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Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 1 Prof. Carlos Daniel Romanzini cdromanz@ucs.br Gestão de Vendas Antecedentes históricos 08/08/2013 - 2 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Bibliografia: STERENTAL, Angela Lebelson. Vendas: um processo de sedução. 2004. Monografia (Especialista em Pedagogia Empresarial) - Universidade Candido Mendes, Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, Diretoria de Projetos Especiais, Rio de Janeiro, 2004. Pág. 10 até 23. Disponível em: http://www.avm.edu.br/monopdf/25/ANGELA %20LEBELSON%20STERENTAL.pdf> 08/08/2013 - 3 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Família... Pré-história... Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 2 08/08/2013 - 4 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Tribo consanguínea... Neolítico: 4.000 e 3.000 a.C. - margens de grandes rios como Nilo, Tigre, Eufrates, Amarelo, Jordão, Indo e Ganges. 08/08/2013 - 5 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Modo de produção asiático... 08/08/2013 - 6 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 3 08/08/2013 - 7 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Modo de produção asiático: Surge o mercador... 08/08/2013 - 8 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Modo de produção asiático: Surgem os tributos... 08/08/2013 - 9 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Sistema econômico planejado: Mesopotâmia. Administração pública sistemática e organizada. Surge a partir da necessidade de irrigar as terras. Cria-se então administradores encarregados da divisão do trabalho. Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 4 08/08/2013 - 10 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Administração pública de Confúcio: 500 a.C. “... Uma administração sábia execida por homens qualificados era uma forma de salvar o homen da miséria e da opressão.” 08/08/2013 - 11 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Gregos: Democracia... Péricles (461 a 429 a.C.): “Nossa constituição é chamada de democracia porque o poder está nas mãos não de uma minoria mas de todo o povo.” 08/08/2013 - 12 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Idade do Ouro Economia baseada na atividade agropastoril, no comércio, no artesanato e na metalurgia do bronze e do ferro. Surge a classe de comerciantes e artesãos ricos. Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 5 08/08/2013 - 13 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Império Romano: a política. 08/08/2013 - 14 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Cruzadas... Os cruzados necessitavam de provisões durante todo o caminho e os mercadores os acompanhavam a fim de fornecer-lhes o que precisavam... 08/08/2013 - 15 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: surgem os burgos... Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 6 08/08/2013 - 16 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: trabalho assalariado. Classes sociais: burgueses e artesãos. Desenvolveram uma nova forma de relação de trabalho, completamente diferente do trabalho servil existente no campo. 08/08/2013 - 17 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: Banqueiros e cambistas... Sec. XII: Ocorre uma expansão do crédito, favorecendo as atividades comerciais e industriais. Desenvolve-se o comércio marítimo e terrestre. Surgem as feiras... 08/08/2013 - 18 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: Corporações de ofício... Objetivos: Evitar concorrência com artesões locais. Qualidade do produto e do trabalho. Controle de preços. Evitar práticas desonestas de negociação. Orgulho do “nome”... Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 7 08/08/2013 - 19 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: Liga Hanseática. Criada por comerciantes do norte da Alemanha. Uniu o comércio entre Alemanha, Holanda e Inglaterra. Incentivou as associações mercantis na europa. 08/08/2013 - 20 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: Peste Negra. Redução da população agrícola. Cresce a diferença entre ricos mercadores e mestres das corporações. Limite do crescimento comercial, redução da produção e de preços... 08/08/2013 - 21 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Renascimento comercial e urbano: Peste Negra. Soluções criadas: Grandes navegações e a criação do Estado Nacional (poder nas mãos dos reis). Proteção da burguesia, unificação da moeda, e surgimento do imposto único (não era mais necessário pagar taxas para entrar e sair do feudo). Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 8 08/08/2013 - 22 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Grandes navegações: Globalização – colônias ultramarinas. As metrópoles europeias criam colônias ultramarinas. O estado nacional cria o comitê – surgem os ministros: assuntos estrangeiros, interior, guerra, marinha, etc... 08/08/2013 - 23 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Grandes navegações: Globalização – MERCANTILISMO. O comércio passou a dar mais lucro que a produção feudal. Início do período que se caracterizou pela acumulação primitiva de capital. Era o início da primeira Revolução industrial. 08/08/2013 - 24 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Grandes navegações: Primeira revolução industrial. Foi uma revolução técnico-científica. A sociedade começou a apresentar mudanças sociais profundas. O trabalho passou a ser fonte de riqueza e produtividade no lugar de humilhação, como era visto antes deste momento. Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 9 08/08/2013 - 25 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Primeira revolução industrial: O empresário. Surge com a aplicação de capitais no crescimento de unidades industriais pois dispõe de capital ou fazem empréstimos. Era o “homem do dinheiro”, o capitalista, que tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica. 08/08/2013 - 26 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Segunda revolução industrial: Aço, eletricidade e petróleo. A partir do avanço tecnológico e da ciência, tem-se um desenvolvimento da industria com as inovações na maquinaria. 08/08/2013 - 27 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Segunda revolução industrial: Surgem os grandes bancos... Grandes bancos e instituições financeiras são responsáveis pela produção de capitalismo financeiro. Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 10 08/08/2013 - 28 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Segunda revolução industrial: A burocracia... Grandes mudanças na administração e nos processos de produção: o controle. Grande divisão de trabalho, hierarquia, formalização e impessoalidade. A produção tornou-se mecanizada com aumento significativo da produtividade. 08/08/2013 - 29 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos A primeira e a Segunda grande guerra... Com o fim da segunda guerra muitos países se encontravam em colapso total. Os EUA se tornaram o pais mais poderoso militarmente e economicamente. Enquanto outros países lutavam, os EUA continuaram seu desenvolvimento tecnológico e de produção... 08/08/2013- 30 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Sec XX Empresas da Europa ocidental reagem contra o monopólio americano, estabelecendo e adquirindo subsidiárias nos EUA. Alguns países da Europa buscam vantagens instalando empresas em países periféricos, com o objetivo de diminuir os custos de fabricação. Predomínio ao combate ao Estado Nacional. O poder do estado começa a ser parcialmente transferido para as empresas. Universidade de Caxias do Sul 08/08/2013 Prof. Carlos Daniel Romanzini 11 08/08/2013 - 31 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos BRASIL! 08/08/2013 - 32 Prof. Carlos Daniel Romanzini. Antecedentes históricos Sec XX ... ... Sec XXI UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRO-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS VENDAS: UM PROCESSO DE SEDUÇÃO AUTORA: ANGELA LEBELSON STERENTAL ORIENTADOR: MARY SUE C. PEREIRA Rio de Janeiro Janeiro 2004 9 CAPÍTULO I ANTECEDENTES HISTÓRICOS 10 (...) Mesmo o indivíduo mais bem dotado, seja ele poeta ou físico, jamais perceberá todo o seu potencial ou emprestará à sua época todo a contribuição de que é capaz, sem que a imaginação lhe tenha sido despertada pelas aspirações e realizações dos que viveram antes dele. (José Olympio, apud MOTA,1977p.33)1. Analisar o passado é uma forma de entender a situação atual e aprender a solucionar os problemas que estão ocorrendo, a partir do conhecimento das suas causas. Esses conhecimentos servirão para futuras aplicações. Consideramos a Globalização como “um processo que busca o controle dos mercados, o monopólio de tecnologias avançadas e a uniformização do pensamento, de modo a conduzir o relacionamento internacional, em todas as suas dimensões, para a implantação de um mundo só, sob controle de poucos, para o beneficio desses poucos.” (Santos, 2001p.12) A globalização surgiu, portanto, quando as civilizações que haviam alcançado o seu apogeu buscavam a expansão. Entre elas estão Pérsia, Grécia, Arábia e Roma. Avançando um pouco mais na historia encontramos Portugal, Espanha e Inglaterra, e na atualidade o maior exemplo são os Estados Unidos. O objetivo de ambos era acabar com qualquer resistência ao atendimento de suas necessidades. A análise histórica será iniciada no período chamado Antiguidade. A vida do homem sempre foi realizada em sociedades administrativas. Primeiro era a família depois veio a tribo consangüínea, cuja administração era essencialmente pessoal e a coerção podia ser extremamente severa. Com a união de tribos foram formadas civilizações diferentes, cujos modos de produção diferiam pouco entre si. As primeiras civilizações surgiram entre 4.000 e 3.000a.C. e formaram-se às margens de grandes rios como Nilo, Tigre, Eufrates, 1 Olympio,Jose.Comissão de Humanidades.In Grécia Clássica .Rio de Janeiro 1970.Apud Mota, Myriam.Historia das cavernas ao Terceiro milênio. 1º edição.São Paulo:Moderna,1997 p.33. 11 Amarelo, Jordão, Indo e Ganges. Sua formação foi resultado da revolução neolítica, isto é, uma acelerada transformação nas relações entre o homem e o ambiente. A evolução da indústria do artesanato se deu a partir da especialização no ambiente doméstico, quando a família começou a produzir mais que a sua capacidade de consumir, descobrindo que esse excesso poderia ser trocado por bens de outras famílias. Surgiu, então , o mercador, o qual retirava os artesãos de suas casas e os levava para um espaço comum. A forma pela qual as principais civilizações orientais se organizaram é chamada de Modo de Produção Asiático. Entre as civilizações que praticavam este modo de produção estão as orientais, entre elas os egípcios e os chineses, e as civilizações da América Andina e Central. Este modo de produção surgiu a partir do momento em que a sociedade começou a ter um certo volume de excedente. Sua principal característica é o controle estatal da propriedade, que se apropriava do excedente econômico através de tributos. A tributação era justificada em termos de prover defesa, em termos burocráticos de organização e em termos teocráticos de divindade. Ele foi especialmente vigente nas grandes civilizações hidrográficas onde havia necessidade de uma burocracia governamental capaz de regular a utilização das águas dos rios. O sistema econômico planejado só pôde ser operacionalizado com uma administração pública sistemática e organizada. Esta surgiu há milênios na Mesopotâmia, a partir da necessidade de irrigar as terras,acarretando a criação de um grupo de administradores encarregados da divisão do trabalho. A organização e a administração das antigas civilizações da Babilônia, do Egito e da China foram desenvolvidas a um grau tão alto de eficiência que chegaram a deixar obras escritas sobre problemas administrativos. A Pérsia, durante a época em que tinha conquistado outras regiões, teve que empreender uma ampla organização política-administrativa e um eficiente sistema de administração publica. O império foi dividido em 12 províncias dirigidas por governadores, que pagavam ao Estado imposto proporcional à riqueza delas. Para fiscalizar a ação dos governantes, o rei criou um eficaz serviço de informações, formado por funcionários da sua confiança. Para efetivar o contato entre as províncias, foi organizado um funcional sistema de correios e pavimentou-se uma ampla rede de estradas ligando as grandes cidades, por onde passavam as caravanas de mercadores que levavam e traziam mercadorias dos mais variados pontos do Império. Porém, a mais destacada forma de regulamentar diferentes setores do governo deu-se na China, com as Regras de Administração Pública de Confúcio, das quais se destacava que “uma administração sábia exercida por homens qualificados era uma forma de salvar o homem da miséria e da opressão.”2 A China já possuía, antes do ano de 1000 a.C., uma complexa estrutura administrativa, que consistia em uma rede de grandes senhores, ao quais delegavam poderes a seus intendentes. Estes comandavam os diversos superintendentes, como o de florestas, o de estradas e pontes, o juiz, o controlador de mercadorias, entre outros. Diferentemente das civilizações formadas ao longo dos grandes rios, as civilizações mediterrâneas organizaram-se juntos às suas costas. Tomaram-se essencialmente comerciantes e marinheiros. A civilização grega foi herdeira das civilizações egípcia e mesopotâmia. Todavia, os gregos modificaram esses conhecimentos. Do ponto de vista dos gregos, o homem tem a capacidade de escolher seus governantes , o que deu origem à Democracia. De acordo com Péricles (461 a 429 a.C), um estadista ateniense: ”Nossa constituição é chamada de democracia porque o poder está nas mãos não de uma minoria mas de todo o povo”.(apud Mota,Myriam,1997.p.37) Entretanto, mulheres, menores de 18 anos, estrangeiros e escravos não participavam da vida pública, pois não eram considerados cidadãos. 2 Berkley,George.A Revolução Administrativa:Tradução:Wamberto Hudson Ferreira .Rio de janeiro:Editora Expressão e Cultura,1972. 13 A economia na chamada “Idade de Ouro” baseava-se na atividade agropastoril, no comércio, no artesanato e na metalurgia do bronze e do ferro. Com a expansão da produção artesanal, esta foi canalizada pelo comercio interno eexterno. A produção era vendida diretamente aos consumidores e os grandes comerciantes dedicaram-se às importações e exportações. Com a expansão deste comércio, surgiram as guerras como forma de garantir a conquista de novos mercados e de proteger a economia nacional. Sendo a cidade de Tróia um ponto estratégico para o comercio da região e insatisfeitos com os impostos cobrados por ela, o exercito grego a destrói e passa a controlar o comercio marítimo regional. O desenvolvimento do comércio fez surgir uma classe de comerciantes e artesãos ricos, provocando, também, a expansão da economia monetária, ao mesmo tempo em que criou a necessidade da conquista de novas terras ou colônias para ampliar o fornecimento de cereais e a exportação de produtos. Estas atividades, associadas às migrações e às guerras, modificaram as antigas relações sociais, baseadas em clãs. Os habitantes passaram a ocupar-se principalmente na pólis, que era o centro político e geográfico da vida grega. Nela faziam-se negócios, fabricavam-se artigos, realizavam-se cerimônias e ritos, discutiam-se assuntos públicos e tomavam-se decisões políticas. Já a sociedade romana se dividiu em romanos livres e escravos. Os romanos livres formavam duas grandes classes: os patrícios (ou nobreza territorial e militar) e os plebeus (pequenos proprietários ou lavradores das terras públicas, os artesãos e os soldados das centúrias) Além do escravismo, os patrícios utilizavam o sistema da clientela, no qual trabalhadores livres produziam nos latifúndios em troca de proteção e de parte da produção. Com o fim das conquistas militares e das invasões bárbaras, o escravismo foi substituído pelo colonato, uma forma de servidão voluntária com base na antiga tradição da clientela. A economia romana era basicamente agrária e pastoril. Com a expansão do Império, tomando os vencidos escravos, houve um aumento 14 da produção, gerando excedentes, que impulsionaram ainda mais o comércio. Roma possuía um vasto império, com uma desenvolvida rede rodoviária e uma intensa navegação, elementos que a transformaram em um importante pólo econômico, estimulando as transações comerciais e a criação de sociedades mercantis. No entanto, os romanos se preocupavam fundamentalmente com a política. A sua mais importante contribuição foi no campo do direito: um corpo com leis unificadas, coerente e impessoal, que, nos dias atuais, constitui a base do sistema judiciário das nações ocidentais. Um indicador do desenvolvimento de técnicas administrativas é a expansão atingida pelo Império Romano e a forma como eram administrados seus grandes feudos, com a delegação de poderes. No Império surgiam traços de atividades burocráticas, como uma rede de comando , direção centralizada, mesa de organização, especialização, formalização e padronização de regras e regulamentos. O estado criou cargos como tesouro municipal, juiz e encarregado do cumprimento das leis, ministro da guerra e funcionário do Estado, separando os militares da administração civil. Isto mostra que os romanos souberam manipular uma complexa maquina administrativa. Com a decadência da Grécia e de Roma deu-se início à Idade Média caracterizada por uma nova fase da economia e da cultura, onde a Igreja controlava o poder político e econômico. As mudanças ocorridas na Idade Média fizeram regredir certos aspectos já bem desenvolvidos da sociedade romana. O direito escrito deu lugar ao direito consuetudinário e oral. A administração organizada submeteu-se ao poder pessoal, baseando-se nas qualidades e lealdades pessoais. O poder político se fragmentou e foi a Igreja que teve que manter vivas muitas das aquisições administrativas romanas. Os países estavam divididos em feudos, os quais eram politicamente autônomos. Teoricamente o rei era o maior suserano, mas na prática ele só tinha poder dentro de seus próprios domínios. Na verdade, o sentimento da nacionalidade não existia, prevalecendo o sentimento de cristandade. 15 Embora a vida econômica da Idade Média se baseasse principalmente na produção agrícola de subsistência, não faltaram, nesse período, habilidade técnica, economia de mercado, produção de excedentes e inovações tecnológicas. Estas tornaram o trabalho menos penoso para o campesinato medieval e possibilitaram um crescimento demográfico , com o conseqüente excesso de oferta de mão-de-obra. Houve, portanto, um aumento na produção, um desenvolvimento nas cidades e no comercio internacional, com a mobilização de grandes capitais. Por isso, surgiram vários elementos característicos da economia moderna como por exemplo, a divisão do trabalho, o sistema bancário e diversas formas de associação, que se desenvolveram no decorrer da evolução do pensamento econômico. Comerciantes e artesãos asseguraram e a circulação de bens entre os domínios senhoriais. Com as Cruzadas (guerra santa contra os muçulmanos), o Mediterrâneo foi reaberto aos europeus, e portanto, o contato com as adiantadas civilizações orientais levou a classe dominante européia a desejar consumir os produtos do Oriente. Leo Huberman, em A historia da Riqueza do Homem, destaca: ”As cruzadas levaram no ímpeto ao comércio, pois os cruzados necessitavam de provisões durante todo o caminho e os mercadores os acompanhavam a fim de fornecer-lhes o que precisava, e ao regressarem de suas jornadas ao ocidente, traziam com eles o gosto pelas comidas e roupas requintadas que tinham visto e experimentado, e sua procura acabou criando um mercado para esses produtos”3.(Huberman, Leo, 1978p.18). E destacou também: “os resultados das Cruzadas, foram tremendamente importantes para o comércio. Elas ajudaram a despertar a Europa de seu sono feudal, espalhando sacerdotes, guerreiros, trabalhadores e uma crescente classe de comerciantes por todo o continente, intensificaram a procura de mercadorias estrangeiras, arrebatando a rota do Mediterrâneo das mãos dos muçulmanos e a converteram, outra vez, na maior rota comercial entre o oriente e o 3 Huberman, Leo. A historia da Riqueza do Homem,14ºediçãoRio de Janeiro,.J.Zahar.1978,p.18. 16 ocidente”4(Ibidem,p21). Este período foi chamado de Renascimento Comercial. Com este Renascimento surgiram as feiras medievais, nas quais eram comercializados produtos internacionais. Em volta delas começaram a surgir cidadelas, denominados burgos. Surgiram duas classes sociais: os burgueses e os artesãos, os quais desenvolveram uma nova forma de relação de trabalho: o assalariado, completamente diferente do trabalho servil existente no campo. A partir de meados do séc.XII, com o aparecimento de banqueiros, cambistas e usuários das mais variadas origens, ocorreu uma expansão do crédito, o que favoreceu as atividades comerciais e industriais. Desenvolveram-se também o comércio marítimo e terrestre. O comércio terrestre se realizava ora em feiras locais, ora em feiras periódicas, as quais atraiam mercadores de toda a Europa. Nos burgos desenvolveram-se as corporações de ofício, que eram associações da sociedade medieval que reuniam profissionais do mesmo ramo, desde os mestres de perícia reconhecida ate os aprendizes. Entre as suas atribuições estava a de evitar a concorrência entre os artesãos locais e os de outras cidades.para tal, fixavam o preço do produto, controlavam a qualidade das mercadorias, a quantidade de matérias –primas necessárias á indústria e os salários dos produtores. O objetivo era, portanto, monopolizar o comércio local. Assim, como se precaviamda interferência estrangeira em seu monopólio, as corporações tinham também o cuidado de evitar práticas desonestas que pudessem causar prejuízos a terceiros. Elas preocupavam- se com a qualidade do trabalho de seus associados, impondo a regra de que cada associado devia passar por um aprendizado, garantindo o conhecimento do ofício. Por outro lado, supervisionando cuidadosamente seu trabalho, protegiam o comprador contra o uso de material inferior. A corporação se orgulhava de seu bom nome, e os artigos tinham a sua garantia de um padrão mínimo de qualidade. 4 Id.Ibid.p.21 17 A liga Hanseática, criada por comerciantes do norte da Alemanha, foi uma das importantes Ligas de Comércio da Europa. Ela consistiu de uniões comerciais de diversas cidades e se transformou numa força política, congregando, além de diversas cidades na Alemanha, comunidades alemãs na Holanda e na Inglaterra. A sua força incentivou as associações mercantis em toda a Europa. Entretanto, este processo entrou em crise devido à Peste Negra, às secas, causando a diminuição da população agrícola e levando á fome.Sucederam deste período revoltas camponesas e, nas cidades, cresceram as diferenças entre os ricos mercadores e os mestres das corporações, que tentavam limitar o crescimento comercial, controlando desde da produção de mercadorias até o preço do produto. No comércio internacional os produtos orientais tornaram-se mais caros devido ao grande número de intermediários entre o Oriente e as praças de comércio no Ocidente. As soluções criadas para acabar com a crise foram as grandes navegações e a criação do Estado Nacional. As grandes navegações possibilitaram a chegada, por via oceânica, aos centros produtores de especiarias, e assim, poderiam comprá-las a preço de custo. O Estado Nacional , isto é, o poder centralizado nas mãos dos reis, protegeria a burguesia dos ataques de bandidos , unificaria a moeda do país, acabaria com as taxas que se pagava ao entrar e sair de um feudo por um imposto único. Com as Grandes Navegações ocorreu a primeira Globalização, fazendo com que os continentes se aproximassem, a partir da criação de colônias ultramarinas pelas metrópoles européias. Com o Estado Nacional surgiu um novo recurso administrativo: o comitê. O primeiro que apareceu foi o conselho privado, o qual era constituído pelo rei e seus secretários. A França, por exemplo, tinha o que se poderia considerar um secretário para Assuntos Estrangeiros, um ministro do Interior, um ministro da Guerra, um ministro para assuntos da Marinha, um chanceler e um inspetor-geral. 18 Como conseqüência das medidas mencionadas, o comércio passou a dar mais lucros que a produção feudal. Iniciou-se assim um período chamado de mercantilismo, o qual se caracteriza pela acumulação primitiva de capital. Essa acumulação de capital deu origem à Primeira Revolução Industrial. Nesta fase houve a mecanização da agricultura e das oficinas. O carvão e o ferro foram os dois produtos decisivos no desenvolvimento dos paises ricos de hoje. As oficinas mecanizadas se transformaram em fábricas e usinas que substituíam o esforço humano por máquinas; os transportes se desenvolveram com a navegação a vapor, com a invenção da locomotiva a vapor e o aparecimento de estradas de ferro de grande porte. As comunicações se desenvolveram com o aparecimento do telégrafo e do selo postal. Mas, a Revolução Industrial foi mais que uma revolução técnico- científica, ela representou mudanças sociais profundas. O trabalho passou a significar fonte de riqueza, produtividade, no lugar de humilhação , como era visto anteriormente. Entretanto, outro resultado foi a alienação do trabalhador, pois, com a divisão do trabalho, o conhecimento técnico do processo de produção se concentrou nas mãos do capitalista. O trabalhador foi “robotizado”, tendo que desempenhar atividades monótonas e cansativas, o operário passou de operário-artífice para operário-operador. A Revolução também transformou as cidades. Os pobres habitavam bairros populosos, de péssimas condições sanitárias, enquanto a burguesia vivia em casas suntuosas situadas em alamedas largas. Uma outra categoria também surge, a partir da aplicação de capitais no crescimento das unidades industriais. Esta categoria é formada por empresários, os quais dispõem de capital ou fazem empréstimos.”Com o sistema de produção doméstica, surgindo com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante , pois era necessário muito dinheiro para compra de matéria-prima para muitos trabalhadores, organizar a distribuição dessa matéria-prima, e a venda do produto acabado mais tarde. 19 Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção domestica.”5 Na chamada fase da industrialização, em meados do século XIX, o conceito romano de que o Estado tinha uma existência distinta da dos indivíduos que o dirigiam retornou aos países europeus. ”O funcionário tornou-se um instrumento do poder público e não um agente pessoal.”6 A Segunda Revolução Industrial, a partir da metade do século XIX substituiu o principal material industrial e as fontes de energia da Primeira Revolução, isto é, o ferro pelo aço, e o vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo. A partir do avanço tecnológico e da ciência, tem-se um desenvolvimento da indústria com as inovações na maquinaria. Surgem os grandes bancos e as instituições financeiras, os quais são responsáveis pela denominação deste modo de produção de capitalismo financeiro. As empresas sofrem mudanças tanto na sua administração quanto no seu processo de produção. Elas sofrem um processo de burocratização, no qual há uma grande divisão de trabalho, hierarquização, formalização e impessoalidade. A produção, por sua vez, tornou-se mecanizada, tendo como principal fator as máquinas, o que aumentou muito a produtividade do trabalho. Após a Segunda Guerra Mundial, os serviços públicos e de habitação se encontravam em colapso total. A guerra devastou também a força de trabalho, pois parte dos sobreviventes ficou física ou mentalmente exaurida. Com o fim da Guerra, os Estados Unidos se tornaram o país mais poderoso militarmente e economicamente. As suas empresas tornaram-se competitivas o suficiente para fazer grandes investimentos diretos em indústrias estrangeiras. Entretanto, o desenvolvimento tecnológico e a produção de bens finais continuou nos EUA. Na metade do século XX, as empresas da Europa Ocidental começaram a reagir contra esse monopólio americano, estabelecendo e adquirindo subsidiárias nos EUA. Outra medida adotada para obter 5 Huberman,leo.p.114.Op.cit. 6 Berkeley,George.p.20.Op.cit. 20 vantagens na concorrência foi a instalação de empresas em países periféricos, com o objetivo de diminuir os custos.de fabricação. No século XX predominou, portanto, o combate ao Estado Nacional, a competição econômica e um sistema de política econômica que transfere a riqueza dos paises periféricos para os ricos. A evolução da tecnologia e as novas técnicas de produção e gerência que surgiram contribuíram para esta perda de poder do Estado. 1. As Empresas Estrangeiras. Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA detinham a maior parte da produção mundial, já que os paises da Europa estavam devastados. Entretanto, a partir dos anos 60, tanto a produção quanto o poder de compra da população da Europa e doJapão estavam crescendo. A sua produção não mais se limitava as fronteiras nacionais. Como resultado, o comércio e a competição internacional se intensificaram. Porém, os EUA, demoraram para perceber este crescimento da competição internacional, na qual o Japão é o seu principal concorrente. Com a globalização, os presidentes das subsidiárias de empresas multinacionais já não têm total autoridade nos locais que as representam. É possível observar uma mudança em seu comportamento e em suas atividades. Verificou-se que é necessário compartilhar decisões e interagir ao invés de exigir. Entretanto, novas funções exigem novas habilidades e estas não são adquiridas tão rapidamente, é necessário um preparo para se adaptar a esta mudança. Estudos acerca deste novo contexto global são imprescindíveis para melhor compreensão do espaço no qual as empresas estão inseridas. “Os anos 90 marcam uma época diferente. Em termos gerais, pode-se dizer que há três competidores no mundo relativamente iguais: Japão, União Européia e Estada Unidos. Cada país ou região do mundo deseja controlar as mesmas indústrias estratégicas com o objetivo de assegurar que seus cidadãos tenham os mais altos padrões de vida do próximo avanço sobre meio- eletrônico, telecomunicações, aviação civil , computadores e 21 software. Visto que todos querem dominar as mesmas indústrias poderá haver uma competição entre esses países, com vencedores e perdedores”.(Thurow,Lester,apud.Manfrinato, Herson Mauro.1995). O diferencial desta competição será o tipo de vantagem competitiva que cada um irá utilizar. Com tudo isso, no século XXI as armas competitivas serão a educação e as conseqüentes habilidades e conhecimento da população ativa. Com a globalização, as empresas ficam mais expostas aos cidadãos enquanto consumidores e empregados , recebendo destes pressões no sentido de oferecerem melhores condições de emprego, serviços e produtos equivalentes aos existentes em outros paises, já que a população é influenciada por modelos internacionais. Outra conseqüência para as empresas é decorrente do sistema cooperativo, com o qual as empresas se tornarão mais competitivas na economia global, além de terem seu mercado consumidor ampliado com a unificação dos mercados europeus. Com isto o potencial de lucros aumenta, encorajando empresas a empreenderem projetos inovadores. 2. As empresas Nacionais. Para as empresas brasileiras dos vários setores da atividade econômica, a abertura comercial traz consigo o binômio ameaça/oportunidade. ”Para muitas, talvez a maioria , o que mais pesa hoje é a ameaça da concorrência internacional, que traz consigo competidores com grande aporte de capital e experiência administrativa. Para outras, até agora a minoria, ganha força a enorme oportunidade de negócios que a internacionalização traz, ao sacudir o país com uma avalanche de novos produtos e serviços.”7 7 Green,Cyntia.Os Caminhos da Qualidade.São Paulo:Makron Books,1995.Apresentação. 22 Entretanto para os dois grupos de empresas, somente a utilização de processos e práticas educacionais e administrativas de alta produtividade fará com que elas cresçam e sobrevivam na economia global. Com a abertura comercial realizada, “a indústria brasileira moveu-se rapidamente na direção de maior inserção internacional, primeiro pelo lado das exportações (anos 80) e, depois pelo lado das importações” (Baumann, Renato,1996.p.169). Outra dimensão básica da internacionalização e da globalização da indústria brasileira, é a presença de capitais estrangeiros. Em relação a esse aspecto, encontram-se quase sempre várias empresas gigantes transnacionais produzindo no Brasil, em praticamente todos os segmentos mais dinâmicos em termos de comércio e de tecnologia. Isto se tornou possível devido a abertura comercial, pois antes não haviam os enormes subsídios oferecidos pelo governo brasileiro, o que dificultava a entrada de empresas estrangeiras no país. Porém, a indústria brasileira ainda se encontra distante da fronteira de eficiência produtiva internacional. Há portanto perspectivas de uma maior elevação de produtividade, principalmente porque o atraso tecnológico acumulado devido a uma década e meia de escassos investimentos fixos abre espaço a um grande salto em termos de produtividade. As relações internacionais das indústrias resultam dos processos de concorrência entre empresas, em seus mercados de atuação. Definiremos competitividade como “a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrências, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado”. 8(Ibid,p.196) O conjunto de formas possíveis de competição é amplo, englobando preço, qualidade, capacidade de servir ao mercado, esforço de venda, diferenciação do produto, diferenciação de serviço, marca, credibilidade, apresentação e outras. Porém, em cada mercado predomina um subconjunto dessas normas como fatores decisivos de sucesso competitivo. 8 Id.Ibid.p.196 23 A competitividade é, portanto, função da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico. Desta forma, são competitivas empresas que, a cada instante adotam estratégias competitivas mais adequadas ao padrão de concorrência setorial.
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