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Princípio da Humanidade Rosseau – O Contrato Social “A guerra não é, pois, uma relação de homem a homem, mas sim, de Estado a Estado, na qual os particulares não são inimigos senão acidentalmente, não como homens, mas sim como cidadãos, ou como soldados, não como membros da pátria, mas como seus defensores. Sendo o fim da guerra a destruição do Estado inimigo, tem-se o direito de matar os defensores quando estejam de armas na mão, porém, uma vez elas entregues e eles rendidos, deixam de ser adversário e instrumentos do inimigo, transformando-se simplesmente em homens sobre cuja vida não há direito algum”. Princípio da Humanidade Cláusula Martens Os habitantes e combatentes permanecem sob a proteção dos princípios de direito das nações decorrentes dos costumes das nações civilizadas, do princípio da humanidade e dos ditames da consciência pública. Princípio da Humanidade Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais Artigo 1.º Princípios gerais e âmbitos de aplicação 1 - As Altas Partes Contratantes comprometem-se a respeitar e a fazer respeitar o presente Protocolo em todas as circunstâncias. 2 - Nos casos não previstos pelo presente Protocolo ou por outros acordos internacionais, as pessoas civis e os combatentes ficarão sob a protecção e autoridade dos princípios do direito internacional, tal como resulta do costume estabelecido, dos princípios humanitários e das exigências da consciência pública. Princípio da Necessidade Militar Código Lieber (1863) Art. 14 – Por necessidade militar, tal e qual como compreendem hoje as nações modernas e civilizadas, se entende a necessidade de medidas indispensáveis para alcançar os objetivos de guerra e que sejam lícitas segundo as leis e costumes da guerra. Art. 16 – A necessidade militar não admite crueldade - isto é, a imposição de sofrimento pelo sofrimento ou de vingança, nem mutilar ou ferir, exceto em luta, nem a tortura para extrair confissões. Não admite o uso de veneno de forma alguma, nem da devastação desenfreada de uma localidade. Em geral, a necessidade militar não inclui qualquer ato de hostilidade que torna o regresso à paz desnecessariamente difícil. Princípio da Necessidade Militar Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais Artigo 52.º 2 - Os ataques devem ser estritamente limitados aos objetivos militares. No que respeita aos bens, os objetivos militares são limitados aos que, pela sua natureza, localização, destino ou utilização contribuam efetivamente para a ação militar e cuja destruição total ou parcial, captura ou neutralização ofereça, na ocorrência, uma vantagem militar precisa. Princípio da Necessidade Militar – não é absoluto! Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais Artigo 54.º Protecção dos bens indispensáveis à sobrevivência da população civil 2 - É proibido utilizar a fome dos civis como método de guerra. É proibido atacar, destruir, retirar ou pôr fora de uso bens indispensáveis à sobrevivência da população civil, tais como os gêneros alimentícios e as zonas agrícolas que os produzem, as colheitas, gado, instalações e reservas de água potável e obras de irrigação, com vista a privar, pelo seu valor de subsistência, a população civil ou a Parte adversa, qualquer que seja o motivo que inspire aqueles atos, seja para provocar a fome das pessoas civis, a sua deslocação ou qualquer outro. 5 - Tendo em conta as exigências vitais de qualquer Parte no conflito para a defesa do seu território nacional contra a invasão, são permitidas a uma Parte no conflito, em território sob seu controlo, derrogações às proibições previstas no n.º 2, se necessidades militares imperiosas o exigirem. Princípio da Proporcionalidade Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais Artigo 35.º - 1 - Em qualquer conflito armado o direito de as Partes no conflito escolherem os métodos ou meios de guerra não é ilimitado. 2 - É proibido utilizar armas, projéteis e materiais, assim como métodos de guerra de natureza a causar danos supérfluos. 3 - É proibido utilizar métodos ou meios de guerra concebidos para causar, ou que se presume irão causar, danos extensos, duráveis e graves ao meio ambiente natural. Artigo 52º 2 - No que respeita aos ataques, devem ser tomadas as seguintes precauções: iii)Abster-se de lançar um ataque de que se possa esperar venha a causar incidentalmente perdas de vidas humanas na população civil, ferimentos nas pessoas civis, danos nos bens de caráter civil ou uma combinação dessas perdas e danos que seriam excessivos relativamente à vantagem militar concreta e direta esperada; Princípio da Limitação a) Limitação Ratione Loci – objetivos militares Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais -Artigo 52.º (...) 2 - Os ataques devem ser estritamente limitados aos objectivos militares. No que respeita aos bens, os objetivos militares são limitados aos que, pela sua natureza, localização, destino ou utilização contribuam efetivamente para a ação militar e cuja destruição total ou parcial, captura ou neutralização ofereça, na ocorrência, uma vantagem militar precisa. - Convenção Haia para Proteção Bens Culturais (1954) Princípio da Limitação b) Limitação Ratione Personae – forças militares Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais - Artigo 51.º Proteção da população civil 1 - A população civil e as pessoas civis gozam de uma proteção geral contra os perigos resultantes de operações militares. De forma a tornar essa proteção efetiva, as regras seguintes, que se aditam às outras regras do direito internacional aplicável, devem ser observadas em todas as circunstâncias. 2 - Nem a população civil enquanto tal nem as pessoas civis devem ser objeto de ataques. São proibidos os atos ou ameaças de violência cujo objetivo principal seja espalhar o terror entre a população civil. Princípio da Limitação c) Limitação Ratione Conditions – condições militares. Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais - Artigo 51.º 4 - Os ataques indiscriminados são proibidos. Pela expressão «ataques indiscriminados» designam-se: a) Os ataques não dirigidos contra um objetivo militar determinado; b) Os ataques em que sejam utilizados métodos ou meios de combate que não possam ser dirigidos contra um objetivo militar determinado; ou c) Os ataques em que sejam utilizados métodos ou meios de combate cujos efeitos não possam ser limitados, como prescrito pelo presente Protocolo; e que consequentemente são, em cada um desses casos, próprios para atingir indistintamente objetivos militares e pessoas civis ou bens de caráter civil. Princípio da Limitação c) Limitação Ratione Conditions – condições militares. Artigo 37.º -Proibição da perfídia 1 - É proibido matar, ferir ou capturar um adversário recorrendo à perfídia. Constituem perfídia os actos que apelem, com intenção de enganar, à boa fé de um adversário para lhe fazer crer que tem o direito de receber ou a obrigação de assegurar a protecção prevista pelas regras do direito internacional aplicável nos conflitos armados. São exemplo de perfídia os actos seguintes: a) Simular a intenção de negociar a coberto da bandeira parlamentar, ou simular a rendição; b) Simular uma incapacidade causada por ferimentos ou doença; c) Simular ter estatuto de civil ou de não combatente; d) Simular ter um estatuto protegido utilizando sinais, emblemas ou uniformes das Nações Unidas, Estados neutros ou de outros Estados não Partes no conflito. Princípio da Limitação c) Limitação RationeConditions – condições militares. Artigo 37.º -Proibição da perfídia 2 - As astúcias de guerra não são proibidas. Constituem astúcias de guerra os actos que têm por fim induzir um adversário em erro ou fazer-lhe cometer imprudências, mas que não violem nenhuma regra do direito internacional aplicável aos conflitos armados e que, não apelando à boa fé do adversário no respeitante à protecção prevista por aquele direito, não são perfídias. Os actos seguintes são exemplos de astúcias de guerra: uso de camuflagem, engodos, operações simuladas e falsas informações. Princípio da Distinção Protocolo I - Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais Artigo 48.º - Regra fundamental De forma a assegurar o respeito e a proteção da população civil e dos bens de caráter civil, as Partes no conflito devem sempre fazer a distinção entre população civil e combatentes, assim como entre bens de caráter civil e objetivos militares, devendo, portanto, dirigir as suas operações unicamente contra objetivos militares. Síntese dos Princípios – Miniconvenção Artigo 3.º das I, II, III e IV Convenções de 1949 1) As pessoas que não tomem parte diretamente nas hostilidades, incluindo os membros das forças armadas que tenham deposto as armas e as pessoas que tenham sido postas fora de combate por doença, ferimentos, detenção, ou por qualquer outra causa, serão, em todas as circunstâncias, tratadas com humanidade, sem nenhuma distinção de caráter desfavorável baseada na raça, cor, religião ou crença, sexo, nascimento ou fortuna, ou qualquer outro critério análogo. Para este efeito, são e manter-se-ão proibidas, em qualquer ocasião e lugar, relativamente às pessoas acima mencionadas: a) As ofensas contra a vida e a integridade física, especialmente o homicídio sob todas as formas, mutilações, tratamentos cruéis, torturas e suplícios; b) A tomada de reféns; Síntese dos Princípios – Miniconvenção Artigo 3.º das I, II, III e IV Convenções de 1949 c) As ofensas à dignidade das pessoas, especialmente os tratamentos humilhantes e degradantes; d) As condenações proferidas e as execuções efetuadas sem prévio julgamento, realizado por um tribunal regularmente constituído, que ofereça todas as garantias judiciais reconhecidas como indispensáveis pelos povos civilizados. 2) Os feridos e doentes serão recolhidos e tratados. Um organismo humanitário imparcial, como a Comissão Internacional da Cruz Vermelha, poderá oferecer os seus serviços às partes no conflito. As Partes no conflito esforçar-se-ão também por pôr em vigor, por meio de acordos especiais, todas ou parte das restantes disposições da presente Convenção. A aplicação das disposições precedentes não afetará o estatuto jurídico das Partes no conflito.
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