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PLURALIDADE DO SIGNIFICADO DO DIREITO EM MONTORO

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PLURALIDADE DO SIGNIFICADO DO DIREITO - CINCO REALIDADES 
FUNDAMENTAIS 
 Consideremos as seguintes expressões: 
1. O direito não permite duelo; 
2. O Estado tem direito de legislar; 
3. A educação é direito da criança; 
4. Cabe ao direito estudar a criminalidade 
5. O direito constitui um setor da vida social. 
Em cada uma dessas expressões, o direito significa algo diferente. 
No primeiro caso, ele “não permite duelo” – significa a NORMA, a lei, a regra 
social. 
Posteriormente, “o Estado tem direito de legislar” – significa a FACULDADE, a 
prerrogativa que o estado tem de criar leis. 
Na terceira expressão, “a educação é direito da criança”, a expressão significa o 
que é devido por JUSTIÇA. 
Após, “cabe ao direito estudar a criminalidade”, tem o significado de direito 
enquanto ciência. 
Finalmente, “o direito constitui um setor da vida social”, o direito é considerado 
um fenômeno da vida coletiva, ao lado dos fatos culturais, artísticos, entre outros, o 
direito também é um fato social. 
 
1. DIREITO-NORMA 
No sentido de lei ou norma, é uma das acepções mais comuns do vocábulo. 
Muitos autores o denominam “direito objetivo”, essa denominação, no entanto, é 
imprópria, porque outras acepções do direito, como justiça ou fato social, são, também, 
objetivas. 
O direito na acepção de norma ou lei, indica realidades diferentes, quando se 
refere: a) ao direito positivo e natural; b) ao direito estatal e não-estatal. 
 
1.1 Direito positivo e direito natural 
O direito positivo é constituído pelo conjunto de normas elaboradas 
por uma sociedade determinada, para reger sua vida interna, com a proteção 
da força social. 
 O direito natural é constituído pelos princípios que servem de 
fundamento para o direito positivo. Na sua formulação clássica, não é um 
conjunto de normas paralelas e semelhantes às do direito positivo, mas é o 
fundamento do Direito positivo. 
1.2 Direito estatal e não-estatal (Público e Privado) 
A palavra “direito” aplica-se geralmente às normas jurídicas 
elaboradas pelo Estado, para reger a vida social, como, por exemplo, o 
Código Civil, a Constituição, o Código Comercial, etc. 
Ao lado do Direito estatal, existem outras normas obrigatórias, 
elaboradas por diferentes grupos sociais e destinadas a reger a vida interna 
desses grupos, pelo menos em parte. O direito universitário, esportivo, 
religioso, os usos e costumes internacionais, etc. e outras fontes não estatais. 
Esse direito social ou não estatal pode existir dentro do Estado, ao 
lado do Estado e acima do Estado. Dentro do estado como o direito 
universitário ou o direito operário. Ao lado do Estado, como o direito 
canônico, que dispõe sobre matéria religiosa, enquanto o estado regula outras 
atividades. Acima do estado, como os usos e costumes internacionais. 
2. Direito-faculdade 
O direito de usar um imóvel, cobrar uma divida, propor uma ação, 
são exemplos de direito-faculdade ou direito subjetivo. Também o direito de 
legislar ou punir, de que o estado é titular, o pátrio-poder do chefe de família 
etc. Cada um desses direitos é uma faculdade de agir. Uma facultas agendi¸ 
em oposição ao direito-lei, que é uma norma agendi. 
A expressão “direito subjetivo” justifica-se porque, nessa acepção, é 
uma faculdade reconhecida ao sujeito ou titular do direito. 
Devemos distinguir as duas acepções do direito subjetivo: a) o direito 
do interesse; b) o direito-função. 
Muitos direitos são concedidos ou reconhecidos no interesse de seu 
titular como meios de permitir-lhe a satisfação de suas necessidades 
materiais ou espirituais, é o caso do direito à vida ou o direito de utilizar 
imóvel. A esses chamamos de direito interesse. 
O pátrio poder, conferido ao pai no interesse do filho ou ainda o 
direito de julgar ou legislar, atribuídos ao juiz, em benefício da coletividade, 
denomina-se direito-função. 
 
3. Direito-justo (Justiça) 
Dentro dessa acepção, devemos distinguir dois sentidos diferentes: 
a) O bem “devido” injustiça. Quando dizemos que “o salário 
é direito do trabalhador”, a palavra “direito” significa “aquilo que é 
devido por justiça”. 
b) “Conformidade” com a justiça. Quando digo que “não é 
direito condenar um anormal”, quero dizer que não é conforme a justiça. 
A primeira acepção pode ser denominada “justo objetivo”, porque 
direito, nesse caso, é aquele bem que é devido a uma pessoa por uma 
exigência da justiça. A esse sentido é que se refere S. Tomás de Aquino, 
segundo a qual “direito é o que é devido a outrem, segundo uma igualdade”. 
A ela, corresponde, com exatidão, o vocabulário jus. E significa o que 
é devido pro justiça. Segunda acepção ligada ao conceito de justiça é, como 
vimos, a conformidade com a justiça. No exemplo visto, direito é sinônimo 
de justo, mas justo ai significa qualitativo. Indica a conformidade com as 
exigências da justiça. 
 
4. Direito-ciência 
Quando falamos em estudar “direito”, formar-se em direito, é no 
sentido de “ciência” que empregamos a palavra. 
Entre as definições de direito que consideram sob este prisma, 
podemos citar o conceito de Hermann Post: “direito é a exposição 
sistematizada de todos os fenômenos da vida jurídica e a determinação de 
suas causas”. 
 
5. Direito-fato social 
A palavra direito é empregada principalmente pelos sociólogos, mas 
também pelos juristas, no sentido de fato social. 
Ao realizar o estudo de qualquer coletividade, a sociologia distingue 
diversas espécies de fenômenos sociais, entre eles o direito. 
O direito é considerado, então, um setor da vida social, independente 
de sua acepção como norma, faculdade, ciência ou justiça. E, como setor da 
vida social, deve ser estudado sociologicamente. É dentro dessa perspectiva 
que se situa a Sociologia do Direito.

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