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TAXONOMIA * As propostas para a taxonomia dos insetos variam bastante na aceitação dos Collembola, Diplura e Protura ou como ordens dentro da Classe Hexapoda (Triplehorn & Johnson, 2005), como ordens dentro da Classe Entognatha, Subfilo Hexapoda (Brusca & Brusca, 2003) ou como três Classes dentro de uma “Superclasse” Hexapoda (Gullan & Cranston, 2000) ! ORDENS DA CLASSE HEXAPODA 1) ORDEM COLLEMBOLA Lubbock, 1869 coll = cola; embola = pino, inserção (se referindo ao colóforo) - 6.500 espécies, 18 ou 19 famílias insetos pequenos, corpo globular ou alongado (de 0,25 até 12 mm; no geral, 1 a 3 mm) com fúrcula: estrutura para salto: colêmbolo de 5 a 6 mm pode saltar 75 a 100 mm peças bucais alongadas, em forma de estilete (mandíbulas e maxilas) e escondidas na cabeça (entognatos); palpos maxilares e labiais ausentes cabeça pequena, sem olhos compostos mas com até 8 ocelos; alguns são cegos. antenas com poucos segmentos (4), os 3 primeiros com músculos tarsos com 1 ou 2 garras e fundidos com a tíbia abdômen com, no máximo, 6 segmentos sem cercos sem túbulos de Malpighi e geralmente também sem espiráculos e traquéias colóforo na posição ventral do 1° segmento abdominal: acreditava-se que fosse para adesão, hoje crê-se que seja para tomada de água e até excreção retináculo: gancho que prende provisoriamente a fúrcula troca de gases feita geralmente via cutânea são ametabólicos: há vários instares pré-adultos, que pode mudar até 50 vezes sem crescimento adicional desenvolvimento epimórfico da forma jovem apesar de muito comuns (pode haver 100.000 por m3 de solo), são pouco vistos devido ao tamanho e hábitos de vida: vivem no solo sob troncos, folhas mortas, em fungos, superfície d’água doce, próximo ao mar, ninhos de cupim e formigas se alimentam de material animal e vegetal em decomposição, fungos e bactérias, fezes de artrópodes, pólen, algas, fluidos de plantas e outros materiais; têm importante papel na ciclagem de nutrientes 2) ORDEM DIPLURA Börner, 1904 diplo = 2; ura = cauda - 800 espécies, 9 famílias insetos pequenos, menos de 7 mm, são pálidos (alguns Heterojapix com até 5cm) parecidos com traça-de-livro, mas sem o filamento caudal mediano sem escamas cobrindo o corpo sem olhos compostos e ocelos antenas longas, moniliformes e multisegmentadas tarso unisegmentado peças bucais mandibuladas, mas mais ou menos recolhidas na cabeça (entognatos), palpos maxilares e labiais reduzidos com traquéias e até 7 pares de espiráculos abdominais abdômen com 10 segmentos e 7 pares de estilos abdominais, gonóporo entre 8° e 9° segmento, com cercos filiformes ou em forma de fórceps sem genitália externa e túbulos de Malpighi desenvolvimento epimórfico vivem em lugares úmidos, no solo, sob troncos, pedras, em madeira podre, cavernas; podem ser detritívoros ou predadores 3) ORDEM PROTURA Silvestri, 1907 proto = primeiro, ura = cauda - 205 espécies, 8 famílias pequenos (0,6 a 1,5 mm) e esbranquiçados cabeça mais ou menos cônica, peças bucais suctoriais e enfiadas na cabeça (entognatos) tórax pouco diferenciado do abdômen sem olhos, espiráculos abdominais ou cercos com ou sem traquéias antenas vestigiais 1° par de patas é sensorial e funciona como antena, maior que os outros 2 pares. sofrem 3 mudas; quando saem do ovo têm 9 segmentos abdominais e após cada muda, mais 1 é acrescentado, dando 12 segmentos no abdômen (anamorfose) gonóporo entre 11° e 12° segmento, estilos nos segmentos 1-3 túbulos de Malpighi vestigiais vivem em solo úmido ou húmus, folhas mortas, sob troncos e se alimentam de matéria orgânica em decomposição e esporos de fungos * As demais ordens, a seguir, vão apresentar: peças bucais ectognatas (expostas e que se projetam da cabeça), mandíbulas com dois pontos de articulação (com exceção de Archaeognatha), musculatura interna dos segmentos das antenas bastante reduzida e túbulos de Malpighi bem desenvolvidos. As ordens 4 e 5 são de insetos sem asas (Apterygota), enquanto que as demais apresentam asas (Pterygota) [que podem ser perdidas secundariamente]. SUBCLASSE APTERYGOTA 4) ORDEM ARCHAEOGNATHA ou MICROCORYPHIA Börner, 1904 archae = primitivo, gnatha = maxilas micro = pequena, coryphia = cabeça - 350 espécies, 2 famílias muito parecidos com Thysanura, mas são mais cilíndricos, com o tórax arcado, cabeça hipognata, olhos compostos grandes e contíguos, ocelos quase sempre presentes, cada mandíbula com um único ponto de união com a cabeça (o que deriva um dos nomes da ordem, Archaeognatha), palpos maxilares grandes com 7 segmentos tarso 2 ou 3-segmentado estilos presentes nas coxas do segundo e terceiro par de pernas abdômen com estilos nos segmentos 2 a 9 filamento caudal maior que os cercos pareados multi-segmentados corpo coberto com escamas antenas multi-segmentadas, no geral, maiores que o corpo tamanho máximo de 15 mm de comprimento são rápidos ao correr e saltam quando perturbados, até cerca de 25-30 cm vesículas eversíveis no abdômen, absorvem água (segmento 1 a 7) para fazerem a ecdise, esses insetos têm que se cimentar ao substrato com material fecal; se acontece de se soltarem eles morrem fertilização indireta, com espermatóforos vivem em locais de grama ou mata, sob folhas, rochas, troncos, madeira podre muitos são noturnos se alimentam de algas, liquens, musgos, frutos podres 5) ORDEM THYSANURA (Latreille, 1796) thysan = fio; uro = cauda 450 espécies, 4 famílias pequenos a tamanho moderado (máximo de 5 cm) geralmente alongados e achatados dorso-ventralmente 3 apêndices de mesmo tamanho saindo do abdômen (2 cercos e 1 apêndice caudal) corpo coberto com escamas prateadas e cerdas cabeça hipognata a levemente prognata peças bucais mandibuladas, cada mandíbula com 2 pontos de articulação com a cabeça, peças bucais mastigadoras olhos compostos pequenos e muito separados ou ausentes com ou sem ocelos antenas multi-segmentadas, com musculatura apenas no artículo basal tarso 3 a 5 segmentado abdômen com 11 segmentos, estilos nos segmentos 2-9; às vezes, com vesículas eversíveis nos segmentos 2 a 7 reprodução sexuada, fertilização indireta (com espermatóforos) e desenvolvimento ametabólico vivem em locais úmidos e alimentam-se de matéria orgânica vegetal; algumas espécies vivem associadas ao Homem, junto a livros e papéis velhos e alimentam-se destes ou da cola (secretam celulase); podem viver em cupinzeiro e formigueiros. Algumas espécies são bem tolerantes a baixas umidades e altas temperaturas em regiões áridas SUBCLASSE PTERYGOTA Lang, 1888 DIVISÃO EXOPTERYGOTA Sharp, 1899 6) ORDEM EPHEMEROPTERA Haeckel, 1896 ephemera = vida curta; ptera = asas 4.000 espécies, 17 famílias a maior diversidade dessa ordem é em regiões temperadas; por exemplo, no Brasil são registradas apenas 10 famílias e 166 espécies pequenos a tamanho médio (até 4 cm.), longos, corpo mole 2 ou 3 filamentos longos no abdômen asas membranosas com numerosas veias; as asas em repouso são colocadas juntas sobre o corpo; asas posteriores menores que anteriores, podendo ser bem reduzidas ou até ausentes o tórax, particularmente o mesotórax, é alargado para o vôo antenas pequenas, olhos compostos bem desenvolvidos, maiores nos machos que nas fêmeas: vôos nupciais crepusculares ou noturnos os machos apresentam o primeiro par de pernas aumentado, para se fixarem às fêmeas durante o vôo nupcial; o segundo e terceiro par de pernas dos machos e todos os das fêmeas podem ser vestigiais ou ausentes 3 ocelos metamorfose simples, do tipo hemimetabolia (ninfas aquáticas = náiades) ninfas com cabeça prognata ou hipognata e cápsula cefálica bem desenvolvida respiração aquática conseguidacom brânquias lamelares abdominais e sistema traqueal sem espiráculos ninfa (com 12 a 45 instares aquáticos !) ( sub-imago ou sub-adulto (com asas, genitália não bem desenvolvida, podem ser voadores ou rastejantes) ( imago ou adulto são os únicos insetos que mudam após terem adquirido asas funcionais; o sub-imago, assim como o adulto, tem vida curta e não se alimenta ninfas têm tempo de vida variando de 16 dias até 1 a 3 anos; vivem geralmente em águas limpas, frias e oxigenadas; apresentam peças bucais mastigadoras: comem algas, diatomáceas, fungos aquáticos, plantas e restos animais; há poucas espécies predadoras de outros animais aquáticos adultos têm algumas horas a 2 dias de vida: peças bucais vestigiais, não se alimentam o vôo nupcial ocorre com milhares de machos e fêmeas ao mesmo tempo, a fecundação ocorre durante o vôo e os ovos são colocados na água pelas fêmeas têm importância como alimento para peixes muitas espécies na fase ninfal são indicadores ecológicos abdômen com 10 segmentos, tipicamente com três longos filamentos terminais, sendo um par de cercos laterais e um filamento caudal mediano machos com fórceps genitais e pênis pareados no 9o segmento abdominal 7) ORDEM ODONATA Fabricius, 1792 odous = dente; gnatha = maxilas 6.500 espécies, Ordem com 3 subordens: Anisoptera (asas em posição horizontal em repouso) com 7 famílias; Zygoptera (asas juntas em repouso) com 17 famílias e Anisozygoptera, grupo relictual com 2 espécies no Japão e Himalaia na região Neotropical, ocorrem cerca de 1.500 espécies geralmente de corpo médio a grande, de 2 a 16 cm de comprimento fases jovens aquáticas e os adultos vivem próximos da água ambas formas são predadoras 4 asas alongadas, membranosas e com muitas nervuras cabeça bastante móvel; olhos compostos grandes e 3 ocelos peças bucais mastigadoras tórax alargado (para alojar os músculos para o vôo); pernas adaptadas para captura de alimento e não para andar antenas pequenas e setáceas abdômen longo e delgado, com 10 segmentos cercos não segmentados e que funcionam como órgãos apreensores nos machos metamorfose simples, do tipo hemimetabolia (ninfas aquáticas = náiades) ninfas aquáticas, respiração por brânquias externas caudais (Zygoptera) ou internas anais (Anisoptera); são predadoras: comem desde organismos pequenos até peixes e girinos muitas ninfas de Anisoptera conseguem ejetar água pelo ânus (“propulsão a jato”) como um mecanismo de escape ninfas com máscara (lábio modificado para apreensão) com 2 estruturas em forma de garra (palpos labiais) desenvolvimento lento, pode demorar até 5 anos, com 10 a 20 mudas o adulto, cerca de 1 a 2 semanas após a eclosão, ainda tem corpo mole, cor não definida e são chamados indivíduos “tenros” adultos capturam no vôo, pequenos insetos órgão copulatório do macho localizado na parte anterior do abdômen, no lado ventral do 2° e 3° segmento abdominal; antes da cópula o macho precisa transferir o esperma da abertura genital no 9° segmento para as estruturas do 2° e 3° segmento abdominal. Ao capturar a fêmea, para a cópula, ambos formam um padrão típico de posição sexual só visto em Odonata pode haver “competição de esperma” entre dois ou mais machos, uma vez que os óvulos só são fecundados na oviposição e não durante a cópula as fêmeas podem pôr os ovos diretamente na superfície da água, no interior da água, na lama, na areia ou em plantas aquáticas Meganeura monyi, espécie fóssil de 300 milhões de anos atrás (Carbonífero) com até 75 cm de asas, o maior inseto voador já conhecido ! 8) ORDEM ORTHOPTERA (Oliver, 1811) orthos = reto; ptera = asas 20.000 espécies, Ordem com 2 subordens: Caelifera – gafanhotos e taquarinhas (antenas curtas, tímpanos no 1° urômero, ovipositor curto) com 6 famílias; Ensifera – esperanças, grilos e paquinhas (antenas longas, tímpanos na parte basal das tíbias, ovipositor longo) com 10 famílias corpo tipicamente alongado e cilíndrico, de tamanho médio a grande 3° par de pernas do tipo saltatório (caráter que os separa dos demais ortopteróides) 2 pares de asas; anterior: tégminas e o posterior: membranosas; pode haver espécies braquípteras (asas curtas) e ápteras (sem asas) antenas filiformes ou setáceas olhos compostos bem desenvolvidos e ocelos, quando presentes, em número de 3, ou vestigiais ou ausentes cabeça hipognata e aparelho bucal mastigador gafanhotos e taquarinhas (Caelifera) são geralmente ativos de dia, de movimentos rápidos e herbívoros conspícuos (algumas espécies podem se tornar pragas e destruir grandes porções de cultivos agrícolas), enquanto que esperanças, grilos e paquinhas (Ensifera) são mais frequentemente ativos à noite, usando mimetismo ou camuflagem de dia como defesa e podem ser predadores, fitófagos ou onívoros protórax bem desenvolvido que se estende para baixo, fazendo um tipo de colar tarso geralmente com 3 ou 4 tarsômeros abdômen com 11 urômeros, sendo visíveis apenas 8 ou 9 urômeros cercos bem desenvolvidos algumas fêmeas com ovipositor longo produção de som geralmente feita por estridulação (fricção entre duas partes do corpo, quase sempre as duas tégminas ou o fêmur posterior na tégmina), relacionada com a corte e/ou manutenção de território e quase sempre restrita aos machos; no vôo, pode ajudar a desorientar pássaros predadores órgãos auditivos localizados nos lados do primeiro urômero (gafanhotos) ou na base da tíbia do primeiro par de pernas (esperanças e grilos) reprodução geralmente sexuada, maior parte ovípara metamorfose simples, do tipo paurometabolia 9) ORDEM GRYLLOBLATTODEA Brues & Melander, 1915 gryllos = grilo; blatta = achatado 26 espécies, 1 família com 4 gêneros ocorrem em ambientes frios e grandes altitudes no oeste do Canadá, Japão, Sibéria na Rússia, China, Coréia e noroeste dos EUA; temperatura ótima para desenvolvimento próxima de 0°C; não ocorrem no Brasil tamanho médio (1,5 a 3,0 cm), corpo alongado, deprimido, pálido e com pubescência delicada cabeça grande, prognata, aparelho bucal mastigador olhos compostos reduzidos ou ausentes, sem ocelos antenas longas e filiformes com 23 a 45 antenômeros protórax mais ou menos quadrado e maior que o meso e metatórax pernas ambulatórias, com coxas grandes e tarso 5-segmentado são ápteros abdômen com 10 segmentos visíveis cercos longos com 5 a 9 segmentos fêmeas com ovipositor longo, em forma de espada e a genitália do macho é assimétrica cópula lateral ovos podem sofrer diapausa metamorfose simples, do tipo paurometabolia ninfas podem passar por até 8 instares adultos e ninfas são ativos principalmente à noite, mesmo em baixas temperaturas vivem no solo, sob pedras e troncos, na superfície do gelo, em interior de cavernas e se alimentam de outros artrópodes, preferencialmente mortos e de musgos importância talvez filogenética como ancestrais de baratas e ortópteros; talvez fósseis vivos na evolução dos grupos ortopteróides Grylloblatta campodeiformis, descoberto nas Montanhas Rochosas no Canadá, em 1914 10) ORDEM PHASMATODEA Jacobson & Bianchi, 1902 phasma = fantasma 2.600 espécies, sendo 800 na região neotropical; Ordem com 3 famílias uma espécie no Bornéu chega a 50 cm, com as pernas esticadas corpo cilíndrico e alongado, em forma de graveto e, às vezes, de folha cabeça livre, pequena olhos compostos bem desenvolvidos; ocelos presentes apenas em espécies aladas e, mais frequentemente, em machos antenas setáceas bem desenvolvidas, com muitos artículos (8 a 100) aparelho bucal mastigador: são exclusivamente comedores de folhas protórax pequeno, menor que a cabeça mesotórax e metatórax bem desenvolvidos, porém podem ser pequenos em espécies ápteras pernas ambulatórias, alongadas e delicadas; tarso 5-segmentado na fase de ninfa, as pernas podem ser perdidas como defesa e recuperadas na muda seguinte maioria das espécies com asaanterior atrofiada poucas formas aladas, ou só o macho alado; voam mal abdômen com 11 segmentos ovipositor curto e escondido cerco presente, formado por um único segmento e pode ter tamanhos variados há espécies em que ocorre partenogênese, pois os machos são raros ovos semelhantes a sementes de plantas, deixados na vegetação ou na superfície do solo como defesas usam seu mimetismo (semelhança com gravetos, galhos e folhas), além do movimento lento, posturas de “fingir de morto”, além do hábito geralmente noturno metamorfose simples, do tipo paurometabolia apresentam semelhança com Orthoptera:Acridoidea:Proscopiidae, mas estes têm antenas curtas, cabeça em forma comprida com os olhos na ponta (fastígio) e protórax grande 11) ORDEM BLATTODEA Brunner, 1882 blatta = achatado 4.000 espécies, 5 famílias (das quais, 4 ocorrem no Brasil); a ordem como um todo é primariamente tropical corpo ovalado, deprimido dorsoventralmente tamanho: alguns milímetros até 10 cm cabeça curta e hipognata, com olhos compostos grandes olhos compostos ausentes em espécies cavernícolas antenas filiformes ou setáceas, com grande número de antenômeros aparelho bucal mastigador: são onívoras pronoto largo, achatado e cobrindo a cabeça pernas ambulatórias, frequentemente com espinhos e tarso 5-segmentado 2 pares de asas, sendo anterior: tégmina e posterior: membranoso; pode ocorrer a redução das asas em várias espécies abdômen com 10 segmentos visíveis com cercos, formados por um a vários segmentos ovos dentro da ooteca, aberta pelas ninfas ou pela fêmea pode haver oviparidade (ooteca liberada logo após ser formada ou ooteca carregada pela fêmea) ou ovoviviparidade (nesse caso, a ooteca pode ficar retida internamente no útero); ocorre partenogênese em algumas espécies metamorfose simples, do tipo paurometabolia podem roer cantos dos lábios de crianças adormecidas, provocando a “herpes blattae” talvez transmitam cólera, lepra, hepatite, tuberculose e poliomielite; são hospedeiras intermediárias de vários helmintos 40 espécies com hábitos domiciliares, mas 4 são mais comuns há espécies cavernícolas, de desertos, de formigueiros e de ninhos de aves há espécies, no gênero Cryptocercus, que vivem em grupos familiares e se alimentam de madeira, usando protistas flagelados ou amebas, simbiontes intestinais, para a digestão da celulose 12) ORDEM MANTODEA Burmeister, 1838 mantis = profeta 2.300 espécies; a proposta mais aceita menciona 8 famílias, mas alguns livros registram 14 famílias; Ordem primariamente tropical na região Neotropical, ocorrem 6 famílias e 420 espécies corpo alongado e achatado tamanho moderado a grande, de 1 a 10 cm cabeça destacada, triangular, hipognata e muito móvel olhos compostos bem desenvolvidos e bem separados; 3 ocelos antenas setáceas ou filiformes, multisegmentadas aparelho bucal mastigador pernas anteriores raptoriais (fêmur e tíbia armados com fortes espinhos) e as demais ambulatórias protórax alongado e maior que mesotórax e metatórax asas anteriores: tégminas e posteriores: membranosas; há espécies braquípteras e outras que são ápteras abdômen oval e mais longo nas fêmeas; abdômen com 11 segmentos ovipositor predominantemente interno; nos machos, a genitália externa é assimétrica ovos colocados em ooteca, com abertura para a saída das ninfas; cada ooteca pode conter de 12 a 400 200 ovos metamorfose simples, do tipo paurometabolia ninfas podem apresentar de 3 até 12 instares adultos solitários e com movimentos lentos machos geralmente menores que as fêmeas e podem ser consumidos pelas fêmeas, em alguns casos, logo após a cópula adultos são predadores do tipo “senta-espera”, com a ajuda da cabeça móvel e excelente visão predadores generalistas e até canibais: comem insetos e aranhas 13) ORDEM MANTOPHASMATODEA Zompro, Klass, Kristensen & Adis 2002 mantis = profeta (vem de Mantodea); phasma = fantasma (vem de Phasmatodea) - uma única família (Mantophasmatidae), com um gênero fóssil (Raptophasma) com uma única espécie e dois gêneros atuais (Mantophasma, duas espécies e Praedatophasma, uma espécie) - tamanho entre 2 a 3 cm e ambos os sexos são ápteros - peças bucais mastigadoras e cabeça hipognata - sem ocelos - antenas longas e filiformes - coxas alongadas e tarsos com 5 segmentos - metamorfose simples, do tipo paurometabolia - são predadores (análise de conteúdo digestivo [com pedaços de cutículas de artrópodes] e presença de pernas raptoriais) - encontrados apenas na África (Namíbia, Tanzânia e África do Sul) - nem todos os entomologistas aceitam esse grupo como Ordem e especula-se se não seriam Orthoptera ou Grylloblattodea muito modificados 14) ORDEM DERMAPTERA (De Geer, 1773) derma = pele; ptera = asas 1.800 espécies, 10 famílias; talvez parentes próximos de Grylloblattodea ordem subdividida em três sub-ordens: Arixenina (comensais ou ectoparasitas de morcegos no sudeste da Ásia), Diploglossata (= Hemimerina) (semiparasitas de roedores na África do Sul e Forficulina (as “tesourinhas”, mais comuns). As sub-ordens Arixenina e Diploglossata apresentam insetos cegos, ápteros, com fórceps arredondados e que podem exibir viviparidade pseudoplacental alongados, delgados e pequenos (nunca passam de 5 cm.), achatados dorso-ventralmente cabeça prognata olhos bem desenvolvidos ou não, ocelos ausentes antenas filiformes e longas; as ninfas têm menos segmentos de antena que os adultos e novos segmentos vão sendo acrescentados a cada muda. protórax desenvolvido e livre, com pronoto fazendo um tipo de escudo adultos alados e ápteros asas anteriores curtas, endurecidas e sem veias (tégminas ou élitros ?), asas posteriores membranosas e arredondadas, quando presentes pernas relativamente curtas e tarso 3-segmentado peças bucais mastigadoras cercos em forma de fórceps (serve para predação e defesa, auxilia na cópula e no ajeitamento das asas); existe diferença entre os cercos das fêmeas e dos machos são noturnos, se escondem durante o dia abdômen longo e móvel, com 10 segmentos visíveis no macho e 8 na fêmea alimentam-se principalmente de matéria vegetal ou animal morta, mas alguns poucos são predadores alguns voam, mas outros raramente o fazem metamorfose simples, do tipo paurometabolia ovos guardados pela fêmea até que eclodem; em espécies temperadas, a oviposição só ocorre no verão glândulas no lado dorsal do 3° e 4° segmento abdominal com líquido que serve para proteção 15) ORDEM ISOPTERA (Brullé, 1832) iso = igual; ptera = asas 2.300 espécies e 7 famílias, 3 das quais no Brasil tamanho pequeno a médio, todos com corpo mole vivem em grupos sociais com sistema de castas bem desenvolvido ocorrem numa colônia indivíduos alados, sem asas e braquípteros asas em número de 4, membranosas, iguais em textura e tamanho, com venação simples as asas são deiscentes e o rudimento de asa é chamado escama cabeça do tipo hipognata ou prognata peças bucais mastigadoras nas operárias e reprodutivos; casta de soldados pode apresentar desenvolvimentos bizarros das mandíbulas olhos compostos frequentemente reduzidos antenas moniliformes, com 11 a 33 artículos pernas ambulatórias, com órgão auditivo na tíbia anterior parecem ser parentes próximos de baratas (Blattodea) e de louva-deus (Mantodea) Mastotermes darwiniensis tem ooteca semelhante à de baratas, talvez seja uma ligação entre baratas e cupins metamorfose simples, do tipo paurometabolia diferenciação das castas é conseguida por hormônios e feromônios inibitórios secretados pelos indivíduos reprodutivos e pelos soldados indivíduos reprodutivos: reis e rainhas, com asas bem desenvolvidase com olhos compostos rainhas de algumas espécies põem até 80.000 ovos por dia algumas rainhas de espécies tropicais atingem até 11 cm de comprimento, em comparação com os machos que podem atingir 1 a 2 cm ovipositor reduzido ou ausente indivíduos reprodutivos suplementares com asas pequenas, têm olhos menores, fazem reprodução no ninho e ajudam a rainha a construir a colônia indivíduos reprodutivos são produzidos em grande quantidade, em algumas épocas do ano, emergindo em grandes números das colônias (revoadas) indivíduos operários: ninfas e adultos (machos e fêmeas) estéreis: sem asas e geralmente sem olhos compostos, mandíbulas pequenas; são responsáveis pela procura de alimento, construção e reparo do ninho e cuidado (alimentação e limpeza) com os outros membros da colônia indivíduos soldados: adultos estéreis, machos e fêmeas, com cabeça e mandíbulas grandemente desenvolvidas, podem ter ou não olhos compostos – podem ser de 2 tipos: mandibuladas ou nasutos; são responsáveis pela defesa física e/ou química da colônia indivíduos nasutos: função de proteção, soltam líquido viscoso pela projeção anterior da cabeça alimentação: exúvias e fezes de outros indivíduos, indivíduos mortos e materiais com madeira ou derivados desta operárias alimentam todas as outras castas: alimento estomodéico têm mutualismo com protozoários zooflagelados (famílias mais “primitivas”) ou com bactérias (famílias mais avançadas), geralmente presentes no proctodeu fazem troca de microorganismos por um tipo de trofolaxe anal: alimento proctodéico importância econômica dupla e inversa: positiva, como destruidores de árvores e material vegetal até substâncias que podem ser reaproveitadas e negativa, como destruidores de livros, construção de madeiras, portas, muros, etc. Calcula-se 750 Kg de cupim para cada pessoa na Terra! 16) ORDEM EMBIOPTERA Sipley, 1904 embios = vivaz; ptera = asas 200 espécies em 8 famílias (supostas mais de 2.000 espécies); na América do Sul, apenas 20 espécies pequenos (4 mm a 2 cm), delgados e eminentemente tropicais corpo um pouco achatado em machos cabeça relativamente grande e prognata antenas filiformes olhos compostos reniformes, maiores nos machos; ocelos ausentes peças bucais mastigadoras: alimentam-se de folhas mortas, musgos e liquens os machos adultos não se alimentam pernas curtas, com tarsos tri-segmentados segmento basal do tarso anterior é alargado e contem glândulas de seda e pêlos ocos para fiação algumas espécies com machos alados, asas vestigiais ou ápteros asas relativamente iguais em tamanho e na venação, aliás, reduzida fêmeas sempre sem asas; colônias compostas por fêmeas e ninfas, machos têm vida curta abdômen 10-segmentado; segmento terminal pode ser assimétrico, em geral nos machos, mas também na fêmeas cercos com dois segmentos e sensíveis a estímulos táteis metamorfose simples, do tipo paurometabolia; 1 espécie é partenogenética vivem em galerias de seda, em vãos, buracos no chão, sob pedras, troncos, ente musgos e liquens, em grupos subsociais (melhor: gregários) apresentam locomoção para trás, graças aos fêmures do último par de pernas, grandemente expandidos 17) ORDEM PLECOPTERA Burmeister, 1839 pleco = dobrada; ptera = asas 2.000 espécies em 16 famílias, principalmente em regiões temperadas e frias, em rios e riachos bem aerados; há poucas espécies em lagos. São intolerantes à poluição orgânica ou diferenças termais das águas onde vivem no Brasil, ocorrem apenas duas famílias: Gripopterygidae e Perlidae tamanho pequeno a médio (4 mm a 5 cm) corpo mole e um pouco achatado dorso-ventralmente; cores do corpo, geralmente marrons e monótonas não são bons voadores, ficando quase sempre próximos da água 4 asas membranosas na maioria das espécies; em descanso, as asas são colocadas juntas sobre o abdômen poucas espécies braquípteras e ápteras (no geral, para machos) 2 olhos compostos, mais 2 ou 3 ocelos antenas longas, delgadas e com muitos segmentos tarsos com três segmentos abdômen com 10 urômeros; fêmeas geralmente sem ovipositor cercos presentes e podem ser curtos ou longos peças bucais mastigadoras; em alguns adultos, há peças bucais reduzidas metamorfose simples, do tipo hemimetabolia estadios ninfais aquáticos; algumas espécies com até 33 estadios ninfais ninfas parecidas com as de Ephemeroptera, das quais se diferenciam por terem somente 2 filamentos caudais (sem o filamento mediano terminal) e pelo tipo de brânquias, que são filamentosas e formam tufos ninfas com sistema traqueal fechado, com brânquias simples ou plumosas, no tórax e nas bases das pernas ninfas sempre encontradas próximas ou sob pedras (daí o nome popular em inglês: “stoneflies”); se alimentam de vegetais, mas também podem ser detritívoras, predadoras ou até onívoras ninfas de plecópteros são importantes consumidores em ecossistemas aquáticos e também servem como itens alimentares para várias espécies de peixes e invertebrados adultos se alimentam de algas, plantas aquáticas, madeira podre e/ou liquens ou podem também não se alimentar 18) ORDEM ZORAPTERA Silvestri, 1913 zor = pura; aptera = sem asas (à época da descoberta dessa Ordem, somente foram encontrados indivíduos sem asas) 30 espécies em uma única família (Zorotypidae) e 7 gêneros, encontrados em região tropical e temperada no mundo todo, com exceção da Austrália ordem de insetos filogeneticamente problemática: parentesco com agrupamento ortopteróide-plecopteróide ou com agrupamento hemipteróide insetos pequenos (3 mm ou menos), cabeça proporcionalmente grande e hipognata são parecidos com cupins e são gregários com asas ou sem; indivíduos assim ocorrem em ambos os sexos formas aladas geralmente são escuras e formas ápteras geralmente são pálidas 4 asas membranosas, com venação reduzida; a asa anterior é maior que a asa posterior as asas podem ser perdidas, assim como em cupins e formigas, deixando fragmentos de asas no tórax pernas com coxas bem desenvolvidas e tarsos com dois segmentos, com duas garras tarsais antenas moniliformes e com 9 segmentos formas sem asas também não têm olhos compostos ou ocelos formas com asas têm olhos compostos e 3 ocelos machos ápteros de algumas espécies apresentam um tipo de fontanela cefálica, que secreta feromônio de agregação, útil para insetos cegos e gregários em ambientes escuros. Seria essa fontanela homóloga àquela encontrada em cupins ? cerco curto, não segmentado e que termina em uma longa cerda abdômen curto, oval e com 10 urômeros; fêmeas com ovipositor muito reduzido ou ausente peças bucais mastigadoras metamorfose simples, do tipo paurometabolia as ninfas podem ser polimórficas, dependendo se vão gerar adultos alados ou ápteros vivem no solo, sob madeira podre, em cupinzeiros, onde se alimentam de esporos de fungos e também de pequenos artrópodes mortos; as formas ápteras se alimentam de ácaros e são mais comuns que as formas aladas 19) ORDEM PSOCOPTERA Sipley, 1904 psoco = triturar; ptera = asas 3.000 espécies em 35 famílias, com distribuição cosmopolita geralmente pequenos e de corpo mole, a maioria com menos de 6 mm de comprimento; há espécies tropicais maiores, com até 2 cm cabeça grande e bastante móvel olhos compostos grandes, com 3 ocelos apenas em espécies aladas asas presente ou ausentes; pode também haver indivíduos com asas longas ou curtas 4 asas com venação reduzida, colocadas como telhas por sobre o abdômen antenas filiformes e proporcionalmente longas, geralmente com 13 segmentos tarsos com 2 ou 3 segmentos mesotórax e metatórax bem desenvolvidos abdômen com 9 ou 10 segmentos sem cercos peças bucais mastigadoras e assimétricas: apêndices estiliformes nas maxilas que se projetam para fora da boca e funcionam como peças perfurantes ocorre a reprodução sexual normal e, às vezes, partenogênesea viviparidade é conhecida em pelo menos um gênero a corte envolve uma dança nupcial e os espermatozóides são transferidos na forma de espermatóforos os ovos podem ser cobertos com seda ou com incrustação de detritos metamorfose simples, do tipo paurometabolia geralmente com 6 estadios ninfais as espécies domiciliares vivem em paredes e no meio de livros as espécies silvestres vivem em troncos, sob pedras e entre as folhas mortas, na serrapilheira os psocópteros, de ambos os ambientes, se alimentam de fungos, liquens, algas, cereais, pólen ou fragmentos de insetos mortos talvez sejam filogeneticamente próximos de Phthiraptera (piolhos) 20) ORDEM PHTHIRAPTERA Haeckel, 1896 phthir = piolho; a = sem; ptera = asas 5.600 espécies em 4 sub-ordens: Rhynchophthirina (apenas encontrados associados a elefantes e porcos-de-verruga; apenas 3 espécies), Amblycera e Ischnocera (piolhos mastigadores, bastante presentes em aves e antigamente chamados Mallophaga; cerca de 5000 espécies) e Anoplura (piolhos sugadores, presentes em diversos mamíferos; cerca de 600 espécies) insetos altamente modificados, de corpo pequeno (menos de 5 mm) ápteros, ectoparasitas e achatados dorsoventralmente metamorfose simples, do tipo paurometabolia peças bucais mandibuladas em Amblycera e Ischnocera e em forma de um bico sugador em Anoplura (estes também não apresentam palpos maxilares olhos ausentes ou reduzidos a 1 ou 2 omatídeos antenas escondidas em cavidades (Amblycera) ou estendidas e filiformes (Ischnocera e Anoplura), com 5 ou menos antenômeros segmentos torácicos com diferentes graus de fusão 1 par de espiráculos torácicos dorsais e 6 ou menos espiráculos abdominais pernas bem desenvolvidas, com garras fortes (escansorial) para se prender nas penas ou pelos dos hospedeiros fêmeas sem ovipositor ovos deixados nos pelos ou penas dos hospedeiros e as ninfas vivem sobre estes, se assemelhando a adultos pequenos e menos pigmentados, passando por três instares ninfais até se tornarem adultos piolhos são obrigatoriamente ectoparasitas, não havendo formas de vida livre; ocorrem em todas as ordens de aves e em quase todas de mamíferos (exceção dos morcegos, Ordem Chiroptera) podem se alimentar das penas ou das peles dos hospedeiros e Anoplura se alimenta exclusivamente de sangue cutícula relativamente amolecida e que permite inchamento, ao se alimentarem Duas espécies de Anoplura ocorrem no Homem; Pediculus humanus pode ser vetor do tifo e Phthirius pubis (chato) não causa doenças talvez seja um grupo próximo de Psocoptera 21) ORDEM THYSANOPTERA Halyday, 1836 thysano = franja; ptera = asas 5.000 espécies em 2 sub-ordens: Terebrantia (com 7 famílias) e Tubulifera (com 1 família) insetos cosmopolitas, pequenos (0,5 a 15,0 mm) e de corpo delgado asas presentes ou não; quando presentes, são em número de 4, longas, com poucas ou nenhuma veia, franjadas e com longas cerdas cabeça é alongada e geralmente hipognata peças bucais sugadoras: a probóscide é uma estrutura cônica e assimétrica, localizada posteriormente na superfície ventral da cabeça; há 3 estiletes, um da mandíbula esquerda (a mandíbula direita é vestigial) e as lacínias das duas maxilas palpos maxilares e labiais presentes, mas curtos antenas curtas e com 4 a 9 segmentos olhos compostos variando de pequenos a grandes; pode haver 3 ocelos nas formas com asas bem desenvolvidas tarsos com 1 ou 2 segmentos e com 1 ou 2 garras; tarsos com vesícula adesiva eversível no arólio abdômen com 10 segmentos visíveis e sem cercos nas fêmeas ovipositor presente ou não; portanto, a postura dos ovos pode ser endofítica (nos Terebrantia) ou sobre as plantas ou em cavidades destas (nos Tubulifera) metamorfose intermediária entre paurometabolia e holometabolia; ninfas nos estágios 3, 4 ou 5 podem apresentar um período de descanso (chamado “pré-pupa” ou “pupa”), durante o qual ocorre reconstrução dos tecidos; em algumas espécies, inclusive, há desenvolvimento interno das asas os dois sexos são semelhantes em aparência, mas os machos geralmente são menores a reprodução é sexuada, mas pode ocorrer partenogênese em muitas espécies (com fêmeas diplóides e machos haplóides); ocorrem muitas gerações ao longo do ano algumas espécies exibem comportamento subsocial, com cuidados à prole como a maioria é sugadora de plantas (folhas, flores, frutos, ramos e brotos), algumas espécies atuam como vetores de doenças para as plantas (viroses e micoses) e podem ser consideradas pragas de plantas cultivadas; também, algumas espécies formam galhas nas plantas como muitos se agregam em flores, podem funcionar como polinizadores algumas poucas espécies se alimentam de esporos de fungos (supõe-se que essa fosse a forma original de alimentação na ordem) e outras espécies podem ser predadores de pequenos artrópodes, como ácaros e afídeos, por exemplo 22) ORDEM HEMIPTERA (Linnaeus, 1758) hemi = metade; ptera = asas (se referindo ao primeiro par de asas dos Heteroptera, o hemiélitro, que apresenta a porção basal endurecida e a porção distal membranosa) 85.000 espécies em 3 sub-ordens: Heteroptera (percevejos, com 54 famílias), Auchenorrhyncha (cigarras e cigarrinhas, com 15 famílias) e Sternorrhyncha (pulgões e cochonilhas, com 21 famílias). Essa é a maior ordem fora dos Holometabola, sendo que Heteroptera contribui com cerca de 50.000 espécies e Auchenorrhyncha + Sternorrhyncha (a antiga ordem Homoptera) contribui com as restantes 35.000 espécies ordem com grande variabilidade de formas de corpo, tamanho, asas, antenas, histórias de vida e hábitos alimentares; muitas espécies parasitas de plantas têm o corpo extremamente simplificado, faltando asas, olhos e antenas ! são cosmopolitas e ocorrem em todos os habitats (incluindo águas marinhas, onde podem viver algumas espécies de Heteroptera, sobre algas ou objetos flutuantes) de modo geral, pode-se distinguir os Heteroptera por apresentarem o rostro surgindo da parte anterior da cabeça, na frente dos olhos, enquanto que os Auchenorryncha têm o rostro surgindo da parte posterior da cabeça, depois dos olhos e os Sternorryncha os apresentam saindo do meio das coxas do primeiro par de pernas Auchenorrhyncha apresentam órgão timpanal e flagelo da antena aristado, enquanto que Sternorrhyncha apresentam a inserção do lábio próximo ou no prosterno olhos compostos geralmente grandes; ocelos presentes ou não antenas podem variar, desde muito curtas e com poucos segmentos até filiformes e multisegmentadas peças bucais formando um rostro ou probóscide, por modificação do lábio em forma de uma lâmina dobradae e segmentada, dentro da qual, as mandíbulas e maxilas formam estruturas em forma de agulhas perfurantes: um canal libera saliva e o outro suga os fluidos; não há palpos Sternorrhyncha e Auchenorryncha podem apresentar câmara-filtro para a remoção do excesso de água ingerido Todos os Sternorrhyncha e Auchenorrhyncha, mais muitas famílias de Heteroptera são exclusivamente fitófagos, se alimentando dos líquidos do xilema ou do floema e até do parênquima Os Heteroptera não fitófagos incluem espécies predadoras, ou que se alimentam de animais mortos ou até espécies hematófagas (barbeiros, por exemplo) ocorre a excreção do excesso do material líquido ingerido, na forma de uma excreção açucarada (“honeydew”), que é a base para diversos exemplos de associação com formigas tórax com protórax e mesotórax bem desenvolvidos e metatórax pequeno ambos os pares de asas com venação reduzida; pode ocorrer apteria. pernas frequentemente ambulatórias, mas pode ocorrer muita variação abdômen muito variável e cercos ausentes muitas espécies liberam ceras protetoras ao redor do corpo a regra é a paurometabolia; ocorre partenogênese em alguns afídeos e alguns outros Sternorrhyncha (Aleyrodidae e várias famílias dentro de Coccoidea) apresentam as formas ninfais muito diferentes dos adultose que podem passar por um estágio de “pupa” antes de se tornarem adultas ocorre a produção de sons em vários grupos (cigarras, por exemplo); o mimetismo de formigas é comum em diversas famílias de Heteroptera relações com o Homem: algumas espécies sugam sangue humano e podem transmitir doenças (mal de Chagas, por exemplo); muitas espécies são sérias pragas agrícolas; por outro lado, há espécies que fornecem goma-laca e tintas DIVISÃO ENDOPTERYGOTA Sharp, 1899 23) ORDEM NEUROPTERA Linnaeus, 1758 neuro = nervura; ptera = asas 4.700 espécies em 3 sub-ordens: Neuroptera ou Planipennia (com 11 famílias), Megaloptera (com 2 famílias) e Raphidioptera (com 2 famílias) vários especialistas e vários livros consideram cada uma dessas sub-ordens como ordens distintas insetos de corpo mole insetos de corpo pequeno a grande, podendo haver espécies com asas de até 16 cm 4 asas membranosas com grande quantidade de veias cruzadas e ramos extras de veias longitudinais; em repouso, as asas recobrem todo o abdômen peças bucais mastigadoras antenas geralmente longas e com muitos segmentos olhos compostos bem desenvolvidos; ocelos presentes ou não tarsos com 5 segmentos abdômen com 10 segmentos; sem cercos desenvolvimento holometabólico larvas geralmente campodeiformes, também com as peças bucais mastigadoras a maioria das larvas é predadora de outros insetos; as exceções são as espécies das famílias Mantispidae (parasitas de ovisacos de aranhas) e Sisyridae (cujas larvas se alimentam de esponjas de água doce) larvas aquáticas em Megaloptera (famílias Sialidae e Corydalidae) e em Planipennia (família Sisyridae) a maioria dos adultos é predadora, mas há algumas espécies que também se alimentam de néctar, pólen e “honeydew” liberado por Auchenorrhyncha e Sternorrhyncha as pupas podem ser nuas (em espécies aquáticas) ou envoltas em um saco de seda (em espécies terrestres): a produção da seda se dá pelos túbulos de Malpighi e a liberação da seda ocorre pelo ânus pupas do tipo exaratas e décticas, com apêndices livres e mandíbulas funcionais, e que podem até se locomover, mas não se alimentar 24) ORDEM COLEOPTERA (Linnaeus, 1758) coleo = estojo; ptera = asas estimadas 350.000 a 375.000 espécies em 4 sub-ordens: Archostemata (com 2 famílias), Myxophaga (com 2 famílias), Adephaga (com 7 famílias) e Polyphaga (com 116 famílias) maior ordem de insetos, compreendendo quase 40% de todos os insetos conhecidos tamanho bastante variável: desde menos de 1 mm até mais de 18 cm apresentam uma grande variabilidade de hábitos alimentares e podem ser encontrados em quase todos os habitats terrestres (menos em mar aberto) corpo fortemente endurecido e, muitas vezes, bastante compacto a asa anterior é endurecida (élitro), protegendo as asas posteriores (que são membranosas e geralmente maiores que os élitros) e os espiráculos, permitindo o controle de água no corpo asas posteriores com venação reduzida e sistema complexo de dobraduras e veias para permitir que estas se dobrem sob os élitros cabeça prognata ou hipognata geralmente com olhos compostos nos adultos e ocelos apenas nas larvas peças bucais mastigadoras, com mandíbulas bem desenvolvidas antenas de tipos muito variados, mas, no geral, com 8 a 11 segmentos protórax bem desenvolvido, destacado dos demais; mesotórax e metatórax fundidos e recobertos pelos élitros pernas bastante variáveis; no geral, ambulatórias, mas há exemplos de pernas fossoriais, saltatórias ou natatórias abdômen em geral com 10 urômeros nos machos e 9 nas fêmeas; sem ovipositor nas fêmeas a reprodução geralmente é sexuada; a maioria das espécies é ovípara, mas há espécies ovovivíparas e vivíparas metamorfose completa as larvas variam muito em forma: campodeiforme, escarabeiforme, elateriforme e até vermiforme. No geral, podem ser reconhecidas pela cápsula cefálica bem endurecida, com mandíbulas fortes e pernas torácicas com 5 segmentos (diferente das lagartas de Lepidoptera, não apresentam as falsas pernas abdominais ou as glândulas produtoras de seda) hábitos alimentares bastante diversificados: podem ser fitófagos (associados a qualquer parte das Angiospermas, principalmente), predadores, coprófagos, detritívoros, comedores de fungos e musgos e parasitas; apenas não apresentam a hematofagia a luminescência ocorre em pelo menos 4 famílias de besouros (Staphylinidae, Elateridae, Lampyridae e Phengodidae), seja em larvas, pupas ou adultos podem ser subterrâneos, terrestres, aquáticos (há cerca de 5.000 espécies em água doce), comensais em ninhos de insetos sociais ou de mamíferos relações com o Homem: positivas, como predadores de insetos praga e atuando como carniceiros, ajudando na decomposição e ciclagem de nutrientes ou negativas, ao atuarem como pragas de plantas e de produtos armazenados (grãos, cereais, legumes, peles e penas de animais conservados) talvez seja uma ordem mais diretamente relacionada com Neuroptera 25) ORDEM STREPSIPTERA Kirby, 1813 strepsis = ângulo; ptera = asas 500 espécies em 5 famílias insetos pequenos (1,5 a 4,0 mm), a maioria dos quais é parasita de outros insetos os dois sexos são bem diferentes: o macho tem vida livre e é alado, enquanto que as fêmeas não têm asas, geralmente não têm pernas e, nas espécies parasitas, não deixam o corpo do hospedeiro machos: são mais ou menos semelhantes a besouros cabeça grande e olhos bem projetados, com poucos e grandes omatídeos peças bucais degeneradas antenas com 4 a 7 segmentos, flabeladas ou ramificadas protórax e mesotórax pequenos e metatórax grande metanoto alongado e que cobre a parte anterior do abdômen asa anterior reduzida a uma estrutura claviforme (pseudohaltere) enquanto que a asa posterior é grande e membranosa, com venação reduzida apenas às veias longitudinais e em forma de leque trocanter atrofiado ou ausente; tarso com 2 a 5 artículos fêmeas de vida livre (família Mengenillidae): com cabeça distinta antenas simples, com 4 a 5 segmentos peças bucais mastigadoras, porém pouco desenvolvidas olhos compostos fêmeas parasitas: sem olhos, antenas ou pernas segmentação indistinta cabeça e tórax fundidos abdômen com 3 a 5 aberturas genitais e aberturas genitais secundárias, no pupário de algumas fêmeas essas fêmeas passam toda sua vida no invólucro pupal, dentro do corpo dos hospedeiros e atraem os machos, via liberação de feromônios, para a cópula após a liberação das larvas, a fêmea morre, no interior do corpo do hospedeiro estrepsípteros têm metamorfose completa o ciclo de vida envolve hipermetamorfose: metamorfose completa em que os diferentes instares larvais representam 2 ou mais tipos de larvas (há os triungulins, ativos, que são o primeiro instar larval e que penetram no corpo dos hospedeiros [para isso, apresentam olhos e três pares de pernas torácicas, mas não têm antenas ou mandíbulas] e os outros instares larvais são vermiformes [sem peças bucais ou pernas]) parasitam várias ordens de insetos: principalmente Hemíptera e Hymenoptera, mas também, Orthoptera, Thysanura, Mantodea, Blattodea e Diptera o hospedeiro não é morto, mas é prejudicado, pois podem apresentar modificações de cor ou forma do abdômen, bem como danos nos órgãos sexuais o desenvolvimento do estrepsíptero macho prejudica mais que o da fêmea, uma vez que os machos têm que romper alguma parte do corpo do hospedeiro, para sair até pouco tempo atrás era sugerido que Strepstiptera fossem mais diretamente relacionados aos Coleoptera, mas, atualmente, há uma tendência para colocá-los mais próximos dos Diptera 26) ORDEM MECOPTERA Comstock, 1895 meco = longa; ptera = asas 550 espécies em 2 sub-ordens: Protomecoptera (com 2 famílias) e Eumecoptera (com 5 famílias, das quais só Bittacidae ocorre no Brasil) é uma ordem que ocorre principalmente na Eurásiae América do Norte tamanho médio (8,0 mm até 3,5 cm) e corpo delgado as peças bucais são mastigadoras e prolongadas ventralmente para formar uma estrutura em forma de um rostro hipognato olhos bem desenvolvidos; ocelos, quando presentes, em número de 3 pernas normais ou raptatórias, sempre muito finas antenas longas e multisegmentadas maioria com 4 asas membranosas e longas: as asas anteriores e posteriores são similares em tamanho, forma e na venação; pode haver redução ou ausência de asas abdômen com 11 segmentos a cópula ocorre com um inseto morto que é ofertado à fêmea pelo macho metamorfose completa a maioria das larvas é eruciforme, com 7 ou mais ocelos em cada lado da cabeça (excepcionalmente, em Panorpidae, há larvas com olhos compostos) os hábitos alimentares dos mecópteros variam entre as famílias e até mesmo entre os adultos e larvas dentro da mesma família geralmente, as larvas se alimentam de insetos mortos ou de minhocas geralmente, os adultos são predadores de insetos de corpo mole e pequeno, mas podem também se alimentar de pólen, néctar e vegetação tenra são insetos encontrados em vegetação densa, sombreada e úmida o nome vulgar em Inglês (scorpionflies) se refere à estrutura da genitália dos machos de Panorpidae e Panorpodidae, que é bulbosa, recurvada e lembra o aguilhão dos escorpiões talvez a ordem mais próxima dos Mecoptera seja a ordem Diptera 27) ORDEM TRICHOPTERA Kirby, 1813 tricho = cabelo, pelo ; ptera = asas 10.000 espécies em 2 sub-ordens e 40 famílias, cosmopolitas insetos pequenos a médios, mais ou menos com aparência de mariposas têm hábitos de vida crepusculares e noturnos, geralmente próximos à água adultos: olhos bem desenvolvidos; ocelos, quando presentes, em número de 3 4 asas membranosas, pilosas (às vezes, com escamas) e com venação simplificada, colocadas sobre o abdômen como em um telhado; são insetos que voam mal antenas longas e delgadas, geralmente tão ou mais longas que as asas nos adultos, as peças bucais são mastigadoras ou podem ser reduzidas ou até ausentes: os adultos podem ingerir néctar, água ou não se alimentar abdômen com 10 segmentos, geralmente com os órgãos sexuais externos dos machos mais complexos que os das fêmeas metamorfose completa larvas aquáticas e parecidas com as de borboleta (campodeiforme e eruciforme), com cabeça bem desenvolvida, um tipo de gancho no fim do abdômen e brânquias traqueais ao longo do abdômen as larvas constroem casinhas (móveis e larvas do tipo eruciforme) ou ninhos (fixos e larvas do tipo campodeiforme), feitos com pedaços de galhos, folhas, grãos de areia; todos esses materiais são ligados por fios de seda produzidos pelas glândulas salivares modificadas as larvas são detritívoras, herbívoras ou predadoras as larvas podem viver até 1 ano (com 5 a 7 instares larvais) e os adultos até 1 mês as pupas também ocorrem dentro d’água, respirando por brânquias traqueais: característica quase exclusiva de Trichoptera a principal importância da ordem é de as larvas servirem de alimento para peixes e outros animais aquáticos é uma ordem que serve de indicador biológico para rios, regatos e lagos é uma ordem próxima de Lepidoptera 28) ORDEM LEPIDOPTERA Linnaeus, 1758 lepido = escama ; ptera = asas 150.000 espécies em 80 famílias; há muita discordância sobre os arranjos internos dentro da ordem: as propostas para sub-ordens ou super-famílias são bem variáveis desse total, cerca de 120.000 são mariposas e 30.000 são borboletas, mas estima-se cerca de 250.000 espécies totais na ordem mariposas geralmente são noturnas, com cores sombrias, pousam com as asas abertas ou dispostas para trás, junto ao corpo, e possuem antenas filiformes, plumosas ou flabeladas, enquanto que as borboletas geralmente são diurnas, de cores vivas, pousam com as asas fechadas e voltadas para cima, e possuem antenas dilatadas no ápice ordem melhor representada na região Neotropical: 35% do número total de espécies conhecidas uma das maiores ordens; ordem com o maior número de espécies praga de agricultura tamanho variável: entre 3 mm e 25 cm insetos com camada dupla de escamas nas asas e também no corpo: escamas são cerdas epidérmicas (macrotrichias) evaginadas e achatadas adultos com cabeça hipognata as asas podem estar ligadas por um frênulo, ou um jugo ou simplesmente estarem juntas, sem elementos de ligação nos adultos, as peças bucais são modificadas a partir das gáleas das maxilas, que se alongam e servem para sugar (espirotromba); algumas espécies têm peças bucais atrofiadas e uma família (Micropterigidae) apresenta peças bucais mastigadoras (portanto, com mandíbulas, ainda primitivamente presentes) assim, a alimentação nos adultos é à base de líquidos nutritivos, como néctar, “honeydew” de Auchenorryncha e Sternorrhyncha e outras secreções de plantas vivas; algumas espécies aproveitam secreções de frutos maduros (não existe o hábito de sugar seiva de plantas, como visto em Hemíptera); algumas espécies complementam suas dietas à base de nitrogênio de excretas de animais as exceções a esse hábito alimentar geral, são algumas poucas espécies que se alimentam de secreções lacrimais de vertebrados e uma espécie que é hematófaga ! olhos compostos relativamente grandes; muitas mariposas com ocelos, encobertos pelas escamas diversas famílias com órgãos auditivos (timpana) que funciona para receber os sons de alta freqüência emitidos pelos morcegos “chaetosoma”: saliência com cerdas sensoriais, atrás das antenas e de função ainda não conhecida antenas multisegmentadas; frequentemente pectinadas nas mariposas e com massa antenal nas borboletas pernas de tamanho variável e delicadas; algumas espécies têm o primeiro par de pernas atrofiado metamorfose completa larvas eruciformes, com cabeça bem desenvolvida e corpo cilíndrico com 3 segmentos torácicos e 10 abdominais; cabeça com 6 ocelos e 2 pequenas antenas com apenas três segmentos cada; segmentos torácicos com 1 par de pernas cada e segmentos abdominais com falsas pernas nos segmentos 3 a 6 e no 10 (falsas pernas, pois não têm articulação e apresentam ventosas e/ou pequenos ganchos) a maioria das larvas é fitófaga; poucas espécies são predadoras de outros insetos ou até detritívoras larvas com glândulas de seda (glândulas salivares modificadas) bem desenvolvidas as larvas podem apresentar diversos mecanismos de defesa: camuflagem, mimetismo, cerdas urticantes, coloração de advertência, dentre outros mecanismos pupa: casulo de seda, protegido ou enterrado; crisálida: sem a proteção do casulo de seda importância agrícola: negativa, como pragas de plantas e produtos armazenados; positiva, como agentes de polinização e como produtoras de seda 29) ORDEM DIPTERA Linnaeus, 1758 di = duas ; ptera = asas cerca de 185.000 espécies em 3 sub-ordens e 158 famílias há cerca de 24.000 espécies na região Neotropical uma das maiores ordens, abundantes em número de indivíduos e encontrados em qualquer ambiente; apresenta centenas de espécies de interesse médico e veterinário há pelo menos 10.000 espécies com desenvolvimento em água doce, nas famílias Chironomidae, Ceratopogonidae, Culicidae e Simuliidae há também espécies que ocorrem em fontes termais (onde toleram temperaturas de até 55ºC), lagoas salinas, fontes sulfurosas, águas estagnadas e poluídas e até em poças de petróleo ! o gênero Pontomyia (Chironomidae) é verdadeiramente marinho, associado a algas, corais e areia, em mares do Japão, Porto Rico, Flórida, Brasil e região da Australásia a cabeça é móvel e com olhos compostos grandes; ocelos em número variável até 3 antenas primitivamente filiformes, com 7 a 16 artículos e modificadas, secundariamente, em forma de anéis em alguns grupos somente um par de asas usadas para o vôo (asas anteriores), já que as asas posteriores são reduzidas a halteres = balancinsmesotórax mais desenvolvido; protórax e metatórax são pequenos e fundidos ao mesotórax a maioria das espécies tem corpo pequeno e delicado peças bucais sugadoras (probóscide, formada por modificação do lábio), mas com grande variação dentro da ordem: podem picar (peças bucais pungitivas), lamber (peças bucais não pungitivas) e até peças bucais não funcionais em algumas espécies pernas ambulatórias fêmea com ovipositor formado pela porção final do abdômen, que assume uma estrutura telescópica metamorfose completa; a maioria é ovípara, mas há famílias vivíparas (que depositam larvas bem desenvolvidas) larvas vermiformes, sem pernas e com cabeça variando de esclerotizada a reduzida as larvas apresentam uma grande variedade de hábitos: podem viver na água, dentro de tecido de plantas ou de animais, podem ser predadoras ou até se alimentar de matéria animal ou vegetal morta adultos se alimentam de líquidos de plantas (néctar ou seiva) ou de animais (sangue); muitas espécies são predadoras de outros insetos pupas móveis ou imóveis, estas sempre envolvidas pelo pupário (última pele larval endurecida) relações com o Homem: negativas, como animais sugadores de sangue humano ou de animais terrestres; podem viver sobre ou dentro do Homem ou de animais; podem ser vetores de doenças (febre amarela, malária, elefantíase, dengue, doença do sono, febre tifóide e outras); podem ser pragas de plantas cultivadas; causam galhas em plantas ou positivas, como insetos necrófagos, parasitas e predadores de pragas agrícolas; polinização de plantas e inimigos de ervas daninhas 30) ORDEM SIPHONAPTERA Latreille, 1825 siphon = tubo ; aptera = sem asas 2.400 espécies em 8 famílias insetos pequenos (1 a 6 mm), ápteros e ectoparasitas, que se alimentam, quando adultos, do sangue de aves (cerca de 6% das espécies) ou de mamíferos (as demais 94%) ocorrem, em associação seus hospedeiros, até nos Pólos Sul e Norte o corpo do adulto é fortemente achatado lateralmente (para facilitar a caminhada entre os pelos ou penas), muito endurecido e com numerosos espinhos e cerdas voltados para trás a cabeça é curta e não é destacada do corpo são insetos saltadores, graças às pernas longas com coxas grandemente alargadas as pernas terminam em garras fortes, para se prender aos pelos ou penas dos hospedeiros antenas curtas (com 3 segmentos) e que ficam em um sulco na cabeça peças bucais sugadoras labiais, com 3 estiletes perfuradores olhos compostos ausentes, com apenas 2 ocelos laterais atípicos grandes, mas que também podem ser vestigiais ou ausentes ambos os sexos são sugadores de sangue; os adultos têm vida longa (1 ano ou mais) e podem passar semanas sem se alimentar há espécies monoxênicas (restritas a um único hospedeiro) e outras polixênicas (apresentam vários hospedeiros) abdômen com 11 segmentos, com região sensorial (“sensilium”) nos últimos segmentos fêmeas sem ovipositor a metamorfose é completa (holometabolia) os ovos são deixados em sujeiras ou no ninho do hospedeiro as larvas são esbranquiçadas, sem pernas, com cerdas e um par de ganchos no último segmento abdominal a cabeça da larva é bem desenvolvida, com peças bucais mastigadoras as larvas são de vida livre (não são ectoparasitas, como os adultos), se alimentam de detritos orgânicos, de suas próprias mudas e de fezes de pulgas adultas a pupa ocorre dentro de um casulo de seda são insetos prejudiciais: picadas, vetores de doenças, hospedeiros intermediários de tênias, escavam na pele do Homem e de outros animais (Tunga penetrans, bicho-do-pé, por exemplo) são menos específicas para os seus hospedeiros que os piolhos: há espécies de pulgas já registradas em mais de 30 espécies de hospedeiros diferentes transmitem ao Homem: peste ou morte negra (causada pela bactéria Pasteurella pestis, que pode passar do rato ao Homem pela pulga Xenopsylla chiopis, uma espécie polixênica), tifo endêmico (causado por Rickettsia sp.) e servem como hospedeiras intermediárias de 2 espécies de tênias, passíveis de serem transmitidas ao Homem (Hymenolepis diminuta e Dipylidium caninum) tradicionalmente, a Ordem Siphonaptera era pensada ser um grupo próximo de Diptera, mas evidências mais recentes, moleculares e de análise de musculatura, estão colocando as pulgas mais próximas de Mecoptera, família Boreidae 31) ORDEM HYMENOPTERA Linnaeus, 1758 hymeno = unidas ou membrana ; ptera = asas 125.000 espécies em 2 subordens (Symphyta e Apocrita) e 74 famílias tamanhos variados: alguns são os menores insetos conhecidos (cerca de 0,25 mm), enquanto outros chegam até 12 cm cabeça bem desenvolvida, hipognata ou prognata olhos compostos bem desenvolvidos; às vezes, atrofiados ou rudimentares os membros alados têm 4 asas membranosas as asas anteriores podem ser ligadas às posteriores pelos hâmulos (fileiras de pequenos ganchos presentes nas asas posteriores) venação das asas é reduzida e, em espécies pequenas, as asas são sem veias peças bucais mastigadoras com mandíbulas bem desenvolvidas; modificada em abelhas em uma estrutura em forma de língua (lambedor) antenas com 3 a 70 segmentos e geralmente longas tarsos geralmente com 5 segmentos na subordem Apocrita, o primeiro segmento abdominal (chamado propódeo) é incluído no tórax, já que avança e cresce sobre o último segmento torácico; esse tórax especial pode ser chamado de mesosoma em função disso, em Apocrita, o segundo (e, às vezes, o terceiro) segmento abdominal forma(m) uma constrição, o pecíolo, que é seguido pelo restante do abdômen (que, em função dessas modificações, pode ser chamado de gáster) abdômen com 6 a 9 urômeros ovipositor bem desenvolvido somente fêmeas podem picar, pois o ovipositor de algumas operárias de himenópteros (abelhas e formigas, por exemplo) perde a função sexual e se transforma em um aparato para picar com glândulas de peçonha associadas (nítida função defensiva, em fêmeas estéreis e com vida social) metamorfose completa larvas geralmente são vermiformes (em Apocrita) ou eruciformes (em Symphyta, com as larvas com cápsula cefálica bem desenvolvida, pernas torácicas e frequentemente falsas pernas abdominais [são bem semelhantes às lagartas de Lepidoptera]) pupa: ocorre em casulo, no hospedeiro ou em células especiais o sexo em muitos himenópteros é determinado pela fertilização do ovo (haplodiploidia): ovos fertilizados originam fêmeas e ovos não fertilizados originam machos ovos colocados em grande quantidade nas espécies sociais; pode ainda haver ovos poliembriônicos em espécie parasitas os adultos se alimentam de substâncias líquidas de origem vegetal (pólen, néctar) ou de origem animal (parasitas) as larvas podem ser fitófagas (larvas em Symphyta), melívoras, predadoras, parasitas, frugívoras, fungívoras ou polenófagas talvez seja a ordem mais útil ao Homem: muitas espécies são parasitas e predadoras de pragas agrícolas; abelhas fazem polinização e produzem mel, cera e geléia real o aspecto negativo da ordem é dado por algumas espécies de formigas cortadeiras presentes em ambiente antropizado, por espécies que formam galhas e por espécies hiperparasitas os himenópteros podem apresentar comportamento social
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