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Aula 10 - Teoria do Direito

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04/05/2020 – Daniel Militão
Teoria do direito
Conceito de Direito
Em síntese, é aquilo que é justo, reto e conforme a lei.
Cabe o uso do senso comum.
Existem diferentes considerações sobre o Direito.
Hans Kelsen, define Direito como "um conjunto de regras que possui o tipo de unidade que entendemos por sistema". 
Norberto Bobbio, define Direito como “Ninguém tem o monopólio da palavra direito, e que ela pode ser usada em sentido mais amplo ou mais restrito conforme a oportunidade, cujo único juiz é o próprio cientista...”
Franco Montoro, define Direito como “A palavra direito não designa apenas uma, mas várias realidades distintas, em consequência não é possível formular uma definição única de direito; devem ser formuladas diferentes definições...”
Se aplica em experiências jurídicas do cotidiano.
Pluralidade de significações:
Polissemia - palavras com muitos significados, poder ser empregada de diversas formas.
Alguns autores acreditam que o Direito é algo relativo.
A etimologia da palavra direito
Origem de significado da palavra Direito.
Origem provável:
Rectum / Directum – significa, aquilo que é “reto” (“em linha reta”) / “direito”.
Pode-se dizer que uma coisa está “Directum” se estiver conforme uma regra (“reto”).
Expressões em latim:
Jus – significa “direito”.
Jussum – significa “mandar”, “ordenar”.
Justum – significa “justo”, “em conformidade com a justiça”.
A influência romanista:
O “Fiel da Balança” – o conceito de balança na época do Direito Romano, era de dois pratos que deviam estar em equilíbrio para assim determinar o peso de algum objeto, ou seja, deviam estar “direito”.
O direito como ciência
O direito como ciência, valoriza, qualifica, atribui consequências a um comportamento, em função da utilidade social. Tem por objeto de estudo, a norma jurídica válida.
Significado de ciência:
Segundo alguns estudiosos do direito, é a busca permanente e constante pela verdade.
Representa todo o conhecimento adquirido através do estudo, pesquisa ou da prática, baseado em princípios certos.
Conhecimento profundo sobre alguma coisa.
Segundo Paulo Nader, “A Ciência do Direito corresponde ao setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os conhecimentos jurídicos.”
Trata do desenvolvimento “científico” do Direito ao longo da história.
O direito como fato social
O direito é um fenômeno da sociedade / Trata o direito como um setor da vida social.
Nesta acepção não se atenta exclusivamente ao direito enquanto norma, mas como um fenômeno de poder que pode se dar em várias esferas, não somente na esfera do que já está instituído, mas também na esfera do instituinte. 
O direito como faculdade (poder)
É a faculdade (opção) ou poder de agir / É uma faculdade reconhecida ao sujeito.
“O cidadão tem o direito de propor uma ação”.
A ideia de direito subjetivo:
Designa a faculdade da pessoa de agir dentro das regras do direito; é a possibilidade de exercer o direito ou não.
Exemplos: direito à saúde, educação etc.
Segundo Paulo Nader, “corresponde às possibilidades ou poderes de agir, que a ordem jurídica garante a alguém”.
Direito de um sujeito.
Subjetivo – aquilo que é individual / relativo ao sujeito.
“Facultas agendi” – poder de ação, faculdade de agir.
O direito como justo (justiça)
Trata da relação entre o Direito e a ideia de Justiça.
Emprego da palavra Direito como referência ao que é justo.
A Justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu.
Nem tudo que é direito é justo e nem tudo que é justo é direito.
Aproximações ao conceito de justiça – as bases aristotélicas:
“Dar a cada um o que lhe pertence”.
Livro de Aristóteles:
Ética a Nicomaco (Livro V) – traz conselhos para seu filho, Nicomaco.
O direito como norma (ordenamento)
É o sentido mais comum que se dá a palavra direito. É a acepção do direito como lei, ou como um conjunto de normas.
Responsável pela noção e sentido da norma jurídica.
Norma jurídica e lei: aproximações iniciais.
Toda lei é uma norma, mas nem toda norma é uma lei.
É o direito enquanto norma jurídica.
Norma – tudo que é definido pelo Estado e pode ser juridicamente exigível é uma norma.
Mas nem toda norma “obriga” o particular a fazer algo.
A constituição, as leis, os decretos administrativos, todos são espécies de normas.
Lei – são uma espécie de norma que foi criada por um processo específico, pelo poder legislativo (federal, estadual ou municipal), conforme os termos estabelecidos pela constituição.
Todos são obrigados a observar as leis, sendo que desconhecê-las não os isenta dessa responsabilidade.
Teoria do ordenamento – Norberto Bobbio:
Estudo do conjunto de normas que constituem o ordenamento jurídico.
Para este autor as normas jurídicas nunca existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si e a este contexto de normas é o que costumamos chamar de ordenamento.
Direito natural e positivo
A ideia geral do direito natural: o direito que adquirimos ao nascer, e ninguém pode modificar.
Segundo Paulo Nader:
“Não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado”.
“É um Direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável.”
“É superior ao Estado, ligado a princípios e nasce da própria natureza humana, como por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à reprodução e corresponde à ideia de justiça.”
A ideia geral do direito positivo: é a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo.
É o conjunto concreto de normas jurídicas que apresentam formulação, estrutura e natureza culturalmente construídas, isto é, as leis que temos que nos submeter.
É criado por meio de decisões voluntárias e depende da manifestação de vontade, por exemplo, de uma autoridade ou da sociedade.
Ainda segundo Nader, “o Direito Positivo quando se afasta do Direito Natural, cria leis injustas”.
Pluralismo jurídico – são sistemas jurídicos múltiplos que seguem relações de colaboração, coexistência, competição ou negação.
Direito estatal / direito natural.
Exemplo: a competição entre o Estado e o "Estado paralelo" do narcotráfico nas favelas do Rio de Janeiro.
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