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05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 1/19 821. 822. Capítulo XXIX TÍTULO JUDICIAL ILÍQUIDO § 103. LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA GENÉRICA Sumário: 821. Sentença ilíquida. 822. Execução da sentença ilíquida. 823. Liquidação de sentença declaratória e de outros títulos judiciais. 824. Casos de iliquidez da sentença. 825. Natureza jurídica da liquidação da sentença. 826. A liquidação e os honorários advocatícios. 827. Limites da liquidação. 828. Contraditório. 829. Liquidez parcial da sentença. 830. Liquidação por iniciativa do vencido. 831. Recursos. 832. Liquidação frustrada. Sentença ilíquida O processo de conhecimento está preparado para atingir um provimento jurisdicional que ponha fim à controvérsia instalada entre as partes. É a sentença que cumpre essa função, realizando o acertamento da situação litigiosa. Com sua publicação o juiz apresenta o provimento devido aos sujeitos da lide e não mais pode discutila ou modificála (NCPC, art. 494).1Considerase solucionado o mérito da causa (art. 487).2 Eliminado o litígio com o acertamento da relação jurídica entre as partes, o direito reconhecido ao vencedor pode ser satisfeito voluntariamente pelo vencido, e não haverá mais ensejo para a atuação da Justiça. Mas, sem embargo do pronunciamento judicial, a pretensão do credor pode continuar insatisfeita. Surge, então, a necessidade de voltar perante os órgãos judiciários em busca de novas providências para que o direito proclamado na sentença seja tornado efetivo. Esta tarefa é a finalidade, o objeto da execução forçada, que outrora se promovia numa nova relação processual, independente e autônoma diante do processo de conhecimento, mas que, após a reforma do processo civil brasileiro, passou à categoria de simples incidente complementar da condenação. As sentenças condenatórias, contudo, embora sejam as que tipicamente se destinam a ensejar a execução, nem sempre o fazem imediatamente. Se sempre declaram a certeza do crédito do vencedor, nem sempre são precisas quanto ao valor da dívida ou à individuação do objeto da prestação. Às vezes ficam apenas no campo da generalidade, sem descer à espécie do bem da vida a ser prestado. Existem, nessa ordem de ideias, sentenças líquidas e sentenças ilíquidas. Execução da sentença ilíquida Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação ou não lhe individua o objeto. Essa condição é incompatível com a índole do processo executivo que pressupõe, sempre, a lastreálo um título representativo de obrigação certa, líquida e exigível (NCPC, art. 783).3 Como é sabido, a atividade própria da execução forçada não é de índole contraditória, no que diz respeito à obrigação do executado. Não se presta aacertamento ou definição, mas apenas e tão somente à realização prática de uma situação jurídica, cuja certeza e legitimidade já se encontram demonstradas no título executivo. A cognição do juiz fica, destarte, limitada à comprovação de existência e perfeição do título in limine litis. Como o juiz executivo não vai julgar, mas apenas realizar o conteúdo do título, é imprescindível que o conteúdo desse documento seja líquido, isto é, determinado especificamente quanto à quantidade, à coisa, ou ao fato devidos. Daí a necessidade de recorrer o credor à prévia liquidação sempre que a sentença condene ao pagamento de quantia ilíquida (art. 509).4 É que, sem a identificação exata do bem devido pelo condenado, a sentença ainda não produziu a exigibilidade da prestação para o vencedor e, portanto, o título executivo, embora dotado de certeza, 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 2/19 823. 824. ainda se acha incompleto, por carecer deliquidez, requisito que lhe será agregado por nova decisão no procedimento liquidatório, que ainda tem a natureza de atividade de conhecimento. Essa providência é típica do título executivo judicial. Quanto aos documentos extrajudiciais, faltandolhes a determinação exata da soma devida, perdem a própria natureza executiva e só podem ser cobrados pelo processo de cognição.5 Não há, portanto, liquidação de título executivo extrajudicial.6 Embora o normal seja a liquidação acontecer logo após a sentença, a medida pode também se dar incidentalmente no curso da execução, em casos como o da conversão em perdas e danos de obrigação de fazer ou de entrega de coisa (arts. 809, § 2º, e 816, parágrafo único).7 Liquidação de sentença declaratória e de outros títulos judiciais O título executivo judicial básico não é mais identificado com a sentença condenatória, mas sim com a decisão que reconheça “a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa” (NCPC, art. 515, I).8 Tanto faz, portanto, que a sentença seja condenatória, constitutiva ou declaratória. Se do seu conteúdo se extrair o reconhecimento judicial de uma obrigação a ser cumprida por uma das partes em relação à outra, configurado estará o título executivo judicial. Como toda execução pressupõe certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação (art. 783), a sentença declaratória, como qualquer das outras previstas no art. 515, somente terá força executiva quando contiver todos os elementos da relação jurídica obrigacional, ou seja, quando identificar partes, natureza e objeto da obrigação, tempo e demais condições para o seu cumprimento. Portanto, sentença que simplesmente declara a inexistência de uma relação jurídica ou a existência genérica de um dever jurídico, não pode ser qualificada como título executivo. Quid juris se a sentença declaratória (ou a homologatória de um acordo) contiver todos os elementos da obrigação, mas não lhe fixar o valor devido? Admitirseá, sem dúvida, sua submissão ao procedimento de liquidação regulado nos arts. 509 a 512.9 É importante registrar que, coerentemente com a nova sistematização legal dos títulos executivos judiciais (art. 515), a disciplina da liquidação não se restringe às sentenças condenatórias genéricas. Consoante dispõe, de maneira clara, o art. 509, “quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, procederseá a sua liquidação, a requerimento do credor ou devedor”. Assim como o art. 515, I, conceitua o título executivo judicial sem levar em conta a natureza da sentença, também o procedimento liquidatório é traçado para ser aplicado a qualquer sentença – e não apenas à condenatória – que acerte a existência de uma obrigação sem determinar o respectivo valor.10 Casos de iliquidez da sentença A iliquidez da condenação pode dizer respeito à quantidade, à coisa, ou ao fato devidos. Nas dívidas de dinheiro, dáse a iliquidez da sentença, em relação aoquantum debeatur quando: (a) condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor; (b) condena em juros, genericamente; (c) condena à restituição de frutos, naturais ou civis; (d) condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida; (e) em lugar do fato devido, e a que foi condenado o devedor, o credor prefere executar o valor correspondente, ainda não determinado.11 Em relação à coisa devida, a sentença é ilíquida quando condena: (i) à restituição de uma universalidade de fato, como por exemplo na petição de herança; (ii) em obrigação alternativa.12 Considerase, finalmente,ilíquida a sentença, com relação ao fato devido, quando condena o vencido a obras e serviços não individualizados, tais como reparação de tapumes, medidas para evitar ruína, poluição ou perigo de dano a bens de outrem etc. Embora vários sejam os casos de iliquidez de sentença, o procedimento liquidatório especial regulado pelos arts. 509 a 512 do NCPC cuida apenas das sentenças genéricas proferidas sobre obrigações de prestação em dinheiro, ou substituídas por prestação dessa espécie. 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 3/19 825. A iliquidez pode ocorrer no julgamento de qualquer modalidade de ação ou procedimento. Todavia, no procedimento sumário ratione materiae, previsto no art. 275, II, do CPC de 1973 e mantido temporariamente pelo art. 1.046, § 1º, do NCPC, a condenação pecuniária não pode ser ilíquida. Compete ao juiz proferir sempre condenação de valor determinado, valor que será definido segundo a prova disponível, ou o mesmo sendo imprecisa dita prova, caberá ao sentenciante fixálo “a seu prudente critério” (art. 475A, § 3º, do CPC/1973). Também nas ações de competência do Juizado Especial Civil, o art. 38, parágrafo único, da Lei 9.099/1995 não admite sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. Natureza jurídica da liquidação da sentença Na história do processo civil brasileiro, a liquidação de sentença já foi classificada como incidente da ação executiva, ou seja, como fase vestibular do próprio processo de execução (Código de 1939). No texto primitivo do Código de 1973 passou à categoria de “processo preparatório”, anterior à instauração da execução forçada, desenvolvendose, ainda no plano do processo de conhecimento, mas em outra relação processual inaugurada após o encerramento do processo principal que culminara com uma sentença genérica.13 Somente após uma nova sentença é que, nos termos do antigo art. 611, o credor poderia propor a ação de execução da sentença. O julgado do procedimento liquidatório configurava, portanto, uma sentença de natureza declaratória, necessária para completar o título executivo, já que antes dela o credor ainda não contava com título de obrigação certa, líquida, e exigível, para atender às exigências do art. 586 do CPC/1973.14 Tinhase, na espécie, um título executivo múltiplo, porquanto integrado por mais de um documento e mais de uma declaração de vontade: assim é que a primeira sentença dava certeza ao direito do credor, e a segunda lhe adicionava a liquidez e, consequentemente, a exigibilidade.15 De tal arte, a sentença que fixava e determinava o objeto da condenação ilíquida era sentença de mérito, como aquela que a antecedera e ficara incompleta pela indeterminação do quantum ou do quod debeatur. Completando a atividade jurisdicional de conhecimento, a sentença liquidatória fazia coisa julgada material, nos precisos termos dos arts. 467 e 468 do CPC/1973.16 Em conclusão, não mais se podia conceituar a liquidação como uma faseou um incidente da execução. Seu caráter era típico de um processo de conhecimento preparatório de uma futura execução forçada.17 A reforma do CPC de 1973 implantada pela Lei 11.232, de 22.12.2005, ao extinguir a actio iudicati, aboliu também, a liquidação como ação contenciosa cognitiva entre o encerramento do processo principal e a abertura do processo de execução. Assim como os próprios atos de cumprimento da sentença deixaram de ser objeto de ação separada (actio iudicati), também os atos de liquidação passaram à condição de simples incidente complementar da sentença condenatória genérica. Esse entendimento foi seguido pelo novo Código. Não há mais uma nova sentença de mérito. A definição do quantum debeatur transmudouse em simples decisão interlocutória de caráter complementar e com função integrativa. Tal como se fora um embargo de declaração, o decisório de liquidação simplesmente agrega o elemento faltante à sentença, i.e., o quantum a ser pago em função do débito já reconhecido no julgado ilíquido. Isto não quer dizer que o julgamento do incidente não decida sobre o mérito da causa. Embora sob a forma de decisão interlocutória (NCPC, art. 1.015, parágrafo único),18 o tema enfrentado integra questão genuinamente de mérito, por versar sobre um dos elementos da lide. Não deixará, portanto, de produzir a coisa julgada material. Aliás, o novo Código desatrelou o conceito de coisa julgada material da sentença, reconhecendoa, genericamente, a qualquer decisão de mérito não mais sujeita a recurso (art. 502). Não ofende a coisa julgada a liquidação que, por meio de compensações, chegue a um saldo igual a zero ou negativo em desfavor daquele que tenha sido beneficiado com a sentença de procedência da pretensão condenatória. Ser reconhecido como credor de certa obrigação não exclui a possibilidade de compensação, mormente quando tal tenha sido previsto na sentença. Se o julgado é ilíquido, a apuração definitiva dos créditos de cada parte dependerá do procedimento liquidatório, cujo resultado era imprevisível ao tempo do julgamento do processo de conhecimento. O que se acertou na fase cognitiva foi apenas a existência do an debeatur, de sorte que o quantum debeatursomente passaria por acertamento por meio da liquidação da sentença. Nessa altura, é que será definido o crédito de cada um dos litigantes e apurado o saldo credor, que tanto poderá ser igual a zero (se os créditos 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 4/19 826. 827. recíprocos se igualarem) como poderá se revelar favorável ao autor ou ao réu.19 Outra situação interessante ocorre quando a sentença define a obrigatoriedade de indenização de determinado dano, “mas nenhuma das partes está em condições de demonstrar a existência e extensão desse dano”, caso em que “não é possível ao juízo promover a liquidação da sentença valendose, de maneira arbitrária, de meras estimativas”. A orientação do STJ é no sentido de que “impossibilitada a demonstração do dano sem culpa de parte a parte, devese, por analogia, aplicar a norma do art. 915 do CPC/1939, extinguindose a liquidação sem resolução de mérito quanto ao dano cuja extensão não foi comprovada”. Assim, facultarseá à parte interessada “o reinício dessa fase processual, caso reúna, no futuro, as provas cuja inexistência se constatou”.20 A liquidação e os honorários advocatícios Antes da Lei 11.232/2005, à época do CPC/1973, havia na jurisprudência controvérsia acerca da aplicação de nova verba honorária no procedimento de liquidação da sentença genérica. Na liquidação por arbitramento, o STJ entendia que não era o caso de honorários advocatícios, porquanto a disputa se limitava ao quantitativo da condenação e não à sua qualidade.21 Na liquidação por artigos (hoje denominada liquidação pelo procedimento comum), chegouse a decidir que o cunho de maior contenciosidade permitia a imposição de novos honorários à parte sucumbente.22 Havia, contudo, decisões em sentido contrário.23 Tendo a liquidação perdido o caráter de um novo e separado procedimento para se tornar um simples incidente do procedimento ordinário, tanto que o art. 1.015, parágrafo único,24 do NCPC, prevê a interposição do agravo de instrumento contra as decisões proferidas na fase de liquidação de sentença, passamos a entender que não haveria maisrazão para se pretender aplicar a verba sucumbencial advocatícia, na espécie. Com efeito, no processo de conhecimento a condenação em honorários ocorre na sentença (NCPC, art. 85)25 e na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução resistida ou não, e nos recursos interpostos (NCPC, art. 85, § 1º). Os incidentes e recursos desse tipo de processo, julgados por decisão interlocutória, não dariam lugar à aplicação de tal sanção.26 Daí a conclusão de que, no atual sistema da liquidação embutida no processo condenatório, não se poderia aplicar a verba de honorários advocatícios prevista no art. 85 do NCPC. Força é notar que a orientação adotada pelo Superior Tribunal de Justiça, no tocante ao incidente de cumprimento da sentença, tomou rumo diferente daquele que havíamos preconizado (ver o item 843). Sem embargo de reconhecerse que a execução de sentença não configura mais ação e que não passa de mero incidente processual, a jurisprudência mantém sua sujeição a nova verba sucumbencial advocatícia, aplicandolhe, portanto, a regra do art. 85, § 1º, do NCPC.27 Se assim é para o cumprimento e a impugnação, no caso de sentença líquida, assim também haverá de ser para o caso do incidente de liquidação da sentença genérica. Conservarseá, de tal sorte, o antigo posicionamento do STJ, segundo o qual na liquidação por arbitramento, como mero acertamento de valores, não há em regra sucumbência e, portanto, descabe a imposição de honorários de advogado. Já na liquidação pelo procedimento comum, em que por regra se registra contenciosidade, podendo divisarse parte vencida e parte vencedora, justificase a aplicação do encargo advocatício.28 De qualquer modo, para se cogitar de sucumbência, seja para o fim de honorários de advogado, seja para justificar a remessa necessária (nos casos de participação da Fazenda Pública), é indispensável que a liquidação tenha sido impugnada, pois somente na solução de pontos controvertidos (i.e., dequestões) é possível divisar vencidos e vencedores. Logo, se o incidente complementar da condenação ilíquida transcorre livre de qualquer resistência ou questionamento, de parte a parte, inexistirá justificativa para outra verba honorária, a par daquela constante na sentença. Limites da liquidação A decisão de liquidação é um simples complemento da sentença de condenação.29 O procedimento preparatório da liquidação não pode ser utilizado como meio de ataque à sentença liquidanda, que há de permanecer intacta. Sua função é apenas a de gerar uma decisão declaratória do quantum debeatur que, na espécie, já se contém na sentença genérica, e que é proferida em complementação desta.30 Por isso, o Código é taxativo ao dispor que “na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou” (NCPC, art. 509, § 4º).31 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 5/19 828. 829. 830. Não se deve nunca perder de vista o conceito que o Código faz da sentença, considerandoa solenemente como portadora da “força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida” (art. 503, caput)32 e tornandoa imutável e indiscutível após o trânsito em julgado (art. 502).33 A restrição do art. 509, § 4º, todavia, não atinge os juros, nas dívidas de dinheiro ou que se reduzem a dinheiro, porque nas condenações a elas referentes considerase implicitamente contida a verba acessória dos juros, nos termos do art. 322, § 1º.34 Dessa forma, “incluemse os juros moratórios, na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação” (STF, Súmula254).35 O mesmo é de observarse com a correção monetária, prevista no art. 389 do Código Civil, que é um complemento legal ou necessário de qualquer sentença condenatória e que, por isso mesmo, independe de pedido do autor ou de declaração expressa da sentença. Tratandose de obrigação legal, a verba de honorários advocatícios sucumbenciais, quando omitida na sentença, poderia ser apurada na liquidação, tal como a dos juros. Entretanto, a jurisprudência consolidada do STJ é no sentido de que “os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria” (Súmula 453/STJ). Embora o novo Código não tenha acolhido integralmente o entendimento do STJ, pois admite o ajuizamento de ação autônoma na hipótese, parece que também não permitiu a cobrança dos honorários omitidos em execução, uma vez que dispôs, expressamente, no art. 85, § 18, que “caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança”. Assim, ao que tudo indica, se a parte não interpuser embargos declaratórios para suprir a lacuna, antes da formação da coisa julgada, não poderá pleitear a inclusão dos honorários na ulterior liquidação de sentença. Contraditório O devedor é sempre ouvido na liquidação, que segue a forma de um contraditório perfeito. Poderá defender se, combatendo excessos do credor e irregularidades na apuração do quantum debeatur. Tal defesa não se confunde com os embargos à execução e, por isso mesmo, pode ser produzida independentemente de penhora. Aliás, é bom lembrar que a impugnação oposta ao cumprimento da sentença, após a sua liquidação, não pode reabrir discussão sobre as questões solucionadas na decisão liquidatória. Sobre seu conteúdo incide a res iudicata, de maneira que à impugnação do devedor só resta a matéria do art. 525, § 1º,36do NCPC. Liquidez parcial da sentença Pode ocorrer que uma só sentença condene o vencido a uma parcela líquida e outra ilíquida, como é comum acontecer nas reparações do dano provocado em colisão de automóveis, em que quase sempre se determina o ressarcimento do valor exato das despesas de oficina e mais os prejuízos da paralisação do automóvel a serem estimados em liquidação do julgado. Em tais hipóteses, é direito do credor, desde logo, executar a parte líquida da sentença. Poderá, também, facultativamente, propor em paralelo a liquidação da parte ilíquida. São, no entanto, dois procedimentos distintos e de objetos totalmente diversos, que poderão, em suas marchas processuais, inclusive dar ensejo a provimentos e recursos diferentes e inconciliáveis. Deverão, por isso, correr em autos apartados: a execução nos autos principais e a liquidação em autos apartados formados com cópias das peças processuais pertinentes (NCPC, art. 509, § 1º).3738 Observese, porém, que o ajuizamento simultâneo é uma faculdade apenas do credor, que, por isso, poderá preferir liquidar primeiro a parte ilíquida e depois ajuizar a execução, de uma só vez, sobre toda a condenação. Liquidação por iniciativa do vencido O devedor tem não apenas o dever de cumprir a condenação, mas também o direito de se liberar da obrigação. Assim, o Código de 1973 reconhecia legitimidade tanto ao vencedor como ao vencido para promover a execução da sentença (art. 570), embora fosse tecnicamente impróprio falarse em execução pelo devedor. A Lei 11.232 revogou o art. 570 de referida lei, porque na nova sistemática de cumprimento da sentença não há mais ação de execução do título judicial. Se não há ação do credor para exigir do devedor o cumprimento da prestação devida, também não pode existir ação consignatória do devedor para forçar aquele a receber o pagamento05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 6/19 831. 832. ordenado pela sentença. Tudo se resolve sumariamente em incidentes complementares à sentença. Sendo a liquidação um processo preparatório da execução, e também um meio de propiciar ao devedor a solução de sua obrigação, e se o credor permanece inerte após a sentença condenatória, não se pode recusar ao devedor a faculdade de tomar a iniciativa de propor a liquidação, assumindo posição ativa no procedimento. Por esse motivo, o novo CPC foi expresso em autorizar a liquidação pelo devedor: “quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, procederseá a sua liquidação a requerimento do credor ou do devedor” (art. 509, caput).39 Recursos Com a simplificação do procedimento de cumprimento da sentença, o decisório que julga o incidente de liquidação, em qualquer de suas formas (arbitramento ou procedimento comum), passou a configurar decisão interlocutória, cuja impugnação recursal haverá de ser feita por agravo de instrumento (NCPC, art. 1.015, parágrafo único). Tal recurso é desprovido de efeito suspensivo (art. 995),40 de sorte a não impedir os atos subsequentes de cumprimento da sentença liquidada. Não só da decisão final do incidente de liquidação, mas também das questões resolvidas incidentalmente no curso da liquidação, caberá o agravo de instrumento (art. 1.015, parágrafo único). Nos atos preparatórios da execução de títulos extrajudiciais não há lugar para o procedimento específico de liquidação disciplinado pelos arts. 509 a 512. É comum, no entanto, discussão e deliberação acerca dos cálculos de atualização do valor executado com fundamento em títulos extrajudiciais. O caso, também, é de decisão interlocutória atacável por agravo de instrumento, se a controvérsia não se travar no bojo dos embargos do devedor.41 Somente nesta última hipótese é que se há de admitir apelação. Também não tem sentido a exigência de um procedimento liquidatório sujeito à sentença de mérito e duplo grau de jurisdição, quando o título judicial contém condenação de valor certo sujeito apenas a juros e correção monetária, por índices certos ou oficiais. Ditos acessórios que variam dia a dia não retiram da condenação o caráter de liquidez. Devem, por isso, ser apurados no curso do processo, no momento da satisfação efetiva do direito do credor, por simples cálculo aritmético. Tal como se passa em relação ao título executivo extrajudicial, devem ser tratados e solucionados, quando houver alguma controvérsia a seu respeito, em simples decisões interlocutórias, sem procrastinação dos atos executivos normais. Exigir o julgamento de cálculos desse tipo por sentença antes do início da execução é um formalismo inútil e sem qualquer sentido prático, pois, ao efetuarse a citação executiva, o cálculo prévio do quantum debeatur já estará inevitavelmente defasado. Liquidação frustrada Quando o promovente não fornece os elementos necessários à apuração doquantum debeatur, ou quando promove a liquidação por meio inadequado (arbitramento em lugar do procedimento comum, por exemplo), o processo fica frustrado, por não alcançar o seu objetivo, que é a definição precisa do objeto da condenação. In casu, não corre improcedência do pedido, mas sim extinção do processo sem julgamento do mérito, que será reconhecida por sentença. Esse julgamento acarretará o ônus das custas para o credor, mas não impedirá que ele proponha nova liquidação,42 porque não haverá coisa julgada material. Esta, também, será a solução quando, tentada a liquidação pelo procedimento comum, não se conseguir a prova dos fatos necessários para a definição do quantum debeatur. Extinguirseá o processo liquidatório e, à falta de outros meios, procederseá à sua reabertura sob a forma de liquidação por arbitramento, para não se transformar em inexequível a sentença condenatória genérica que já apurou e declarou a existência da obrigação do vencido. Ao devedor, porém, será admissível oporse ao arbitramento, assumindo o ônus de provar os fatos necessários à quantificação da obrigação de maneira precisa, evitando assim sua mera estimativa. É importante lembrar que o direito de liquidar a sentença genérica não é exclusivo do credor e cabe igualmente ao devedor (NCPC, art. 509, caput, in fine). A rigor não deveria acontecer liquidação negativa, ou seja, sem saldo algum a favor do credor, pois a condenação, se pode ser genérica, não pode, entretanto, ser hipotética. Ao juiz é dado condenar sem conhecer exatamente o montante do débito a ser satisfeito; não lhe cabe, porém, condenar sem saber se existe o débito. A 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 7/19 liquidação, na verdade, pressupõe certeza da obrigação já definida no julgamento anterior. Não obstante, é possível que a previsão do juiz falhe e ao liquidarse a condenação genérica se chegue justamente à conclusão de que nada há a ser pago pelo réu ao autor. É o que se passa, por exemplo, quando, ao se compensarem os danos a indenizar com benfeitorias a ressarcir, se chega à ausência de saldo em favor da parte promovente da liquidação; ou quando ao se quantificar os efeitos dos fatos cogitados na sentença se apure lucro em vez de prejuízo. A sentença liquidatória, em tal situação, encerrará o processo declarando a inexistência de crédito em prol da parte que o promoveu. Não se terá, todavia, frustrado a liquidação, visto que, de qualquer modo, estará definitivamente acertada entre as partes a situação imprecisa decorrente da condenação genérica. 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 8/19 833. 834. § 104. PROCEDIMENTOS DA LIQUIDAÇÃO Sumário: 833. Procedimentos possíveis. 834. Liquidação por cálculo. 835. Cálculo com base em dados ainda não juntados aos autos. 836. Memória de cálculo a cargo da parte beneficiária da assistência judiciária. 837. Liquidação por arbitramento. 838. Liquidação pelo procedimento comum.839. A indisponibilidade do rito da liquidação. 840. Rescisão da decisão liquidatória. Procedimentos possíveis O processamento da liquidação fazse, ordinariamente, nos próprios autos da ação condenatória. Quando couber a execução provisória (NCPC, arts. 520 e 1.012, § 2º),43 liquidase a sentença em autos apartados formados com cópias das peças processuais pertinentes (art. 512).44 Assim também se procede quando a sentença contém parte líquida e parte ilíquida, porque o credor tem direito de promover, paralelamente, o cumprimento da condenação já liquidada na sentença e a liquidação da sua parte genérica (art. 509, § 1º). Nos casos de liquidação e execução, parciais e simultâneas, de um só julgado, os pedidos devem ser formulados e processados separadamente. Procedimentos de conhecimentos e de execução não podem ser acumulados simultaneamente num só feito, como é óbvio. O procedimento da liquidação de sentença variará conforme a natureza das operações necessárias para fixação do quantum debeatur ou do quod debeatur. Para tanto, prevê o Código duas modalidades distintas de liquidação:(a) liquidação por arbitramento (art. 509, I);45 (b) liquidação pelo procedimento comum (art. 509, II).46 Na estrutura de cumprimento da sentença, adotada pelo Código de Processo Civil de 1973 e seguida pelo atual, a liquidação não se dá mais por meio de nova relação processual. Resumese a simples incidente do processo em que houve a condenação genérica. Por isso, não há mais citação do devedor, mas simples intimação de seu advogado para acompanhar os atos de definição do quantum debeatur requeridos pelo credor (arts. 510 e 511).47 Se o réu for revel e não tiver patrono nos autos, nenhuma intimação lhe será feita, porque, na sistemática do art. 346,48 o feito corre independentemente de intimação da parte ausente, enquanto não intervier no processo, sendo suficiente a publicação do ato decisório no órgão oficial. Liquidação por cálculo Já sob a égide do Código anterior, foi abolida a judicialidade da liquidação por simples cálculos, para as hipóteses em que a apuração do quantum debeaturse fazia por meio de operações aritméticas sobre dados já conhecidos no processo (juros, gêneros e títulos cotados em bolsa). O critério foi conservado pelo novo Código que, em seu art. 509, § 2º,49 dispõe que o próprio credor promova, desde logo, o cumprimento da sentença. Obviamente, embora o Código não determine de forma expressa, o credor deverá elaborar o demonstrativo do montante da dívida na data da instauração da execução, desde, é claro, que tudo se faça mediante simples cálculo aritmético. Para esse fim, o requerimento de cumprimento da sentença será instruído com “demonstrativo discriminado e atualizada do crédito” (NCPC, art. 524, caput). Se, eventualmente, o executado não aceitar o cálculo do credor, terá de impugnálo com fundamento em excesso de execução (art. 525, § 1º, V).50Sendo material o erro ocorrido, poderá ser corrigido em qualquer tempo, já que a respeito de tais lapsos não se opera a preclusão, ainda que o cálculo tivesse sido homologado judicialmente,51 providência hoje totalmente dispensada pela lei. Não se pode, outrossim, aceitar que o devedor impugne laconicamente o cálculo do credor. Assim como o exequente tem o ônus de discriminar a formação do montante do seu crédito, também o executado, para atacálo, terá de apontar, analiticamente, o saldo que entende 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 9/19 835. 836. 837. correto (art. 525, § 4º).52 Como a lei marca um prazo (quinze dias) para o devedor cumprir a prestação a que foi condenado (art. 523),53 a ele também cabe a elaboração da memória de cálculo, se o credor não a diligenciar antes do referido termo. É bom lembrar que o devedor tem não só a obrigação de pagar a prestação devida, mas também tem o direito de fazêlo, para se libertar do vínculo jurídico que o prende ao credor. É de se ressaltar, ainda, que o não pagamento no prazo legal (tempus iudicati) acarretalhe pesada sanção representada pela multa de dez por cento prevista no art. 523, § 1º.54 Daí seu legítimo interesse em providenciar tempestivamente o cálculo necessário ao cumprimento da sentença. O Código atual inovou ao determinar que o Conselho Nacional de Justiça desenvolva e coloque à disposição dos interessados programa de atualização financeira, a fim de uniformizar os cálculos para todos os tribunais e foros nacionais (art. 509, § 3º). Até então, à falta de previsão legal, vigorava a praxe de cada tribunal instituir sua própria tabela de índices de atualização monetária a ser observada nos juízos sob sua jurisdição. A nova disposição legal supera, portanto, os inconvenientes notórios do regime pretérito, que não convivia bem com o princípio da isonomia. Cálculo com base em dados ainda não juntados aos autos É muito comum, principalmente em litígios com a Administração Pública e com instituições do sistema financeiro, que o cálculo do crédito a executar, embora apurável por simples operações aritméticas, dependa, para ser preciso, de dados e datas que se acham nos registros do devedor ou de outra fonte oficial. Cabendo a todos, partes ou não do processo, o dever cívico de colaborar com o Poder Judiciário na prestação jurisdicional (NCPC, arts. 6º e 378) e sendo dever da parte cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais e não criar embaraços à sua efetivação (art. 77, IV), é dado ao juiz ordenar, ao litigante ou terceiro, que apresente em juízo os dados úteis à elaboração da memória de cálculo, no prazo que fixar (arts. 396, 401 e 524, § § 3º e 4º). Se os dados se acham sob controle do devedor, o não cumprimento da ordem judicial redundará na sanção de reputaremse corretos os cálculos apresentados pelo credor (art. 524, § 5º). Tal como se passa com a ação de prestação de contas, o executado perderá o direito de impugnar o levantamento da parte contrária. É óbvio, contudo, se o demonstrativo se mostrar duvidoso ou inverossímil, o juiz poderá se valer do contador do juízo para conferilo, ou de qualquer outro expediente esclarecedor a seu alcance, se entender conveniente (art. 524, § 2º). Quando o detentor dos dados não for parte no processo, a sanção será a da desobediência à ordem de autoridade competente, sem prejuízo das sanções criminais e de medidas coercitivas, como a busca e apreensão (art. 403, parágrafo único e 524, § 3º).55 Memória de cálculo a cargo da parte beneficiária da assistência judiciária Quando a parte estiver sob o pálio da assistência judiciária e tiver dificuldades para preparar, com precisão, o cálculo da condenação, o encargo que lhe toca poderá ser transferido, por decisão judicial, ao contador do juízo.56Aplicase à hipótese a regra geral do § 3º, I, do art. 95 do NCPC, de que a parte hipossuficiente tem direito a que a perícia seja realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado. Liquidação por arbitramento Farseá a liquidação por arbitramento quando (NCPC, art. 509, I): (a) determinado pela sentença; (b) convencionado pelas partes; (c) o exigir a natureza do objeto da liquidação. Quando a própria sentença condenatória determina que a liquidação se faça por arbitramento, a questão é simples e nada mais resta ao credor senão cumprir o julgado. A convenção das partes, capaz de conduzir o procedimento liquidatório para o arbitramento, pode decorrer de cláusula contratual anterior à sentença, ou de transação posterior ao decisório. 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 10/19 838. Havendo necessidade de provar fatos novos para se chegar à apuração doquantum da condenação, a liquidação terá de ser feita sob a forma do procedimento comum (art. 509, II). Se, porém, já existirem nos autos todos os elementos necessários para os peritos apurarem o valor do débito, o caso será de arbitramento (art. 509, I). A diferença deste procedimento com o analisado nos itens anteriores é que, agora, reclamamse conhecimentos técnicos dos árbitros para estimarse o montante da condenação, enquanto nas liquidações por simples cálculo ocorrem apenas operações aritméticas, que o próprio exequente se encarrega de realizar no requerimento do cumprimento de sentença (art. 524). São exemplos de arbitramento: estimativade desvalorização de veículos acidentados, de lucros cessantes por inatividade de pessoa ou serviço, de perda parcial da capacidade laborativa etc. Além dos casos em que a sentença de condenação determina o arbitramento, ou em que as partes elegem de comum acordo esse sistema de liquidação, terá ele cabimento, ainda, em todos os outros em que a própria natureza da prestação o exigir. Sua admissibilidade não é restrita às obrigações por quantia certa. Cabe, igualmente, nas condenações de entrega de coisa e nas prestações de fazer. O novo Código simplificou e facilitou o procedimento da liquidação por arbitramento, na medida em que conferiu ao juiz poder de intimar as partes para apresentarem pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar (art. 510).5758 Após analisar a documentação apresentada, se entender possuir todos os elementos necessários para decidir, julgará a liquidação de plano, dispensando até mesmo a prova pericial (art. 510, in fine). Somente, portanto, na hipótese de não serem suficientes os documentos apresentados pelas partes é que o juiz nomeará perito, e o arbitramento se processará com observância das normas gerais da prova pericial (ver item 746,retro). Ao final do procedimento, o juiz proferirá decisão interlocutória, na qual definirá o objeto líquido da condenação. Liquidação pelo procedimento comum Farseá a liquidação pelo procedimento comum “quando houver necessidade de alegar e provar fato novo” (art. 509, II).59 Esse tipo de liquidação era denominado, pelo Código anterior, de liquidação por artigos. O credor, discriminará, em petição, o fato ou os fatos a serem provados para servir de base à liquidação. Não cabe a discussão indiscriminada de quaisquer fatos arrolados ao puro arbítrio da parte. Apenas serão arrolados e articulados os fatos que tenham influência na fixação do valor da condenaçãoou na individuação do seu objeto. E a nenhum pretexto será lícito reabrir a discussão em torno da lide, definitivamente decidida na sentença de condenação (art. 509, § 4º).60 O direito em jogo na liquidação é bilateral, pois a legitimidade para promovêla é comum a autor e réu. Ambos têm legítimo interesse na correção e completude da operação de fixação do valor exato da condenação. Assim, em sua defesa, o devedor pode impugnar inclusão de verbas indevidas, o arrolamento de fatos irrelevantes e desinfluentes na apuração do quantum debeatur, bem como pretender a inclusão de fatos não invocados pelo promovente, mas que devem influir na operação liquidatória. Para compreenderse bem o conteúdo das provas a serem produzidas na liquidação, é útil o exemplo da ação de indenização. No processo de cognição, deve o lesado provar a existência dos danos: ruína do prédio, estragos do veículo, paralisação dos serviços, redução da capacidade de trabalho etc. Na liquidação da sentença, apurarseá apenas o valor desses danos já reconhecidos como existentes na condenação. É injurídica a pretensão, por isso mesmo, de provar o dano na liquidação da sentença, já que, nesse procedimento especial, nunca será possível nem restringir nem ampliar o fato dos danos e seus limites obrigatoriamente assentados na sentença condenatória. Exata é a afirmação de Amaral Santos, de que “a liquidação se destina ademarcar os limites enunciados na sentença liquidanda”.61 Nada além doquantum debeatur. O fim colimado é apenas e tão somente uma sentença declaratória que, obviamente, não pode assentarse em fatos ou direitos tendentes a modificar ou inovar a condenação. A forma de requerer a liquidação pelo procedimento comum, com rigoroso controle de conteúdo da petição inicial, prendese à necessidade de forçar o exequente a deduzir sua pretensão da maneira mais clara possível, evidenciando, à primeira vista, os fatos novos, com que intentará fixar oquantum debeatur, e, ao mesmo tempo, 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 11/19 839. facilitando à parte contrária e ao juiz aquilatarem da pertinência, ou não, dos mesmos fatos diante da condenação a liquidar. Um exemplo: um sitiante foi condenado a indenizar seu vizinho pelo prejuízo decorrente da invasão da lavoura por animais com destruição de toda a colheita esperada. Na ação de conhecimento, como não podia deixar de ser, ficaram provadas a invasão e a destruição da lavoura. Na liquidação, o prejudicado articulará os seguintes fatos a serem provados para a apuração do valor da indenização: (a) extensão da área cultivada destruída; (b) produtividade da lavoura; (c) volume da produção prevista; (d) qualidade do produto esperado; (e) sua cotação no mercado; (f) valor final líquido da produção não obtida (prejuízo a ser indenizado, que será igual à diferença entre o valor da produção e o custo da lavoura). Apresentado o requerimento do credor, será realizada a intimação do vencido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que tiver vinculado, para, querendo, acompanhar a liquidação, apresentando contestação, no prazo de quinze dias (art. 511). Na sequência, será observado, o disposto no Livro I da Parte Especial, ou seja, o procedimento comum (especialmente os dispositivos que cuidam da fase postulatória, da audiência de conciliação, do saneamento e da instrução probatória) (art. 511, in fine). Muito embora a liquidação, na espécie, observe o procedimento contencioso completo das ações de conhecimento, seu encerramento não se dá por meio de sentença, mas, de decisão interlocutória, desafiadora de agravo de instrumento, já que se forma e se resolve incidentalmente dentro do processo de cognição (art. 1.015, parágrafo único). A indisponibilidade do rito da liquidação Não têm as partes, nem o juiz, disponibilidade acerca dos procedimentos previstos para a liquidação de sentença. Cada um deles foi traçado pela lei visando a situações específicas e só o uso daquele que for adequado ao caso concreto é que deverá prevalecer. O ponto de partida para a escolha entre os diversos ritos está na análise do grau de imprecisão da sentença liquidanda, já que será esse o dado que irá permitir a adoção de um dos caminhos autorizados pela lei, ou seja, o cálculo do próprio credor, o arbitramento ou o procedimento comum. Se o julgado se aproximar bastante do quantum debeatur, deixandoo apenas a depender de simples operações aritméticas, bastará ao credor fazer ditas operações no próprio requerimento do cumprimento da sentença. Se o grau de imprecisão é muito grande, a ponto de não se encontrarem nos autos todos os dados e fatos indispensáveis à liquidação e, ao contrário, só se alcançará o quantum debeatur recorrendose a fatos estranhos àqueles até então apurados e comprovados, será a liquidação pelo procedimento comum a única capaz de permitir a declaração válida do objeto da condenação genérica. Se, por fim, não é a sentença suficientemente precisa para que o quantumseja alcançado por operações aritméticas, nem é tão imprecisa a ponto de exigir apuração de fatos novos, podendo, por isso, a operação liquidatória realizarse com fundamento em dados já disponíveis, o caso será de liquidação por arbitramento. Age se, na verdade, por exclusão, isto é, procedese por arbitramento, quando não é o caso nem de cálculo nem de artigos.62 Só se admite o uso judicial de um procedimento quando a parte revelainteresse, e só há interesse, em sentido processual, quando o procedimentoeleito seja útil e adequado à pretensão do promovente. “Tratase – segundo Cândido Dinamarco – de matéria de ordem pública, uma vez que situada no campo das condições da ação”, cujo exame se impõe ao órgão judicial, de ofício, “a qualquer tempo ou grau de jurisdição”.63 Não se pode deixar de observar que, em alguns casos, o procedimento estipulado pela lei acaba sendo infrutífero, visto que não logra alcançar a efetiva determinação do quantum debeatur, por particularidades do caso concreto. Não podendo permanecer eternamente ilíquida a condenação, haverá de ser tomada providência para que 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 12/19 840. por outro meio procedimental se possa superar o indesejável impasse (v., retro, o nº 832). Rescisão da decisão liquidatória Nos casos de condenação ilíquida, a lide fica apenas parcialmente solucionada: assentase a certeza do direito do litigante, mas não se define, ainda, exatamente o seu quantum. Por isso, quando, no julgamento subsequente, chegase à definição exata do objeto da condenação, o decisório ainda está versando sobre parte da lide, e, consequentemente, diz respeito ao mérito da causa. Jurisprudência antiga e remansosa sempre entendeu, no regime originário do CPC, que o julgamento da liquidação, como sentença de mérito que era, fazia coisa julgada material e, por isso, esgotada a via recursal, somente poderia ser atacada por ação rescisória (art. 963).64 Não haveria que se pensar, na espécie, em ação comum anulatória, como a mencionada no art. 486 do CPC/1973;65 tampouco seria lícito pretender rediscutir o conteúdo da decisão liquidatória na oportunidade de embargos à execução.66 Após a reforma da Lei 11.232, de 22.12.2005, que transformou o julgamento da liquidação em decisão interlocutória atacável por agravo de instrumento (art. 475H, CPC/1973; NCPC, art. 1.015, parágrafo único), a natureza do julgamento não sofreu alteração alguma. Se o quantum debeatur é algo indissociável do mérito da causa, não importa se sua apreciação se dá formalmente em sentença ou em decisão interlocutória; o julgado a seu respeito será sempre decisão de mérito e sua força sempre será a de coisa julgada material. Continuará, pois, sendo atacável por ação rescisória. Assim, já se decidiu que, embora as decisões de agravo não apreciem, em regra, questões de mérito, o que afastaria o cabimento da ação rescisória, há, contudo, casos em que, no julgamento de recurso de espécie (proposto contra decisão interlocutória), a decisão final do incidente “constitui autêntico exame do mérito, de forma que, deferida ou indeferida a pretensão (...), contra ela cabe, evidentemente, ação rescisória”.67 O entendimento merece prevalecer para o regime atual da liquidação de sentença, já que, embora julgada por decisão interlocutória, se aperfeiçoa com exame e solução de questão de mérito. Fluxograma nº 20 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 13/19 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 14/19 Fluxograma nº 21 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 15/19 Fluxograma nº 22 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 16/19 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 17/19 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 _________ CPC/1973, art. 463. CPC/1973, art. 269. CPC/1973, art. 586. CPC/1973, art. 475A. REIS, José Alberto dos. Processo de Execução. Coimbra: Coimbra Ed., 1943, v. I, n. 54, p. 177. Aqueles que advogam a possibilidade de liquidação de título extrajudicial, o fazem encaminhando o caso para uma ação autônoma, que culminaria, na verdade, numa sentença condenatória (ARAÚJO, Luciano Vianna. A ação de liquidação de título executivo extrajudicial. Revista de Processo, São Paulo, n. 229, 2014, p. 225). Ao contrário da sentença genérica, a certeza da obrigação retratada no título extrajudicial não estaria imune à controvérsia e ao julgamento de mérito na pretensão “ação de liquidação”. Logo, tudo não passaria de mera ação ordinária de cobrança em que, o título executivo líquido e certo gerado seria, em verdade, a sentença e, não, aquele extrajudicial que apenas funcionou como fundamento da ação cognitiva. CPC/1973, arts. 627, § 2º, e 633, parágrafo único. CPC/1973, art. 475N, I. CPC/1973, arts. 475A a 475H. “Caso a sentença declaratória contenha todos os elementos da obrigação, mas não faça referência ao valor devido, admitir seá a liquidação de tal sentença, tal como ocorre com a liquidação de sentença condenatória” (MEDINA, José Miguel Garcia. A sentença declaratória como título executivo. Revista de Processo, v. 136, p. 77, jun. 2006). LOPES DA COSTA, Alfredo Araújo. Direito Processual Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1959, v. IV, n. 73, p. 71; CASTRO, Amílcar de. Comentários ao Código de Processo Civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1963, v. X, t. I, n. 127, p. 130. LOPES DA COSTA, Alfredo Araújo. Op. cit., p. 72. A liquidação é “o processo preparatório em que se determina o objeto da condenação, a fim de se dar ao vencido possibilidade de cumprir o julgado, e ao vencedor possibilidade de executálo depois de verificado o inadimplemento” (CASTRO, Amílcar de. Op. cit., n. 127, p. 130). AMARAL SANTOS, Moacyr. Primeiras linhas do Direito Processual Civil. 4. ed. São Paulo: Max Limonad, 1973, v. III, n. 823, p. 259. CARNELUTTI, Francesco. Istituzioni del Processo Civile Italiano. 5. ed. Roma: Società Editrice del Foro Italiano, 1956, v. I, n. 175, p. 165. TEIXEIRA, Sálvio Figueiredo. Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1979, nota ao art. 609, p. 146. LIMA, Alcides de Mendonça. Comentários ao CPC. Rio de Janeiro: Forense, 1974, v. VI, n. 128, p. 572. CPC/1973, art. 475G. Chegar na liquidação à conclusão de que o quantum debeatur é zero, “de forma alguma, significa inobservância da coisa julgada”. Ou seja, a situação, “ainda que não desejada, tem o condão de adequar à realidade uma sentença condenatória que, por ocasião de sua liquidação, mostrase vazia, porquanto não demonstrada sua quantificação mínima e, por conseguinte, sua própria existência” (STJ, 3ª T., REsp 1.011.733/MG, Rel. Min. Massami Uyeda, ac. 1º.09.2011, DJe 26.10.2011). STJ, 3ª T., REsp 1.280.949/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, ac. 25.09.2012, DJe03.10.2012. STJ, 4ª T., REsp 276.010/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, ac. 24.10.2000, RSTJ 142/387; STJ, 3ª T., REsp 39.371/RS, Rel. Min. Nilson Naves, ac. 08.08.1994, DJU 24.10.1994, p. 28.753. STJ, 3ª T., REsp 7.489/SP, Rel. Min. Dias Trindade, ac. 20.03.1991, DJU 22.04.1991, p. 4.787; STJ, Corte Especial, EREsp 179.355/SP, Rel. Min. Barros Monteiro, ac. 17.10.2001, RSTJ 164/34. STJ, 3ª T., REsp 29.151/RJ,Rel. Min. Nilson Naves, ac. 20.09.1994, RSTJ 76/162. CPC/1973, art. 20, caput. CPC/1973, art. 571. STF, 1ª T., RE 97.031/RJ, Rel. Min. Alfredo Buzaid, ac. 05.11.1982, RTJ 105/388; STJ, 4ª T., REsp 40.879/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, ac. 05.04.1994, RSTJ63/405; STJ, 1ª T., REsp 3.925/SE, Rel. Min. Armando Rolemberg, ac. 20.08.1990,RSTJ 13/419; STJ, 1ª T., REsp 1.016.068/PR, Rel. Min. Francisco Falcão, ac. 17.04.2008, DJe 15.05.2008. CPC/1973, art. 20, § 4º. STJ, Corte Especial, EREsp 179.355/SP, Rel. Min. Barros Monteiro, DJU11.03.2002; STJ, 4ª T., REsp 276.010/SP, Rel. 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 18/19 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 Min. Sálvio de Figueiredo, ac. 24.10.2000, RSTJ 142/387; STJ, 3ª T., REsp 231.151/PR, Rel. Min. Ari Pargendler, ac. 16.11.2006, DJU 11.12.2006, p. 352. Até mesmo nas liquidações por arbitramento temse imposto a verba advocatícia quando o procedimento assumir “nítido caráter contencioso” (STJ, 3ª T., AgRg no Ag 1.324.453/ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, ac. 14.12.2010, DJe 02.02.2011). No mesmo sentido: STJ, 4ª T., AgRg no REsp 1.195.446/PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, ac. 08.02.2011, DJe 24.02.2011; STJ, 3ª T., AgRg no AREsp 530748/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, ac. 21.10.2014, DJe 29.10.2014; STJ, 3ª T., AgRg no AREsp 532.835/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, ac. 21.08.2014, DJe 03.09.2014. LOPES DA COSTA, Alfredo Araújo. Direito Processual Civil Brasileiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, n. 75, p. 73. AMARAL SANTOS, Moacyr. Op. cit., n. 827, p. 262. CPC/1973, art. 475G. CPC/1973, art. 468. CPC/1973, art. 467. CPC/1973, art. 293. Quando se trata, porém, de juros sobre capital próprio, regulados pela legislação especial das sociedades anônimas, o STJ, em regime de recursos repetitivos (CPC, art. 543C – NCPC, art. 1.036) fixou o seguinte entendimento: “admitese a condenação ao pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio independentemente de pedido expresso”; mas, descabe incluir tais juros no cumprimento da sentença, sem que esta os tenha previsto. (STJ, 2ª Seção, REsp 1.373.438/RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, ac. 11.06.2014, DJe17.06.2014). CPC/1973, art. 475L. CPC/1973, art. 475I, § 2º. LIMA, Alcides de Mendonça. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1974, v. VI, t. II, n. 920, p. 413. CPC/1973, art. 475A. CPC/1973, art. 497. STJ, Emb. Div. em REsp 16.5410/SP, Rel. Min. Costa Leite, ac. 12.11.1992, RSTJ42/385. STJ, 3ª T., AgRg no REsp 373.891/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, ac. 18.08.2005, DJU 12.09.2005, p. 315; STJ, 3ª T., REsp 1.280.949/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, ac. 25.09.2012, DJe 03.10.2012. CPC/1973, arts. 475O e 521. CPC/1973, art. 475A, § 2º. CPC/1973, art. 475C. CPC/1973, art. 475E. CPC/1973, art. 475A, § 1º. CPC/1973, art. 322. CPC/1973, art. 475B. CPC/1973, art. 475L, V. RIBAS, Antônio Joaquim Ribas. Consolidação das Leis do Processo Civil. Rio de Janeiro: Dias da Silva Junior, 1879 (comentário CCCLXXI); PEREIRA E SOUZA, Joaquim José Caetano. Primeiras linhas sobre o Processo Civil. Rio de Janeiro: Garnier, 1907, p. 882; CASTRO, Amílcar de. Comentários ao Código de Processo Civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1963, v. X, n. 136, p. 137. CPC/1973, art. 475L, § 2º. CPC/1973, art. 475J. CPC/1973, art. 475J. CPC/73, art. 362 e sem correspondente quanto ao atual art. 524. “Se o credor for beneficiário da gratuidade de justiça, podese determinar a elaboração dos cálculos pela contadoria judicial” (STJ, 2ª Seção, REsp 1.274.466/SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, ac. 14.05.2014, DJe 21.05.2014, Rec. repetitivo: CPC, art. 543C. Precedente: STJ, Corte Especial, EREsp 450.809/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, ac. 23.10.2003, DJU 09.02.2004, p. 126). CPC/1973, art. 475D. “Na fase autônoma de liquidação de sentença (por arbitramento ou por artigos), incumbe ao devedor a antecipação dos honorários periciais”, e não ao credor, porque, na espécie, quem deve suportar os custos da execução é aquele e não este 05/08/2015 Minha Biblioteca | Curso de Direito Processual Civil data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22h2t%22%20style%3D%22lineheight%3A%201.3%3B%20fontfamily%3A%20LatoRegular%2C… 19/19 59 60 61 62 63 64 65 66 67 (STJ, 2ª Seção, REsp 1.274.466/SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, ac 14.05.2014,DJe 21.05.2014). A decisão foi pronunciada em regime de recursos repetitivos, na forma do art. 543C do CPC. CPC/1973, art. 475E. CPC/1973, art. 475G. AMARAL SANTOS, Moacyr. Primeiras linhas do Direito Processual Civil. 4. ed. São Paulo: Max Limonad, 1973, v. III, n. 827, p. 262. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1976, v. 9, p. 534535. DINAMARCO, Cândido Rangel. “As três figuras da liquidação de sentença”.Estudos de Direito Processual em Memória de Luiz Machado Guimarães. Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 110. CPC/1973, art. 485. “No julgamento da liquidação de sentença, ainda que por cálculo do contador, existe verdadeira decisão do juiz. Não se limita a autenticar o ato do contador. Fixa os limites do aresto exequendo e, consequentemente, é sentença de mérito. Ela não é apenas uma sentença na forma, mas também de conteúdo, de fundo” (STF, RE 87.109, Rel. Min. Cunha Peixoto, ac. 18.03.1980, DJU 25.04.1980). Qualquer que seja a forma de liquidação, a sentença faz coisa julgada e só pode ser desconstituída mediante rescisória, tanto na ótica do STF como do STJ (RTJ 101/665 e 114/788;RSTJ 99/37). Como decidiu o TJMG, não se pode discutir, em embargos, a pretexto de excesso de execução, o valor “formado pela sentença condenatória liquidada com aprovação do recorrente”, e que “deu ensejo a uma sentença que julgou a liquidação, sem que houvesse contra ela qualquer recurso” (TJMG, 4ª CC., Ap. 76.8414, Rel. Des. Paulo Viana Gonçalves, ac. 18.08.1988, Jurisprudência Mineira 104/228). Nesse sentido: STJ, 2ª T., REsp 1.107.662/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, ac. 23.11.2010,DJe 02.12.2010. 1º TACivSP, AR 380.002, Rel. Juiz Bruno Neto, ac. 10.08.1988, RT 634/93. O STJ, nessa linha, admite ação rescisória contra decisão singular do relator em agravo contra o despacho denegatório do especial, se a questão federal (mérito) foi apreciada (STJ – 2ª Seção, AR 3110/MA, Rel. Min. Nilson Naves, RSTJ 82/139. No mesmo sentido: RSTJ 103/279 e RT 712/731; STJ, 3ª Seção, AR 2.716/RJ, Rel. Min. Nilson Naves, Rel. p/ Acórdão Ministro Felix Fischer, ac. 13.02.2008, DJe13.08.2008).