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Caderno de Economia Aplicada Ao Direito

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D618c DIVERIO, Tâmara S. M. 
 
Caderno de Economia Aplicada ao Direito Dom Alberto / Tâmara S. M. 
Diverio. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. 
 
Inclui bibliografia. 
 
 
1. Direito – Teoria 2. Economia Aplicada ao Direito – Teoria I. DIVERIO, Tâmara 
S. M. Faculdade Dom Alberto III. Coordenação de Direito IV. Título 
 
CDU 340.12(072) 
 
 
 
 
Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10
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APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
O Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto teve sua semente lançada no 
ano de 2002. Iniciamos nossa caminhada acadêmica em 2006, após a construção de 
um projeto sustentado nos valores da qualidade, seriedade e acessibilidade. E são estes 
valores, que prezam pelo acesso livre a todos os cidadãos, tratam com seriedade 
todos processos, atividades e ações que envolvem o serviço educacional e viabilizam a 
qualidade acadêmica e pedagógica que geram efetivo aprendizado que permitem 
consolidar um projeto de curso de Direito. 
 
Cinco anos se passaram e um ciclo se encerra. A fase de crescimento, de 
amadurecimento e de consolidação alcança seu ápice com a formatura de nossa 
primeira turma, com a conclusão do primeiro movimento completo do projeto 
pedagógico. 
 
Entendemos ser este o momento de não apenas celebrar, mas de devolver, 
sob a forma de publicação, o produto do trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo 
desenvolvido por nossos professores durante este período. Este material servirá de guia 
e de apoio para o estudo atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato 
inicial de qualidade com as disciplinas que estruturam o curso de Direito. 
 
Felicitamos a todos os nossos professores que com competência nos 
brindam com os Cadernos Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção 
didático-pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto. 
 
 
 
 
Lucas Aurélio Jost Assis 
Diretor Geral
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PREFÁCIO 
 
 
 
 
Toda ação humana está condicionada a uma estrutura própria, a uma 
natureza específica que a descreve, a explica e ao mesmo tempo a constitui. Mais 
ainda, toda ação humana é aquela praticada por um indivíduo, no limite de sua 
identidade e, preponderantemente, no exercício de sua consciência. Outra característica 
da ação humana é sua estrutura formal permanente. Existe um agente titular da ação 
(aquele que inicia, que executa a ação), um caminho (a ação propriamente dita), um 
resultado (a finalidade da ação praticada) e um destinatário (aquele que recebe os 
efeitos da ação praticada). Existem ações humanas que, ao serem executadas, geram 
um resultado e este resultado é observado exclusivamente na esfera do próprio 
indivíduo que agiu. Ou seja, nas ações internas, titular e destinatário da ação são a 
mesma pessoa. O conhecimento, por excelência, é uma ação interna. Como bem 
descreve Olavo de Carvalho, somente a consciência individual do agente dá testemunho 
dos atos sem testemunha, e não há ato mais desprovido de testemunha externa que o 
ato de conhecer. Por outro lado, existem ações humanas que, uma vez executadas, 
atingem potencialmente a esfera de outrem, isto é, os resultados serão observados em 
pessoas distintas daquele que agiu. Titular e destinatário da ação são distintos. 
 
Qualquer ação, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo ou 
alegria, temor ou abandono, satisfação ou decepção, até os atos de trabalhar, comprar, 
vender, rezar ou votar são sempre ações humanas e com tal estão sujeitas à estrutura 
acima identificada. Não é acidental que a linguagem humana, e toda a sua gramática, 
destinem aos verbos a função de indicar a ação. Sempre que existir uma ação, teremos 
como identificar seu titular, sua natureza, seus fins e seus destinatários. 
 
Consciente disto, o médico e psicólogo Viktor E. Frankl, que no curso 
de uma carreira brilhante (trocava correspondências com o Dr. Freud desde os seus 
dezessete anos e deste recebia elogios em diversas publicações) desenvolvia técnicas 
de compreensão da ação humana e, consequentemente, mecanismos e instrumentos 
de diagnóstico e cura para os eventuais problemas detectados, destacou-se como um 
dos principais estudiosos da sanidade humana, do equilíbrio físico-mental e da 
medicina como ciência do homem em sua dimensão integral, não apenas físico-corporal. 
Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua família foram 
capturados e aprisionados em campos de concentração do regime nacional-socialista de 
Hitler. Durante anos sofreu todos os flagelos que eram ininterruptamente aplicados em 
campos de concentração espalhados por todo território ocupado. Foi neste ambiente, 
sob estas circunstâncias, em que a vida sente sua fragilidade extrema e enxerga seus 
limites com uma claridade única,
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que Frankl consegue, ao olhar seu semelhante, identificar aquilo que nos faz 
diferentes, que nos faz livres. 
 
Durante todo o período de confinamento em campos de 
concentração (inclusive Auschwitz) Frankl observou que os indivíduos confinados 
respondiam aos castigos, às privações, de forma distinta. Alguns, perante a menor 
restrição, desmoronavam interiormente, perdiam o controle, sucumbiam frente à dura 
realidade e não conseguiam suportar a dificuldade da vida. Outros, porém, 
experimentando a mesma realidade externa dos castigos e das privações, reagiam de 
forma absolutamente contrária. Mantinham-se íntegros em sua estrutura interna, 
entregavam-se como que em sacrifício, esperavam e precisavam viver, resistiam e 
mantinham a vida. 
 
Observando isto, Frankl percebe que a diferença entre o primeiro tipo 
de indivíduo, aquele que não suporta a dureza de seu ambiente, e o segundo tipo, que 
se mantém interiormente forte, que supera a dureza do ambiente, está no fato de que 
os primeiros já não têm razão para viver, nada os toca, desistiram. Ou segundos, por 
sua vez, trazem consigo uma vontade de viver que os mantêm acima do sofrimento, 
trazem consigo um sentido para sua vida. Ao atribuir um sentido para sua vida, o 
indivíduo supera-se a si mesmo, transcende sua própria existência, conquista sua 
autonomia, torna-se livre. 
 
Ao sair do campo de concentração, com o fim do regime nacional- socialista, 
Frankl, imediatamente e sob a forma de reconstrução narrativa de sua experiência, 
publica um livreto com o título Em busca de sentido: um psicólogo no campo de 
concentração, descrevendo sua vida e a de seus companheiros, identificando uma 
constante que permitiu que não apenas ele, mas muitos outros, suportassem o terror 
dos campos de concentração sem sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido 
para a vida. 
 
Neste mesmo momento, Frankl apresenta os fundamentos daquilo que viria 
a se tornar a terceira escola de Viena, a Análise Existencial, a psicologia clínica de maior 
êxito até hoje aplicada. Nenhum método ou teoria foi capaz de conseguir o número de 
resultados positivos atingidos pela psicologia de Frankl, pela análise que apresenta ao 
indivíduo a estrutura própria de sua ação e que consegue com isto explicitar a 
necessidade constitutiva do sentido (da finalidade) para toda e qualquer ação humana. 
 
Sentido de vida é aquilo que somente o indivíduo pode fazer e ninguém 
mais. Aquilo que se não for feito pelo indivíduo não será feito sob hipótese alguma. 
Aquilo que somente a consciência de cada indivíduo conhece. Aquiloque a realidade 
de cada um apresenta e exige uma tomada de decisão.
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Não existe nenhuma educação se não for para ensinar a superar-se a si 
mesmo, a transcender-se, a descobrir o sentido da vida. Tudo o mais é morno, é sem 
luz, é, literalmente, desumano. 
 
Educar é, pois, descobrir o sentido, vivê-lo, aceitá-lo, executá-lo. Educar não 
é treinar habilidades, não é condicionar comportamentos, não é alcançar técnicas, não 
é impor uma profissão. Educar é ensinar a viver, a não desistir, a descobrir o sentido 
e, descobrindo-o, realizá-lo. Numa palavra, educar é ensinar a ser livre. 
 
O Direito é um dos caminhos que o ser humano desenvolve para garantir 
esta liberdade. Que os Cadernos Dom Alberto sejam veículos de expressão desta 
prática diária do corpo docente, que fazem da vida um exemplo e do exemplo sua 
maior lição. 
 
Felicitações são devidas a Faculdade Dom Alberto, pelo apoio na publicação 
e pela adoção desta metodologia séria e de qualidade. Cumprimentos festivos aos 
professores, autores deste belo trabalho. Homenagens aos leitores, estudantes desta 
arte da Justiça, o Direito. 
 
. 
 
 
 
 
Luiz Vergilio Dalla-Rosa 
Coordenador Titular do Curso de Direito
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Sumário 
 
 
 
 
Apresentação.............................................................................. 
 
 
3 
 
Aula 1 
 
A Economia e o Direito............................................................... 10 
Aula 2 
 
Aspectos da Evolução da Ciência Econômica.............................. 24 
Aula 3 
 
Globalização e as Transformações na Década de 90.................. 34 
Aula 4 
 
O Desequilíbrio do Setor Externo............................................... 37 
Aula 5 
 
Os Desequilíbrios das Contas Públicas........................................ 58 
Aula 6 
 
As Fases da Integração Econômica............................................. 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 1 
 
 
 
A ECONOMIA E O DIREITO 
 
 
 
Quando se analisa a teoria dos mercados, que é parte da microeconomia, dois 
enfoques são encontrados: de um lado, estuda-se o comportamento dos produtores e dos 
consumidores quanto a suas decisões de produzir e de consumir; de outro, além de se 
conceituarem os agentes das relações de consumo – consumidor e fornecedor, do ponto 
de vista do Código de Defesa do Consumidor -, colocam-se os direitos do consumidor frente 
aos deveres do fornecedor de bens e serviços. 
 
Por sua vez, quando se estuda o estabelecimento comercial e o papel do 
empresário, novamente duas visões emergem da análise: a econômica e a jurídica. A visão 
econômica enfatiza o papel do administrador na organização dos fatores de produção – 
capital, trabalho, terra e tecnologia - combinado-os de modo a minimizar seus custos ou 
maximizar seu lucro. A jurídica, extraída de Direito Comercial, apresenta várias concepções, 
que enfatizam que o estabelecimento comercial é um sujeito de direito distinto do 
comerciante, com seu patrimônio elevado à categoria de pessoa jurídica, com a capacidade 
de adquirir e exercer direitos e obrigações. 
 
 
 
DEFINIÇÃO DE ECONOMIA 
 
 
 
A economia é fundamentalmente a ciência da escassez. Não fossem os bens 
escassos, não se depararia a humanidade com os problemas que envolvem sua produção e 
distribuição. As pessoas têm necessidades e desejos. As necessidades são de caráter mais 
geral, como: alimentar-se, abrigar-se, locomover-se, reproduzir, ter segurança e aceitação 
social. Os desejos são a forma como as pessoas buscam satisfazer suas necessidades. A 
necessidade de vestir-se é de caráter universal, mas a forma como as pessoas se vestem 
depende de fatores como fantasias, idade, sexo, cultura, religião e preconceitos, por 
exemplo. 
 
Da mesma maneira, as pessoas podem satisfazer as mesmas necessidades e desejos 
de modos diferentes: através da aquisição de bens ou através da prestação de serviços. 
Uma pessoa pode satisfazer sua necessidade de abrigar-se através da aquisição ou do 
aluguel de um imóvel. A pessoa pode comprar uma tesoura ou utilizar os serviços de um 
cabeleireiro para ter seus cabelos aparados. Outros fatores que influenciam decisivamente 
na forma como as pessoas satisfazem suas necessidades e desejos são a disponibilidade de 
recursos naturais, clima, grau de conhecimento técnico acumulado e as relações de 
produção. 
 
A Teoria Econômica analisa, de forma simplificada, o funcionamento de um 
sistema econômico, utilizando um conjunto de suposições e hipóteses acerca do mundo 
real, procurando obter as leis que o regulam. Ela divide-se em dois grandes grupos:
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1. Microeconomia: que trata do comportamento das firmas e dos indivíduos 
ou famílias, preocupando-se com a formação dos preços e o funcionamento do mercado 
de cada produto individual; 
 
2. Macroeconomia: que diz respeito aos grandes agregados nacionais, estuda 
o funcionamento do conjunto da economia de um país, envolvendo o nível geral dos 
preços, formação da renda nacional, mudanças na taxa de desemprego, taxa de câmbio, 
balanço de pagamentos etc. 
 
Por meio do estudo do comportamento dessas variáveis macroeconômicas, as 
autoridades econômicas estabelecem políticas monetárias, fiscais, cambiais, taxa de juro 
etc., visando influenciar o nível da atividade econômica. Para que se mantenha em uma 
situação de equilíbrio, ou em direção às metas estabelecidas. As decisões do nível 
macroeconômico têm suas repercussões no equilíbrio microeconômico do mercado. Da 
mesma forma, o comportamento dos consumidores e das firmas reflete-se no nível 
agregado, influenciando variáveis macroeconômicas. 
 
 
 
 
OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
 
 
Constitui-se indubitavelmente o problema central de qualquer economia decidir O 
que produzir?, Como produzir? e Para quem produzir? Sabe-se que escolher corretamente 
o investimento é tão importante quanto a torná-lo operacional. Definiremos a seguir 
individualmente o que vem a ser cada um deles. 
 
1) O que produzir? 
 
Diz respeito a definição de quanto e do que deve ser produzido. Sabendo-se que 
há infinitas possibilidades de investimentos, esta questão é decisiva para o fracasso ou o 
sucesso de qualquer economia. A União Soviética, por exemplo, no início do século XX, 
época da revolução socialista, optou por investir a maior parte de seus recursos produtivos 
nos setores de siderurgia e mineração, as conseqüências vieram no final do mesmo século, 
quando a União Soviética percebeu que não produzia bens de consumo modernos como 
computadores, celulares, aparelhos de fax e eletro-eletrônicos em geral, ao contrário 
possuía um parque industrial obsoleto, ao passo que os países capitalistas desenvolvidos 
oferecia uma confortável qualidade de vida, respaldada pela oferta de bens de consumo 
modernos e de um desenvolvimento tecnológico em todas as áreas da economia. O país 
então, se fragmentou e o sistema comunista perdeu de vez a sua credibilidade. 
 
2) Como produzir? 
 
Refere-se ao tipo de tecnologia implementado na produção. É o chamado know- 
how (como fazer), e ao mesmo tempo é uma tarefa complexa, pelo fato de requerer 
investimentos corretos nas devidas áreas de pesquisas científicas, ou mesmo de demandar 
do exterior o know-how mais adequado a produção.
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3) Para quem produzir? 
 
Trata de definir a forma como será repartida a produção, quem serão os 
consumidores do que será produzido. 
 
OBS.: As questões o que, como e para quem produzirsão equacionadas de formas 
diferentes e de acordo com o sistema econômico que prevaleça. Nos sistemas capitalistas 
a definição destes questionamentos são dadas pelo próprio mercado. Nos sistemas 
socialistas ou planificados, é o governo quem define o que, como e para quem produzir. 
 
 
 
 
CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA: 
 
 
 
Procure entender bem estes conceitos de economia, pois precisará deles para 
entender outras relações mais a frente da disciplina. Procure compreender como alguns 
dos principais temas econômicos têm relações entre si, influenciam uns aos outros e afetam 
a vida de todas as pessoas. 
 
O que são os juros? É o preço do dinheiro emprestado. 
Ex.: Se um banco lhe empresta 1000 reais hoje com a condição de que você 
devolva 1150 reais no mês que vêm, então a taxa de juro que ele está cobrando é de 15% 
ao mês. 
 
Aumento das taxas de juros: 
 
O governo gastaria mais com os encargos da dívida pública; 
Por conseqüência queda imediata no crescimento econômico (pois inibe 
os investimentos); 
Maior rentabilidade nas aplicações; 
Reduzindo a arrecadação do próprio 
governo; A produção diminui causando 
desemprego; 
 
 
 
Diminuição das taxas de juros: 
 
Crédito torna-se atrativo; 
Aumento dos gastos por parte dos consumidores; 
Maiores investimentos por parte das empresas (os recursos financeiros 
possuem custos menores);
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O que é a Taxa Selic e quem determina? 
 
Existe uma taxa básica de juros na economia brasileira que se chama Taxa Selic. 
Ela é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central – órgão 
do governo federal que regula a quantidade de dinheiro em circulação no país e 
supervisiona o sistema bancário. A taxa selic são os juros que o Banco Central cobra pelos 
empréstimos que faz aos bancos. A partir dela, os bancos estipulam os juros que cobrarão 
daqueles que lhes pedem empréstimo (como você, quando usa o cheque especial, por 
exemplo). Por isso, ela é chamada de taxa básica. Naturalmente, o banco cobra mais 
daqueles a quem empresta do que quanto paga ao tomar emprestado do Banco Central. 
Essa diferença é chamada de “spread” (palavra em inglês para a diferença entre o preço do 
custo e o de venda). 
 
 
 
 
O que é o PIB (Produto Interno Bruto)? 
 
É o valor do que é produzido pelos três setores da economia (indústria, 
agropecuária e serviços) em certo período – em geral, em um ano. 
 
PIB per capita: é o PIB dividido pelo número de habitantes, ou seja, quanto caberia 
a cada pessoa se as riquezas produzidas fossem divididas igualmente. Esta medida nos 
mostra que pouco adianta o PIB crescer se a população aumenta em ritmo mais rápido, 
porque o país acaba ficando mais pobre. 
 
 
 
 
O que é INFLAÇÃO? 
 
É o aumento generalizado dos preços. Se, por exemplo, uma cesta de produtos que 
custa 100 reais em fevereiro passa a ser vendida por 150 reais em março, apurou-se uma 
inflação de 50% no mês. Cabe relembrar que a inflação, já foi o grande drama da economia 
brasileira. A partir dos anos 1980, vários planos fracassaram na tentativa de contê-la. Mas, 
desde 1994, com a implantação do Plano Real, ela está relativamente sob controle. Depois 
de ter atingido mais de 40% ao mês naquele ano, a inflação está há quase três anos abaixo 
de 1,7% ao mês. Houve aumento em 2002 por causa de uma crise cambial, mas desde 
então o acumulado do ano encontra-se em queda. 
 
Mas, como o Brasil controla a inflação? 
 
Através dos juros altos: aos tornar os financiamentos (como crediário ou cartão de 
crédito) muito caros, eles diminuem a procura (consumo) por bens e serviços e freiam a 
economia. Como conseqüência, os preços sobem menos, o que é explicado pela lei da 
oferta e procura – quanto menor a procura por um produto ou serviço, menor tende a ficar 
seu preço, para o comerciante tentar estimular a venda.
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O que é taxa de câmbio? 
 
Definição: Taxa Cambial é o preço de uma moeda nacional em termos de outra. 
Taxa Cambial no Brasil: em geral, a taxa cambial de um país qualquer é expressa 
como unidades de moeda nacional necessárias para comprar uma unidade de 
moeda estrangeira. 
 
Valorização cambial da moeda nacional ocorre quando o poder de compra desta em 
relação à demais cresce; e desvalorização cambial, quando seu poder de compra cai. 
 
Exemplo: No Brasil, um dólar custa dois reais. Se a taxa cambial varia para um real 
por dólar, dizemos que se valorizou. Se varia para três reais por dólar, a moeda se 
desvalorizou. 
 
Que fatores tem possibilitado a entrada de muitos dólares no nosso País? 
 
Um dos fatores são as altas taxas de juros, pois estas atraem investimentos 
financeiros internacionais, feitos em dólar. Outro é o bom desempenho das exportações, 
que têm batido recordes. 
 
 
 
 
Mas quais as conseqüências do real valorizado? 
 
Como é comum em economia, o real valorizado traz conseqüências boas e ruins. 
Entre as boas podemos citar duas: como fica mais barato comprar produtos estrangeiros, a 
indústria se moderniza com a importação de tecnologia. Além disso, como as matérias- 
primas importadas tornam-se mais baratas, o preço do produto final tende a cair, o que 
pressiona a inflação para baixo. Mas, por outro lado, com o real valorizado, as exportações 
e a balança comercial tendem a ser prejudicadas. 
 
Crescimento da economia mundial 
 
Eis um bom exemplo de como, em economia, tudo está relacionado e nem sempre 
o óbvio acontece. O real valorizado deveria comprometer o resultado da balança comercial 
brasileira, mas a taxa de câmbio desfavorável para exportações tem sido compensada pelo 
ótimo cenário da economia global nos últimos anos. 
É principalmente o crescimento da China e dos EUA que compõe esse cenário, pois 
os dois países fazem muitas compras no mercado global. Mas, outros fatores estimulam as 
nações em desenvolvimento, como o Brasil. O primeiro são os preços recordes da 
commodities (as matérias-primas de grande importância econômica, como o petróleo e a 
soja, em geral exportados por países emergentes. O segundo são os juros baixos nos países 
ricos, que reduzem o custo dos empréstimos e estimulam o investimento nas nações em 
desenvolvimento, nas quais são pagas taxas mais altas, como no Brasil.
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O SISTEMA FINANCEIRO 
 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
“conjunto de instituições financeiras que se dedicam, de alguma forma, ao 
trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos 
entre poupadores e investidores”. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
 
1. Intermediários financeiros: 
 
captam poupança diretamente do público (por sua própria iniciativa 
e responsabilidade); 
aplicam estes recursos junto a empresas (através de empréstimos 
e financiamentos); 
 
Ex.: bancos comerciais, caixas econômicas e os bancos de investimentos, etc. 
 
2. Instituições auxiliares: 
 
apenas colocam em contato os poupadores e 
investidores. Ex.: Bolsa de valores, sociedades corretoras e 
distribuidoras. 
 
 
 
3. Instituições financeiras monetárias: 
 
Recebem depósitos à vista, criam moeda. 
 
Ex.: bancos comerciais, caixas, bancos múltiplos e cooperativas de crédito; 
 
4. Instituições financeiras não-monetárias: 
 
Não recebem depósitos à vista; 
 
Operam com ativos não monetários (ações, CDB, títulos, etc.) 
 
Ex.: corretoras, bancos de investimento, bndes, etc.
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AUTORIDADES MONETÁRIAS 
 
 
 
 
1. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) 
 
 
 
É o órgão normativodo sistema financeiro. Não lhe cabem funções executivas. É 
responsável por diretrizes de Políticas Monetárias, Cambial e de créditos. Conselho de 
Política Econômica. 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DO CMN 
 
Determina a quantidade dos meios de pagamento necessários 
ao funcionamento da economia; 
regular o valor interno e externo da moeda nacional; 
Determina as normas de atuação das instituições 
financeiras; Coordena a política monetária. 
 
 
 
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO CMN 
 
Autorizar a emissão de papel-moeda; 
determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras; 
regular as operações de redesconto de liquidez; 
regular o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras 
que operem no país. 
 
 
 
Em 1977, foi criado o COPOM (Comitê de Política Monetária) canal pelo qual o 
CMN delibera sobre a política monetária. 
 
 
 
COPOM 
Comitê de Política Monetária 
 
O COPOM é composto por diretores do Bacen e o Ministro da Fazenda. 
Sua gestão visa:
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Definir meta para a taxa SELIC; 
Avaliar o relatório das metas da inflação; 
Monitorar a inflação e fixar as metas de juros básicos. 
 
 
 
Taxa Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia 
O que é? 
É a taxa de negociação de títulos públicos; 
(quanto o governo remunera quem empresta dinheiro a ele) 
o Definida pelo Copom e calculada pelo Bacen; 
 
 A taxa de juros brasileira é a mais alta do mundo. 
 Taxa de juros alta inibe o crescimento econômico. 
 Usada também para frear a inflação. 
 
 
 
 
 
 
 
2 BANCO CENTRAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATRIBUIÇÕES DO BACEN 
 
 
 
controle da política monetária: 
emitir papel moeda; 
executar serviços de meio circulante; 
realizar operações de open market; 
depositário das reservas das instituições financeiras; 
realizar operações de redesconto para as instituições financeiras;
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regular a execução dos serviços de compensação de 
cheques. fazer a regulação do sistema financeiro; 
autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras; 
guardião do valor da moeda nacional; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.: 
 
 O CMN – Conselho Monetário Nacional determina as taxas do 
recolhimento compulsório das instituições financeiras. 
 O Bacen recebe os recolhimentos compulsórios. 
 Quem emite papel-moeda e moeda metálica é o Banco Central. 
 Quem autoriza a emissão de papel-moeda e o CMN – Conselho Monetário 
Nacional.
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AUTORIDADES DE APOIO 
 
 
 
 
1 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CMV) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS DA CVM 
 
 
 
Fortalecimento do mercado de ações; 
regular as bolsas de valores e assegurar um funcionamento eficiente; 
organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; 
 
 
 
 
2 BANCO DO BRASIL (BB) 
 
 
 
É um banco comercial que funciona como agente financeiro do 
governo; É o principal agente da política de crédito agrícola e 
industrial. 
 
Ou seja, em alguns casos opera como agente do governo 
federal executor da política oficial de crédito rural; 
compensação de cheques e outros papéis;
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3. BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS BNDES 
 
impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país; 
fortalecer o setor empresarial nacional; 
atenuar os desequilíbrios regionais (criando pólos de produção; 
promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e 
de serviços; 
 
4. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF) 
 
Exercem atividades típicas de bancos comerciais (recebem depósitos à vista 
em cc e fazem empréstimos); 
Também atuam no crédito direto ao consumidor, financiando bens de 
consumo duráveis, empréstimos sob garantia de penhor industrial e caução 
de títulos. 
 
Detém a exclusividade das operações de empréstimo sob penhor de 
bens pessoais. 
Agente do governo federal para a execução de sua política habitacional.
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INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
 
Os Bancos Comerciais 
 
 
 
Criam moeda: efeito multiplicador 
Captação: depósitos à vistas 
Empréstimos 
 
 
 
 
 
 
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Aula 2 
 
ASPECTOS DA EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
 
 
 
1 MERCANTILISMO 
 
 
 
Política econômica adotada na Europa do século XVI a meados do século XVII. 
Objetivo: O fortalecimento do Estado (RIQUEZA E PODER); 
 
Apogeu do Absolutismo (monarca tem todos os poderes) 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
 
Metalismo: a riqueza de um país era medida pela quantidade de metais 
que ele possuía; 
Balança comercial favorável: Quando ocorre mais exportações e menos 
importações, isto é, acumula-se riquezas no país; 
Intervenção do estado na economia: através do Estado Nacional, a 
economia concentrava-se na intervenção estatal; 
Protecionismo: Há um incentivo no consumo de produtos nacionais, isto 
é, evita-se as importações para proteger a produção nacional; 
Monopolismo: somente o Estado (Metrópole) pode ter exclusividade 
na exploração colonial; 
 
 
 
Para o desenvolvimento do mercantilismo era necessário a CONQUISTA DE 
COLÔNIAS, as quais abasteceriam a Metrópole com seus produtos e seriam 
consumidores dos produtos metropolitanos. 
 
 
 
 A isto se dá o nome de PACTO COLONIAL 
 
 
 
2 FISIOCRATAS 
 
 
 
Os fisiocratas consideravam a agricultura como fonte original de toda riqueza, 
porque somente ela permitia larga margem de lucros sobre um investimento 
pequeno;SOMENTE A TERRA OU NATUREZA É CAPAZ DE PRODUZIR ALGO NOVO; 
Transferiram o centro da análise do âmbito do comércio para o da produção
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3 CLÁSSICOS 
 
Adam Smith afirma que não é a prata ou o ouro que determina a prosperidade 
de uma nação, mas sim o trabalho humano; 
 
Em conseqüência, qualquer mudança que aprimore as forças produtivas 
enriquece uma nação 
 
A principal delas - além da mecanização - é a divisão social do trabalho, 
amplamente estudada por ele. 
 
Defendem o LIBERALISMO; 
 
 
 
Elaboram o conceito de racionalidade econômica, no qual o indivíduo deve 
satisfazer suas necessidades sem se preocupar com o bem-estar coletivo; 
 
A liberdade de todos os comportamentos econômicos (do consumidor, do produtor) 
assegura, em sua opinião, a maior e a melhor produção possível ao menor custo 
estabelecendo que a verdadeira fonte da riqueza é o trabalho; 
 
 
 
Ao governo compete: 
 
patrocinar a defesa nacional, 
garantir a livre concorrência entre as empresas e 
a proteção à propriedade privada. 
 
A iniciativa individual deve ser incentivada. 
 
 
 
4 O PENSAMENTO MARXISTA 
 
Criticavam a "ordem natural" e a "harmonia de interesses", pois há 
concentração de renda e exploração do trabalho. 
 
Desenvolveu, também, a teoria da mais-valia (exploração do trabalho), 
que é a origem do lucro capitalista, de acordo com o pensamento marxista; 
 
(Analisou as crises econômicas, a distribuição de renda e a acumulação 
de capital); 
 
Marx exerceu grande impacto e provocou importantes transformações com 
a publicação: 
Manifesto Comunista e O Capital.
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Segundo sua doutrina, a industrialização vinha acompanhada de efeitos 
danosos ao proletariado, tais como: 
 
 baixo padrão de vida,longa jornada de trabalho, 
 reduzidos salários e 
 ausência de legislação trabalhista. 
 
 
 
5 NEOCLÁSSICOS 
 
Amparados pelas idéias do filósofo inglês Jeremy Bentham (1748-1832), 
criador do utilitarismo, eles afirmam que o valor de um produto é uma 
grandeza subjetiva: relaciona-se com a utilidade que ele tem para cada um; 
 
Essa utilidade, por sua vez, depende da quantidade do bem de que o 
indivíduo dispõe; 
 
Dessa maneira, o preço das mercadorias e dos serviços passa a ser definido 
pelo equilíbrio entre a oferta e a procura. Essa lei do mercado, para os neoclássicos, 
conduz à estabilidade econômica. 
 
 
 
6 KEYNESIANOS 
 
Revolução : A obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936); 
 
Keynes contesta as hipóteses neoclássicas de que as forças do mercado 
conduzem ao equilíbrio econômico; 
 
Mostra que é possível, em uma economia de mercado, a permanência de longas 
crises, marcadas pela recessão e pelo desemprego; 
 
Segundo o autor, elas ocorrem quando o investimento na economia é 
relativamente reduzido, não sendo suficiente para garantir o pleno emprego da 
força de trabalho existente; 
o Para superá-las, recomenda o aumento do gasto público; 
 
As obras estatais, por exemplo, criam novos postos de trabalho, diminuindo o 
desemprego.
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TEORIA ELEMENTAR DO FUNCIONAMENTO DE MERCADO 
 
 
 
O funcionamento do sistema de economia de mercado 
 
mercado 
famílias 
empresa
s 
 
Os mercados e os preços 
 
compradores (demandantes) 
vendedores (ofertantes) 
 
Livre jogo da oferta e da demanda 
 
■peça-chave no funcionamento de toda a economia de mercado 
 
Mercado Competitivo 
 
A existência de muitos Demandantes e Ofertantes 
 
 
 
A demanda 
 
 
preço. 
Quantidade de mercadoria que o consumidor deseja adquirir a determinado
 
preço 
gosto 
preferênci
a 
renda disponível 
preço dos bens relacionados 
 
O que é Curva de demanda? 
 
 
 
Ela nos mostra a relação entre a quantidade demandada de um bem por todos os 
indivíduos e seu preço, mantendo constantes outros fatores (gosto, renda, preço de bens 
relacionados ) 
 
 
 
A lei da demanda 
 
Mostra que quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade desse bem que 
os consumidores estariam dispostos a comprar. Paralelamente, quanto mais baixo o preço 
do bem, mais unidades serão demandadas.
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Obs.: Você deve entender o gráfico abaixo e saber que é um gráfico que expressa 
a lei da demanda. 
 
 
 
 
 
A oferta 
 
 
Quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a 
determinado preço. 
 
 
 
Depende de um conjunto de fatores: 
tecnologia 
os preços dos fatores produtivos 
o preço do bem que se deseja oferecer 
 
 
 
O que é a Curva de Oferta 
 
É a relação entre o preço e a quantidade ofertada. 
 
 
 
A Lei da Oferta 
 
Mostram como a quantidade ofertada aumenta junto com preço, refletindo o 
comportamento dos produtores. 
 
Obs.: Você deve entender o gráfico abaixo e saber que é um gráfico que expressa 
a lei da oferta.
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O Equilíbrio de Mercado 
 
Interação entre os 
agentes produtores 
consumidores 
 
estudo conjunto de ambas as 
curvas preço de equilíbrio 
quantidade de equilíbrio 
 
 
 
O preço de equilíbrio 
 
é aquele em que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e 
dos ofertantes ou produtores 
 
 
 
O Equilíbrio de Mercado 
 
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela 
demanda. O equilíbrio se encontra onde as curvas de oferta e de demanda se cruzam. Ao 
preço de equilíbrio, a quantidade oferecida é igual a quantidade demandada (quantidade 
de equilíbrio). 
 
 
 
Relação entre a quantidade demandada 
e preços de outros bens e serviços (bens 
substitutos e complementares) 
 
O que são bens substitutos ou concorrentes? 
 
É quando o consumo de um bem substitui o consumo do outro.
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Exemplos: 
 
1 - Carne de vaca, frango e peixe. 
2- Cerveja: Antarctica e Brahma. 
3- Coca-cola e Guaraná. 
 
 
 
 
 
 
O que são bens complementares? 
 
São bens consumidos em conjunto, ou seja, bens para os quais o aumento no 
preço de um dos bens leva a uma redução na demanda pelo outro bem. 
 
 
 
Exemplos: 
camisa social e gravata; 
Pneu e câmara. 
Pão e manteiga. 
Sapato e meia. 
Litro de gasolina e automóvel. 
 
 
 
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RELAÇÃO ENTRE A DEMANDA DE UM BEM E A RENDA DO 
CONSUMIDOR 
 
Bem Normal = tudo o mais constante, um aumento na renda provoca um 
Aumento na quantidade demandada do bem. 
 
Bem Inferior = tudo o mais constante, um aumento na renda provoca uma 
diminuição na quantidade demandada do bem. 
Ex.: Passagem de ônibus, carne de segunda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
Introdução 
Mercado em Concorrência Perfeita 
Monopólio 
Oligopólio 
Concorrência Monopolística 
 
 
 
Introdução 
 
As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de 
3 características: 
 
a) número de empresas que compõem esse mercado;
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b) tipo do produto (se as firmas fabricam 
produtos idênticos ou diferenciados); 
c) se existem ou não barreiras ao acesso de 
novas empresas nesse mercado. 
 
 
 
 
TIPOS DE ESTRUTURAS DE MERCADO 
Concorrência Pura ou Perfeita 
Mercado atomizado: mercado com infinitos vendedores e compradores 
(como “átomos”), de forma que um agente isolado não tem 
condições de afetar o preço de mercado. 
 
Produtos Homogêneos: todas as firmas oferecem um produto seme- 
lhante, homogêneo. Não há diferenças de embalagem, qualidade 
nesse mercado. 
 
Mobilidade de firmas: não há barreiras para o ingresso de 
empresas no mercado. 
 
 
 
Monopólio 
 
Características Básicas 
 
uma única empresa produtora do bem ou serviço; 
não há produtos substitutos próximos; 
existem barreiras à entrada de firmas concorrentes. 
 
As barreiras de acesso podem ocorrer de várias formas: 
 
Monopólio puro ou natural = devido à alta escala de produção requerida, exigindo um 
elevado montante de investimento. A empresa monopolística já está estabelecida em 
grandes dimensões e tem condições de operar com baixos custos. Torna-se muito difícil 
alguma empresa conseguir oferecer a um preço equivalente à firma monopolista; 
 
Patentes = direito único de produzir o bem. 
 
Controle de matérias-primas básicas = Exemplo : o controle das minas de bauxita pelas 
empresas produtoras de alumínio. 
 
Monopólio estatal ou institucional, protegido pela legislação, normalmente em setores 
estratégicos ou de infra-estrutura. (Energia, Petróleo, comunicações).
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Definido de duas formas: 
Oligopólio
 
pequeno nº de empresas no setor. Ex. Indústria automobilística. 
 
ou um pequeno nº de empresas domina um setor com muitas empresas. 
 
Ex.: Indústria de bebidas. 
 
Devido à existência de empresas dominantes, elas têm o poder de fixar os preços de venda 
em seus termos, defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, 
em que os consumidores têm baixo poder de reação a alterações de preços. 
 
No oligopólio, assim como no monopólio, há barreiras para a entrada de novas 
empresas no setor. 
 
Tipos de oligopólio: 
 
com produto homogêneo (alumínio, 
cimento); 
com produto diferenciado 
(automóveis). 
 
Formasde atuação das empresas: 
 
1. concorrem entre si, via guerra de preços ou de promoções (forma de 
atuação pouco freqüente); 
 
2. formam cartéis (conluios, trustes). Cartel é uma organização (formal ou informal) 
de produtores dentro de um setor, que determina a política para todas as 
empresas do cartel. O cartel fixa preços e a repartição (cota) do mercado entre as 
empresas. 
 
 
 
Concorrência Monopolística 
 
muitas empresas, produzindo um dado bem ou serviço; 
 
cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos; 
 
cada empresa tem um certo poder sobre os preços, dado que os produtos 
são diferenciados, e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com 
sua Preferência.
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Aula 3 (Tema para o trabalho) 
 
GLOBALIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES NA DÉCADA DE 90 
 
 
 
CRISES ANOS 90 
 
MÉXICO 
 
Efeito Tequila: Crise Cambial sofrida pelo México; 
Fortes déficits em transações correntes de seu Balanço de Pagamentos; 
Crise: enorme fuga de capitais; 
Peso mexicano intensa desvalorização; 
Aumenta suas exportações para o EUA; 
 
Ganha competitividade devido: 
Desvalorização e proximidade física EUA; 
Tailândia, Filipinas, Indonésia e Malásia 
Perdem mercado para México e China; 
Não conseguiram acompanhar as desvalorizações (moedas atreladas ao 
dólar); Aumenta déficit em transações correntes; 
Era preciso alguém para financiar os déficits: Quem? 
Japão: “Junta-se a fome com a vontade de comer” 
 
Os países do Sudeste asiático eram considerados estáveis, confiáveis e de elevada 
rentabilidade para os investidores; 
 
Então: 
Banqueiros japoneses com muito dinheiro em caixa estavam 
procurando melhores remunerações para os seus investimentos; 
Fugindo de seu próprio mercado interno (taxa de juros muito baixas); 
Os japoneses queriam reverter a situação de recessão com taxa de juros 
baixa; Mas: 
 
Quando esses credores externos se convenceram de que aqueles países 
representavam um risco maior do que o que eles estavam dispostos a assumir, recusaram- 
se a continuar financiando o déficit, fato que gerou a crise cambial nesses quatro países e 
os obrigou, a desvalorizar fortemente suas moedas; 
 
 
 
TAILÂNDIA, FILIPINAS, INDONÉSIA E MALÁSIA 
 
 Desvalorizaram suas moedas em relação ao dólar em 30%; 
 
Essa crise do sudeste asiático foi se espalhando, envolvendo a Coréia, Taiwan, 
Hong Kong até alcançar a Rússia.
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HONG KONG E TAIWAN 
 
Hong Kong 
 
volta para a China em 1997; 
Coincidiu com a Crise Asiática; 
Para defender a estabilidade da sua taxa de 
câmbio: Aumentou taxa juros; 
Usou todas as suas reservas; 
Queria se defender do ataque 
especulativo; Moeda se manteve 
inalterada. 
 
 
 
Taiwan 
 
Antes: China até 2ª guerra; 
Com o apoio EUA, tornou-se um Estado independente; 
China quer recuperar Taiwan 
Também desvalorizou sua moeda. 
 
 
 
E as consequências para o resto do mundo? 
 
Diminui renda variável (ações); 
Aumento títulos de renda fixa (rendimento previamente 
conhecido); 
Receosos de uma crise de grandes proporções, os investidores em renda 
variável (na Bolsa de Valores de Hong Kong) iniciaram um deslocamento maciço 
para renda fixa ou compraram títulos do tesouro norte-americano (mais seguros 
do mundo); 
 
 
 
A crise asiática e recessão japonesa causaram outros estragos: 
 
Com a diminuição do crescimento econômico: Países dependentes 
petróleo; Importava da Rússia; 
Rússia diminui consumo de Petróleo; 
Crise Rússia (Bolsa de Moscou forte abalo) 
Repercutiu no mundo todo. 
 
 
 
Ou seja, a Rússia, foi afetada pela queda dos preços do petróleo que a redução 
da demanda do países em crise ocasionou.
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O EFEITO MANADA 
 
“Se um megainvestidor está saindo de um lugar considerado seguro é porque 
este deixou de sê-lo. Então é melhor sair também antes que seja tarde”. 
 
O país que sofre esse ataque especulativo não tem como defender sua taxa 
de câmbio e acaba desvalorizando-a. 
 
E o que o governo brasileiro fez? 
 
Elevou bruscamente as taxas de juros 20% para 39% ao ano; 
(para manter os investimentos financeiros e evitar a dilapidação 
das reservas); 
Relativo êxito 
Não foi preciso desvalorizar o real, mas 
Os juros aumentou a dívida interna; 
Aumentou o déficit público.
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Aula 4 
 
O DESEQUILÍBRIO DO SETOR EXTERNO Notícia 
de jornal do final de novembro de 1998 dizia o seguinte: 
“O déficit em transações correntes chegou a 4,4% do Produto Interno Bruto na série 
de doze meses terminada em outubro. É o maior saldo negativo registrado desde o início 
do Plano Real...Este dado reflete a crise financeira internacional”. 
 
A notícia referia-se ao déficit existente nas “transações correntes” 
O que significa isto? 
 
Quando os jornais se referem ao déficit externo em “transações correntes” 
ou em “conta corrente”, eles estão indicando que GASTAMOS MAIS DO QUE 
ARRECADAMOS no COMÉRCIO, nos SERVIÇOS e nas TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS. 
São contas que registram as relações econômicas e financeiras de um país, 
com o resto do mundo. 
 
 
 
1.Balança Comercial 
2.Balança de serviços 
3.Transferências unilaterais 
 Transações 
correntes 
 
 
 
 
 
 
 
1. Balança Comercial 
 
Déficit: Importações > Exportações 
Superávit: Exportações > Importações 
 
Lembrando: 
 
Taxa de câmbio: “é a relação de valor entre duas moedas”. 
 
 
 
 
2. Balança de Serviços 
 
(Viagens Internacionais)
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Déficit: Brasileiros gastaram muito mais no exterior do que turistas 
estrangeiros gastaram no Brasil; 
Despesa com o pagamento de juros da dívida externa; 
Remessa de lucros e dividendos do capital estrangeiro investido no Brasil. 
 
 
 
3. Transferências Unilaterais 
 
 
 
Brasileiros que vivem em outros países e transferem recursos para o Brasil; 
Despesas que um país realiza para a manutenção de embaixadas 
e 
consulados em todo o mundo; 
Doações em casos de calamidades. 
 
 
 
Balança de transações correntes 
 
Se essa conta for SUPERAVITÁRIA: 
 
Significa que o país está recebendo recursos que podem ser utilizados: 
 
No pagamento de compromissos assumidos anteriormente (diminuição 
do endividamento externo); 
Para aumentar as reservas do país; 
 
 
 
Se essa conta for DEFICITÁRIA: 
(implica a necessidade de): 
 
De investimentos de estrangeiros no país (aumentando o controle 
de estrangeiros sobre empreendimentos no país); 
De se contraírem empréstimos no exterior (aumentando o endividamento 
do país); 
De diminuir as reservas nacionais de divisas internacionais.
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Qual a saída? 
 
Estímulo as Exportações e diminuição das Importações 
 
 
 
(Superávit Comercial)
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para cobrir o déficit de Serviços. 
 
 
 
EM RESUMO 
 
 Um país que déficits em transações correntes grandes e crescentes depende muito 
da entrada de recursos externos; 
 
 
 
 Como necessita conceder vantagens para quem vier será prisioneiro da 
manutenção de ELEVADAS TAXAS DE JUROS e da manutenção de outros benefícios para os 
investidores. 
 
 
 
 
DÉFICITS GÊMEOS E O PERIGO DE UMA ATAQUE ESPECULATIVO 
 
Repetidos déficits em transações correntes 
Cobrir o rombo atrair capitais externos (taxas juros 
elevadas) Plano Real : já sofreu três ataques especulativos 
 
 
 
O que é um ataque especulativo? 
 
Ocorrequando existe uma desconfiança dos investidores sobre a solidez dos 
fundamentos que sustentam a estabilidade de uma moeda. Causa desastres econômicos e 
financeiros 
 
 
 
 
Formação das Reservas 
 
 
 
Quando um país NÃO CONSEGUE COBRIR O DÉFICIT em transações correntes do 
BP com A ENTRADA DE CAPITAIS (empréstimos e financiamentos)? 
 
 
 
 
Recorre as RESERVAS 
 
 
 
DE ONDE VÊM ESSAS RESERVAS? 
 
 
 
⇒ Têm origem em superávits do Balanço de Pagamentos obtidos em anos 
anteriores.
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OBS.: Quanto maiores forem as reservas em moeda forte, maiores serão 
as garantias para uma economia enfrentar eventuais déficits futuros. 
 
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Relação entre o esgotamento 
das reservas e a desvalorização do 
câmbio 
Reservas não suficientes para cobrir um 
déficit 
 
 
 
CRISE CAMBIAL 
(ESCASSEZ DE MOEDA FORTE NO PAÍS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DÉFICIT EM TRANSAÇÕES CORRENTES DEVE SER REDUZIDO: 
 
Desvalorização Cambial 
Transformar um déficit em um Megasuperávit 
Exportações (AUMENTO) Importações (DIMINUI) 
 
Então: 
 
Superávit na Balança Comercial 
+ 
Saldo Positivo das transferências unilaterais 
= 
Reduz ou elimina o déficit em transações 
correntes 
(causou o problema) 
 
 
 
Obs.: Compensa o déficit da conta de serviços 
 
 
 
Desvalorização Cambial X Inflação 
 
 
 
Exportações estimuladas e importações reduzidas; 
 
O preço de todos os produtos importados se elevarão; 
 
Inflação.
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Para mudar a balança comercial de déficit para superávit 
Desvalorização Cambial 
 
 Superávit comercial: mais exportação, menos importação; 
 Ocorre entrada de divisas; 
 Aumenta reservas 
 Aumenta inflação 
 Aumenta preços produtos importados 
 Facilita elevação dos preços internos 
 
 
 
Desvalorização Cambial 
X 
Debandada de Investidores 
 
•GLOBALIZAÇÃO: Os mercados financeiros internacionais passaram a operar on- 
line 24 horas. 
 
•Os investimentos financeiros se movimentam com grande agilidade e em 
grandes volumes a todo momento. 
 
INVESTIMENTO FINANCEIRO, REQUER: 
 
SEGURANÇA ESTABILIDADE 
CAMBIAL 
 
 
 
Em grande parte dos países a moeda estrangeira necessita transformar-se 
em moeda nacional para ser aplicada internamente e obter a desejada 
rentabilidade. 
 
Quem utiliza moeda forte e aplica em países de moeda fraca e duvidosa realiza 
um salto perigoso: TROCA SEU DINHEIRO “BOM” POR OUTRO QUE PODE SE 
DESVALORIZAR”. 
 
 
 
Obs.: A desconfiança do investidor de que um governo está prestes a desvalorizar a 
moeda na qual ele tem suas aplicações pode levá-lo, a trocá-las por dólares, e sair 
rapidamente antes que tal desvalorização aconteça.
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TEXTO COMPLEMENTAR: CERVO. A. L. A. A internacionalização da economia brasileira. 
Coleção Divulgação. Fundação Alexandre Gusmão. Diponível em: 
http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/o-livro-na-rua-serie-diplomacia. Acesso em 16 
de setembro de 2010. 
 
 
 
 
 
 
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA Nacionalizar 
a economia internacional 
Por volta de 2005, a economia brasileira alcança uma nova etapa rumo a sua 
maturidade macroeconômica. A transição que se observa então, é bem verdade, lança 
raízes em condições que vinham sendo preparadas há anos. Desde os anos 1930, sob 
impulso do paradigma desenvolvimentista, a grande estratégia consistia em nacionalizar a 
economia internacional. Trazer para dentro do país capitais e empresas estrangeiros, 
importação procurada para manter o elevado ritmo de crescimento, que era apoiado na 
produção para o mercado interno e no protecionismo. 
 
O modelo resultava, com efeito, em crescimento industrial de longo prazo, porém 
criava certos gargalos de longo prazo também, como o isolamento do país, a baixa 
produtividade sistêmica interna e a manutenção de características de dependência 
estrutural. O choque da abertura nos anos 1990 deu continuidade à tendência de 
importação de insumos, pois que o neoliberalismo conduziu à nacionalização da 
globalização, especialmente dos serviços. Mas a abertura despertou o empresariado, 
que não mais poderia manter-se em letargia, isolado no espaço nacional e vivendo à 
sombra das tarifas. Como a maturação de uma tendência é lenta, somente no século XXI 
toma impulso a mudança que conduz à nova etapa do desenvolvimento, a expansão para 
fora de empresas brasileiras. 
 
Internacionalizar a economia nacional 
 
Uma nação alcança essa etapa do desenvolvimento quando reúne condições 
adequadas para tal. No Brasil, o caminho para a maturidade econômica foi preparado 
durante décadas, porém o conjunto de condições para o salto de qualidade produziu-se 
apenas na primeira década do século XXI. 
A internacionalização das empresas brasileiras tornou-se, com efeito, possível e viável por 
razões mentais e materiais. Em primeiro lugar, a capitalização das empresas e a elevação 
de sua produtividade ao nível sistêmico global, sem o que elas não estariam preparadas 
para instalar-se e operar fora do país. Em segundo lugar, o nível de organização 
empresarial, de captação de informação e de apropriação de expertise necessárias para 
expandir o negócio além fronteiras. Em terceiro lugar, o apoio do Estado para visualização 
e aproveitamento de oportunidades a que se voltam as lideranças sociais. 
 
Essa última condição, muito relevante, diz respeito à política exterior e supõe tanto 
uma mudança da mentalidade empresarial como da função do Estado. A sociedade
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comprova a mudança em curso da mentalidade empresarial, por exemplo, quando aparece, 
em 1994, a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização 
Econômica, hoje com centenas de sócios no meio empresarial. A mudança da mentalidade 
pública se faz na virada do milênio com a transição do paradigma desenvolvimentista para 
o neoliberal e deste para o Estado logístico. Logístico é o Estado que não mais dispõe dos 
meios de produção, tampouco entrega ao mercado seu inteiro domínio, porém repassa aos 
segmentos organizados da sociedade a responsabilidade pelo desenvolvimento. E lhes 
presta orientação e apoio, zelando, igualmente, pela harmonia na realização de interesses 
setoriais, cuja soma configura o interesse nacional. 
 
A nova função do Estado pressupõe, em nossos dias, apoio político e jurídico às 
empresas, por meio do tratado ou do ordenamento estável para garantia dos 
investimentos. Da mesma forma, a bitributação dos lucros apresenta-se como empecilho, 
por tal razão o governo brasileiro já tem firmado cerca de três dezenas de acordos para 
evitá-la. 
 
O papel do Estado, por mais que se decante a autonomia do mercado, nunca deixou 
de ser essencial para a internacionalização econômica em qualquer das fases históricas de 
expansão e em qualquer sistema econômico. 
 
 
 
Instrumentos e mecanismos 
 
A internacionalização da economia brasileira se faz por meio de diversos 
instrumentos e mecanismos, a exemplo do que sucede com outros países que percorreram 
esse caminho. A ação mais relevante é o investimento direto, dito produtivo, mediante a 
instalação da filial, a compra total da empresa estrangeira ou a associação com ela. 
Existem, contudo, investimentos em ações, empréstimos e depósitos diversos, sem 
considerar os bancários. 
 
O tempo figura entre os elementos de cálculo do investidor, ao qual não interessa a 
flutuação conjuntural, porém a perspectiva do longo prazo. A capacidade de atração, 
entretanto, condicionaos fluxos e o destino dos empreendimentos. Ela é determinada por 
ordenamento jurídico confiável, credibilidade política e estabilidade econômica. Nos 
últimos anos, os países emergentes, despertam nova onda de transnacionalização 
econômica. Com efeito, no ano 2000, 81% dos investimentos totais realizados no mundo 
provinham das economias avançadas, apenas 68% em 2007. Por outro lado, quando para 
eles dirigem-se os fluxos, influem especificamente como fatores de atratividade entre os 
emergentes o tamanho da economia e do respectivo mercado de consumo e o ritmo de 
crescimento econômico. 
 
As condições da atratividade existentes na economia brasileira explicam o grande 
fluxo de investimentos diretos externos para o país: 22 bilhões de dólares ao ano em média 
desde o plano real de 1994, 45 bilhões apenas em 2008. Explicam, do mesmo modo, o 
destino dos investimentos diretos brasileiros no exterior. 
 
 
 
O Brasil multinacional
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De acordo com relatórios do Banco Central, o estoque de investimento direto 
brasileiro no exterior atingiu a soma de 129,8 bilhões de dólares em dezembro de 2007, 
acrescentando-se o investimento de 20,457 bilhões em 2008. O assessor da Federação das 
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Embaixador Rubens Barbosa, registra em artigo 
para o jornal O Globo que o Brasil ocupa então a décima quarta posição no ranking dos 
países com maior estoque de investimento direto no exterior. 
 
O número de empresas que investem no exterior acompanha o aumento desse 
estoque, a demonstrar que o investimento direto lá fora movimenta as grandes como as 
médias empresas. Cerca de mil empresas brasileiras operam no exterior. Os setores mais 
dinâmicos são representados pelas instituições financeiras, empresas mineradoras e 
siderúrgicas, produção energética, serviços de engenharia, alimentação e têxtil, porém a 
pulverização de investimentos ocorre também, envolvendo inúmeros outros setores e 
outras empresas. 
 
Um dos objetivos da política exterior brasileira do século XXI tem em mira a 
construção da América do Sul como unidade econômica e concebe a integração produtiva 
como o caminho mais adequado para promover o progresso e o desenvolvimento. Governo 
e empresariado embarcaram nessa estratégia, o primeiro preparando o terreno político e 
jurídico por meio do Mercosul e da Unasul, o segundo tomando o caminho dos negócios. 
A necessidade de prover a região de ordenamento jurídico favorável à expansão das 
empresas realizou-se, em boa medida, no Cone Sul, mas não se logrou a assinatura de 
acordos de garantia de investimentos com os vizinhos. Depois de exercer enorme 
capacidade de atração de investimentos diretos brasileiros por alguns anos, especialmente 
a Argentina, que mantém a atratividade, a vizinhança afugenta investidores aqui e 
ali. Bolívia e Equador, entre outros, preocupam, ao embargar projetos em curso de grandes 
empresas como Petrobras e Odebrecht. 
 
A globalização sugere a diversificação dos destinos, porém as escolhas dependem 
das condições acima referidas e da afinidade cultural. A Ásia movimenta poucas empresas, 
a África exerce boa atratividade, a Europa e a Rússia pequena. Entretanto, em 2008, os 
Estados Unidos ficaram com 27,6% dos investimentos brasileiros realizados no exterior. 
China e Índia, povos e mercados que ostentam tamanho e dinamismo ímpares, recebem 
poucos agentes brasileiros, ainda despreparados para lidar com familiaridades tão distintas. 
 
 
 
Benefícios da internacionalização 
 
 
 
Acompanhar a tendência da globalização econômica significa para uma economia 
emergente elevar-se ao nível da maturidade e manter-se nesse nível. A primeira vantagem 
advém da penetração nas cadeias produtivas mundiais. O fenômeno não somente espelha 
como induz o emparelhamento do processo produtivo, especialmente tecnológico, às 
condições sistêmicas de operacionalidade. Sabem bem disso as economias avançadas, 
ascendem a tal patamar as emergentes. 
 
A transnacionalização de empresas beneficia o país de origem com exportações de 
melhor qualidade. Contribui para aumentar o valor e o quantum das exportações, elevar 
sua qualidade intrínseca, diversificar a pauta e mesmo os mercados. A captação de recursos
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que alimentam o cofre das empresas se faz por meio de ações lançadas em outros 
mercados de capital e de empréstimos contratados no exterior. Por modo a reforçar a 
acumulação de capital e aumentar a disponibilidade para novos investimentos. 
 
As remessas ou repatriações ocorrem rotineiramente, porém adquirem significado 
maior quando se destinam a resolver problemas financeiros da matriz. Ademais, compõem 
o balanço de pagamentos do país como nova fonte de recursos. 
 
O reforço do poder nacional para influir, por exemplo, sobre a ordem mundial 
traçada pelas negociações multilaterais resulta, do mesmo modo, da presença de seus 
agentes econômicos nos espaços mundiais. 
 
Para um país como o Brasil, que durante décadas estendeu o chapéu com o fim de 
recolher capitais, empresas e tecnologias alheias para tocar seu desenvolvimento, a 
internacionalização de sua economia equivale passar à fase de global player e de superação 
da dependência estrutural. Se vivos estiverem, felizes devem estar, pois, os economistas 
cepalinos dos anos cinqüenta e os teóricos da dependência da década seguinte, observando 
que, finalmente, o país galgou o processo de desenvolvimento em seu último patamar. Bem 
percebeu o operário Luiz Inácio Lula da Silva, promotor da internacionalização da economia 
brasileira como Presidente, ao estimular os empresários a tomar o caminho do mundo e 
dizer-lhes: “é bom para o Brasil”. 
 
Para saber mais 
BARROS, Octavio de & Giambiagi, Fabio (orgs.). Brasil globalizado. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2008. 
CERVO, Amado Luiz & Bueno, Clodoaldo. História da política exterior do Brasil. Brasília: 
EdUnB, 2008. 
Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização 
Econômica-Sobeet (site e publicações diversas).
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Aula 5 
 
 
 
Os Desequilíbrios das Contas Públicas 
 
 
 
Governo gasta > arrecada 
 
 
 
= Déficit público 
 
Para cobrir diferença entre despesas e receitas 
 
 
 
 
• Cria inflação 
Emitir moeda
 
• Aumento na quantidade dinheiro > crescimento bens e serviços 
 
• Inflação dispara 
 
• Troca de moeda nacional/estrangeira 
 
• Hiperinflação: escambo 
 
 
 
Lançar títulos dívida pública 
 
 
 
Governo captura dinheiro em circulação 
 
Para alguém comprar 
 
Governo: pagar juros 
 
Devolver dinheiro emprestado 
 
Os recursos obtidos com a venda de títulos tem de ser devolvidos 
 
Se no vencimento não tiver como pagar 
 
Emite mais títulos 
 
Aumenta a dívida interna
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Dívida interna alta 
 
 
 
• Desconfiança dos credores 
 
• Governo tem que aumentar taxa de juros e encurtar prazo pág. 
 
• Altas taxas de juros (corrói contas públicas) Déficit público 
 
• Inibe crescimento vendas e produção 
 
• Diminui estímulo de novos investimentos pelas empresas 
 
• Consumo e investimento se contraem 
 
• Diminui inflação 
 
 
 
 
 
Quando não se consegue cobrir os déficits em transações correntes do Balanço 
de pagamentos (empréstimos e financiamentos) 
 
 
Reservas 
 
De onde vêm? 
 
Superávits do Balanço de pagamentos obtidos em anos anteriores 
 
 
 
Para mudar a balança comercial de déficit para superávit 
 
 
 
• Desvalorização cambial 
 
• Superávit comercial: mais exportação, menos importação 
 
• Ocorre entrada de divisas• Aumenta reservas 
 
• Aumenta inflação 
 
• Aumenta preços produtos importados 
 
• Facilita elevação dos preços internos.
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Aula 6 
As fases da integração econômica 
 
 
 
1ª: ZONA DE LIVRE COMÉRCIO 
 
Criação de uma zona em que as mercadorias provenientes dos países 
membros podem circular livremente; 
 
Nesta zona livre, as tarifas alfandegárias são eliminadas e há flexibilidade nos 
padrões de produção, controle sanitários e de fronteiras; 
 
Estão neste estágio: Nafta e a Apec. 
 
 
 
2ª UNIÃO ADUANEIRA 
 
 
 
Além da zona de livre comércio, essa etapa envolve a negociação de tarifas 
alfandegárias comuns para o comércio realizado com outros países; 
 
O Mercosul encontra-se neste estágio do processo. 
 
 
 
3ª MERCADO COMUM 
 
 
 
 Engloba as fases anteriores e acrescenta a livre circulação de pessoas, serviços 
e capitais; 
 
 
 
4ª UNIÃO MONETÁRIA 
 
Essa fase pressupõe a existência de um mercado comum em pleno 
funcionamento. Consiste na coordenação das políticas econômicas dos países 
membros e na criação de um único banco central para emitir a moeda que será 
utilizada por todos eles; 
 
 
 
5ª ETAPA: UNIÃO POLÍTICA 
 
Última etapa da integração, a união política engloba todas as anteriores e 
envolve também a unificação das políticas de relações internacionais, defesa, 
segurança interna (terrorismo, narcotráfico) e segurança externa (guerras); 
 
Em sua meta de unificação, a EU está voltada para a efetivação dessa etapa;
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Qual é a diferença entre Zona de Livre Comércio, União Aduaneira e o 
Mercado Comum? 
 
Uma Zona de Livre Comércio é a etapa ou tipo de integração em que são 
eliminadas todas as barreiras ao comércio entre os membros do grupo. A União Aduaneira 
é a etapa ou tipo de integração em que, além do livre comércio entre os membros do grupo, 
existe a aplicação de uma Tarifa Externa Comum (TEC) ao comércio com terceiros países. 
No Mercado Comum, além da TEC e do livre comércio de bens, existe a livre circulação 
de fatores de produção (capital e trabalho). 
 
 
 
UNIÃO EUROPÉIA 
 
 
 
Ceca (Comunidade do Carvão e do Aço) 
CEE (Comunidade Econômica Européia) 
EU (União Européia) 
 Sede: Bruxelas 
 
 
 
 
 Em 1993, a EU eliminou todas as restrições ainda existentes ao livre fluxo de 
mercadorias, serviços e recursos (incluindo mão-de-obra) entre os seus membros, 
tornando-se assim um mercado único unificado; 
 
 A união assim ampliada representa o maior bloco comercial do mundo; 
 
 O comércio intra-EU foi estimado como sendo o dobro do que teria sido caso não 
houvesse a integração; 
 
 Mais da metade dessa expansão comercial ocorreu através do comércio intra- 
indústria. 
 
 
 
Tratado de Maastricht 
(pontos principais) 
 
Criada uma moeda única (EURO); 
 
Criado um banco central único; 
 
EU será um mercado sem fronteiras e totalmente integrado; 
 
A EU é a grande parceira comercial do Brasil;
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O projeto da Europa unificada foi extremamente arrojado, com a criação de 
um sistema de defesa comum europeu, independente da Otan, e a criação 
de uma moeda única, o EURO; 
 
A adoção do Euro elimina os custos de câmbio, ou seja, o custo da troca 
de moedas, existente nas transações comerciais; 
 
 
 
O NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) 
 
 
 
 Entrou em vigor em 1994; 
 
 Foi assinado em 1992 pelos EUA, Canadá e México; 
 
 Trata-se de um gigantesco mercado de mais de 370 milhões de pessoas e um 
PNB superior a 7 trilhões de dólares; 
 
 Tendo como centro polarizador a economia do EUA, essa zona de livre 
comércio deve ser implantada como a gradativa redução das barreiras alfandegárias entre 
os três países localizados na América do Norte; 
 
 Derrubada de todas as tarifas alfandegárias: 2015; 
 
 O objetivo do Nafta é estabelecer apenas uma Zona de Livre Comércio; 
 
 Portanto, diferente do Mercosul, que é uma União Aduaneira; 
 
 Bancos americanos e canadenses poderão operar no México e até comprar 
bancos mexicanos. Antes do acordo, o sistema bancário mexicano era protegido por leis 
especiais; 
 
 Empresas americanas e canadenses poderão comprar 100% do capital de 
empresas mexicanas. Antes do acordo, só podiam comprar 49%; 
 
 O transporte entre os países-membros será desregulamentado. Antes do 
acordo, só empresas mexicanas podiam atuar no território mexicano; 
 
 Os executivos de empresas poderão morar e trabalhar em qualquer país- 
membro, sem maiores exigências burocráticas. Entretanto, para os trabalhadores, 
continuam as mesmas normas anteriores da imigração.
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ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) 
 
 
 
 Em 1994, na cidade de Miami, EUA, iniciaram as negociações para a 
criação da ALCA, que reunirá 34 países, ou seja, todas as nações do continente americano, 
exceto Cuba; 
 
 Divergência: relacionada ao destino dos blocos econômicos já existentes 
(Nafta, Mercosul e Pacto Andino, etc.); 
 
 Os EUA queriam a sua extinção assim que a Alca estiver criada, e os 
integrantes do Mercosul, sua manutenção; 
 
 Alca causaria maior dependência americana. 
 
 Os EUA são os principais interessados na instalação da ALCA. Sozinhos, eles 
absorvem 15% das importações dos países do Mercosul e 38,5% dos demais países latino-
americanos (exceto o México); 
 
 O Brasil e o Mercosul, entretanto, mantém uma posição de precaução, 
exigindo, numa primeira etapa, a eliminação (total ou substancial) das barreiras não 
tarifárias impostas pelos EUA às exportações do Brasil e de outros países contrários às 
normas de livre comércio da OMC (Organização Mundial do Comércio); 
 
 
 
 A proposta é implementar mudanças graduais, o que contraria os interesses 
norte-americanos, que querem rapidez. As negociações, já em andamento, devem ser 
concluídas em 2005. 
 
 
 
 A ALCA não tem entre suas metas o desenvolvimento econômico ou social 
dos países do continente. Simplesmente visa propiciar às empresas da região a 
possibilidade de atuar em todo o continente com vantagens superiores. Isso beneficiará 
preponderantemente as grandes empresas e principalmente as norte-americanas, 
sobretudo, aquelas que ainda não possuem operações em nosso país; 
 
 
 
 A iniciativa do governo brasileiro visa fortalecer o Mercosul e procura 
assegurar ao Brasil uma posição hegemônica entre os países da região; 
 
 Estrategicamente, o acordo representa também uma resposta dos países sul- 
americanos à investida dos EUA, que insistem em impor à América do Sul, uma área de livre 
comércio, a Alca.
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O MERCOSUL 
 
 
 
Com uma área total de quase 12 milhões de km2, um mercado potencial de 220 
milhões de consumidores e um PIB próximo de um trilhão de dólares, o Mercosul 
representa boas perspectivas para o futuro. Se considerarmos que, no desenrolar 
do século XXI, a água será um elemento estratégico essencial, a exemplo do 
petróleo, cabe destacar que dentro do Mercosul estão as duas bacias 
hidrográficas mais caudalosas do planeta: a do Prata e da Amazônia. 
 
 
 
 Tratado de Assunção: 1991 (Mercosul); 
 
 1995: grande passo: com a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), o que 
transforma a região de zona de livre-comércio em união aduaneira.O Objetivo principal de um mercado comum, além da livre circulação de 
bens, pessoas e serviços, é fazer com que exista uma conduta única, um 
bloco coeso, na hora de negociar com quem está do lado de fora. 
 
 
 
 O Brasil é o que demonstra menos dependência do Mercosul, pois possui 
mais parceiros comerciais fora do bloco. 
 
 Apesar de o Mercosul ser considerado uma instituição fundamental para o 
crescimento do continente, pouco significa, ainda, diante do peso de 
outros blocos no comércio mundial. 
 
 
 
 Nos últimos quatro anos, o Brasil amplia suas exportações para os EUA e 
para os parceiros do Mercosul em ritmo bem superior ao das 
importações. 
 
 Assim, cresce o superávit do Brasil na relação com esses países. Isso se 
nota quando a linha verde fica acima da azul (superávit comercial com 
os EUA) e quando a amarela fica acima da vermelha (Superávit ante o 
Mercosul). 
 
 
 
 
 
 
O que o Brasil ganha com o Mercosul? 
 
A criação de blocos comerciais regionais constitui tendência que vem se 
consolidando há décadas. Nesse sentido, o Mercosul representa tanto um esforço de 
integração econômica que aproxima seus países membros dessa tendência mundial quanto 
um projeto de aproximação política no Cone Sul. Ao integrar-se ao Mercosul, o Brasil ganha 
peso nas negociações internacionais, já que passa a negociar não mais
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individualmente, mas como bloco diante de outros blocos econômicos. Seu poder de 
negociação é, portanto, potencializado. O bloco também representa um mercado potencial 
de 200 milhões de habitantes e um PIB acumulado de mais de 1 trilhão de dólares, o que 
o coloca entre as quatro maiores economias do mundo, logo atrás do Nafta, União Européia 
e Japão. Por essa razão, o Mercosul é hoje um dos principais pólos de atração de 
investimentos do mundo. O objetivo de se estabelecer uma moeda única para o Mercosul 
ainda é remoto. No entanto, tem avançado bastante o exercício de coordenação 
macroeconômica entre os quatro países-membros, que é condição indispensável para 
qualquer política de unificação monetária.
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TEXTO COMPLEMENTAR: CERVO. A. L. A. O Mercosul. Coleção Divulgação. Fundação 
Alexandre Gusmão. Diponível em: http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/o- livro-na-
rua-serie-diplomacia. Acesso em 16 de setembro de 2010. 
 
 
 
 
Antecedentes e impulsos 
O MERCOSUL
 
A idéia da integração vem dos anos cinqüenta. Os presidentes argentinos, Juan 
Domingo Perón e Arturo Frondizi, e seus colegas brasileiros, Juscelino Kubitschek e Jânio 
Quadros, queriam a integração. Os regimes militares plantados nos anos sessenta abalaram 
inicialmente essa idéia, mas não extinguiram o diálogo. Na passagem dos anos setenta para 
os oitenta, convenceram-se de que o entendimento bilateral era conveniente e mesmo 
inevitável, tendo em vista a convivência necessária entre vizinhos. Depois dos generais, 
coube aos presidentes civis José Sarney e Raúl Alfonsín retomar nos anos oitenta a idéia da 
integração, que Carlos Menem e Fernando Collor de Melo converteram no Mercosul. 
 
Reunidas as condições políticas, avançou se firmemente no caminho do 
entendimento com dois acordos firmados durante o regime militar, em 1979 e 1980, o 
primeiro superando o atrito acerca do aproveitamento dos rios da Bacia do Prata, o 
segundo estabelecendo a cooperação. Depois deles, a Ata de Itaipu de 1985 e os Protocolos 
de Cooperação do ano seguinte assinados por Sarney e Alfonsín aprofundaram e 
expandiram mecanismos de ação bilateral. 
 
Há, pois, na origem e na evolução do Mercosul, um lastro histórico que 
especialistas chamam de relações em eixo. O eixo se estabelece quando duas potências 
regionais decidem unir seu destino por uma boa causa. Dois exemplos ilustram esse 
argumento. A construção da paz motivou França e Alemanha a assinarem o Tratado do 
Eliseu, em 1963. A promoção do desenvolvimento motivou Brasil e Argentina a assinarem 
os Acordos de Uruguaiana em 1961 e a Ata de Itaipu em 1985. O eixo se firma mediante 
cooperação que se situa na gênese dos processos de integração na Europa e no Cone Sul. 
Com efeito, ao conjugar forças de dois países de liderança regional, a relação especial 
ultrapassa o âmbito das relações bilaterais e suscita reações na vizinhança, em princípio no 
sentido da aglutinação, como ocorreu durante a origem e a expansão da União Européia 
e do Mercosul. 
 
 
 
Tratatado de Assunção (26 de março de 1991) 
“Este Mercado Comum implica: 
 
• A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos... 
• O estabelecimento de uma tarifa externa comum... 
• A coordenação de políticas macroeconômicas...”.
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Criação e expansão 
 
O Mercosul foi criado em 1991 quando os governos de Argentina, Brasil, Paraguai 
e Uruguai assinaram o Tratado de Assunção. Recebeu, depois, a adesão de Chile, Bolívia, 
Peru, Equador e Colômbia como membros associados e o pedido de adesão da Venezuela 
como membro pleno. O Protocolo de Ouro Preto de 1994 conferiu ao bloco o status de 
sujeito de direito internacional. Desde então, o Mercosul negocia em bloco acordos com 
outros países e com outros blocos de nações. 
 
O Mercosul persegue, com sua ação, dois objetivos essenciais: primeiramente, a 
expansão do comércio entre seus membros; em segundo lugar, a expansão do comércio 
com seus parceiros externos e a produção de regras favoráveis pelos órgãos multilaterais, 
especialmente a Organização Mundial do Comércio. A negociação conjunta agrega um 
suplemento de poder aos países membros nas negociações multilaterais. Fez, por exemplo, 
malograr o projeto para criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), vista 
como ameaça aos interesses da industrialização dos países do Cone Sul. Por outro lado, o 
Mercosul negocia com a União Européia a criação de uma zona comum de livre comércio 
entre os dois blocos e negocia com a Comunidade Andina a criação da área de livre 
comércio sul-americana. Ademais, exerceu influência direta para a fundação, em 2008, da 
União das Nações Sul-Americanas (Unasul). 
 
O Parlamento do Mercosul, que desde 2006 substitui as Comissões 
Interparlamentares, faz aflorar a cidadania e o senso coletivo junto aos órgãos 
intergovernamentais que exercem a direção do bloco. 
 
Comércio e investimentos 
 
 
 
A evolução do comércio intrazonal registra crescimento exponencial, passando de 
cerca de quatro para mais de trinta bilhões de dólares anuais, entre 1991 e 2008. Não se 
trata de desvio de comércio, mas de expansão natural, em razão das facilidades que o livre 
comércio estabelece no interior do bloco. 
 
O crescimento do comércio não ocorreu sem tropeços. Expandiu-se muito nos anos 
noventa, no embalo da abertura dos mercados sugerida pelas experiências neoliberais, 
contraiu-se no início do século XXI, em razão da desvalorização do Real em 1999 e da 
crise argentina em 2001-02, e recuperou a tendência de alta quando as nações 
restabeleceram o ritmo de crescimento econômico com o avançar do século XXI. 
 
 
 
O comércio entre os membros do bloco revelou a existência de outros problemas. 
Depois de quebrada pela crise do neoliberalismo, a Argentina busca recuperar no século 
XXI sua vocação industrial e incomoda os exportadores brasileiros de produtos 
manufaturados com medidas de proteção que ferem o princípio do livre comércio. Essa 
contrariedade revela a qualidade assimétrica nas exportações industriais brasileiras aos 
parceiros do Mercosul, face a importações de produtos primários.
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O fluxo de capitais e empreendimentos no interior do Mercosul, tido como alavanca 
do desenvolvimento visto que realiza a integração produtiva,

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