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PEDAGOGIA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES

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35 
 
PEDAGOGIA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: 
QUAL É O PAPEL DO PEDAGOGO?* 
Pedagogy in non-scholar places: what is the role of the Educator? 
 
Giani Peres Pirozzi1 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho é fruto da disciplina de Pedagogia em Espaços Não Escolares ministrada 
pela primeira vez no CEUNSP em 2014. Uma das dificuldades encontradas foi a necessidade 
de buscar referências que pautassem as discussões em sala de aula. Com base na diferen-
ciação de educação formal, não formal e informal, foi possível ir além da delimitação espa-
cial para compreender o processo educativo como um todo. Dessa forma, buscou-se es-
pecificar os diferentes locais onde a educação acontece, além da educação formal: ONGs, 
circos, hospitais, empresas, museus, editoras, presídios e instituições correcionais, entre out-
ros. Sendo assim, além de compreender esses espaços onde ocorrem a educação, foi 
necessário também esmiuçar o perfil do pedagogo do século XXI, desde sua formação ini-
cial, voltada para a atuação em âmbito escolar, até sua formação holística, pautada numa 
atuação diferenciada em vários setores da sociedade. 
 
Palavras-chave: Pedagogia; Educação não-formal; Perfil profissional. 
 
 
ABSTRACT 
This paper is the result of the subject Pedagogia em Espaços Não Escolares (Pedagogy in 
Non-Scholar Places), offered for the first time by CEUNSP in 2014. One of the difficulties 
faced was the seek of good sources for classroom discussion. Based on the difference be-
tween formal, non-formal and informal education, it was possible to move beyond the spatial 
definitions to understand the educative process entirely. Thus, the aim of this paper was the 
specification of the several places where non-formal education could happen: NGOs, circus, 
hospitals, companies, museums, publishing houses, prisons and correctional institutions, 
among others. That said, besides understanding where education could take place, it was 
necessary to go over the Pedagogue profile in the 20th century, since the initial training, fo-
cused on the school, until its holistic formation, established in a wide range social actuation. 
 
Keywords: Pedagogy; Non-formal Education; Professional Profile. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Em sua etimologia, o termo pedagogo surgiu na Grécia Antiga e era aquele que 
“conduzia as crianças à escola”. Era o escravo condutor. Uma função não nobre. Como José 
 Carlos Libâneo (2001) nos coloca: “peda” – paidós, do grego = criança, e “gogia” = estudo/
ensino. Pedagogo, então, tem como caráter inicial, aquele que ensina as crianças. 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
*Este artigo foi escrito após ministrar a disciplina “Pedagogia em espaços não escolares”, no curso de Pedago-
gia, oferecida pela primeira vez no CEUNSP em 2014. 
1É pedagoga formada pela UNICAMP, psicopedagoga institucional, especialista em Educação Infantil e em 
Teorias e Métodos de Pesquisa em Educação Física, Esporte e Lazer. Professora Universitária pelo CEUNSP—
Itu. Coordenadora pedagógica na Escola SESI—Itu e contadora de história 
 36 
 
Talvez de longa data se associe o pedagogo à escola; contudo, o presente artigo 
visa discutir o papel do pedagogo para além dos muros escolares. Dessa forma, uma temática 
bem pertinente para a reflexão é a pedagogia em espaços não escolares, algo novo, que surge 
como uma reafirmação da função do pedagogo como um profissional da educação, tendo seu 
campo de atuação não se restringindo exclusivamente ao universo escolar. 
O filósofo e educador José Carlos Libâneo faz várias indagações sobre o que 
vem a ser o pedagogo e define: 
 
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, 
direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e 
assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação 
humana previamente definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 
2001, p. 11). 
 
Libâneo ainda aborda o que vem a ser pedagogia, diferenciando o trabalho peda-
gógico do trabalho docente, desmitificando que o pedagogo necessariamente precise tra-
balhar numa escola, exercendo a docência. Ele reafirma que a escola de hoje necessita, sim, 
de bons pedagogos escolares que tenham como premissa a arte de educar. 
O Conselho Nacional da Educação, por meio da Resolução CNE/CP/2006, insti-
tui as diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia. Este doc-
umento retrata o perfil do pedagogo disposto a trabalhar com educação em espaços escolares 
e também não escolares. Assim sendo, uma observação se faz necessária, que é conceituar o 
que vem a ser educação formal, não formal e informal, haja vista que o pedagogo não está 
habilitado a trabalhar única e exclusivamente com a educação formal. 
Alguns autores chegam a diferenciar somente educação formal e não formal, mas 
Maria da Glória Gohn (2006) faz uma distinção entre os seguintes conceitos: Educação For-
mal, Informal e acrescenta a Não-Formal. De modo breve, traz que: 
 
A princípio podemos demarcar seus campos de desenvolvimento: a educação for-
mal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a 
informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de social-
ização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas pró-
prias, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação não-formal é aquela 
que se aprende "no mundo da vida", via processos de compartilhamento de ex-
periências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas. (GOHN, 2006, 
p. 2-3) 
 
A educação não formal destaca os processos educativos que têm uma intencion-
alidade na ação, pois prevê troca de conhecimento, envolve um processo interativo de ensino 
e aprendizagem e corrobora com a construção de aprendizagens de saberes coletivos, que, 
por sua vez, não têm a formalidade do ensino regular, mas o pedagogo pode e deve atuar co-
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 37 
 
mo um agente educativo nos diferentes espaços em que ela funciona: Clubes, Centros Co-
munitários, ONGs, Organização Não-Governamental, Museus, etc. 
Paulo Roberto Padilha (2007) reforça que quando abordamos a educação não 
formal: “estamos nos referindo a toda e qualquer experiência e ação educacional que acon-
tece na sociedade, que esteja fora das escolas regulares”. Dessa forma, todo processo educa-
tivo para além dos muros escolares, que aconteça de forma intencional, corresponde à edu-
cação não formal. Ainda expõe que: “São geralmente, iniciativas da sociedade civil, institu-
cionais ou não, com ou sem apoio do Estado, que oferecem cursos voltados para as mais di-
versas modalidades educacionais.” (PADILHA, 2007, p. 90). 
Isso corrobora o pensamento de Gohn (op. cit.), ao afirmar que a educação não 
formal corresponde às aprendizagens políticas dos direitos dos indivíduos como cidadãos, 
também enfatiza a participação coletiva e o desenvolvimento de habilidades e potenciali-
dades. 
Na Resolução CNE/CP 1/2006 é apresentado, em parágrafo único, que as ativid-
ades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas e in-
stituições de ensino, englobando, entre outros itens, o item IV, que aborda o “trabalhar, em 
espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes 
fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educa-
tivo”. De acordo com o art. 6. Da Resolução CNE/CP 1/2006: 
 
A estrutura do curso de Pedagogia, respeitadas a diversidade nacional e a autono-
mia pedagógica das instituições, constituir-se-á de: I - um núcleo de estudos bási-
cos que, sem perder de vista a diversidade e a multiculturalidade da sociedade bra-
sileira, por meio do estudoacurado da literatura pertinente e de realidades educaci-
onais, assim como por meio de reflexão e ações críticas, articulará: 
a) aplicação de princípios, concepções e critérios oriundos de diferentes áreas do 
conhecimento, com pertinência ao campo da Pedagogia, que contribuam para o 
desenvolvimento das pessoas, das organizações e da sociedade; 
b) aplicação de princípios da gestão democrática em espaços escolares e não-
escolares; 
 
 Tendo o respaldo dessa legislação, faz-se mister rever também a formação do 
pedagogo que, via de regra, acaba primando pela docência como eixo central do trabalho 
desse profissional. É claro que a docência é o cerne da pedagogia, mas o campo de atuação 
do pedagogo não pode ser restrito à docência, uma vez que essa é uma das especificidades 
desse profissional. 
Com o intuito de desmitificar o papel do pedagogo como “professor”, algumas 
ressalvas são necessárias para discutir essa nova perspectiva, ressaltando que o pedagogo é 
mais, pois é um profissional da educação e não deve ter seu campo de ação restrito à escola. 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
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Lecionando em cursos de Pedagogia é nítida a impressão de que o ingressante 
nesse curso acaba assumindo algumas posturas e defende falas prematuras como: “Estou fa-
zendo pedagogia porque gosto de criança”; “Faço pedagogia porque quero ser professor(a)”; 
“Curso pedagogia porque anseio transmitir conhecimentos aos demais”... Essas e outras falas 
são recorrentes nos primeiros semestres do curso de Pedagogia. Entretanto, ao longo do cur-
so, o futuro pedagogo amplia sua visão e expande seus pensamentos, saindo desse senso co-
mum e incorporando em seus estudos outros ramos de atuação, além da docência em espaços 
formais, no tocante à escola. 
Para tal mudança de pensamento há a necessidade de rever os cursos de forma-
ção de Pedagogia pensando suas matrizes curriculares e oferecendo ao futuro graduado uma 
visão holística, em conformidade com as diretrizes educacionais. Essa proposta é reforçada 
por Ceroni (2006): 
 
Esse processo de transformação provoca a necessidade mais exigente de formação 
das competências a serem perseguidas em um ensino de qualidade. Com isso, am-
pliou-se a pesquisa científica na atividade acadêmica do educador, emergindo a 
preocupação com a gestão educacional, entendendo a instituição de ensino como 
berço do empreendedorismo que fomenta planejamento com propostas renovado-
ras, que analisam o eixo teórico-filosófico das relações educativas, tendo em vista 
os contextos sócio-econômicos e políticos. (CERONI, 2006, p. 6) 
 
A sociedade está em constante processo de mutação e os empregos vão sofrendo 
modificações ao longo dos anos. Desse modo, a formação do profissional da educação preci-
sa estar voltada para atender às novas demandas do mercado. O pedagogo, como já aborda-
do, pode atuar em espaços não escolares, assim, torna-se relevante ressaltar alguns dos locais 
que esse profissional poderia atuar: museus, ONGs (Organizações Não-Governamentais), 
hospitais, circos, empresas, editoras, presídios e instituições correcionais, sindicatos, em 
emissoras de TV e rádio, com foco na difusão cultural, entre outros. 
Como são campos de atuação relativamente novos, difícil torna-se a missão de 
encontrar publicações e referências bibliográficas que pautem esses novos espaços de atua-
ção do pedagogo. O presente estudo, por sua vez, tem como premissa oferecer uma visão 
concisa desses diferentes espaços, sem ter, de forma alguma, a intenção aligeirar conteúdos e 
referências, mas sim oferecer uma visão geral, planificando alguns dos diferentes espaços 
não escolares em que o pedagogo pode atuar. 
 
 
 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 39 
 
O PEDAGOGO NO CIRCO – DESAFIOS DE UMA PROFISSÃO 
Conforme informações obtidas na rádio Câmara de Brasília, Silvério (2014), o 
deputado Tiririca, é autor de uma proposta (PL 3543/12) que garante aos filhos de artistas de 
circo, entre quatro e dezessete anos, vaga nas escolas públicas ou particulares. O deputado 
acredita que o filho do circense tem dificuldade para estudar, pois a atividade exercida pelos 
pais é itinerante e as escolas não aceitam o aluno. Pare ele: 
 
O circo itinerário não para em um local. Ele passa 10 dias em um canto, sete dias 
em outros, um mês em outro. E aí as escolas não querem aceitar porque eles 
[filhos] não têm o currículo e o histórico. Então isso dificulta pra caramba para o 
filho de um artista circense estudar. (SILVERIO, 2014, p. 1) 
 
Essa é a realidade de muitas crianças e jovens circenses que, em virtude da reali-
dade itinerante do circo, são obrigados a ter um estudo fragmentado, com rupturas, que po-
dem gerar dificuldades de aprendizagem nos alunos, bem como problemas de adaptações em 
locais e culturas diferenciadas. 
O pedagogo circense pode atuar como um elo entre a escola formal e os alunos, 
fazendo a mediação pedagógica e proporcionando uma facilidade maior aos alunos em se 
adaptarem às diferentes cidades por onde passam. 
O aluno circense tem uma grande vantagem, pois tem contato direto com dife-
rentes culturas. Aprende curiosidades sobre regionalismos, conhece cidades, estados e regi-
ões bem diferentes do nosso país, o que permite uma formação multicultural e contato com a 
diversidade. Entretanto, há também um lado negativo, pois nem sempre a inserção desse alu-
no na escola formal é fácil. O tempo que eles ficam nas cidades pode variar e isso impacta na 
continuidade do ensino. O projeto de lei supracitado tem como premissa garantir um dos pi-
lares da Constituição Federal de 1988, o direito de todo indivíduo à educação, facilitando o 
acesso dos itinerantes nas escolas formais, auxiliando também o processo adaptativo desses 
alunos. 
O papel do pedagogo é algo novo no circo e pode servir como um mediador, 
aplicando uma espécie de reforço escolar e oferecendo suporte pedagógico aos estudantes. 
Relatos de pedagogos que atuam no circo demonstram que este profissional pode estabelecer 
ligação entre o conteúdo formal da escola e a bagagem cultural que os alunos trazem, contri-
buindo com a melhoria da qualidade do ensino. 
 
 
 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 40 
 
O TRABALHO DO PEDAGOGO EM MUSEUS 
Antes de abordar o papel do pedagogo no espaço educativo do museu, cabe res-
saltar o que vem a ser o próprio museu. Dessa forma, esse texto trabalha com a concepção 
posta por Reis e Pinheiro (2009) de que: 
 
Os museus, entendidos mais recentemente como um serviço público e centro de 
investigações e estudos dos mais complexos e variados, trazem em si mesmos a 
necessidade de transformações e inovações que passam pela pedagogia e pela didá-
tica de ensino, a fim de servirem como eixo transversal a ser impresso em todas 
ações museísticas, bem como a necessidade de formação educativa de todos os 
profissionais que por ali circulam com suas práticas específicas (REIS; PINHEI-
RO, 2009, p.40). 
 
Partindo desse contexto, o museu é um espaço em que vão coexistir diferentes 
profissionais da educação. O educador no museu pode ser um historiador, um pedagogo, um 
cientista social, ou até mesmo estagiários de graduação em pedagogia, história e outras licen-
ciaturas, que assumem a função de conduzir a visita de alunos e do público em geral para 
levá-los ao conhecimento das dependências dessa instituição, bem como refletir sobre expo-
sições em geral. 
No museu, o pedagogo trabalha simultaneamente com educação e cultura. Além 
de informar e guiar os visitantes, pode desempenhar outras funções como agendar visitas e 
adaptar conteúdos às diferentes faixas etárias dos visitantes. Pode e deve ser um mediadorentre a bagagem que os estudantes (visitantes) trazem e as informações/conhecimentos dis-
ponibilizados nos próprios museus. 
Antigamente, o museu carregava consigo o estereótipo de “lugar onde se encon-
tra coisa velha/antiga”, hoje essa perspectiva vem gradativamente sofrendo alterações e há 
museus específicos para diferentes áreas (Museu da Energia, Museu da Língua Portuguesa, 
museus de arte, museu de anatomia, museu de ciências e tecnologia, e outras tantas especifi-
cidades. Enfim, uma vasta gama para a atuação de diferentes profissionais da educação). 
Como bem expõe Reis e Pinheiro (op. cit.) além de haver especialistas nos mu-
seus, é preciso alguém cuja formação tenha caráter didático, com o intuito de oferecer a me-
diação pedagógica entre os visitantes e o conhecimento existente neste espaço de educação e 
cultura. 
O pedagogo, por sua vez, é um dos profissionais que podem trabalhar no museu 
e, além de oferecer orientação aos visitantes, é o responsável pela ligação entre a educação 
formal (escola) e a educação não formal, ainda que dentro do próprio museu, já que pode ter 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 41 
 
como intuito mediar discussões, possibilitar trocas de experiências, despertar debates e refle-
xões sobre diferentes assuntos, ampliando o cabedal cultural de quem visita esse espaço. 
Atuando nesse local, o pedagogo pode se deparar com alguns percalços, como, 
por exemplo, a escassez de recursos para o trabalho pedagógico, salários não tão atrativos, 
além de poder ser substituído, em muitos casos, por algum estudante de graduação que acaba 
realizando o estágio obrigatório para a formação acadêmica. 
Cabe ressaltar que, nessa perspectiva, o pedagogo pode ir além e organizar even-
tos no museu, a fim de atrair mais público, divulgar a instituição e possibilitar trocas de ex-
periências com os participantes. Para tanto, Reis e Pinheiro também reforçam que: 
 
se a formação necessária a todo movimento de mudança é tida também como auto-
formação, da qual a primeira não se desvincula, nossas reflexões podem vir a con-
tribuir para a construção de uma Pedagogia do Museu capaz de instaurar um proje-
to de educação que se inicie em cada espaço específico, em cada mínima ação que 
envolva o acervo, o patrimônio e demais elementos constitutivos dos espaços mu-
seológicos ressaltados em todas as suas dimensões...(REIS; SILVÉRIO, 2009, p. 
45). 
 
Enfim, essa foi uma breve apresentação das possibilidades de ações educativas 
que podem ser instauradas em museus, cuja finalidade maior é a divulgação de cultura, am-
pliação do saber científico, discussões e reflexões sobre os patrimônios históricos e culturais 
da humanidade. Assim, o pedagogo exerce seu papel social de mediador do conhecimento. 
 
ONG – ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAIS E O PAPEL DO PEDAGOGO 
Segundo Faria, a definição que se tem no site Infoescola é que “as ONGs 
(Organizações Não Governamentais) são organizações formadas pela sociedade civil, sem 
fins lucrativos, e que tem como missão a resolução de algum problema da sociedade, seja ele 
econômico, racial, ambiental (...)”. Desse modo, qualquer organização, seja ela uma funda-
ção, associação ou instituição, entra nessa categoria quando tem como fim maior a não gera-
ção de lucro, mas sim a prestação de serviços para a comunidade em geral. Faria ainda expõe 
que as ONGs também são chamadas de “terceiro setor”; embora essa definição não seja mui-
to clara, as organizações sem fins lucrativos são particulares ou públicas, desde que não te-
nham como principal objetivo a geração de lucros”. 
Esclarecido o conceito, faz-se necessário pensar qual o papel que o pedagogo 
pode desempenhar dentro dessas organizações. As funções são muitas, de acordo com o per-
fil de cada indivíduo. 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 42 
 
caráter social e, além de coordenar as ações e serviços dessas instituições, pode também con-
tribuir pedagogicamente, oferecendo oficinais (das mais variadas, como, por exemplo, artes, 
artesanato, esportes e danças, reciclagem, informática, aulas de reforço escolar, entre outros 
serviços prestados pela própria ONG). 
Na mesma pesquisa, Ceroni ainda afirma que mais de 75% dos entrevistados de 
seu estudo já havia trabalhado com a educação formal, mas que optaram por entrar nesse no-
vo ramo de atuação, tendo em vista uma pedagogia social. 
Como as ONGs não visam lucro, o papel do pedagogo dentro dessas instituições 
ou fundações acaba sendo de caráter social, com o objetivo de promover melhorias para a 
vida da comunidade assistida. Assim, o papel de conscientização é bem explorado, de acordo 
com o perfil da organização, que pode ser ambiental, social, educacional, responsabilidade 
social, etc. 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL – NOVOS HORIZONTES PARA ALÉM DA DO-
CÊNCIA 
A presença do pedagogo em empresas é algo que está crescendo a cada dia e, 
apesar e existirem alguns preconceitos com esse profissional, sua atuação já está se solidifi-
cando nesse campo. 
Maria Luiza Holtz (2006) detalha aspectos pertinentes às responsabilidades do 
pedagogo empresarial, entre os quais estão: 
 
1. Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvem a oti-
mização da produtividade das pessoas humanas (...); 
2. Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da Empresa 
onde trabalha. 
3. Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa - diri-
gentes e funcionários (...). 
4. Promover as condições e atividades práticas necessárias - treinamentos, eventos, 
reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, etc...;. 
5. Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das che-
fias para com os funcionários e destes para com as chefias (...); 
6. Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações pedagógicas, 
(HOLTZ, 2006, p. 15). 
 
Desse modo, são vastas as atribuições que esse profissional pode ter. No início, 
quando o pedagogo foi introduzido em empresas, este profissional tinha seu campo de atua-
ção delimitado ao setor de RH, investindo na contratação, fazendo entrevistas ou selecionan-
do candidatos de acordo com o perfil da empresa. Hoje, mais do que atuação no recrutamen-
to, o pedagogo empresarial atua como elemento central na organização empresarial, sendo 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 43 
 
responsável, muitas vezes, por capacitações e treinamentos, motivação na empresa, divulga-
ção do produto, gestão da qualidade, dinâmicas de grupo, entre outras ações. 
Ceroni (2006) expõe que o pedagogo na empresa pode atuar com “educação a 
distância, fundamentos para educação de adultos, recursos humanos, psicologia, dinâmica 
social, e novas tecnologias, área ligada ao mundo empresarial, curso direcionado para a área 
da educação”. 
A pedagogia empresarial é uma área que está crescendo e, a formação do peda-
gogo com disciplinas relacionadas à didática, à prática de ensino e docência de um modo 
geral, pode contribuir com a função comunicativa desse profissional na empresa. O pedago-
go necessita ser um bom comunicador, oferecendo orientações claras e precisas a todos os 
funcionários e sendo um elemento integrador de todo o grupo. 
Ainda hoje, em pleno Século XXI, ainda há em muitas empresas pessoas analfa-
betas ou com pouca experiência com o processo de leitura e escrita. O pedagogo pode atuar 
em salas improvisadas de alfabetização, com o objetivo, a princípio, de alfabetizar, mas tam-
bém de capacitar os profissionais para atingir os objetivos e primar pela missão da empresa. 
Na modalidade de EAD – Educação a Distância – o pedagogo também pode atu-
ar como tutor de cursos a distância,contribuindo com a formação do grupo. 
Dessa forma, o pedagogo empresarial é um profissional que pode atuar tanto na 
área pedagógica, de capacitação e formação continuada, na área social, na área administrati-
va de recursos humanos, entre outras funções que possam contar com sua força de trabalho 
nesse ambiente. 
 
A PEDAGOGIA HOSPITALAR: O PEDAGOGO E SUA AÇÃO HUMANIZADORA 
A pedagogia hospitalar não é nova. Segundo Adrieli Silva (2012), esse ramo sur-
giu na França, no período da II Guerra Mundial, ou seja, ainda na primeira metade do Século 
XX, quando muitas crianças sofreram com a violência da guerra e foram mutiladas. Silva 
reforça que “em 1939 foi criado o Centro Nacional de Estudos e de Formação para a Infân-
cia Inadaptadas de Surenes – CNEFEI, que criou um grupo de professores para trabalhar em 
hospitais”. Esse espaço assegurado num ambiente não escolar conquistou a primazia de pen-
sar sobre a especificidade da criança, primando pelo seu bem-estar físico e psíquico. Assim, 
Silva (2012) expõe que 
 
a pedagogia hospitalar foi criada para atender especificamente as crianças e adoles-
centes internados que estão fora da escola, dando apoio necessário para que os 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 44 
 
mesmos não percam o contato com o processo ensino aprendizagem. (SILVA, 
2012, [s. p.] documento da internet) 
 
Atualmente, vários hospitais contam com o trabalho da pedagogia hospitalar. 
Contudo, há variações no desempenho das funções que cada pedagogo pode assumir nesse 
espaço não escolar. O pedagogo no hospital acompanhará o aluno (criança ou adolescente) 
nos momentos de internação, reabilitação e recreação, podendo novamente desempenhar o 
papel de “ponte” entre a educação formal (escola) e a necessidade transitória de ausência es-
colar, para que seja garantida a continuidade do ano letivo, primando pelo não prejuízo peda-
gógico. 
Há hospitais que contam com uma “sala hospitalar” ou uma “brinquedoteca”, nas 
quais os pacientes podem buscar, de forma lúdica, o apoio emocional, a continuidade nos 
estudos, a recreação, o lazer, etc. O pedagogo pode vir a ser o mediador desse ambiente, ofe-
recendo apoio escolar, bem como atividades prazerosas. 
A resolução 41/1995 do CNDCA, que institui os direitos da criança e adolescen-
te hospitalizados, traz como direito da criança “desfrutar de alguma recreação, programas de 
educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no 
hospital” (CNDCA, 1995 apud SILVA, 2012). 
Explorando o aspecto lúdico, o pedagogo pode proporcionar momentos de brin-
cadeiras, jogos, recreações, contação de história, oficinas de arte... sempre respeitando a ne-
cessidade e a especificidade de cada paciente. Além disso, pode participar de grupos como 
os “Doutores da Alegria” (palhaços que buscam alegrar e amenizar o sofrimento dos internos 
contando piadas, realizando atividades lúdicas, resgatando o riso e oferecendo “força” nesses 
momentos difíceis). 
Além disso, o pedagogo hospitalar também oferece suporte pedagógico-
emocional aos pais e familiares, com o intuito de fortalecer a família para o enfrentamento 
das dificuldades momentâneas causadas por acidentes, doenças e outras ocorrências. 
Silva (op. cit.) ainda corrobora com o pensamento de que 
 
a pedagogia hospitalar dá suporte ao desenvolvimento de aprendizagem do aluno 
dentro do hospital, garantindo o direito da criança dar continuidade aos seus estu-
dos, motivando a mesma a continuar depois de sua alta do hospital (SILVA, 2012, 
[s. p.] – documento da internet). 
 
 
 
 
Revista Educare CEUNSP – Número 2, Volume 1 - 2014 
 45 
 
AS EDITORAS E A AÇÃO DO PEDAGOGO NESSE ESPAÇO NÃO ESCOLAR 
Dificilmente se encontra materiais bibliográficos em relação à temática do peda-
gogo atuando como profissional do ramo editorial. Quando muito, faz-se menção ao pedago-
go empresarial, considerando-se a editora uma espécie de empresa. 
Pesquisando e vislumbrando um novo campo de atuação, as editoras, que podem 
contratar pedagogos de forma registrada ou como freelancers, prestando serviços pedagógi-
cos à instituição em questão, formam uma área de atuação promissora ao pedagogo. 
Numa palestra com uma editora, os representantes desta explanaram sobre as 
possibilidades de trabalho que um pedagogo pode desempenhar nesse campo. Dentre elas, o 
pedagogo pode contribuir com materiais para publicação, sendo autor e coautor de livros di-
dáticos, de literatura e paradidáticos. Pode também realizar assessoria pedagógica, isto é, 
com base numa determinada obra, pode elaborar um material (encarte pedagógico), com su-
gestões e orientações didáticas aos professores que forem adotá-la. Podem atuar como avali-
adores dos conteúdos das obras, cuidando para que nenhum conceito equivocado seja publi-
cado, sendo, dessa forma, uma espécie de “revisor temático”, oferecendo suporte aos demais 
autores, desenvolvendo também projetos pedagógicos, cujo objetivo maior é a divulgação 
cultural de materiais (impressos, vídeos, áudios, etc.). 
Enfim, é um campo novo que tem tudo para despontar, ampliando o olhar do pe-
dagogo e contribuindo com uma visão holística de sua área. 
 
PRESÍDIOS E INSTITUIÇÕES CORRECIONAIS: O DESAFIO DA AÇÃO EDUCA-
TIVA PARA ALÉM DO CÁRCERE 
O papel do pedagogo em presídios e instituições correcionais é algo que merece 
muita atenção da sociedade. Raramente os cursos de formação de pedagogia oferecem for-
mação específica para essa ramificação. Poucos também são os estudos e pesquisas nessa 
área. 
Quando acessamos a mídia (virtual, impressa ou televisiva) as reportagens sobre 
a situação carcerária no Brasil remetem-nos a presídios superlotados, a rebeliões, ao custo 
altíssimo para manutenção desses locais, a condições muitas vezes sub-humanas. Esporadi-
camente ouve-se abordar sobre o processo de reabilitação do presidiário ou sobre o processo 
educativo/formativo que ele recebe e/ou que pode receber nesses espaços do cárcere. Dessa 
forma, supõe-se que poucos sejam os projetos formativos, de cunho pedagógico, existentes 
em presídios e instituições correcionais. Em alguns momentos, é mais frequente observar os 
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próprios presos aprendendo com outros presos, em virtude da ausência e/ou pouca disponibi-
lidade de programas que invistam na reabilitação e na ressocialização. 
A realidade é que 
 
o Brasil administra um dos dez maiores sistemas penitenciários do mundo, com 
quase 500.000 pessoas encarceradas ao final de 2009, distribuídos em mais de 
1.500 unidades prisionais, cerca de 200.000 mandatos de prisão não cumpridos e 
uma taxa de reincidência imprecisa, mas certamente acima de 50%. (SILVA, 2009, 
p.9 apud NEVES e VASQUEZ, 2010). 
 
O que fazer com tanta demanda carcerária? Será que todas as instituições conse-
guem promover espaços educativos e/ou de reabilitação do infrator na sociedade? Será que, 
após o cumprimento da pena, o ex-presidiário consegue se reestruturar e conviver harmoni-
camente na sociedade, tendo sua inserção social assegurada, com vistas ao mercado de traba-
lho, assegurando uma transformação de estilo de vida? 
Infelizmente essa é a realidade de raras exceções. Como os próprios dados esta-
tísticos asseguram, mais de 50% dos infratores acabam reincidindo na criminalidade. E outro 
dado preocupante também é que os dados acima ainda não trazem instituições correcionais 
para menores de idade, como a Fundação CASA. Desse modo, os índices acabam se tornan-
do cada vez mais assombrosos. 
Fernanda Bonatto e Romilda Teodora Ens (2006) realizaram um estudo numa 
instituição carcerária e relataram que: 
 
Os aspectoslevantados indicam e nos levam a compreender que o ensino prisional 
adequado constitui fator determinante e estratégico de uma reeducação apoiada na 
tendência progressiva a qual tem por fundamento a transformação social. (p. 4) 
 
Mas, diante dos fatos expostos, será que o sistema prisional está adequado e con-
tribuindo como alicerce para a transformação social? Qual o papel do pedagogo diante de 
toda essa situação? 
Os educadores sociais das penitenciárias são servidores públicos que prestam 
concurso para trabalhar com detentos, assessorando com educação, palestras de conscienti-
zação, aulas (alfabetização de adultos), tutores de EAD, dentre outras funções. Entretanto, na 
realidade há poucas vagas para esse mercado de trabalho e os educadores, muitas das vezes, 
acabam tendo desvio de função, cumprindo, entre outras funções, com o papel administrati-
vo dentro da instituição penitenciária. 
Segundo Neves e Vasquez (2010, p. 11), 
 
em linhas gerais, o educador social penitenciário interage diretamente com a popu-
lação carcerária para a efetivação das assistências e operacionalizar o acesso ao 
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trabalho que as pessoas que estão cumprindo pena e medidas de segurança têm 
direito. 
 
Cabe ressaltar que para cada detento há uma pena, classificada pelos crimes que 
cometeram e que determina os anos de reclusão que terão que cumprir. De acordo com esses 
diferentes crimes é que são propostas as ações para o educador no presídio e isso deixa níti-
do que o sistema penitenciário brasileiro necessita de urgente adequação à sociedade atual. 
Neves e Vasques (2010, p. 11) trazem um estudo que demonstra a realidade car-
cerária do Amapá, uma realidade que se reflete em boa parte dos estados brasileiros: 
 
 
A ressocialização, de fato e de direito, dentro do sistema prisional, com políticas de 
bem estar social precisam ser implementadas para esta parcela da população brasi-
leira. Os detentos, em sua maioria, são originários do mais baixo extrato social, 
onde o estudo, a educação, a formação moral e ética, na maior parte das vezes, é 
simplesmente ignorado, de modo que o esforço empregado pelo poder público ha-
verá de repercutir, resultando no crescimento do próprio detento e de seu círculo 
familiar, inclusive no incentivo para a adequada formação de seus filhos. Esse ca-
minho tem urgência e precisa ser seguido, dentro da ética, da moralidade, do pro-
fissionalismo de todos os servidores do sistema prisional. Assim, existe a possibili-
dade, de o interno vislumbrar um novo horizonte a sua frente (...). 
 
O pedagogo, como agente social, pode trabalhar com ações educativas nesses 
espaços, contribuindo com seu compromisso moral e ético, e poderá servir de inspiração pa-
ra os infratores e criminosos, para a mudança de vida, com o objetivo maior de reinserção e 
ressocialização do detentos. Outro aspecto a ser considerado é que o pedagogo pode atuar 
como tutor de EAD de cursos profissionalizantes, servindo de base para a profissionalização 
do interno, facilitando seu (re)ingresso no mercado de trabalho. 
 
CONCLUINDO... 
De uma forma geral, o perfil do pedagogo está mais consolidado tendo em vista 
essa gama de possibilidade de atuação. Como propõe Ceroni (op. cit.) o pedagogo precisa 
assumir um perfil, além daquele de sua formação específica, de um profissional flexível, 
com boa comunicação, com comprometimento, sabendo administrar conflitos, conseguir tra-
balhar sobre pressão (resiliência), ser eficiente e eficaz, ser criativo, demonstrar dinamismo, 
habilidade de planejamento, monitoramento e avaliação, dentre outros aspectos. 
O perfil, como fora descrito acima, é abrangente, tendo como exigências postu-
ras e atitudes necessárias a qualquer profissional. Assim, dentre essas características postas 
no próprio perfil do pedagogo, faz-se necessário refletir também sobre a necessidade que os 
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próprios cursos de Pedagogia têm de se atualizar e adequar às diretrizes e cargas horárias e 
às novas exigências do mercado de trabalho. 
Ministrar essa disciplina no curso de graduação em Pedagogia foi de grande va-
lia, pois os próprios alunos matriculados neste curso não tinham a dimensão do campo de 
atuação que o pedagogo pode ter nas diferentes esferas sociais. Desse modo, o educador, 
com enfoque na pedagogia social, pode atuar em diferentes locais, como fora mencionado 
aqui (museus, circos, presídios, hospitais, empresas, editoras, etc.), ampliando os horizontes 
educacionais, extrapolando o âmbito de atuação exclusivamente escolar. 
Para além dos muros escolares, esse artigo busca desmitificar os estereótipos que 
o pedagogo pode ter em sua atuação, limitando-o à docência. Em hipótese alguma, este tex-
to, acredita que a docência é limitadora. Muito pelo contrário, é uma atividade nobre, rele-
vante e que merece todo o respeito da sociedade. Contudo, o pedagogo pode ir além, ousar e 
ampliar sua atuação, se enveredando pela pedagogia social. 
Enfim, as características do perfil exposto acima são postas para o pedagogo atu-
ar tanto em espaços escolares como não escolares, cabendo perfeitamente em qualquer área 
de atuação, para que tenhamos em nossa sociedade profissionais de qualidade, que primem 
por uma profissão de responsabilidade e compromisso social, sob uma perspectiva holística, 
isto é, visando a formação integral dos indivíduos (física, intelectual, afetiva e social). 
 
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