou aproveitar uma oportunidade. 
2. Daí a segunda característica de “desenvolver e refinar uma solução” 
que significa ir mais fundo, entender mais os detalhes, as minúcias, as 
relações, dependências, ameaças, enfim, chegar “mais perto” para ver 
melhor essa possível oportunidade. 
3. Essa solução refinada envolve riscos – terceira característica 
apresentada - e nisso o inovador precisa de uma dose acima da média, 
ou seja, ele precisa ter atitude para ir fundo em busca da realização dessa 
solução, mesmo que isso o coloque em contextos de risco elevado e 
possibilidades de fracasso. 
4. Também precisa ter uma postura de que ficando onde todos estão e 
parando na fronteira em que todos param, ele não vai conseguir trazer o 
novo. Portanto, ele precisa ir mais longe que os demais, se colocando 
em territórios e situações muitas vezes inusitadas, pouco claras, 
arriscadas, mas que são onde moram as novas possibilidades, os novos 
limites e os novos paradigmas. 
5. Por fim, a quinta característica tem relação com a capacidade que o 
inovador precisa ter é de criar significado. Aqui se está destacando a 
habilidade que ele precisa ter de fazer as pessoas pensarem diferente, 
verem diferente, concluírem diferente, pois se não fizerem assim, a 
inovação proposta terá grande dificuldade de ter seu valor percebido e 
desejado. 
 
 
 
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A questão do VALOR depende do grau de inovação a ser inserido na 
oportunidade e também em que elemento. Para entender melhor, vamos usar o 
conceito apresentado por TIPP(2005) no qual ele nos apresenta o conceito de 
inovação incremental e radical e ainda os 4P’s da Inovação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto menor o grau de novidades inseridas, mais a inovação poderá ser 
considerada incremental. Está ajudando o foco da inovação a ser mais valioso, 
porém, não o está transformando de modo radical. Se o grau de novidade for 
elevado, aí sim se pode falar em inovação radical. Em um carro, por exemplo, 
um acessório como sensor de ré ou um GPS no painel é algo que agrega valor 
ao carro, mas não o transforma de modo radical. Porém, se a inovação for, por 
exemplo, um carro movido a ar, com certeza teremos um grau de novidade e um 
impacto significativo no mercado. 
Essas novidades, em suas diferentes magnitudes, podem ocorrer no 
produto ou serviço, na forma como ele é produzido ou prestado, no contexto em 
que ele é oferecido ou ainda na forma como ele é percebido. Podemos imaginar 
por exemplo um carro que voa (“P” de PRODUTO), que é fabricado em uma 
fábrica voadora, como se fosse uma grande nave mãe (“P” de PROCESSO), 
para concorrer com as fábricas de aviões e helicópteros (“P” de POSIÇÃO), 
para ser vendido aos atuais compradores de veículos tradicionais (“P” de 
 
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16 
PARADIGMA) que precisarão ser convencidos de que valerá a pena trocar o 
carro tradicional pelo que voa. 
 
PPPP 
Inovar é uma questão sistêmica, no sentido de que se relaciona com 
diferentes elementos e demanda que estes elementos se comportem de modo 
coerente com ela, fazendo com que exista uma convergência em sua direção. A 
inovação pode fracassar se não houver aderência dos fornecedores, acionistas, 
bancos, clientes, parceiros, colaboradores. São conexões de ordem interna e 
externa que precisam estar alinhadas pelo empreendedor, para que possam de 
sair do papel. 
BES (2011) elucida isso quando diz que “Criatividade, ideias e novas 
tecnologias sozinhas não são suficientes”. Para ele, o processo de inovação 
deve ter pessoas para gerenciá-lo, com novas habilidades relacionadas ao perfil 
da proposição apresentada. Isso ajuda a quebrar alguns mitos de que inovação 
vem apenas da criatividade, ou que se inserindo tecnologia a inovação surge 
como consequência e de que as pessoas não costumam resistir ao novo. Mesmo 
ambientes bem servidos de pessoas, criatividade e tecnologias podem não ser 
inovadores. É preciso se ter o devido cuidado para fazer com que esses 
elementos convirjam de modo correto para a inovação. 
Por isso a frase “o empreendedorismo é um tipo de administração” de 
RIES (2012) tem muito sentido quando se está abordando a questão da 
inovação. Quando a administração está voltada para o manter, para o seguir, 
repetir, perpetuar e controlar para que não se saia do “trilho” está se falando de 
um tipo de administração diferente da praticada quando se está falando de 
empreendedorismo voltado para a inovação. Em sua visão, a empresa que inova 
precisa praticar a inovação e isso acontece mediante práticas indutoras da 
inovação, tais como design thinking, customer development, desenvolvimento 
rápido e outras ações que ele denomina como Lean Startup. 
 
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Não é o caso nos aprofundarmos agora nessas questões, mas é 
importante que se saiba que o aproveitamento de oportunidades passar por uma 
postura, prática e crenças diferentes das tradicionais. O empreendedor que 
inova precisa passar por essa metamorfose para assumir a forma correta de agir 
perante a inovação. RIES acredita tanto nisso que sugere que “empreendedor” 
deveria ser um cargo em todas as empresas modernas que dependem da 
inovação para seu crescimento futuro. 
A seguir, você confere um material que relaciona a inovação com 
informação e aprendizagem. 
UMA REFLEXÃO IMPORTANTE DA INOVAÇÃO RELACIONADA À 
INFORMAÇÃO E APRENDIZAGEM 
PERIN(2006) aponta em seus estudos sobre aprendizagem 
organizacional que: 
“Slater e Narver (2000) concentraram seu esforço de pesquisa no processo 
de geração de inteligência de mercado, descrevendo quatro estratégias 
de geração de informações – foco no mercado, colaboração entre 
organizações, experimentação e repetição de experiências – e 
demonstrando como tais estratégias contribuem para a capacidade de 
ação das empresas. Os resultados do levantamentoefetuado por Slater e 
Narver (2000) demonstraram a relação positiva e direta da geração de 
informações na capacidade de resposta das organizações ao seu mercado, 
bem como uma relação indireta por meio da disseminação da informação. 
A partir dessa constatação empírica, foram estabelecidas duas novas 
hipóteses: 
 A geração de informação exerce influência positiva sobre a 
capacidade de ação organizacional. 
 A disseminação de informação exerce influência positiva sobre 
a capacidade de ação organizacional. 
 
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Tais hipóteses são sintetizadas por George S. Day ao analisar o processo 
de aprendizagem. O autor afirma que: 
o sucesso não depende apenas das atividades de aquisição, disseminação 
e resposta à informação de mercado em uma noção temporal. Depende 
também da habilidade dos gerentes de questionar as normas 
organizacionais que são usadas pela empresa para determinar que 
informação é adquirida, disseminada e utilizada como base para a ação, e 
mais importante, como esta informação é interpretada para delinear 
implicações para futuras ações organizacionais (DAY, 1994b, p. 411)”. 
 
Fica claro nessa abordagem que o empreendedor em busca de 
oportunidades inovadoras precisa ser uma pessoa que lida muito bem com 
informação. Portanto, qualquer preparação no sentido de entender mais 
sobre o gerenciamento de informações e daí, do conhecimento e 
aprendizagem, lhe será BÁSICO para seu sucesso como agente inovador. 
 
Ao se ver diante de uma aparente oportunidade é precio desenvolver 
algumas ações, sem, contudo, aplicar metodologias complexas e demoradas. 
Em termos, podemos dizer que “a pressa é amiga da inovação”, ou seja, 
despender um tempo exagerado analisando ideias pode ser fatal para que se 
perca a oportunidade dessa ideia. Então, é preciso ser ágil e eficaz nesse 
momento. A ideia estando identificada, deve passar por um processo rápido de 
definição para em seguida ser aplicada a um grupo de pessoas como que se 
essa estivesse sendo analisada em um laboratório. Essa ideia deve passar por 
diversas críticas, ajustes e adaptações em busca de se identificar realmente qual 
é a ideia com potencial inovador. 
Nessa hora se pode julgar sua visão pelo olhar do cliente, buscar novas 
interações, usos e insumos e ainda forçar conexões e aplicações. É um momento 
de crivo criativo e humano, buscando moldar a ideia a ponto de que possa ser 
 
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encaminhada para uma metodologia que seja capaz de modelar o negócio 
aproveitando ao máximo esse potencial inovador e de oportunidade. 
Nessa hora é importante o apoio de algumas técnicas a começar pela 
Avaliação PNI. 
É uma técnica que permite avaliar uma ideia com base em três aspectos 
(Positivos, Negativos e Interessantes). O objetivo é identificar o potencial e os 
possíveis efeitos adversos de cada uma das ideias alvo de análise, para assim 
facilitar a tomada de uma decisão 
Neste processo é importante fazer sentir nos participantes total liberdade 
de expressão e ter presente que não existem ideias ruins. 
 
 
 
 
 
 
 
SCAMPER – Técnica de Geração/Melhoria de Ideias 
Serve para guiar o empreendedor na realização de uma sessão de 
brainstorm a respeito de novos produtos e serviços. Instrumento de inovação 
cuja intenção é criar novas versões de um produto ou serviço, ou até mesmo 
gerar uma ideia totalmente diferente, que pode mudar os rumos da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mapa de Empatia 
Ferramenta interessante que proporciona uma visão do cliente em relação 
ao mercado em que a ideia se posiciona. Esse momento empático, olhando com 
os olhos do cliente é muito rico e proporciona muitos insights interessantes já 
que obriga o empreendedor a sair de sua visão e entrar em outro ponto de vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Seis Chapéus 
A técnica dos seis chapéus é uma poderosa ferramenta para a tomada de 
decisão, que permite ao utilizador, múltiplos pontos de vista. Ela permite que a 
emoção necessária e ceticismo a ser levados para o que seria de decisões 
puramente racionais. Ela abre a oportunidade para a criatividade no processo 
decisório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Após a aplicação de técnicas como essas apresentadas é possível se 
amadurecer a ideia a ponto de poder transformá-la em um modelo de negócio. 
O importante é não deixar de fazer esse processo de maturação da ideia, pois 
ela permitirá um amadurecimento da mesma, potencializando e tornando mais 
claro o que se objetiva alcançar com essa inovação. 
Nessa altura da caminhada empreendedora se tem em mãos uma ideia 
trabalhada e com altas perspectivas de efetividade em termos de aproveitamento 
de uma oportunidade. Essa é a semente que o empreendedor precisava para 
poder “plantar” sua inovação. Porém, ainda não é hora de partir para sua 
implementação! Ainda é preciso que se tenha uma maior consciência sobre a 
aplicação dessa ideia e se faça a modelagem e planejamento da mesma. 
 
Agora é com o professor Henrique! Complemente os seus estudos, assistindo 
ao vídeo disponível no material on-line. 
 
Dica de Leitura 
Leia no capítulo 3 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 85 até a 
93), o trecho que aborda diferentes aspectos do processo de inovação. 
 
Saiba mais 
Dois vídeos bem interessantes: 
A história do LEGO https://www.youtube.com/watch?v=tLfWKHlzie4 
E as “7 Dicas para ter boas ideias”: 
https://www.youtube.com/watch?v=CKVmDvE-
6CE&list=PL9242FF7B1A8AF958&index=1 
 
 
 
 
 
 
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23 
A ação dos empreendedores desde a Revolução Industrial 
Se o mundo vem passando por transformações nos últimos séculos e de 
um modo intenso, se deve isso, em boa parte, à ação dos empreendedores. São 
pessoas transformadoras que mudam a realidade e constroem as mudanças nas 
sociedades. A seguir, algumas características dessas mudanças: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observando esses fatores de mudança é possível perceber a relação 
destes com as pessoas empreendedoras e inovadoras. Muitos desses fatores 
acontecem a contar dos esforços transformadores guiados pelos sonhos e metas 
dessas pessoas. Porém, há também as mudanças de cunho social, cultural, 
comportamental, enfim, acontecem no âmbito das sociedades e de suas 
adaptações e alterações de hábitos, costumes e crenças. 
Também é interessante salientar as fontes de oportunidades inovadoras 
que podem ser relacionadas ao inesperado (a penicilina foi descoberta a contar 
da formação de fungos em pesquisas que não estavam relacionadas a esse 
objetivo), necessidade (como foi visto na história da empresa LEGO onde o 
fundador agiu por necessitar alimentar os filhos), mudanças de percepção 
(pessoas sem tempo e necessitando de se alimentar sem muito dispêndio de 
 
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tempo levaram ao surgimento do “fast-food” como opção adequada a essas 
pessoas) e conhecimento (tecnologias advindas de pesquisas levaram o Brasil 
a captar petróleo em águas profundas). 
Todas essas fontes e fatores nos mostram o quanto as mudanças, 
principalmentenos últimos séculos que se seguiram à Revolução Industrial, 
impactaram as pessoas, sociedades e o próprio planeta. Entretanto, nem todas 
as mudanças foram positivas. O mundo mudou tanto para melhor quanto para 
pior graças às ações humanas. 
A coragem, determinação, superação e poder de realização, 
características bastante louváveis do ser humano, foram responsáveis por várias 
coisas positivas, tais como: grandes invenções; aumento da expectativa de vida; 
cura de várias doenças; vida mais confortável e tecnologias incríveis. Por outro 
lado, características nem tão desejáveis do ser humano, como egoísmo, 
ganância, destruição e desperdício foram responsáveis por coisas negativas, 
como, por exemplo, a desigualdade social, destruição da natureza, corrupção, 
competição sem ética e guerras. 
A palavra DESENVOLVIMENTO vem sendo usada para essas duas 
frentes da ação humana como uma justificativa bastante defensável para todas 
essas transformações. Alguns dizem que não se pode “fazer um omelete sem 
quebrar alguns ovos” e outros que “os fins justificam os meios”. 
De qualquer modo, o saldo dessa prática, com ênfase nos dois últimos 
séculos é de que tal modus-operandi humano não está nos levando para um 
contexto sadio e de qualidade de vida. 
Existe uma série de problemas de ordem socioambientais que não 
podem ser desprezados em meio à vida moderna. Nunca se teve tanto 
crescimento de áreas desérticas e de erosão dos solos como atualmente; 
a destruição de ecossistemas ocasionados por desmatamento e destruição 
de hábitats naturais é intensa; a extinção de espécies animais e vegetais é 
vista nos diferentes continentes; o crescimento populacional, 
principalmente das sociedades menos preparadas para isso, permanece e 
 
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25 
se intensifica; os serviços de saúde e de melhoria da qualidade de vida se 
torna precário ou restrito à camada privilegiada das populações; as 
mudanças climáticas presentes no mundo com diferentes impactos; 
consumo exagerado de recursos naturais sem programas de reposição e 
manutenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sob essa questão do consumo dos recursos, há um interessante estudo 
do órgão governamental americano US Geological Survey desenvolvido em 
2007 que buscou estudar o cruzamento entre as informações de consumo anual 
de materiais e o consumo das reservas naturais disponíveis e as descobertas 
foram bem interessantes e com perspectivas de impactos na vida de todos nós. 
Vale a pena conferir >> 
O homem lida com o planeta e seus habitantes como se fosse o dono da 
Terra, estando tudo e todos a seu inteiro dispor e com a crença de que os fatores 
disponíveis são ilimitados. Esse paradigma não é só insustentável como é 
 
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26 
altamente perigoso pois leva ao consumo desenfreado, aliado a uma distribuição 
de renda injusta e danos ao planeta em níveis nunca antes observados. Daí 
surge a importante questão: Será que há como obter progresso e 
desenvolvimento sem opressão e destruição? 
É preciso que exista um modo disso acontecer sob pena da extinção da 
raça humana e todas as demais raças, com total comprometimento em termos 
das condições de vida inteligente no planeta. Se é que se pode chamar de 
“inteligente” a forma como o homem vem conduzindo suas ações atualmente. 
Se temos a intenção de obter sociedades mais justas e com modo de vida 
mais respeitoso ao meio ambiente, precisamos de uma prática nova, pois fazer 
do mesmo modo que se vem fazendo não trará esses resultados. 
Aqui se está falando de uma nova consciência de que os impactos nocivos 
não são apenas os causados pelos governos, grandes empresas e sistema 
econômico vigente. Todos nós temos nosso grau de contribuição a esse contexto 
e temos também responsabilidade para com ele, ainda mais quando estamos 
interessados em sermos empreendedores, inovadores e aproveitarmos 
oportunidades. 
 
Uma das maiores loucuras do ser humano é esperar resultados 
diferentes fazendo sempre a mesma coisa. 
 
Não dá para esperar mais tempo ou achar que não fazemos parte do 
problema. Precisamos de uma nova consciência, de novas práticas e de formas 
corretas de gestão e intervenção nos negócios e sociedades. 
E para isso, é importante que se tenha uma noção do tamanho do 
problema que estamos inseridos e há um estudo que nos mostra um pouco 
dessa questão. 
 
 
 
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O conceito se chama Pegada Ecológica, que é a métrica que nos permite 
calcular a pressão humana sobre o planeta e chegar a fatos, tais como: se todos 
vivessem o estilo de vida do americano médio, precisaríamos de uma 
quantidade de recursos naturais equivalente 5 planetas Terra 
Nesse mesmo site, os autores fizeram um cálculo de suas pegadas e o 
resultado nos mostra que temos um contexto de vida que nos leva à necessidade 
de termos 1,3 planetas por ano para sustentarmos nosso padrão de vida e 
consumo. A pegada calculada é de 2,3 hectares globais da área bioprodutiva do 
planeta Terra, sendo que o planeta consegue se manter apenas se a pegada for 
inferior o igual a 1,7 hectares. 
É preocupante pensar que estamos consumindo mais de um planeta, pois 
só temos um para esse fim e, portanto, a médio prazo estaremos passando por 
sérios problemas caso não façamos uma mudança de nossas posturas e ações. 
Fechamos esse importante tema buscando levar você a uma reflexão 
sobre nossas práticas, crenças e atitudes. Essa reflexão é fundamental para o 
papel de agente transformador que pretendemos ser em nossa caminhada 
empreendedora na medida em que precisamos ser parte da cura, e não da 
doença, em termos da interferência na realidade que receberá nossas ações e 
transformações. 
Pode nos ajudar, professor Henrique? Assista ao vídeo disponível no material 
on-line! 
 
Dica de Leitura 
Leia no capítulo 4 do livro: A Caminhada Empreendedora (páginas 96 até 102), 
parte que aborda os elementos comentados no presente tema. 
 
Saiba mais 
Dois vídeos, o primeiro: “A história das Coisas”, aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw 
 
 
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E o outro fala de um documentário lançado em 2009, produzido pelo 
jornalista, fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand. O filme é 
inteiramente composto de imagens aéreas de vários lugares da Terra. Mostra-
nos a diversidade da vida no planeta e como a humanidade está ameaçando o 
equilíbrio. Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jvXTCpwU_YA. 
 
O legado a ser revisto e melhorado 
Vimos que a prática do homem em termos econômicos tem sido incorreta 
e permeada de consequências indesejadas, sendo, portanto, necessária uma 
mudança de consciência. O legado dos últimos séculos tem sido pesado para 
boa parte da população mundial. 
Esse desequilíbrio tem causado muitos problemas, alguns de ordem 
global, e outros que parecem estar fora de controle do ser humano, ou seja, não 
temos como revertê-los, apenas podemos tentar achar caminhos para conviver 
com ele. E isso não é justo e muito menos desejável quando pensamos no 
planeta que vamos deixar para nossos filhos e netos. Deveríamos trabalhar para 
deixar a eles um planeta pelo menos dentro do mesmo parâmetro que 
recebemos, se possível, melhor do que o recebido. Porém, não é essa nossa 
prática até o presente momento. 
Em virtude de estarmos nos limites do indesejável, cabe ao 
empreendedor refletir: 
Posso eu, pensar em mim mesmo, enquantomuitos pagam o preço do meu 
sucesso? 
Os produtos e serviços que serão ofertados pelo negócio respeitam as regras 
ambientais e o espaço comum? 
Minhas ações empresarias são permeadas por ações de inclusão social e de 
distribuição de renda? 
 
 
 
 
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29 
Ao refletirmos sobre essas questões, muitas vezes nos defrontamos com 
argumentações do tipo “sempre foi assim, porque logo eu tenho de fazer 
diferente? ”; “se ninguém faz diferente eu também não vou fazer, afinal, ‘uma 
andorinha não faz verão’”; “isso tudo é muito bonito, mas na prática é utopia! ”; 
“mesmo que eu mude, o impacto da minha mudança será mínimo já que a 
maioria não mudou! ”. Porém, todas elas tentam se basear no fato de que 
mudanças de grande alcance são difíceis. E isso é verdade, porém, muitas já 
aconteceram na história humana e, portanto, são passíveis de serem 
alcançadas. 
O fato relevante é que segundo alguns estudos, como os apresentados 
no documentário desenvolvido pelo antigo vice-presidente do Estados Unidos, 
Al Gore, “Uma verdade inconveniente”, estamos no limiar de uma possibilidade 
de estabilização e reversão dos danos já provocados e que a contar de agora – 
se não houver uma mudança de grande magnitude – estaremos fadados a 
conviver com uma condição de qualidade de vida cada vez pior ou pelo menos, 
estável em um patamar abaixo do que conhecemos hoje em dia. 
 
Assista ao trailer “Uma verdade inconveniente” aqui: 
https://www.youtube.com/watch?v=qJ02wDKgRNc 
 
Não se trata aqui de discutir se documentários como esse são 
oportunistas ou infundados, a questão mais relevante é o alerta de que 
precisamos fazer diferente pois do modo que estamos fazendo, não iremos muito 
longe, pelo menos com a qualidade de vida que estamos acostumados. 
Essa preocupação vem tomando espaço no planeta, e não somente das 
pessoas, mas também das grandes corporações e entidades. 
 
 
 
 
 
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30 
Prova disso são alguns conteúdos disponíveis na Internet. Confira... 
 
20.03.2015 – UNESCOPRESS 
Gestão mais sustentável da água é urgente, diz relatório da ONU 
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-
view/news/urgent_need_to_manage_water_more_sustainably_says_un_report/
#.VfA89RFViko 
16/09/2014 – ONUBR 
Relatório da ONU: fome diminui, mas ainda há 805 milhões de pessoas 
no mundo com desnutrição crônica – http://nacoesunidas.org/relatorio-da-onu-
fome-diminui-mas-ainda-ha-805-milhoes-de-pessoas-no-mundo-com-
desnutricao-cronica/ 
01/07/2015 – Portal Brasil 
Relatório da ONU apresenta Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – 
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/07/relatorio-da-onu-
apresenta-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio 
26/08/2015 – AKATU 
Papa pede aos cristãos estilo de vida coerente com a defesa do meio 
ambiente - 
http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Papa-pede-aos-
cristaos-estilo-de-vida-coerente-com-a-defesa-do-meio-ambiente 
 
Percebe-se nessas questões a urgência e importância de se trabalhar os 
temas relacionados a uma melhor relação das ações humanas perante as 
economias, sociedades e meio-ambiente. 
É urgente a prática de um empreendedorismo sustentável. 
 
 
 
 
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Um empreendedor é, antes de tudo, um ser humano, portanto, qualquer 
abordagem a seu respeito deve levar em consideração e em primeiro plano, o 
fato dele ser gente. Isso de cara retira do contexto a visão de super-homem e de 
pessoa com tantos atributos que não parece ser algo alcançável por um de nós, 
pobres mortais. Ele é gente como a gente, mais que isso, somos todos na 
verdade empreendedores, o que difere é a intensidade de nossos 
conhecimentos, habilidades e atitudes. 
Algo que também nos diferencia são nossos valores, crenças e senso 
ético. Cada um de nós carrega em si um conjunto próprio de valores, crenças e 
senso ético que formam nossos modelos mentais, ou seja, nossos filtros para 
percepção, entendimento e reação aos acontecimentos da vida. 
A diversidade de modelos se iguala ao número de habitantes no planeta, 
já que dificilmente encontramos dois modelos mentais totalmente idênticos. 
Desse modo, o uso “empreendedor” de nossos conhecimentos, habilidades e 
por consequência, as nossas atitudes, são resultados de como nossos valores e 
crenças estruturaram nosso modelo mental. 
Interessante que, mesmo considerando tal dispersão de modelos, as 
bases são relativamente limitadas. Existe o certo e o errado. Mesmo crendo que 
isto difere de tempos em tempos e de sociedade para sociedade, há um alicerce 
que pouco se modifica, tal como pequeno conjunto de leis – universais – que 
regem todas as consciências, em todos os tempos e lugares. Agora, se essa 
consciência segue a lei ou não, é questão de cada um, de seu livre arbítrio. 
Dessa constatação do livre arbítrio surge uma dessas leis universais, que 
é a das mais importantes: a lei da causa e efeito, ou de ação e reação, que tem 
por finalidade o progresso intelectual e moral do homem. Segundo a Terceira Lei 
de Newton (Isaac Newton, Físico e Matemático Inglês, 1642-1727), “a toda ação 
corresponde uma reação de igual intensidade e sentido oposto”. Ou seja, cedo 
ou tarde, o resultado da ação de alguém acaba voltando a ele mesmo. Afinal, foi 
o próprio Cristo que assegurou que “a semeadura é livre, mas a colheita é 
obrigatória”. Se fizer o bem, terá boas chances de farta e desejada colheita. Se 
 
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optar pelo mal, talvez o fruto que venha a colher não seja dos mais doces. Tudo 
que se faz gera algum tipo de consequência. A vida é complexa e sua teia liga 
tudo a todos. Portanto, qualquer ação do empreendedor repercute na grande teia 
causando efeitos a si, a seu entorno e ao todo. Pensar que o “esperto”, 
trapaceiro, desonesto, corrupto e delinquente vai passar ileso por todo o tempo 
e eternidade é um grande engano. Sempre há o momento de se arcar com as 
responsabilidades em relação aos próprios atos. Disso não se pode escapar! 
Não se pode prever quando, mas é certo que esse dia chegará para todos. 
Outra lei que podemos considerar universal é a lei do trabalho. Afinal, 
cabe a todos o dever de se dedicar ao trabalho como forma de evolução pessoal, 
profissional, social e até mesmo espiritual. O trabalho dignifica o homem e o 
torna alguém capaz de, mediante o desempenho de suas habilidades, 
transformar o mundo. O que não pode é fazer da lei do trabalho uma antítese à 
lei da conservação, ou seja, o trabalho humano ter o direito de destruir o planeta. 
Na prática, infelizmente, isso acontece. 
O homem, com a desculpa do desenvolvimento, passa por cima de tudo 
para obter o lucro financeiro. Essa é uma grande desobediência à lei da 
conservação (outra lei universal) que, de tão nefasta, atinge também a lei da 
sociedade (mais uma...). Segundo esta lei, a sociedade é mais importante que o 
indivíduo e a ação de cada um não deve prejudicar o próximo. 
É triste constatar o quanto os empreendedores já foram injustos, 
insensíveis e destruidores. Quanta exploração no trabalho, desprezo pelo 
próximo e injustiça social já foi feita, a ponto de termos um planeta tão desigual 
em termos de suas sociedades. 
Nessa direção, vemos que tais ações levam ao descumprimento das 
outras leis universais, que são as relacionadas à igualdade, liberdade e caridade. 
Em pleno exercício do capitalismo selvagem, o homem justifica o lucro a 
qualquer custo como sendo algo moral, legale correto, porém, tal busca quase 
nunca ocorre dentro dos princípios da igualdade, liberdade e respeito ao 
próximo. A usura, o egoísmo, o ódio e outros defeitos odiosos se fazem 
 
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presentes em todo o planeta, gerando uma situação de desequilíbrio, exploração 
e injustiça, que em nada se assemelham ao que pregam todas as grandes 
religiões: justiça, amor e caridade. 
Agora que demos início ao século XXI, precisamos ver que a ação 
empreendedora é a grande chave para a salvação do planeta. A continuidade 
das práticas que nos trouxeram até aqui, se mostra capaz de tornar a Terra 
inabitável em poucas décadas. Pelo atual desenvolver das coisas, o ar, a água, 
o clima e vários outros fatores essenciais estão a um passo do esgotamento ou 
deterioração definitiva. Além disso, temos realidades sociais tristes. Milhões de 
desabrigados, de famintos, de refugiados, de desempregados, enfim, uma 
parcela significativa dos habitantes da terra vivem em um mundo totalmente 
diferente daqueles que tem abrigo, alimento, trabalho e dignidade. 
Tanto desequilíbrio vem mostrar o quanto as leis estão sendo 
desrespeitadas. E por quê? 
No fundo, porque os valores, crenças e senso ético das pessoas – 
poderosas – estão moldando modelos mentais que direcionam os 
conhecimentos, habilidades e atitudes para ações que não prezam pela 
justiça, sustentabilidade e respeito. 
Assim, cabe a cada um de nós que está percorrendo ou pretende 
percorrer a própria caminhada empreendedora decidir se seremos parte da 
doença ou parte da cura. 
Vamos agir para manter ou piorar esse contexto de desequilíbrio e 
destruição ou vamos partir para um caminhar mais justo e sustentável? 
Surge dessa decisão o exercício do conceito do Desenvolvimento Local 
Sustentado, que diz ser possível e necessária a prática de um desenvolvimento 
que torne as comunidades mais sustentáveis e capazes de atender suas 
necessidades imediatas dentro da perspectiva de que estas sejam capazes de 
atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as 
gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. 
 
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Do contexto local, expandimos esses princípios para o âmbito regional e 
nacional, obedecendo as orientações do Relatório Brundtland1i que remete aos 
Estados nacionais a obrigações de: 
Limitação do crescimento populacional 
Garantia de alimentação em longo prazo 
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas 
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de 
tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis 
Aumento da produção industrial nos países não industrializados á 
base de tecnologias ecologicamente adaptadasii 
Controle da urbanização e interação entre campo e cidades menores 
Satisfação das necessidades básicas 
 
Por isso precisamos tanto dos empreendedores: somente eles poderão 
fazer acontecer o desenvolvimento planetário sustentável. 
Cuidar do que é nosso, certo professor Henrique? Vamos assistir ao vídeo 
disponível no material on-line. 
 
Dica de Leitura 
Leia no capítulo 4 do livro: A Caminhada Empreendedora (página 109 até a 
116), parte que aborda a prática do empreendedorismo sustentável. 
 
 
 
1 Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, 
elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
em 1987, que faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21. 
 
 
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Saiba mais 
Um vídeo bem interessante: “Negócios Sustentáveis - Centro Sebrae da 
Sustentabilidade”. Ele mostra como o SEBRAE tem se relacionado com a 
questão da formação de empresas sustentáveis. 
Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=NVewmAg72lo 
 
 
A importância do Desenvolvimento Local Sustentado na ação 
empreendedora contemporânea 
Toda a questão do Desenvolvimento Local Sustentado – DLS – permeia 
novas práticas relacionadas às ações dos empreendedores do século XXI. 
Questões como comportamentos, motivação, liderança, comunicação, 
planejamento e tomada de decisão precisam ser compatíveis e sinérgicas nas 
atitudes e busca de resultados pelo empreendedor. 
Em todos os momentos da caminhada empreendedora, cabe ao 
empreendedor ser alguém capaz de lidar com os desafios, contextos e 
problemas de modo eficiente e eficaz em termos econômicos, comerciais e 
legais, porém, mais do que isso, é preciso aliar a todas essas práticas a 
consciência e o exercício sustentável. E isso, muitas vezes é algo que não é visto 
na realidade dos empreendedores. 
Porém, é preciso que se incorpore de modo amplo e profundo o jeito 
sustentável de agir no empreendedor moderno. A questão que se segue a isso 
é COMO isso pode ser feito? 
 
 
 
 
 
 
 
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Vamos avaliar algumas das questões comentadas mais acima no 
texto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O quadro nos ajuda a perceber que não se trata de uma substituição de 
um modo de agir por outro, mas sim da incorporação de certos padrões e 
referências ao que já vinha sendo feito pelo empreendedor. A questão da 
consciência socioambiental precisa permear todas as suas ações, crenças e 
habilidades de modo a que esta seja parte real e efetiva de sua prática 
empreendedora. 
Essa prática ganha especial importância quando refletimos sobre a 
realidade brasileira. Somos um país maravilhoso que, como diz na música “País 
tropical” do Jorge Bem, é “abençoado por Deus e bonito por natureza! ”, mas 
mesmo tendo todos esses atributos, é uma sociedade sofrida e com sérios 
problemas e desequilíbrios. 
 
 
 
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Para entender melhor isso, vamos observá-lo sob três prismas diferentes: 
 
 
Esses dados refletem levantamentos do ano de 2014, sendo importante 
salientar que o posicionamento do GINI foi elaborado mediante dados de 
diferentes países, levantados em diferentes anos já que não um estudo mais 
estável de datas nesse índice. Porém, não se trata de uma questão que 
desmereça o quadro já que reflete muito bem a questão do posicionamento 
mundial do Brasil em termos de distribuição de renda. Cabe ainda refletir que 
tivemos nos últimos 15 anos melhorias significativas no índice de GINI, mas que 
agora tem se estabilizado no patamar de 0,52. 
 
Clique aqui e confira os dados: http://www.estudoadministracao.com.br/wp-
content/uploads/2015/04/indice-de-gini-Brasil.jpg 
 
 
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O fato, comprovado pelo gráfico no ícone a seguir, é que estamos entre 
os piores GINI’s do mundo. Isso não é nada compatível com a sétima economia 
do mundo e que tem um desenvolvimento humano de caráter mediano. Esse 
descompasso é altamente prejudicial ao país e reflete práticas que sustentam 
essa realidade injusta e indesejada. 
Veja o gráfico menciona aqui: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/2014_Gini_Index_
World_Map,_income_inequality_distribution_by_country_per_World_Bank.svg/
2000px-
2014_Gini_Index_World_Map,_income_inequality_distribution_by_country_per
_World_Bank.svg.png 
 
Precisamos agir em prol de um equilíbrio correto entre esses e outros 
índices brasileiros, criando um país mais equilibrado, justo e bom para a maioria. 
Assim, a ação do empreendedor precisa estar “recheada” de SÓCIO-
ECOEFICIÊNCIA. 
 
Como esse termo nãoexiste, é importante que o criemos! 
 
Podemos pensar que se trata da obtenção de boas práticas e atitudes 
tanto na magnitude econômica, quanto na social e ambiental. São ações que 
sempre consideram essas três frentes. A eficiência econômica já é bastante 
conhecida e está balizada na ação que reflete em bons resultados financeiros. 
Portanto, não vamos nos fixar nelas. 
Em termos de SÓCIO-EFICIÊNCIA, podemos pensar em termos de o 
empreendedor agir além de suas relações internas e de entorno, buscando com 
elas melhorar as condições de vida e de oportunidades de pessoas com as quais 
não tem relação direta ou ganhos diretos por essa melhoria. 
 
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Ou seja, aquilo que o empreendedor faz sem querer nada em troca, 
atingindo públicos que não sejam seus funcionários, clientes, parceiros, 
etc. 
A magnitude ecológica – a ECO-EFICIÊNCIA – diz respeito a ações que 
irão contribuir para as melhorias de condições do planeta. Dentre essas, 
podemos destacar: 
Redução no uso de 
matérias-primas 
Redução no consumo 
de energia 
Redução na produção 
de resíduos 
Reutilização de 
materiais 
Utilização de materiais 
reciclados e 
principalmente de 
materiais recicláveis 
Uso máximo de 
recursos renováveis 
Aumento da 
durabilidade dos 
produtos 
Aumento da qualidade Possibilidade de 
reciclagem dos 
produtos 
 
Entretanto, essa tríplice atenção não acontece de modo estanque, ou 
seja, elas se relacionam, se inter-relacionam e se afetam mutuamente. Isso quer 
dizer que se trata de um modo de ser e de fazer acontecer sistêmico e complexo 
do empreendedor que sempre estará atuando respeitando e considerando as 
três vertentes. 
Isso é tanto verdade e se mostra como uma tendência que já se pode 
identificar no mercado cursos de formação de gestores sustentáveis e livros 
totalmente desenvolvidos dentro dessa visão sustentável. 
Desse modo, fica claro que o empreendedor moderno não pode ser uma 
pessoa que atua balizada pelo modo como se fez acontecer no passado, mas 
sim pelo que tem de ser feito, do jeito correto de se fazer e com a consciência 
mais ampliada, apontando para um papel no qual este se destaca não apenas 
como um executivo, mas como cidadão e habitante do planeta Terra. 
 
 
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Desenvolvimento Sustentável é importante, certo professor Henrique? Saiba 
mais assistindo ao vídeo disponível no material on-line! 
 
Dica de Leitura 
Leia no capítulo 9 do livro: Desenvolvimento e Sustentabilidade (página 171 
até a 180), parte que fala sobre o Desenvolvimento Sustentável. 
Clique aqui para acessar o livro: 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/712.php 
 
Saiba mais 
Como identificar oportunidades de mercado? 
Veja a resposta no “SEBRAE Papo de Negócio” com Prof. Marcelo Nakagawa. 
Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o 
 
 
Na Prática 
Inovar para sair da crise mediante criatividade 
Questão discursiva 4 (enade-2012) 
Algumas empresas com espírito inovador estão subvertendo a lógica 
tradicional da indústria. No lugar de departamentos de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D), lotados com técnicos e pesquisadores altamente 
especializados, elas contam com ideias de pessoas que chegam do mundo todo, 
via Internet. 
Um modelo adotado por uma empresa americana chama a atenção: 
qualquer pessoa, com a contribuição de 10 dólares, pode lançar uma proposta 
de produto, que será submetida a um fórum de mais de 200 000 colaboradores 
virtuais. 
Na sede da empresa, onde trabalham 78 pessoas, os protótipos dos 
produtos são confeccionados em plástico, em impressoras 3D, e o processo de 
 
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41 
aperfeiçoamento dos protótipos conta, também, com a colaboração dos 
voluntários da rede. Os modelos finais são produzidos em fábricas chinesas. 
Os inventores e os internautas que palpitaram compartilham o equivalente 
a 30% das vendas, conforme sua participação no processo. 
A empresa foi criada com o aporte de 15 milhões de dólares angariados 
em fundos de capital de risco, conta com um portfólio de produtos com 
expressivos volumes de vendas e tem cerca de 70 projetos em fase final de 
desenvolvimento. Cada um dos projetos é controlado por funcionários da 
empresa e tem prazo para acabar – não mais que seis semanas. 
Todavia, novos modelos de negócios trazem novos desafios, como a 
complexidade das questões relacionadas à propriedade intelectual e à 
democratização da produção caseira de produtos, propiciada pela expansão da 
oferta de impressoras 3D. 
MANO, C. A multidão manda. Exame, São Paulo, ano 46, n. 1016, p. 112-
114, 16 mai. 2012 (adaptado). 
 
A respeito dessa situação, responda às perguntas a seguir, justificando 
sua resposta. 
a) Que tipo de estrutura organizacional melhor representa a situação 
descrita? 
b) Como os sistemas de informação dão suporte aos processos 
interativos de desenvolvimento de produtos e serviços? 
c) Quais os incentivos para um fundo de capital de risco investir nesse 
tipo de empreendimento? 
d) De que modo processos de inovação aberta tais como o descrito 
no texto podem contribuir para a solução de problemas públicos relacionados a 
governos e cidadãos? 
 
 
 
 
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Síntese 
A presente aula trabalhou os desafios seguintes à decisão do 
empreendedor de partir para a realização de sua caminhada em busca da 
realização de seu sonho. A contar de seu efetivo querer, ele passa para a 
definição do alvo de sua ação empreendedora e nessa hora, ele precisa lançar 
mão de seu potencial criativo e isso muitas vezes se torna um problema já que 
ele não está acostumado a ser criativo ou mesmo nem se considera detentor de 
criatividade. 
Foi trabalhada a importância da criatividade, seus conceitos, 
características, desafios e caminhos para ela volte a ser algo presente e 
constante na vida do empreendedor, inclusive colaborando em seus passos da 
caminhada empreendedora de diferentes maneiras. Então surge as relações 
entre o empreendedor, sua criatividade e as organizações, abordando como 
esses três elementos de integram, se interdependem e precisam de um agir 
sistêmico e convergente. 
Porém, criatividade por si só não é suficiente para que se defina o destino 
da ação empreendedora. Ela precisa colaborar com a identificação de 
oportunidades de negócio que sejam realmente interessantes, necessárias, 
diferenciadas e que possam se tornar boas opções no mercado. Essa atividade 
de identificação de oportunidades demanda certas competências do 
empreendedor e quando detectadas, demandam então outras competências 
para que ele seja capaz de transformá-la em um bom modelo de negócios. 
Portanto, o caminho da criatividade à inovação é composto de muitos desafios, 
competências, percepções, análises e conexões. 
Tal realidade vem provar que o empreendedor precisa ser efetivamente 
alguém com bom nível de conhecimento, detentor de boas competências e ao 
mesmo tempo, determinado pois encontrar uma boa ideia de negócio com alto 
poder de inovação é um desafio a ser vencido nessa etapa da ação 
empreendedora. 
 
 
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43 
Agora o professor Henrique faz os comentários finais da aula de hoje! Assista ao 
vídeo no material on-line. 
 
Referências 
AKATU – Consumo consciente para um futuro sustentável. Papa pedeaos cristãos estilo de vida coerente com a defesa do meio ambiente. Disponível 
em http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Papa-pede-aos-
cristaos-estilo-de-vida-coerente-com-a-defesa-do-meio-ambiente 
ALMEIDA, Ricardo. A Metodologia PNI. Disponível em 
http://www.ricardoalmeida.adm.br/pni.pdf 
AMA – Nova Aprendizagem – Agência para a Modernização da 
Aprendizagem: Os seis chapéus do pensamento. Disponível em 
http://www.rcc.gov.pt/novaaprendizagem/nl/Documents/Guia%20@prender_14
_V2-Final.pdf 
APPLE. Apple Steve Jobs The Crazy Ones. Vídeo disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=8rwsuXHA7RA 
ATITUDES SUSTENTÁVEIS. Você Sabe o que é Sustentabilidade 
Empresarial?. disponível em 
http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/voce-sabe-
sustentabilidade-empresarial/ 
AUSTIN(20zz) 
BES, Fernando Trias de; Kotler, Philip. A Bíblia da Inovação - Princípios 
Fundamentais Para Levar a Cultura da Inovação Contínua Às Organizações. 
São Paulo: Lua de Papel, 2011. 
BORGES, C.; BORGES, M. M.; FERREIRA, V. R. S.; NAJBERG, E.; 
TETE, M. F. Empreendedorismo Sustentável: Proposição de uma Tipologia e 
Sugestões de Pesquisa. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas 
Empresas, v. 2, n.1, p. 77-100, 2013. Disponível em 
www.regepe.org.br/index.php/regepe/article/download/36/ 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
44 
CANAL FUTURA – Oportunidades de Negócio – Vídeo disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=4uTF6Nmkvsg 
CANAVER, Gustavo. Mapa Mental da Metodologia Seis Chapéus. 
Disponível em https://gustavocanaver.files.wordpress.com/2012/10/6-
chapeus.jpg 
CONTA AZUL - 14 Erros Comuns de Empreendedores – disponível em 
http://contaazul.com/blog/empreendedores-iniciantes-14-erros-comuns-de-
empreendedores/ 
CORDELLA, Alfredo. IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES. 
Disponível em 
http://www.profcordella.com.br/unisanta/textos/emp13_identific_oportunidades.
htm 
DOLABELA, Fernando. Pedagogia Empreendedora. São Paulo: Editora 
de Cultura, 2003. 
DOMINGOS, Carlos. Disponível em 
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DOMINGOS, Carlos. Oportunidades Disfarçadas. Rio de Janeiro: 
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ENDEAVOR BRASIL - a história da Embraer por Ozires Silva - Vídeo 
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ESTUDO ADMINISTRAÇÃO. O que é e qual o índice gini do Brasil. 
Disponível em http://www.estudoadministracao.com.br/ler/indice-gini-do-brasil/ 
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GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Pegada Ecológica das Nações. 
Disponível em http://www.footprintnetwork.org/ecological_footprint_nations/ 
GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Pegada Ecológica. Disponível em 
http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/ 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
45 
GUIA DO ESTUDANTE - Entenda como era a linha de montagem do Ford-
T – Disponível em http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-
historia/entenda-como-era-linha-montagem-ford-t-748425.shtml 
INSTITUTO ETHOS. Indicadores ETHOS para negócios sustentáveis e 
responsáveis. Disponível em 
http://www3.ethos.org.br/conteudo/iniciativas/indicadores/#.VfGOO2d0ym1 – 
Material 
LEONARD, Annie. A História das coisas. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw 
MANO, C. A multidão manda. Exame, São Paulo, ano 46, n. 1016, p. 112-
114, 16 mai. 2012 (adaptado). 
NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Relatório da ONU: fome diminui, mas 
ainda há 805 milhões de pessoas no mundo com desnutrição crônica. Disponível 
em http://nacoesunidas.org/relatorio-da-onu-fome-diminui-mas-ainda-ha-805-
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Nakagawa, Marcelo. Ferramenta: scamper - Técnica de geração de 
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E_Layout_das_Ferramentas_SCAMPER.pdf 
OSTERWALDER, Alexander. Business Model Generation – Inovação em 
Modelos de Negócios. São Paulo ALTA BOOKS, 2011 
PAGEL, Kim. A História da LEGO. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=tLfWKHlzie4 
PARAMOUNT MOVIES. Trailer do filme UMA VERDADE 
INCONVENIENTE. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=qJ02wDKgRNc 
PERIN, Marcelo Gattermann. Processo de aprendizagem organizacional 
e desempenho empresarial: o caso da indústria eletroeletrônica no Brasil. RAE 
electron. vol.5 no.2 São Paulo July/Dec. 2006 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
46 
PORTAL BRASIL. Relatório da ONU apresenta Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio. Disponível em http://www.brasil.gov.br/cidadania-
e-justica/2015/07/relatorio-da-onu-apresenta-objetivos-de-desenvolvimento-do-
milenio 
REPRESENTAÇÃO DA UNESCO NO BRASIL. Gestão mais sustentável 
da água é urgente, diz relatório da ONU. Disponível em 
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-
view/news/urgent_need_to_manage_water_more_sustainably_says_un_report/
#.VfA89RFViko 
REVISTA ÉPOCA – 7 dicas para ter boas ideias. Disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=CKVmDvE-
6CE&list=PL9242FF7B1A8AF958&index=1 
Revista Mundo Estranho. Quando os recursos minerais se esgotarão. 
Novembro, 2011 (pag.56 e 57) 
RIES, Eric. A Startup Enxuta - Como os Empreendedores Atuais Utilizam 
a Inovação. São Paulo: Lua de Papel, 2012 
SCHNEIDER, Elton I. BRANCO, Henrique C. A Caminha Empreendedora. 
Curitiba: Intersaberes, 2012 
SEBRAE – Centro Sebrae de Sustentabilidade – Negócios Sustentáveis. 
Video disponível em https://www.youtube.com/watch?v=NVewmAg72lo 
SEBRAE – Papo de Negócio - Como identificar oportunidades de 
mercado? Vídeo disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=UPX43X1AX6o 
SEBRAE/PR - Boletim do empreendedor Sebrae. 5 características de um 
verdadeiro inovador. Disponível em 
http://www.boletimdoempreendedor.com.br/boletim.aspx?codBoletim=263_5_c
aracteristicas_de_um_verdadeiro_inovador 
SIMANTOB, Moysés. Guia Valor Econômico de Inovação nas empresas. 
São Paulo: Editora globo, 2003. 
TIDD, Joe. Gestão da Inovação. São Paulo: Bookman, 2008. 
 
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47 
TV Ecaderno - Negócios e oportunidades em tempos de crise. Vídeo 
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=GFsTRthlPNI 
YUNUS NEGÓCIOS SOCIAIS – O que fazemos – Disponível em 
http://www.yunusnegociossociais.com/#!viso-prof-muhammad-yunus/c1ug0 
 
 
 
 
 
 
 
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1 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
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2 
Conversa Inicial 
Você já chegou a se perguntar se existe alguma maneira de transmitir a 
sua ideia de negócio de modo prático, integrado e de fácil visualização? Será 
que é possível modelar o seu negócio da mesma forma que montamos um objeto 
no jogo de lego, juntando diversas partes diferentes e construindo aquilo que a 
gente imaginou? 
A partir desta rota de aprendizagem, vamos discutir como modelar ideias 
de negócios com o uso do BMG – Canvas (Business Model Generation), uma 
ferramenta visual que permite modelar uma proposta de negócios de forma 
criativa, prática, inovadora e flexível, do jeito que você sempre sonhou. Para 
começar, assistaà apresentação do professor Henrique Castelo Branco sobre 
este tema no material digital. 
Contextualização 
Um dos grandes desafios de todo empreendedor é modelar a sua ideia de 
negócios. Para isso, ele precisa criar um modelo de negócios que estabeleça 
relacionamentos dinâmicos envolvendo quatro conceitos importantes: a empresa 
como sistema, o ambiente interno do negócio, o ambiente empresarial e o 
ambiente geral de negócios. 
 
 
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3 
Um negócio deve ser planejado como um sistema integrado, cujas 
entradas (matérias-primas, tecnologias e informações) são processadas e/ou 
transformadas (por pessoas, processos e máquinas) e geram saídas (produtos 
e serviços) que são avaliadas pelos clientes e consumidores do produto e/ou 
serviço (feedback), sendo que, com base nesta avaliação a organização pode 
melhorar seus processos, produtos e serviços. Então, podemos dizer que os 
negócios são sistemas que possuem o objetivo de atender às necessidades dos 
clientes e para isso precisam ser planejados, organizados, dirigidos e 
controlados. 
Se olharmos um negócio mais internamente, sob a perspectiva de um 
sistema fechado, ele apresenta subsistemas menores (departamentos ou 
setores), que envolve: marketing, logística, produção, pesquisa e 
desenvolvimento, recursos humanos, finanças, entre outros.... Chamamos esses 
grupos de subsistema administrativo. 
Cabe ao empreendedor otimizar os relacionamentos internos do sistema, 
pois quanto mais organizado e otimizado ele for, maiores serão os resultados 
gerados pelo negócio. Porém, mesmo quando olhamos o negócio sob o ponto 
de vista de sua organização interna, não podemos nos esquecer que ele não 
existe isoladamente, pois sua manutenção depende de suas relações com 
clientes, fornecedores, concorrentes, governo, sociedade e ambiente. 
Um terceiro nível de análise envolve o ambiente empresarial. Para Porter 
(1986), toda empresa precisa manter relacionamentos diretos com outros 
negócios, de modo que seja capaz de interferir em seus funcionamentos ao 
mesmo tempo em que é influenciada por suas ações. Neste grupo de negócios 
encontramos os clientes, os fornecedores, os concorrentes diretos, os 
concorrentes potenciais (novos entrantes) e os concorrentes indiretos (produtos 
substitutos). 
Em nosso último nível de análise para a compreensão de uma 
organização, precisamos analisar o ambiente geral de negócios (abordagem de 
sistema aberto), que é compreendido pelo ambiente empresarial alinhado às 
 
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4 
forças políticas, sociedade, meio ambiente, governo, legislação, tecnologia e 
economia. O sucesso de um novo empreendimento, depende em grande parte, 
da capacidade do empreendedor em modelar sua ideia de negócios levando em 
consideração todos esses fatores situacionais e dinâmicos. 
Assista à contextualização dos professores Henrique Castelo Branco e 
Helton Schneider no material online. 
Problematização 
João Carlos e Maria José trabalharam durante trinta anos como garçom e 
cozinheira, respectivamente, de vários restaurantes. Ao se aposentarem, 
resolveram aproveitar suas experiências nesta área para abrir o seu próprio 
negócio em uma praia do litoral de Pernambuco. A ideia consiste em montar um 
restaurante a la carte que servirá pratos da culinária mediterrânea (especialidade 
de Maria José) acompanhados de vinhos nacionais e internacionais (já que João 
Carlos também é sommelier). O ambiente deve ser aconchegante, de frente para 
o mar, com acesso à internet e próximo aos bons hotéis da cidade (localizados 
em uma região com baixo índice de violência). Além disso, João Carlos e Maria 
José estão confiantes no sucesso de seu empreendimento já que os 
restaurantes concorrentes da região não exploram esta proposta de valor. 
Com base nestas informações é possível afirmar: 
I. João Carlos e Maria José apresentam domínio do processo 
produtivo, característica do subsistema interno do negócio. 
II. A existência de poucos concorrentes em condições de ofertar a 
mesma proposta de valor do negócio representa uma característica 
do ambiente empresarial em que o negócio será inserido. 
III. O fluxo contínuo de clientes, principalmente de turistas (brasileiros 
e estrangeiros) em boas condições econômico financeiras, 
consiste em uma análise de sistema fechado. 
 
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5 
IV. A oferta de uma culinária específica, combinada aos serviços de 
degustação de vinhos são aspectos que indicam um bom 
planejamento do sistema organizacional da empresa. 
Sendo assim, clique na opção correta. 
a. As afirmações I e II são falsas. 
b. As afirmações I e III são falsas. 
c. As afirmações III e IV são falsas. 
d. Somente a afirmação III é falsa. 
e. Somente a afirmação IV é falsa. 
Está curioso para saber quais são as justificativas do professor a respeito 
deste exercício? A seguir, leia os feedbacks dos professores sobre ele. 
O sucesso de um novo empreendimento envolve a necessidade da 
análise dos fatores do ambiente geral de negócios (abordagem de sistema 
aberto), verificando-se o fluxo de clientes, turistas, condições econômicas dos 
consumidores, facilidade de acesso, segurança, entre outros. Desta forma, a 
afirmativa III é a única falsa, pois a abordagem de sistema fechado nos remete 
aos aspectos internos do negócio, tais como: limpeza do restaurante, cardápio, 
variedade de alimentos e bebidas, atendimento, velocidade, qualidade e 
flexibilidade para atendimento ao cliente. 
Pesquise 
Já pensou em ser dono do seu próprio negócio? Mas, será que você tem 
a habilidade necessária para se tornar um empresário? E onde poderá encontrar 
boas ideias de negócio? As respostas para essas perguntas estão em alguns 
sites que buscam orientar novos empreendedores, como o do SEBRAE (Serviço 
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o do Endeavor e o da 
Revista “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”. Acesse-os clicando nos links 
a seguir. 
 
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6 
 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Tudo-o-que-precisa-
saber-para-come%C3%A7ar-a-empreender,Ideias-de-Neg%C3%B3cio 
https://endeavor.org.br/ 
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI287142-17152,00-
IDEIAS+PARA+MONTAR+O+SEU+NEGOCIO.html 
Tema 1: Modelando Negócios com o BMG Canvas 
Para Roam (2012) se existisse uma forma de analisar problemas com 
mais rapidez, de compreendê-los mais intuitivamente, de resolvê-los de um jeito 
mais divertido, com certeza esta forma envolveria o pensamento visual, ou seja, 
a solução de problemas com desenhos. Pensar visualmente significa beneficiar-
se de sua capacidade inata de ver tanto com os olhos verdadeiros como com os 
olhos da mente, a fim de descobrir ideias, que de outra forma, ficariam invisíveis, 
desenvolver estas ideias rápida e intuitivamente e, a seguir, compartilhá-las com 
outras pessoas de forma que elas sejam rapidamente compreendidas. (ROAM, 
2012). 
As conclusões de Roam estão alinhadas aos estudos a respeito do 
funcionamento do cérebro humano, nos mostrando que os dois hemisférios do 
cérebro processam informações de forma diferente. O hemisfério esquerdo do 
cérebro é analítico, ele junta cada dado recebido em pensamentos racionais e 
lineares. Daí vem a nossa capacidade de comunicação e de realização de 
cálculos matemáticos. Já o hemisfério direito é mais sintético e processa blocos 
de informação maiores, como imagens, padrões e orientações espaciais. Nele, 
são processadas informações mais complexas e ambíguas, é onde seencontra 
a criatividade humana. 
O objetivo da modelagem de negócios com o uso de ferramentas de 
desenho está em aliar as tendências criativas do hemisfério direito do cérebro 
para ajudar a potencializar as habilidades analíticas e racionais do hemisfério 
esquerdo. 
 
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7 
 Uma outra linha de pensamento, que também usa o desenho como uma 
perspectiva para o desenvolvimento de ideias de negócios, Osterwalder e 
Pigneur (2011) criaram em conjunto com profissionais de todos os continentes, 
em uma verdadeira rede de relacionamentos, o conceito do BMG – Business 
Model Generation (modelo para geração de ideias de negócios), ou o BMG 
Canvas ou ainda Canvas de Modelos de Negócios. 
 
Fonte: BMG – Canvas (Business Model Generation) 
 
Meira (2013) lembra que modelar um negócio consiste em obter um 
conjunto de respostas às perguntas sobre: Quem paga o quê? Para quem paga? 
Por que e como paga? Quanto paga? Onde paga? E, como conseguimos que o 
cliente pague pelo que queremos vender? 
Significa dizer que precisamos compatibilizar o que está dentro do 
negócio com o que está fora, ou seja, precisamos ser racionais e criativos, 
desenhando e redesenhando novas possibilidades de negócios e interpretando 
o mercado e suas potencialidades. Acima de tudo o que queremos ao desenhar 
ideias de negócios envolve: a descoberta de novas possibilidades, o 
desenvolvimento de melhores ideias para negócios já existentes, a venda de 
ideias de negócios e a criação de novas ideias totalmente inovadoras. 
Estamos falando de um campo do conhecimento na área de negócios 
voltado para o uso do pensamento e das capacidades cerebrais humanas, para 
aprender, para mudar o modo de pensar, para aguçar a visão e para enxergar 
adiante. 
 
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8 
 
 
Fonte: BMG – Canvas (Business Model Generation) 
O BMG Canvas nos apresenta uma forma simples, visual e dinâmica para 
a modelagem de negócios, elencando elementos básicos para a implantação de 
algo novo no mercado. De forma simples e rápida, várias possibilidades podem 
ser idealizadas para uma mesma ideia de negócio, criando novas propostas de 
valor para mercados pretendidos, sempre verificando a necessidade de novas 
estruturas organizacionais ou de custos para o negócio. Assim, cabe ao 
empreendedor e a equipe de trabalho utilizarem a sua criatividade para modelar 
várias ideias possíveis para um mesmo negócio. 
Quer acessar esse modelo? O site do SEBRAE disponibiliza ele em 
português, clique no link a seguir e confira. 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/Quadro-de-modelo-de-
neg%C3%B3cios:-para-criar,-recriar-e-inovar 
Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre este assunto? No material 
online, os professores Elthon Schneider e Henrique Castelo Branco abordam 
alguns aspectos interessantes sobre o BMG Canvas. Não perca! 
Saiba Mais 
No botão, a seguir, está disponível o livro “Empreendedorismo no Brasil”, 
com vários artigos a respeito do processo empreendedor. Leia o prefácio, da 
 
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9 
página 21 a 25, e entenda melhor o contexto da criação e implantação de novos 
negócios. 
http://www.ibqp.org.br/upload/tiny_mce/GEM_2013_-
_Livro_Empreendedorismo_no_Brasil.pdf 
E, para finalizar este tema, aprenda como estruturar cada um dos nove 
blocos do modelo de negócios do Canvas assistindo ao vídeo indicado a seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=WUAQBV52bNU 
Tema 2: Segmento de Clientes – Mercado Alvo 
O primeiro desafio de um empreendedor ao modelar a sua ideia de 
negócios está em definir claramente quem serão seus clientes, ou seja, qual é o 
mercado alvo pretendido. Sem clientes uma empresa não existe, por isso para 
dar certo, um negócio precisa atender a governos, empresas, entidades, 
organizações não-governamentais, lojistas, supermercados, indústrias, órgãos 
de governo ou consumidores. 
Para melhor atender a um determinado grupo de clientes, as empresas 
tendem a agrupar seus clientes ou segmentos de clientes de acordo com 
algumas caraterísticas, tais como: tamanho, área de atuação, renda, atividade, 
profissão, comportamentos ou atributos que possam definir um determinado 
grupo de clientes. 
Entre as possibilidades de segmentação temos: mercado de massa, nicho 
de mercado, mercado segmentado, mercado diversificado e mercado 
multilateral. A seguir, conheça melhor cada um deles. 
Mercado de Massa: o objetivo do mercado de massa está em atender ao 
público em geral, ou seja, nesse ramo todo e qualquer consumidor é importante 
para o negócio. Exemplo: lojas com produtos e serviços que atendem a todos os 
públicos, sem definição de classe social, escolaridade, renda ou outra 
segmentação. 
Nicho de Mercado: o nicho de mercado procura atender a segmentos 
específicos e especializados, como nos seguintes casos: livros evangélicos, 
 
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10 
aluguel de trajes para noivos, casas de massas, loja de autopeças, academia 
para idosos, entre outros. 
Mercado Segmentado: o mercado segmentado procura atender a 
segmentos de mercado com necessidades e problemas específicos, por 
exemplo: um banco pode ter diversas linhas de financiamento, dentre elas para 
máquinas e equipamentos (indústria), para imóveis (construtoras), para crédito 
ao consumidor (comércio), para empréstimo consignado (funcionários de 
empresas e aposentados), para recebimentos de impostos, taxas e serviços 
públicos (setor público), para conta corrente, para empréstimos pessoais e para 
cartão de crédito (pessoas físicas). 
Mercado Diversificado: o mercado diversificado atende a segmentos de 
mercado sem relacionamento, sendo que, o grande volume de seus produtos 
atende a diversos públicos diferentes, por exemplo: lojas de departamentos 
como ToK Stok e Wall Mart. 
Mercado Multilateral: o mercado multilateral atua como facilitador para 
dois ou mais segmentos de clientes diferentes, ou seja, se um deseja vender e 
outro deseja comprar, cabe ao negócio facilitar estas operações. Por exemplo: 
operadoras de cartão de crédito, planos de saúde, agências de viagem, entre 
outros. 
 
 
 
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A segmentação de mercado pode usar outros critérios como os 
demonstrados a seguir: 
 
Os professores Helton Schneider e Henrique Castelo Branco falam mais 
sobre a segmentação de mercado no material digital. Confira! 
Saiba Mais 
Vamos para um exemplo prático? A segmentação de mercado é um dos 
aspectos mais fortes da produção e distribuição dos produtos da Natura. Saiba 
como ela acontece clicando no link a seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=J4uWPLYUzKc 
 
 
 
 
 
 
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12 
Tema 3: Proposta de Valor 
Por que um determinado grupo de clientes escolheria o nosso negócio e 
não outro? Que tipo de problema resolvemos para o cliente? Conseguimos 
satisfazer qual necessidade ou desejo do cliente? A resposta a esses 
questionamentos chama-se proposta de valor do negócio e é entendida como 
sendo uma agregação de benefícios que uma empresa oferece aos seus 
clientes. Na elaboração da proposta de valor você procura descrever como 
pretende criar valor para o cliente, porém, para que isso aconteça, é preciso que 
você compreenda claramente o perfil do seu segmento de mercado. 
Para criar uma proposta de valor que se encaixe aos seus clientes, é 
preciso observar o seu comportamento (o que ele pretende fazer com seusprodutos e/ou serviços), os seus medos (experiências ruins, riscos e obstáculos 
na compra) e também verificar os seus ganhos (quais resultados os clientes 
querem alcançar ao comprar seu produto e/ou serviço). 
Depois de entender o ponto de vista do cliente, elabore sua proposta de 
valor levando em consideração seus produtos e serviços (funcionalidade, 
rendimento, qualidade, usabilidade), os ganhos que o cliente terá ao adquirir o 
seu produto (status, desempenho, design, marca) e descreva também como os 
seus produtos e serviços poderão aliviar as dores do cliente, caso ele tenha tido 
experiências anteriores frustrantes. 
 
 
 
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Entre as diversas possibilidades de combinações de atributos para a 
montagem de uma proposta de valor diferenciada podemos destacar doze delas. 
Novidade: neste tipo de proposta as empresas investem em inovação, em 
criar produtos e serviços que serão desejados por seus clientes, e muitas vezes, 
o cliente nem sabe que precisa deste tipo de produto. 
Desempenho: a eterna busca para oferecer um produto/serviço mais 
rápido, menor, mais econômico ou mais eficiente. 
Personalização: oferecimento de produtos e serviços adequados às 
necessidades específicas dos clientes, como: carros personalizados, penteados 
exclusivos, tratamento dentário, cirurgias plásticas, entre outros. 
Design: criação de novos designs que possibilitam novas formas de 
negócios. Por exemplo: telas de TV em curva, celulares em curva, prédios em 
formato de vela, entre outros. 
Marca: a inserção de marcas fortes nos produtos/serviços oferecidos 
aumenta a proposta de valor. Exemplos: relógio Rolex, carro Rolls Royce e bolsa 
Lui Vuiton. 
Status: produção e desenvolvimento de produtos e serviços voltados a 
consumidores preocupados com o seu status social. Exemplos: relógios 
banhados a ouro, viagens em companhias áreas de luxo, etc. 
Preço: desenvolvimento de produtos cujo diferencial é baixo preço, tais 
como lojas de produtos a partir de R$ 1,99. 
Redução de custo: neste caso a proposta de valor ofertada ao cliente 
apresenta-se sob a forma de redução de custos nos processos das 
organizações, como: máquinas mais automatizadas, novos sistemas de 
gerenciamento do negócio e venda por comércio eletrônico. 
Redução de Risco: a redução de riscos normalmente vem acompanhada 
de critérios de garantia de funcionamento do produto ou serviço, nos automóveis 
vai de 1 a 5 anos, televisores e eletrodomésticos de 1 a 2 anos, computadores, 
móveis e outros produtos variam de acordo com a proposta de valor do negócio 
e de acordo com a percepção de valor dos clientes. 
 
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Acessibilidade: a necessidade de consumo acontece em todas as classes 
sociais, e criar formas de financiamento que permitem que as classes mais 
baixas consumam pode ser considerado um diferencial competitivo. Podemos 
encontrar esse tipo de acessibilidade em: compras programadas, consórcios, 
financiamentos a longo prazo com parcelas reduzidas, entre outros. 
Conveniência: consiste na tarefa de fazer com que o produto ou serviço 
possa ser acessado ou utilizado em qualquer lugar. Exemplos: sites de venda 
online e dispositivos de armazenamento de dados na nuvem como dropbox, 
google drive, entre outros; 
Usabilidade: corresponde a facilidade de uso de produtos e serviços. Por 
exemplo: caixas eletrônicos dos bancos e dispositivos de acessibilidade a cegos, 
surdos e pessoas com deficiência. 
Assista à explicação dos professores a respeito da proposta de valor no 
material digital. 
Saiba mais 
Para aprofundar o seu conhecimento sobre o conteúdo abordado, assista 
ao vídeo indicado, a seguir, em que o professor Sérgio Selotti Júnior aborda a 
construção conjunta da proposta de valor e da segmentação de clientes. 
https://www.youtube.com/watch?v=PUVnfe5nB_I 
Aproveite e acesse o canvas da proposta de valor, disponível no botão a 
seguir, e fique por dentro de tudo que você precisa para fazer com que o seu 
negócio decole no mercado. 
http://socialgoodbrasil.org.br/wp-content/uploads/2013/12/Canvas-da-
proposta-de-valor.pdf 
Tema 4: Canais de Comunicação 
Uma vez que o empreendedor já pensou no segmento de clientes a ser 
atendido e na proposta de valor a ser entregue, ele deverá se preocupar em 
como irá se comunicar com o mercado, ou seja, como irá informar aos seus 
segmentos de clientes onde o produto e/ou serviço pode ser 
adquirido/comprado. 
 
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Os canais de vendas representam o ponto de contato entre o cliente e o 
negócio, pois ampliam as possibilidades de o público conhecer o produto e a 
proposta de valor da empresa, o que permite personalizações e relações mais 
duradouras com os clientes. Cada negócio procura encontrar a mistura certa de 
canais para o atendimento de seus segmentos de clientes, e isto envolve alguns 
tipos e fases de canais. Vamos conhecê-los? 
 
Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) 
 
Tipos de Canais 
Canais particulares ou diretos: correspondem aos canais, aos quais, o 
próprio negócio determina o seu funcionamento, localização e nível de serviço 
ofertado aos clientes e pode envolver equipes de vendas, vendas na Web (e-
commerce) e lojas próprias. 
Equipes de Vendas: a equipe de vendas pode ser formada por 
vendedores próprios ou terceirizados, escalonados em regiões, por número de 
clientes a serem atendidos, ou de acordo com o potencial de mercado de cada 
região atendida. 
E-commerce: as vendas eletrônicas não podem ser desconsideradas em 
nenhum tipo de negócio, devido a duas características: seu alcance global e a 
possibilidade vendas 24 horas por dia. 
 
 
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Lojas Próprias: mesmo que o investimento inicial possa ser alto, por 
exemplo a montagem de um restaurante, em muitos negócios um ponto 
de vendas fixo mostra-se altamente desejável. 
Canais parceiros ou indiretos: quando a disponibilidade de recursos é 
baixa ou quando a área de abrangência geográfica do mercado é muito ampla, 
o negócio pode optar por realizar parcerias com outras empresas que podem ser 
de dois tipos: lojas parceiras (varejo) ou no atacado. Clique nos botões, a seguir, 
e compreenda como esses processos acontecem. 
Lojas Parceiras (Varejo): as lojas parceiras se encarregam de realizar as 
fases do canal, identificando consumidores para os produtos e serviços do 
negócio, vendendo, entregando e prestando assistência ao consumidor final. 
Atacado: em muitos casos o negócio opta por trabalhar com mais uma 
fase no canal, um distribuidor atacadista que se encarrega de encontrar lojas no 
varejo que farão as fases do canal junto aos consumidores. Este tipo de 
estratégia permite uma carteira menor de clientes a ser gerenciada e ao mesmo 
tempo uma concentração de vendas em um único cliente. 
Fases do Canal 
Seja em canais diretos ou indiretos, o atendimento ao cliente sempre 
envolve cinco fases: conhecimento, avaliação, compra, entrega e pós-venda. 
Analise-as na tabela a seguir. 
 
Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) 
 
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17 
 
Podemos chamar essas fases de cadeia de valor de fornecimento, já 
que elas indicam como o cliente toma conhecimento do produto, onde ele o 
compra, como o recebe e como acessa aos serviços de pós-vendas. 
No material online, os professores falam sobre alguns aspectos 
importantes dos diversos canais de comunicação. Confira! 
Saiba mais 
Responda rápido: O que é um canal de distribuição? Casoa resposta 
ainda não esteja na ponta da língua, não se desespere. O vídeo, a seguir, aborda 
a definição, as funções e as estratégias deste conceito. Acesse-o já! 
https://www.youtube.com/watch?v=SnnSo-cL 
Tema 5: Relacionamento com o Cliente 
Para Osterwalder e Pigneur (2011), quando nos referimos ao 
relacionamento com os clientes, estamos nos referindo a três grandes 
motivações: conquistar clientes, reter clientes e ampliar o volume de vendas com 
os clientes atuais. 
 
Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011) 
As estratégias de relacionamento com o cliente vão mudando de acordo 
com a evolução do negócio e fatores concorrenciais e econômicos. É comum 
que no início do negócio a empresa busque a abertura e ampliação de sua 
carteira de clientes, sendo que, uma vez definida começam as preocupações 
com a retenção destes clientes para, em um último estágio, fazer com que eles 
 
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sejam os grandes potencializadores do negócio por meio do consumo de 
produtos/serviços e indicação a novos consumidores. Seja captando, retendo ou 
ampliando o volume de vendas, as estratégias de relacionamento com o cliente 
envolvem vários aspectos. 
Assistência Pessoal: na assistência pessoal prioriza-se o contato com o 
cliente, seja ele pessoal, por e-mail, via call center ou atendimento na loja física. 
Assistência Pessoal Dedicada: na assistência pessoal dedicada, o cliente 
é atendido por profissionais altamente treinados, seja por contatos presenciais 
ou a distância. 
Self-Service: no self-service, o contato com o cliente é mínimo. Nele, o 
próprio cliente escolhe e paga pelo produto sem interagir com nenhum 
funcionário. 
Serviços Automatizados: nos serviços automatizados, os sistemas de 
atendimento ao cliente não necessitam da interação com pessoas. Apresentam 
estas características: os caixas automáticos, os sistemas de e-commerce e os 
Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). 
Comunidades: entre os desenvolvedores de softwares, é comum várias 
pessoas do mundo inteiro atuarem para resolver problemas de uma determinada 
comunidade. Pensando nisso, algumas empresas criaram comunidades em 
torno de seus produtos e serviços com a finalidade de desenvolver novos 
produtos e solucionar problemas. 
Cocriação: na cocriação, a interação com o cliente é elevada ao seu grau 
máximo, já que nesse caso, o negócio procura desenvolver soluções para os 
problemas, necessidades e desejos de seus clientes. Entre os potenciais 
utilizadores deste tipo de ação estão: salões de beleza, clínicas de estética, 
alfaiates, etc. 
Todos esses elementos precisam ser analisados, desenvolvidos e 
implantados individualmente ou em conjunto nas empresas. 
E o que será que os professores têm a dizer sobre esse assunto? 
Confira no seu material digital. 
 
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19 
 
No vídeo indicado, a seguir, o professor Sérgio Selotti Júnior do Canal 
Papo Online fala sobre os diversos tipos de canais de relacionamento. Não vai 
perder isso, né? 
https://www.youtube.com/watch?v=XqHbfaJgjQM 
 
Na Prática 
O negócio de brindes não é um fenômeno atual, é um mercado de longa 
data, que vem se diversificando ao longo do tempo, acompanhando tendências 
mundiais, hábitos dos consumidores e até mesmo, sugerindo mudanças 
comportamentais. Considera-se brinde qualquer tipo de objeto ou material 
personalizado com a marca do produto e/ou da empresa, que possa gerar 
afinidade, fidelidade e associação direta com a marca. 
O brinde pode ser elaborado de diversas formas e matérias-primas como: 
plásticos, papéis, metais, borrachas, vidros, tecidos, etc. E pode se apresentar 
na forma de vários produtos, como: camisetas, bonés, lápis, canetas, blocos de 
papel, pastas, sacolas, chaveiros, pen-drives, dentre outros. O foco da utilização 
de brinde sempre foi promover a marca de quem o está entregando, na tentativa 
de fidelizar o cliente, demandando um grande esforço de divulgação. 
Atualmente, esses produtos também possuem como objetivo demonstrar 
as novas tendências que a empresa ofertante está seguindo, como no caso dos 
brindes ecológicos, utilizados para mostrar a consciência ambiental da 
organização. Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um 
modelo de negócios para a venda de brindes ecológicos. Mas atenção: nesta 
primeira etapa, você não precisará desenhar todo o modelo, concentre-se 
apenas nos seguintes itens: 
 Segmentos de clientes 
 Proposta de valor 
 Canais de distribuição 
 
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 Relacionamento com o cliente. 
Veja algumas dicas valiosas para fazer esta atividade? Clique no botão a 
seguir. 
 Pesquise um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles 
ecológicos ou não. 
 Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG Canvas (que você pode 
encontrar no site “Movimento Empreenda”) 
 Antes de preencher a figura do BMG Canvas, leia cada tópico desta 
rota de aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de 
negócios. 
 Os vídeos de apoio, inseridos nos “Saiba Mais” desta rota também 
podem te ajudar! 
Como será que os professores resolveriam esta atividade? Confira no 
material online. 
Síntese 
Hoje você estudou como funciona o BMG Canvas sob a análise externa 
de um negócio, ou seja, o negócio da porta para fora. Apesar do BMG ajudar 
muito o empreendedor no processo de organização, alguns cuidados precisam 
ser tomados. 
 A elaboração do BMG não elimina a necessidade de aprofundamento 
nos estudos sobre o mercado, a concorrência e a evolução 
tecnológica no setor em que se pretende atuar. 
 O BMG não substitui o Plano de Negócios. Na verdade, ele deve ser 
elaborado antes desse plano com o objetivo de testar possibilidades 
que serão descritas nele. 
 
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 Outras ferramentas podem ser utilizadas em conjunto com o BMG 
Canvas, por exemplo, a técnica SCAMPER que nos ajuda e melhorar 
os produtos e serviços do negócio. 
 O segmento de mercado, a proposta de valor, os canais e as 
estratégias de relacionamento devem ser definidas em conjunto, pois 
um mesmo negócio pode apresentar diferentes combinações destes 
fatores. 
 Faça e refaça vários modelos de negócios diferentes e apresente-os 
a pessoas diferentes. Lembre-se: apresentar várias vezes a mesma 
ideia nos faz ter certeza do que queremos. 
 Não existem garantias de que tudo irá dar certo, mas podemos afirmar 
com certeza que a oportunidade de negócio foi muito bem idealizada. 
Que tal assistir às considerações finais do professor Elthon Schneider 
sobre os temas abordados no material online. 
Referências 
GEM – GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONIOR; Empreendedorismo 
no Brasil: 2013. Curitiba: IBQP, 2013. 
MEIRA, Silvio Lemos. Novos Negócios Inovadores de Crescimento 
Empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 
OSTERWALDER, Alexander. Business Model Generation – Inovação 
em Modelos de Negócios: um manual para visionários e revolucionários. 
Rio de Janeiro: Alta Books, 2011 
PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de 
indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. 
ROAM, Dan. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o 
pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
Aula 5 
 
 
 
 
 
Professor Elton Ivan Schneider 
Professor HenriqueCastelo Branco 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Olá, seja bem-vindo a mais uma aula da disciplina Comportamento 
Empreendedor. O tema geral deste estudo é sobre os Desafios da Administração 
Contemporânea, e para tal, nosso objetivo, aqui, será: 
 Dominar a terminologia do BMG Canvas 
 Compreender os conceitos do BMG Canvas aplicados ao desenho de 
negócios 
 Aplicar os conceitos do BMG Canvas aos diferentes tipos de negócios 
 
Sabemos que criar um novo negócio envolve vários desafios, tais como perceber 
uma oportunidade de mercado, pensar os canais de comunicação, desenvolver 
uma ou mais propostas de valor, pensando em formas de relacionamento com 
apenas o cliente, entre outros; mas estes desafios representam apenas o 
primeiro passo na elaboração de uma proposta de negócios. 
 
O processo pode ser facilitado quando usamos ferramentas como o BMG canvas 
para orientar o processo. Porém, junto com estas etapas do processo estão 
agregados elementos importantes. Confira alguns a seguir: 
 
 O que venderemos ao cliente? 
 Produtos ou serviços? 
 Qual é a estrutura de recursos humanos, máquinas, tecnologia e 
instalações necessárias à implantação do negócio? 
 Quem serão nossos parceiros? 
 Quais serão as atividades-chave para o sucesso do negócio? 
 Como iremos estruturar a empresa: voltada para custos ou para 
diferenciais competitivos? 
 
 
 
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3 
O desafio está em preparar a organização para a adaptação, flexibilidade, 
mudança e a inovação. Neste momento, além de estruturar o modelo de 
negócios, o empreendedor precisa pensar em elementos como equipe, 
liderança, motivação, satisfação do cliente, funcionários, retorno financeiro, 
responsabilidade social e impactos ambientais. 
 
Veja neste primeiro vídeo, a fala inicial do professor Elton... Acesse a versão 
online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
PROBLEMATIZAÇÃO 
Para Meira (2013), a inovação na modelagem de negócios advém de um 
processo que se assemelha ao revoar de uma abelha. Dentro desta metáfora, 
cabe ao empreendedor, em processos circulares, ir ao mercado (fora) interpretar 
suas necessidades (personalização), analisando e planejando seus diferenciais 
competitivos (dentro) e desenhando uma proposta de valor para seu segmento 
de cliente pretendido (mercado); e a partir destas definições, o negócio será 
planejado (redesenho) e os processos dos negócios serão estabelecidos para o 
atendimento das necessidades destes clientes (padronização). 
 
O ambiente organizacional pode ser definido sob três perspectivas: 
 Inovação e personalização – em que o empreendedor irá propor uma 
nova forma de atendimento das necessidades de seu segmento de 
mercado; 
 Padronização e busca da eficiência – em que o empreendedor irá 
propor preço, qualidade, funcionalidade e serviços a custos mais baixos 
ao seu segmento de mercado; 
 
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4 
 Busca pelos nichos de mercados – em que produtos e serviços 
atendem demandas específicas de determinados mercados, também 
específicos. 
 
Confira a seguir um esquema que representa a modelagem de negócios: 
 
Fonte: adaptado pelos autores de Meira (2013). 
 
Leia e responda à questão a seguir: 
ENADE (2012) O plano de negócios é um exercício de planejamento da criação 
de um empreendimento. Para ter validade, deve ser desenvolvido em bases 
realistas. Um plano de negócios bem feito deverá estar em condições de ser 
implantado, de se transformar em uma “empresa incubada”, de sensibilizar 
parceiros e investidores. Há mais de um caminho para se chegar ao mesmo 
objetivo e mais de uma solução para resolver os diferentes problemas. 
 
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5 
É melhor fazer uma escolha que garanta sucesso no longo prazo que escolher 
a solução mais imediatista de sucesso aparente. O plano de negócios pode 
também conduzir à conclusão de que o empreendimento deva ser adiado ou 
suspenso por apresentar alta probabilidade de fracasso. O plano de negócios 
contém os principais pontos de cunho gerencial a serem considerados na criação 
de um empreendimento. 
 
A partir das informações do texto, conclui-se que, ao elaborar um plano de 
negócios, o empreendedor deve considerar que: 
a) o planejamento das necessidades de recursos humanos para o 1º de 
funcionamento do negócio é suficiente para atender a estratégia de 
aumento de participação de mercado. 
b) a análise estratégica de oportunidades e ameaças será útil para a 
formulação de estratégias de crescimento a partir do 3º ano de 
funcionamento do negócio. 
c) as estratégias iniciais definidas para produto, preço, distribuição e 
comunicação são suficientes para uma futura diversificação de mercado. 
d) a escala de operação estabelecida e os recursos necessários 
identificados no projeto inicial serão suficientes para atender a demanda 
de um mercado em expansão. 
e) objetivos, estratégias e metas estabelecidas no projeto inicial terão que 
ser flexíveis, para que possam adequar-se à dinâmica ambiental. 
 
Para quem deseja ser um bom empreendedor, e com isso aumentar suas 
possibilidades de sucesso na abertura de um negócio, algumas leituras podem 
auxiliar bastante tais como: 
 
 
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Livro 
Plano de Negócios: elementos constitutivos e processo de elaboração, do 
Professor Egon Walter Wildauer, disponível na biblioteca virtual. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/605.php 
 
Pesquisa 
Consulte sites e conheça o Design Thinking . Procure identificar os pontos 
principais nesse assunto: 
http://socialgoodbrasil.org.br/lab-ferramentas 
 
http://static2.inovacaoedesign.com.br/artigos_cientificos/Design-thinking-
inovacao-em-negocios.pdf 
 
https://neigrando.wordpress.com/2011/07/18/usando-o-design-thinking-para-
criar-e-inovar-nos-negocios/ 
 
Neste vídeo, você vai conferir uma proposta de solução ao caso proposto... você 
pode compará-lo com as suas impressões sobre o problema. Acesse a versão 
online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
TEMA 1 - Fontes de Receita 
 
Ao montar o seu próprio negócio, o empreendedor deverá compreender de onde 
virão as receitas para a manutenção e crescimento do negócio, é o que 
chamamos de aquisição de receitas. Para uma empresa que está começando, 
conquistar clientes significa: 
 
 
 
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7 
 Obter uma fonte de financiamento para o negócio 
 Manter os clientes satisfeitos e a receita de forma recorrente 
 Ampliar a base de clientes e as possibilidades de faturamento e 
crescimento 
 Lançar novos produtos e novas fontes de receita 
 Buscar novos canais de vendas 
 Abrir novas fontes de faturamento 
 Melhorar a proposta de valor 
 Cativar clientes para o negócio 
 
As fontes de receitas de um negócio envolvem a comercialização de produtos e 
serviços em diferentes possibilidades, que decorrem da combinação de 
diferentes requisitos. Interaja com o esquema a seguir para conhecer: 
 
 
Sempre é importante lembrar que não estamos sozinhos no mercado, e se 
estamos não será por muito tempo, pois é natural que existam concorrentes 
diretos e indiretos, produtos substitutos, empresas que pratiquem preços 
diferenciados, maiores ou menores, qualidade diferenciada, maior ou menor, 
serviços incorporados ao produto em maior ou menor escala.CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
As fontes de receitas nos remetem a três aspectos inter-relacionados: 
 
Fontes de receita 
Venda de recursos (imóveis), taxas de uso (aluguel), taxa de assinatura (revistas 
e cartões de crédito), empréstimos (bancos), licenciamentos (Disney). 
 
Formas de precificação 
Quando a precificação é fixa (taxa de serviços de um cartão de crédito) em cada 
transação o empresário tem um valor percentual fixo de faturamento previsto; já 
no caso de precificação dinâmica, em cada negócio, os valores negociados e os 
lucros decorrentes da transação serão variáveis. 
 
Posicionamento de preços 
Dependendo da combinação pretendida (segmento, valor, canal e 
relacionamento), uma organização pode trabalhar com preços e margens de 
lucro, acima do posicionamento da concorrência, igual ou abaixo do 
posicionamento de seus competidores, esta é uma questão central nesta etapa 
do processo de elaboração do modelo de negócios, posicionar-se em relação a 
preços e margens de lucro. 
 
Nesta etapa do processo, algumas perguntas precisam ser respondidas com 
entendimento de sua complexidade e importância para o novo negócio: 
 Será que o cliente valoriza o que ofertamos e está disposto a pagar por 
isso? 
 Como ele resolve o seu problema atualmente? Quanto tem pago 
ultimamente para resolver o mesmo problema? 
 Quais possibilidades ele tem de pagamento? Como eles preferem pagar 
pelo valor gerado? 
 Como as diferentes formas de receita irão contribuir para a receita total 
esperada? 
 
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9 
 É possível crescer neste mercado? Vamos ter que ganhar clientes da 
concorrência? Existe espaço para crescermos sem sermos importunados 
pela concorrência? 
 
Leitura obrigatória 
Leia o texto Fontes de Receitas, disponível em PDF, na versão online da aula. 
 
Saiba Mais 
Confira no vídeo a seguir um vídeo com a apresentação do Business Model 
Canvas! 
 
https://www.youtube.com/watch?v=qifm-O0A2vM 
 
Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema 
que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
TEMA 2 – Recursos principais 
No início desta aula comentamos o fato de que a construção de uma ideia de 
negócios se assemelha ao voo de uma abelha, pelas idas e vindas, pelo zig-zag 
constante do empreendedor buscando articular seu modelo de negócios com as 
possibilidades de mercado e com as possibilidades financeiras do 
empreendedor. 
 
Entre a percepção de uma oportunidade de negócio e sua efetiva realização, o 
empreendedor irá rever suas decisões várias vezes. Nesta etapa do processo, 
que envolve a verificação dos recursos necessários à viabilização da 
oportunidade percebida, o empreendedor deverá estabelecer os principais 
recursos, os quais serão decisivos para o sucesso do empreendimento. 
 
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10 
Sobre isto, confira a figura a seguir: 
 
Oportunidade Percebida x Oportunidade Realizada 
 
 
 
 Fonte: elaborado pelos autores, s/d. 
 
A imagem que você acabou de ver envolve os seguintes elementos: 
 
Recursos físicos 
Envolvem as instalações físicas do negócio, móveis, máquinas e utensílios, 
instalações elétricas, hidráulicas, ar comprimido, exaustão, fornecimento de 
energia, captação de água, entre outros. 
 
Recursos Humanos 
Neste momento o empreendedor deverá se preocupar com a qualificação de 
seus recursos humanos, dependendo do negócio, a qualificação dos 
funcionários poderá ser determinante para o sucesso dos negócios. 
 
Recursos intelectuais 
Empresas como a Nike, Sony, Apple, Google e Microsoft, não existiriam sem o 
capital intelectual de seus funcionários, não se trata apenas de seus salários, 
 
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11 
mas de sua capacidade de criação invenção e inovação, sendo eles essenciais 
para o negócio e de difícil valoração. 
 
Recursos tecnológicos 
Neste aspecto o empreendedor deverá preocupar-se com o impacto da 
tecnologia nos processos de negócios, embora todas as organizações sejam 
afetadas pela tecnologia, empresas de comércio eletrônico, por exemplo, são 
totalmente dependentes da tecnologia para existirem e funcionarem, 
determinando inclusive a qualificação dos recursos humanos do negócio. 
 
Recursos Materiais 
Neste tópico pode ser necessário planejar desde material de consumo a 
matérias-primas que sejam necessárias a produção do produto ou serviço, 
dependendo de sua depreciação, validade e volume de compras, este tópico 
pode exigir investimentos bastante altos. 
 
Recursos Financeiros 
O montante total a ser investido na abertura do negócio, envolve a soma dos 
recursos físicos, humanos, materiais e intelectuais necessários ao 
funcionamento do negócio, a este total é importante que se acrescente ainda 
valores relacionados com as necessidades de fluxo de caixa da empresa, bem 
como, provisão para os primeiros meses ou anos de funcionamento do negócio, 
até que seja atingido o ponto de equilíbrio entre receitas e despesas do negócio. 
 
Há que se considerar ainda que a proposta de valor pretendida é fortemente 
influenciada pela capacidade de o empreendedor conseguir os recursos 
financeiros, humanos, intelectuais, materiais e físicos. 
Caso não seja possível obter os recursos necessários, a proposta de valor pode 
ser revista, os canais podem ser repensados, as fontes de receitas necessitam 
ser revistas, o segmento de mercado pretendido pode ser revisado ou até 
 
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12 
mesmo ampliado, voltando ao início do processo... o revoar da abelha em 
círculos, adequando a capacidade de obtenção de recursos com a proposta de 
valor. 
 
Ao empreender é preciso que se tome alguns cuidados para que os recursos 
necessários ao empreendimento não sejam confundidos com os recursos do 
empreendedor. Eles podem ter a mesma fonte, mas é preciso que se tenham 
claros alguns cuidados a serem tomados pelo empreendedor quando sair à 
busca de recursos. Confira alguns a seguir: 
 
Empreender é diferente de ter um emprego 
Significa dormir e acordar preocupando-se com clientes, fornecedores, 
empregados, pagamentos, recebimentos e principalmente, saber que a 
responsabilidade pelo sucesso e/ou insucesso do negócio é sua em primeiro 
grau, você pagará as contas e receberá os resultados. 
 
Fuja dos juros bancários ao abrir seu negócio 
Cheque especial e cartão de crédito devem ser para ocasiões realmente 
especiais, dificilmente um negócio prospera com base nestas fontes de 
financiamento. 
 
Sem um bom plano de negócios não há financiamento 
Não garantia de obtenção do financiamento, mas sem ele existe a certeza de 
que o financiamento não sai. 
 
Ter uma ideia é diferente de apresentar uma boa oportunidade 
Modelando a ideia de negócio e realizando um bom plano de negócios, é 
possível que muitos investidores se sintam atraídos por seu negócio. 
 
 
 
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Usando o capital familiar e de outras pessoas físicas 
É tentador utilizar o capital da família ou de amigos na abertura de novos 
negócios, tem um bom plano de negócios em mãos, se bancos e investidores 
não lhe emprestaram o capital para a abertura do negócio, talvez ele não seja 
tão bom assim, consulte especialistas do SEBRAE ou professores e consultores 
na área de negócios. 
 
Procure fontes de financiamento a fundo perdido 
Se sua ideiaé inovadora, existem órgãos de fomento a empreendedores que 
visam projetos de pesquisa e inovação, entre eles temos: 
 CNPq – www.cnpq.br 
 Finep – www.finep.gov.br 
 BNDES – www.bndes.gov.br 
 Banco do Nordeste – www.bnb.gov.br 
 
Procure investidores anjos para o seu negócio 
Trata-se de pessoas ou empresas que possuem capital próprio par investimento 
em negócios de risco, entre elas temos: 
 http://www.floripaangels.org/ 
 http://www.gaveaangels.org.br/ 
 http://astellainvest.com/ 
 http://www.confrapar.com.br/main.php 
 http://www.fundocriatec.com.br/ 
 http://www.performainvestimentos.com.br/ 
 
 
 
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14 
Leitura obrigatória 
Leia o artigo “Fontes de financiamentos utilizados pelos microempreendedores 
do polo comercial do Largo Treze de Maio na região do bairro de Santo Amaro 
na cidade de São Paulo”. 
 
http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/9716514.pdf 
 
 
Saiba mais 
Assista este vídeo curto e prático sobre BMG Recursos Principais: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=66dJv7Mmv9o 
 
Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema 
que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
TEMA 3 – Atividades-chave do Negócio 
 
Para Gonçalves (2000), tudo aquilo que fazemos nas empresas faz parte de 
algum processo. Não existindo produtos ou serviços que possam ser oferecidos 
por uma empresa sem um processo empresarial, da mesma forma, não faz 
sentido existir um processo empresarial que não ofereça produtos ou serviços a 
um determinado segmento de mercados, que atendam a uma determinada 
proposta de valor. 
 
Os processos ou as atividades-chave de um negócio, não são estáticos ou 
passíveis de serem repetidos em diferentes organizações. Cada negócio, 
mesmo em empresas concorrentes, realizará seus processos de forma diferente, 
 
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15 
adaptados a sua realidade tecnológica, humana, intelectual e procedural, ou 
seja, de acordo com seu próprio jeito de fazer as coisas. 
 
Para Gonçalves (2000), a diversidade de processos é tão grande que os mesmos 
podem ser agrupados em famílias, as quais podem ou não existir em seu 
negócio, bem como terão maior ou menor importância de acordo com a proposta 
de valor que seu empreendimento pretende entregar ao mercado. 
 
Sobre esta diversidade de processos, veja a tabela Famílias de processos 
organizacionais (GONÇALVES, 2000, p. 9): 
 
 
 
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16 
Para uma empresa como Google, os processos educacionais podem ser 
determinantes do sucesso. Já para a Rolls Royce, os processos produtivos têm 
especial destaque, assim como para uma agência de publicidade e propaganda, 
o marketing e a criatividade são considerados atividades-chave dos seus 
processos de trabalho. 
 
Cabe ainda ressaltar que negócios voltados para serviços diferem de negócios 
voltados para a manufatura de produtos, embora na atualidade o consumidor 
compre um conjunto de produtos e serviços de uma organização, ao 
desenharmos os processos organizacionais (atividades-chave), é preciso que 
levemos em consideração estas diferenças. Para Gonçalves (2000), cinco 
fatores são determinantes para a diferenciação de processos em negócios 
voltados para serviços e/ou produtos: 
 Propriedade do processo (quem é o responsável pelo processo) 
 Fronteiras do processo (em serviços nem sempre fica claro onde começa 
e termina um processo) 
 Pontos de controle (para verificação da qualidade e da quantidade 
produzida) 
 Forma de medição do processo (se com base em fatos e dados ou se em 
opiniões dos clientes) 
 Necessidade de ações corretivas (o que precisa ser corrigido? Processo? 
Serviço? Atendimento? Software? Máquina?) 
 
Veja alguns exemplos de diferença entre processos entre empresas de 
manufatura e de serviços (adaptado de GONÇALVES, 2000, p. 10): 
 
Propriedade (quem é o responsável) 
Serviço 
Tende a ser ambíguo ou o processo tem vários donos 
 
 
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17 
Manufatura 
Definição geralmente clara 
 
Fronteiras (ponto inicial e ponto final) 
Serviço 
Pouco nítidas, difusas 
 
Manufatura 
Claramente definidas 
 
Pontos de controle (regulam qualidade e dão feedback) 
Serviço 
Frequentemente não existem 
 
Manufatura 
Estabelecidos de forma clara e formal 
 
Mediações (bases estatística do funcionamento) 
Serviço 
Difíceis de definir, geralmente não existem 
 
Manufatura 
Fáceis de definir e gerenciar 
 
Ações corretivas (de variação) 
Serviço 
Geralmente ocorrem de forma reativa 
 
Manufatura 
Muito frequentes as ações corretivas 
 
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Leitura obrigatória 
Leia o artigo “As empresas são grandes coleções de processos”, de José 
Ernesto Lima Gonçalves: 
http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n1/v40n1a02.pdf 
 
Saiba mais 
Assista a estes vídeos: Atividades-chave e BMG atividades-chave 
https://www.youtube.com/watch?v=47wXK3Bb5cw 
 
https://www.youtube.com/watch?v=DGFprQyTO4k 
 
Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema 
que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
 
TEMA 4 - Parcerias principais 
 
Um negócio não se faz sem a participação e cooperação com outros negócios. 
Na verdade, alguns deles somente são possíveis devido às parcerias realizadas. 
Tomemos como exemplo uma empresa de cartões de crédito como Visa ou 
Master Card. O negócio de cartões de crédito sé existe por que as operadoras 
realizam parcerias com empresas que querem vender seus produtos de forma 
segura, muitas vezes concedendo crédito a seus clientes quando não podem; já 
os clientes querem comprar os produtos e muitas vezes não têm reservas para 
realizar a compra; cabe à operadora facilitar este processo. 
 
Para Osterwalder e Pigneur (2011), as parcerias em um negócio podem assumir 
quatro formas diferentes: 
 
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19 
Alianças estratégicas entre não competidores 
Neste caso, por exemplo, uma empresa fabricante de sofás pode se aliar a uma 
empresa fabricante de cozinhas para atender um determinado mercado, 
ofertando aos clientes uma complementariedade de produtos maior. 
 
Coopetição 
Parcerias estratégicas entre concorrentes: neste caso uma única empresa talvez 
não de conta de realizar a atividade ou projeto sozinha, necessitando de 
parcerias para a realização do mesmo, caso de construções de usinas 
hidroelétricas que são realizadas por consórcios de empresas. 
 
Joint Ventures para desenvolver novos negócios 
Duas empresas podem se associar para o desenvolvimento de um novo produto 
a ser ofertado para um determinado mercado, por exemplo, um fabricante 
brasileiro de computadores se alia a uma empresa chinesa de placas de 
computador. 
 
Relação comprador-fornecedor para garantir suprimentos confiáveis 
Na linguagem de gestão este processos chama-se de gestão da cadeia de 
suprimentos, onde clientes e fornecedores se unem para o atendimento de um 
determinado mercado. 
 
Nesta etapa devem ser respondidos alguns questionamentos importantes: 
Quais e quem serão nossos parceiros mais importantes? 
Destes, quais serão essenciais para o sucesso do negócio? 
Que tipo de recursos estaremos buscando? 
 
A decisão de comprar,fazer ou terceirizar envolve alguns aspectos 
(OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011): 
 
 
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Otimização e economias de escala 
Uma parceria faz sentido quando são conseguidos resultados, tais como 
redução de custos de matérias-primas, aumento da qualidade, aumento da 
velocidade de produção, aumento de funcionalidade no produto/serviço, 
aumento da produtividade, redução de resíduos, entre outros. 
 
Redução de riscos e incertezas 
Os investimentos necessários para a obtenção de uma determinada matéria-
prima ou uma determinada tecnologia, podem ser proibitivos para uma 
determinada organização, tomemos como exemplo a construção de armazém 
de grãos, para um único agricultor pode ser um investimento alto demais com 
poucas possibilidades de recuperação do investimento, já para um grupo de 
agricultores reunidos em uma cooperativa ou associação este custo pode ser 
mais facilmente reduzido. 
 
Aquisição de recursos ou atividades específicas 
As empresas procuram desenvolver competências específicas as quais podem 
manter com certa competitividade, tomemos como exemplo um fabricante de 
celulares, que opta por produzir o hardware do produto, realizando uma parceria 
com desenvolvedores de softwares para a oferta de sistemas operacionais e 
aplicativos. 
 
E afinal, quando uma parceria é interessante? Clique e saiba! 
http://www.sankhya.com.br/blog-sankhya/qual-e-o-momento-certo-para-sua-
empresa-fechar-parcerias-estrategicas 
 
Leitura obrigatória 
Acesse e leia o artigo a seguir sobre redes de cooperação produtiva: 
http://www.scielo.br/pdf/gp/v8n3/v8n3a06.pdf 
 
 
 
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21 
Saiba mais 
Assista BMG Parcerias Principais, de Luiz Fernando Meirelles: 
https://www.youtube.com/watch?v=n0-ITYeN8nA 
 
Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema 
que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
 
TEMA 5 - Estrutura de Custos 
 
Em um negócio, seja ele do tamanho que for, pequeno, médio ou grande, em 
qualquer ramo de atividade, comércio, indústria ou serviços, os custos 
relacionados com a operação merecem atenção especial, pois podem ser 
determinantes do sucesso do negócio e de sua capacidade de existência ao 
longo tempo. 
 
Para Osterwalder e Pigneur (2011), a estrutura de custos de um negócio será 
determinada por duas perspectivas diferentes: Proposta de Negócios 
Direcionadas pelo Custo e Propostas de Negócios Direcionadas pelo Valor. 
 
Propostas de Negócios Direcionadas pelo Custo 
A proposta de valor de um negócio tende a determinar a sua estrutura de custos, 
por exemplo, empresas que buscam competir com estratégias de preço mais 
baixo, são fortemente influenciadas por este tipo de fator, ganhos de escala, 
redução de desperdícios, terceirizações, processos automatizados, são algumas 
das características deste tipo de estratégia. 
 
 
 
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22 
Propostas de Negócios Direcionadas pelo Valor 
Quando direcionados para a agregação de valor, as estratégias de negócios 
assumem duas possibilidades: 
a) Inovação – algumas propostas de valor envolvem a criação de coisas 
novas, que muitas vezes nem mesmo o cliente sabe que um dia as 
desejará, tomemos como exemplos, os tablets, os smartphones, o 
comércio eletrônico; 
b) Personalização – neste caso, a inovação também está presente, porém 
o foco está na realização das vontades, necessidades e desejos dos 
clientes, o foco está na criação de produtos únicos, tais como carros 
personalizados, roupas sob medida, salões de beleza com propostas 
diferenciadas, inéditas e criativas. 
 
Na criação de um modelo de negócios como BMG Canvas, é preciso determinar 
os custos mais importantes do modelo, recursos mais caros à implantação do 
negócio e as atividades mais caras ou as maiores agregadoras de custos ao 
produto/serviço. 
 
Para uma boa tomada de decisão em relação aos custos de um negócio, 
precisamos dominar alguns conceitos, apresentados por Botelho e Santos 
(2008, p.4): 
 
CUSTOS 
Custos são gastos relativos à produção de bens e serviços da entidade; como 
exemplo claro pode-se citar o custo da matéria-prima ou de energia elétrica para 
produção. Podem ser classificados em: 
a) Custos diretos – aqueles apropriados diretamente ao produto, que 
possuem alguma medida de consumo, por exemplo: matéria-prima, 
embalagens, mão de obra utilizada na produção, entre outros. 
 
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23 
b) Custos indiretos – não possuem medida objetiva e só podem ser alocados 
aos produtos por meio de rateios estimados e até arbitrários, tais como: 
aluguel, salários administrativos etc. 
c) Custos variáveis – referem-se aos custos como matérias-primas, 
materiais diretos, entre outros, os quais se alteram de acordo com o 
volume de produção. 
d) Custos fixos – podem ser exemplificados pelo aluguel da fábrica, 
depreciação dos equipamentos, ou seja, custos que terão determinado 
valor independentemente da variação da produção naquele período. 
 
Observação: gastos são sacrifícios financeiros com que a entidade arca para a 
obtenção de um produto ou serviço qualquer, [...] representado por entrega ou 
promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro); enquanto despesas 
pode ser classificada como gastos realizados direta ou indiretamente para a 
obtenção de receitas, entram as despesas com vendas, marketing, instalação, 
entre outros. 
 
ECONOMIAS 
a) Economia de escala – à medida que o negócio se desenvolve e prospera, 
ganhos de escala e produtividade são esperados, maiores volumes de 
compras e produção tendem a reduzir os custos unitários de produção, 
reduzindo o custo médio dos produtos, permitindo maiores margens de 
lucro ou a possibilidade de preços mais baixos. 
b) Economia de escopo – este tipo de economia fica mais visível quando 
uma negócio consegue entregar ao mercado um portfólio de produtos 
complementares, tomemos como exemplo um fabricante de smartphones 
com produtos que atendem as classes sociais mais baixas e também 
possui produtos para classes mais altas, além de se aproveitar da mesma 
estrutura de vendas, distribuição, assistência técnica que podem se tornar 
diferenciais competitivos importantes para o negócio. 
 
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24 
Existem muitas possibilidades de modelos de negócios, e nem sempre as 
propostas se encontram nos extremos dos direcionadores de custos, ou seja, 
nem sempre teremos negócios voltados apenas para custos ou apenas para a 
geração de valor. Cada negócio buscará um ponto de equilíbrio que sustente a 
sua proposta de valor, gerando receitas, clientes satisfeitos e um negócio 
lucrativo. 
 
Leitura obrigatória 
Leia Gestão de custos em pequenas e médias empresas para não contadores, 
de Ana Botelho e Roberto Santos. 
http://www.unifin.com.br/content/arquivos/20080416134837.pdf 
 
Saiba mais 
Assista ao Papo Online #13 - Business Model Canvas - Parta VIII - Estrutura 
Financeira. 
https://www.youtube.com/watch?v=BCkhFQMabv8 
 
Agora, não deixe de conferir a videoaula preparada com as explicações do tema 
que acabamos de estudar! Acesse a versão online da aula e assista ao vídeo. 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Fórum de Discussões. Reflita com seus colegas sobre estas questões: 
Qual é o maior desafio na modelagem de um negócio? 
O BMG – Canvas ajuda no processo de criação de ideias denegócios? 
É mais fácil perceber oportunidades de negócios (ir ao mercado) ou estruturar 
o negócio para aproveitar a oportunidade (olhar para dentro do negócio)? 
 
 
 
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25 
NA PRÁTICA 
O negócio de brindes não é um fenômeno atual, é um mercado de longa data e 
que vem se diversificando ao longo do tempo. Acompanha tendências mundiais, 
hábitos dos consumidores e, em algumas vezes, sugere mudanças 
comportamentais. Os brindes são elaborados de diversas formas e matérias- 
-primas (plásticos, papéis, metais, borrachas, vidros, tecidos.), e podem ser 
fabricados diversos produtos (camisetas, bonés, lápis, canetas, blocos de papel, 
pastas, sacolas, chaveiros, pen-drives, dentre outros.). 
 
O foco da utilização dos brindes sempre foi promover a marca de quem está 
entregando o brinde, na tentativa de fidelizar o cliente, demandando um grande 
esforço de divulgação. Atualmente, esses produtos também possuem como 
objetivo demonstrar as novas tendências que a empresa ofertante está 
seguindo, como no caso dos brindes ecológicos, utilizados pelas empresas 
mostrarem que possuem consciência ambiental, na tentativa de demonstrar que 
está preocupada com o bem-estar ambiental de todos. 
 
Definição de brinde 
Considera-se brinde qualquer tipo de objeto ou material personalizado com a 
marca do produto e/ou da empresa, que possa gerar afinidade, fidelidade, 
associação direta com a marca. 
 
Principais atrativos do negócio de brindes 
Baixo valor exigido para se montar uma empresa de brindes ecológicos e todo 
tipo de festa ou data comemorativa para alavancar a produção, como a copa do 
mundo. 
 
 
 
 
 
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26 
Atividade a ser realizada 
Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um modelo de 
negócios para a venda de brindes ecológicos. Você já desenvolveu a primeira 
parte do modelo (Segmentos de clientes, Proposta de valor, Canais de 
distribuição e Relacionamento com o cliente); desenvolva agora o restante do 
modelo, articulando os fatores externos e internos do negócio, desenvolvendo 
os seguintes itens: 
a) Fontes de Receitas 
b) Recursos Principais 
c) Atividades Chaves 
d) Parcerias 
e) Estrutura de Custos 
 
Protocolo de Resolução da situação proposta 
1. Pesquisa um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles 
ecológicos ou não. 
2. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG – Canvas no site: 
http://cms-
empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2012/07
/27/ME_business-model-canvas.PDF 
3. Para preencher a figura do BMG – Canvas, leia cada tópico da rota de 
aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de negócios 
para uma loja de brindes ecológicos. 
4. Os vídeos de apoio, colocados no saiba mais, podem lhe auxiliar a realizar 
a atividade 
 
Resolução do Caso 
Confira a seguir o vídeo dos professores para conhecer o desfecho deste caso 
proposta para você desenvolver. Acesse a versão online da aula e assista ao 
vídeo. 
 
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27 
SÍNTESE 
Ao introduzir o BMG – Canvas como uma ferramenta de modelagem de 
negócios, pretendemos otimizar a lógica e a eficiência Humana (lado esquerdo 
do cérebro) com a emoção, criatividade, inovação e geração de valor (lado direito 
do cérebro). Mas você deve estar se perguntando: Como eu uso o quadro? De 
que forma eu tiro proveito desta ferramenta? 
 
Confira a seguir algumas sugestões: 
 Imprima um quadro do BMG – Canvas em branco; 
 Modele o negócio como ele funciona hoje; 
 Estabeleça um ou mais modelos futuros possíveis, desejáveis para o 
negócio; 
 Convide pessoas criativas para modelarem diferentes propostas de 
negócios para o mesmo negócio, mude o segmento de clientes, mude os 
canais, mude a proposta de valor, mude as formas de relacionamento com 
o cliente, crie novas formas de gerar receitas; 
 Utilize ferramentas de estimulo a criatividade: brainstorming, SCAMPER, 
seis chapéus, mapa de empatia, cenários, prototipagem, conte histórias 
sobre o seu novo modelo de negócios; 
 A inovação pode vir de vários lugares ou de vários epicentros: a partir dos 
recursos, a partir da oferta, a partir dos clientes, a partir das finanças, a 
partir de múltiplos epicentros. 
 Trabalhe em equipe, com pessoas de múltiplas formações, com diferentes 
visões sobre a ideia de negócios, a diversidade auxilia na criação de 
novas possibilidades. 
 
 
 
 
 
 
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28 
Confira este exemplo: 
 
 
Não perca o último vídeo desta aula com o professor Elton... acesse a versão 
online da aula e assista ao vídeo. 
 
Até a próxima aula! 
 
 
 
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29 
Referências 
PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de indústrias 
e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. 
ROAM, Dan. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o 
pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
MEIRA, Silvio Lemos. Novos Negócios Inovadores de Crescimento 
Empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 
GEM – GLOBAL EMTREPRENEURSHIP MONIOR; Empreendedorismo no 
Brasil: 2013. Curitiba: IBQP, 2013. 
OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation – Inovação 
em Modelos de Negócios: um manual para visionários, inovadores e 
revolucionários. Rio de janeiro, Alta Books, 2011. 
 
 
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1 
 
 
 
 
 
Comportamento Empreendedor 
 
 
 
 
 
 
Aula 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Elton Schneider 
Prof. Henrique Castelo Branco 
 
 
 
 
 
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2 
CONVERSA INICIAL 
 
Olá, caro aluno! 
Com esta aula finalizamos a disciplina de Comportamento 
Empreendedor! 
Então, finalizaremos a disciplina discutindo Aprendizagem, modelagem 
e comunicação em todos os níveis iniciando com a discussão sobre o BMG 
Canvas. 
Está preparado? Vamos começar! 
O uso do BMG Canvas para o planejamento de ideia de negócios tem 
objetivos muitos claros, entre eles: 
 Aprendizagem: Quanto mais testamos possibilidades sobre a ideia de 
negócios, mais aprendemos sobre a oportunidade que queremos explorar. 
 Comunicação: Comunicar à equipe, aos clientes e aos investidores como 
se pretende viabilizar o negócio, qual o público alvo, quais os recursos 
necessários entre outros aspectos. 
 Modelar a ideia: O uso de ferramentas de modelagem de ideias nos 
ajudam a definir a oferta (o que) a ser entregue ao cliente (quem), definindo 
a infraestrutura necessária para o atendimento deste mercado (como). 
 
 
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3 
Vamos assistir à introdução dos assuntos que estudaremos ao longo 
desta aula? Acesse o material on-line! 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Uma ideia de negócios se transforma em uma oportunidade de negócios, 
não apenas devido a sua modelagem, mas também devido a fatores ambientais 
que sejam propícios ao desenvolvimento da ideia. 
 
Fonte: https://innovationtool.files.wordpress.com/2015/03/canvas-do-ambiente-de-negc3b3cios.png 
 
Estamos falando de fatores externos ao negócio e que poderão interferir 
no sucesso do empreendimento. Entre eles, temos: 
 
 
 
 
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4 
 Processos Regulatórios:Fatores oriundos da legislação abrem e fecham portas para novas 
oportunidades de negócios. É importante que o empreendedor esteja atento a 
fatores como o código de defesa do consumidor, a legislação ambiental, direitos 
humanos, inclusão social, respeito à diversidade e às questões de gênero. 
 Fatores socioculturais: 
As características das famílias brasileiras e mundiais estão em pleno 
processo de transformação, o tamanho das famílias diminuiu, novas formas de 
famílias passaram a fazer parte do cotidiano, muitos dos novos casais preferem 
ter animais de estimação a ter filhos, os filhos ficam na casa dos pais até os 30-
35 anos de idade, retardando o casamento, os filhos e a família. 
 Fatores econômicos: 
A interligação dos mercados regionais, nacionais e globais tem propiciado 
a criação de mercados globais para os negócios. Por outro lado, concorrentes 
internacionais têm acesso a mercados antes restritos, sem falar no impacto da 
recessão e do desenvolvimento econômico mundial nos negócios, o que 
acontece na China impacta o Brasil e o mundo. 
 Fatores tecnológicos: 
A tecnologia tem revolucionado os processos produtivos e a criação de 
novos produtos e matérias-primas. Porém, também tem afetado de maneira 
muito mais intensa os negócios, por meio do E-commerce, do E-procurement, 
da integração de fornecedores e clientes em uma mesma cadeia de fornecimento 
etc. 
 Concorrência direta: 
Ao entrar em um novo negócio cabe ao empreendedor analisar a posição 
da concorrência atual, em termos de porte, preços, qualidade, capacidade de 
inovação e na possibilidade de entrada de novos players com grande potencial 
de investimento e crescimento. 
 
 
 
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5 
 Concorrência indireta: 
Neste item entram aspectos relacionados aos produtos substitutos, 
aqueles que concorrem indiretamente com o produto ou serviço que 
pretendemos comercializar, por exemplo, um restaurante à la carte de comida 
italiana sofre concorrência de restaurantes “por quilo”, restaurantes de comida 
árabe e de churrascarias, mas também sofre a concorrência indireta de 
lanchonetes, fast food, carrinhos de cachorro-quente, lanches rápidos diversos, 
chocolates, sorvetes, feiras populares etc. 
 Fornecedores: 
Outro aspecto a ser considerado envolve o mercado suprimentos para o 
negócio. Seja de matérias-primas ou de tecnologia de processos industriais, é 
necessário que se verifique se o mercado tem características de monopólio ou 
oligopólio, bem como a possibilidade de se estabelecer parcerias com os 
fornecedores. 
 Perspectiva temporal: 
Esses fatores precisam ser analisados em, pelo menos, duas 
perspectivas temporais, uma atual – em que as forças sejam analisadas no 
momento da criação da nova oportunidade de negócios – e outra em uma 
perspectiva futura – em que as tendências futuras para estes fatores possam ser 
modificadas, abrindo ou fechando portas. 
 
Problematização 
ENADE (2012) A perspectiva da sustentabilidade põe em discussão 
nosso atual modelo de desenvolvimento. Nos próximos decênios, deveremos ser 
capazes de passar de uma sociedade em que o bem-estar e a saúde econômica, 
que hoje são medidos em termos de crescimento da produção e do consumo de 
matéria-prima, para uma sociedade em que seja possível viver melhor 
consumindo (muito) menos e desenvolver a economia reduzindo a produção de 
produtos materiais. 
 
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6 
É muito difícil prever como essa passagem de um estado para outro 
poderá acontecer. É certo, porém, que será verificada uma descontinuidade que 
atingirá todas as dimensões do sistema: a dimensão física (os fluxos de matéria 
e energia), mas também a econômica e institucional (as relações entre os atores 
sociais), além da dimensão ética, estética e cultural (os critérios de valor e os 
juízos de qualidade que socialmente legitimam o sistema). 
Também é certo, portanto, que o que nos aguarda é uma longa fase de 
transição. Aliás, podemos dizer que a transição já começou e que se trata de 
promover a sua gestão procurando minimizar os riscos e aumentar as 
oportunidades. 
As características das sociedades sustentáveis vão emergir de um 
processo que vai depender de como vão se mover os diferentes atores sociais, 
das novas culturas que vão surgir, das relações de força que vão ser 
estabelecidas e das novas instituições que vão ser criadas. 
MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os 
requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: EdUSP, 2002. p. 31-
32 (adaptado). 
 
Considerando o contexto apresentado, avalie as afirmações a seguir. 
I. Entre os atores sociais referenciados, as empresas ocupam papel 
secundário, pois sua função primordial é socioeconômica e não 
sociopolítica ou institucional, esta tipicamente exercida por governos e 
organizações multilaterais. 
II. Em processos de transição como o mencionado no texto, inovação e 
mudança tendem a ser incentivadas, enquanto valores e práticas 
institucionalizados tendem a ser questionados e substituídos por novas 
instituições, as quais podem conservar certos aspectos tradicionais. 
III. O cenário apresentado é repleto de oportunidades que podem ser alvo 
de estratégias empresariais para transformar ou até eliminar a produção 
de certos bens e gerar novos serviços, por exemplo, de reciclagem e 
 
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7 
reutilização de insumos e produtos, e de locação ou compartilhamento de 
eletrodomésticos, bicicletas e automóveis. 
IV. Práticas como a logística reversa de bens pós-consumo, já adotadas por 
muitas empresas, tendem a ser parte integrante dos planos e estratégias 
empresariais em diversos segmentos, seja por determinação legal seja 
por incentivos de mercado. 
São adequadas ao contexto apresentado apenas as afirmações: 
a. I e II. 
b. I e IV. 
c. II e III. 
d. I, III e IV. 
e. II, III e IV. 
 
Confira, agora, o que o professor Elton tem a dizer sobre essa questão: 
A primeira afirmação é falsa: o papel das organizações na transformação 
da sociedade, do ambiente econômico, social e ambiental é primário e 
determinante para transformação da sociedade! Não cabe apenas aos governos 
e organizações não governamentais a mudança da sociedade, as empresas com 
seus produtos, serviços e posicionamento ideológico e de mercado, são capazes 
de mobilizar as pessoas para uma transformação social, sendo assim, podemos 
considerar corretas apenas as afirmações II, III e IV. 
Para quem deseja ser um bom empreendedor, e com isso aumentar suas 
possibilidades de sucesso na abertura de um negócio, algumas leituras podem 
auxiliar bastante tais como: 
Livro 
Plano de Negócios: elementos constitutivos e processo de elaboração, do 
Professor Egon Walter Wildauer, disponível na biblioteca virtual. 
http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/605.php 
 
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8 
Pesquise 
10 ideias de negócios lucrativas e sustentáveis: 
http://exame.abril.com.br/pme/noticias/10-ideias-de-negocios-lucrativas-e-
sustentaveis 
 
PESQUISE 
 
Tema 1: Desenhando Modelos de Negócios 
O “BMG Canvas” ou “Canvas de modelos de negócios” foi desenvolvido 
por um grupo de mais de 200 consultores espalhados pelo mundo. Osterwalder 
e Pigneur foram os organizadores do livro, sendo que, para a sua construção, 
fundamentaram-se em processos de criação compartilhada de ideias, ou seja, 
de co-criação. 
Esse processo de criação compartilhada de ideias só é possível com 
processos interativosvia redes sociais. Nessa perspectiva, professores, 
consultores e empresários se unem para o desenvolvimento de ferramentas e 
soluções empresarias em processos coletivos, nos quais a preocupação central 
não está em identificar quem gerou a ideia, mas em gerar soluções que possam 
ser adotadas por todos de forma prática e eficiente. 
O objetivo da técnica de modelagem de negócios está em facilitar o 
processo de criação de novas ideias de negócios em várias versões diferentes 
e de forma fácil, participativa e intuitiva. Na visão de OSTERWALDER e 
PIGNEUR (2011): 
“Um modelo de negócios descreve a lógica de como uma organização 
cria, entrega e captura valor”. 
Para a geração de modelos de negócios inovadores, os autores propõem 
que existem cinco epicentros da inovação: 
I. A partir dos recursos: a inovação acontece a partir de uma 
infraestrutura existente, de uma organização ou de parceiros que 
 
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9 
permitam expandir a ideia de negócios. Como exemplo temos a 
Amazon Web Services®, que foi criada a partir do site amazon.com. 
II. A partir da oferta: neste caso a organização cria novas propostas de 
valor para um negócio já existente. Por exemplo, a Camex®, cimenteira 
Mexicana, vende casas pré-projetadas para comercializar seu cimento. 
III. A partir dos clientes: o objetivo, neste caso, é ouvir os clientes, 
entender suas necessidades, aumentando a conveniência e afetando 
todos os outros componentes do negócio. Uma loja de roupas 
masculinas que resolve ofertar tamanhos especiais sob medida, como 
nas antigas alfaiatarias, seria um exemplo de epicentro a partir de 
clientes. 
IV. A partir das finanças: neste tipo de inovação o novo negócio utiliza-
se de mecanismos de preços e baixo custo para ofertar soluções de 
produtos e serviços a preços muito baixos no mercado. A Xerox®, por 
exemplo, quando inventou as copiadoras, não vendia as máquinas, 
mas, sim, cobrava por cópias. 
V. A partir de múltiplos epicentros: quando um negócio muda a partir 
de múltiplos centros, o impacto na estrutura organizacional é maior, 
porém, os resultados de inovação também ficam potencializados. 
Exemplo: o jornal “Metro”, que não cobra de leitores e entrega 
quantidades específicas de exemplares em locais específicos, 
cobrando apenas dos anunciantes. 
A inovação em um negócio existente ou em uma empresa em processo 
de modelagem deve ser vista como um processo de ideação, no qual, em uma 
primeira etapa, o importante é a geração de ideias; em um segundo momento, 
a criação e gestão de um portfólio de ideias possíveis, que serão avaliadas 
segundo um conceito e métricas, que irão gerar protótipos, projetos e soluções 
para os clientes e mercados. Entre a geração inicial de ideias e o 
desenvolvimento de produtos e ideias de negócios, poucas ideias 
sobreviverão. 
 
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O Processo de Geração de ideias para a inovação 
 
 
Eis alguns aspectos que facilitam a inovação: 
 
 Equipe 
Trabalhar com uma equipe diversificada o suficiente para gerar novas 
ideias, ou seja, pessoas com idades, sexos e formações diferentes; 
clientes, fornecedores e experts – são todos bem-vindos. 
 Imersão 
Quais os elementos chaves que deverão ser analisados para a geração de 
ideias? Os epicentros de inovação podem ajudar a determinar o caminho. 
 Possibilidades 
Utilizar métodos e técnicas que possam ajudar na criação de novas 
possibilidades, por exemplo: SCAMPER, Mapa de Empatia, entre outros. 
 Seleção 
Estabelecer critérios de seleção da ideia, menor valor investido, ideia mais 
radical, nova proposta de valor, maior aproveitamento do potencial 
existente na organização, entre outros. 
 Protótipos 
Utilizar a expressão “e se…”, testar ideias, canais, formas de 
relacionamento, formas de faturamento, tudo é possível quando estamos 
em um processo criativo. 
 
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11 
Leitura Obrigatória 
Vamos à leitura do “Inovação em modelos de negócio: Um estudo sobre 
a aplicação do Design Thinking na inovação em modelos de negócio”, de autoria 
de Victor Leonard Gaspar Bueno. 
http://apreender.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Inovacao-em-Modelos-de-
Negocio-Aplicacao-Design-Thinking.pdf 
 
O vídeo que você assistirá a seguir sobre Business Model Canvas explora 
um pouco dos Epicentros de Inovação. Sendo o BMC uma ferramenta de 
inovação em Modelos de Negócios, a origem e o tipo de inovação são diferentes 
de uma inovação de produtos ou processos, por exemplo. 
https://www.youtube.com/watch?v=s8TGDp5yN24 
Agora, não deixe de conferir no material on-line as explicações do tema 
que acabamos de estudar! 
 
 
Tema 2: Modelos de Negócios Inovadores – Negócios desagregados 
(Unbundling) 
Os modelos de negócios apresentados a partir de agora, não devem ser 
considerados como verdades absolutas, mas, sim, como possibilidades de 
organização de negócios nos quais algumas propostas podem se enquadrar. 
Para OSTERWALDER e PIGNEUR (2011) modelos de negócios com 
características, arranjos e comportamentos similares, podem ser chamados 
de padrões de modelos de negócios e servir de inspiração para a criação 
do seu próprio negócio. 
 
O padrão de modelo de negócio desagregado ou unbundling, é 
caracterizado por incorporar três conceitos de negócios diferentes dentro de uma 
mesma organização. É como se existissem três quadros de modelos de negócios 
 
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12 
diferentes dentro de um mesmo negócio: um voltado para o cliente, um voltado 
para a inovação e outro voltado para infraestrutura do negócio. 
O mais importante a ressaltar é que mesmo tendo modelos 
completamente diferentes (cultura, equipes, forma de gerar receitas), esses 
modelos podem coexistir gerando um diferencial competitivo para a 
organização. 
 
Tomemos como exemplo um grande banco: é preciso uma estrutura de 
tecnologia voltada ao atendimento das operações de crédito nas agências, nos 
caixas automáticos, em operações com outras empresas bancárias etc. A 
inovação incremental (melhoria de processos) é essencial para a existência do 
negócio. 
Ao considerarmos que isso ainda é compartilhado com estratégias 
diferenciadas de atendimento a clientes para grandes empresas onde, por 
exemplo, os serviços envolvem possibilidades de financiamento, crédito a 
clientes, crédito a funcionários da empresa, seguros, financiamento de compras 
e vendas, percebe-se que esse tipo de mercado exige um relacionamento com 
os clientes de alto custo de aquisição, e de grande impacto em caso de perda. 
Em outro tipo de modelo de negócios este mesmo banco pode ter uma 
estratégia diferenciada para o atendimento de pessoas físicas, que buscam 
financiamento para veículos, casa própria, pagamento de contas, recebimento 
de salários entre outros. Nesse caso, o resultado auferido em cada operação 
com o cliente é baixo para o banco, exigindo custos baixos, previsibilidade e 
eficiência. 
Um padrão de modelo de negócios desagregado só é suportado por 
empresas de grande porte. Provavelmente uma start-up não terá estrutura, 
capital, equipe e parceiros para manter este tipo de padrão de negócio logo de 
início. 
 
 
 
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13 
Repensando a organização tradicional 
 Relacionamento com 
o consumidor 
Inovação de 
produtos 
Infraestrutura 
Economia 
O alto custo de 
aquisição de clientes 
torna imperativo 
conseguir grandes 
receitas por cliente; 
foco em economia de 
escopo.Uma entrada 
antecipada no 
mercado permite 
um preço 
diferenciado e 
maior market 
share; foco em 
velocidade. 
Altos custos fixos 
tornam o volume 
essencial para 
conseguir baixos 
custos unitários; foco 
em economia de 
escala. 
Competição 
Batalha pelo escopo; 
rápida consolidação; 
poucos e grandes 
players. 
Batalha pelo 
talento; baixas 
barreiras à 
entrada; muitos 
pequenos players 
competindo. 
Batalha pela escala; 
rápida consolidação; 
poucos e grandes 
players. 
Cultura 
Altamente orientada a 
serviços; ideia do 
cliente em primeiro 
lugar. 
Centrada no 
funcionário; manter 
as estrelas 
criativas. 
Focado em custos; 
previsibilidade e 
eficiência. 
Adaptado de HAGEL e SINGER (1999) 
 
Outro aspecto a ser considerado é o fato de que este tipo de modelo de 
negócios gera dilemas estratégicos aos tomadores de decisão, OSTERWALDER 
e PIGNEUR (2011, p. 61): 
 Segmentos de clientes e proposta de valor 
Servir a dois mercados diferentes com diferentes propostas de valor pode 
causar confusão entre as equipes de atendimento e entre os clientes dos 
diferentes segmentos ao se sentirem “destratados” em função das políticas da 
empresa. 
 Produtos e serviços 
A oferta de produtos e serviços diferenciados por uma mesma empresa 
também pode gerar problemas com os clientes e desconfiança: diferenças de 
atendimento podem não ser bem aceitas pelo mercado. 
 
 
 
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 Foco em Custo versus Foco em Geração de Valor 
Qual o foco do negócio? Como devem se portar funcionários, processos 
e sistemas diante de propostas tão distintas? 
 Resultados de curto versus longo prazo 
A inovação exige investimentos para a sua rápida introdução no mercado, 
o que eleva os custos da operação, que muitas vezes somente são viáveis 
quando mantidos no longo prazo, no mercado financeiro, de telecomunicações 
e de transporte aéreo a volatilidade é sua principal característica. 
Leitura Obrigatória 
Vamos, agora, à leitura do artigo de Luiz Fernando Lupinacci Penno, 
intitulado “A empresa em rede sob a ótica das interações”, sobretudo os capítulos 
“repensando a organização tradicional” e “O caso Cisco”. 
http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a15.pdf 
Muita gente tem ideias, mas inovar tem a ver com gerar valor (criar um 
sistema em torno de algo concreto que possa ter espaço no mercado). Na 
palestra que você assistirá a seguir, o empreendedor Marcelo Salim dá dicas 
valiosas para entender as inúmeras formas de inserir inovação no seu modelo 
de negócios! 
https://www.youtube.com/watch?v=9sH8TozjHy4 
Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada 
pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! 
 
 
Tema 3: Modelos de Negócios Inovadores – Cauda Longa 
Tradicionalmente as organizações tomam decisões a respeito de seu 
portfólio de produtos e serviços com base no conceito da curva 80/20 de Pareto, 
segundo a qual 80% do faturamento de empresa é gerado por 20% do portfólio 
de produtos, estimulando desta forma, que produtos com menor participação no 
faturamento global da empresa sejam descontinuados. 
 
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O comércio eletrônico, que só foi possível a partir da Internet, permitiu às 
organizações a criação de novas estratégias de vendas para os produtos, o 
Modelo Cauda Longa baseia-se na estratégia onde a “organização oferece uma 
grande quantidade de produtos de nicho que vendem individualmente pouco, 
mas que, no seu total, geram uma receita total de vendas alta”. 
http://www2.unifap.br/administracao/files/2014/08/Business-Model-
Canvas-o-analista-de-modelos-de-negcios-75-exemplos-para-
empreendedores-dominarem-a-ferramenta-luz-gerao-empreendedora-
120404160356-phpapp01.pdf 
Osterwalder e Pigneur (2011) reforçam que neste padrão de modelo de 
negócios os custos de estoque devem ser baixos, a eficiência logística deve ser 
alta e o acesso aos canais de comércio eletrônico precisam ser amplos, 
atendendo a todos os segmentos de clientes interessados. 
No Brasil encontramos empresas que, mesmo antes do surgimento do 
comércio eletrônico via Internet, fazia venda de seus produtos via catálogo 
impresso. Com o passar do tempo, esses catálogos foram colocados em CDs e 
hoje podem ser encontrados no site da empresa. Outras empresas já nasceram 
na era “ponto com”, como o site das Lojas Americanas, o E-bay, o Amazon, a 
Applestore entre outros, sendo que algumas organizações – como a empresa de 
vendas Shoptime – investe em três canais para a venda de seus produtos, o site 
de E-commerce da empresa, um canal de televisão via satélite para divulgação 
de seus produtos e a venda por central de televendas. 
O padrão de modelo de negócios de cauda longa envolve algumas 
características específicas, tais como: 
 Clientes 
Muitos segmentos de nicho (produtos para casa, cozinha, banho, 
eletrônicos, eletrodomésticos, roupas, televisores, computadores, 
panelas, utensílios domésticos, entre outros). 
 
 
 
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 Canais 
Internet como canal obrigatório de relacionamento com o cliente, podendo 
ser expandido para outras possibilidades: loja própria (Polishop), canal de 
televisão (Shoptime). 
 Proposta de valor 
Amplo catálogo de produtos e serviços; isso sem falar no fato de que o 
próprio cliente pode anunciar seus produtos e serviços nesses mesmos 
sites de vendas. Por exemplo, na Applestore você pode vender livros 
eletrônicos produzidos por você mesmo. 
 Relacionamento como cliente 
Indicação de outros usuários do sistema e baseado em propaganda on-
line, principalmente no Facebook, Google, Twitter entre outros. 
 Recursos chaves 
A plataforma de E-commerce. 
 Atividades chaves 
Envolvem o atendimento ao cliente, a manutenção da plataforma, os 
serviços de trocas de produtos e a assistência técnica, a melhoria e 
manutenção da ferramenta de E-commerce. 
 Parcerias 
Tradicionalmente trata-se de um negócio voltado para a comercialização 
de produtos. Dessa forma, as parcerias com os fabricantes são essenciais 
para a existência do negócio, sem falar nos aspectos relacionados a 
logística e distribuição dos produtos. 
 Fontes de receitas 
Muitos produtos vendendo pouco – a complementariedade da linha de 
produtos gera o volume de vendas. 
 Custos 
Focada no baixo custo, na eliminação perdas e ineficiências. 
 
 
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Chegou o momento de fazermos a leitura de um artigo para ilustrar tudo 
o que aprendemos neste tema sobre cauda longa. Nesse texto você deverá ler 
sobretudo o item 5 “A cauda longa: as três forças que levam ao fortalecimento 
dos mercados de nichos”. Boa leitura! 
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_TN_STP_069_490_119
17.pdf 
A Cauda Longa (Em inglês: The long tail) é o nome livro de Chris 
Anderson, editor-chefe da revista Wired, obra fundamental para compreender a 
influência das novas tecnologias no mundo dos negócios. O livro aborda a 
transformação do mercado de massa, dominado por poucos, para um 
pulverizado mercado de inúmeros nichos. Saiba mais sobre ele com o vídeo a 
seguir! 
https://www.youtube.com/watch?v=eMgXC-xfzFg 
Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada 
pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! 
 
 
Tema 4: Modelos de Negócios Inovadores – Plataformas Multilaterais 
Modelos de negócios baseados em plataformas multilaterais – MSP 
(Multi-sided Platform)organizam-se para criar valor, permitindo interações 
diretas entre dois ou mais tipos de clientes afiliados. Para OSTERWALDER e 
PIGNEUR (2011) a plataforma permite a criação de valor por facilitar a interação 
entre diferentes grupos de clientes em um fenômeno conhecido como efeito 
rede. 
Empresas como Visa, Mastercard, Google, Facebook, Unimed entre 
outros, podem ser consideradas empresas intermediárias entre grupos de 
clientes interdependentes, um grupo espera vender seus produtos (restaurantes, 
lojas, livrarias) e outro grupo de clientes espera financiar a venda (Bancos e 
financeiras usam as bandeiras VISA e Mastercard para vender crédito a seus 
clientes). Por fim, existe um grupo de clientes que está disposto a comprar os 
 
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produtos do primeiro grupo de forma segura, ágil e muitas vezes financiada sem 
ter que recorrer a um gerente de banco – são as compras financiadas via cartão 
de crédito, por exemplo. 
O grande objetivo de um negócio que opera como plataforma multilateral 
é aproximar os diferentes grupos de clientes. Porém, isso não é algo fácil e 
muitas vezes leva a empresa a enfrentar alguns dilemas, segundo 
OSTERWALDER e PIGNEUR (2011): 
 Como podemos atrair o maior número de clientes para a plataforma? 
 Qual o número suficiente de clientes para viabilizar a plataforma? 
 Qual dos dois lados da plataforma se preocupa mais com o preço? E com 
os custos? 
 Quem precisa de subsídios ou financiamentos? O comprador ou o 
vendedor? 
 A renda gerada pela plataforma atende aos dois lados do sistema? 
O padrão de modelos de negócios baseado em plataformas multilaterais 
também é citado por outros autores como um modelo multifaces; afinal de 
contas, existem dois segmentos de clientes diferentes que coexistem e são 
interdependentes, ou seja, a presença de um gera valor para o outro. 
Tomemos como exemplo uma pessoa pensando em almoçar e um 
restaurante tentando vender comida. A operadora de cartão de crédito oferece 
os meios da relação de consumo acontecer, ligando três partes interessadas, 
que existem independentes umas das outras. 
Imagine um jornal que é ofertado de graça aos leitores (transeuntes, 
pessoas que passam pela rua) que obtém suas receitas do anúncio pago de 
empresas que querem divulgar seus produtos. Temos aqui uma relação clássica 
de plataforma multilateral, o usuário do produto não paga para ter acesso ao 
produto informação – a empresa que quer anunciar seus produtos e serviços é 
quem paga para ser vista no jornal. A empresa jornalística ganha ao anunciar o 
produto e/ou serviço de outra empresa, que anuncia no jornal que chega aos 
consumidores finais de seus produtos. 
 
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Saiba mais sobre padrões de modelos de negócios fazendo a leitura do 
artigo: 
http://bmgenbrasil.com/new/wp-content/uploads/2013/03/aula-2c-
Padroes-e-MN.pdf 
Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada 
pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! 
 
 
Tema 5: Modelos de Negócios Inovadores – Grátis como modelo de 
negócios 
Empresas que atuam com esta estratégia de proposta de valor escolhem 
um grupo de clientes que pode pagar pelo serviço, como forma de financiar a 
outros segmentos de clientes que usam o serviço de forma gratuita. 
Neste formato de padrão de negócios podemos encontrar várias 
empresas atuando de forma diferenciada. Como exemplo, temos o Jornal O 
Metro (anunciantes pagam, leitores recebem de graça), o Google (anunciantes 
pagam para aparecer no topo da lista das pesquisas, usuários pesquisam de 
graça), Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle (oferecido as instituições de 
ensino de forma gratuita, porém os desenvolvimentos e melhorias nele 
realizados pertencem a blackboard dona do software, que pode incorporar as 
melhorias ao seu software pago). 
Porém, existem outras possibilidades para modelos de negócios que 
usam o grátis (freemium) como estratégia de mercado. Em muitos casos, o 
usuário recebe uma amostra grátis do produto, uma versão demo do software, o 
acesso a informações parciais e somente terá acesso a todas as possibilidades 
do produto/serviço se vier a comprar ou licenciar o restante do produto, pagando 
por isso. Isso acontece com jogos, aplicativos de celular, bancos de dados de 
oportunidades de emprego, entre outros. 
 
 
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Ainda neste tipo de modelo de negócios, podemos encontrar o caso das 
seguradoras, onde o segredo está em diluir o custo fixo de desenvolvimento da 
plataforma entre vários clientes (base de clientes muito grande), cobrando 
pequenas taxas regulares. Quando compramos um serviço de seguros para 
nossos carros, uma pequena parte do que pagamos ajudar a subsidiar o seguro 
de passageiros de avião, que tem uma probabilidade muito pequena de cair, 
porém quando cai os custos da aeronave a serem cobertos e os prêmios a serem 
pagos podem ser bastante altos. 
Segundo OSTERWALDER e PIGNEUR (2011) este modelo apresenta as 
seguintes características: 
1. Uma proposta de valor de alto valor e alto custo é ofertada apenas a 
clientes pagos. 
2. Clientes de menor poder aquisitivo usam o serviço com limitações de 
serviços e dados. 
O alto preço cobrado pelo serviço completo inibe os clientes de menor 
poder aquisitivo, mas não os impede de usá-lo. Diversas propostas de valor 
podem ser oferecidas neste modelo, sempre com um mercado potencial de 
clientes que recebe de graça o produto/serviço, enquanto que outro grupo de 
clientes paga. 
O objetivo desta estratégia é atrair o maior número de usuários para a 
plataforma, fazendo com que anunciar nela permita fazer com que o maior 
número de pessoas seja atingido. Tomemos como exemplos: Google, Facebook, 
Twitter, Jornal O Metro, Skype, entre outros. 
Qual a relação entre modelos de negócio e Design Thinking? 
Faça a leitura do artigo a seguir para saber! 
http://apreender.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Inovacao-em-
Modelos-de-Negocio-Aplicacao-Design-Thinking.pdf 
 
 
 
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Você já ouviu falar no Sistema Freemium? Trata-se de um modelo de 
negócio em que um produto ou serviço proprietário (tipicamente uma oferta 
digital como software, mídia, jogos ou serviços Web) é oferecido gratuitamente, 
mas é cobrado de usuários Premium por recursos adicionais, funcionalidade ou 
bens virtuais. Saiba mais sobre esse sistema com o vídeo! 
https://www.youtube.com/watch?v=qbJZpxYL5Cc 
Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada 
pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! 
 
 
Tema 6: Modelos de Negócios Inovadores – Freemium: ganhe o básico, 
pague para ter mais 
As possibilidades de modelos de negócios não param por aí, é possível 
continuar criando, modelando indefinidamente, basta estimular a criatividade da 
equipe empreendedora. Para tanto, separamos mais alguns modelos de 
negócios para você analisar. Vamos a eles: 
 Padrão Isca e Anzol 
Te damos o celular e você assina conosco uma conta mínima de telefone 
por um período de tempo predeterminado, ou ainda, você leva a haste do 
barbeador e só compra o refil de Lâminas; compre a impressora e depois 
lhe cobramos pelos cartuchos. 
 Modelo Aberto 
Nesse tipo de modelo de negócio a organização procura por parceiros 
externos à organização que possam ajudá-la na oferta da proposta de 
valor. Isso é muito comum em empresas aeroespaciais e em 
universidades. Aluguel por assinatura (rent subscription) 
Nesse tipo de modelo de negócios o cliente paga mensalidades e tem o 
direito de receber uma certa quantidade de produtos todo mês, sem ter 
que pagar nada a mais por isso. 
 
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 Assinatura de Produtos (product subscription) 
Nesse modelo de negócios você paga uma mensalidade ou assinatura e 
recebe em casa, todo mês, determinada quantidade de produtos. Esse tipo 
de modelo é adotado por pessoas que desejam receber em casa, meias, 
cuecas, camisas, bolsas, sapatos, acessórios, entre outros. 
 Customização em Massa (mass customization) 
Esse tipo de modelo de negócios só é possível com o uso de tecnologia: 
o usuário cria seu próprio produto, seja ele um sapato, uma bolsa, uma 
camisa etc. 
 Propriedade Fracionada (fractional ownership) 
Você já pensou em ser sócio de um jatinho? Comprar um jato sozinho 
pode ser bastante dispendioso e caro para manter; porém, se você dividir 
isso com outros 10 sócios pode ser bem mais atrativo! Tal modelo de 
negócio atende principalmente o mercado de produtos de alto luxo. 
Karina Murgel, Gerente de Projetos da Integration, explica no vídeo a 
seguir a importância dos projetos para criar um serviço ou produto único e 
inovador. Como fazer um projeto com foco em gestão e inovação? Descubra 
assistindo ao vídeo! 
https://www.youtube.com/watch?v=zGxmcxodq5k 
Agora, não deixe de conferir, no material on-line, a videoaula preparada 
pelo professor Elton com as explicações do tema que acabamos de estudar! 
 
 
Trocando ideias 
O que é um modelo de negócios inovador para você? 
Faltou algo a nossa lista de modelos de negócios inovadores? 
Os modelos apresentados são viáveis em sua região? 
Reflita sobre essas questões! 
 
 
 
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Na Prática 
Crie seu próprio modelo de negócios 
 
Com base nos conceitos do BMG Canvas, procure desenhar um modelo 
de negócios: 
 Pegue um mapa do BMG Canvas em branco, juntamente com post-its 
coloridos; 
 Pesquise na internet ideias de negócios que você gostaria de empreender; 
 Preencha o quadro do modelo de negócios da forma como ele funciona 
hoje; 
 A partir das possibilidades de novos padrões de modelos de negócios, crie, 
invente um novo modelo de negócios para a ideia; 
 Apresente para colegas, ouça opiniões, utilize a técnica dos 6 chapéus 
para criticar a ideia; 
 De posse da opinião de seus colegas reveja os itens apontados por eles; 
 Crie sua ideia de negócio a partir destes apontamentos; 
 Descreva cada item do quadro de modelo de negócios, identificando o 
relacionamento e como devem funcionar os processos organizacionais; 
 Boa sorte com o novo negócio! 
 
Dica: 
Protocolo de Resolução da situação proposta 
1. Pesquise um pouco mais sobre lojas que vendem brindes, sejam eles 
ecológicos ou não. 
2. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG Canvas no site: 
http://cms-
empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2012/07/
27/ME_business-model-canvas.pdf 
 
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3. Para preencher a figura do BMG Canvas, leia cada tópico da rota de 
aprendizagem e comece a definir como será o seu modelo de negócios 
para uma loja de brindes ecológicos. 
4. Os vídeos de apoio podem lhe auxiliar a realizar a atividade! 
 
Resolução do Caso 
Confira, no material on-line, o vídeo do professor Elton para conhecer o 
desfecho deste caso proposto para você desenvolver. 
 
 
Síntese 
Embora possa parecer que todos os modelos foram apresentados e/ou 
discutidos, ficamos muito longe disso! Na verdade, essa é uma interpretação da 
realidade de acordo com uma série de conceitos que apresentamos. 
As possiblidades em termos de modelos de negócios são muitas, assim 
como as possibilidades de combinação dos diferentes modelos. No texto “O 
analista de modelos de negócios: 6 exemplos para empreendedores dominarem 
a técnica de modelagem e prototipagem de negócios inovadores”, você poderá 
encontrar muitas outras possibilidades de modelos de negócios. Confira: 
http://www.analistademodelodenegocio.com.br 
Nosso objetivo nesta disciplina envolveu estimular cada aluno a se 
transformar em um empreendedor, com base em uma ferramenta simples e 
cheia de possibilidades. Cada um de nós pode (e deve) se transformar em um 
empreendedor de negócios, seja abrindo seu próprio negócio ou gerenciando a 
criação de negócios dentro de outros negócios. 
Quanto mais capazes nos tornamos de pensar modelos de negócios, mais 
podemos nos tornar gestores de negócios! 
 
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Vamos recapitular os assuntos discutidos nesta aula? Acesse o material 
on-line! 
 
Referências 
GEM, Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil: 
Relatório Executivo. Curitiba: Sebrae, v. 9, 2014. 
MEIRA, S. L. Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor 
no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. 
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas de análise de indústrias e da 
concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. 
ROAM, D. Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento 
visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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