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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INDICADORES DE SAÚDE Juliana Balbinot Hilgert INDICADORES DE SAÚDE • São utilizados com o propósito de conhecer adequadamente a situação. Informam a situação existente e permitem comparações a fim de subsidiar tomadas de decisões Conceito São métodos de se quantificar numericamente direta ou indiretamente a doença de forma objetiva ou subjetiva. Indicadores são meios que se referem a alguma característica unidimensional (ex: mortalidade infantil). Índices são meios multidimensionais, agrupando características diferentes (Ex: IDH:renda+saúde+educação). • Medir a freqüência de doenças e condições de saúde da população • Aferição do número absoluto de determinado evento – P.e.: OMS estimou cerca de 390000 o número de novos casos por ano de CA de XXX. – Números absolutos????? Cidades com diferentes número de pessoas? – A análise de dados epidemiológicos raramente usa números absolutos. Estados Suicídios Estados Suicídios RO 37 PA 158 AC 10 PR 610 AM 70 PE 281 RR 19 DF 118 SP 1732 ES 112 RJ 134 SE 45 RS 950 RN 82 MG 596 CE 262 MS 128 … Suicídios segundo as Unidades da Federação, Brasil - 1996 FALCIPAR UM VIVAX F+V MALARIE TOTAL Brasil 199595 360367 3843 765 564570 Norte 167432 297823 3156 706 469117 Nordeste 10101 23152 208 55 33516 Sudeste 301 794 31 1 1127 Sul 129 542 12 0 683 Centro-Oeste 21632 38056 436 3 60127 Distribuição de Lâminas Positivas para Malária por Unidade da Federação segundo o Agente, Brasil, 1995 Fonte: Informe Epidemiológico do SUS; 6(1): 72, 1997. • Para se comparar as freqüências de mortalidade e morbidade é necessário transformá-las em valores relativos, ou seja, em numeradores de frações com denominadores fidedignos. • Se os eventos realmente ocorridos estáo categorizados como óbtios por tuberculose na capital X no ano Y e os eventos que poderiam ter ocorrido estão categorizados como habitantes domiciliados na referida capital daquele ano, o coeficiente será traduzido com 35 óbitos de tuberculose por 100.000 habitantes na capital X no ano Y. Características de um bom indicador 1) Validade O indicador deve ser a função das características do fenômeno que se quer ou se necessita medir. 2) Disponibilidade Os dados básicos para a construção do indicador devem ser de fácil obtenção para diferentes áreas e épocas. 3) Confiabilidade Os dados utilizados para a construção do indicador devem ser fidedignos. 4) Simplicidade Significa facilidade de cálculo a partir das informações básicas. 5) Sensibilidade O indicador deve ter o poder de distinguir as variações ocasionais da tendência do problema de saúde pública em uma determinada área 6) Discriminatoriedade O indicador deve ter o poder de refletir os diferentes níveis de saúde mesmo entre as áreas com particularidades distintas. 7) Abrangência O indicador deve sintetizar o maior número possível das condições ou fatores diferentes que afetam a situação que se quer descrever. Usos e aplicações • Diagnóstico coletivo da saúde de populações. • Diagnóstico individual para rastreamento de casos. • Avaliação do cumprimento de metas em planejamentos em saúde. • Descrever a história da doença ao longo do tempo (monitoramento) Indicadores • Segundo a expressão matemática, pode ser: • Razão (ratio): relação entre duas quantidades quaisquer • Proporção (proportion): tipo de razão onde o numerador é da mesma natureza e está contido no denominador • Taxa (rate): termo que refere-se a razões especiais nas quais necessariamente temos no denominador uma unidade de tempo • Coeficiente: razão entre o número de vezes que o evento foi observado e a população exposta. Relação entre o número de vezes em que se observou um evento indesejado e a população que teoricamente esteve sujeita a sofrer esse evento (os coeficientes dão uma indicação de risco). k Fórmula N 10 Geral: X k D 10 Obs.: Existe implícita ou explicitamente a limitação de um período de tempo e de uma área geográfica. O valor de K é arbitrário (adota-se um valor por conveniência, para facilitar o entendimento do coeficiente). Exemplo: 239 casos novos de doença meningocócica 0,000023 casos 10.425.000 Hab. Habitante K = 5 0,000023 casos . 100.000 = 2,3 casos Habitante 100.000 100.000 Hab. Medidas de frequência de doença (morbidade) Medidas de frequência de doença • 1997, a cada 5 min, um indivíduo entre 10 e 24 anos era infectado pelo HIV. • 1997, 2,3 milhões de morte pelo HIV • 1998, no Brasil 536.920 pessoas com idade entre 15 e 49 anos eram portadores do HIV; correspondendo a 0,61% da população nesta faixa etária. – ESTES NÚMEROS DESPERTAM INTERESSE TANTO PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÀO COMO EM PUBLICAÇÕES ESPECIALIZADAS. • A medida de morbidade é um dos temas centrais em Epidemiologia • A Epidemiologia tem contribuído para a obtenção de respostas a estas e outras perguntas. • Quantificar ou medir a frequência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas é um dos objetivos da Epidemiologia MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇA • Medidas de morbidade: prevalência e incidência • Prevalência: – Definição: proporção de indivíduos que apresentam o desfecho em um determinado período do tempo. Casos existentes. – Medida estática. Não há seguimento nº de indivíduos com o desfecho em um determinado momento no tempo Prevalência= _____________________________ Nº total de indivíduos estudados MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇA • Prevalência: nº de indivíduos com o desfecho em um determinado momento no tempo Prevalência= _____________________________ Nº total de indivíduos estudados MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇA • Prevalência: – Usos da medida de prevalência • Fatores determinantes para assistência médica • Estudos de doenças cujo início é de difícil detecção, como doenças crônico-degenerativas MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇA • Prevalência: 0 5000 10000 15000 20000 25000 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇA • A estimativa de 30 milhões de pessoas vivendo com AIDS em 2008 é um exemplo de medida de prevalência • As notificações de novos casos de AIDS exemplificam o conceito de incidência – Mortalidade, letalidade e sobrevida pode ser entendidos como variações do conceito de incidência MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – Casos novos, ou incidentes, da doença. “filme” – Os casos novos são os indivíduos não doentes no início da observação, e portanto sob risco de adoecimento. • Para isto, examinar o paciente em, no mínimo, duas ocasiões • Medidas de incidência são obtidas nos estudos de envolvem seguimento de uma população. MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – A definição de caso novo, baseia-se na presença de evidências de natureza clínica, laboratorial ou epidemiológica, seguindo critérios predefinidos e padronizados. – critérios predefinidos e padronizados. – definições de caso são passíveis de erros, que podem interferir na validade das estimativas de freqüência de doenças. MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – As medidas de incidência estão necessariamente relacionadas à dimensão do tempo. • P.e.: tempo entre nascimentoe morte em duas populações diferentes. • Exemplo: 146000 casos, entre 1980 e 1997, de AIDS em pessoas com 13 ou mais anos no Brasil = número de casos incidentes. – Não permite comparações de incidência entre diferentes populações MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – Casos novos da doença. “filme” • Incidência cumulativa: – Definição: é a proporção de pessoas em um grupo definido (em risco) que desenvolveram o desfecho durante o período de observação. nº de casos novos durante um tempo específico Ic= _____________________________ População sob risco no começo do período MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência • Incidência cumulativa: • Por definição toda a população sob observação é livre da doença no início do período, e seus valores podem variar entre 0 e 1. • Ex.: estudo para determinaçào do risco em 123 indivíduos HIV+, acompanhados durante 3 anos. – Ao final dos 3 anos, 21 indivíduos estavam com candidíase – Ic= 21/123 = 0,17 = 17%. O risco estimado de desenvolver cândidíase nesta população foi de 17% MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – Existem situações em que a população exposta ao risco (denominador) não é fixa: Taxa de incidência (refere-se a taxa de surgimento de novos casos de doença por unidade de tempo) • Pessoa-tempo: 100 pessoas-ano (200 pessoas por 6 meses; 100 pessoas por 1 ano,…..) nº de casos novos durante um tempo específico TxI= _____________________________ Total pessoa-tempo de observação sem a doença MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência – Taxa de incidência: • Os valores possíveis para um taxa de incidência variam de 0 a infinito. Quociente entre quantidades de natureza distintas. O numerador não é um subconjunto do denominador • P.e.: taxa de incidência de 100 casos por uma pessoa-ano. nº de casos novos durante um tempo específico TxI= _____________________________ Total pessoa-tempo de observação sem a doença MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Incidência • P.e.: taxa de incidência de 100 casos por uma pessoa-ano observada ao se acompanhar 100 pessoas, que adoecem, uma após a outra, em intervalos de aproximadamente 3,65 dias, em média. • Esta taxa é equivalente a 10.000 casos por pessoa-século, 8,33 casos por pessoa mês, 1,92 casos por pessoa- semana…. • Usualmente usam-se anos nº de casos novos durante um tempo específico TxI= _____________________________ Total pessoa-tempo de observação sem a doença MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA DE DOENÇA • Prevalência e incidência medem a freqüência e distribuição de um particular evento, informando-nos a magnitude dos agravos à saúde da população • Planejamento em saúde • Pergunta: Início epidemia AIDS: prevalência ou incidência alta??? Diabetes hoje? – Baixa prevalência pois a doença era letal num perído curto (AIDS) – Longo curso da doença determina valores de incidência mais baixos que os de prevalência (DIABETES). • Em 01/07/1980 existiam 2.000 casos de tuberculose, em tratamento, em um dado município. Sabendo-se que a sua população, na época, era de 1,2 milhão de habitantes, calculo o número de casos de tuberculose em relação à população. Trata-se de prevalência ou incidência? • No ano de 1992, foram detectados 473 casos novos de hanseníase nos serviços de saúde do DF. No final daquele ano, um total de 2.563 estavam em ttmento, incluindo os mais antigos e os em que se descobriu, recentemente, serem portadores do bacilo de Hansen. Tomando-se estes números para os devidos cálculos e adminitindo-se uma população de 1,5 milhões de habitantes, calcule as respectivas taxas de incidência e de prevalência. • Em um serviço de atenção pre-natal de uma indústria, 280 gestantes foram acompanhadas desde o primeiro trimestre da gravidez até o parto. Na primeira consulta, todas estavam com exame de urina normal. Durante a gravidez, 14 apresentaram infecção urinária. Calcule o coeficiente. Trata-se de prevalência ou incidência? • Um inquérito sobre alcoolismo foi realizado em 1.011 adultos que constituíam amostra aleatória da população adulta do DF. No mês de julho de 1985, todas as pessoas componentes da amostra foram entrevistadas, em domicílio, e os resultados armazenados em computador. Foram considerados positivos 100 adultos. Trata-se de prevalência ou incidência? • Todas as mulheres, de idades entre 15 e 49 anos, que procuraram um dado centro de saúde, em determinado dia da semana, responderam a um questionário sobre uso de ACO. De 150 contactadas, 90 informaram que estavam fazendo uso regular do produto. Faça os cálculos. Que tipo de medida é esta? • Entre 500 crianças vacinadas contra o sarampo, no sexto mês de vida, 25 desenvolveram a doença no ano seguinte, a contar da data de aplicação da vacina. Faça os cálculo. Que tipo de medida é esta? • O advento de hipoglicemiantes orais, no tratamento do diabetes, proporciona maior sobrevida ao doente. O que se pode esperar da taxa de prevalência de diabetes, na comunidade? A tabela abaixo mostra dados de um estudo transversal que verificou a existência de associação entre infecção pelo vírus do HIV e o uso intravenoso de drogas em mulheres admitidas na prisão estadual de Nova Iorque. Baseando-se nos dados da tabela, calcule A prevalência de HIV entre indivíduos que utilizam droga intravenosa A prevalência de HIV entre indivíduos que não utilizam drogas intravenosas DV+ DV- HIV+ 61 27 88 HIV- 75 312 387 136 339 475 Diapositivo 1 Diapositivo 2 Diapositivo 3 Diapositivo 4 Diapositivo 5 Diapositivo 6 Diapositivo 7 Diapositivo 8 Diapositivo 9 Diapositivo 10 Diapositivo 11 Diapositivo 12 Diapositivo 13 Diapositivo 14 Diapositivo 15 Diapositivo 16 Diapositivo 17 Diapositivo 18 Diapositivo 19 Diapositivo 20 Diapositivo 21 Diapositivo 22 Diapositivo 23 Diapositivo 24 Diapositivo 25 Diapositivo 26 Diapositivo 27 Diapositivo 28 Diapositivo 29 Diapositivo 30 Diapositivo 31 Diapositivo 32 Diapositivo 33 Diapositivo 34 Diapositivo 35 Diapositivo 36 Diapositivo 37 Diapositivo 38 Diapositivo 39 Diapositivo 40 Diapositivo 41 Diapositivo 42 Diapositivo 43 Diapositivo 44 Diapositivo 45 Diapositivo 46 Diapositivo 47 Diapositivo 48 Diapositivo 49
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