Buscar

apostila de entomologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TAXONOMIA
* As propostas para a taxonomia dos insetos variam bastante na aceitação dos Collembola, Diplura e Protura ou como ordens dentro da Classe Hexapoda (Triplehorn & Johnson, 2005), como ordens dentro da Classe Entognatha, Subfilo Hexapoda (Brusca & Brusca, 2003) ou como três Classes dentro de uma “Superclasse” Hexapoda (Gullan & Cranston, 2000) !
ORDENS DA CLASSE HEXAPODA
 1) ORDEM COLLEMBOLA Lubbock, 1869
 coll = cola; embola = pino, inserção (se referindo ao colóforo)
 - 6.500 espécies, 18 ou 19 famílias
insetos pequenos, corpo globular ou alongado (de 0,25 até 12 mm; no geral, 1 a 3 mm) com fúrcula: estrutura para salto: colêmbolo de 5 a 6 mm pode saltar 75 a 100 mm
peças bucais alongadas, em forma de estilete (mandíbulas e maxilas) e escondidas na cabeça (entognatos); palpos maxilares e labiais ausentes
cabeça pequena, sem olhos compostos mas com até 8 ocelos; alguns são cegos.
antenas com poucos segmentos (4), os 3 primeiros com músculos 
tarsos com 1 ou 2 garras e fundidos com a tíbia
abdômen com, no máximo, 6 segmentos
sem cercos
sem túbulos de Malpighi e geralmente também sem espiráculos e traquéias
colóforo na posição ventral do 1° segmento abdominal: acreditava-se que fosse para adesão, hoje crê-se que seja para tomada de água e até excreção
retináculo: gancho que prende provisoriamente a fúrcula
troca de gases feita geralmente via cutânea
são ametabólicos: há vários instares pré-adultos, que pode mudar até 50 vezes sem crescimento adicional
desenvolvimento epimórfico da forma jovem
apesar de muito comuns (pode haver 100.000 por m3 de solo), são pouco vistos devido ao tamanho e hábitos de vida: vivem no solo sob troncos, folhas mortas, em fungos, superfície d’água doce, próximo ao mar, ninhos de cupim e formigas
se alimentam de material animal e vegetal em decomposição, fungos e bactérias, fezes de artrópodes, pólen, algas, fluidos de plantas e outros materiais; têm importante papel na ciclagem de nutrientes
 2) ORDEM DIPLURA Börner, 1904
 diplo = 2; ura = cauda
- 800 espécies, 9 famílias
insetos pequenos, menos de 7 mm, são pálidos (alguns Heterojapix com até 5cm)
parecidos com traça-de-livro, mas sem o filamento caudal mediano
sem escamas cobrindo o corpo
sem olhos compostos e ocelos
antenas longas, moniliformes e multisegmentadas
tarso unisegmentado
peças bucais mandibuladas, mas mais ou menos recolhidas na cabeça (entognatos), palpos maxilares e labiais reduzidos
com traquéias e até 7 pares de espiráculos abdominais
abdômen com 10 segmentos e 7 pares de estilos abdominais, gonóporo entre 8° e 9° segmento, com cercos filiformes ou em forma de fórceps
sem genitália externa e túbulos de Malpighi
desenvolvimento epimórfico
vivem em lugares úmidos, no solo, sob troncos, pedras, em madeira podre, cavernas; podem ser detritívoros ou predadores
 3) ORDEM PROTURA Silvestri, 1907
 proto = primeiro, ura = cauda
 - 205 espécies, 8 famílias
pequenos (0,6 a 1,5 mm) e esbranquiçados
cabeça mais ou menos cônica, peças bucais suctoriais e enfiadas na cabeça (entognatos)
tórax pouco diferenciado do abdômen 
sem olhos, espiráculos abdominais ou cercos
com ou sem traquéias
antenas vestigiais
1° par de patas é sensorial e funciona como antena, maior que os outros 2 pares.
sofrem 3 mudas; quando saem do ovo têm 9 segmentos abdominais e após cada muda, mais 1 é acrescentado, dando 12 segmentos no abdômen (anamorfose)
gonóporo entre 11° e 12° segmento, estilos nos segmentos 1-3
túbulos de Malpighi vestigiais
vivem em solo úmido ou húmus, folhas mortas, sob troncos e se alimentam de matéria orgânica em decomposição e esporos de fungos
* As demais ordens, a seguir, vão apresentar: peças bucais ectognatas (expostas e que se projetam da cabeça), mandíbulas com dois pontos de articulação (com exceção de Archaeognatha), musculatura interna dos segmentos das antenas bastante reduzida e túbulos de Malpighi bem desenvolvidos. As ordens 4 e 5 são de insetos sem asas (Apterygota), enquanto que as demais apresentam asas (Pterygota) [que podem ser perdidas secundariamente].
 SUBCLASSE APTERYGOTA
 4) ORDEM ARCHAEOGNATHA ou MICROCORYPHIA Börner, 1904
 archae = primitivo, gnatha = maxilas
 micro = pequena, coryphia = cabeça
- 350 espécies, 2 famílias
muito parecidos com Thysanura, mas são mais cilíndricos, com o tórax arcado, cabeça hipognata, olhos compostos grandes e contíguos, ocelos quase sempre presentes, cada mandíbula com um único ponto de união com a cabeça (o que deriva um dos nomes da ordem, Archaeognatha), palpos maxilares grandes com 7 segmentos
tarso 2 ou 3-segmentado
estilos presentes nas coxas do segundo e terceiro par de pernas
abdômen com estilos nos segmentos 2 a 9
filamento caudal maior que os cercos pareados multi-segmentados
corpo coberto com escamas
antenas multi-segmentadas, no geral, maiores que o corpo
tamanho máximo de 15 mm de comprimento
são rápidos ao correr e saltam quando perturbados, até cerca de 25-30 cm
vesículas eversíveis no abdômen, absorvem água (segmento 1 a 7)
para fazerem a ecdise, esses insetos têm que se cimentar ao substrato com material fecal; se acontece de se soltarem eles morrem
fertilização indireta, com espermatóforos
vivem em locais de grama ou mata, sob folhas, rochas, troncos, madeira podre
muitos são noturnos
se alimentam de algas, liquens, musgos, frutos podres
 5) ORDEM THYSANURA (Latreille, 1796)
 thysan = fio; uro = cauda
450 espécies, 4 famílias
pequenos a tamanho moderado (máximo de 5 cm)
geralmente alongados e achatados dorso-ventralmente
3 apêndices de mesmo tamanho saindo do abdômen (2 cercos e 1 apêndice caudal)
corpo coberto com escamas prateadas e cerdas
cabeça hipognata a levemente prognata
peças bucais mandibuladas, cada mandíbula com 2 pontos de articulação com a cabeça, peças bucais mastigadoras
olhos compostos pequenos e muito separados ou ausentes
com ou sem ocelos
antenas multi-segmentadas, com musculatura apenas no artículo basal
tarso 3 a 5 segmentado
abdômen com 11 segmentos, estilos nos segmentos 2-9; às vezes, com vesículas eversíveis nos segmentos 2 a 7
reprodução sexuada, fertilização indireta (com espermatóforos) e desenvolvimento ametabólico
vivem em locais úmidos e alimentam-se de matéria orgânica vegetal; algumas espécies vivem associadas ao Homem, junto a livros e papéis velhos e alimentam-se destes ou da cola (secretam celulase); podem viver em cupinzeiro e formigueiros. Algumas espécies são bem tolerantes a baixas umidades e altas temperaturas em regiões áridas
SUBCLASSE PTERYGOTA Lang, 1888
DIVISÃO EXOPTERYGOTA Sharp, 1899
 6) ORDEM EPHEMEROPTERA Haeckel, 1896
 ephemera = vida curta; ptera = asas
4.000 espécies, 17 famílias
a maior diversidade dessa ordem é em regiões temperadas; por exemplo, no Brasil são registradas apenas 10 famílias e 166 espécies
pequenos a tamanho médio (até 4 cm.), longos, corpo mole
2 ou 3 filamentos longos no abdômen
asas membranosas com numerosas veias; as asas em repouso são colocadas juntas sobre o corpo; asas posteriores menores que anteriores, podendo ser bem reduzidas ou até ausentes
o tórax, particularmente o mesotórax, é alargado para o vôo
antenas pequenas, olhos compostos bem desenvolvidos, maiores nos machos que nas fêmeas: vôos nupciais crepusculares ou noturnos
os machos apresentam o primeiro par de pernas aumentado, para se fixarem às fêmeas durante o vôo nupcial; o segundo e terceiro par de pernas dos machos e todos os das fêmeas podem ser vestigiais ou ausentes
3 ocelos
 metamorfose simples, do tipo hemimetabolia (ninfas aquáticas = náiades)
ninfas com cabeça prognata ou hipognata e cápsula cefálica bem desenvolvida
respiração aquática conseguidacom brânquias lamelares abdominais e sistema traqueal sem espiráculos
ninfa (com 12 a 45 instares aquáticos !) ( sub-imago ou sub-adulto (com asas, genitália não bem desenvolvida, podem ser voadores ou rastejantes) ( imago ou adulto
são os únicos insetos que mudam após terem adquirido asas funcionais; o sub-imago, assim como o adulto, tem vida curta e não se alimenta
ninfas têm tempo de vida variando de 16 dias até 1 a 3 anos; vivem geralmente em águas limpas, frias e oxigenadas; apresentam peças bucais mastigadoras: comem algas, diatomáceas, fungos aquáticos, plantas e restos animais; há poucas espécies predadoras de outros animais aquáticos
adultos têm algumas horas a 2 dias de vida: peças bucais vestigiais, não se alimentam
o vôo nupcial ocorre com milhares de machos e fêmeas ao mesmo tempo, a fecundação ocorre durante o vôo e os ovos são colocados na água pelas fêmeas
têm importância como alimento para peixes
muitas espécies na fase ninfal são indicadores ecológicos
abdômen com 10 segmentos, tipicamente com três longos filamentos terminais, sendo um par de cercos laterais e um filamento caudal mediano
machos com fórceps genitais e pênis pareados no 9o segmento abdominal
 7) ORDEM ODONATA Fabricius, 1792
 odous = dente; gnatha = maxilas
6.500 espécies, Ordem com 3 subordens: Anisoptera (asas em posição horizontal em repouso) com 7 famílias; Zygoptera (asas juntas em repouso) com 17 famílias e Anisozygoptera, grupo relictual com 2 espécies no Japão e Himalaia
na região Neotropical, ocorrem cerca de 1.500 espécies
geralmente de corpo médio a grande, de 2 a 16 cm de comprimento
fases jovens aquáticas e os adultos vivem próximos da água
ambas formas são predadoras
4 asas alongadas, membranosas e com muitas nervuras
cabeça bastante móvel; olhos compostos grandes e 3 ocelos
peças bucais mastigadoras
tórax alargado (para alojar os músculos para o vôo); pernas adaptadas para captura de alimento e não para andar
antenas pequenas e setáceas
abdômen longo e delgado, com 10 segmentos
cercos não segmentados e que funcionam como órgãos apreensores nos machos
metamorfose simples, do tipo hemimetabolia (ninfas aquáticas = náiades)
ninfas aquáticas, respiração por brânquias externas caudais (Zygoptera) ou internas anais (Anisoptera); são predadoras: comem desde organismos pequenos até peixes e girinos
muitas ninfas de Anisoptera conseguem ejetar água pelo ânus (“propulsão a jato”) como um mecanismo de escape
ninfas com máscara (lábio modificado para apreensão) com 2 estruturas em forma de garra (palpos labiais)
desenvolvimento lento, pode demorar até 5 anos, com 10 a 20 mudas
o adulto, cerca de 1 a 2 semanas após a eclosão, ainda tem corpo mole, cor não definida e são chamados indivíduos “tenros” 
adultos capturam no vôo, pequenos insetos
órgão copulatório do macho localizado na parte anterior do abdômen, no lado ventral do 2° e 3° segmento abdominal; antes da cópula o macho precisa transferir o esperma da abertura genital no 9° segmento para as estruturas do 2° e 3° segmento abdominal. Ao capturar a fêmea, para a cópula, ambos formam um padrão típico de posição sexual só visto em Odonata
pode haver “competição de esperma” entre dois ou mais machos, uma vez que os óvulos só são fecundados na oviposição e não durante a cópula
as fêmeas podem pôr os ovos diretamente na superfície da água, no interior da água, na lama, na areia ou em plantas aquáticas
Meganeura monyi, espécie fóssil de 300 milhões de anos atrás (Carbonífero) com até 75 cm de asas, o maior inseto voador já conhecido !
 8) ORDEM ORTHOPTERA (Oliver, 1811)
 orthos = reto; ptera = asas
20.000 espécies, Ordem com 2 subordens: Caelifera – gafanhotos e taquarinhas (antenas curtas, tímpanos no 1° urômero, ovipositor curto) com 6 famílias; Ensifera – esperanças, grilos e paquinhas (antenas longas, tímpanos na parte basal das tíbias, ovipositor longo) com 10 famílias
corpo tipicamente alongado e cilíndrico, de tamanho médio a grande
3° par de pernas do tipo saltatório (caráter que os separa dos demais ortopteróides)
2 pares de asas; anterior: tégminas e o posterior: membranosas; pode haver espécies braquípteras (asas curtas) e ápteras (sem asas)
antenas filiformes ou setáceas
olhos compostos bem desenvolvidos e ocelos, quando presentes, em número de 3, ou vestigiais ou ausentes
cabeça hipognata e aparelho bucal mastigador
gafanhotos e taquarinhas (Caelifera) são geralmente ativos de dia, de movimentos rápidos e herbívoros conspícuos (algumas espécies podem se tornar pragas e destruir grandes porções de cultivos agrícolas), enquanto que esperanças, grilos e paquinhas (Ensifera) são mais frequentemente ativos à noite, usando mimetismo ou camuflagem de dia como defesa e podem ser predadores, fitófagos ou onívoros
protórax bem desenvolvido que se estende para baixo, fazendo um tipo de colar
tarso geralmente com 3 ou 4 tarsômeros
abdômen com 11 urômeros, sendo visíveis apenas 8 ou 9 urômeros
cercos bem desenvolvidos
algumas fêmeas com ovipositor longo 
produção de som geralmente feita por estridulação (fricção entre duas partes do corpo, quase sempre as duas tégminas ou o fêmur posterior na tégmina), relacionada com a corte e/ou manutenção de território e quase sempre restrita aos machos; no vôo, pode ajudar a desorientar pássaros predadores
órgãos auditivos localizados nos lados do primeiro urômero (gafanhotos) ou na base da tíbia do primeiro par de pernas (esperanças e grilos)
reprodução geralmente sexuada, maior parte ovípara
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
 9) ORDEM GRYLLOBLATTODEA Brues & Melander, 1915
 gryllos = grilo; blatta = achatado
26 espécies, 1 família com 4 gêneros
ocorrem em ambientes frios e grandes altitudes no oeste do Canadá, Japão, Sibéria na Rússia, China, Coréia e noroeste dos EUA; temperatura ótima para desenvolvimento próxima de 0°C; não ocorrem no Brasil
tamanho médio (1,5 a 3,0 cm), corpo alongado, deprimido, pálido e com pubescência delicada
cabeça grande, prognata, aparelho bucal mastigador
olhos compostos reduzidos ou ausentes, sem ocelos
antenas longas e filiformes com 23 a 45 antenômeros
protórax mais ou menos quadrado e maior que o meso e metatórax
pernas ambulatórias, com coxas grandes e tarso 5-segmentado
são ápteros
abdômen com 10 segmentos visíveis
cercos longos com 5 a 9 segmentos
fêmeas com ovipositor longo, em forma de espada e a genitália do macho é assimétrica
cópula lateral
ovos podem sofrer diapausa
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
ninfas podem passar por até 8 instares
adultos e ninfas são ativos principalmente à noite, mesmo em baixas temperaturas
vivem no solo, sob pedras e troncos, na superfície do gelo, em interior de cavernas e se alimentam de outros artrópodes, preferencialmente mortos e de musgos
importância talvez filogenética como ancestrais de baratas e ortópteros; talvez fósseis vivos na evolução dos grupos ortopteróides
Grylloblatta campodeiformis, descoberto nas Montanhas Rochosas no Canadá, em 1914
 10) ORDEM PHASMATODEA Jacobson & Bianchi, 1902
 phasma = fantasma
2.600 espécies, sendo 800 na região neotropical; Ordem com 3 famílias
uma espécie no Bornéu chega a 50 cm, com as pernas esticadas
corpo cilíndrico e alongado, em forma de graveto e, às vezes, de folha
cabeça livre, pequena
olhos compostos bem desenvolvidos; ocelos presentes apenas em espécies aladas e, mais frequentemente, em machos
antenas setáceas bem desenvolvidas, com muitos artículos (8 a 100)
aparelho bucal mastigador: são exclusivamente comedores de folhas
protórax pequeno, menor que a cabeça
mesotórax e metatórax bem desenvolvidos, porém podem ser pequenos em espécies ápteras
pernas ambulatórias, alongadas e delicadas; tarso 5-segmentado
na fase de ninfa, as pernas podem ser perdidas como defesa e recuperadas na muda seguinte
maioria das espécies com asaanterior atrofiada
poucas formas aladas, ou só o macho alado; voam mal
abdômen com 11 segmentos
ovipositor curto e escondido
cerco presente, formado por um único segmento e pode ter tamanhos variados
há espécies em que ocorre partenogênese, pois os machos são raros
ovos semelhantes a sementes de plantas, deixados na vegetação ou na superfície do solo
como defesas usam seu mimetismo (semelhança com gravetos, galhos e folhas), além do movimento lento, posturas de “fingir de morto”, além do hábito geralmente noturno
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
apresentam semelhança com Orthoptera:Acridoidea:Proscopiidae, mas estes têm antenas curtas, cabeça em forma comprida com os olhos na ponta (fastígio) e protórax grande
 11) ORDEM BLATTODEA Brunner, 1882
 blatta = achatado
4.000 espécies, 5 famílias (das quais, 4 ocorrem no Brasil); a ordem como um todo é primariamente tropical
corpo ovalado, deprimido dorsoventralmente
tamanho: alguns milímetros até 10 cm
cabeça curta e hipognata, com olhos compostos grandes
olhos compostos ausentes em espécies cavernícolas
antenas filiformes ou setáceas, com grande número de antenômeros
aparelho bucal mastigador: são onívoras
pronoto largo, achatado e cobrindo a cabeça
pernas ambulatórias, frequentemente com espinhos e tarso 5-segmentado
2 pares de asas, sendo anterior: tégmina e posterior: membranoso; pode ocorrer a redução das asas em várias espécies
abdômen com 10 segmentos visíveis
com cercos, formados por um a vários segmentos
ovos dentro da ooteca, aberta pelas ninfas ou pela fêmea
pode haver oviparidade (ooteca liberada logo após ser formada ou ooteca carregada pela fêmea) ou ovoviviparidade (nesse caso, a ooteca pode ficar retida internamente no útero); ocorre partenogênese em algumas espécies
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
podem roer cantos dos lábios de crianças adormecidas, provocando a “herpes blattae”
talvez transmitam cólera, lepra, hepatite, tuberculose e poliomielite; são hospedeiras intermediárias de vários helmintos
40 espécies com hábitos domiciliares, mas 4 são mais comuns
há espécies cavernícolas, de desertos, de formigueiros e de ninhos de aves
há espécies, no gênero Cryptocercus, que vivem em grupos familiares e se alimentam de madeira, usando protistas flagelados ou amebas, simbiontes intestinais, para a digestão da celulose
 12) ORDEM MANTODEA Burmeister, 1838
 mantis = profeta
2.300 espécies; a proposta mais aceita menciona 8 famílias, mas alguns livros registram 14 famílias; Ordem primariamente tropical
na região Neotropical, ocorrem 6 famílias e 420 espécies
corpo alongado e achatado
tamanho moderado a grande, de 1 a 10 cm
cabeça destacada, triangular, hipognata e muito móvel
olhos compostos bem desenvolvidos e bem separados; 3 ocelos
antenas setáceas ou filiformes, multisegmentadas
aparelho bucal mastigador
pernas anteriores raptoriais (fêmur e tíbia armados com fortes espinhos) e as demais ambulatórias
protórax alongado e maior que mesotórax e metatórax
asas anteriores: tégminas e posteriores: membranosas; há espécies braquípteras e outras que são ápteras
abdômen oval e mais longo nas fêmeas; abdômen com 11 segmentos
ovipositor predominantemente interno; nos machos, a genitália externa é assimétrica
ovos colocados em ooteca, com abertura para a saída das ninfas; cada ooteca pode conter de 12 a 400 200 ovos
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
ninfas podem apresentar de 3 até 12 instares
adultos solitários e com movimentos lentos
machos geralmente menores que as fêmeas e podem ser consumidos pelas fêmeas, em alguns casos, logo após a cópula
adultos são predadores do tipo “senta-espera”, com a ajuda da cabeça móvel e excelente visão
predadores generalistas e até canibais: comem insetos e aranhas
13) ORDEM MANTOPHASMATODEA Zompro, Klass, Kristensen & Adis 2002
 mantis = profeta (vem de Mantodea); phasma = fantasma (vem de Phasmatodea)
 - uma única família (Mantophasmatidae), com um gênero fóssil (Raptophasma) com uma única espécie e dois gêneros atuais (Mantophasma, duas espécies e Praedatophasma, uma espécie)
 - tamanho entre 2 a 3 cm e ambos os sexos são ápteros
 - peças bucais mastigadoras e cabeça hipognata
 - sem ocelos
 - antenas longas e filiformes
 - coxas alongadas e tarsos com 5 segmentos
 - metamorfose simples, do tipo paurometabolia
 - são predadores (análise de conteúdo digestivo [com pedaços de cutículas de
 artrópodes] e presença de pernas raptoriais)
 - encontrados apenas na África (Namíbia, Tanzânia e África do Sul)
 - nem todos os entomologistas aceitam esse grupo como Ordem e especula-se 
 se não seriam Orthoptera ou Grylloblattodea muito modificados
 14) ORDEM DERMAPTERA (De Geer, 1773)
 derma = pele; ptera = asas
1.800 espécies, 10 famílias; talvez parentes próximos de Grylloblattodea
ordem subdividida em três sub-ordens: Arixenina (comensais ou ectoparasitas de morcegos no sudeste da Ásia), Diploglossata (= Hemimerina) (semiparasitas de roedores na África do Sul e Forficulina (as “tesourinhas”, mais comuns). As sub-ordens Arixenina e Diploglossata apresentam insetos cegos, ápteros, com fórceps arredondados e que podem exibir viviparidade pseudoplacental
alongados, delgados e pequenos (nunca passam de 5 cm.), achatados dorso-ventralmente
cabeça prognata
olhos bem desenvolvidos ou não, ocelos ausentes
antenas filiformes e longas; as ninfas têm menos segmentos de antena que os adultos e novos segmentos vão sendo acrescentados a cada muda.
protórax desenvolvido e livre, com pronoto fazendo um tipo de escudo
adultos alados e ápteros
asas anteriores curtas, endurecidas e sem veias (tégminas ou élitros ?), asas posteriores membranosas e arredondadas, quando presentes
pernas relativamente curtas e tarso 3-segmentado
peças bucais mastigadoras 
cercos em forma de fórceps (serve para predação e defesa, auxilia na cópula e no ajeitamento das asas); existe diferença entre os cercos das fêmeas e dos machos
são noturnos, se escondem durante o dia
abdômen longo e móvel, com 10 segmentos visíveis no macho e 8 na fêmea
alimentam-se principalmente de matéria vegetal ou animal morta, mas alguns poucos são predadores
alguns voam, mas outros raramente o fazem
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
ovos guardados pela fêmea até que eclodem; em espécies temperadas, a oviposição só ocorre no verão
glândulas no lado dorsal do 3° e 4° segmento abdominal com líquido que serve para proteção
 15) ORDEM ISOPTERA (Brullé, 1832)
 iso = igual; ptera = asas
2.300 espécies e 7 famílias, 3 das quais no Brasil
tamanho pequeno a médio, todos com corpo mole
vivem em grupos sociais com sistema de castas bem desenvolvido
ocorrem numa colônia indivíduos alados, sem asas e braquípteros
asas em número de 4, membranosas, iguais em textura e tamanho, com venação simples
as asas são deiscentes e o rudimento de asa é chamado escama
cabeça do tipo hipognata ou prognata
peças bucais mastigadoras nas operárias e reprodutivos; casta de soldados pode apresentar desenvolvimentos bizarros das mandíbulas
olhos compostos frequentemente reduzidos
antenas moniliformes, com 11 a 33 artículos
pernas ambulatórias, com órgão auditivo na tíbia anterior
parecem ser parentes próximos de baratas (Blattodea) e de louva-deus (Mantodea)
Mastotermes darwiniensis tem ooteca semelhante à de baratas, talvez seja uma ligação entre baratas e cupins
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
diferenciação das castas é conseguida por hormônios e feromônios inibitórios secretados pelos indivíduos reprodutivos e pelos soldados
indivíduos reprodutivos: reis e rainhas, com asas bem desenvolvidase com olhos compostos
rainhas de algumas espécies põem até 80.000 ovos por dia
algumas rainhas de espécies tropicais atingem até 11 cm de comprimento, em comparação com os machos que podem atingir 1 a 2 cm
ovipositor reduzido ou ausente
indivíduos reprodutivos suplementares com asas pequenas, têm olhos menores, fazem reprodução no ninho e ajudam a rainha a construir a colônia
indivíduos reprodutivos são produzidos em grande quantidade, em algumas épocas do ano, emergindo em grandes números das colônias (revoadas)
indivíduos operários: ninfas e adultos (machos e fêmeas) estéreis: sem asas e geralmente sem olhos compostos, mandíbulas pequenas; são responsáveis pela procura de alimento, construção e reparo do ninho e cuidado (alimentação e limpeza) com os outros membros da colônia
indivíduos soldados: adultos estéreis, machos e fêmeas, com cabeça e mandíbulas grandemente desenvolvidas, podem ter ou não olhos compostos – podem ser de 2 tipos: mandibuladas ou nasutos; são responsáveis pela defesa física e/ou química da colônia
indivíduos nasutos: função de proteção, soltam líquido viscoso pela projeção anterior da cabeça
alimentação: exúvias e fezes de outros indivíduos, indivíduos mortos e materiais com madeira ou derivados desta
operárias alimentam todas as outras castas: alimento estomodéico
têm mutualismo com protozoários zooflagelados (famílias mais “primitivas”) ou com bactérias (famílias mais avançadas), geralmente presentes no proctodeu
fazem troca de microorganismos por um tipo de trofolaxe anal: alimento proctodéico
importância econômica dupla e inversa: positiva, como destruidores de árvores e material vegetal até substâncias que podem ser reaproveitadas e negativa, como destruidores de livros, construção de madeiras, portas, muros, etc. Calcula-se 750 Kg de cupim para cada pessoa na Terra!
 16) ORDEM EMBIOPTERA Sipley, 1904
 embios = vivaz; ptera = asas
200 espécies em 8 famílias (supostas mais de 2.000 espécies); na América do Sul, apenas 20 espécies
pequenos (4 mm a 2 cm), delgados e eminentemente tropicais
corpo um pouco achatado em machos
cabeça relativamente grande e prognata
antenas filiformes
olhos compostos reniformes, maiores nos machos; ocelos ausentes
peças bucais mastigadoras: alimentam-se de folhas mortas, musgos e liquens
os machos adultos não se alimentam
pernas curtas, com tarsos tri-segmentados
segmento basal do tarso anterior é alargado e contem glândulas de seda e pêlos ocos para fiação
algumas espécies com machos alados, asas vestigiais ou ápteros
asas relativamente iguais em tamanho e na venação, aliás, reduzida
fêmeas sempre sem asas; colônias compostas por fêmeas e ninfas, machos têm vida curta
abdômen 10-segmentado; segmento terminal pode ser assimétrico, em geral nos machos, mas também na fêmeas
cercos com dois segmentos e sensíveis a estímulos táteis
metamorfose simples, do tipo paurometabolia; 1 espécie é partenogenética
vivem em galerias de seda, em vãos, buracos no chão, sob pedras, troncos, ente musgos e liquens, em grupos subsociais (melhor: gregários)
 apresentam locomoção para trás, graças aos fêmures do último par de pernas, grandemente expandidos
 17) ORDEM PLECOPTERA Burmeister, 1839
 pleco = dobrada; ptera = asas
2.000 espécies em 16 famílias, principalmente em regiões temperadas e frias, em rios e riachos bem aerados; há poucas espécies em lagos. São intolerantes à poluição orgânica ou diferenças termais das águas onde vivem
no Brasil, ocorrem apenas duas famílias: Gripopterygidae e Perlidae
tamanho pequeno a médio (4 mm a 5 cm)
corpo mole e um pouco achatado dorso-ventralmente; cores do corpo, geralmente marrons e monótonas
não são bons voadores, ficando quase sempre próximos da água
4 asas membranosas na maioria das espécies; em descanso, as asas são colocadas juntas sobre o abdômen
poucas espécies braquípteras e ápteras (no geral, para machos)
2 olhos compostos, mais 2 ou 3 ocelos
antenas longas, delgadas e com muitos segmentos
tarsos com três segmentos
abdômen com 10 urômeros; fêmeas geralmente sem ovipositor
cercos presentes e podem ser curtos ou longos
peças bucais mastigadoras; em alguns adultos, há peças bucais reduzidas
metamorfose simples, do tipo hemimetabolia
estadios ninfais aquáticos; algumas espécies com até 33 estadios ninfais
ninfas parecidas com as de Ephemeroptera, das quais se diferenciam por terem somente 2 filamentos caudais (sem o filamento mediano terminal) e pelo tipo de brânquias, que são filamentosas e formam tufos
ninfas com sistema traqueal fechado, com brânquias simples ou plumosas, no tórax e nas bases das pernas
ninfas sempre encontradas próximas ou sob pedras (daí o nome popular em inglês: “stoneflies”); se alimentam de vegetais, mas também podem ser detritívoras, predadoras ou até onívoras
ninfas de plecópteros são importantes consumidores em ecossistemas aquáticos e também servem como itens alimentares para várias espécies de peixes e invertebrados
adultos se alimentam de algas, plantas aquáticas, madeira podre e/ou liquens ou podem também não se alimentar
18) ORDEM ZORAPTERA Silvestri, 1913
 zor = pura; aptera = sem asas (à época da descoberta dessa Ordem, somente foram encontrados indivíduos sem asas)
30 espécies em uma única família (Zorotypidae) e 7 gêneros, encontrados em região tropical e temperada no mundo todo, com exceção da Austrália
ordem de insetos filogeneticamente problemática: parentesco com agrupamento ortopteróide-plecopteróide ou com agrupamento hemipteróide
insetos pequenos (3 mm ou menos), cabeça proporcionalmente grande e hipognata
são parecidos com cupins e são gregários
com asas ou sem; indivíduos assim ocorrem em ambos os sexos
formas aladas geralmente são escuras e formas ápteras geralmente são pálidas
4 asas membranosas, com venação reduzida; a asa anterior é maior que a asa posterior
as asas podem ser perdidas, assim como em cupins e formigas, deixando fragmentos de asas no tórax
pernas com coxas bem desenvolvidas e tarsos com dois segmentos, com duas garras tarsais
antenas moniliformes e com 9 segmentos
formas sem asas também não têm olhos compostos ou ocelos
formas com asas têm olhos compostos e 3 ocelos
machos ápteros de algumas espécies apresentam um tipo de fontanela cefálica, que secreta feromônio de agregação, útil para insetos cegos e gregários em ambientes escuros. Seria essa fontanela homóloga àquela encontrada em cupins ?
cerco curto, não segmentado e que termina em uma longa cerda
abdômen curto, oval e com 10 urômeros; fêmeas com ovipositor muito reduzido ou ausente
peças bucais mastigadoras
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
as ninfas podem ser polimórficas, dependendo se vão gerar adultos alados ou ápteros
vivem no solo, sob madeira podre, em cupinzeiros, onde se alimentam de esporos de fungos e também de pequenos artrópodes mortos; as formas ápteras se alimentam de ácaros e são mais comuns que as formas aladas
19) ORDEM PSOCOPTERA Sipley, 1904
 psoco = triturar; ptera = asas 
3.000 espécies em 35 famílias, com distribuição cosmopolita
geralmente pequenos e de corpo mole, a maioria com menos de 6 mm de comprimento; há espécies tropicais maiores, com até 2 cm
cabeça grande e bastante móvel
olhos compostos grandes, com 3 ocelos apenas em espécies aladas
asas presente ou ausentes; pode também haver indivíduos com asas longas ou curtas
4 asas com venação reduzida, colocadas como telhas por sobre o abdômen
antenas filiformes e proporcionalmente longas, geralmente com 13 segmentos
tarsos com 2 ou 3 segmentos
mesotórax e metatórax bem desenvolvidos
abdômen com 9 ou 10 segmentos
sem cercos
peças bucais mastigadoras e assimétricas: apêndices estiliformes nas maxilas que se projetam para fora da boca e funcionam como peças perfurantes
ocorre a reprodução sexual normal e, às vezes, partenogênesea viviparidade é conhecida em pelo menos um gênero
a corte envolve uma dança nupcial e os espermatozóides são transferidos na forma de espermatóforos
os ovos podem ser cobertos com seda ou com incrustação de detritos
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
geralmente com 6 estadios ninfais
as espécies domiciliares vivem em paredes e no meio de livros
as espécies silvestres vivem em troncos, sob pedras e entre as folhas mortas, na serrapilheira
os psocópteros, de ambos os ambientes, se alimentam de fungos, liquens, algas, cereais, pólen ou fragmentos de insetos mortos
talvez sejam filogeneticamente próximos de Phthiraptera (piolhos)
20) ORDEM PHTHIRAPTERA Haeckel, 1896 
 phthir = piolho; a = sem; ptera = asas 
5.600 espécies em 4 sub-ordens: Rhynchophthirina (apenas encontrados associados a elefantes e porcos-de-verruga; apenas 3 espécies), Amblycera e Ischnocera (piolhos mastigadores, bastante presentes em aves e antigamente chamados Mallophaga; cerca de 5000 espécies) e Anoplura (piolhos sugadores, presentes em diversos mamíferos; cerca de 600 espécies)
insetos altamente modificados, de corpo pequeno (menos de 5 mm) ápteros, ectoparasitas e achatados dorsoventralmente
metamorfose simples, do tipo paurometabolia
peças bucais mandibuladas em Amblycera e Ischnocera e em forma de um bico sugador em Anoplura (estes também não apresentam palpos maxilares
olhos ausentes ou reduzidos a 1 ou 2 omatídeos
antenas escondidas em cavidades (Amblycera) ou estendidas e filiformes (Ischnocera e Anoplura), com 5 ou menos antenômeros
segmentos torácicos com diferentes graus de fusão
1 par de espiráculos torácicos dorsais e 6 ou menos espiráculos abdominais
pernas bem desenvolvidas, com garras fortes (escansorial) para se prender nas penas ou pelos dos hospedeiros
fêmeas sem ovipositor
ovos deixados nos pelos ou penas dos hospedeiros e as ninfas vivem sobre estes, se assemelhando a adultos pequenos e menos pigmentados, passando por três instares ninfais até se tornarem adultos
piolhos são obrigatoriamente ectoparasitas, não havendo formas de vida livre; ocorrem em todas as ordens de aves e em quase todas de mamíferos (exceção dos morcegos, Ordem Chiroptera)
podem se alimentar das penas ou das peles dos hospedeiros e Anoplura se alimenta exclusivamente de sangue
cutícula relativamente amolecida e que permite inchamento, ao se alimentarem
Duas espécies de Anoplura ocorrem no Homem; Pediculus humanus pode ser vetor do tifo e Phthirius pubis (chato) não causa doenças
talvez seja um grupo próximo de Psocoptera
 
21) ORDEM THYSANOPTERA Halyday, 1836 
 thysano = franja; ptera = asas 
5.000 espécies em 2 sub-ordens: Terebrantia (com 7 famílias) e Tubulifera (com 1 família)
insetos cosmopolitas, pequenos (0,5 a 15,0 mm) e de corpo delgado
asas presentes ou não; quando presentes, são em número de 4, longas, com poucas ou nenhuma veia, franjadas e com longas cerdas
cabeça é alongada e geralmente hipognata
peças bucais sugadoras: a probóscide é uma estrutura cônica e assimétrica, localizada posteriormente na superfície ventral da cabeça; há 3 estiletes, um da mandíbula esquerda (a mandíbula direita é vestigial) e as lacínias das duas maxilas
palpos maxilares e labiais presentes, mas curtos
antenas curtas e com 4 a 9 segmentos
olhos compostos variando de pequenos a grandes; pode haver 3 ocelos nas formas com asas bem desenvolvidas
tarsos com 1 ou 2 segmentos e com 1 ou 2 garras; tarsos com vesícula adesiva eversível no arólio
abdômen com 10 segmentos visíveis e sem cercos nas fêmeas
ovipositor presente ou não; portanto, a postura dos ovos pode ser endofítica (nos Terebrantia) ou sobre as plantas ou em cavidades destas (nos Tubulifera)
metamorfose intermediária entre paurometabolia e holometabolia; ninfas nos estágios 3, 4 ou 5 podem apresentar um período de descanso (chamado “pré-pupa” ou “pupa”), durante o qual ocorre reconstrução dos tecidos; em algumas espécies, inclusive, há desenvolvimento interno das asas
os dois sexos são semelhantes em aparência, mas os machos geralmente são menores
a reprodução é sexuada, mas pode ocorrer partenogênese em muitas espécies (com fêmeas diplóides e machos haplóides); ocorrem muitas gerações ao longo do ano
algumas espécies exibem comportamento subsocial, com cuidados à prole
como a maioria é sugadora de plantas (folhas, flores, frutos, ramos e brotos), algumas espécies atuam como vetores de doenças para as plantas (viroses e micoses) e podem ser consideradas pragas de plantas cultivadas; também, algumas espécies formam galhas nas plantas
como muitos se agregam em flores, podem funcionar como polinizadores
algumas poucas espécies se alimentam de esporos de fungos (supõe-se que essa fosse a forma original de alimentação na ordem) e outras espécies podem ser predadores de pequenos artrópodes, como ácaros e afídeos, por exemplo
22) ORDEM HEMIPTERA (Linnaeus, 1758) 
 hemi = metade; ptera = asas (se referindo ao primeiro par de asas dos Heteroptera, o hemiélitro, que apresenta a porção basal endurecida e a porção distal membranosa)
85.000 espécies em 3 sub-ordens: Heteroptera (percevejos, com 54 famílias), Auchenorrhyncha (cigarras e cigarrinhas, com 15 famílias) e Sternorrhyncha (pulgões e cochonilhas, com 21 famílias). Essa é a maior ordem fora dos Holometabola, sendo que Heteroptera contribui com cerca de 50.000 espécies e Auchenorrhyncha + Sternorrhyncha (a antiga ordem Homoptera) contribui com as restantes 35.000 espécies
ordem com grande variabilidade de formas de corpo, tamanho, asas, antenas, histórias de vida e hábitos alimentares; muitas espécies parasitas de plantas têm o corpo extremamente simplificado, faltando asas, olhos e antenas !
são cosmopolitas e ocorrem em todos os habitats (incluindo águas marinhas, onde podem viver algumas espécies de Heteroptera, sobre algas ou objetos flutuantes)
de modo geral, pode-se distinguir os Heteroptera por apresentarem o rostro surgindo da parte anterior da cabeça, na frente dos olhos, enquanto que os Auchenorryncha têm o rostro surgindo da parte posterior da cabeça, depois dos olhos e os Sternorryncha os apresentam saindo do meio das coxas do primeiro par de pernas
Auchenorrhyncha apresentam órgão timpanal e flagelo da antena aristado, enquanto que Sternorrhyncha apresentam a inserção do lábio próximo ou no prosterno
olhos compostos geralmente grandes; ocelos presentes ou não
antenas podem variar, desde muito curtas e com poucos segmentos até filiformes e multisegmentadas
peças bucais formando um rostro ou probóscide, por modificação do lábio em forma de uma lâmina dobradae e segmentada, dentro da qual, as mandíbulas e maxilas formam estruturas em forma de agulhas perfurantes: um canal libera saliva e o outro suga os fluidos; não há palpos
Sternorrhyncha e Auchenorryncha podem apresentar câmara-filtro para a remoção do excesso de água ingerido
Todos os Sternorrhyncha e Auchenorrhyncha, mais muitas famílias de Heteroptera são exclusivamente fitófagos, se alimentando dos líquidos do xilema ou do floema e até do parênquima
Os Heteroptera não fitófagos incluem espécies predadoras, ou que se alimentam de animais mortos ou até espécies hematófagas (barbeiros, por exemplo)
ocorre a excreção do excesso do material líquido ingerido, na forma de uma excreção açucarada (“honeydew”), que é a base para diversos exemplos de associação com formigas
tórax com protórax e mesotórax bem desenvolvidos e metatórax pequeno
ambos os pares de asas com venação reduzida; pode ocorrer apteria. 
pernas frequentemente ambulatórias, mas pode ocorrer muita variação
abdômen muito variável e cercos ausentes
muitas espécies liberam ceras protetoras ao redor do corpo
a regra é a paurometabolia; ocorre partenogênese em alguns afídeos e alguns outros Sternorrhyncha (Aleyrodidae e várias famílias dentro de Coccoidea) apresentam as formas ninfais muito diferentes dos adultose que podem passar por um estágio de “pupa” antes de se tornarem adultas
ocorre a produção de sons em vários grupos (cigarras, por exemplo); o mimetismo de formigas é comum em diversas famílias de Heteroptera
relações com o Homem: algumas espécies sugam sangue humano e podem transmitir doenças (mal de Chagas, por exemplo); muitas espécies são sérias pragas agrícolas; por outro lado, há espécies que fornecem goma-laca e tintas
DIVISÃO ENDOPTERYGOTA Sharp, 1899
23) ORDEM NEUROPTERA Linnaeus, 1758 
 neuro = nervura; ptera = asas 
4.700 espécies em 3 sub-ordens: Neuroptera ou Planipennia (com 11 famílias), Megaloptera (com 2 famílias) e Raphidioptera (com 2 famílias)
vários especialistas e vários livros consideram cada uma dessas sub-ordens como ordens distintas
insetos de corpo mole
insetos de corpo pequeno a grande, podendo haver espécies com asas de até 16 cm
4 asas membranosas com grande quantidade de veias cruzadas e ramos extras de veias longitudinais; em repouso, as asas recobrem todo o abdômen
peças bucais mastigadoras
antenas geralmente longas e com muitos segmentos
olhos compostos bem desenvolvidos; ocelos presentes ou não
tarsos com 5 segmentos
abdômen com 10 segmentos; sem cercos
desenvolvimento holometabólico
larvas geralmente campodeiformes, também com as peças bucais mastigadoras
a maioria das larvas é predadora de outros insetos; as exceções são as espécies das famílias Mantispidae (parasitas de ovisacos de aranhas) e Sisyridae (cujas larvas se alimentam de esponjas de água doce)
larvas aquáticas em Megaloptera (famílias Sialidae e Corydalidae) e em Planipennia (família Sisyridae)
a maioria dos adultos é predadora, mas há algumas espécies que também se alimentam de néctar, pólen e “honeydew” liberado por Auchenorrhyncha e Sternorrhyncha
as pupas podem ser nuas (em espécies aquáticas) ou envoltas em um saco de seda (em espécies terrestres): a produção da seda se dá pelos túbulos de Malpighi e a liberação da seda ocorre pelo ânus
pupas do tipo exaratas e décticas, com apêndices livres e mandíbulas funcionais, e que podem até se locomover, mas não se alimentar
 24) ORDEM COLEOPTERA (Linnaeus, 1758) 
 coleo = estojo; ptera = asas 
estimadas 350.000 a 375.000 espécies em 4 sub-ordens: Archostemata (com 2 famílias), Myxophaga (com 2 famílias), Adephaga (com 7 famílias) e Polyphaga (com 116 famílias)
maior ordem de insetos, compreendendo quase 40% de todos os insetos conhecidos
tamanho bastante variável: desde menos de 1 mm até mais de 18 cm
apresentam uma grande variabilidade de hábitos alimentares e podem ser encontrados em quase todos os habitats terrestres (menos em mar aberto)
corpo fortemente endurecido e, muitas vezes, bastante compacto 
a asa anterior é endurecida (élitro), protegendo as asas posteriores (que são membranosas e geralmente maiores que os élitros) e os espiráculos, permitindo o controle de água no corpo
asas posteriores com venação reduzida e sistema complexo de dobraduras e veias para permitir que estas se dobrem sob os élitros
cabeça prognata ou hipognata
geralmente com olhos compostos nos adultos e ocelos apenas nas larvas
peças bucais mastigadoras, com mandíbulas bem desenvolvidas
antenas de tipos muito variados, mas, no geral, com 8 a 11 segmentos
protórax bem desenvolvido, destacado dos demais; mesotórax e metatórax fundidos e recobertos pelos élitros
pernas bastante variáveis; no geral, ambulatórias, mas há exemplos de pernas fossoriais, saltatórias ou natatórias
abdômen em geral com 10 urômeros nos machos e 9 nas fêmeas; sem ovipositor nas fêmeas 
a reprodução geralmente é sexuada; a maioria das espécies é ovípara, mas há espécies ovovivíparas e vivíparas
metamorfose completa
as larvas variam muito em forma: campodeiforme, escarabeiforme, elateriforme e até vermiforme. No geral, podem ser reconhecidas pela cápsula cefálica bem endurecida, com mandíbulas fortes e pernas torácicas com 5 segmentos (diferente das lagartas de Lepidoptera, não apresentam as falsas pernas abdominais ou as glândulas produtoras de seda)
hábitos alimentares bastante diversificados: podem ser fitófagos (associados a qualquer parte das Angiospermas, principalmente), predadores, coprófagos, detritívoros, comedores de fungos e musgos e parasitas; apenas não apresentam a hematofagia
a luminescência ocorre em pelo menos 4 famílias de besouros (Staphylinidae, Elateridae, Lampyridae e Phengodidae), seja em larvas, pupas ou adultos 
podem ser subterrâneos, terrestres, aquáticos (há cerca de 5.000 espécies em água doce), comensais em ninhos de insetos sociais ou de mamíferos
relações com o Homem: positivas, como predadores de insetos praga e atuando como carniceiros, ajudando na decomposição e ciclagem de nutrientes ou negativas, ao atuarem como pragas de plantas e de produtos armazenados (grãos, cereais, legumes, peles e penas de animais conservados)
talvez seja uma ordem mais diretamente relacionada com Neuroptera 
 
 25) ORDEM STREPSIPTERA Kirby, 1813 
 strepsis = ângulo; ptera = asas 
500 espécies em 5 famílias
insetos pequenos (1,5 a 4,0 mm), a maioria dos quais é parasita de outros insetos
os dois sexos são bem diferentes: o macho tem vida livre e é alado, enquanto que as fêmeas não têm asas, geralmente não têm pernas e, nas espécies parasitas, não deixam o corpo do hospedeiro
machos: são mais ou menos semelhantes a besouros
cabeça grande e olhos bem projetados, com poucos e grandes omatídeos
peças bucais degeneradas
antenas com 4 a 7 segmentos, flabeladas ou ramificadas
protórax e mesotórax pequenos e metatórax grande
metanoto alongado e que cobre a parte anterior do abdômen
asa anterior reduzida a uma estrutura claviforme (pseudohaltere) enquanto que a asa posterior é grande e membranosa, com venação reduzida apenas às veias longitudinais e em forma de leque
trocanter atrofiado ou ausente; tarso com 2 a 5 artículos
fêmeas de vida livre (família Mengenillidae): com cabeça distinta
antenas simples, com 4 a 5 segmentos
peças bucais mastigadoras, porém pouco desenvolvidas
olhos compostos
fêmeas parasitas: sem olhos, antenas ou pernas
segmentação indistinta
cabeça e tórax fundidos
abdômen com 3 a 5 aberturas genitais e aberturas genitais secundárias, no pupário de algumas fêmeas
essas fêmeas passam toda sua vida no invólucro pupal, dentro do corpo dos hospedeiros e atraem os machos, via liberação de feromônios, para a cópula
após a liberação das larvas, a fêmea morre, no interior do corpo do hospedeiro
estrepsípteros têm metamorfose completa
o ciclo de vida envolve hipermetamorfose: metamorfose completa em que os diferentes instares larvais representam 2 ou mais tipos de larvas (há os triungulins, ativos, que são o primeiro instar larval e que penetram no corpo dos hospedeiros [para isso, apresentam olhos e três pares de pernas torácicas, mas não têm antenas ou mandíbulas] e os outros instares larvais são vermiformes [sem peças bucais ou pernas])
parasitam várias ordens de insetos: principalmente Hemíptera e Hymenoptera, mas também, Orthoptera, Thysanura, Mantodea, Blattodea e Diptera 
o hospedeiro não é morto, mas é prejudicado, pois podem apresentar modificações de cor ou forma do abdômen, bem como danos nos órgãos sexuais
o desenvolvimento do estrepsíptero macho prejudica mais que o da fêmea, uma vez que os machos têm que romper alguma parte do corpo do hospedeiro, para sair
até pouco tempo atrás era sugerido que Strepstiptera fossem mais diretamente relacionados aos Coleoptera, mas, atualmente, há uma tendência para colocá-los mais próximos dos Diptera 
 26) ORDEM MECOPTERA Comstock, 1895 
 meco = longa; ptera = asas 
550 espécies em 2 sub-ordens: Protomecoptera (com 2 famílias) e Eumecoptera (com 5 famílias, das quais só Bittacidae ocorre no Brasil)
é uma ordem que ocorre principalmente na Eurásiae América do Norte
tamanho médio (8,0 mm até 3,5 cm) e corpo delgado
as peças bucais são mastigadoras e prolongadas ventralmente para formar uma estrutura em forma de um rostro hipognato 
olhos bem desenvolvidos; ocelos, quando presentes, em número de 3
pernas normais ou raptatórias, sempre muito finas
antenas longas e multisegmentadas
maioria com 4 asas membranosas e longas: as asas anteriores e posteriores são similares em tamanho, forma e na venação; pode haver redução ou ausência de asas
abdômen com 11 segmentos
a cópula ocorre com um inseto morto que é ofertado à fêmea pelo macho
metamorfose completa
a maioria das larvas é eruciforme, com 7 ou mais ocelos em cada lado da cabeça (excepcionalmente, em Panorpidae, há larvas com olhos compostos)
os hábitos alimentares dos mecópteros variam entre as famílias e até mesmo entre os adultos e larvas dentro da mesma família
geralmente, as larvas se alimentam de insetos mortos ou de minhocas
geralmente, os adultos são predadores de insetos de corpo mole e pequeno, mas podem também se alimentar de pólen, néctar e vegetação tenra
são insetos encontrados em vegetação densa, sombreada e úmida
o nome vulgar em Inglês (scorpionflies) se refere à estrutura da genitália dos machos de Panorpidae e Panorpodidae, que é bulbosa, recurvada e lembra o aguilhão dos escorpiões
talvez a ordem mais próxima dos Mecoptera seja a ordem Diptera 
 27) ORDEM TRICHOPTERA Kirby, 1813 
 tricho = cabelo, pelo ; ptera = asas 
10.000 espécies em 2 sub-ordens e 40 famílias, cosmopolitas
insetos pequenos a médios, mais ou menos com aparência de mariposas
têm hábitos de vida crepusculares e noturnos, geralmente próximos à água
adultos: olhos bem desenvolvidos; ocelos, quando presentes, em número de 3
4 asas membranosas, pilosas (às vezes, com escamas) e com venação simplificada, colocadas sobre o abdômen como em um telhado; são insetos que voam mal
antenas longas e delgadas, geralmente tão ou mais longas que as asas
nos adultos, as peças bucais são mastigadoras ou podem ser reduzidas ou até ausentes: os adultos podem ingerir néctar, água ou não se alimentar
abdômen com 10 segmentos, geralmente com os órgãos sexuais externos dos machos mais complexos que os das fêmeas
metamorfose completa
larvas aquáticas e parecidas com as de borboleta (campodeiforme e eruciforme), com cabeça bem desenvolvida, um tipo de gancho no fim do abdômen e brânquias traqueais ao longo do abdômen
as larvas constroem casinhas (móveis e larvas do tipo eruciforme) ou ninhos (fixos e larvas do tipo campodeiforme), feitos com pedaços de galhos, folhas, grãos de areia; todos esses materiais são ligados por fios de seda produzidos pelas glândulas salivares modificadas
as larvas são detritívoras, herbívoras ou predadoras
as larvas podem viver até 1 ano (com 5 a 7 instares larvais) e os adultos até 1 mês
as pupas também ocorrem dentro d’água, respirando por brânquias traqueais: característica quase exclusiva de Trichoptera
a principal importância da ordem é de as larvas servirem de alimento para peixes e outros animais aquáticos
é uma ordem que serve de indicador biológico para rios, regatos e lagos
é uma ordem próxima de Lepidoptera 
28) ORDEM LEPIDOPTERA Linnaeus, 1758 
 lepido = escama ; ptera = asas 
150.000 espécies em 80 famílias; há muita discordância sobre os arranjos internos dentro da ordem: as propostas para sub-ordens ou super-famílias são bem variáveis
desse total, cerca de 120.000 são mariposas e 30.000 são borboletas, mas estima-se cerca de 250.000 espécies totais na ordem
mariposas geralmente são noturnas, com cores sombrias, pousam com as asas abertas ou dispostas para trás, junto ao corpo, e possuem antenas filiformes, plumosas ou flabeladas, enquanto que as borboletas geralmente são diurnas, de cores vivas, pousam com as asas fechadas e voltadas para cima, e possuem antenas dilatadas no ápice
ordem melhor representada na região Neotropical: 35% do número total de espécies conhecidas
uma das maiores ordens; ordem com o maior número de espécies praga de agricultura
tamanho variável: entre 3 mm e 25 cm
insetos com camada dupla de escamas nas asas e também no corpo: escamas são cerdas epidérmicas (macrotrichias) evaginadas e achatadas
adultos com cabeça hipognata
as asas podem estar ligadas por um frênulo, ou um jugo ou simplesmente estarem juntas, sem elementos de ligação
nos adultos, as peças bucais são modificadas a partir das gáleas das maxilas, que se alongam e servem para sugar (espirotromba); algumas espécies têm peças bucais atrofiadas e uma família (Micropterigidae) apresenta peças bucais mastigadoras (portanto, com mandíbulas, ainda primitivamente presentes)
assim, a alimentação nos adultos é à base de líquidos nutritivos, como néctar, “honeydew” de Auchenorryncha e Sternorrhyncha e outras secreções de plantas vivas; algumas espécies aproveitam secreções de frutos maduros (não existe o hábito de sugar seiva de plantas, como visto em Hemíptera); algumas espécies complementam suas dietas à base de nitrogênio de excretas de animais
as exceções a esse hábito alimentar geral, são algumas poucas espécies que se alimentam de secreções lacrimais de vertebrados e uma espécie que é hematófaga !
olhos compostos relativamente grandes; muitas mariposas com ocelos, encobertos pelas escamas
diversas famílias com órgãos auditivos (timpana) que funciona para receber os sons de alta freqüência emitidos pelos morcegos
“chaetosoma”: saliência com cerdas sensoriais, atrás das antenas e de função ainda não conhecida
antenas multisegmentadas; frequentemente pectinadas nas mariposas e com massa antenal nas borboletas
pernas de tamanho variável e delicadas; algumas espécies têm o primeiro par de pernas atrofiado
metamorfose completa
larvas eruciformes, com cabeça bem desenvolvida e corpo cilíndrico com 3 segmentos torácicos e 10 abdominais; cabeça com 6 ocelos e 2 pequenas antenas com apenas três segmentos cada; segmentos torácicos com 1 par de pernas cada e segmentos abdominais com falsas pernas nos segmentos 3 a 6 e no 10 (falsas pernas, pois não têm articulação e apresentam ventosas e/ou pequenos ganchos)
a maioria das larvas é fitófaga; poucas espécies são predadoras de outros insetos ou até detritívoras
larvas com glândulas de seda (glândulas salivares modificadas) bem desenvolvidas
as larvas podem apresentar diversos mecanismos de defesa: camuflagem, mimetismo, cerdas urticantes, coloração de advertência, dentre outros mecanismos
pupa: casulo de seda, protegido ou enterrado; crisálida: sem a proteção do casulo de seda
importância agrícola: negativa, como pragas de plantas e produtos armazenados; positiva, como agentes de polinização e como produtoras de seda
29) ORDEM DIPTERA Linnaeus, 1758 
 di = duas ; ptera = asas 
cerca de 185.000 espécies em 3 sub-ordens e 158 famílias
há cerca de 24.000 espécies na região Neotropical
uma das maiores ordens, abundantes em número de indivíduos e encontrados em qualquer ambiente; apresenta centenas de espécies de interesse médico e veterinário
há pelo menos 10.000 espécies com desenvolvimento em água doce, nas famílias Chironomidae, Ceratopogonidae, Culicidae e Simuliidae
há também espécies que ocorrem em fontes termais (onde toleram temperaturas de até 55ºC), lagoas salinas, fontes sulfurosas, águas estagnadas e poluídas e até em poças de petróleo !
o gênero Pontomyia (Chironomidae) é verdadeiramente marinho, associado a algas, corais e areia, em mares do Japão, Porto Rico, Flórida, Brasil e região da Australásia
a cabeça é móvel e com olhos compostos grandes; ocelos em número variável até 3
antenas primitivamente filiformes, com 7 a 16 artículos e modificadas, secundariamente, em forma de anéis em alguns grupos
somente um par de asas usadas para o vôo (asas anteriores), já que as asas posteriores são reduzidas a halteres = balancinsmesotórax mais desenvolvido; protórax e metatórax são pequenos e fundidos ao mesotórax
a maioria das espécies tem corpo pequeno e delicado
peças bucais sugadoras (probóscide, formada por modificação do lábio), mas com grande variação dentro da ordem: podem picar (peças bucais pungitivas), lamber (peças bucais não pungitivas) e até peças bucais não funcionais em algumas espécies
pernas ambulatórias
fêmea com ovipositor formado pela porção final do abdômen, que assume uma estrutura telescópica
metamorfose completa; a maioria é ovípara, mas há famílias vivíparas (que depositam larvas bem desenvolvidas)
larvas vermiformes, sem pernas e com cabeça variando de esclerotizada a reduzida
as larvas apresentam uma grande variedade de hábitos: podem viver na água, dentro de tecido de plantas ou de animais, podem ser predadoras ou até se alimentar de matéria animal ou vegetal morta
adultos se alimentam de líquidos de plantas (néctar ou seiva) ou de animais (sangue); muitas espécies são predadoras de outros insetos
pupas móveis ou imóveis, estas sempre envolvidas pelo pupário (última pele larval endurecida)
relações com o Homem: negativas, como animais sugadores de sangue humano ou de animais terrestres; podem viver sobre ou dentro do Homem ou de animais; podem ser vetores de doenças (febre amarela, malária, elefantíase, dengue, doença do sono, febre tifóide e outras); podem ser pragas de plantas cultivadas; causam galhas em plantas ou positivas, como insetos necrófagos, parasitas e predadores de pragas agrícolas; polinização de plantas e inimigos de ervas daninhas
30) ORDEM SIPHONAPTERA Latreille, 1825 
 siphon = tubo ; aptera = sem asas 
2.400 espécies em 8 famílias
insetos pequenos (1 a 6 mm), ápteros e ectoparasitas, que se alimentam, quando adultos, do sangue de aves (cerca de 6% das espécies) ou de mamíferos (as demais 94%)
ocorrem, em associação seus hospedeiros, até nos Pólos Sul e Norte
o corpo do adulto é fortemente achatado lateralmente (para facilitar a caminhada entre os pelos ou penas), muito endurecido e com numerosos espinhos e cerdas voltados para trás
a cabeça é curta e não é destacada do corpo
são insetos saltadores, graças às pernas longas com coxas grandemente alargadas
as pernas terminam em garras fortes, para se prender aos pelos ou penas dos hospedeiros
antenas curtas (com 3 segmentos) e que ficam em um sulco na cabeça
peças bucais sugadoras labiais, com 3 estiletes perfuradores
olhos compostos ausentes, com apenas 2 ocelos laterais atípicos grandes, mas que também podem ser vestigiais ou ausentes
ambos os sexos são sugadores de sangue; os adultos têm vida longa (1 ano ou mais) e podem passar semanas sem se alimentar
há espécies monoxênicas (restritas a um único hospedeiro) e outras polixênicas (apresentam vários hospedeiros)
abdômen com 11 segmentos, com região sensorial (“sensilium”) nos últimos segmentos
fêmeas sem ovipositor
a metamorfose é completa (holometabolia)
os ovos são deixados em sujeiras ou no ninho do hospedeiro
as larvas são esbranquiçadas, sem pernas, com cerdas e um par de ganchos no último segmento abdominal
a cabeça da larva é bem desenvolvida, com peças bucais mastigadoras
as larvas são de vida livre (não são ectoparasitas, como os adultos), se alimentam de detritos orgânicos, de suas próprias mudas e de fezes de pulgas adultas
a pupa ocorre dentro de um casulo de seda
são insetos prejudiciais: picadas, vetores de doenças, hospedeiros intermediários de tênias, escavam na pele do Homem e de outros animais (Tunga penetrans, bicho-do-pé, por exemplo)
são menos específicas para os seus hospedeiros que os piolhos: há espécies de pulgas já registradas em mais de 30 espécies de hospedeiros diferentes
transmitem ao Homem: peste ou morte negra (causada pela bactéria Pasteurella pestis, que pode passar do rato ao Homem pela pulga Xenopsylla chiopis, uma espécie polixênica), tifo endêmico (causado por Rickettsia sp.) e servem como hospedeiras intermediárias de 2 espécies de tênias, passíveis de serem transmitidas ao Homem (Hymenolepis diminuta e Dipylidium caninum)
tradicionalmente, a Ordem Siphonaptera era pensada ser um grupo próximo de Diptera, mas evidências mais recentes, moleculares e de análise de musculatura, estão colocando as pulgas mais próximas de Mecoptera, família Boreidae
31) ORDEM HYMENOPTERA Linnaeus, 1758 
 hymeno = unidas ou membrana ; ptera = asas 
125.000 espécies em 2 subordens (Symphyta e Apocrita) e 74 famílias
tamanhos variados: alguns são os menores insetos conhecidos (cerca de 0,25 mm), enquanto outros chegam até 12 cm
cabeça bem desenvolvida, hipognata ou prognata
olhos compostos bem desenvolvidos; às vezes, atrofiados ou rudimentares
os membros alados têm 4 asas membranosas
as asas anteriores podem ser ligadas às posteriores pelos hâmulos (fileiras de pequenos ganchos presentes nas asas posteriores)
venação das asas é reduzida e, em espécies pequenas, as asas são sem veias
peças bucais mastigadoras com mandíbulas bem desenvolvidas; modificada em abelhas em uma estrutura em forma de língua (lambedor)
antenas com 3 a 70 segmentos e geralmente longas
tarsos geralmente com 5 segmentos
na subordem Apocrita, o primeiro segmento abdominal (chamado propódeo) é incluído no tórax, já que avança e cresce sobre o último segmento torácico; esse tórax especial pode ser chamado de mesosoma
em função disso, em Apocrita, o segundo (e, às vezes, o terceiro) segmento abdominal forma(m) uma constrição, o pecíolo, que é seguido pelo restante do abdômen (que, em função dessas modificações, pode ser chamado de gáster)
abdômen com 6 a 9 urômeros
ovipositor bem desenvolvido
somente fêmeas podem picar, pois o ovipositor de algumas operárias de himenópteros (abelhas e formigas, por exemplo) perde a função sexual e se transforma em um aparato para picar com glândulas de peçonha associadas (nítida função defensiva, em fêmeas estéreis e com vida social)
metamorfose completa
larvas geralmente são vermiformes (em Apocrita) ou eruciformes (em Symphyta, com as larvas com cápsula cefálica bem desenvolvida, pernas torácicas e frequentemente falsas pernas abdominais [são bem semelhantes às lagartas de Lepidoptera])
pupa: ocorre em casulo, no hospedeiro ou em células especiais
o sexo em muitos himenópteros é determinado pela fertilização do ovo (haplodiploidia): ovos fertilizados originam fêmeas e ovos não fertilizados originam machos
ovos colocados em grande quantidade nas espécies sociais; pode ainda haver ovos poliembriônicos em espécie parasitas
os adultos se alimentam de substâncias líquidas de origem vegetal (pólen, néctar) ou de origem animal (parasitas)
as larvas podem ser fitófagas (larvas em Symphyta), melívoras, predadoras, parasitas, frugívoras, fungívoras ou polenófagas
talvez seja a ordem mais útil ao Homem: muitas espécies são parasitas e predadoras de pragas agrícolas; abelhas fazem polinização e produzem mel, cera e geléia real
o aspecto negativo da ordem é dado por algumas espécies de formigas cortadeiras presentes em ambiente antropizado, por espécies que formam galhas e por espécies hiperparasitas
os himenópteros podem apresentar comportamento social

Outros materiais