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Direito Penal IV Crimes contra a Administração Publica.

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Direito Penal IV-
 Crimes contra a Administração Publica.
Conceito de administração Pública: é toda atividade funcional do Estado e os demais entes públicos, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas, onde este título do CP trás uma gama de delitos voltados à proteção da atividade funcional do Estado e seus entes, variando única e tão somente o objetivo da tutela penal.
Em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo;
Em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral;
Em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.
Lei de Abuso de Autoridade - Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965:
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARTIGOS 312 A 359 DO CÓDIGO PENAL:
Cinco espécies:
Crimes cometidos por Funcionários Públicos contra a Administração Pública em geral: Capítulo I - Artigos 312 a 327 do CPB
Crimes cometidos por particulares contra a Administração Pública: Capítulo II- Artigos 328 a 337 do CPB.
Crimes cometidos por particulares contra a Administração Pública estrangeira: Capítulo II - A: Artigos 337, B, C e D – Lei 10.467, de 11/06/2002.
Crimes cometidos contra a Administração da Justiça: Capítulo III - Artigos 338 a 359 do CP
Crimes cometidos contra as Finanças Públicas: Capítulo IV - Artigos 359, A, B, C, D, E, F, G, H – Lei 10.028/2000.
CAPÍTULO I
CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Este Capítulo prevê delitos que só podem ser praticados de forma direta por funcionário público, são crimes funcionais. Os crimes funcionais são crimes próprios, porque a lei exige uma característica específica no sujeito ativo, ou seja, ser funcionário público. Subdividem-se em:
Crimes funcionais próprios: aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário Público torna o fato atípico, não todos aqueles que não sendo o autor do crime funcionário publico, o fato deixa de se infração penal
Ex. Prevaricação: somente os funcionários públicos podem cometer este delito
 
Ex.: prevaricação – provado que o sujeito não é funcionário público, o fato torna-se atípico.
Crimes funcionais impróprios: excluindo-se a qualidade de funcionário público, haverá desclassificação do crime de outra natureza. 
Ex.: peculato – se provado que a pessoa não é funcionário público, desclassifica-se para furto ou apropriação indébita.
De outro lado, é possível que pessoa que não seja funcionário público responda por crime funcional como co-autora ou partícipe. Isso porque o artigo 30 do Código Penal diz que as circunstâncias de caráter pessoal, quando elementares do crime, comunicam- se a todas as pessoas que dele participem. Ora, ser funcionário público constitui elementar de todos os crimes funcionais e, dessa forma, comunica-se às demais pessoas que não possuam essa qualidade, mas que tenham cometido crime funcional juntamente com um funcionário público.
Exige-se, porém, que o terceiro saiba da qualidade de funcionário público do outro. Ex.: funcionário público e não-funcionário público furtam bens do Estado. Ambos responderão por peculato. O funcionário público é denominado intraneus, e o não-funcionário público, extraneus.
Faz-se necessário, nesse momento, delinear o conceito de funcionário público, que o Código Penal traz no artigo 327.
Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego, ou função pública.
Cargos publicos: são criados por lei, com denominação própria, em número certo e pagos pelos cofres públicos.
Emprego públicos: para serviço temporário, com contrato em regime especial ou pela CLT. São os contratados
Função pública: abrange qualquer conjunto de atribuições públicas que não correspondam a cargo ou emprego público. É temporário, não estão vinculados a cargos ou emprego publico
Ex. a pessoa que é Júri em um tribunal.
Art. 327, §1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Nova redação determinada pela Lei 9.983/2000.
Para uma corrente, chamada de ampliativa, abrange os funcionários que atuam nas:
Autarquias (ex.: INSS);
Sociedades de economia mista (ex.: Banco do Brasil);
Empresas públicas (ex.: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos);
Fundações instituídas pelo Poder Público (ex.: FUNAI).
Estas três últimas são pessoas jurídicas de direito privado, mas, para fins penais, seus agentes são considerados funcionários públicos por equiparação. Segundo essa corrente, a redação do artigo 327, § 2º, do Código Penal deixa clara essa opção do legislador pela tese ampliativa.
Para outra corrente, denominada restritiva, o conceito de funcionário público por equiparação abrange tão-somente os funcionários das autarquias. Para os seus seguidores, o art. 327, §1 º, do Código Penal é norma de extensão que conceitua a elementar “funcionário público” e, por isso, é também uma norma penal incriminadora, que, portanto, deve ser interpretada restritivamente.
Múnus público: 
O tutor, curador, inventariante judicial, síndico, liquidatário, testamenteiro ou depositário judicial, nomeado pelo juiz, que se apropria dos valores que lhe são confiados, não cometem o crime de peculato, uma vez que as citadas pessoas não exercem função pública. Eles, na realidade, exercem múnus público, o qual não se confunde com função pública. Devem, se for o caso em apreço, responder pelo crime de apropriação indébita majorada ( CP, art. 168,
§ 1º, II ).
São os seguintes os delitos previstos neste Capítulo:
Art. 312 – Do Peculato;
Art. 313 – Do Peculato mediante erro de outrem;
Art. 313-A – Inserção de dados falsos em sistema de informações;
Art. 313-B – Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações;
Art. 314 – Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento;
Art. 315 – Emprego irregular de verbas ou rendas públicas;
Art. 316 – Concussão;
Art. 317 – Corrupção passiva;
Art. 318 – Facilitação de contrabando ou descaminho;
Art. 319 – Prevaricação;
Art. 320 – Condescendência criminosa;
Art. 321 – Advocacia administrativa;
Art. 322 – Violência arbitrária;
Art. 323 – Abandono de função;
Art. 324 – Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado;
Art. 325 – Violação de sigilo funcional;
Art. 326 – Violação do sigilo de proposta de concorrência.
I-1. PECULATO – CP art. 312
Art. 312- Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, (PECULATO-APROPRIAÇÃO )ou desviá-lo,( PECULATO-DESVIO) em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo. (PECULATO-FURTO)
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Peculato culposo (PECULATO CULPOSO)
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem.( EXTINÇÃO OU REDUÇÃO DA PUNIBILIDADE)
PECULATO:
Vem de peculatu – pecus: gado – em certa época foi o gado a base das fortunas.
Artigo 303 do CPM – Dos crimes contra a Administração Militar: Pena: Reclusão de 03 a 15 anos.
Bem jurídico. Patrimônio público eprobidade administrativa, protege-se o patrimônio publico
Sujeitos.
 Ativo: funcionário público, sendo admissível o concurso com o particular. (CRIME PROPRIO)
 Passivo: União, Estados-membros, Distrito Federal, municípios e demais pessoas jurídicas mencionadas no artigo 327, §1º.
Tipo objetivo. Apropriação ou desvio de bem móvel ou qualquer outro valor, público ou particular, de que o agente detenha a posse, em razão do cargo.
O objeto material do crime de peculato é dinheiro, valor ou qualquer outro bem e deve ser coisa corpórea
Tipo subjetivo. O dolo e o elemento subjetivo do tipo, consistente no especial fim de obter proveito próprio ou alheio.
TENTATIVA: é possível
HÁ POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO DE TERCEIRO
PECULATO-TIPO: “CAPUT” DO ARTIGO 312 DO CPB.
Análise do núcleo do tipo: são duas as condutas típicas previstas:
PECULATO-APROPRIAÇÃO: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.....( Apropriar-se é fazer sua a coisa de outra pessoa, invertendo o ânimo sobre o objeto.O funcionário tem a posse do bem, mas passa a atuar como se fosse seu dono. Ademais, o funcionário público deve ter a posse em razão do cargo. A expressão “posse”, nesse crime, abrange também a detenção e a posse indireta. A posse deve ter sido obtida de forma lícita)
Consumação: no momento da apropriação.
Tentativa: é perfeitamente possível 
PECULATO-DESVIO: “... ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”. ( dar outro fim, outra destinação)
Consumação: no momento do desvio
Tentativa: é perfeitamente possível 
PECULATO-FURTO: Artigo 312, § 1º do CPB: também chamado de “PECULATO IMPRÓPRIO”. Não detêm a posse licita da coisa, é indispensável ao reconhecimento desse crime que o servidor publico tenha tido sua conduta criminosa facilitada pelo fato de ser servidor.
I-1. PECULATO FURTO: CP art. 312, § 1º
Primeira parte
O sujeito mesmo não tendo a posse da coisa, o subtrai, ou concorre com terceiro para que seja subtraído, valendo-se da qualidade de funcionário publico.
Consumação: ocorrera quando o individuo detiver a posse mansa e passiva desvigiada da coisa subtraída. 
Tentativa: perfeitamente possível 
Tipo Subjetivo: doloso
Ex. diretor adentra na escola no final de semana para o furtar algo da escola
Segunda parte:
Deve ser doloso, pois se for culposo irá configurar peculato culposo.
Ex. diretor deixa propositadamente a porta aberta para que um terceiro (outro funcionário ou não ) adentre e efetue o furto, o comparsa deve ter consciência de que a pessoa que deixou a porta abeta no caso o diretor é um servidor publico.
Consumação: ocorrera quando o individuo detiver a posse mansa e passiva desvigiada da coisa subtraída. 
Tentativa: perfeitamente possível 
I-2. PECULATO CULPOSO: CP art. 312, § 2º
Será culposo para o funcionário publico: que age sem o dever de cuidar, dever objetivo exigido
Consumação: no momento em que o terceiro praticar a conduta.
Será doloso para o individuo que subtrai a coisa
Ex. diretor esquece a porta da escola aberta, negligenciando com a sua obrigação, e valendo-se da situação um terceiro situação adentra na escola para efetuar o furto.
Participação culposa: para o diretor
Crime doloso: para o individuo que furtou
Não há liame subjetivo entre os dois – não há concurso de pessoas
Consumação; no momento em que o terceiro praticar a conduta dolosa.
Tentativa: não se aplica 
I-3. PECULATO EXTINÇÃO OU REDUÇÃO DE PENA: CP ART. 312 §3º
Efeito da reparação do dano no peculato doloso:
Não extingue a punibilidade;
Se a reparação for feita antes da denúncia por ato voluntário do agente: a pena será reduzida de 1/3 a 2/3: hipótese de arrependimento posterior (artigo 16 do CP);
Se após o recebimento da denúncia e antes da sentença de 1ª Instância: atenuante genérica do artigo 65, III, b, do CPB, se após a sentença e antes do acórdão – artigo 66 do CP. (ATENUANTE INOMINADA OU DA CLEMÊNCIA).
Causa de extinção da punibilidade ou de causa especial redução da pena: Art. 312, § 3º do CP.
A punibilidade é extinta se a reparação for feita antes da sentença irrecorrível; se for feita após, a pena será reduzida à metade;
PECULATO-USO: Se for bem fungível, há peculato: funcionário que usa dinheiro público para comprar apartamento: crime consumado, mesmo que depois reponha aos cofres públicos;
Se for bem infungível, não há crime:funcionário que usa um trator público em sua casa e depois devolve.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO – MÃO DE OBRA: Ilícito administrativo: Lei 8.429/92. Atos de improbidade administrativa:
8.429/92. Atos de improbidade administrativa:
Dos atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito;
Dos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário;
Dos atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública.
PENALIDADES:
Perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
Ressarcimento integral do dano;
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos políticos;
Pagamento de multa civil;
proibição de contratar com o Poder Público;
Proibição do recebimento de benefícios e incentivos fiscais.
Classificação: crime próprio, doloso, material, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente e de forma livre.
Pena: reclusão de 02 a 12 anos e multa.
Ação Penal: pública incondicionada.
Concurso de pessoas: É admissível, segundo a regra do artigo 30 do CP.
Elemento normativo do tipo: “valer-se de facilidade proporcionada pela qualidade de funcionário”.
Aplicação da defesa preliminar: Artigo 514 do CPP – “Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias”.
Agravante genérica da violação do dever funcional (artigo 61, II, “G” do CP) - Não incide, tratando-se de elementar do tipo.
Crimes afiançáveis: artigo 323, I do CPP. Todos os delitos praticados por funcionários públicos contra a Administração Pública em geral, são afiançáveis, EXCETO:
Artigo 316, § 1º do CP – EXCESSO DE EXAÇÃO; e
Artigo 318 do CP – FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO.
I-3. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM: CP art. 313.
Art. 313- Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Peculato estelionato: nesta modalidade o funcionário deve receber a coisa, que dever ser móvel deve possuir valor econômico, por erro de outrem, e mesmo percebendo o erro este apropria-se da coisa.
O ato de receber a coisa não pode ser atribuição do servidor público.Crime doloso.
Conduta típica: Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem;
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Cuida-se aqui do chamado peculato-estelionato.
Bem jurídico. Tutela-se a Administração Pública, no aspecto material e moral.
Sujeitos:
Ativo: É o funcionário público. Trata-se de crime próprio. O particular pode ser partícipe do fato, respondendo pelo crime. Exemplo: Se um funcionário, por um equívoco, recebe determinada quantia de um contribuinte e pensa restituí-la, no que, entretanto, é desaconselhado por um amigo – não funcionário – acabando por dividirem entre si o dinheiro, há concurso.
Passivo: Direto é o Estado. De forma secundária, também o indivíduo que sofreu a lesão patrimonial.
Crime doloso: pois tem a consciência 
Consumação: no momento em que o funcionário passa a se portar como proprietário da coisa
Tentativa: perfeitamente possível 
I-4. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES – CP art. 313-A - Lei 8.983/2000
Não guarda nenhuma relação com peculato!!!!
Bem jurídico. Interesse em preservar o patrimônio público e garantir o respeito à probidade administrativa.
Sujeitos:
Ativo: Funcionário público, sendo admissível o concurso com particular.
Passivo: União, Estados-membros, Distrito Federal, municípios e as demais pessoas mencionadas no artigo 327, §1º. Secundariamente, o particular que sofreu o dano.
Tipo objetivo. Inserir ou facilitar a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.
Tipo subjetivo. O dolo e o elemento subjetivo especial do tipo – fim especial de agir – consubstanciado na expressão com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.
Consumação. Por se tratar de crime formal, ocorre com a concreção de qualquer uma das condutas, não se exigindo a obtenção da vantagem indevida nem que haja o dano almejado (exaurimento).
Tentativa. Admissível, por ser o crime plurissubsistente.
8. Pena e Ação penal. A pena é de dois a doze anos de reclusão, além da multa, e a ação é pública incondicionada.
 
I-5. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES – CP art. 313-B
Bem jurídico. O interesse em se preservar o normal funcionamento da Administração Pública, especialmente o seu patrimônio e o do administrado, bem como assegurar o prestígio que deve gravitar em torno dos atos daquela.
Sujeitos.
Ativo: funcionário público, sendo admissível o concurso como particular.
Passivo: União, Estados-membros, Distrito Federal, municípios e demais pessoas mencionadas no artigo 327, §1º, bem como o particular que sofreu o dano.
Tipo objetivo. Modificar ou alterar sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente.
Tipo subjetivo. O dolo.
Consumação. Por se tratar de crime formal, dá-se no momento da concreção de qualquer uma das condutas, não se exigindo a superveniência de dano, que, no caso, qualifica o crime.
Tentativa. Admissível, por ser o crime plurissubsistente.
I-6. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO –
CP art. 314
Análise do núcleo do tipo. As condutas previstas são extraviar, sonegar e inutilizar e podem ser realizadas total ou parcialmente, o que torna mais difícil a configuração da tentativa, já que a inutilização parcial de um documento constitui delito consumado, em face da descrição típica.
Sujeitos
Ativo: somente o funcionário público.
Passivo: o Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou outra pessoa prejudicada.
Elemento subjetivo. Dolo, nao se exige elemento subjetivo nem se pune a forma culposa.
Objetos material e jurídico. Objeto material é o livro oficial ou outro documento e o objeto jurídico é a administração pública.
Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo, omissivo, ou omisso impróprio, instantâneo, unisubjetivo, uni ou plurissubsistente; admite tentativa na forma plurissubsistente.
I-7. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS – CP art. 315
Análise do núcleo do tipo. A conduta consiste em dar aplicação, e tem como objeto as verbas ou rendas públicas.
Sujeitos:
ativo: funcionário público.
passivo: o Estado, secundariamente, a entidade de direito público prejudicada.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico, nem se pune a forma culposa.
Objetos material e jurídico. Objeto material é a verba ou a renda pública, objeto jurídico é a administração pública, em seus interesses patrimonial e moral.
Classificação. Crime próprio, material, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente; admite tentativa.
I-8. CONCUSSÃO – CP art. 316
Art. 316- Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, de um conto a dez contos de réis.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção passiva
Conduta grave: 
ESPECIE DE EXTORÇÃO , praticada pelo servidor publico com abuso de sua autoridade.
Análise do núcleo do tipo. A conduta consiste em exigir, (envolve uma ameaça, que tanto pode ser explicitas e ou implícitas ) direta ou indiretamente, (utilizando de uma interposta a pessoa) que significa ordenar ou demandar, havendo um aspecto nitidamente impositivo na conduta.
Sujeitos
*Ativo: somente o funcionário público (crime próprio, mesmo aquele que ainda não assumiu suas funções)
*Passivo: Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou a pessoa diretamente prejudicada. (A vítima não comete crime de corrupção ativa quando entrega a vantagem ao servidor, pois foi compelida, obigada a agir desta maneira )
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, exige-se o elemento subjetivo específico, consistente em destinar a vantagem para i ou para outra pessoa. Não existe forma culposa.
Tipo penal: vantagem indevida, deve ser patrimonial
Objetos material e jurídico. Objeto material é a vantagem indevida e objeto jurídico é a administração púbica (aspectos material e moral).
Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissusistente, forma em que admite tentativa.
Consumação: é quando o funcionário exige a vantagem indevida (crime formal, consumação antecipada)
Tentativa: perfeitamente possível, sendo indispensado analisar o meio empregado, de maneira verbal não, mas de maneira escrita sim.
I-9. EXCESSO DE EXAÇÃO – CP art. 316 §§ 1º e 2º
Trata-se de uma figura especialíssima: a conduta criminosa continua a ser o mesmo do caput (exigir), só que o resultado da exigência (vantagem) não é destinado no primeiro momento ao bolso do criminoso e sim aos cofres públicos.
§1º - O agente público não pode exigir um valor em excesso do que a lei não autoriza, este não devia o valor para si mesma, no primeiro momento, só cobra a mais para os cofrespúblicos, o agente publico não pode exigir
O estado para cobrar os tributos a ele devido, dispõe de todos os instrumentos legais para tanto, seja para defenir o valor, seja para a cobrança, o agente publico não pode fugir desses limites que são impostos pela lei. 
§2º - a diferença aqui é que ao invés do funcionário prublico deixar o que foi cobrado em excesso para os cofres publicos, ele desvia em proveito próprio ou alheio.
Exação é a cobrança pontual de impostos. Pune-se o excesso, sabido que o abuso de direito é considerado ilícito. Assim, quando o funcionário público cobra imposto além da quantia efetivamente devida, comete o excesso de exação.
Análise do núcleo do tipo. Há duas formas para compor o excesso de exação:
Exigir o pagamento de tributo ou contribuição sindical indevidos;
Empregar meio vexatório na cobrança.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, nas modalidades direta e indireta. Não há elemento subjetivo do tipo, nem se pune a forma culposa.
Elemento normativo do tipo. Meio vexatório é o que causa vergonha ou ultraje; gravoso é o meio oneroso ou opressor.
Norma em branco. É preciso consultar os meios de cobrança de tributos e contribuições, instituídos em lei específica, para apurar se está havendo excesso de exação.
Objetos material e jurídico. O objeto material é o tributo ou a contribuição social. O objeto jurídico é a administração pública (interesses material e moral).
Classificação. Crime próprio, formal na forma exigir e material na modalidade empregar na cobrança, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, forma em que se admite tentativa.
I-10. CORRUPÇÃO PASSIVA – CP Art. 317
Art. 317- Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
O funcionário publico: solicita ou recebe ou aceita
Objetividade jurídica: probidade administrativa
Corrupção Antecedente: quando um servidor recebe a vantagem indevida antes do ato que ira praticar
Corrupção subseqüente: quando um servidor recebe a vantagem indevida após o ato praticado
Análise do núcleo do tipo. O tipo penal descrito no art. 317 do CP é composto por três verbos: solicitar, receber, aceitar. Diz respeito ao indivíduo que solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida.
Corrupção própria. Quando o servidor ou funcionário público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida em razão de um ato ilícito.
Corrupção imprópria. Quando o servidor ou funcionário público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida em função de praticar um ato lícito.
Sujeitos:
Ativo: o servidor público (corrupção passiva) 
Passivo: apenas o Estado 
Corrupção antecedente. Quando o pedido de retribuição é feito antes da realização do ato, configura-se a corrupção a priori.
Corrupção subseqüente. Quando o pedido de retribuição é feito após a realização do ato.
Ação Penal. Ação Penal Pública incondicionada
Tentativa. A tentativa não é admissível, caso a ocorrência na modalidade de solicitação de forma escrita a tentativa é possível.
Consumação: é quando o funcionário aceita, solicita ou recebe a vantagem indevida.
Crime formal: 
§1º - exaurimento do crime: causa especial de aumento de pena: se o ato é praticado, retardado como quer o o agente corruptor
§2º- corrupção passiva privilegiada, não visa receber qualquer vantagem indevida, mas pratica um ato ou deixa de praticar ou atrasa sua pratica, infringindo um dever de oficio cedendo a um pedido ou influência de terceira pessoa. 
Delito bilateral. Nos crimes cometidos por particulares contra a Administração Pública (crime de Corrupção ativa - previsto no art. 333 do CP), se o particular oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário ou servidor público e este a recebe, temos aí o que se chama de delito bilateral; é a combinação simultânea da Corrupção ativa (Art. 333 do CP - oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício) com a corrupção passiva (Art. 317 do CP - solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem). O delito bilateral é exceção à teoria monista ou unitária do Direito Penal, consiste na teoria pluralística.
Causa de aumento de pena. Está prevista no §1º do art. 317 do CP, configura a chamada corrupção exaurida (A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional).
Pena. A corrupção passiva é punida com reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Pena determinada pela Lei 10.763/03. Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, a pena é detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Crime comum ou militar. A corrupção passiva está tipificada tanto no direito penal ordinário (art. 317 do CP) quanto no direito penal militar (art. 308 do CPM)
Corrupção eleitoral. No Código Eleitoral (Lei 4737/65) está previsto também a corrupção passiva como crime eleitoral. A referida lei sofreu modificações introduzidas pela lei 9504/97, entretanto, os tipos penais continuam sendo disciplinados pela lei 4737/65. O tipo penal aqui descrito é de conteúdo alternativo porque traz vários verbos contemplando tanto a corrupção passiva quanto a ativa.
I-11. DA FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO – CP art. 318
Conduta típica. É a facilitação com violação do dever funcional do descaminho ou contrabando. Para configurar a prática do delito previsto no art. 318 do CP, é necessário que o funcionário público esteja investido na função de fiscalizar a entrada e a saída de mercadorias do território nacional.
Contrabando. É a importação ou exportação de mercadorias cuja comercialização seja proibida.
Descaminho. É a importação ou exportação de mercadorias cuja comercialização seja legalmente permitida com a ocorrência de fraude no pagamento de tributos.
Competência. Pelo disposto no art. 144 da CF/88, julgar pessoas incursas na prática do presente delito é de competência da justiça federal, sendo a polícia federal a competente para efetuar as prisões.
Tipo remetido. A facilitação de contrabando ou descaminho é considerado como tipo remetido porque remete ao delito do contrabando ou descaminho (art. 334 do CPB).
Exceção à teoria unitária. Se alguém facilita a prática do delito previsto no art. 334
do CP deveria responder pelo delito previsto no art. 318 do CP (facilitação de contrabando ou descaminho) bem como pelo contrabando ou descaminho (art. 334 do CP), entretanto, temos aqui mais uma vez a teoria pluralística sendo aplicada, configurando mais uma exceção à teoria unitária, vez que uma pessoa é quem facilita o contrabando ou descaminho e outra é quem pratica o contrabando ou descaminho.
Defesa preliminar. No tipo penal ora estudado (da facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318 do CP) não há a incidência de possibilidade da defesa preliminar do funcionário público.
I-12. DA PREVARICAÇÃO – CP art. 319 / CPM art. 319Trata-se de um crime funcional por excelência: não havendo qualquer paralelo para essa conduta
Ele busca uma satisfação de uma vontade, interesse ou desejo pessoal (o interesse pode ser tanto patrimonial como de qualquer outra natureza, o desejo e sentimento pessoal é a afetividade ou inimizade: ex. de um servidor que não expedi uma certidão de interesse de um particular porque são inimigos. )
Do latim praevaricare que significa faltar com os deveres do cargo.
Objeto jurídico. Proteger o prestígio da Administração Pública, e a correta conduta do funcionário publico.
Sujeito
Ativo. Funcionário público no exercício da função
Passivo. O Estado administração, eventualmente particular prejudicado
Análise do núcleo do tipo. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
O tipo penal tem seu núcleo composto por 3 verbos:
Retardar, 
Deixar de praticar um ato de oficio: são todos aqueles que o servidor deve praticar ou não praticar, que são inerentes a sua função.
Praticar: 
Classificação. Crime próprio - somente pode ser praticado por funcionário público; se retirada a qualidade, o fato torna-se atípico - formal - comissivo - instantâneo - unissubjetivo - plurissubsistente - de ação múltipla - de conteúdo variado ou alternativo.
Elemento subjetivo do tipo. É o dolo, ou seja a vontade específica de prevaricar. O interesse pessoal está ligado ao sentimental.
Diferença entre a prevaricação comum e a militar.
A prevaricação comum está prevista no art. 319 do CP e é punida com pena de detenção de 3 meses a 1 ano mais multa, sendo aplicada a normatização prevista na lei 9099/95. A prevaricação militar está prevista no art. 319 do CPM e é punida com pena de 6 meses a 2 anos. Verifica-se então que a diferença principal entre as duas tipificações do delito está na pena aplicada.
Ação penal. Pública incondicionada
Legislação especial
Art. 10, § 4º (lei 1521/51 => crimes contra a economia popular; Art. 345 (lei 4737/65 => prazos da lei eleitoral;
Art. 23 (lei 7492/81 => lei do sistema financeiro (justiça federal); Art. 7º (lei 4729/65 => sonegação fiscal;
Art. 15, § 2º (lei 6938/81 => previsão na lei do meio ambiente.
I-13. DA CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – CP art. 320 / CPM art. 322
Definição jurídica. A condescendência criminosa consiste em deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, punível com pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
A terminologia é imprópria porque não se trata apenas do fato de um funcionário público ser condescendente com outro que tenha tido conduta criminosa, mas também se aquele tiver cometido qualquer falta disciplinar.
A condescendência criminosa é praticada pelo funcionário público que, porindulgência, benevolência ou tolerância, deixa de responsabilizar subalterno hierárquico que tenha cometido crime, contravenção penal ou qualquer falta disciplinar. Também comete o delito em estudo o funcionário público que, embora não seja superior hierárquico daquele que tenha cometido crime, contravenção penal ou qualquer falta disciplinar, deixa de levar o fato ao conhecimento da autoridade competente para puni-lo.
Bem jurídico. A Administração Pública
Sujeitos
ativo. Funcionário público
passivo. O Estado
Tipo subjetivo. Indulgência, benevolência ou tolerância; no Direito Penal Militar, além disso, a negligência.
Condutas típicas
Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo;
Deixar o funcionário, por indulgência, de levar ao conhecimento de autoridade competente para punir, o fato de que outro funcionário público tenha cometido infração no exercício do cargo, evitando assim que o infrator seja responsabilizado.
Consumação. Com a omissão
Tentativa. Inadmissível porque o delito é omissivo próprio.
I-14. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – CP art. 321 / CPM art. 324
Definição jurídica. O termo advocacia é impróprio e indevido pois nada tem a ver com a função do advogado. O delito consiste em patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário; punível com pena de detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. Se o interesse é ilegítimo a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa. No Direito Penal Militar a incorreção no nomem iuris é desfeita, naquele diploma legal a nomenclatura usada é "patrocínio indébito". Importa salientar que no projeto de reforma do CP o presente tipo adota a nomenclatura do CPM.
Análise do núcleo do tipo. O verbo núcleo do tipo é patrocinar, significa proteger
ou beneficiar. É a figura do funcionário público relapso que relega seu serviço a um segundo plano e passa a defender interesses privados, legítimos ou ilegítimos, ante a Administração Pública.
Sujeitos
ativo. Funcionário público
passivo. A Administração Pública
Desnecessidade de ser advogado. Tendo em vista que o funcionário público é impedido de exercer a advocacia, é desnecessária a qualidade de advogado ao autor para que o delito se configure.
Outras condutas
Lei 8137/90, art. 3º, inc. III (funcionário público patrocinado interesse privado contra a Administração Fazendária;
Lei 8666/93, art. 94 (funcionário público patrocinado interesse privado no âmbito das licitações.
I-15. VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA – CP art. 322
Revogação do artigo 322 pela Lei de Abuso de Autoridade. GUILHERME NUCCI crê estar revogado este tipo penal pela vigência da Lei 4.898/65, que disciplinou, integralmente, os crimes de abuso de autoridade. Assim, a violência praticada no exercício da função ou a pretexto de exercê-la deve encaixar-se em uma das figuras previstas na referida lei, não havendo mais necessidade de se utilizar o art. 322.
I-16. ABANDONO DE FUNÇÃO – CP art. 323 / CPM art. 330
Definição jurídica. O delito consiste em abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei; punível com pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. Se do fato resulta prejuízo público a pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira a pena é de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. É o cidadão que investido em cargo público, por nomeação ou contratação, abandona-o. No Direito Penal Militar tem-se a figura do abandono de cargo e do abandono de posto (figura do sentinela na guarita).
O prazo do abandono. A lei não estabelece prazo mínimo para configuração
do abandono, basta haver prova da probabilidade de dano que o delito está caracterizado. Se houver prova do dano ou se o delito tiver sido cometido em faixa fronteiriça (150 km de largura - lei 6634/79, art. 1º), o crime será qualificado. Pela Lei 8112/90, constitui o abandono a ausência intencional por mais de trinta dias consecutivos. No Direito Penal Militar basta provar o espaço de tempo que o sentinela afastou-se do seu posto. No caso de abandono de função em região de fronteira o prazo pode ser contado até em horas.
Elemento normativo do tipo. A expressão "fora dos casos permitidos em lei" constitui o elemento normativo do tipo.
I-17. EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO –
CP art. 324
Análise do núcleo do tipo. Entrar no exercício significa iniciar o desempenho de determinada atividade; continuar a exercê-la quer dizer prosseguir no desempenho de determinada atividade. O objeto é a função pública.
Sujeitos.
ativo: somente funcionário público nomeado, porém sem ter tomado posse; na segunda hipótese, há de estar afastado ou exonerado.
passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. É o dolo. Não se exige elemento subjetivo específico,nem se pune a forma culposa. Na segunda figura, há apenas o dolo direto. Inexiste forma culposa.
Elemento normativo do tipo. A expressão “sem autorização” indica a ilicitude
da conduta, ao passo que a continuidade do exercício, devidamente permitida pela administração pública, não configura o tipo penal.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a função pública e o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Classificação. Crime próprio, delito de mão própria, formal, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente; admite tentativa.
I-18. VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL – CP art. 325
Análise do núcleo do tipo. Revelar significa fazer conhecer ou divulgar; facilitar a revelação quer dizer tornar sem custo ou esforço a descoberta. O objeto é o fato que deva permanecer em segredo.
Sujeitos
ativo: o funcionário público, abrangendo o aposentado ou em disponibilidade.
passivo: o Estado, secundariamente, a pessoa prejudicada com a revelação.
Elemento subjetivo do tipo. O dolo, não existe a forma culposa, nem se exige elemento subjetivo do tipo específico.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a informação sigilosa. O objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo e, excepcionalmente, omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurisusistente, forma em que se admite a tentativa.
I-20. VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA OU CONCORRÊNCIA – CP art. 326
Revogado pelo artigo 94 da Lei 8.666/93.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 328: Usurpação de função pública (TCO)
Art. 329: Resistência (TCO)
Art. 330: Desobediência (TCO)
Art. 331: Desacato (TCO)
Art. 332: Tráfico de influência (IP)
Art. 333: Corrupção ativa (IP)
Art. 334: Contrabando ou descaminho (IP)
Art. 335: Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência (TCO)
Art. 336: Inutilização de edital ou de sinal (TCO)
Art. 337: Subtração ou inutilização de livro ou documento (IP)
11. Art. 337A: (IP)
Os delitos acima mencionados são classificados como crimes praticados por particulares contra a administração pública; entretanto, nada obsta que sejam também praticados por funcionários públicos.
II-1. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA – CP art. 328
Desempenhar uma atividade publica sem podê-lo, sem ter aquela indispensável critério de ser funciona
Mesmo que do ato não se verifique qualquer prejuizo ao particular, mesmo assim haverá o crime.
O individuo não sendo servidor, faz-se se passar por um: 
O individuo sendo um servidor faz-se se passar por outro: 
Análise do núcleo do tipo. O verbo usurpar significa alcançar algo sem o regular direito.
Sujeito
Ativo. Qualquer pessoa, inclusive o funcionário público.
Passivo. A Administração Pública.
Classificação. Crime comum, formal, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
Forma qualificada. A forma qualificada está prevista no parágrafo único do artigo e se refere ao fato de auferir vantagem da função pública usurpada.
Necessidade de pelo menos um ato. A doutrina entende que o usurpador tem que cometer pelo menos um ato utilizando a qualidade usurpada de funcionário público ou atinente à função para que se caracterize o crime.
Art. 45 da LCP. O art. 45 da LCP refere-se à contravenção de simulação da qualidade de funcionário público. Significa que o indivíduo se diz funcionário público mas não pratica nenhum ato atinente à função pública.
Art. 46 da LCP. O art. 46 da LCP refere-se à contravenção de usurpação de função pública uniformizada. Significa que o indivíduo se diz funcionário público que trabalha fardado, por exemplo, se passar por policial militar.
II-2. RESISTÊNCIA – CP art. 329
Busca-se deste crime a proteção da autoridade e o prestigio do estado
Crime comum quanto o sujeito ativo 
Agindo um funcionário publico atos fora de suas atribuições este o faz como um particular.
Conduta típica. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.
Análise do núcleo do tipo. É a oposição a um ato legal
Sujeito
Ativo. Qualquer pessoa, inclusive o funcionário público.
Passivo. A Administração Pública.
Ato legal. Para caracterizar a resistência o ato ao qual se opõe tem que ser legal.
Resistência ativa/passiva. Para configurar o delito a resistência tem que ser ativa contra o executor do ato legal ou contra quem lhe esteja prestando auxílio. Se a resistência for passiva, como por exemplo agarrar-se ao executor do ato implorando-lhe que não o leve a termo, não configura o delito de resistência. Posição minoritária na doutrina entende que a resistência passiva configura o crime de desobediência.
Funcionário competente. Não basta que a resistência seja contra funcionário público, tem que ser contra funcionário público competente para a execução do ato.
Prestador de auxílio. É prestador de auxílio a pessoa que está colaborando com o funcionário público na execução do ato.
Classificação. Crime comum, formal, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
Forma qualificada. A forma qualificada ocorre quando a resistência é suficiente para impedir a execução do ato.
Casos de resistência em função de ato legal. Mandado de prisão; prisão em flagrante; prisão de condenado foragido; penhora; vistoria judicial; execução de despejo; busca e apreensão, à ordem de identificar-se.
§1º qualificadora:
§2º
II-3. DESOBEDIÊNCIA – CP art. 330
Agindo um funcionário publico atos fora de suas atribuições este o faz como um particular.
Tipo penal. Desobedecer a ordem legal, tanto quanto ao conteúdo quanto os aspectos formais, de funcionário público
Pena. Detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa.
Sujeitos
ativo: qualquer pessoa, (crime comum) inclusive funcionário público.
passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico, nem se admite forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a ordem dada e o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Classificação. Crime comum, formal, de forma livre, comissivo, omissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, forma em que admite a tentativa.
Consumação: é no momento do descumprimento da ordem, que é de fazer ou não fazer alguma coisa, ira depender do conteúdo da ordem que foi desobedecida
Tentativa: é possível 
II-4. DESACATO – CP art. 331
Tipo penal. Delito bem comum no meio forense. Com o advento da Lei 10259/01, que instituiu os Juizados Especiais Federais, passou a ser considerado como delito de menor potencial ofensivo não se instaurando mais Inquérito Policial, lavra-se apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência, que constará a oitiva do autor do delito que deverá ser conduzido à Delegacia de Polícia e, após ouvido, liberado. Acontece com maior incidência envolvendo a Polícia Militar. Para que o delito se configure necessário se faz que o funcionário público sinta-se de fato atingido pela ofensa que lhe foi dirigida.
Bem jurídico. A Administração Pública.
Sujeito.
Ativo. Qualquer pessoa, inclusive funcionário público.
Passivo. O Estado (principal) o funcionário (secundário)
Tipo objetivo. Consiste em o particular ofender ou desprestigiar o funcionário público. O funcionário público por equiparação não sofre o desacato. As palavras difamatórias, injuriosas e/ou caluniosas por si caracterizam o desacato, assim como a agressão física e o riso irônico.
Presença do ofendido. É necessário que o ofendido presencie direta ou indiretamente a ofensa. O ofendido deve estar cara-a- cara com o ofensor ou em ao lado do ofensor quando estefala mal de si a outrem.
Pluralidade de funcionários. Se a ofensa for dirigida a mais de um funcionário público, ou seja, se houver pluralidade de funcionários, o crime é único.
Consumação/tentativa. O crime consuma-se com a ofensa. A tentativa é cabível mas de difícil constatação.
Classificação. Crime comum, formal, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
Pena. 06 meses a 02 anos de detenção, ou multa.
Ação penal. Pública incondicionada
Embriaguez e desacato. Para configuração do desacato tem-se a necessidade da ocorrência do elemento subjetivo do delito que é o dolo específico, ou seja, a especial intenção de desprestigiar ou desrespeitar o funcionário público. Assim sendo, relativamente à relevância da situação de embriaguez frente à ocorrência do delito tem-se 3 teorias:
Relevância da embriaguez na aferição do elemento subjetivo
Como o crime exige o dolo específico, ou seja, a vontade de desacatar, o estado de embriaguez se torna incompatível com o elemento subjetivo do crime, não configurando o delito. Tal teoria é defendida por Nelson Hungria e adotada pelo TACrimSP.
Tipo subjetivo: Irrelevância da embriaguez na aferição do elemento subjetivo
Tal teoria diz que o tipo não exige o elemento subjetivo do dolo específico, basta o dolo genérico. O estado de embriaguez torna-se circunstância irrelevante e o crime subsiste. O estado de embriaguez só será relevante se esta for involuntária e completa. Tal posição é minoritária no campo doutrinário do direito penal.
No campo do tipo subjetivo, discute-se se a embriaguez exclui o crime de desacato. Acerca da questão, surgiram três posições:
Que exclui sim o crime na medida em que o desacatado é incompatível com o estado de embriagues; (prevalece) 
Só excluirá na hipótese de embriagues completa (capacidade volitiva e intelectiva) art. 28 , II CP
Não exclui aplicando-se a regra comum do art. 28 , II CP
Relevância relativa da embriaguez na aferição do elemento subjetivo
Diz que cada caso deverá ser analisado de forma individual. Faz-se necessário observar o grau de embriaguez do ofensor. Se a sua embriaguez permite ou não que tenha consciência do ato que está praticando.
O estatuto da OAB estabeleceu que o advogado não comete crime de INJURIA, DIFAMAÇÃO ou DESACATO quando estiver no EXERCICIO PROFISSIONAL.
O supremo Tribunal Federal, entretanto, suspendeu os efeitos de tal exclusão no que permite ao desacato, de forma que haverá o crime em analise. Haverá desacato quanto ao funcionário publico
II-5. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA – CP art. 332
Nota. Até a promulgação da Lei 9127/95 o tipo penal do art. 332 do CPB tinha o mesmo nomem iuris do tipo previsto no artigo 357 do mesmo diploma legal, ou seja, Exploração de Prestígio. Com o advento da mencionada lei o tipo do art. 332 teve seu nome modificado para Tráfico de Influência. Hodiernamente subsistem os 2 tipos penais com os nomes de Tráfico de Influência (art. 332 do CPB) e Exploração de Prestígio (art. 357 do CPB). O professor Cézar Roberto Bittencourt entende que Tráfico de Influência é uma forma eufemística de tratar o delito de corrupção, ou seja, é dar um nome menos agressivo ao delito de corrupção.
Conduta típica. Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. O preceito secundário ou sanção é a pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Quatro são os verbos componentes da conduta típica: solicitar, exigir, cobrar e obter. O verbo obter é importante no delito de concussão, capitulado no art. 316 do CP.
Bem jurídico. A escorreita Administração Pública.
Tipo de conteúdo variado. É tipo de conteúdo variado ou de ação múltipla
porquanto 4 são os verbos constituintes da conduta típica.
Envolvimento de 3 pessoas. Para consumação do crime é necessário a concorrência de 3 pessoas, "ainda que virtuais" nos dizeres de Guilherme Nucci. As pessoas são: o vendedor de prestígio, o funcionário público não sabedor de que está sendo usado para beneficiar alguém, o comprador do prestígio. Se o funcionário público souber do uso de seu prestígio por alheio, deixa de ser delito de tráfico de influência para ser corrupção passiva. O funcionário público e a pessoa que está comprando o prestígio são pessoas virtuais do delito.
Ato do funcionário. O crime de tráfico de influência só se caracteriza se houver ato do funcionário público e, o ato tem que ser futuro.
Crime formal/material. Parte da doutrina entende que as condutas de solicitar, cobrar e exigir são formais enquanto que a conduta de obter é material.
Nos dizeres de Vicenzo Manzini: "enquanto um quer vender fumaça o outro quer e supõe comprar um assado".
Fraude. Decorre do fato de que o traficante de influência vende uma vantagem que o comprador não vai ter de fato.
A expressão "a pretexto de". "Com desculpas de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função " para beneficiar o comprador do prestígio, o traficante de influência solicita, exige, cobra ou obtém dele vantagem para si ou para outrem. É a forma de enganar o comprador do prestígio.
Classificação. É crime comum, formal (o bem jurídico é a escorreita Administração Pública, segundo Guilherme Nucci), comissivo, instantâneo, unissubjetivo, uni ou plurissubsistente, de forma livre.
Causa de aumento de pena. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário (art. 332, parágrafo único).
II-6. CORRUPÇÃO ATIVA – CP art. 333
OFERECER OU PROMETER
O agente corruptor e o funcionário publico corrompido não praticam o mesmo crime;
O particular: comete crime de corrupção ativa 
O servidor publico: comete o crime de corrupção passiva.
A corrupção ativa exige que a iniciativa parta do particular, se a iniciativa for do funcionário público, o particular não comete crime.
É possível a existência de corrupção ativa sem a corrupção passiva?
R: sim, o particular oferece a vantagem, mas o servidor não aceita
A VANTAGEM É PROMETIDA OU OFERECIDA, VISANDO QUE O SERVIDOR PUBLICO PRATIQUE, NÃO PRATIQUE OU RETARDE A PRATICA DE ATO DE FICIO.
Tipo penal. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público. A pena é de reclusão de 2 a 12 anos, e multa. Pena determinada pela Lei 10.763/03.
Sujeitos
Ativo: qualquer pessoa.
Passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, exige-se elemento subjetivo específico consistente na vontade de fazer o funcionário praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a vantagem e o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral. 
Classificação. Crime comum, formal, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, forma em que admite a tentativa.
Crime formal:
Consumação: no momento em que oferece ou se promete vantagem indevida
Causa de aumento de pena: parágrafo único: caso o servidor aceitar, praticar o ato crime, aumenta-se de 1/3 a pena
Tentativa: para ser possível, deve ser por meio escrito, promessas verbais não admitem interrupção.
Modalidade Dolosa: consiste na vontade livre e consciente de prometer ou oferecer vantagem indevida.
II-7. CONTRABANDO OU DESCAMINHO – CP art. 334 e334A
Tipo penal. Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
Contrabando: a entrada ou saída de mercadorias é clandestina (proibida)
Descaminho: a entrada ou saída de mercadorias pode ingressar no País o que não ocorre é o recolhimento da carga tributaria decorrente de tal ingresso.
Sujeitos
ativo: qualquer pessoa (crime comum). Se houver participação de funcionário público, pode configurar-se o tipo autônomo doartigo 318 (facilitação de contrabando ou descaminho) 
passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a mercadoria, o direito ou o imposto devido e o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Objetividade jurídica: controle do estado sobre a entrada e saída de mercadorias no pais, com especial atenção ao controle do recolhimentos de tributos devidos decorrentes ou da importação (entrada de mercadorias no pais) ou da exportação (saída de mercadorias do pais).
Classificação. Crime comum, formal, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, forma em que admite a tentativa, e quando comissivo.
Consumação: com o atravessar da fronteira nacional, com a entrada ou a saída
Tentativa: é possível
Ação penal: publica incondicionada, e se processara perante a justiça federal
II-8. IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO ou FRAUDE DE CONCORRENCIA – CP art. 335
Este artigo foi revogado pela Lei 8.666/93
II-9. INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL – CP art. 336
Tipo penal. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital, afixado por ordem de funcionário público, violar ou inutilizar selo ou sinal empregado por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto. 
Sujeitos
ativo: qualquer pessoa.
passivo: Estado.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material das primeiras condutas é o edital; das outras, o selo ou sinal identificador ou que cerra algo; o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Classificação. Crime comum, material, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, de dano, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
II-10. SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO – CP art. 337
Tipo penal. Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público.
Sujeitos
ativo: qualquer pessoa.
passivo: Estado; secundariamente, a pessoa prejudicada.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, não se exige elemento subjetivo específico. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a vantagem e o objeto jurídico é a administração pública, nos interesses material e moral.
Classificação. Crime comum, material, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente, admite a tentativa.
II-11. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – CP art. 337-A
Tipo penal. O tipo consiste nas condutas elencadas nos incisos consistentes em suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório. 
Sujeitos
ativo: o titular de firma individual, os sócios solidários, os gerentes, diretores ou administradores que efetivamente tenham participado da administração da empresa a ponto de concorrer de maneira eficaz para a conduta punível.
passivo: Estado, especificamente o INSS.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, exige-se elemento subjetivo específico consistente na vontade de fraudar a previdência, deixando de pagar a contribuição. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. De acordo com os incisos:
– objeto material: folha de pagamento; objeto jurídico: seguridade social.
– objeto material: título próprio da contabilidade da empresa; objeto jurídico: seguridade social.
– objeto material: receita, o lucro auferido, a remuneração paga ou creditada ou outro fato gerador de contribuição previdenciária; objeto jurídico: a seguridade social.
Classificação. Crime próprio, formal, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente, não admite a tentativa.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 337-B – Corrupção ativa em transação comercial internacional
Art. 337-C – Tráfico de influência em transação comercial internacional
Art. 337-D – Funcionário público estrangeiro.
III-1. CORRUPÇÃO ATIVA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL – CP art. 337-B
Conduta típica: Trata-se de crime de ação múltipla, pois diversas são as ações nucleares previstas: Prometer(comprometer-se, fazer promessa, garantir a entrega de algo ao funcionário público estrangeiro),oferecer(colocar à disposição ou aceitação ) ou dar (entregar, ceder, presentear, doar) direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná- lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional:
Objeto material: É a vantagem indevida.
Sujeitos do delito:
Ativo: Trata-se de crime comum. O corruptor pode ser nacional ou estrangeiro.
passivo: Trata-se de crime vago, cometido em prejuízo de comércio internacional, afetando sua credibilidade e abalando a confiança do mercado, não havendo falar em sujeito passivo determinado. Para Damásio, sujeito passivo é o Estado estrangeiro titular da Administração Pública atingida.
Elemento subjetivo: É o dolo.
Consumação e tentativa: trata-se de crime formal. Nas modalidades prometer e
oferecer a consumação se dá com a simples promessa ou oferta de vantagem indevida por parte do extraneus ao funcionário público estrangeiro, isto é, quando chega ao conhecimento deste, independentemente de aceita-la ou recusa-la. Também não é necessário que o funcionário público pratique, retarde ou omite o ato de ofício de sua competência. Na modalidade “dar” o crime se consuma com a entrega efetiva da vantagem indevida. É imprescindível que as ações mencionadas sejam, no todo ou em parte, praticadas no território nacional. Exemplos do Professor Fernando Capez: 
empresário que, via correspondência (telefone, internet, fax, etc.), realiza a promessa de pagamento de vantagem indevida a funcionário público da China em troca da realização de algum ato de ofício;
empresário que, diante da presença de funcionário público da Arábia Saudita, em território nacional, entrega-lhe uma maleta de dólares em troca do privilégio de construir oleodutos nesse país.
Ação Penal: Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
Causa de aumento de pena: A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
III-2. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL – CP art. 337-C
1. Conduta típica: Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional:
Formas:
Simples: Prevista no caput do artigo.
Majorada: Prevista no parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro.
Objeto material: É a vantagem ou promessa de vantagem, que pode ser de natureza sexual, moral ou material.
Sujeitos do delito:
Ativo: Trata-se de crime comum. Tanto o nacional quanto o estrangeiro podem praticá-lo, inclusive o funcionário público.
Passivo: Trata-se de crime vago, cometido em prejuízo do comércio exterior, afetando sua credibilidade e abalando a confiança do mercado, não havendo falar em sujeito passivo determinado.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
III-3. FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTRANGEIRO – CP art. 337-D
Considera-se funcionário público estrangeiro, paraos efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro.
São assim, considerados funcionários públicos estrangeiros todos os desempenham, de algum modo, função em entidades estatais ( por exemplo: membro do Poder Legislativo russo) ou em representações diplomáticas ( por exemplo: embaixada da Itália).
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.
Crimes contra a Administração da Justiça
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Art. 338: Reingresso de estrangeiro expulso (IP)
Art. 339: Denunciação caluniosa (IP)
Art. 340: Comunicação falsa de crime ou de contravenção (TCO)
Art. 341: Auto-acusação falsa (TCO)
Art. 342: Falso testemunho ou falsa perícia (IP
Art. 343: ... (IP
Art. 344: Coação no curso do processo (IP)
Art. 345: Exercício arbitrário das próprias razões (TCO)
 Art. 346: ... (TCO)
Art. 347: Fraude processual (TCO)
Art. 348: Favorecimento pessoal(TCO)
Art. 349: Favorecimento real (TCO)
Art. 350: Exercício arbitrário ou abuso de poder (TCO)
Art. 351: Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança (TCO)
Art. 352: Evasão mediante violência contra pessoa (TCO)
Art. 353: Arrebatamento de preso (IP)
Art. 354: Motim de presos (TCO)
Art. 355: Patrocínio infiel
Art. 355, parágrafo único: Patrocínio simultâneo ou tergiversação (IP)
Art. 356: Sonegação de papel ou objeto de valor probatório (IP)
Art. 357: Exploração de prestígio (IP)
Art. 358: Violência ou fraude em arrematação judicial (TCO)
Art. 359: Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito (TCO)
Os delitos acima mencionados são classificados como crimes praticados contra a administração da Justiça.
IV-1. REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO – CP 338
Bem jurídico. É a eficácia e autoridade do ato oficial do Estado, ou seja, a sentença.
Sujeito
Ativo. Estrangeiro expulso.
Passivo. A administração da Justiça ou o próprio Estado.
Tipo objetivo. Reingressar: entrar novamente no território de onde foi expulso. Tanto pode ser na parte terrestre, marítima, aérea ou fluvial do território.
Pena. 1 a 4 anos de reclusão.
Ação penal. Ação penal pública incondicionada.
Competência
Para investigação: Polícia federal => art. 144, § 1º, IV da CF/88.
Para processo e julgamento: Justiça federal => art. 109, X da CF/88.
Normas pertinentes. Estatuto do Estrangeiro, Lei 6815/80, art. 65.
Conceito de estrangeiro. Conceitua-se estrangeiro de forma excludente. O art. 12 da CF/88 conceitua ou define quem são os brasileiros, aqueles que não se enquadrarem naquela conceituação são estrangeiros.
Expulsão. É o castigo ao estrangeiro que apresenta indícios sérios de inconveniência pelos seguintes atos: atentar contra a segurança pública; atentar contra a ordem política, contra a ordem social, contra a tranqüilidade ou moralidade pública e economia popular; for nocivo à convivência nacional; ter praticado fraude na entrada ou permanência no País; entregar-se à vadiagem ou mendicância (arts. 59 e 60 da LCP); ter condenação no estrangeiro.
Classificação. É crime próprio (só pode ser praticado por estrangeiro expulso do território), comissivo, instantâneo, unissubjetivo, e formal.
IV-2. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – CP 339
Conduta típica. A conduta de denunciação caluniosa está tipificada no art. 339 do CPB e consiste em "dar causa a instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém (pessoa determinada), imputando-lhe crime (contravenção penal não integra o presente tipo penal) de que o sabe inocente". Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Investigação policial
Processo Judicial
Investigação administrativa
Inquérito civil
Ação de improbidade administrativa
 As alíneas "a" a "e" deste item "1", correspondem aos procedimentos investigatórios constituintes do tipo penal "denunciação caluniosa". Antes do ano 2002, apenas as condutas "a" e "b" eram previstas no tipo penal, o que causava muitos conflitos no campo doutrinário; com o advento da Lei 10.028/2002, foi feita a inserção das condutas "c" a "e" extinguindo assim os problemas levantados anteriormente pelos doutrinadores.
Crime complexo. A doutrina é divergente quanto ao fato de considerar ou não a denunciação caluniosa como crime complexo, tendo em vista que este tem que ser pluriofensivo, ou seja, é aquele que ofende mais de um bem juridicamente protegido. Denunciar é levar algo ao conhecimento de alguém, o que, por si só, não é crime. A denunciação caluniosa é resultado da soma do ato de denunciar mais a calúnia (tipo penal previsto no art. 138 do CPB). A melhor doutrina entende que a denunciação caluniosa não é crime complexo pelo simples fato de que a denunciação por si só não caracteriza delito penal algum; então, apenas a calúnia é que é crime.
Análise do tipo. O tipo previsto no art. 339 do CP é dar causa, ou fazer, causar a instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém (pessoa determinada), imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
Sujeitos
Ativo: Qualquer pessoa.
Passivo: b1) Principal: O Estado. b2) Secundário: A pessoa prejudicada em face da falsa imputação.
Autoridade que age de ofício. Se a autoridade age de ofício e instaura investigação policial ou processo judicial contra alguém (pessoa determinada), imputando-lhe crime de que o sabe inocente, responderá criminalmente pela prática do delito capitulado no art. 339 do CP.
Necessidade do inquérito. Para as investigações do delito de denunciação caluniosa é dispensável a abertura de inquérito, haja vista a existência de inquérito ou procedimento semelhante investigando a autoria do delito, falsamente denunciado.
Término das investigações. Para que se verifique com mais precisão a inocência da vítima de denunciação caluniosa é necessário e importante o término das investigações impulsionadas pela falsa denunciação.
Causa de aumento de pena. Art. 339, § 1º: A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
Causa de diminuição de pena. Art. 339, § 2º (A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
A denunciação caluniosa na legislação esparsa. Em seu art. 19, a Lei
8429/1992 (Lei da Improbidade Administrativa), prevê a prática da denunciação caluniosa. Em toda a lei não há definição de tipos penais e sim de atos de improbidade administrativa (arts. 9º ao 11), exceto no art. 19, onde se tem a única previsão de tipo penal nesta lei.
IV-3. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO – CP 340
Conduta típica. "Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa".
Objeto Jurídico. Administração da justiça.
Distinção entre os arts. 339 e 340 do CP.
Art. 339 - Denunciação caluniosa:
"Dar causa a instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém (pessoa determinada), imputando-lhe crime (contravenção penal não integra o presente tipo penal) de que o sabe inocente".
Art. 340 - Comunicação falsa de crime ou de contravenção:
"Provocar (pessoa indeterminada - qualquer um pode provocar) a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção (contravenção penal também integra o presente tipo penal)que sabe não se ter verificado".
Comunicação. A comunicação pode ser por escrito, verbal, por telefone; o trote enquadra-se.
Autoridade. Tanto pode ser autoridade judicial, policial, ou MP. Há uma corrente que entende ser apenas a autoridade judicial, isso porque interpreta a expressãoação de autoridade de forma restritiva, como sendo tão somente o direito de exigir a prestação jurisdicional do Estado. A melhor doutrina interpreta de forma correta a aludida expressão como sendo qualquer atitude tomada por autoridade, a requisição de outrem.
Providências. Para que se configure o delito tipificado no art. 340 do CP, é necessário que a autoridade tome providências face a falsa comunicação de crime ou contravenção.
Diversidade jurídica e de fato. Significa que se, diante a falsa comunicação de um delito - p. ex.: falsa comunicação de roubo - a autoridade termina por apurar outro delito - p. ex.: furto - não restará caracterizado o tipo penal do art. 340 do CP.
Consumação. A "comunicação falsa de crime ou de contravenção" consuma-se com a providência tomada pela autoridade.
Arrependimento. É admissível se ocorre antes de a autoridade tomar a providência.
Crime impossível. Ocorrerá quando houver a falsa comunicação de crime ou contravenção e ao chegar no local noticiado, ao invés de perder tempo, a autoridade constatar a ocorrência real de um delito, sendo proveitosa a diligência. Assim é crime impossível porque apesar da tentativa de causar prejuízo à administração da justiça, tal não ocorreu.
Classificação. É crime comum, de forma livre, instantâneo, unissubjetivo e plurissubsistente.
IV-4. AUTO-ACUSAÇÃO FALSA – CP 341
Conduta típica. "Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa".
Sujeito
Ativo: Qualquer pessoa, desde que não tenha sido autor, co-autor ou partícipe; se estiver em qualquer dessas situações poderá ser beneficiado com a atenuante genérica da "confissão".
Passivo: A administração da justiça.
Elemento subjetivo: Dolo.
Figura típica. A figura típica só comporta o crime, não configura o delito do 341 do CP nos casos de auto-acusação falso de contravenção penal.
IV-5. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA – CP 342 / COM 346
Artigo 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, Inquérito Policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º - As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
§ 2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Artigo 343 - Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Definição. Através do art. 346 do CPM, a legislação militar contempla o tipo previsto no art. 342 do CP, contendo inclusive as mesmas elementares daquele. Importa frisar que o dispositivo da Legislação Castrense não foi alcançado pelas modificação impostas através da lei 10268/01 ao art. 342 do CP.
Modificações pela Lei 10.268/2001. A aludida lei introduziu modificações no art. 342 do CP, no intuito de retificar algumas falhas técnicas ali contidas.
Primitivamente o artigo continha 3 parágrafos, com o advento da lei, 2 parágrafos agora integram o artigo. Ainda, a inclusão da pessoa do contador como sujeito ativo do delito. Por fim, substituiu a expressão processo policial por inquérito policial, tendo em vista a inexistência do processo policial na legislação pátria.
A figura da vítima. A vítima de qualquer ilícito penal não é ouvida da qualidade de testemunha, tendo em vista que possui interesse direto na causa, assim, se prestar falsas declarações, não incorrerá no ilícito capitulado pelo art. 342 do CP, pois não tem a obrigação, por compromisso, de falar a verdade.
As partes. No contexto do processo civil autor e réu não estão sujeitos à prática do falso testemunho pois, além do direto interesse na causa não têm a obrigação, por compromisso, de falar a verdade.
Pessoas que não prestam compromisso ao serem ouvidas em Juízo. Os menores de 14 anos (CPP, arts. 203 e 206); os ascendentes e descendentes; os irmãos; ou o cônjuge do réu ou da vítima não prestam compromisso ao serem ouvidas em Juízo. Quanto a essas pessoas a doutrina atual se divide quanto ao fato de poderem ser sujeito ativo do delito de falso testemunho.
Para parte da doutrina os que não prestam compromisso incorrerão no delito do art. 342 do CP, para outra parte eles incorrerão sim no aludido delito.
No Código Criminal de 1890 o compromisso era condicionante para a consumação do falso testemunho; assim, o não compromissado não praticava o delito. No atual Código Penal, não existe o compromisso não tem status de condicionante. Por isso, o não compromissado pratica sim o delito de falso testemunho se calar ou faltar com a verdade, tendo em vista que o compromisso não integra o tipo, segundo a melhor doutrina.
Concurso de pessoas. Não é existe o concurso de pessoas, cada pessoa que
presta falso testemunho, mesmo que ao serem ouvidas nos mesmos autos, praticará autonomamente o delito do art. 342.
Participação. Assim como é inadmissível o concurso de pessoas, também não existe a participação na figura típica do art. 342 do CP. A figura do partícipe também é inexistente no art. 343 do CP.
Condutas típicas. Três são as condutas típicas integrantes do tipo previsto no artigo 342 do Código Penal Brasileiro: afirmação falsa (proferir mentira); negar a verdade (dizer que não é verdade determinado fato quando se sabe que é); calar a verdade (deixar de dizer a verdade, omiti-la, permanecer calado quando se sabe qual é a verdade).
Sujeitos
Ativo. Testemunha; perito; contador; tradutor e intérprete judiciais.
Passivo. A administração da justiça.
IV-6. CP 343
Tipo penal. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação.
Sujeitos
ativo: qualquer pessoa.
passivo: Estado, primordialmente. Em segundo plano, pode ser a pessoa prejudicada pelo depoimento ou pela falsa perícia.
Elemento subjetivo do tipo. Dolo, exige-se elemento subjetivo específico consistente na vontade de conspurcar a administração pública. Não há forma culposa.
Objetos material e jurídico. O objeto material é a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete e o objeto jurídico é a administração da justiça.
Classificação. Crime comum, formal, de forma livre, comissivo ou omissivo impróprio, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, forma em que admite a tentativa.
IV-7. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO – CP 344
Conduta típica. "Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral". Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Objetividade jurídica. A administração da justiça
Sujeitos
Ativo: Qualquer pessoa
Passivo: O Estado
Elementos normativos do tipo:
Violência: A violência tem que ser contra a pessoa
Grave ameaça: A ameaça tem ser capaz de intimidar o homem médio
Contra autoridade. A vítima da ameaça ou da violência tem que ser Delegado de Polícia; Promotor de Justiça; Juiz;

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