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5 questões filosóficas da arte

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Universidade Federal do Rio de Janeiro │ Centro de Letras e Artes 
Escola de Belas Artes
Departamento de História e Teoria da Arte
CURSO DE HISTÓRIA DA ARTE
Prof. Paulo da Costa e Silva
Luciana Halliday de Sant’Anna Santos – 115217003
Disciplina: Arte e Filosofia – BAH 118
GOMBRICH, E. H. A História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.Cap. 27
No capítulo de número 27 do livro “A História da Arte” de E.H. Gombrich, podemos ter um panorama sobre a primeira metade do século XX onde o autor expõe um panorama da arte moderna questionando novamente sobre o conceito de arte e as antigas tradições. Para ele, alguns artistas interpretam a arte moderna como o rompimento total com os padrões antigos, outros a criticam preferindo os velhos tempos e ainda outros que concordavam em romper com o passado, mas criando novos estilos e novas poéticas baseadas, quem sabe, em antigos conceitos.
A história da arte escrita por Gombrich é apresentada de forma que nos mostra além da cortina superficial da pura história perpassando pelo pensamento e pelas questões que acredito serem essenciais para um aprendiz, suas palavras vão além da descrição alcançando assim temas que se achegam a filosofia. Temas estes que nos chamam atenção como: 
Conhecimento e visão artística (pág. 562) “Ao olharmos pela janela, podemos ver o cenário ou a paisagem de mil maneirasdiferentes. Qual delas corresponde à nossa impressão sensorial?” Neste ponto acredita-se que para se representar algo visível, plástico deve submerter-se ao conhecimento que se tem de mundo, de cor, de forma. A representação sempre recorre a conhecimentos pré-estabelecidos. Exemplo apoiado nas ideias impressionistas.
O simbolismo nas normas de representação redimensionando a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade. “Se tivesse certo de que importante na arte não era a imitação da natureza, mas a expressão de sentimentos pela escolha de cores e linhas...” (pág. 569). A busca pelo alinhamento e encontro entre o sujeito humano com ele mesmo e com o mundo.
A realidade na sua essência foi discutida pelos artistas no cubismo onde a realidade não deve ser vista a partir de um único ângulo. A estética cubista faz ver ‘simultaneamente’ aquilo que a visão normal só apresenta sucessivamente. “Nenhuma pintura pode ser inteiramente explicada por palavras.”(pág.577) Sendo estas palavras de Picasso.
Beleza e funcionalismo nas teorias defendidas pela Bauhaus onde “...se algo é projetado rigorosamente para corresponder à sua finalidade e função, podemos deixar que a beleza apareça por si mesma.” (pág.560) Na escola defendia-se a idéia de que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés dos padrões herdados do passado, assim a beleza seria sendo lapidada pelo próprio olhar do consumidor.
O racionalismo e o onirismo presentes no surrealismo merecem destaque porque este foi um movimento que não só rompeu com padrões antigos, mas com os padrões do próprio modernismo primitivo. Para os surrealistas a razão destrói a criatividade. “...só a não-razão pode nos dar a arte.”(pág.592) As obras não têm muito significado racional mas está apoiada principalmente nos sonhos, na fantasia ou de algo que possibilite a saída da rotina. O movimento teve por coluna os estudos de Freud sobre o inconsciente garantindo que a arte deveria partir do irracional, pois a criatividade verdadeiramente livre provém das profundezas pouco conhecidas da psique. Freud estudou uma outra vida, mais livre e mais verdadeira, que também faz parte da vida das pessoas e que não pode ser esquecida: a vida dos sonhos (onírico). As imagens e sensações do sonho (no próprio sonho) não se apresentam menos reais ou importantes do que as imagens e sensações do passado. De acordo com Freud, o homem deve libertar sua mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente.
Os artistas queriam revolucionar a experiência humana, incluindo o seu pessoal, os aspectos culturais, sociais e políticos, libertando as pessoas do que eles viam como falsa racionalidade, mas foi Breton que proclamou, o verdadeiro objetivo do surrealismo declarando uma “revolução social e em paz!" Por esse objetivo, várias vezes os surrealistas poderiam ser vistos como comunistas e anarquistas. Outra proposta surrealista era a volta do olhar para a infância para resgatas a potência da imagem e sua capacidade expressiva além do poder de falar acreditando numa escrita do imaginário.
Assim concluímos nosso pensamento e exposição sobre a poética da representação dos sonhos e da libertação da mente entrando no mundo do inconsciente. Arte e filosofia caminhando juntas pelo pensar e o representar.

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