PsiTrab UNI III Caderno

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Responsável pelo Conteúdo: 
Profa. Ms. Gisele de Lima Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Motivação: Teorias de Conteúdo 
Nesta unidade, vamos tratar do tema Motivação, abordando 
as “Teorias de Conteúdo”, que tratam das necessidades dos 
indivíduos ao analisar como se dá a motivação humana. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
Nesta unidade iremos tratar do tema “Motivação” e vamos abordar especificamente as 
“Teorias de Conteúdo”, procurando analisar como estas teorias explicam a relação homem x 
trabalho x motivação. 
Então, trouxemos uma música para iniciar esta nova unidade. Ouça a música e reflita sobre o 
que pode motivar ou não um homem no decorrer de sua vida. Espero que você goste! 
Link: Raul Seixas - Ouro de Tolo – Disponível on-line: 
http://www.youtube.com/watch?v=cn0S56WPkjQ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
 
Certamente, motivação tem sido um dos temas mais estudados ao longo da história da 
gestão de pessoas e, como não poderia ser diferente, inúmeras são as teorias que procuram 
explicar como se dá esse fenômeno. Nesta unidade iremos abordar um conjunto de teorias 
que são denominadas teorias de conteúdo. 
As teorias de conteúdo procuram compreender as necessidades do indivíduo. 
Abordaremos duas das principais teorias de conteúdo: a Teoria da Hierarquia das 
Necessidades, de Abraham Maslow e a Teoria dos Dois Fatores, de Frederick Herzberg. 
 
Teoria da Hierarquia das Necessidades 
“Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao 
crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o 
medo tem que ser superado a cada momento". 
Abraham Maslow 
 
Não se pode falar de motivação sem citar a teoria da hierarquia das necessidades de 
Abraham Maslow. Uma das teorias mais conhecidas no campo da motivação humana, a 
teoria de Maslow é apresentada em 1943. 
Como o próprio nome sugere, Teoria da Hierárquica das Necessidades, Maslow afirma 
que as necessidades humanas se dão numa ordem hierárquica crescente. Maslow assegura 
que o homem raramente atinge um estado completo de satisfação, exceto por um curto 
período de tempo, pois uma vez que satisfaz um desejo outro sobrevém e ocupa o seu lugar. 
Diante destas constatações, o teórico desenvolve cinco categorias de necessidades: fisiológicas, 
segurança, sociais, auto-estima e auto-realização. 
No grupo das necessidades fisiológicas, a base 
da pirâmide, estão inclusos aspectos básicos que garantem 
a sobrevivência do homem e da espécie, tais como, por 
exemplo, ar, água, comida e sono. Para Maslow (1954) “a 
utopia é definida como um lugar onde há suficiente 
comida”, ou seja, proteção, amor, segurança e respeito, só 
se tomam lugar nos desejos do indivíduo, quando este tem 
as necessidades básicas satisfeitas. 
Material Teórico 
Imagem: Abraham Maslow 
www.historiadaadministracao.com.br 
© Janeseptember - stockfreeimages.com 
 
 
Satisfeitas as necessidades básicas, é possível perceber 
outros estímulos, preocupar-nos com necessidades num nível 
acima: as necessidades de segurança. As necessidades de 
segurança incluem tanto segurança física quando a segurança 
psicológica. Ter estabilidade financeira, estar livre de medos e 
ansiedades compõem o grupo das necessidades de segurança. 
As necessidades sociais compõem um nível acima na 
hierarquia das necessidades de Maslow. O grupo de necessidades 
sociais inclui afeto, amizade, amor. Satisfeitas as necessidades 
fisiológicas e de segurança, o homem desejará se sentir aceito, 
amado, pertencente a um grupo. E, uma vez parte de um grupo, 
buscará um nível acima. 
As necessidades de estima englobam status, fama, 
reconhecimento e reputação. Enfim, quando o homem se sente 
bem alimentado, seguro e querido, desejará ser o mais querido. 
A versão negativa desse grupo de necessidades é a baixa estima, 
os complexos de inferioridade. 
Quando os quatro níveis anteriores estiverem satisfeitos, o 
homem procurará um nível acima: a auto-realização. Maslow 
considera que este é o nível mais difícil de ser alcançados. A auto-
realização é o desejo de desenvolver as potencialidades do 
indivíduo. A busca passa a ser por autoconhecimento e 
autodesenvolvimento 
Estas cinco categorias de necessidades descritas por Maslow são organizadas de forma 
hierárquica, conforme mostra a Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Pirâmide de Hierarquia das Necessidades de Maslow 
Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo/maslow.jpg 
 
© Tan4ikk - stockfreeimages.com 
 
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© Mcininch - stockfreeimages.com 
 
 
Compreendidos os níveis que constituem a Pirâmide da Hierarquia das Necessidades 
de Maslow, é importante retomar o conceito de Ciclo Motivacional. Como vimos a 
motivação pode ser desencadeada por um estímulo, que gera um sentimento de tensão, 
criando uma necessidade que resulta num comportamento. 
 
Equilíbrio 
Interno 
 
Estímulo 
ou 
incentivo 
 Tensão  Necessidade  Comportamento 
 
É importante ressaltar aqui, que um mesmo comportamento pode ser desencadeado 
por necessidades diferentes, o que pode variar são tanto as características do próprio 
indivíduo, quando de situações específicas. Para ficar mais claro vamos utilizar como 
exemplo o comportamento de estudar, de fazer um curso de pós-graduação. Posso decidir 
fazer um curso de pós-graduação porque o título me garantirá maior estabilidade no emprego, 
a necessidade que está sendo satisfeita aqui é a de segurança. Ou ainda, posso fazer o curso 
porque isso me trará status, suprindo a necessidade de estima. Ou ainda, a decisão de fazer o 
curso partiu de um interesse em aprender mais, conhecer mais, o que se relaciona com a 
necessidade de auto-realização. 
Não se pode julgar uma necessidade, considerando o comportamento final. É preciso 
considerar o contexto da situação em si, bem como aspectos sociais, econômico e cultural. 
Maslow ainda avalia o quanto uma privação passada pode 
interferir no desenvolvimento do indivíduo. 
Uma pessoa que vivenciou um período de guerra, tendo 
passado por forte privação de alimento, poderá, mesmo vivendo com 
boas condições financeiras, de segurança e de afeto, ter obsessão por 
manter a despensa sempre abastecida. Por isto, a necessidade de 
alimento pode não se explicar de forma simples como uma 
necessidade fisiológica. 
É importante se atentar aos diversos aspectos que cercam essa pessoa. Somente 
analisando os aspectos globais que cercam o indivíduo pode-se compreender as necessidades 
que conduzem a um comportamento, pois existem motivos que nunca estarão satisfeitos. 
Embora a ordem das necessidades se dê de forma crescente, ou seja, partam da 
necessidade fisiológica, passando por necessidade de segurança, chegando às necessidades de 
auto-realização, esse crescimento não é estático, mas sim dinâmico. Isto quer dizer, que 
mesmo que o indivíduo esteja no nível de estima, ou seja, buscando reconhecimento, 
valorização, este pode, diante de uma doença na família, voltar-se rapidamente para a 
necessidade de segurança ou fisiológica. 
 
© Fertographer - stockfreeimages.comwww.lib.uwo.ca/programs/generalb
usiness/herzberg.html 
O nível em que o indivíduo se encontra pode variar, dependendo do âmbito da vida 
do individuo. Ou seja, uma pessoa, pode em sua vida profissional estar no nível de 
segurança, buscando estabilidade, mas na vida familiar desejar reconhecimento (necessidade 
de estima), e no novo grupo de amigos, se sentir aceito (necessidade social). 
Portanto, a teoria desenvolvida por Abraham Maslow se aplica a todos os setores da 
vida do indivíduo. Diferente da teoria formulada por Frederick Herzberg, elaborada em 
meados dos anos 50, que tem o foco no ambiente profissional. 
 
 
Teoria dos Dois Fatores 
“Se quiser que alguém faça um bom trabalho, dê a ele um bom trabalho para 
fazer." Frederick Herzberg 
 
Herzberg foi um dos primeiros teóricos a considerar a opinião de trabalhadores para 
formular as idéias sobre motivação. Em 1959, Herzberg, juntamente com Bernard Mausner e 
Barbara Bloch Snyderman, realizou uma pesquisa com 203 trabalhadores, engenheiros e 
contabilistas, questionando o que os agradava e o que os desagradava no cotidiano de seu 
trabalho. 
Nesta pesquisa, foi questionado, inicialmente, o que os entrevistados consideravam 
como aspectos que faziam com que eles se sentissem excepcionalmente bem no trabalho. 
Posteriormente, questionou-se o que estes trabalhadores consideravam como fatores que 
poderiam tornar o trabalho como algo desagradável. 
Os resultados desta pesquisa permitiram ao autor desenvolver a Teoria dos Dois 
Fatores: Fatores Motivacionais e Fatores Higiênicos. 
Os Fatores Motivacionais estão relacionados a fatores intrínsecos ao trabalho e são 
aqueles que fazem com que os trabalhadores se sintam bem no trabalho. Enquanto os 
Fatores Higiênicos ligados a fatores extrínsecos ao trabalho, são aqueles que, quando 
presentes, fazem com que os trabalhadores não se sintam insatisfeitos no trabalho, embora 
não necessariamente satisfeitos ou motivados. 
Fatores motivacionais são constituídos pela possibilidade de crescimento, de realização, 
de assunção de responsabilidade ou ainda, de assumir desafios. Já, segurança, status, 
relacionamento interpessoal, condições de trabalho e salário, são fatores higiênicos. 
Uma possível associação entre as teorias de Herzberg e Maslow é apresentada na Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Associação entre a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg e 
a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow 
Adaptado pela autora a partir de http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo/maslow.jpg 
 
 
 
Conforme mostra a Figura 2, os fatores higiênicos podem ser associados à base da 
pirâmide de Maslow, ou seja, às necessidades fisiológicas, de segurança e sociais, enquanto os 
fatores motivacionais às necessidades sociais, de estima e auto-realização. Vale ressaltar que 
esta associação, adotada aqui, seja uma das formas possíveis, ela não é a única, pois alguns 
estudiosos divergem quanto à possível associação, sendo que alguns consideram que os 
fatores motivacionais, associam-se apenas à necessidade de auto-realização. 
 
Dentre as mais importantes contribuições da teoria de Herzberg destacam-se dois. 
O primeiro deles é a desmistificação de que a motivação no 
ambiente de trabalho está relacionada apenas aos fatores monetários. 
O teórico provou que a motivação não tem origem apenas no salário, 
nos valores que o profissional recebe por aquilo que realiza, mas que 
o desenvolvimento e a satisfação pessoal são fatores motivacionais. 
O segundo é que a falta de condições básicas para o trabalho 
é fator de insatisfação e não de motivação. O trabalhador pode, ao 
sentir a necessidade destas condições, se sentir desmotivado, mas a 
presença destas não traz motivação. 
Ambas as teorias, Teoria da Hierarquia e Teoria dos Dois Fatores, nos possibilitam 
compreender como a motivação humana se constitui, se organiza; Maslow abordando a 
motivação nos vários âmbitos da vida do homem e, Herzberg, focando a motivação no 
ambiente organizacional. Mas os dois ressaltando que a satisfação só é alcançada quando 
tem condições de satisfazer, de suprir nossos anseios, iniciando pelos mais simples. 
© Danabeth555 - stockfreeimages.com 
 
 
 
 
 
ALMEIDA, Vanderleia Pereira Motivação no trabalho: teoria ou necessidade? RH.com.br 
Disponível on-line em: http://www.rh.com.br/Portal/Motivacao/Artigo/4710/motivacao-no-
trabalho-teoria-ou-necessidade.html 
 
SAMPAIO, Jáder dos Reis O Maslow desconhecido: uma revisão de seus principais trabalhos 
sobre motivação RAUSP – Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 
São Paulo, v.44, n.1, p.5-16, jan./fev./mar. 2009. Disponível on-line em: 
www.rausp.usp.br/download.asp?file=v4401005.pdf 
 
 
 
 
Material Complementar 
 
 
 
 
 
 
 
ALMEIDA, Vanderleia Pereira. Motivação no trabalho: teoria ou necessidade? RH.com.br 
Disponível on-line em: http://www.rh.com.br/Portal/Motivacao/Artigo/4710/motivacao-no-
trabalho-teoria-ou-necessidade.html 
SAMPAIO, Jáder dos Reis O Maslow desconhecido: uma revisão de seus principais trabalhos 
sobre motivação RAUSP – Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 
São Paulo, v.44, n.1, p.5-16, jan./fev./mar. 2009. Disponível on-line em: 
www.rausp.usp.br/download.asp?file=v4401005.pdf 
 
 
 
 
Referências 
 
 
 
 
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Anotações