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Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 1 FONÉTICA Fonema Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras prato e trato, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: P na primeira e T na segunda. Classificação dos Fonemas Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Vogais Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais e não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Classificam-se em: QUANTO À INTENSIDADE ♦ Vogal tônica: é a vogal onde se encontra o acento principal da palavra. ♦ Vogal subtônica: é a vogal onde se encontra o acento secundário palavra. ♦ Vogal átona: é uma vogal onde não existe qualquer acento da palavra. Exemplo: Na palavra automaticamente, o primeiro "a" é a vogal tônica, o segundo "a" é a vogal subtônica, e as demais vogais são átonas. QUANTO AO TIMBRE ♦ Vogais abertas: São as vogais articuladas ao se abrir o máximo a boca. Por exemplo: nas palavras "amora" e "café", todas as vogais são abertas. ♦ Vogais fechadas: São as vogais articuladas ao se abrir o mínimo a boca. Por exemplo: nas palavras "êxodo" e "fôlego", todas as vogais são fechadas. QUANTO AO MODO DE ARTICULAÇÃO ♦ Vogais orais: São as vogais pronunciadas completamente através da cavidade oral. Em português, existem de sete a nove vogais orais, de acordo com o dialeto, a saber: "á" [ä], "â" [ɜ̝], "ê" [e], "é" [ɛ], "i" [ɯ̟], "í" [i], "ô" [o], "ó" [ɔ] e "u" [u] (as vogais representadas pelos símbolos [ɯ, ɜ] são comumente representados por [ɨ, ɐ] por sua aproximidade e também por sua semelhança gráfica). ♦ Vogais nasais: São as vogais pronunciadas em que uma parte do ar usado para a pronúncia escapa pela cavidade nasal. Em português, existem cinco vogais nasais. Nas palavras: "maçã", "sempre", "capim", "bondade", e "fundo", os grafemas assinalados em negrito representam vogais nasais. Também são nasais os ditongos "ão", "ãe", "õe" e o ditongo "ui" da palavra "muito". QUANTO AO PONTO DE ARTICULAÇÃO ♦ Vogais posteriores: São as vogais pronunciadas com a língua posicionada no fundo da boca, entre o dorso da língua e o véu palatino. Em português, são posteriores as vogais "ô", "ó" e "u". ♦ Vogais anteriores: São as vogais pronunciadas com a língua posicionada na frente da boca entre o dorso da língua e o palato duro. Em português, são anteriores as vogais "ê", "é" e "í". ♦ Vogais centrais: São as vogais pronunciadas com a lingua posicionada no centro da boca. Em português, são centrais as vogais "á", "â", e em alguns dialetos também têm o "i" átono, pronunciado ora central ora quase posterior. Semivogais As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, portanto, associar-se a uma vogal para formarem uma sílaba. Em português, somente os fonemas representados pelas letras "i" e "u" em ditongos e tritongos são considerados semi-vogais. Um ditongo é sempre formado por uma vogal mais uma Semivogal. Quando a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é dito "crescente" (como em "jaguar"). Quando a semivogal vem depois, o ditongo é dito "decrescente" (como em "demais"). Nos ditongos "ui" e "iu", uma das letras é sempre considerada vogal e a outra é semivogal. No caso dos tritongos, todos eles são formados por uma vogal intercalada entre duas semivogais. Consoantes Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após ultrapassar um obstáculo que se opõe à corrente de ar no aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o palato, o véu palatino e a úvula. Classificam-se da seguinte maneira: QUANTO AO PAPEL DAS CORDAS VOCAIS ♦ Consoantes surdas (ou desvozeadas): São as consoantes pronunciadas sem que as cordas vocais sejam postas em vibração. São surdas as seguintes consoantes em português: f, k, p, s, t, ch. ♦ Consoantes sonoras (ou vozeadas): São as consoantes pronunciadas com a vibração das cordas vocais. São sonoras as seguintes consoantes em português: b, d, g, j, l, lh, m, n, nh, r, v, z. QUANTO AO MODO DE ARTICULAÇÃO ♦ Consoantes oclusivas: São as consoantes pronunciadas fechando-se totalmente o aparelho fonador, sem dar espaço para o ar sair. São oclusivas as seguintes consoantes: p, t, k, b, d, g. ♦ Consoantes fricativas: São as consoantes pronunciadas através de uma corrente de ar que se fricciona em um obstáculo. São fricativas as seguintes consoantes em português: f, j, s, ch, v, z. ♦ Consoantes laterais: São as consoantes pronunciadas ao fazer passar a corrente de ar nos dois cantos da boca ao lado da língua. Em português, são laterais apenas as consoantes "l" e "lh". ♦ Consoantes vibrantes: São as consoantes pronunciadas através da vibração de algum elemento do aparelho fonador, em geral a língua ou o véu palatino. Em português, são vibrantes apenas as duas variedades do "r", como em "carro" e em "caro". ♦ Consoantes nasais: São as consoantes em que o ar sai pelas fossas nasais, em vez da boca. Em português, são nasais as consoantes "m", "n" e "nh". ♦ QUANTO AO PONTO DE ARTICULAÇÃO ♦ Consoantes bilabiais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos dois lábios. Em português, são bilabiais as consoantes: p, b, m. ♦ Consoantes dentais: São as consoantes pronunciadas com a língua entre os dentes. Em português são dentais as consoantes: t, d e n. ♦ Consoantes alveolares: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua nos alvéolos dos dentes. Em português, são alveolares as consoantes: s, z, l e o "r" fraco. ♦ Consoantes labiodentais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos lábios na arcada superior dos dentes. Em português, são labiodentais as consoantes "f" e "v". Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 2 ♦ Consoantes palatais: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua com o palato. Em português, são palatais as seguintes consoantes: j, ch, lh e nh, e, em alguns dialetos, também as consoantes "t" e "d" antes de "i". ♦ Consoantes retroflexivas: São as consoantes pronunciadas com a língua curvada. Em português, somente alguns dialetos do Brasil têm uma consoante retroflexiva, o chamado "r" caipira. ♦ Consoantes velares: São as consoantes pronunciadas com a parte traseira da língua no véu palatino. Em português, são velares as consoantes: k, g e rr (em alguns dialetos brasileiros). ♦ Consoantes uvulares: São as consoantes pronunciadas através da vibração da úvula. Em português, existem na variedade europeia e no dialeto fluminense; no caso, o "r" forte. ♦ Consoantes glotais: São as consoantes pronunciadas através da vibração da glote. Não há consoantes glotais em português e em praticamente nenhum dos idiomas ocidentais. Exemplos de idiomas com consoantes glotais são o hebraico e o árabe. Nota: No Brasil, é perceptível a diferença de pronúncia da palavra tia entre pessoas do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. De modo geral, para os primeiros, a letra "t" é um fonema palatal (pronunciado mais ou menos como "txia", enquanto para os segundos representa um fonema alveolar. Ainda que — assim como em prato e trato — os sons correspondentes à letra t de tia sejam diferentes (isto é, letras iguais e sons diferentes), o fonema é um só, visto que, na língua, não se estabelece distinção de significado ao pronunciar-se /tia/ ou /txia/. As letras do alfabeto representam os sons recebem o nome de FONEMA. Sílaba A sílaba é conjunto de sons que podeser emitido numa só expiração. Na língua portuguesa a parte central da sílaba sempre é a vogal. Assim, na estrutura da sílaba existe, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais ou consoantes. A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma melódica. Na língua portuguesa, os vocábulos são classificados de acordo com o número de sílabas que apresentam, podendo ser: ♦ monossílabos (apenas uma sílaba): cão, chá; ♦ dissílabos (apresenta duas sílabas): mulher, garfo; ♦ trissílabos (possuem três sílabas): macaco, equipe; ♦ polissílabos (formados por mais de três sílabas): amizade; felicidade. Divisão silábica A divisão silábica obedece a algumas regras básicas. O conhecimento das regras de divisão silábica é útil para a translineação das palavras, ou seja, para separá-las no final das linhas. Quando houver necessidade da divisão, ela deve ser feita de acordo com as regras abaixo. Por motivos estéticos e de clareza, devem-se evitar vogais isoladas no final ou no início de linhas, como a-sa ou Urugua-i. ♦ ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba: au-tô-no-mo, ou-to-no, di-nhei-ro, U-ru-guai, i-guais. ♦ os hiatos são separados em duas sílabas: du-e-to, a-mên-do-a, ca-a-tin-ga. ♦ os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu pertencem a uma única sílaba: chu-va, mo-lha, es-ta-nho, guel-ra, a-que-la. ♦ as letras que formam os dígrafos rr, ss, sc, sç, xs, e xc devem ser separadas: bar-ro, as-sun-to, des-cer, nas- ço, es-xu-dar, ex-ce-to. ♦ os encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas devem ser separados, excetuando-se aquelas em que a segunda consoante é l ou r: con-vic-ção, a-pli-ca-ção, as-tu-to, a-pre-sen-tar, ap-to, a-brir, cír-cu-lo, re-tra-to, ad-mi-tir, de-ca-tlo, ob-tu-rar. Exceção: ab-rup-to. Os grupos consonantais que iniciam palavras não são separáveis: gnós-ti-co, pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co. Acento tônico / gráfico 1- Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensidade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensidade ou prosódico: cajá, caderno, lâmpada 2- Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmente derivadas e polissílabas, além do acento tônico, possuem um acento secundário. A sílaba com acento secundário é chamada de subtônica: terrinha, sozinho 3- Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem subtônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postônicas (depois da tônica): barata (átona pretônica, tônica, átona postônica) máquina (tônica, átona postônica, átona postônica) Classificação das palavras quanto ao acento tônico As palavras com mais de uma sílaba, conforme a tonicidade, classificam-se em: Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração, São Tomé, etc. Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima - cadeira, linha, régua, etc. Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima - ibérica, América, etc. Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos: Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como se fossem sílabas tônicas.Ex.: ré, teu, lá, etc. Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são autônomos, são emitidos fracamente, como se fossem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Ex.: o, lhe, nem, etc. Encontro Vocálico Como o nome já sugere, encontros vocálicos são o ajuntamento de duas ou mais vogais numa palavra. Ou, mais especificamente, o encontro de uma vogal com uma semi-vogal (e vice-versa). Existem três tipos: 1.º) DITONGO: quando duas vogais estão juntas na mesma sílaba. Ex: PEIXE, SAUDADE, PAIXÃO O ditongo pode ser classificado de duas formas: ♦ Ditongo crescente ou Ditongo decrescente ♦ Ditongo oral ou Ditongo nasal Para entendermos como acontece a classificação de crescente ou decrescente, temos que saber distinguir uma vogal de uma semivogal. Toda vez que uma vogal está sozinha na sílaba, ela classifica-se como vogal, mas quando ela está junto a outra Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 3 vogal ela pode ficar em menos evidência, mais “fraca” ou “escondida”, estas são as chamadas semivogais. Ex: APAIXONADO: neste caso a sílaba -PAI- contém duas vogais. A mais aberta ou “forte” é a letra A, enquanto que a letra I é mais fechada e “fraca”. Neste caso, diz-se que é a junção da vogal A + a semivogal I. Ditongo crescente: É quando há na sílaba a junção de semivogal + vogal Ex: qua-dra-do (u=SV, a=V) Ditongo Decrescente: É quando, na mesma sílaba, junta- se vogal + semivogal Ex: noi-te (o=V, i=SV) Para compreendermos o que é um ditongo oral ou um ditongo nasal, precisamos entender que há vogais que são pronunciadas somente pela boca, chamadas de vogais orais (a, é, ê, i, ó, ô, u), e há vogais que são pronunciadas também pelo nariz, chamadas de vogais nasais. Ditongo oral: É quando há uma junção de duas vogais orais na mesma sílaba. Ex: cai-xa Ditongo nasal: É quando há uma junção de duas vogais nasais ou de uma vogal nasal e uma oral na mesma sílaba. Ex: sab-ão 2.º) TRITONGO: quando três vogais estão juntas na mesma sílaba. Ex: PARAGUAI, QUEIJO, SAGUÃO, OBS: O tritongo é formado por VOGAL + SEMIVOGAL + VOGAL. Em uma sílaba não pode haver mais de uma vogal, e não há sílabas constituídas apenas de consoantes na Lingua Portuguesa. Como o tritongo é o encontro de três vogais na mesma sílaba, então naturalmente só há uma destas três vogais que fica como base da sílaba, as outras duas serão semivogais. Exemplo: U-RU-GUAI No exemplo acima, a letra “A” é o núcleo da sílaba, ou seja, é vogal. Consequentemente, o “U” e o “I” são semivogais porque não são o núcleo da sílaba. Existe uma classificação para os tritongos. Eles podem ser orais ou nasais. TRITONGO ORAL – quando todas as suas vogais são orais. Exemplos: Quei-jo, a-ve-ri-guei, quais TRITONGO NASAL – quando uma ou mais de suas vogais é nasal. Exemplos: sa-guão, en-xá-guem (o “m” tem som nasal de “i”), quão 3.º) HIATO: quando duas vogais estão juntas na mesma palavra, mas em sílabas diferentes. Ex: SA-Ú-DE, PA-RA-Í-BA, SO-AR OBS: em caso de as sílabas fazerem parte da mesma sílaba, trata-se de um ditongo e não de um hiato. Vejamos os exemplos das palavras “sábia” e “sabiá”: Sá-bia (o encontro vocálico “ia” é um ditongo, porque as duas vogais estão em sequência e fazem parte da mesma sílaba). Sa-bi-á (o encontro vocálico “iá” é um hiato, pois embora as duas vogais estejam juntas, elas pertencem a sílabas diferentes). OBS: O hiato é formado por VOGAL + VOGAL. Isso acontece pelo fato de as vogais pertencerem a sílabas diferentes, e portanto servirem como núcleos para suas respectivas sílabas. Acontece diferente com o ditongo, que pode ser formado por vogal + consoante ou consoante + vogal, e com o tritongo, que é formado por semivogal + vogal + semivogal. Há ainda casos como o da palavra “sereia”: Se-rei-a - O encontro vocálico “eia” não é tritongo, pois as três vogais não pertencem a uma única sílaba. - O encontro vocálico “ei” constitui um ditongo decrescente, pois é formado por vogal + semivogal, já que ambas pertencem a uma única sílaba. - O encontro vocálico “ia” constitui um hiato, pois apesar de estarem adjacentes, as duas vogais pertencem a sílabas diferentes. - A particularidade deste hiato é que ele é formado por SEMIVOGAL + VOGAL, já que o ditongo “ei” é decrescente, e o “i” é semivogal. Mesmo assim, permanece a regra de que cada sílaba precisa possuir uma vogal, e não pode ter mais de uma, sendo as demais classificadas como semivogais.Encontro Consonantal Encontro consonantal é o nome que se dá ao agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária. Há dois tipos básicos de encontros consonantais: ♦ consoante + l ou r - são encontros que pertencem a uma mesma sílaba: pra-to, pla-ca, bro-che, blu-sa, trei- no, a-tle-ta, cri-se, cla-ve, fran-co, flan-co. ♦ duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes - é o que ocorre em: ab-di-car, sub-so-lo, ad-vo-ga-do, ad- mi-tir, al-ge-ma, cor-te. Há grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu-mo-ni-a, psi- co-se, gno-mo. Sequência de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, desde que não constituam dígrafo. Podem ocorrer na mesma sílaba ou não (perfeitos/próprios ou imperfeitos/impróprios) - pe-dra, cla-ro, por-ta, lis-ta. Os encontros gn, mn, pn, ps, pt, bt e tm não são muito comuns. Quando iniciais, são inseparáveis. Quando mediais, criam uma pronúncia mais difícil. (gnomo/digno, ptialina/apto). Quando x corresponde a cs, há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado de dífono (di=dois; fono:som) Exemplos com as consoantes na mesma sílaba: Pedra -> pe – Dra Planta -> plan – ta Glicose -> gli – co – se Gravidade -> gra – vi – da – de Exemplos com as consoantes em sílabas separadas: Garfo -> gar – Fo Ignorar -> ig – no – rar Vista -> vis – ta Observação: Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado de dífono. Dígrafo é o encontro de duas letras com um único som. Exemplos: chapéu, piscina, carroça, descer, pássaro, mosquito, exceção, galinha, tampa, ponta, índia, comprimido e renda. Podemos dividir os dígrafos da língua portuguesa em dois grupos: os consonantais e os vocálicos. Dígrafos consonantais Dígrafo Exemplos Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 4 Ch chuva, China Lh alho, milho Xs exsudar, exsuar Nh sonho, venho rr (usado unicamente entre vogais) barro, birra, burro ss (usado unicamente entre vogais) assunto, assento, isso SC ascensão, descendente SC nasço, cresça Xc exceção, excesso Gu guelra, águia Qu questão, quilo O que significa é: gu e qu nem sempre representam dígrafos. Isso ocorre apenas quando, seguidos de e ou i, representam os fonemas /g/ e /k/: guerra, quilo. Nesses casos, a letra u não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o u representa uma semivogal ou uma vogal (antes de 2012, no Brasil, representado pelo trema no u: ü): aguentar, linguiça, frequente, tranquilo, averigúe, argúi - o que significa que gu e qu não são dígrafos. Também não há dígrafo quando são seguidos de a ou o: quando, aquoso, averiguo. Dígrafos vocálicos Quando m e n aparecem no final da sílaba. Dígrafo Exemplos am/an campo, sangue em/en sempre, tento im/in limpo, tingir om/on rombo, tonto um/un bumbo, sunga Ortoépia ou Ortoepia A palavra ortoépia se origina da união dos termos gregos orthos, que significa "correto" e hépos, que significa "palavra". Assim, a ortoépia se ocupa da correta produção oral das palavras. Preceitos: 1) A perfeita emissão de vogais e grupos vocálicos, enunciando-os com nitidez, sem acrescentar nem omitir ou alterar fonemas, respeitando o timbre (aberto ou fechado) das vogais tônicas, tudo de acordo com as normas da fala culta. 2) A articulação correta e nítida dos fonemas consonantais. 3) A correta e adequada ligação das palavras na frase. Veja a seguir alguns casos frequentes de pronúncias corretas e errôneas, de acordo com o padrão culto da língua portuguesa no Brasil. CORRETAS ERRÔNEAS adivinhar advinhar advogado adevogado apropriado apropiado aterrissar aterrisar bandeja bandeija bochecha buchecha boteco buteco braguilha barguilha bueiro boeiro cabeleireiro cabelereiro caranguejo carangueijo eletricista eletrecista emagrecer esmagrecer empecilho impecilho estupro, estuprador estrupo, estrupador fragrância fragância frustrado frustado lagartixa largatixa lagarto largato mendigo mendingo meteorologia metereologia mortadela mortandela murchar muchar paralelepípedos paralepípedos pneu peneu prazerosamente prazeirosamente privilégio previlégio problemas poblemas ou pobremas próprio própio proprietário propietário psicologia, psicólogo pissicologia, pissicólogo salsicha salchicha sobrancelha sombrancelha superstição supertição verruga berruga Em muitas palavras há incerteza, divergência quanto ao timbre de vogais tônicas /e/ e /o/. Recomenda-se proferir: Com timbre aberto: acerbo, badejo, coeso, grelha, groselha, ileso, obeso, obsoleto, dolo, inodoro, molho (feixe, conjunto), suor. Com timbre fechado: acervo, cerda, interesse (substantivo), reses, algoz, algozes, crosta, bodas, molho (caldo), poça, torpe. Prosódia A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras quanto à posição da sílaba tônica, segundo as normas da língua culta. Existe uma série de vocábulos que, ao serem proferidos, acabam tendo o acento prosódico deslocado. Ao erro prosódico dá-se o nome de silabada. Observe os exemplos. São oxítonas: condor novel ureter mister Nobel ruim 2) São paroxítonas: austero ciclope Madagáscar recorde caracteres filantropo pudico(dí) rubrica 3) São proparoxítonas: aerólito lêvedo quadrúmano alcíone munícipe trânsfuga Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 5 Existem palavras cujo acento prosódico é incerto, mesmo na língua culta. Observe os exemplos a seguir, sabendo que a primeira pronúncia dada é a mais utilizada na língua atual. acrobata - acróbata réptil - reptil Bálcãs - Balcãs xerox - xérox projétil - projetil zangão - zângão Ortografia Finalmente, o que muda com a reforma ortográfica? Quais são as novas regras? Confira a seguir um pequeno resumo com as principais mudanças. Alfabeto Com as mudanças, nosso alfabeto terá 26 letras, foram incluídas as letras “k”, “w” e “y”. Trema O trema sumiu do português, dois pontos em cima da letra “u” agora é coisa do passado. Exemplos: ♦ “tranqüilo” passa a ser “tranquilo”. ♦ “conseqüência” fica “consequência”. Acento Agudo O acento agudo desaparece nas palavras com ditongo aberto ‘ei’ e “oi”. Exemplos: ♦ “idéia” agora é “ideia”. ♦ “heróico” passa a ser “heroico”. Acento Circunflexo Desaparece nas palavras com duplo “e” e duplo “o”. Exemplos: ♦ As palavras “crêem”, “dêem”, “lêem” e “vêem” passam a ser “creem”, “deem”, “leem” e “veem”. ♦ Palavras como “enjôo” ou “vôo” se tornam “enjoo” e “voo”. Acento Diferencial Alguns exemplos das situações que não se usarão mais o acento para diferenciar palavras como: ♦ “pára” (flexão do verbo parar) de “para” (preposição). ♦ “pélo” (flexão do verbo pelar), “pêlo” (substantivo) e “pelo” (combinação da preposição com o artigo). Hífen Palavras começadas pela letra “r” ou “s” não levarão mais hífen. Exemplos: ♦ “anti-semita” ficará “antissemita”. ♦ “contra-regra” ficará “contrarregra”. Algumas regras ortográficas: Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada. Ç 1. Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo). Portantodeve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç. Exemplos: ♦ erudito = erudição ♦ exceto = exceção ♦ setor = seção ♦ intuitivo = intuição ♦ redator = redação ♦ ereto = ereção ♦ educar - r + ção = educação ♦ exportar - r + ção = exportação ♦ repartir - r + ção = repartição 2. Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter. Exemplos: ♦ manter = manutenção ♦ reter = retenção ♦ deter = detenção ♦ conter = contenção 3. Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce. Exemplos: ♦ alcance = alcançar ♦ lance = lançar S 1. Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e –ndir Exemplos: • pretender = pretensão • defender = defesa, defensivo • despender = despesa • compreender = compreensão • fundir = fusão • expandir = expansão 2. Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir. Exemplos: ♦ perverter = perversão ♦ converter = conversão ♦ reverter = reversão ♦ divertir = diversão ♦ aspergir = aspersão ♦ imergir = imersão 3. Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr. Exemplos: ♦ expelir = expulsão Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 6 ♦ impelir = impulso ♦ compelir = compulsório ♦ concorrer = concurso ♦ discorrer = discurso ♦ percorrer = percurso 4. Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo. Exemplos: ♦ gostosa ♦ glamorosa ♦ saboroso ♦ horroroso 5. Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize. Exemplos: ♦ fase ♦ crase ♦ tese ♦ osmose 6. Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa. Exemplos: ♦ poetisa ♦ profetisa ♦ Heloísa ♦ Marisa 7. Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. Exemplos: ♦ Eu pus ♦ Ele quis ♦ Nós usamos ♦ Eles quiseram ♦ Quando nós quisermos ♦ Se eles usassem Ç ou S? Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z. Exemplos: ♦ eleição ♦ traição ♦ Neusa ♦ coisa S ou Z? 1.-a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios. Exemplos: ♦ português ♦ norueguesa ♦ marquês ♦ duquesa ♦ Inês ♦ Teresa 1.-b) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade. Exemplos: ♦ embriaguez ♦ limpeza ♦ lucidez ♦ nobreza • acidez ♦ pobreza 2.-a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-. Exemplos: ♦ análise = analisar ♦ pesquisa = pesquisar ♦ paralisia = paralisar 2.-b) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-. Exemplos: ♦ economia = economizar ♦ terror = aterrorizar ♦ frágil = fragilizar Cuidado: ♦ catequese = catequizar ♦ síntese = sintetizar ♦ hipnose = hipnotizar ♦ batismo = batizar 3.-a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em - sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical. Exemplos: ♦ casinha ♦ asinha ♦ portuguesinho ♦ camponesinha ♦ Teresinha ♦ Inesita 3.-b) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em - zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical. Exemplos: ♦ mulherzinha ♦ arvorezinha ♦ alemãozinho ♦ aviãozinho ♦ pincelzinho ♦ corzinha SS 1. Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder. Exemplos: ♦ anteceder = antecessor ♦ exceder = excesso ♦ conceder = concessão Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 7 2. Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir. Exemplos: ♦ imprimir = impressão ♦ comprimir = compressa ♦ deprimir = depressivo 3. Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir. Exemplos: ♦ agredir = agressão ♦ progredir = progresso ♦ transgredir = transgressor 4. Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter. Exemplos: ♦ comprometer = compromisso ♦ intrometer = intromissão ♦ prometer = promessa ♦ remeter = remessa ÇS ou SS Em relação ao verbos terminados em -tir, teremos: 1. Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir. Exemplo: ♦ curtir - r + ção = curtição 2. Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante. Exemplo: ♦ divertir - tir + são = diversão 3. Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal. Exemplo: ♦ discutir - tir + ssão = discussão J 1. Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar. Exemplos: ♦ trajar = traje, eu trajei. ♦ encorajar = que eles encorajem ♦ viajar = que eles viajem 3. Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja. Exemplos: ♦ loja = lojista ♦ gorja = gorjeta ♦ canja = canjica 4. Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular. Exemplos: ♦ jeca ♦ jibóia ♦ jiló ♦ pajé G 1. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Exemplos: ♦ pedágio ♦ colégio ♦ sacrilégio ♦ prestígio ♦ relógio ♦ refúgio 2. Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar. Exemplos: ♦ a viagem ♦ a coragem ♦ a personagem ♦ a vernissagem ♦ a ferrugem ♦ a penugem Curiosidade: Em uma sala de aula uma professora explicava a seus alunos o uso do G e do J e uma aluna fez a seguinte pergunta: - Professora, Tigela ou Tijela? Beringela ou Berinjela? A professora percebeu que estava difícil de explicar o uso dessas duas letras então fez um exemplo para as crianças... - Vou simplificar para vocês... Para que vocês nunca esqueçam: TIGELA é com G e BERINJELA é com J.. Pensem comigo, a tigela é redonda e o G também, e a Berinjela é comprida igual o J. X 1. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha. Exemplos: ♦ mexilhão ♦ mexer ♦ mexerica ♦ México ♦ mexerico ♦ mexido 2. Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova. Exemplos: ♦ enxada ♦ enxerto ♦ enxerido ♦ enxurrada mas: ♦ cheio = encher, enchente ♦ charco = encharcar ♦ chiqueiro = enchiqueirar Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 8 3. Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache. Exemplos: ♦ ameixa ♦ deixar ♦ queixa ♦ feixe ♦ peixe ♦ gueixa UIR e OER Os verbosterminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-. Exemplos: ♦ tu possuis ♦ ele possui ♦ tu constróis ♦ ele constrói ♦ tu móis ♦ ele mói ♦ tu róis ♦ ele rói UAR e OAR Os verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritas com -e-. Exemplos: ♦ Que eu efetue ♦ Que tu efetues ♦ Que ele atenue ♦ Que nós atenuemos ♦ Que vós entoeis ♦ Que eles entoem H O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da tradição escrito do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego deve ser observadas: 1) Emprega-se o h quando a etimiologia ou a tradição escrito do nosso idioma assim determina. Ex: homem, higiene, honra, hoje, herói; 2) Emprega-se o h no final de algumas interjeições Ex: Oh! Ah! 3) No interior dos vocábulos não se usa h, exceto: - nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao primeiro. Ex: super-homem, pré história - quando ele faz parte de dígrafos ch, lh, nh. Ex: passarinho, palha, chuva USO DOS PORQUÊS Na língua portuguesa, existem quatro tipos de “porquês”. Eles são utilizados em ocasiões diferentes, mas é muito fácil se enganar em uma redação. Veja a diferença entre eles: Por que (separado sem acento) Usa-se esta forma para iniciar perguntas: - Por que fizeste isso? Podemos trocar o “por que” por “pelo qual motivo”, sem alterar o sentido: - Pelo qual motivo fizeste isso? Por que -> pelo qual motivo Porque (junto sem acento) Utilizamos esse formato para responder perguntas, exemplo: - Fiz isso porque era necessário É possível trocar o “porque” por “pois”, sem alterar o sentido: - Fiz isso pois era necessário Porque -> pois Por quê (separado com acento) Utiliza-se o “por quÊ” em final de frases: - Sabemos que você não compareceu à reunião, por quê? Porquê (junto com acento) Essa forma é utilizada quando o “porquê” tem função de substantivo: - Se ele fez isso, teve um porquê (motivo) - Gostaria de entender o porquê eu tenho que ir HÍFEN O que estabelece o novo acordo? 1) Nas formações com prefixos (ANTE, ANTI, ARQUI, AUTO, CIRCUM, CO, CONTRA, ENTRE, EXTRA, HIPER, INFRA, INTER, INTRA, SEMI, SOBRE, SUB, SUPER, SUPRA, ULTRA...) e em formações com falsos prefixos (AERO, FOTO, MACRO, MAXI, MEGA, MICRO, MINI, NEO, PROTO, PSEUDO, RETRO, TELE...), só se emprega o hífen nos seguintes casos: a) Nas formações em que o segundo elemento começa por “H”: (ante-histórico, anti-higiênico, anti-herói, anti- horário, auto-hipnose, circum-hospitalar, co-herdeiro, infra- hepático, inter-humano, hiper-hidratação, neo-hamburguês, pan-helênico, proto-história, semi-hospitalar, sobre-humano, sub-humano, super-homem, ultra-hiperbólico. Observação: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos “DES-” e “IN-” e nas quais o segundo elemento perdeu o “h” inicial: desumano, desarmonia, desumidificar, inábil, inumano... b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na MESMA VOGAL com que se inicia o segundo elemento: auto-observação, anti-imperialismo, anti-inflacionário, anti-inflamatório, arqui-inimigo, arqui- irmandade, contra-almirante, contra-ataque, infra-assinado, infra-axilar, intra-abdominal, proto-orgânico, semi- inconsciência, semi-interno, sobre-erguer, supra-anal, supra-auricular, ultra-aquecido, eletro-ótica, micro-onda, micro-ônibus... Observações: 1ª) Nas formações com o prefixo “CO-”, este aglutina-se (junta-se) em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por “o”: coobrigação, coocupante, cooperar, cooperação, coordenar... Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 9 2ª) Nas formações com os prefixos “CIRCUM-” e “PAN-”, quando o segundo elemento começa por “h”, vogal, “m” ou “n”, devemos usar o hífen: circum - hospitalar, circum- escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-americano, pan-mágico, pan-negritude... 2) Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE, se o segundo elemento começa por “s” ou “r”, devemos dobrar as consoantes, em vez de usar o hífen: Como era: auto-retrato, auto-serviço, auto-suficiente, auto-sustentável, contra-reforma, contra-senso, infra-renal, infra-som, intra- racial, neo-romântico, neo-socialismo, pseudo-rainha, pseudo-representação, pseudo-sábio, semi-reta, semi- selvagem, supra-renal, supra-sumo, ultra-radical, ultra- romântico, ultra-som, ultra-sonografia, ante-republicano, ante-sala, anti-rábico, anti-racista, anti-radical, anti-semita, anti-social, arqui-rival, arqui-sacerdote, sobre-renal, sobre- roda, sobre-saia, sobre-salto... Como fica: autorretrato, autosserviço, autossuficiente, autossustentável, contrarreforma, contrassenso, infrarrenal, infrassom, intrarracial, neorromântico, neossocialismo, pseudorrainha, pseudorrepresentação, pseudossábio, semirreta, semisselvagem, suprarrenal, suprassumo, ultrarradical, ultrarromântico, ultrassom, ultrassonografia, anterrepublicano, antessala, antirrábico, antirracista, antirradical, antissemita, antissocial, arquirrival, arquissacerdote, sobrerrenal, sobrerroda, sobressaia, sobressalto... Com os prefixos terminados em vogal, se o segundo elemento começa por uma vogal diferente, devemos escrever sem hífen: Como era: auto-adesivo, auto-análise, auto-idolatria, contra-espião, contra-indicação, contra-ordem, extra- escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-acadêmico, neo-irlandês, proto-evangelho, pseudo-artista, pseudo- edema, semi-aberto, semi-alfabetizado, semi-árido, semi- escravidão, semi-úmido, ultra-elevado, ultra-oceânico... Como fica: autoadesivo, autoanálise, autoidolatria, contraespião, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoacadêmico, neoirlandês, protoevangelho, pseudoartista, pseudoedema, semiaberto, semialfabetizado, semiárido, semiescravidão, semiúmido, ultraelevado, ultraoceânico... O que mudou e o que NÃO mudou? 1ª parte Uso do hífen com prefixos 1ª) Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA e ULTRA, segundo o novo acordo ortográfico, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou vogal igual à vogal final do prefixo: auto-hipnose, auto-observação; contra-almirante, contra- ataque; extra-hepático; infra-assinado, infra-hepático; intra- abdominal, intra-hepático; neo-hamburguês; proto-história, proto-orgânico; semi-inconsciência, semi-interno, supra- anal, supra-hepático; ultra-aquecido, ultra-hiperbólico. Observação: Com as demais letras, devemos escrever “tudo junto”, sem hífen (pela regra antiga, usávamos hífen quando a palavra seguinte começava por H, R, S e qualquer vogal): 1) autoadesivo, autoanálise, autobiografia, autoconfiança, autocontrole, autocrítica, autodestruição, autodidata, autoescola, autógrafo, autoidolatria, automedicação, automóvel, autopeça, autopiedade, autopromoção, autorretrato, autosserviço, autossuficiente, autossustentável, autoterapia; 2) contrabaixo, contraceptivo, contracheque, contradança, contradizer, contraespião, contrafilé, contragolpe, contraindicação, contramão, contraordem, contrapar tida, contrapeso, contraponto, contraproposta, contraprova, contrarreforma, contrassenso, contraveneno; 3) extraconjugal, extracurricular, extraditar, extraescolar, extragramatical, extrajudicial, extraoficial, extrapartidário, extraterreno, extraterrestre,extratropical, extravascular. 4) infracitado, infraestrutura, inframaxilar, infraocular, infrarrenal, infrassom, infravermelho, infravioleta; 5) intracelular, intracraniano, intracutâneo, intragrupal, intralinguístico, intramolecular, intramuscular, intranasal, intranet, intraocular, intrarracial, intratextual, intrauterino, intravenoso, intrazonal; 6) neoacadêmico, neobarroco, neoclassicismo, neocolonialismo, neofascismo, neofriburguense, neoirlandês, neolatino, neoliberal, neologismo, neonatal, neonazista, neorromântico, neossocialismo, neozelandês; 7) protocolar, protoevangelho, protofonia, protagonista, protoneurônio, prototórax, protótipo, protozoário. 8) pseudoartista, pseudocientífico, pseudoedema, pseudofilosofia, pseudofratura, pseudomembrana, pseudoparalisia, pseudopneumonia, pseudópode, pseudoproblema, pseudorrainha, pseudorrepresentação, pseudossábio; 9) semiaberto, semialfabetizado, semiárido, semibreve, semicírculo, semiconsciência, semidestruído, semideus, semiescravidão, semifinal, semiletrado, seminu, semirreta, semisselvagem, semitangente, semitotal, semiúmido, semivogal; 10) supracitado, supramencionado, suprapartidário, suprarrenal, suprassumo, supravaginal; 11) ultracansado, ultraelevado, ultrafamoso, ultrafecundo, ultrajudicial, ultraliberal, ultramarino, ultranacionalismo, ultraoceânico, ultrapassagem, ultrarradical, ultrarromântico, ultrassensível, ultrassom, ultrassonografia, ultravírus. 2ª) Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE, só devemos usar hífen se a palavra seguinte começar com “h” ou vogal igual à vogal final do prefixo (pela regra antiga, usávamos o hífen quando a palavra seguinte começava por H, R ou S): 1) antebraço, antecâmara, antecontrato, antediluviano, antegozar, ante-histórico, antejulgar, antemão, anteontem, Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 10 antepenúltimo, anteprojeto, anterrepublicano, antessala, antevéspera, antevisão; 2) antiabortivo, antiácido, antiaéreo, antialérgico, anticapitalista, anticlímax, anticoncepcional, antidepressivo, antidesportivo, antiético, antifebril, antigripal, anti- hemorrágico, anti-herói, anti-horário, anti-imperialismo, anti-inflacionário, antimíssil, antiofídico, antioxidante, antipatriótico, antirrábico, antirradicalista, antissemita, antissocial, antiterrorismo, antitetânico, antivírus; 3) arquibancada, arquidiocese, arquiduque, arqui- hipérbole, arqui-inimigo, arquimilionário, arquipélago, arquirrival, arquissacerdote; 4) sobreaviso, sobrebainha, sobrecapa, sobrecarga, sobrecomum, sobrecoxa, sobre-erguer, sobre-humano, sobreloja, sobremesa, sobrenatural, sobrenome, sobrepasso, sobrerrenal, sobrerroda, sobressaia, sobressalto, sobretaxa, sobretudo, sobreviver, sobrevoo. 3ª) Com os prefixos HIPER, INTER e SUPER, só haverá hífen se a palavra seguinte começar por “h” ou “r” (essa regra não foi alterada): 1) hiperativo, hiperglicemia, hiper- hidratação, hiper- humano, hiperinflação, hipermercado, hipermiopia, hiperprodução, hiper-realismo, hiper-reativo, hipersensibilidade, hipertensão, hipertiroidismo, hipertrofia,; 2) interação, interativo, intercâmbio, intercessão, interclubes, intercolegial, intercontinental, interdisciplinar, interescolar, interestadual, interface, inter-helênico, inter- humano, interlinguístico, interlocutor, intermunicipal, internacional, interocular, interplanetário, inter- racial, inter-regional, inter-relação, interseção, intertextualidade, intervocálico; 3) superaquecido, supercampeão, supercílio, superdosagem, superfaturado, super- habilidade, super- homem, superinvestidor, superleve, superlotado, supermercado, superpopulação, super- reativo, super- requintado, supersecreto, supersônico, supervalorizado, supervisionar. 4ª) Com o prefixo SUB, só haverá hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: subaquático, sub-base, subchefe, subclasse, subcomissão, subconjunto, subcutâneo, subdelegado, subdiretor, subdivisão, subeditor, subemprego, subentendido, subestimar, subfaturado, subgrupo, subitem, subjacente, subjugado, sublingual, sublocação, submundo, subnutrido, suboficial, subpovoado, subprefeito, sub-raça, sub-reino, sub- reitor, subseção, subsíndico, subsolo, subterrâneo, subtítulo, subtotal. Segundo a regra antiga, se a palavra seguinte começasse pela letra “H”, deveríamos escrever sem hífen: subepático e subumano. As novas edições de nossos principais dicionários já registram as formas com hífen, como prefere o novo acordo ortográfico: sub-hepático e sub-humano. 5ª) Vejamos alguns casos em que não se usava o hífen. Deveríamos escrever sempre “tudo junto” (= sem hífen). Segundo o novo acordo ortográfico, devemos usar o hífen se o segundo elemento começar por “h” ou por vogal igual à vogal final do pseudoprefixo: AERO – aeroespacial, aeronave, aeroporto; AGRO – agroindustrial; ANFI – anfiartrose, anfíbio, anfiteatro; AUDIO – audiograma, audiometria, audiovisual; BI(S) – bianual, bicampeão, bigamia, bisavô; BIO – biodegradável, biofísica, biorritmo; CARDIO – cardiopatia, cardiopulmonar; CENTRO – centroavante, centromédio; DE(S) – desacerto, desarmonia, despercebido; ELETRO – eletrocardiograma, eletrodoméstico; ESTEREO – estereofônico, estereofotografia; FOTO – fotogravura, fotomania, fotossíntese; HIDRO – hidroavião, hidroelétrico; MACRO – macroeconomia; MAXI – maxidesvalorização; MEGA – megaevento, megaempresário; MICRO – microcomputador, micro-onda; MINI – minidicionário, mini-hotel, minissaia; MONO – monobloco, monossílabo; MORFO – morfossintaxe, morfologia; MOTO – motociclismo, motosserra; MULTI – multicolorido, multissincronizado; NEURO – neurocirurgião; ONI – onipresente, onisciente; ORTO – ortografia, ortopedia; PARA – paramilitares, parapsicologia; PLURI – plurianual; PENTA – pentacampeão, pentassílabo; PNEUMO – pneumotórax, pneumologia; POLI – policromatismo, polissíndeto; PSICO – psicolinguística, psicossocial; QUADRI – quadrigêmeos; RADIO – radioamador; RE – reposição, rever, rerratificação; RETRO – retroagir, retroprojetor; SACRO – sacrossanto; SOCIO – sociolinguístico, sociopolítico; TELE – telecomunicações, televendas; TERMO – termodinâmica, termoelétrica; TETRA – tetracampeão, tetraplégico; TRI – tridimensional, tricampeão; UNI – unicelular; ZOO – zootecnia, zoológico. 6ª) Prefixos sempre seguidos de hífen: Além – além-mar, além-túmulo; Aquém – aquém-fronteiras, aquém-mar; Bem – bem-amado, bem-querer (exceções: bendizer, benquisto); Ex – (= anterior) – ex-senador, ex-esposa; Grã – grã-duquesa, grã-fino; Grão (= grande) – grão-duque, grão -mestre; Pós (tônico) – pós-moderno, pós-meridiano, pós-cabralino; Pré (tônico) – pré-nupcial, pré-estreia, pré - vestibular; Pró – pró-britânico, pró-governo; Recém – recém-chegado, recém-nascido, recém-nomeado; Sem – sem-número (= inúmeros), sem-terra, sem-teto, sem-vergonha; Sota/soto – sota-piloto, soto-mestre; Vice/vizo – vice-diretor, vizo-rei. Observação: Com o prefixo “CO-“, o uso do hífen era obrigatório: co- autor, co-fundador, co-seno, co -tangente... Com o novo acordo ortográfico, o hífen só será obrigatório se o segundo elemento começar por “H”: co-herdeiro, coautor, cofundador, cosseno, cotangente. Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 11 Nas formações com o prefixo “CO-“, este se aglutina em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por “o”: coobrigação, coocupante,cooperar, cooperação, coordenar... 2ª parte Devemos usar o hífen 1) Para dividir sílabas: or-to-gra-fi-a, gra-má-ti-ca, ter-ra, per-do-o, ál-co-ol, ra-i-nha, trans-for-mar, tran-sa-ção, su- bli-me, sub-li-nhar, rit-mo... 2) Com pronomes enclíticos e mesoclíticos: encontrei-o, recebê-lo, reunimo-nos, encontraram-no, dar-lhe, tornar-se- á, realizar-se-ia... 3) Antes de sufixos -( GU) AÇU, -MIRIM, -MOR: capim-açu, araçá-guaçu, araçá-mirim, guarda-mor... 4) Em compostos em que o primeiro elemento é forma apocopada (BEL-, GRÃ-, GRÃO- ...) ou verbal: bel-prazer, grã-fino, grão-duque, el-rei, arranha-céu, cata-vento, quebra-mola, para-lama, beija-flor... 5) Em nomes próprios compostos que se tornaram comuns: santo-antônio, dom-joão, gonçalo-alves... 6) Em nomes gentílicos: cabo-verdiano, porto-alegrense, espírito-santense, mato-grossense... 7) Em compostos em que o primeiro elemento é numeral: primeiro-ministro, primeira-dama, segunda-feira... 8) Em compostos homogêneos (dois adjetivos, dois verbos): técnico-científico, luso-brasileiro, azul-claro, quebra-quebra, corre-corre... 9) Em compostos de dois substantivos em que o segundo faz papel de adjetivo: carro-bomba, bomba-relógio, laranja- lima, manga-rosa, tamanduá-bandeira, caminhão-pipa... 10) Em composto em que os elementos, com sua estrutura e acento, perdem a sua significação original e formam uma nova unidade semântica: copo-de-leite, pé-de-moleque, couve-flor, tenente-coronel, pé-frio, unha-de-fome... TREMA (TOTALMENTE ABOLIDO) Como era? Usávamos o trema na letra “u” (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I. O objetivo do trema era distinguir a letra “u” muda (= não pronunciada) da letra “u” pronunciada: QUE = quente, questão, quesito; QÜE = freqüente, seqüestro, delinqüente; QUI = quilo, adquirir, química; QÜI = tranqüilo, eqüino, iniqüidade; GUE = guerra, sangue, larguemos; GÜE = agüentar, bilíngüe, enxagüemos; GUI = guitarra, distinguir, seguinte; GÜI = lingüiça, pingüim, argüir. Palavras que recebiam trema: agüentar, argüir, argüição, averigüemos, apazigüemos, bilíngüe, cinqüenta, conseqüência, conseqüente, delinqüência, delinqüente, deságüe, enxágüe, freqüência, freqüente, lingüiça, pingüim, qüinquagésimo, seqüência, seqüestro, tranqüilo... Palavras que não recebiam trema: adquirir, distinguir, distinguido, extinguido, extinguir, seguinte, por conseguinte, questão, questionar, questionário... Como fica? Todas sem trema: aguentar, arguir, arguição, averiguemos, apaziguemos, bilíngue, cinquenta, consequência, consequente, delinquência, delinquente, deságue, enxágue, frequência, frequente, linguiça, pinguim, quinquagésimo, quinquênio, quinquenal, sagui, sequência, sequestro, tranquilo. Observações: a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra “u”. b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra “u” estava seguida de “o” ou “a”: ambíguo, longínquo, averiguar, adequado... c) Se a letra “u”, antes de “e” ou “i”, fosse pronunciada e tônica, devíamos usar acento agudo em vez do trema: que ele averigúe, que eles apazigúem, ele argúi, eles argúem... Este acento também foi abolido: que ele averigue, que eles apaziguem, ele argui, eles arguem... d) Palavras com dupla pronúncia (o uso do trema era facultativo): antiguidade, antiquíssimo, equidistante, liquidação, liquidar, liquidez, liquidificador, líquido, sanguinário, sanguíneo. e) Também com dupla pronúncia (sempre sem trema): Catorze e quatorze Cota ou quota Cotizar ou quotizar Cotidiano ou quotidiano Como era Como fica pingüim pinguim tranqüilo tranquilo cinqüenta cinquenta SIGNIFICADO DAS PALAVRAS Para se entender o significado das palavras devemos conhecer o siginificado de sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos. O que é o Significado das Palavras? Palavras sinônimas - duas ou mais palavras que tem um significado semelhante ou o mesmo significado. Exemplos: casa / lar / moradia / residência longe / distante delicioso / saboroso carro / automóvel triste /melancólico resgatar / recuperar maciço / compacto Há dois tipos de sinônimos: - As palavras que se identificam exatamente são conhecidas como sinônimo perfeito (casa - lar). Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 12 - As palavras que se identificam por aproximadamente são conhecidas como sinônimos imperfeitos (esperar e aguardar). Palavras antônimas - duas ou mais palavras têm significados se opõe Exemplos: amor / ódio luz / trevas mal / bem ausência / presença fraco / forte claro / escuro subir / descer cheio / vazio possível / impossível Palavras homônimas - duas ou mais palavras apresentam a mesma grafia e a mesma pronúncia, mas possuem significados diferentes. Agora vou colocar "extrato" de tomate, para a carne. Agora tenho que ir ao banco pegar o "extrato". A "manga" da blusa era azul. A minha fruta preferida é a "manga". Eu "rio" tanto. Da minha casa eu consigo ver o "rio". Há três tipos de homônimos: Homônimos perfeitos onde as palvras possuem a mesma grafia e o mesmo som. Homem são (saúde), São João (título) São várias as causas Como vai? Eu como feijão Homônimos homófonos onde as palavras tem o mesmo som porém a grafia é diferente. sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de ceder); concerto (musical) e conserto (remendo). Homônimos homógrafos Têm a mesma grafia e sons diferentes. Almoço (ô) – substantivo Almoço (ó) – verbo Jogo (ô) – substantivo Jogo (ó) – verbo Para – preposição Pára – verbo Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na pronúncia. Exemplos : Infligir / infrigir Retificar / ratificar Vultoso / vultuoso Polissemia Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas: cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca) banco (instituição comercial financeira, assento) manga (parte da roupa, fruta) Acentuação gráfica A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais escritos sobre determinadas letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação do idioma. Entre estes sinais estão os diversos acentos gráficos, além do restante dos diacríticos, como o trema, por exemplo. Acentos gráficos e diacríticos ♦ o acento agudo ( ´ ) - colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo em, indica que essas letras representam as vogais tónicas / tônicas da palavra: carcará, caí, armazém. Sobre as letras e e o, indica, além de tonicidade, timbre aberto: lépido, céu, léxico. ♦ o acento circunflexo ( ^ ) - colocado sobre as letras a, e e o, indica, além de tonicidade, timbre fechado: lâmpada, pêssego, supôs, Atlântico. ♦ o til ( ~ ) - indica que as letras a e o representam vogais nasais: alemã, órgão, portão, expõe, corações, ímã. ♦ o acento grave ( ` ) - indica a ocorrência da fusão da preposição a com os artigos a e as, com os pronomes demonstrativos a e as e com a letra a inicial dos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: à, às, àquele, àquilo. OBS: Quando seguidas de m ou n, as letras a, e, o representam vogais nasais, comummente/comumente fechadas, recebem acento circunflexo, e não agudo. Ex: câmara, ânus. A única exceção ocorre nas terminações - em, -ens em que se usa acentoagudo [porém, contém, provém, parabéns], a não ser nas formas da 3ª pessoa do plural, quando passa a usar o circunflexo. OBS: Há palavras cujo o uso do acento agudo ou circunflexo pode ser escolhido pelo escritor como: Abdómen/Abdômen, Cómico/Cômico, Fénix/Fênix, Fónico/Fônico, Gémeo/Gêmeo, Pónei/Pônei, Tónico/Tônico, Vólei/Vôlei. Observação: ♦ o trema ( ¨ ) (abolido) – é apenas aplicado em palavras estrangeiras como sobrenomes, e.g. "Müller"). Regras básicas As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enquadram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguintes regras básicas: ♦ proparoxítonas - são todas acentuadas. Têm a antepenúltima sílaba tônica e, nesse caso, é a sílaba que leva acento. A vogal com timbre aberto é acentuada com um acento agudo, já a com timbre fechado ou nasal é acentuada com um acento circunflexo. É o caso de: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, ótimo, víssemos, flácido. ♦ paroxítonas - são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. Têm a penúltima sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em: o i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri. o u, us, um, uns, on, ons: vírus, bónus / bônus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns, nêutron, prótons. o l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix / ônix, fénix / fênix, bíceps, fórceps, Quéops. o ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos. Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 13 o ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água, árduo, pónei, cáries, mágoas, jóquei, jóqueis. ♦ oxítonas - Têm a última sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em: o a, as: Pará, vatapá, estás, irás, cajá. o e, es: você, café, Urupês, jacarés. o o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó. o em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém. ♦ monossílabos tónicos / tônicos - são acentuados os terminados em: o a, as: pá, vá, gás, Brás, cá, má. o e, es: pé, fé, mês, três, crê. o o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só. ♦ ditongo - abertos tónicos / tônicos quando em palavras oxítonas o éi: anéis, fiéis, papéis o éu: céu, troféu, véu o ói: constrói, dói, herói ♦ hiato - i e u nas condições: o sejam a segunda vogal tónica / tônica de um hiato; o formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba; o não sejam seguidas pelo dígrafo nh; o não forem repetidas (i-i ou u-u); o não sejam, quando em palavras paroxítonas, precedidas de ditongo; ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faísca: fa-ís-ca; viúvo; vi-ú-vo; heroína: he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de. ♦ Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u (seguidos ou não do s). Palavras como baú, saí, Anhagabaú, etc., são acentuadas não por serem oxítonas, mas por o i e o u formarem sílabas sozinhos, num hiato. ♦ Apesar de não poder ser considerado um caso de tonicidade, coloca-se um acento grave (`) na crase da preposição "a" com os artigos femininos "a", "as" e com os pronomes demonstrativos "aquele", "aqueles", "aquela", "aquelas", "aquilo": à, às, àquele, àquilo. Acento diferencial O acento diferencial é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. É utilizado nos seguintes casos: ♦ pôde (pret. perf. do ind. de poder) - pode (pres. do ind. de poder) ♦ pôr (verbo) - por (preposição) ♦ têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) - tem (terceira pessoa do singular do verbo ter) ♦ Os derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa do plural tem um acento circunflexo "^" mantém - mantêm ♦ vêm (terceira pessoa do plural do verbo vir) - vem (terceira pessoa do singular do verbo vir) ♦ Os derivados do verbo vir têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já a terceira pessoa do plural tem um acento circunflexo "^" provém - provêm ♦ fôrma (substantivo) - forma (substantivo e verbo)(opcionalmente) O acento em "fôrma" pode ser considerado opcional. ♦ chegámos (1ª pessoa do plural no pretérito - indicativo) chegamos (1ª pessoa do plural no presente - indicativo) (opcionalmente) O acento diferencial do pretérito é opcional. Após a Reforma Ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da escrita, porém, obviamente, a pronúncia continua a mesma. Acentuação após o acordo ortográfico: Posição da sílaba tônica: 1) Proparoxítona Sílaba tônica na antepenúltima: pálido; 2) Paroxítona Sílaba tônica na penúltima: palito; 3) Oxítona Sílaba tônica na última: paletó. Uso dos acentos gráficos: A) Regras básicas (nada muda com a nova reforma ortográfica): 1a-) Proparoxítonas: TODAS recebem acento gráfico: máximo, cálice, lâmpada, elétrico, estatística, ínterim, álcool, alcoólico... Observações: déficit (forma aportuguesada) ou deficit (forma latina = sem acento gráfico); habitat; sub judice (formas latinas); récorde (usual, mas sem registro nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da ABL) ou recorde (forma registrada). 2a-) Paroxítonas: Só recebem acento gráfico as terminadas em: ã(s) – ímã, órfã, ímãs, órfãs; ão(s) – órfão, bênção, órgãos, órfãos; i(s) – táxi, júri, lápis, tênis; us – vírus, bônus, ânus, Vênus; um, uns – álbum, álbuns, fórum, fóruns; ons – íons, prótons, nêutrons; ps – bíceps, tríceps, fórceps; R – éter, mártir, açúcar, júnior; X – tórax, ônix, látex, Fênix; N – hífen, pólen, próton, elétron; L – túnel, móvel, nível, amável; ditongos – secretária, área, cárie, séries, armário, prêmios, arbóreo, água, mágoa, tênue, mútuo, bilíngue, enxáguem, deságuam... Observações: Não recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em: a(s) – bola, fora, rubrica, bodas, caldas; e(s) – neve, aquele, cortes, dotes; o(s) – solo, coco, sapato, atos, rolos; em, ens – nuvem, item, hifens, ordens; am – falam, estavam, venderam, cantam. 3a-) Oxítonas: Só recebem acento gráfico as terminadas em: a(s) – sofá, atrás, maracujá, babás, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-lo-á; e(s) – café, pontapés, você, buquê, português, obtê-lo, recebê-la-á; o(s) – jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, após, dispô-lo; em, ens – além, alguém, também, parabéns, vinténs, ele intervém, tu intervéns. Observações: Não recebem acento gráfico as oxítonas terminadas em: i(s) – aqui, saci, Parati, anis, barris, adquiri-lo, impedi-la; u(s) – bauru, urubu, Nova Iguaçu, Bangu, cajus, expus; az, ez, oz – capaz, rapaz, talvez, xadrez, atroz, arroz; or – condor, impor, compor; im – ruim, assim, folhetim. 4a-) Monossílabas: – Só recebem acento gráfico as palavras tônicas (substantivos, adjetivos, verbos, pronomes, Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 14 advérbios, numerais) terminadas em: a(s) – pá, gás, má, más, ele dá, há, tu vás, dá-lo, já, lá; e(s) – fé, ré, pés, mês, que ele dê, ele vê, vê-los, tu lês, três; o(s) – pó, dó, nó, nós, cós, vós, pôs, pô-lo. Observações: a) Não recebem acento gráfico os monossílabos tônicos terminados em: i(s) – ti, si, bis, quis; u(s) – tu, cru, nus, pus; az, ez, oz – paz, traz, fez, vez, noz, voz; or – cor, for, dor; em, ens – bem, sem, trens, ele tem, ele vem, tu tens, tu vens. b) Não recebem acento gráfico os monossílabos átonos: artigos definidos: o, a, os, as; conjunções: e, mas, se, que; preposições: a, de, por; contrações (combinações): da, das, no, nos; pronomerelativo: que. c) A palavra QUE recebe acento circunflexo, quando substantivada ou no fim de frase, já que se torna uma palavra tônica: As crianças tinham um quê todo especial. Procurava não sabia o quê. Ele viajou por quê? Palavras com dupla pronúncia (com ou sem acento gráfico). Em negrito, está a forma preferencial: Vejamos alguns exemplos que já aparecem nas mais recentes edições de nossos principais dicionários e no Vocabulário Ortográfico publicado pela Academia Brasileira de Letras. 1. ACROBATA ou ACRÓBATA 2. AUTÓPSIA ou AUTOPSIA 3. BIÓPSIA ou BIOPSIA 4. BIOTIPO ou BIÓTIPO 5. BOEMIA ou BOÊMIA 6. CATÉTER ou CATETER 7. CRISÂNTEMO ou CRISANTEMO 8. DUPLEX ou DÚPLEX 9. HIEROGLIFO ou HIERÓGLIFO 10. NECRÓPSIA ou NECROPSIA 11. ÔMEGA ou OMEGA 12. ORTOEPIA ou ORTOÉPIA 13. PROJÉTIL ou PROJETIL 14. TRIPLEX ou TRÍPLEX 15. XÉROX e X E R OX Palavras que só admitem uma pronúncia, mas deixam dúvidas. (*marcamos a sílaba tônica, para reforçar a pronúncia culta) ACÓRDÃO (acordo judicial); ACORDÃO (aumentativo de acordo); AMBROSIA; ARGUI (ele = presente do indicativo); ARGUI (eu = pretérito perfeito do indicativo); CÁQUI (cor); CAQUI (fruta); CIRCUITO; CLITÓRIS; CLÍTORIS (pedra); DÉFICIT; ESTRATÉGIA; FILANTROPO; F LU I DO (substantivo); FLUÍDO (particípio do verbo FLUIR); FÔRMA; FORTUITO; GRATUITO; HABEAS CORPUS; HABITAT; IBERO; ÍNTERIM; LÁTEX; MAQUINARIA; MAQUINÁRIO; MISTER (necessário); MONÓLITO; NOBEL; OCEANIA; ÔNIX; RECORDE; RUBRICA; Obs.: Nos canais da Rede Globo e no Sistema Globo de Rádio, por opção, pronunciam “récorde”, como se fosse proparoxítona. B) Regras especiais 1ª) Regra dos hiatos (abolida pela reforma ortográfica): Como era? Todas as palavras terminadas em “oo(s)” e as formas verbais terminadas em “-eem” recebiam acento circunflexo: vôo, vôos, enjôo, enjôos, abençôo, perdôo; crêem, dêem, lêem, vêem. relêem, prevêem. Como fica? Sem acento: voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem, veem, releem, preveem. O que não muda? a) Eles têm e eles vêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER e VIR); b) Ele contém, detém, provém, intervém (terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir); c) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de TER e VIR). Como fica? ELE/ELA: -ê crê dê lê vê ELES/ELAS: -eem creem deem leem veem ELE/ELA: -em/ém tem vem contém provém ELES/ELAS: -êm têm vêm contêm provêm 2ª) Regra do “u” e do “i” (parcialmente abolida): O que não mudou? As vogais “i” e “u” recebem acento agudo sempre que formam hiato com a vogal anterior e ficam sozinhas na sílaba ou com “s”: Gra-ja-ú, ba-ú, sa-ú-de, vi-ú-va, con-te-ú-do, ga-ú-cho, eu re-ú-no, ele re-ú-ne, eu sa-ú-do; I-ca-ra-í, eu ca-í, eu sa-í, eu tra-í, o pa-ís, tu ca-ís-te, nós ca-í-mos, eles ca-í-ram, eu ca-í-a, ba-í-a, ra-í-zes, ju-í-za, ju-í-zes, pre-ju-í-zo, fa-ís-ca, pro-í-bo, je-su-í-ta, dis-tri-bu-í-do, con-tri-bu-í-do, a-tra-í- do... Observações: a) A vogal “i” tônica, antes de “NH”, não recebe acento agudo: rainha, bainha, tainha, moinho... b) Não há acento agudo quando o “u” e o “i” formam ditongo e não hiato: gra-tui-to, for-tuito, in-tui-to, cir-cui-to, mui-to, sai-a, bai-a, que eles cai-am, ele cai, ele sai, ele trai, os pais... c) Não há acento agudo quando as vogais “i” e “u” não estão isoladas na sílaba: ca-iu, ca-ir-mos, sa-in-do, ra-iz, ju- iz, ru-im, pa-ul... O que mudou? Perdem o acento agudo as palavras em que as vogais “i” e “u” formam hiato com um ditongo anterior: fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va... Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 15 Como era Como fica Feiúra feiura Baiúca baiuca Bocaiúva Bocaiuva 3ª) Regra dos ditongos abertos “éu”, “éi” e “ói” (parcialmente abolida): Como era? Acentuavam-se todas as palavras que apresentam ditongos abertos: ÉU: céu, réu, chapéu, troféus... ÉI: papéis, pastéis, anéis, idéia, assembléia... ÓI: dói, herói, eu apóio, esferóide... Observações: a) Não se acentuam os ditongos fechados: EU: seu, ateu, judeu, europeu... EI: lei, alheio, feia... OI: boi, coisa, o apoio... b) No Brasil, colmeia e centopeia são pronunciados com o timbre aberto. O que mudou? Perdem o acento agudo somente as palavras paroxítonas : ideia, epopeia, assembleia, jiboia, boia, eu apoio, ele apoia, esferoide, heroico... O que não mudou? O acento agudo permanece nas palavras oxítonas: dói, mói, rói, herói, anéis, papéis, pastéis, céu, réu, troféu, chapéus... 4ª) Regra do acento diferencial (parcialmente abolida): Como era? Recebiam acento gráfico as palavras homônimas homógrafas tônicas (para diferenciar das átonas): Ele pára (do verbo PARAR - só a 3a- pessoa do singular do presente do indicativo); Eu pélo, tu pélas e ele péla (do verbo PELAR); O pêlo, os pêlos (substantivo = cabelo, penugem); A pêra (substantivo = fruta – só no singular); O pólo, os pólos (substantivos = jogo ou extremidade). Como fica? Sem acento gráfico: Ele para (do verbo PARAR — 3a- pessoa do singular do presente do indicativo); Eu pelo, tu pelas, ele pela (do verbo PELAR); O pelo, os pelos (substantivo = cabelo, penugem); A pera (substantivo = fruta); O polo, os pólos (substantivos = jogo ou extremidade). O que não mudou? a) PÔR (verbo – infinitivo): “Ele deve pôr em prática tudo que aprendeu”; POR (preposição): “Ele vai por este caminho”; b) PÔDE é a 3a- pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: “Ontem ele não pôde resolver o problema”; PODE é a 3a- pessoa do singular do presente do indicativo: “Agora ele não pode sair.” Observação: Sugiro que acentuemos fôrma (“fôrma de pizza”), como orienta o dicionário Aurélio e como permite o novo acordo ortográfico, a fim de diferenciar de forma (“forma física ideal”). MORFOLOGIA Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos (elementos mórficos) que formam a palavra, denominados de morfemas. São os seguintes os morfemas da Língua Portuguesa. Radical: O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for modificada. Ex. falar, comer, dormir, casa, carro. Obs: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR Vogal Temática: Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence: ♦ 1ª conjugação = Verbos terminados em AR. ♦ 2ª conjugação = Verbos terminados em ER. ♦ 3ª conjugação = Verbos terminados em IR. Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer. Nos substantivos e adjetivos, são as vogais A, E, I, O e U, no final da palavra, evitando que ela termine em consoante. Por exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro, urubu. Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente. Tema: É a junção do radical com a vogal temática. Se não existir a vogal temática,o tema e o radical serão o mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a vogal temática - estuda, come, parti; em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No substantivo pasta, past é o radical, a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora, porque o radical é terminado pela vogal temática. Desinências: É a terminação das palavras, flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de modificá-las. Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os adjetivos em gênero e número. Existem dois tipos de desinências: Desinências verbais: Modo-temporais = indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais: Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 16 -va- e -ia- para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia. -ra- para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira. -ria- para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria. -sse- para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse. Número-pessoais: indicam a pessoa e o número. São três os grupos das desinências número-pessoais. Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram. Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem. Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam. Desinências nominais: de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. Por exemplo cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora. de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por exemplo: cadeiras, pedras, águas. Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles: Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral. Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente. Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro, canais. Morfemas Morfemas são as unidades mínimas de significação, sendo elementos constituintes dos vocábulos. São os elementos que compõem a estrutura lexical e gramatical dos vocábulos. Os morfemas podem ser classificados em morfemas lexicais e morfemas gramaticais. Morfema Gramatical Morfema gramatical é o instrumento gramatical que representa um contexto semântico específico interno à enunciação. Possuem significação interna à estrutura gramatical. Os morfemas gramaticais são os artigos, os afixos, as preposições, as conjunções, além de indicar o gênero, o número, os tempos verbais (morfemas flexionais). Exemplo: Observando o vocábulo casa e suas variações, pode-se identificar os morfemas gramaticais do seguinte modo: o morfema lexical do vocábulo “casa”, independente de suas variações , é cas-: cas-a, cas-arão, cas-ebre, cas- inha, simultaneamente. Enquanto o morfema lexical permanece o mesmo, os morfemas gramaticais variam de acordo com a significação específica que atribuem ao vocábulo. Morfema Lexical Morfema lexical é o morfema que representa a própria significação externa dos vocábulos. É a unidade que representa uma significação referente às noções gerais do mundo (designação de seres, ações, conceitos abstratos etc.). O morfema lexical no vocábulo é encontrado no seu núcleo de significação, denominado radical. Exemplos: O verbo comer apresenta o morfema lexical (com-): com-er, com-ida, com-ilança, com-ilão. Todas as derivações do vocábulo, portanto, recorrem a um mesmo morfema lexical, e diz-se então que o radical da palavra comer é sua parte invariável (com-). Há que só possuem o como elemento. Exemplos desse aspecto são os vocábulos mar, lápis, giz, Lua, Sol, luz, pé Morfemas são as unidades mínimas de significação, sendo elementos constituintes dos vocábulos. São os elementos que compõem a estrutura lexical e gramatical dos vocábulos. Os morfemas podem ser classificados em morfemas lexicais e morfemas gramaticais. Morfema Gramatical Morfema gramatical é o instrumento gramatical que representa um contexto semântico específico interno à enunciação. Possuem significação interna à estrutura gramatical. Os morfemas gramaticais são os artigos, os afixos, as preposições, as conjunções, além de indicar o gênero, o número, os tempos verbais (morfemas flexionais). Exemplo: Observando o vocábulo casa e suas variações, pode-se identificar os morfemas gramaticais do seguinte modo: o morfema lexical do vocábulo “casa”, independente de suas variações , é cas-: cas-a, cas-arão, cas-ebre, cas- inha, simultaneamente. Enquanto o morfema lexical permanece o mesmo, os morfemas gramaticais variam de acordo com a significação específica que atribuem ao vocábulo. Morfema Lexical Morfema lexical é o morfema que representa a própria significação externa dos vocábulos. É a unidade que representa uma significação referente às noções gerais do mundo (designação de seres, ações, conceitos abstratos etc.). O morfema lexical no vocábulo é encontrado no seu núcleo de significação, denominado radical. Exemplos: O verbo comer apresenta o morfema lexical (com-): com-er, com-ida, com-ilança, com-ilão. Todas as derivações do vocábulo, portanto, recorrem a um mesmo morfema lexical, e diz-se então que o radical da palavra comer é sua parte invariável (com-). Há que só possuem o como elemento. Exemplos desse aspecto são os vocábulos mar, lápis, giz, Lua, Sol, luz, pé Significados da palavras através de seus elementos mórficos Prefixos Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Prefixos de Origem Grega a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônico Língua Portuguesa Expressão Cultural Página 17 anfi- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos: anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti- : Oposição, ação contrária. Exemplos: antídoto, antipatia, antagonista, antítese apo- : Afastamento, separação. Exemplos: apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos: cataplasma, catálogo, catarata di-: Duplicidade. Exemplos: dissílabo, ditongo, dilema dia- : Movimento através de, afastamento.
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