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Liquidação de sentença PDF

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Noções gerais: A sentença ilíquida é aquela que não fixa 
o valor da condenação ou não individualiza o objeto. Como 
a execução exige que o título executivo represente uma 
obrigação líquida, certa e exigível (art. 783, CPC), deve-se 
proceder a sua liquidação antes de ser executada. 
A regra é que o juiz profira sentenças líquidas, mas por vezes 
poderá proferir sentenças ilíquidas, isso geralmente irá 
ocorrer nas hipóteses em que a parte tiver formulado 
pedido genérico, nas situações que estão previstas no art. 
324, §1º: universalidade de fato ou de direito, não for 
possível ao autor individuar todos os bens na petição inicial, 
não for possível determinar toda a extensão de todo o ato 
ou fato ilícito na petição inicial, quando a apuração do valor 
devido depender de ato a ser praticado pelo réu. Nessas 
hipóteses é lícito ao autor formular pedido genérico ou 
indeterminado e nessas situações é comum que haja a 
prolação de sentenças ilíquidas. 
A sentença ilíquida é aquela que não determina o quantum 
debeatur, ou seja, não determina qual é o valor da 
condenação ou qual é o objeto da obrigação. Em situações 
como essas não é possível promover a execução da 
sentença, pois antes que ela seja executada, haverá a 
necessidade de que ela seja liquidada, então o processo de 
liquidação de sentença tem por objetivo exatamente apurar 
o valor devido ou o objeto da obrigação. 
Somente há liquidação de títulos executivos judiciais 
(previstos taxativamente no art. 515). A sentença que 
reconheça a exigibilidade do cumprimento de uma 
obrigação de fazer ou não fazer, de entrega de coisa ou de 
pagamento de quantia certa é uma sentença que configura 
um título executivo judicial, mas que ela possa ser 
executada, a obrigação nela prevista deve ser liquida, certa 
e exigível, o que não irá ocorrer no caso da sentença 
ilíquida, pois faltará a essa sentença um dos requisitos, que 
é a liquidez, por esse motivo, entre a fase de conhecimento 
e a fase de execução, haverá a fase chamada de liquidação 
da sentença (todas essas dentro de um processo só, o 
chamado processo sincrético). Quanto aos títulos 
extrajudiciais (documentos aos quais a lei confere força 
executiva), faltando a liquidez, só podem ser cobrados pelo 
processo de conhecimento. 
Regra geral, a liquidação acontecerá após a sentença. 
Porém, a medida pode também se dar incidentalmente no 
curso da execução (tendo excepcionalmente análise de 
mérito no curso da execução, o que via de regra não ocorre), 
em casos como o da conversão em perdas e danos de 
obrigação de fazer ou entrega de coisa. 
 A liquidação de sentença ainda tem natureza de atividade 
de conhecimento, sendo possível a produção de provas. 
Liquidação de sentença declaratória e de outros 
títulos judiciais: 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo 
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos 
previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que 
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
Como o CPC não restringe o título executivo à sentença 
condenatória, é plenamente possível a execução de uma 
sentença declaratória ou constitutiva, desde que de seu 
conteúdo possa se extrair o reconhecimento judicial de uma 
obrigação a ser cumprida por uma das partes. 
Porém, a sentença que simplesmente declara a inexistência 
de uma relação jurídica ou a existência genérica de um 
dever jurídico, não pode ser classificada como título 
executivo, já que deve possuir os elementos para tanto, 
quais sejam, identificar as partes, natureza, objeto da 
obrigação, tempo e demais condições para seu 
cumprimento. 
Casos de iliquidez da sentença: 
A iliquidez da condenação pode dizer respeito: 
a) À quantidade, como, p.ex., na condenação ao pagamento 
de perdas e danos sem fixar o respectivo valor, ou 
condenação a juros de forma genérica etc. 
b) À coisa devida, como, p.ex., no caso de condenação a 
restituição de uma universalidade de fato, como ocorre na 
petição de herança. 
c) A fatos devidos, quando condena a pessoa, p.ex., a obras 
e serviços não individualizados, como serviços para evitar 
ruínas, reparação de tapumes etc. 
Apesar disso, a liquidação de sentença prevista nos arts. 509 
a 512 do CPC, diz respeito apenas às obrigações de 
prestação em dinheiro, ou substituídas por prestação dessa 
espécie (obrigações de fazer ou não fazer e de entrega de 
coisa). 
O art. 38, parágrafo único, da Lei 9.099/95 (juizados 
especiais) não admite, nos Juizados Especiais Cíveis, 
sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que 
genérico o pedido. Essa proibição é justificada pela busca de 
celeridade processual, que é um dos princípios basilares 
dos juizados especiais. Então, no procedimento 
sumaríssimo dos juizados especiais cíveis necessariamente 
o magistrado terá que proferir uma sentença líquida, ou 
seja, se o autor tiver formulado um pedido genérico, a 
liquidação (apuração do valor devido) deve ocorrer no curso 
do processo, de forma que ao final, quando o magistrado 
for proferir a sua sentença ele tenha condições de proferir 
uma sentença líquida. 
Natureza jurídica da liquidação de sentença: 
Trata-se de simples incidente complementar da sentença 
condenatória genérica, afinal de contas, além dela ter 
natureza jurídica de fase ou mero incidente de um processo 
sincrético, a liquidação de sentença também se revela de 
natureza cognitiva, o que significa que na liquidação de 
sentença ainda temos atividade de conhecimento, ou seja, 
a decisão a ser proferida na liquidação de sentença 
complementa a sentença condenatória (ou mesmo 
declaratória ou constitutiva, nos termos dos art. 515, I) que 
for ilíquida. 
Uma coisa que é de suma importância ressaltar é de que 
nem sempre a liquidação de sentença se dará através de 
uma fase ou mero incidente do processo sincrético, pois 
pode se ter situações como a sentença arbitral, sentença 
penal condenatória, sentença estrangeira devidamente 
homologada que terão de dar origem a um processo de 
liquidação, se for o caso. A característica dessas sentenças 
é que elas não darão ensejo a um processo sincrético, visto 
que a fase de conhecimento não ocorreu perante o órgão 
responsável por promover a execução, se fazendo 
necessário a existência de uma ação autônoma de 
liquidação de sentença. 
Além disso, é possível que a liquidação se sentença se dê no 
curso da própria execução, como no caso da execução de 
uma obrigação de fazer ou não fazer, ou de entrega de coisa 
que é convertida em perdas e danos, nesse caso, a 
liquidação das perdas e danos se dará no curso do próprio 
processo de execução, incidentalmente. 
Portanto é necessário perceber essas três nuances da 
liquidação de sentença: 
• Pode se revestir de fase ou mero incidente de um 
processo sincrético, que é a regra geral. 
• Pode se revestir de simples incidente no curso da própria 
execução, nos casos de conversão das obrigações 
específicas em perdas e danos. 
• Pode dar origem a uma ação autônoma no caso da 
sentença arbitral, penal condenatória ou da sentença 
estrangeira homologada, estas que serão liquidadas 
perante o juízo cível competente para que futuramente haja 
a execução. 
Trata-se de decisão sobre o mérito da causa, por versar 
sobre um dos elementos da lide, produzindo, portanto, 
coisa julgada material. 
O quantum debeatur será definido em decisão de caráter 
complementar e com função integrativa. 
Não é lícito utilizar a liquidação de sentença para trazer ao 
conhecimento do juiz qualquer alegação, argumento ou 
defesa que qualquer das partes poderiam ter utilizado para 
o acolhimento ou rejeição do direito tutelado. 
Art. 509, § 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide 
ou modificar a sentença que a julgou. 
Nessa situação, o magistrado está limitado pelo objeto da 
liquidação, este que é muito específico→ apurar o valor 
devido. Não importando aqui se está se liquidando uma 
sentença transitada em julgado ou uma sentença sujeita a 
recurso (liquidação definitiva ou provisória). 
Liquidação com resultado zero: 
Não ofende a coisa julgada a liquidação que, por meio de 
compensações, chegue a um saldo igual a zero ou negativo 
em desfavor daquele que tenha sido beneficiado com a 
sentença de procedência do pedido. 
Ocorre também quando a sentença define a 
obrigatoriedade de indenização por um dano, mas 
nenhuma das partes consegue demonstrar a sua 
existência/extensão. Segundo o professor Marcelo Abelha, 
nessas situações, o que ficou reconhecido na fase de 
conhecimento é a antijuricidade da conduta praticada, mas 
o dano em si não foi reconhecido, caso contrário resultaria 
em uma conclusão ilógica, onde o dano ocorreu, mas não 
há o que receber. 
Nesse sentido, importante é a orientação do STJ: 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INTERVENÇÃO NO 
DOMÍNIO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE CIVIL. SETOR 
SUCROALCOOLEIRO. INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL 
- IAA. FIXAÇÃO DE PREÇOS. LEI 4.870/1965. 
LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO. FUNDAÇÃO 
GETÚLIO VARGAS - FGV. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO 
ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CF/1988. COMPROVAÇÃO DO 
DANO. NECESSIDADE. APURAÇÃO DO QUANTUM 
DEBEATUR. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO. 
CABIMENTO. INDENIZAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA. 
LIQUIDAÇÃO COM "DANO ZERO" OU "SEM RESULTADO 
POSITIVO". POSSIBILIDADE. EFICÁCIA DA LEI 4.870/1965. 
RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO 
CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO 
DE CONTROVÉRSIA. (...) 4. O suposto prejuízo sofrido pelas 
empresas possui natureza jurídica dupla: danos emergentes 
(dano positivo) e lucros cessantes (dano negativo). Ambos 
exigem efetiva comprovação, não se admitindo indenização 
em caráter hipotético, ou presumido, dissociada da 
realidade efetivamente provada. Precedentes. 5. Quando 
reconhecido o direito à indenização (an debeatur), o 
quantum debeatur pode ser discutido em liquidação da 
sentença por arbitramento, em conformidade com o art. 
475-C do CPC. 6. Não comprovada a extensão do dano 
(quantum debeatur), possível enquadrar-se em liquidação 
com "dano zero", ou "sem resultado positivo", ainda que 
reconhecido o dever da União em indenizar (an debeatur). 
(STJ. REsp 1.280.494/SP. DJe 03/10/2012. Rel. Ministra 
Nancy Andrighi). → Esse julgado é da época em que vigorava 
o CPC de 1973. Ela nos traz que o an debeatur é o 
reconhecimento do direito de indenização, que é dado na 
fase de conhecimento e que o reconhecimento do an 
debeatur não significa que na liquidação de sentença será 
apurado o quantum debeatur. O STJ reconhece que é 
plenamente possível a liquidação com resultado 0, sendo 
reconhecido apenas o direito de indenizar, sem que, na 
liquidação de sentença tenha sido apurado um dano 
efetivo. 
Natureza jurídica da decisão proferida em 
liquidação de sentença: 
Há divergência doutrinária quanto à natureza jurídica da 
liquidação de sentença. 
Para Humberto Theodoro Jr., por exemplo, trata-se de 
simples decisão interlocutória, que integra questão 
genuinamente de mérito, por versar sobre um dos 
elementos da lide, e apenas complementa a sentença 
proferida na fase de conhecimento. 
Já Marcelo Abelha, por exemplo, entende tratar-se de 
sentença, pois esse procedimento é realizado pós o término 
de uma fase e deve culminar com um pronunciamento que 
ponha fim a essa fase cognitiva específica, sem a qual não 
terá início o cumprimento de sentença. 
O art. 1015, parágrafo único afirma que as decisões que as 
decisões interlocutórias proferidas no curso da liquidação 
de sentença serão objeto de agravo de instrumento, 
abrindo precedente para uma dúvida, pois se considerar a 
decisão como decisão interlocutória, não resta dúvida que 
o recurso cabível será o agravo de instrumento, mas se 
optar-se pelo entendimento de que essa decisão é uma 
sentença fica a dúvida se caberia a apelação (recurso padrão 
para sentenças) ou o agravo de instrumento, seguindo o art. 
1015, tendo-se portanto de que se observar a posição da 
jurisprudência para se escolher o recurso (esta que vem 
optando pelo agravo de instrumento). 
A decisão que define o quantum debeatur tem natureza 
declaratória, com eficácia retroativa, porque declara 
apenas o elemento faltante na sentença condenatória 
genérica. 
Liquidação parcial da sentença: 
 Pode ser que uma sentença condene o vencido a uma 
parcela líquida e outra ilíquida (ex: ação de reparação de 
danos causados por acidente de automóvel, quando 
condena a pagar o valor exato das despesas de oficina e 
deixa para liquidação de sentença o valor dos prejuízos pela 
paralisação do carro). 
Art. 509, § 1º Quando na sentença houver uma parte 
líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover 
simultaneamente a execução daquela e, em autos 
apartados, a liquidação desta. 
Neste caso, a execução deve ocorrer nos autos principais e 
a liquidação em autos apartados, formados com cópias das 
peças processuais pertinentes, ou seja, vão ser retiradas 
cópias do processo original e com elas formar os autos 
apartados onde se dará a liquidação da sentença. 
Trata-se de uma prerrogativa do credor que, se quiser, pode 
promover a liquidação da parte ilíquida primeiro para, só 
depois, promover a execução sobre todo a condenação. 
Liquidação por iniciativa do vencido: 
Art. 509, caput. Quando a sentença condenar ao 
pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua 
liquidação, a requerimento do credor ou do devedor. 
O devedor tem não apenas o dever de cumprir a obrigação, 
mas o direito de liberar-se dela. Então pode ser que diante 
da inércia do credor, o devedor que queira cumprir a 
obrigação para se livrar dela promova ele próprio a 
liquidação de sentença. 
Sendo procedimento preparatório da execução e também 
um meio de propiciar ao devedor o cumprimento de sua 
obrigação, caso o credor permaneça inerte, não se pode 
negar ao devedor a faculdade de iniciar a liquidação. 
Procedimento da liquidação de sentença: 
O processamento da liquidação é feito, em regra, nos 
próprios autos da ação condenatória. No entanto, quando 
couber a execução provisória, liquida-se a sentença em 
autos apartados. O mesmo ocorrerá se a sentença contiver 
parte líquida e parte ilíquida. 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na 
pendência de recurso, processando-se em autos 
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante 
instruir o pedido com cópias das peças processuais 
pertinentes. 
A execução provisória será precedida de uma liquidação 
provisória, quando houver contra a sentença recurso não 
dotado de efeito suspensivo (apenas no efeito devolutivo), 
sendo assim, a sentença é desde logo eficaz e pode ser 
executada. Porém se estivermos diante de uma sentença 
ilíquida, antes da sua execução provisória, teremos a sua 
liquidação provisória (pois pode ser que o tribunal. Ao julgar 
o recurso, invalide ou reforme aquela decisão). 
Nos casos de sentença penal condenatória, sentença 
estrangeira homologada e sentença arbitral não haverá 
processo sincrético, devendo-se dar início à liquidação de 
sentença perante o juízo cível competente. 
O CPC prevê duas espécies distintas de liquidação: 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de 
quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a 
requerimento do credor ou do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, 
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do 
objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade 
de alegar e provar fato novo. 
Liquidação por arbitramento: Essa liquidação 
tem por objetivo realizar a avaliação, uma perícia ou um 
arbitramento do valor devido, então nesse caso, o objeto da 
liquidação já está devidamente delimitado, só há 
necessidade de que se proceda uma avaliação/períciasobre 
o objeto da condenação para se apurar o valor devido. 
A liquidação por arbitramento ocorrerá quando for 
determinado por sentença, for convencionado pelas partes 
ou o exigir a natureza do objeto da liquidação. 
Nessa hipótese, há necessidade de conhecimento técnico 
de um árbitro para se estimar o montante da condenação. 
Exemplos: estimativa de desvalorização de veículos 
acidentados e lucros cessantes por inatividade de pessoa. 
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz 
intimará as partes para a apresentação de pareceres 
ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso 
não possa decidir de plano, nomeará perito, 
observando-se, no que couber, o procedimento da 
prova pericial. 
Somente na hipótese de não serem suficientes os 
documentos apresentados pelas partes é que o juiz 
nomeará perito, e o arbitramento se processará nos termos 
das normas sobre prova pericial. 
Liquidação pelo procedimento comum: A 
liquidação pelo procedimento comum ocorrerá quando for 
necessário alegar e provar fato novo (art. 509, II, CPC). 
O credor discriminará, em petição, os fatos a serem 
provados a servir de base à liquidação, lembrando que em 
nenhuma hipótese será lícito reabrir a discussão em torno 
da lide (art. 509, §4º, CPC). 
Para se entender o conteúdo das provas a serem produzidas 
em liquidação, pense na ação de indenização, em que o 
dano é provado na fase de conhecimento e, em liquidação, 
apenas apura-se o valor de referidos danos. 
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o 
juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa 
de seu advogado ou da sociedade de advogados a que 
estiver vinculado, para, querendo, apresentar 
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-
se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da 
Parte Especial deste Código. 
Uma vez que a parte tenha dado início a liquidação de 
sentença pelo procedimento comum, o requerido 
(liquidado) será intimado, sendo que essa intimação será 
feita na pessoa do seu advogado (ou da sociedade de 
advogados que o representa) para que apresente 
contestação no prazo de 15 dias e uma vez oferecida a 
contestação, segue-se o procedimento comum. 
 
Legitimidade e início do procedimento 
liquidatório: 
O procedimento liquidatório está no meio de um processo 
sincrético e a legitimidade para a sua propositura é do 
credor ou do devedor (art. 509, CPC). 
O procedimento se inicia por meio de requerimento inicial, 
sem maiores formalidades (visto que a maioria das 
informações já estão anexadas aos autos do processo), já 
que se trata do mesmo processo em que foi proferida a 
sentença condenatória genérica, ou seja, começa por 
iniciativa da parte interessada. 
Em seguida, deve haver a intimação do demandado na 
pessoa de seu advogado (arts. 510 e 511, CPC). 
A parte contrária terá oportunidade para se manifestar. Na 
liquidação pelo procedimento comum, poderá contestar e 
na liquidação por arbitramento, poderá apresentar 
documentos ou pareceres elucidativos, para que o juiz 
possa verificar, se a partir daquela documentação qual o 
valor devido, caso contrário requisitará perícia. 
No requerimento inicial do incidente, a parte deve indicar 
que procedimento liquidatório será seguido e, dependendo 
de qual seja, deve indicar o objeto da liquidação por 
arbitramento ou, se pelo procedimento comum, quais fatos 
novos serão objeto de prova. 
Competência: Como só há liquidação de provimento 
judicial (título executivo judicial) e sendo ela um incidente 
do processo sincrético, a regra geral é a da competência 
funcional do juízo, o mesmo da condenação genérica. A 
liquidação se processará perante o juízo originário. Tanto a 
liquidação da sentença quanto a sua execução se darão 
sempre perante o juízo de origem (o juízo que regra geral 
atuou em primeiro grau de jurisdição), então, ainda que 
haja interposição de recurso e a decisão transite em julgado 
perante o tribunal, ela será liquidada e executada perante o 
juízo que atuou em primeiro grau de jurisdição. 
Na liquidação da sentença arbitral, sentença penal 
condenatória e sentença estrangeira homologada, a 
competência é estabelecida de acordo com as regras do 
CPC, da CF/88 e pelas regras de organização judiciária de 
cada Estado, visto que nestes casos não haverá 
procedimento sincrético. 
A indisponibilidade do rito da liquidação: Não tem as 
partes, nem o juiz, disponibilidade acerca dos ritos previstos 
para a liquidação de sentença. Cada um deles foi traçado 
pela lei visando a situações específicas e só o uso daquele 
que for adequado ao caso concreto deverá prevalecer. 
Assim é que na liquidação pelo procedimento comum o 
debate envolve a extensão do dano reconhecido na 
condenação genérica. Já na liquidação por arbitramento, o 
objeto já está definido e a área a ser coberta pela perícia 
está determinada na condenação genérica. 
O erro na indicação do procedimento adequado implicará a 
inépcia do requerimento. 
Não tendo havido ainda a intimação do advogado do 
devedor, poderá ocorrer a desistência e ser reproposto o 
incidente. Não se trata de emenda à inicial, pois ou se 
apontam fatos novos ou é hipótese de perícia/avaliação. 
Defesa na liquidação de sentença: 
O liquidado poderá oferecer defesa de mérito e/ou 
processual, devendo-se respeitar a eficácia preclusiva da 
coisa julgada (art. 508, CPC) e com a impossibilidade de se 
rediscutir as questões já decididas acerca da lide (art. 509, 
CPC). 
O julgamento restringe-se ao que precisa ser liquidado, ou 
seja, restrito ao acertamento do quantum devido ou da 
individuação do objeto, não se podendo discutir nenhuma 
matéria que esteja fora da área de cognição da liquidação. 
Matérias não relacionadas à liquidez, não poderão ser 
ventiladas. 
Enquanto o procedimento comum (Livro I do CPC) aplica-se 
à liquidação pelo procedimento comum, na liquidação por 
arbitramento, o réu, uma vez intimado pelo seu advogado, 
comparecerá não só para impugnar, mas também para 
formular quesitos e pareceres. 
Em se tratando de liquidação pelo procedimento comum, 
caso o liquidado não se manifeste, aplica-se sobre os fatos 
novos a regra da revelia e seus efeitos. 
Em se tratando de liquidação por arbitramento, a 
percepção técnica do fato objeto da prova afasta quase que 
completamente a incidência dos efeitos da revelia, que é 
basicamente considerar verdadeiro os fatos alegados pelo 
autor no requerimento inicial, afinal de contas o juiz irá 
decidir praticamente apenas pela prova pericial, visto que a 
liquidação por arbitramento basicamente se resume a sua 
análise. 
Recursos: 
Art. 1015, parágrafo único. Também caberá agravo de 
instrumento contra decisões interlocutórias proferidas 
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento 
de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
O prof. Marcelo Abelha, sobre a decisão que completa a 
lacuna do quantum devido, afirma: “Segundo o CPC, trata-
se de pronunciamento decisório que contém fundamento 
do art. 487, I, e põe fim à fase cognitiva, portanto uma 
sentença sujeita ao recurso de apelação. ” 
Já o prof. Humberto Theodoro Jr. diz que: “Com a 
simplificação do procedimento de cumprimento da 
sentença, o decisório que julga o incidente de liquidação, 
em qualquer de suas formas (arbitramento ou 
procedimento comum), passou a configurar decisão 
interlocutória, cuja impugnação recursal haverá de ser feita 
por agravo de instrumento (NCPC, art. 1015, parágrafo 
único). ” 
Liquidação por cálculo: 
Foi abolida a judicialidade da liquidação por simples cálculo 
já sob a égide do Código anterior, por se entender que nesse 
caso, a sentença não era ilíquida, ela é liquida, mas na 
verdade apenas lhe falta a atualização para tornar possível 
a execução do julgado. 
Art. 509, § 2º Quando a apuração do valor depender 
apenas de cálculo aritmético, o credor poderá 
promover, desdelogo, o cumprimento da sentença. 
O requerimento de cumprimento de sentença será 
instruído com “demonstrativo discriminado e atualizado 
do débito” (art. 524, caput, CPC), então, essa atualização do 
valor será feita dentro da própria fase de execução, sem que 
se faça necessário uma fase própria para liquidá-la. 
Se o executado não aceitar o cálculo do credor, terá que 
impugná-lo com fundamento em excesso de execução (art. 
525, §1º, V, CPC). 
Questões Pertinentes: 
• Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do 
credor ou devedor: por arbitramento, quando determinado 
pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela 
natureza do objeto da liquidação; e por procedimento 
comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato 
novo. Quando na sentença houver uma parte líquida e outra 
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a 
execução daquela e, em autos apartados, a liquidação 
desta. 
• Se a determinação do valor exato da condenação 
decorrente de sentença judicial depender apenas de 
cálculos aritméticos, será dispensada a fase de liquidação de 
sentença, cabendo ao credor propor diretamente o 
cumprimento da sentença instruído de demonstrativo 
discriminado e atualizado do crédito. 
• A instauração dessa fase do procedimento pode ser 
requerida tanto pelo credor como pelo devedor. 
• O credor pode promover a liquidação da parte ilíquida e 
ao mesmo tempo promover a execução da parte líquida. 
• Na liquidação de sentença é vedado discutir de novo a 
lide ou modificar a sentença que a julgou. 
• Quando na sentença houver uma parte líquida e outra 
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a 
execução daquela e, em autos apartados, a liquidação 
desta. 
• A liquidação pode frustrar a execução, o que se verifica 
quando o resultado da liquidação impedir que o 
demandante execute o título executivo ilíquido que tem a 
seu favor. 
• A liquidação está limitada aos títulos executivos judiciais, 
já que o título executivo extrajudicial sempre deverá conter 
uma obrigação líquida. 
• Caso o juiz julgue parcialmente o mérito, reconhecendo a 
existência de obrigação ilíquida, a parte vencedora poderá 
promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto 
recurso pela parte vencida. 
• Quando a sentença contiver condenação ilíquida ao 
pagamento de quantia, terá lugar o arbitramento, se assim 
exigir a natureza do objeto da liquidação. 
• A extinta nomenclatura de liquidação por artigos era 
adotada por fazer referência ao fato de que a petição inicial 
era elaborada na forma de artigos, isto é, com itens 
numerados por assunto que seriam comprovados durante a 
instrução. 
• Na liquidação pelo procedimento comum, como há 
necessidade de demonstrar fato novo, pode-se chegar a 
uma decisão declarativa negativa, tendo-se a situação de 
liquidação frustrada. 
• O ilíquido não prejudica o líquido, podendo se promover 
simultaneamente a execução desta e a liquidação daquela 
• Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz 
determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu 
advogado ou da sociedade de advogados a que estiver 
vinculado, para, querendo, apresentar contestação no 
prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que 
couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. 
• A liquidação poderá ser realizada na pendência de 
recurso, processando-se em autos apartados no juízo de 
origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com 
cópias das peças processuais pertinentes. 
• A liquidação por cálculo aritmético é feita privadamente 
pelo credor, ao requerer o cumprimento de sentença, não 
constituindo uma fase específica do procedimento 
ordinário. 
• Embora haja divergência na doutrina, a corrente 
majoritária defende que a liquidação de sentença é mera 
fase procedimental (incidente), cuja decisão de 
mérito enseja a interposição de Agravo de Instrumento. 
Nesse sentido, Marinoni ensina: "a decisão que julga a 
liquidação é, claramente, uma decisão de mérito, ou, mais 
precisamente, uma decisão sobre parcela do mérito posto 
na ação que deu origem à sentença condenatória. Não 
obstante isso, por simples opção estrutural, deve ser 
qualificada como decisão interlocutória, até para sujeitar-
se ao recurso que é mais adequado para ser empregado 
para atacar atos praticados no curso do processo" ("O Novo 
Processo Civil", 2016, pag. 407). 
• Entende-se que a realização da liquidação de forma 
diversa da indicada na sentença ofende a coisa julgada → 
ERRADA → convenção das partes ou natureza da obrigação 
também. 
•Na liquidação de sentença, é vedado discutir de novo a lide 
ou modificar a sentença que a julgou. No entanto, se o 
resultado for igual a zero, é correto afirmar que a liquidação 
será julgada improcedente, aplicando-se a regra geral da 
incidência da coisa julgada. → Na verdade a sentença de 
conhecimento não é condenatória, mas meramente 
declaratória (Moniz de Aragão, RP 44/29). Dada a natureza 
constitutivo-integrativo da sentença de liquidação, é 
possível que se encontre valor zero para a obrigação de 
pagar fixada na sentença dita condenatória, porém, 
declaratória. Não existe mais a regra do CPC/39, art. 915, 
que, no caso de liquidação zero, mandava fazer quantas 
liquidações fossem necessárias até encontrar-se um 
quantum. Hoje, só há possibilidade do ajuizamento de uma 
ação de liquidação. A sentença que declara ser zero o 
quantum debeatur não ofende a coisa julgada do processo 
de conhecimento." (Nélson Nery Jr., Comentários ao Código 
de Processo Civil, RT, 2ª ed., p.1036). 
• Analisando questão afeta aos precatórios, o Supremo 
Tribunal Federal fixou tese de que não viola o art. 100, § 8º, 
da Constituição Federal a execução individual de sentença 
condenatória genérica proferida contra a Fazenda Pública 
em ação coletiva visando à tutela de direitos individuais 
homogêneos. → "O Supremo Tribunal Federal (STF), em 
votação no Plenário Virtual, reafirmou jurisprudência no 
sentido de permitir a execução individual em ação coletiva 
contra a Fazenda Pública por meio de Requisição de 
Pequeno Valor (RPV). Por maioria de votos, foi negado 
provimento ao Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 
925754, com repercussão geral reconhecida, e reafirmada a 
tese de que a execução individual de sentença condenatória 
genérica proferida contra a Fazenda Pública em ação 
coletiva visando à tutela de direitos individuais homogêneos 
não viola o disposto no parágrafo 8º do artigo 100 da 
Constituição Federal. O recurso foi interposto pelo Estado do 
Paraná contra acórdão que entendeu viável o pagamento 
por RPV de crédito reconhecido em ação coletiva." 
• Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do 
credor ou do devedor: por arbitramento, quando 
determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou 
exigido pela natureza do objeto da liquidação; ou pelo 
procedimento comum, quando houver necessidade de 
alegar e provar fato novo. 
•A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, 
processando-se em autos apartados no juízo de origem, 
cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das 
peças processuais pertinentes. 
• Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes 
para a apresentação de pareceres ou documentos 
elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de 
plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o 
procedimento da prova pericial. 
•No que respeita à liquidação de sentença, é correto 
afirmar que: é cabível para obrigações fungíveis. 
•Considerando uma demanda hipotética na qual A busque 
a satisfação de seu crédito decorrente de uma obrigação 
por parte de B, julgue o item a seguir. 
Caso os pedidos de A sejam julgados procedentes e a 
sentença condene B em quantia ilíquida,a liquidação 
poderá ocorrer tanto a requerimento de A quanto de B, 
sendo certo que se dará pelo procedimento comum quando 
houver a necessidade de alegar ou provar fato novo.

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