SEMINÁRIO - Programa de alongamento em idosos da estratégia saúde da família da praia do Siqueira – Cabo frio

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Programa de alongamento em idosos da estratégia saúde da família da praia do Siqueira – Cabo frio
Carinne Viana Simões¹, Cláudia Cristina Vidal Marinho¹, Giselle da Silva Pinheiro¹, Mariana de Castro Badi Barbosa¹, Mirian Terto Floriano Sampaio¹, Luana Martins², Paula Soares².
¹ Acadêmicos 7º período de Fisioterapia da UNESA Cabo Frio, estagiárias da ESF Praia do Siqueira.
² Preceptoras de Estágio de Fisioterapia da UNESA Cabo Frio.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento é caracterizado pelo aumento da idade na proporção da população. Para países em desenvolvimento, como o Brasil, considera-se uma pessoa idosa a partir de sessenta anos de idade e, para os países desenvolvidos, a partir dos sessenta e cinco anos. Esse processo ocorre como consequência da queda da fecundidade aliada ao aumento da expectativa de vida e à redução da mortalidade (GALLON; GOMES, 2011).
O envelhecimento é um fenômeno fisiológico, pois ocorre em todo ser humano, e é um processo progressivo. Envelhecer não é patológico. O que é patológico é a senilidade, que não acompanha necessariamente o envelhecimento. Nesse caso, o organismo deixa de ser auto-suficiente para as tarefas cotidianas (FERREIRA, 2007).
Existe uma série de alterações estruturais e funcionais que ocorrem nos seres humanos no processo de envelhecimento. Entre as mudanças, as que mais contribuem para a perda de autonomia funcional são as reduções no músculo, flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória (LOCKS et. al., 2012). 
A flexibilidade é definida como à amplitude de movimento da articulação, e a sua diminuição pode ser causada por limitação muscular e/ou por estruturas que dão estabilidade articular. Com o aumento da idade ela diminui devido à deficiência do colágeno, fazendo com que haja a perda da elasticidade muscular, levando a deterioração da cápsula articular, ligamento, tendão e líquido sinovial. A flexibilidade tem papel importante nos idosos devido a sua atuação nas atividades diárias sendo responsável por realizar os movimentos com maior ou menor facilidade (TOZIM et. al., 2014).
O alongamento visa à manutenção ou aumento dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física possível (ROSA, 2012). O alongamento muscular tem sido descrito como a melhor intervenção para diminuir ou evitar a perda de massa muscular, mobilidade, equilíbrio e flexibilidade em idosos. Os exercícios de alongamento muscular estão entre os mais comumente utilizados na reabilitação são técnicas utilizadas para aumentar a extensibilidade musculotendínea e do tecido conjuntivo muscular contribuindo para aumentar a flexibilidade (ALMEIDA et.al., 2009).
O alongamento evita a hipomobilidade, rigidez dos tecidos moles, perda potencial da amplitude de movimento (ADM), desenvolvimento de contraturas e encurtamentos. 
Um programa de fisioterapia que envolve alongamento e equilíbrio pode contribuir para manter a qualidade de vida e melhorar alguns aspectos psicológicos entre idosas. Ele também pode trazer alguma melhora para o desenvolvimento social, meio ambiente e aspectos físicos entre os participantes. Além disso, é um programa eficaz que tem condições de ser aplicado no Brasil através da Estratégia Saúde da Família (ESF) (AVEIRO et.al., 2013).
A atenção básica desenvolve-se alicerçada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade. Se expressa, principalmente, através da ESF, na tentativa de organizar a atenção básica, assumindo o compromisso de ser a porta de entrada do sistema de saúde, com práticas humanizadas, integrais, equânimes e com participação social, além de obedecer ao nível de complexidade de cada indivíduo, realizando a prevenção de doenças, promoção da saúde e busca da qualidade de vida dos usuários (FILHO; AVEIRO, 2012). 
Com a necessidade de ampliação desses cuidados surge os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que têm como objetivo ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços na tentativa de melhorar a assistência ao indivíduo (LINHARES et.al., 2010). 
O profissional atuante no NASF deve realizar suas ações de acordo com algumas diretrizes relativas à Atenção Primária à Saúde como. A Portaria do NASF propõe que o fisioterapeuta deve acolher os usuários que necessitam de cuidados de reabilitação, orientando, atendendo e acompanhando os mesmos de acordo com a necessidade específica de cada um. Assim como orienta, também, ao profissional realizar visitas domiciliares na tentativa de promover orientações ao usuário e aos cuidadores (FORMIGA e RIBEIRO, 2012).
O objetivo do estudo foi analisar o nível da amplitude de movimento dos idosos após um programa de alongamento na estratégia saúde da família Praia do Siqueira Cabo Frio
METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Estratégia Saúde da Família (ESF) localizada no bairro da Praia do Siqueira no município de Cabo Frio- Rj, sendo realizada em um período de três meses, por acadêmicos estagiários do curso de fisioterapia na Universidade Estácio de Sá, sob a supervisão de um fisioterapeuta. 
Foi determinado como critérios de inclusão pacientes com dor na região lombar e na articulação da cervical, com idade de 60 a 75 anos, e com restrição de arco de movimento, como critérios de exclusão pacientes com frequência menor de duas vezes por semana.
A pesquisa foi realizada com sete idosos de ambos os sexos, sedentários e capazes de realizar suas atividades de vida diária. Os idosos participantes do estudo tiveram frequência de três vezes por semana durante dois meses e três semanas com sessões de alongamento com duração de 40 minutos onde foram realizados alongamentos de ísquios, piriforme, quadríceps e gastrocnêmios, membros superiores, bíceps, tríceps, esternocleidomastoideo (ECOM), músculos flexores e extensores da mão, peitorais, trapézio, foi realizado o protocolo de Wiliams, elevação de quadril, cada alongamento foi realizado com duração de 20 segundos com repetição de três vezes. Antes de qualquer atividade foi realizada a aferição da pressão arterial (PA) com o esfigmomanômetro da marca BIC. Para coleta de dados foi realizada através do goniômetro da marca Carci seguindo o protocolo da American Academy of Orthopaedic Surgeons ( DANTAS,2005), afim de avaliar a amplitude de movimento em flexão e extensão da cervical, flexão do quadril e flexão lombar antes de dar início as sessões de alongamento e no final do estudo. 
Três idosos foram excluídos do estudo por ter frequência inferior a três sessões de alongamento.
RESULTADOS
A análise e a comparação dos dados coletados no início e ao final dos três meses houve melhora ocorrendo um ganho considerável na amplitude de movimento (ADM) na região lombar, na articulação do quadril e da cervical, após as sessões de alongamento. 
Avaliação Goniométrica:
Indivíduo I: 
	Padrão normal*
	Avaliação 19/03/2015
	Reavaliação 20/05/2015
	Flexão lombar 80º
	Flexão lombar: 20º
	30º
	Flexão do quadril 120º
	Flexão do quadril: 90º
	109º
	Flexão cervical 45º
	Flexão cervical: 35º
	59º
	Extensão cervical 45º
	Extensão cervical: 22º
	51º
Indivíduo II:
	Padrão normal*
	Avaliação 19/03/2015
	Reavaliação 20/05/2015
	Flexão lombar 80º
	Flexão lombar: 8º
	22º
	Flexão do quadril 120º
	Flexão do quadril: 50º
	80º
	Flexão cervical 45º
	Flexão cervical: 29º
	42º
	Extensão cervical 45º
	Extensão cervical: 45º
	48º
Indivíduo III:
	Padrão normal*
	Avaliação 19/03/2015
	Reavaliação 20/05/2015
	Flexão lombar 80º
	Flexão lombar: 8º
	10º
	Flexão do quadril 120º
	Flexão do quadril: 60º
	65º
	Flexão cervical 45º
	Flexão cervical: 28º
	30º
	Extensão cervical 45º
	Extensão cervical: 30º
	35º
No início foi encontrada uma média de 12º em flexão da região lombar,66,6°na flexão da articulação do quadril, 30,6° na região cervical (flexão) e 33,3° na região cervical (extensão). No final dos três meses de aplicação do alongamento, observou-se uma média de 20,6° em flexão da na região lombar, 84,6° na flexão da articulação do quadril, 43,6° na região cervical (flexão) e 44,6° na região cervical (extensão) o que mostrou a eficiência da técnica realizada no presente experimento.
DISCUSSÃO	
Como se pode observar nos resultados referentes à amplitude de movimento (ADM), houve um ganho significativo após o programa de alongamento em idosos. Os autores VIEIRA et. al., 2004, realizou a mesma técnica com 14 indivíduos que participaram ativamente do estudo e também foi realizada a avaliação goniométrica, com cada alongamento com 3 repetições no período de 30 segundos , se pode observar um ganho significativo da amplitude de movimento.PINHEIROS, GÓES, 2010, constataram que exercícios de alongamento aumentam a extensão dos tecidos moles e restauram o comprimento muscular. O alongamento produz efeitos imediatos e uma única sessão é capaz de melhorar a extensibilidade muscular e mobilidade articular. O que também foi comprovado neste estudo que os exercícios de alongamento foram eficazes no aumento da amplitude de movimento.
Quanto a duração da sustentação de cada alongamento, Knight et al. diz que o alongamento não se torna eficaz quando utilizado por menos de 6 segundos,mas é eficiente quando utilizado de 15 a 30 segundos. Concordamos com o autor, pois foi provado que alongamentos com duração de 15 a 20 segundos, repetidos durante três vezes já é possível notar diferenças na ADM dos pacientes.
Portanto é imprescindível a conscientização da importância do trabalho de profissionais da área de fisioterapia, pois a atividade física é um meio simples e de baixo custo capaz de promover saúde, independência e qualidade de vida nesta etapa de nossas vidas.
CONCLUSÃO	
Neste sentido o grupo de alongamento da presente pesquisa objetiva-se em apresentar os benefícios que a técnica envolve na implementação de um grupo de alongamento em um estágio universitário, e exemplificar a aplicabilidade deste tipo de intervenção em idosos. 
Devido ao apoio fornecido pela Universidade Estácio de Sá e a facilidade de compreensão e aplicabilidade dos exercícios realizados no grupo de alongamento, este surge como uma alternativa relativamente simples a ser implantada. Além disso, observou-se uma alteração positiva no ganho de amplitude de movimento no grupo de idosos participantes. Dessa forma a implementação de outros grupos, em diferentes locais deve ser incentivada. Vale ressaltar que a participação multidisciplinar em saúde enriqueceria ainda mais os benefícios proporcionados por esse tipo de intervenção para indivíduos idosos.
REFERÊNCIAS
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*Padrão de normalidade seguido de acordo com o protocolo da American Academy of Orthopaedic Surgeons ( DANTAS,2005)
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