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Morfossintaxe da Lingua Portuguesa unid II UNIP

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Morfossintaxe da língua portuguesa
Unidade II
Sintaxe à vontade
Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade, sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contracapa
mas ser a capa e ser contracapa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar‑se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?
Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli
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3 ORAÇÕES E SINTAGMAS
Como já dissemos anteriormente, o falante da língua portuguesa, mesmo que não seja escolarizado, 
reconhece a organização sintática, tanto aceita as frases que são bem formadas quanto rejeita as que 
não o são.
 Observação
Do grego syntaxis, o termo “sintaxe” tem o significado de “ordem, 
disposição, relação”. Portanto, o estudo da sintaxe está relacionado à 
disposição dos termos em uma sequência que se denomina oração.
Nesse sentido, os estudos dos linguistas norte‑americanos contribuíram com a noção de constituintes 
imediatos e, consequentemente, a formulação de regras de estrutura sintagmática.
Mas o falante tem total liberdade ao elaborar uma estrutura sintagmática? É claro que todos 
têm liberdade de expressar suas ideias de modo pessoal, porém existem certos limites impostos pela 
gramática, os quais impedem, a cada ato de fala, a criação de uma língua nova. Dessa forma, a nossa 
liberdade de construir frases está condicionada a estruturas gramaticais determinadas, mas isso não 
quer dizer estar de acordo com a norma culta.
Assim, ausência de gramaticalidade ou gramaticalidade muito precária significa ausência de 
inteligibilidade. Isso pode ser constatado na famosa frase de Chomsky (1995):
“Colorless Green ideas sleep furiously.” (Incolores ideias verdes dormem furiosamente).
Note que a frase acima apresenta gramaticalidade; no entanto, constitui um enunciado incompreensível 
no plano denotativo, em que não apresenta lógica dos seus elementos linguísticos. Essa frase só poderia ser 
compreendida em um contexto metafórico, ou seja, conotativo.
Todo falante reconhece intuitivamente esses constituintes, ou seja, as regras de estrutura sintagmática, 
em uma oração. Ao organizar a estrutura de uma frase, o indivíduo agrupa as palavras de modo a formar 
os constituintes dela, os quais são denominados sintagmas.
Portanto, o objeto de estudo da sintaxe são os constituintes de uma oração. Estes se agrupam de 
modo a formar uma frase ou uma oração. Salientamos que a diferença de classificação entre frase e 
oração é que a primeira pode ser constituída apenas de sintagmas nominais, ao passo que a segunda 
está sempre relacionada à existência de um sintagma verbal.
Exemplificando:
(1) Que calor!
(2) Hoje fez muito calor.
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No exemplo (1), temos uma frase (mas não uma oração), ao passo que, no segundo exemplo, temos 
uma oração (que pode ser também chamada de frase). Portanto, toda oração é uma frase, mas nem toda 
frase é oração.
Segundo alguns autores, porém, nem sempre oração é frase. Em “é necessário que te apresses” 
há duas orações, mas uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento 
completo.
Assim, uma frase, para ser analisada sintaticamente, deve apresentar um sintagma verbal, pois os 
constituintes imediatos de uma oração são, a princípio, sintagma nominal (SN) + sintagma verbal (SV). 
Hierarquicamente, a partir de um sintagma verbal, podemos dizer que há um período simples e, a partir 
de dois (ou mais) sintagmas verbais, temos um período composto.
 Observação
Oração = frase que contém um sintagma verbal.
As orações na língua portuguesa podem ser classificadas em interrogativas, imperativas, optativas, 
exclamativas e declarativas.
Orações interrogativas
Têm a função de expressar perguntas. Exemplos:
Você vai fazer o quê?
Onde está o cachorro?
Por que ele trabalha tanto?
Que é isso?
Como vai o seu pai?
Orações imperativas
Caracterizam‑se por apresentarem verbos no modo imperativo. São utilizadas para expressar ordens 
e pedidos. Exemplos:
Traga‑me um martelo.
Espere‑me amanhã.
Diga o que você quer.
Pense no que você diz.
Faça bem o seu trabalho.
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Orações optativas
Caracterizam‑se por terem verbo no subjuntivo na oração principal e expressam desejo. 
Frequentemente são introduzidas pelo exclamativo “que” e marcadas às vezes por ponto de exclamação. 
Exemplos:
Que Deus acompanhe você!
Deus nos ajude!
Tomara que não chova hoje!
Orações exclamativas
Caracterizam‑se por serem seguidas, na escrita, por um ponto de exclamação e, na fala, expressam 
surpresa e admiração. Exemplos:
Como você é bonita!
Eles já chegaram!
Que bagunça você fez!
Orações declarativas
Caracterizam‑se por não apresentarem os traços distintivos das imperativas (verbo no imperativo), 
das exclamativas (ponto de exclamação) e das interrogativas (ponto de interrogação e elemento 
interrogativo). Exemplos:
O homem encontrou o menino.
O menino foi encontrado pelo homem.
Perini (2005) ressalta que, normalmente, as orações declarativas são usadas para expressar declarações. 
Mas, dependendo do contexto, podem expressar desejo e/ou pergunta:
Você poderia me ajudar aqui. (pedido)
Eu ainda não sei o seu nome. (pergunta)
Eu gostaria que alguém me ajudasse. (desejo ou pedido)
Para entendermos melhor a estrutura da oração, vamos dar um exemplo e nele identificar os 
constituintes da oração:
As meninas de vermelho entraram na competição.
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Ao fazermos um primeiro agrupamento, teremos:
/ As meninas de vermelho / entraram / na competição.
Identificamos três sintagmas nessa oração. Os constituintes imediatos da oração são os sintagmas. Podemos, 
então, definir o sintagma como uma unidade significativa na oração ou, de acordo com Sautchuk, como:
toda construção sintática que constitua um “bloco” significativo ou funcional 
no eixo horizontal, formado a partir de uma ou mais de uma unidade 
linguística, de nível imediatamente inferior (SAUTCHUK, 2004, p. 39).
Observamos que esses sintagmas podem mudar de posição no eixo sintagmático:
/ Entraram / as meninas de vermelho / na competição.
Ou:
/ Na competição / entraram / as meninas de vermelho.
Essas combinações são possíveis e reconhecidas pelos falantescomo orações da língua portuguesa. O 
arranjo mais próximo ou mais distante dos padrões linguísticos resulta em maior ou menor familiaridade 
para o falante. É o que se denomina “força das leis sintáticas numa língua”.
Para cada sintagma, há um elemento central, o qual se denomina núcleo do sintagma. É ele que determinará 
a classificação dos sintagmas em nominal, adjetival, preposicional (ou preposicionado) e adverbial.
 Observação
Sintagma = unidade significativa na oração.
O sintagma nominal (SN) tem por núcleo uma palavra de base morfológica substantiva, como nos 
seguintes exemplos:
(3) O meu estimado / casaco / de pele marrom.
(4) O seu lindo / casaco / de lã preta.
(5) Aquele / casaco / azul.
Veja que em todos os exemplos o núcleo do sintagma é “casaco”.
No exemplo (3), temos o sintagma “de pele marrom”, que se constitui de preposição + sintagma 
nominal. Trata‑se de um sintagma preposicional, portanto. Da mesma forma, há o sintagma “de lã preta” 
no exemplo (4).
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O sintagma nominal se compõe de um único núcleo substantivo. Esse núcleo pode ser modificado 
por:
• Elementos especificadores: artigos, pronomes demonstrativos, pronomes possessivos. Exemplos:
O navio ficou cinco dias no porto.
(o = artigo)
Esse navio ficou cinco dias no porto
(esse = pronome demonstrativo)
• Elementos quantificadores: pronomes indefinidos ou numerais. Exemplos:
Alguns navios chegaram ao porto.
(pronome indefinido = alguns)
Cinco navios chegaram ao porto.
(numeral = cinco)
• Elementos qualificadores: adjetivos ou outros grupos nominais introduzidos por uma preposição. 
Exemplos:
Nas horas vagas, é preciso descansar.
(adjetivo = vagas)
Um anel de ouro foi achado.
(sintagma nominal introduzido por uma preposição).
Já no exemplo (5), há um sintagma adjetival (SA), “azul”, que corresponde a um modificador do 
substantivo “casaco”.
Então, hierarquicamente, vimos que em todos os exemplos há um sintagma nominal (SN) que pode 
ser subdividido, conforme descrito anteriormente. Portanto, há um sintagma autônomo em todos os 
exemplos, constituído de sintagmas internos.
Para entendermos melhor, vejamos uma oração completa:
Aquele lindo casaco azul necessita de reparos.
Em um primeiro agrupamento, ao identificarmos os sintagmas da oração, teremos:
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/ Aquele lindo casaco azul / necessita / de reparos.
 SN SV SP
Esses são os sintagmas autônomos, isto é, aqueles que podem mudar de posição na organização 
sintática da oração:
/ De reparos / necessita / aquele lindo casaco azul.
No entanto, temos dois sintagmas adjetivais internos em “aquele lindo casaco azul”, que correspondem 
a “lindo” e “azul”, os quais não podem mudar de posição na oração, pois estão dentro do sintagma 
nominal. Essa é a diferença entre sintagma autônomo e sintagma interno.
 Lembrete
Sintaxe, do grego syntaxis: ordem, disposição, relação.
Frase: unidade significativa; ela pode ou não ter um sintagma verbal.
Oração: tem como base um sintagma verbal.
Período: simples quando é formado de apenas uma oração e composto 
a partir de duas (ou mais) orações.
Sintagma: constituinte da oração; um bloco significativo na oração.
Sintagma Nominal (SN): a base morfológica é um substantivo.
Sintagma Adjetival (SA): a base morfológica é um adjetivo.
Sintagma Preposicionado (SP): constituído de preposição + SN.
Sintagma Adverbial (S Adv.): a base morfológica é um advérbio.
Sintagma autônomo: sintagma que pode mudar de posição sem 
alterar o sentido da oração.
Sintagma interno: não pode mudar de posição, pois se encontra dentro 
de outro sintagma, autônomo.
Vamos exemplificar um sintagma adverbial.
Em “Todos saíram bem lentamente”, temos os sintagmas “todos”, “saíram”, “bem lentamente”. 
Portanto, essa oração é composta de SN + SV + S Adv. O sintagma adverbial tem por núcleo um advérbio, 
que pode sozinho constituir um sintagma. É o caso de “lentamente”.
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Os sintagmas preposicionais (ou preposicionados) normalmente exercem funções adverbiais, como se 
pode verificar nos seguintes exemplos:
(6) Nós viajamos à tarde.
(7) Nós viajamos ontem.
Veja que entre (6) e (7) a diferença é que, no primeiro exemplo, há um sintagma preposicionado, 
que equivale a um advérbio, enquanto, no segundo, o sintagma é adverbial mesmo.
Podemos isolar e decompor os sintagmas, tendo como núcleo o sintagma verbal, que é a base de 
uma oração:
Todas as minhas dúvidas desapareceram com o tempo.
Decompondo:
Todas + as + minhas + dúvidas = SN [predeterminante + determinante + poss. + núcleo subst.]
desapareceram = SV [núcleo verbal]
com o tempo = SP autônomo [prep. + SN (det. + núcleo subst.)]
Leia atentamente o esquema a seguir e avalie o seu aprendizado até o momento.
Há muito o que estudar, não é mesmo?
Você pode representar os sintagmas da seguinte forma:
O
SN SV
Determ. N V
Os garotos jogavam
N
SN
SPN
Prep.
bolinha de gude
Figura 2: Esquema de sintagmas
3.1 Estudo dos termos da oração
Como vimos anteriormente, a cada sintagma verbal temos uma oração. Desse modo, quando o período 
é constituído de uma oração, denomina‑se período simples; a partir de duas ou mais orações, há um 
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período composto. Neste, existem dois processos de relação sintática, a coordenação e a subordinação, 
os quais serão estudados posteriormente.
Vimos também que, na hierarquia gramatical, os constituintes de uma oração são os sintagmas. Estes 
assumem funções sintáticas na oração, conforme a relação que se estabelece entre esses sintagmas. Ao 
analisarmos sintaticamente uma oração, os dois constituintes imediatos que se identificam são o sujeito 
e o predicado.
Assim, temos:
O
S P
A mãe / abriu a porta.
Devemos lembrar, ainda, que o padrão sintático em língua portuguesa é:
S V C
Ou seja:
Sujeito + Verbo + Complemento
A posição S, quando preenchida, será ocupada por um sintagma que tem a função de sujeito da 
oração, enquanto a posição V corresponde ao sintagma verbal, imprescindível em toda oração. A posição 
C diz respeito ao sintagma que representa o complemento da oração. Vejamos:
Quadro 8 – Exemplo
Todos os presentes aplaudiram o orador.
S V C
Há orações em que as posições S e C podem estar ausentes:
Quadro 9 – Exemplo
////////////////////// Chegaram. //////////////////////////////
S V C
Então, concluímos que podemos ter oração sem sujeito e sem complemento, mas sempre haverá um 
sintagma verbal, que é a base de uma oração.
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Lembremos que será a relação sintática entre os termos que determinará a função de cada um 
na oração. E como sintaxe é “ordem, disposição, relação”, esta implicará a organização e consequente 
função dos sintagmas na oração.
3.1.1 Sujeito
A gramática tradicional normalmente refere‑se ao sujeito como “um termo essencial na oração”. Essa 
definição pressupõe valor semântico e, como acabamos de verificar, há orações em que o sujeito pode 
estar ausente, por isso questionamos como ele pode ser um termo essencial.
Há também alguns gramáticosque utilizam o método de se perguntar “quem” ou “o que” para se descobrir 
o sujeito da oração. No entanto, podemos obter como resposta o objeto e não o sujeito dessa oração.
Partindo do princípio de que o sujeito é uma noção gramatical e, portanto, como sintagma, articula‑se 
ao verbo da oração, concordando com ele em tempo/modo, número/pessoa, sugerimos a metodologia 
adotada por Sautchuk (2004) em seu manual didático.
Primeiramente, a autora ressalta a natureza substantiva do sujeito, visto que é sempre representado 
por um sintagma nominal. Em seguida, destaca a posição primeira na estrutura SVC. Essas duas 
características morfossintáticas são essenciais para um reconhecimento prévio do sujeito na oração. 
Veja o seguinte exemplo:
O pai encontrou o filho.
Na posição S, temos “o pai” e na posição C, “o filho”. Se invertêssemos os sintagmas, obteríamos:
O filho encontrou o pai.
Na posição S, passamos a ter “o filho” e na posição C, “o pai”.
Assim, uma primeira caracterização do sujeito é a de “todo termo da oração (não preposicionado) 
que puder ser substituído por um pronome reto ele(s), ela(s)” (Sautchuk, 2004, p. 59).
Retomando o exemplo dado anteriormente, vejamos essas características.
No primeiro exemplo, temos S = O pai; V = encontrou; C = o filho. Na estrutura SVC, de acordo com 
a gramática normativa, apenas a posição S pode ser substituída por um pronome pessoal reto, ao passo 
que a posição C deve ser substituída por um pronome pessoal oblíquo. Assim, poderíamos obter:
Ele encontrou‑o ou Ele o encontrou.
Pronome pessoal reto = posição S.
Pronome pessoal oblíquo = posição C.
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Veja que, utilizando o mesmo procedimento no segundo exemplo, o pronome pessoal reto “ele” 
passa a substituir “o filho”, enquanto o pronome pessoal oblíquo substitui “o pai”, devido à inversão dos 
sintagmas.
Para completar sua metodologia de identificação do sujeito, a autora propõe também a 
transformação do enunciado em uma pergunta hipotética, para a qual a resposta completa indicará 
o sujeito.
No exemplo “O pai encontrou o filho”, transformando a oração em uma pergunta “O pai encontrou 
o filho?”, obtemos a resposta “Sim, ele encontrou o filho”. Veja que o sintagma substituído pelo pronome 
pessoal reto “ele” na resposta corresponde a “o pai”, portanto este é o sujeito da oração.
Todavia, nem sempre as orações encontram‑se na ordem direta (SVC). Então, vejamos mais alguns 
exemplos para compreendermos esse método.
(1) Chegou uma senhora de blusa vermelha. (?)
 Sim, ela chegou.
(2) Na multidão, meu amigo encontrou o irmão. (?)
 Sim, ele o encontrou.
Veja que, no exemplo (1), o sintagma “uma senhora de blusa vermelha” foi substituído pelo pronome 
reto “ela”, então esse sintagma corresponde ao sujeito da oração.
Já no exemplo (2), substituímos dois sintagmas por pronomes, mas o que foi substituído pelo pronome 
pessoal reto foi “meu amigo”, portanto este é o sujeito da oração. O sintagma “o irmão” foi substituído 
pelo pronome pessoal oblíquo “o”, visto que ocupa a posição C na oração.
Há casos em que o sujeito não pode ser substituído pelo pronome ele(s)/ela(s). Nesses casos, a 
sugestão é de que se substitua o sintagma pelo pronome demonstrativo “isso”. Vejamos um exemplo:
(3) Ontem, tudo parecia terminado. (?)
 Sim, ontem “isso” parecia terminado.
No exemplo (3), o pronome é indefinido, por isso talvez fique melhor substituí‑lo pelo demonstrativo 
neutro “isso”.
É o caso de verbo substantivado, como no exemplo:
(4) Comer é bom para a saúde.(?)
 Sim, “isso” é bom para a saúde.
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3.1.1.1 Sujeito Simples (SS)
Usando o método prático de identificação do sujeito apresentado anteriormente, classificaremos o 
sujeito como simples quando este for representado por um sintagma nominal que tenha um só núcleo, 
o qual pode ser substituído por um pronome reto:
(5) Sumiu da gaveta uma blusa amarela.
(6) Morreram as rosas do jardim.
No exemplo (5), substituímos o sintagma “uma blusa amarela”, cujo núcleo é “blusa”, pelo pronome 
pessoal reto “ela”. Então, podemos classificar o sujeito “uma blusa amarela” como simples (SS).
O mesmo ocorre no exemplo (6), em que o sintagma “as rosas do jardim”, cujo núcleo é “rosas”, deve 
ser substituído pelo pronome “elas”. Embora o pronome esteja no plural, há apenas um núcleo, portanto 
a classificação do sujeito é simples. Essa classificação está relacionada ao núcleo do sujeito e não à 
forma singular ou plural do sintagma.
 Lembrete
Sujeito simples = um núcleo no sintagma.
3.1.1.2 Sujeito Composto (SC)
No caso do sujeito composto, trocam‑se dois ou mais sintagmas nominais (com respectivos núcleos 
substantivos) por um só pronome pessoal reto:
(7) Sumiram da gaveta as blusas vermelhas e a calça azul. (?)
Sim, elas sumiram.
Veja que, no exemplo (7), o pronome “elas” está substituindo os sintagmas “as blusas vermelhas” e “a 
calça azul”, cujos núcleos são “blusas” e “calça”.
 Lembrete
Sujeito composto = dois ou mais núcleos no sintagma.
3.1.1.3 Sujeito Oculto (SO)
O sujeito oculto (ou elíptico ou desinencial) não está expresso em um sintagma nominal na oração, 
mas encontra‑se marcado na própria desinência verbal. Nesse caso, o método não é substituir nenhum 
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sintagma nominal por pronome, e sim acrescentar um pronome reto à oração, pronome este que se 
articula ao verbo.
(8) Chegamos ao final. (?)
 Sim, nós chegamos ao final.
(9) Encontraste o teu livro. (?)
 Sim, tu encontraste o livro.
Veja que no exemplo (8) o pronome que se articula ao verbo da oração é “nós” e a desinência que 
marca a 1ª pessoa do plural (nós) no verbo é “–mos”. O mesmo ocorre no exemplo (9), cuja desinência 
“–ste” marca a segunda pessoa do singular, “tu”. Nos dois casos, o sujeito não se encontra expresso na 
oração, por isso ele recebe essa classificação de oculto (ou elíptico ou desinencial).
Quando há terceira pessoa (do singular ou do plural), em português trata‑se de uma forma de 
indeterminação do sujeito, como veremos adiante. No entanto, se as orações estiverem articuladas entre 
si e houver expressão anterior do sujeito, este pode ser classificado como oculto.
(10) Encontraram meu caderno na sala. Estava todo rasgado.
(11) Sumiram minhas anotações do computador, mas não eram importantes.
No exemplo (10), podemos considerar sujeito oculto na segunda oração, cuja desinência verbal é 
marcada pela ausência, isto é, por ø. Já no exemplo (11), a marca de terceira pessoa do plural “–m” não 
representa um sujeito simples, visto que na segunda, pela elipse (ø) do sujeito, essa marca significa a 
referência ao sintagma “minhas anotações”, expresso na oração anterior.
 Lembrete
Sujeito oculto = marcado na desinência do verbo. Também denominado 
sujeito desinencial ou sujeito elíptico.
Neves (2006) questiona os procedimentos tradicionais de tratamento do sujeito oculto de acordo 
com a gramática normativa das escolas. Ela afirma que apenas saber responder que o sujeito oculto da 
oração “andou de bicicleta” é “ele” ou “ela” é insuficiente. Deve‑se mostrar ao aluno que colocar como 
sujeito “menino” ou “ele” representa uma escolha e cria efeitos de sentido no texto.
Veja a análise que Neves (2006) faz do emprego do sujeito na fábula “A Rã e o Boi”, cujo autor é 
Monteiro Lobato.
Tomavam sol à beira de um brejo uma rã e uma saracura. Nisto chegou um boi, que 
vinha para o bebedouro.74
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— Quer ver, disse a rã, como fico do tamanho deste animal?
— Impossível rãzinha. Cada qual como Deus o fez.
— Pois olhe lá! Retorquiu a rã estufando‑se toda. Não estou “quase” igual a ele?
— Capaz! Falta muito, amiga.
A rã estufou‑se mais um bocado.
— E agora?
— Longe ainda!...
A rã fez novo esforço.
— E agora?
— Que esperança!...
A rã, concentrando todas as forças, engoliu mais ar e foi‑se estufando, estufando, até 
que, plaf!
O boi, que tinha acabado de beber, lançou um olhar de filósofo sobre a rã moribunda e 
disse:
— Quem nasce para dez réis não chega a vintém.
LOBATO, 1962, p. 8.
Segundo Neves (2006), no início da fábula, introduziram‑se as personagens, como ocorre na estrutura 
tradicional das fábulas. No começo da narrativa, é necessária a identificação das personagens que se 
alternarão na sequência das falas que compõem o diálogo.
A alternância da fala e das ações das personagens é percebida com facilidade pelo leitor, porque 
Lobato repete o sujeito “a rã” quatro vezes.
Antes da moral da fábula “Quem nasce para dez reis não chega a vintém”, há ainda dois últimos 
parágrafos que se iniciam, respectivamente, com os sujeitos a rã e o boi, as duas personagens que dão 
título à fábula e formam o seu eixo.
Por outro lado, em nenhum momento é usado o expediente de “ocultar” o sujeito nem é usado 
o pronome pessoal como sujeito. Em alguns pontos, a forma “ela” ou a ausência de qualquer forma 
(sujeito oculto) levaria ao perigo de mais de uma interpretação. Em outros pontos seria mais evidente 
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a referência à rã, mas de algum modo a leitura estaria comprometida, porque a saracura continuaria 
candidata a preencher o lugar.
 Saiba mais
Procure pesquisar, em outras fábulas adaptadas por Monteiro Lobato, o 
emprego do sujeito nos diálogos das personagens.
3.1.1.4 Sujeito Indeterminado (SI)
Há oração com sujeito indeterminado quando o verbo encontra‑se na terceira pessoa do plural 
ou na terceira pessoa do singular acompanhado da partícula “–se”, sem referência a nenhum outro 
sintagma expresso anteriormente. Nesse caso, a intenção é manter desconhecida a identidade do 
sujeito.
Seguindo o método de substituição do sintagma pelo pronome, essas orações admitem o acréscimo 
de duas ou mais variações de um pronome reto de 3ª pessoa.
(12) Disseram a verdade. (?)
 Sim, (eles/elas/vocês) disseram a verdade.
(13) Necessita‑se de um esclarecimento. (?)
 Sim, (ele/ela/você) necessita de um esclarecimento.
Tanto no exemplo (12) como no exemplo (13), o sujeito é indeterminado, pois no primeiro caso o 
verbo “disseram” não faz referência a nenhum sintagma anterior à variação do pronome de terceira 
pessoa, ocorrendo o mesmo com o verbo do segundo exemplo. A diferença é que no exemplo (14) o 
verbo encontra‑se na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome “se”. São duas formas de se 
indeterminar o sujeito.
Entretanto, é preciso atentar para essa construção com a partícula “–se” e o verbo na 3ª pessoa do 
singular, pois há casos em que ela representa o verbo na voz passiva.
(14) Encontraram‑se os objetos perdidos na casa. (?)
 Sim, os objetos perdidos foram encontrados na casa.
 (Sim, eles foram encontrados na casa).
Veja que no exemplo (14) a oração que se encontra na voz passiva sintética pode ser transformada 
em voz passiva analítica, o que não ocorre no exemplo (13). Quando a oração encontra‑se na voz passiva, 
nesses casos, o verbo da oração é transitivo direto (o que estudaremos posteriormente). Portanto, o 
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sujeito dessa oração (14) é “os objetos perdidos”, sintagma que pôde ser substituído pelo pronome “eles”. 
Então, o sujeito é simples (SS) e não indeterminado, como no caso da oração do exemplo (13).
 Lembrete
Sujeito indeterminado = aquele que não se pode determinar.
3.1.1.5 Oração sem sujeito ou sujeito inexistente
Nas construções em que o sujeito encontra‑se ausente e não há indícios de sua presença, como a 
marca na desinência verbal, por exemplo, este é considerado inexistente.
(15) Fez calor durante todo o dia. (?)
 Sim, fez calor durante todo o dia.
(16) Houve muitas reclamações. (?)
 Sim, houve muitas reclamações.
Veja que, aplicando o método de transformar a oração em pergunta, tanto no exemplo (15) quanto 
no exemplo (16), como o verbo é impessoal, ou seja, não há conjugação para ele, não podemos substituir 
nenhum sintagma por um pronome pessoal reto.
Isso ocorre com verbos que normalmente indicam fenômenos naturais e com o verbo haver (no 
sentido de existir), visto que eles não se flexionam, por serem impessoais.
 Lembrete
Sujeito inexistente = no caso dos verbos que não podem ser 
conjugados.
3.1.2 Predicado e complementos verbais
Os dois constituintes imediatos da oração são o sujeito e o predicado. Como já falamos sobre o 
sujeito, vejamos, então, o predicado. Este, na organização sintática de uma oração, diz respeito ao que 
não faz parte do sujeito.
Embora não haja uma posição definida entre muitos gramáticos com relação ao sintagma verbal, 
entendemos que ele compõe o predicado.
Nesse sentido, José Carlos de Azeredo afirma:
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(...) Pensamos ser mais conveniente falar em subordinação do objeto, não ao 
verbo que o rege, mas ao conjunto a que verbo e objeto pertencem: o SV 
predicado. Com efeito, o verbo transitivo (ou intransitivo) não é o predicado 
– função exercida pelo SV – mas constituinte dele, seu núcleo, e o objeto 
outro constituinte, porém subordinado (AZEREDO, 2001, p. 52).
Verificamos, então, que o “SV predicado”, como denomina o autor, pode ser constituído de um verbo 
sem complemento obrigatório ou de um verbo que exija complemento obrigatório, o que fará parte 
desse sintagma que, por sua vez, constitui o predicado da oração.
(17) O chefe do departamento resolveu o problema.
No exemplo (17), ao identificarmos os constituintes da oração, temos “o chefe do departamento” 
como sujeito e “resolveu o problema” como predicado. Neste último, observemos que o verbo é “resolveu”, 
e ele exige um complemento, no caso, “o problema”. Assim, ilustramos o conceito de SV predicado 
proposto por Azeredo, em que o verbo pode se encontrar acrescido de um complemento obrigatório 
(como no exemplo) ou de um adjunto (que não é um complemento obrigatório).
A predicação está ligada ao comportamento dos verbos em seu interior. Por isso, há gramáticas que 
classificam o predicado conforme o tipo de verbo. Para a caracterização desses verbos, todavia, torna‑se 
necessário levar em conta sua carga semântica na oração.
Nesse sentido, segundo Sautchuk (2004), há verbos que têm 100% de carga semântica, como 
há também os que apresentam 0% dessa carga. Nessa equivalência, temos os verbos denominados 
intransitivos (não necessitam de complemento) e os de ligação (sem carga semântica). Ainda há os 
verbos que exigem um complemento, portanto não têm 100% de carga semântica, mas também não 
são apenas de ligação. Estes se denominam transitivos.
Os verbos transitivos, de acordo com suas regências (com ou sem preposição), podem ser classificados 
em transitivos indiretos ou transitivos diretos. O primeiro grupo relaciona‑se aos verbos que são regidos 
de preposição, já o segundo grupo está relacionado aos verbos não regidos depreposição.
(18) As pessoas precisam de um esclarecimento.
(19) As pessoas exigem um esclarecimento.
Entre os exemplos (18) e (19), a diferença está na regência do verbo. No primeiro, o verbo é regido 
pela preposição “de”, portanto um verbo transitivo indireto, o que não ocorre no segundo exemplo, 
em que, inversamente, o verbo não é regido por preposição, por isso é um verbo transitivo direto. Os 
complementos para esses verbos são denominados objeto indireto e objeto direto, respectivamente.
Em ambos os exemplos, o verbo não tem 100% de carga semântica, seu sentido termina no 
complemento, o qual é chamado de objeto (indireto para o primeiro exemplo e direto para o segundo).
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Ressaltamos que pode ocorrer de o verbo transitivo vir acompanhado dos dois tipos de complemento 
obrigatório, o objeto direto e o objeto indireto. Nesse caso, ele será classificado como transitivo direto e 
indireto. Veja no exemplo a seguir.
(20) A namorada recebeu flores do namorado.
No exemplo (20), o verbo “recebeu” tem como complementos “flores” e “do namorado”, portanto os 
dois tipos de complemento, um não regido de preposição (objeto direto) e outro regido de preposição 
(objeto indireto). Daí a classificação do verbo em transitivo direto e indireto.
O verbo que tem 100% de carga semântica, como já foi dito, não é acompanhado de complemento 
obrigatório (objeto), mas pode vir acompanhado de complemento não obrigatório, um adjunto.
(21) Todos os presentes saíram logo da reunião.
No exemplo (21), o verbo “saíram” não exige complemento, pois o sentido está completo. Entretanto, 
os sintagmas “logo” e “da reunião” indicam, respectivamente, circunstâncias de tempo e de lugar. Essas 
circunstâncias são representadas por sintagmas que têm a função de adjunto adverbial, pois modificam 
o verbo, que representa a ação. Esse verbo é classificado de intransitivo.
As gramáticas que dão classificação ao predicado consideram esses casos, em que o verbo é transitivo ou 
intransitivo, como predicado verbal, uma vez que o verbo tem carga semântica (completa ou incompleta) 
e, por isso, torna‑se o núcleo desse predicado. Daí a classificação como predicado verbal.
Quanto aos verbos que têm 0% de carga semântica, estes são considerados meros relatores, isto é, 
exercem a função de relacionar/ligar o sujeito a outro sintagma, o qual geralmente tem a função de 
modificar o sujeito. A esse tipo de predicado, as gramáticas dão a classificação de predicado nominal.
(22) Os vencedores estavam felizes.
No exemplo (22), o verbo “estavam” não tem carga semântica, ele cumpre a função de relacionar o 
sujeito “os vencedores” a “felizes”, que tem a função de modificar o sujeito, dando‑lhe uma característica. 
Portanto, o verbo é vazio de sentido e classifica‑se como verbo de ligação. O complemento desse tipo 
de verbo, o de ligação, também se torna obrigatório e é classificado como Predicativo do Sujeito 
(PS).
Há gramáticas que oferecem uma lista de verbo de ligação, mas memorizar essa lista pode não ser 
eficaz, visto que, de acordo com o contexto, um verbo que seria de ligação pode deixar de ser.
(23) Os convidados estavam na sala.
Observemos que o exemplo (23) gera polêmica em sua classificação. Podemos afirmar que não é um 
verbo de ligação por não estar relacionando apenas o sujeito a uma característica sua.
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No entanto, a gramática tradicional classifica esse verbo como intransitivo, o que gera dúvida, porque 
seu sentido não parece encerrar‑se no verbo. Na construção sintática dessa oração, o sentido do verbo 
parece terminar em seu adjunto adverbial “na sala”. Para tanto, Sautchuk propõe uma nova classificação. 
Como o verbo termina seu sentido no adjunto adverbial, a autora sugere que ele seja classificado como 
“transadverbial”. Essa classificação parece‑nos coerente.
 Lembrete
Verbo Intransitivo (VI): verbo com 100% de carga semântica.
Verbo Transitivo (VT): verbo com sentido incompleto.
Verbo Transitivo Direto (VTD): verbo com sentido incompleto, 
acompanhado de complemento (OD), sem preposição.
Verbo Transitivo Indireto (VTI): verbo com sentido incompleto, 
acompanhado de complemento (OI), com preposição.
Verbo de Ligação (VL): verbo com 0% de carga semântica.
SV predicado: sintagma verbal que compõe o sintagma. Pode ter verbo 
intransitivo ou verbo transitivo.
Agora, vamos novamente fazer uma parada para revisitarmos tudo o que foi exposto até agora. Para 
tal, leia e reflita sobre os conceitos já estudados.
3.1.2.1 Características morfossintáticas dos complementos verbais
Acabamos de ver os complementos obrigatórios do verbo, ou seja, os objetos – direto e indireto – e o 
predicativo do sujeito. Os primeiros articulam‑se a um verbo transitivo, cujo sentido é incompleto e exige o 
complemento, regido ou não de preposição. Já o segundo, o predicativo do sujeito, articula‑se ao verbo de ligação, 
complementando o predicado, visto que esse tipo de verbo apenas relaciona o sujeito ao seu complemento.
Veremos, então, algumas características morfossintáticas desses complementos, a fim de facilitar 
a identificação desses elementos na oração. Depois veremos outros complementos verbais, ou seja, os 
complementos não obrigatórios que também podem ocorrer na oração.
Assim como apresentamos o método prático para localizar o sujeito na oração, sugerido por Sautchuk, 
veremos que o Objeto Direto (OD) também apresenta peculiaridades que possibilitam sua identificação.
A primeira delas é que a natureza morfológica do OD é substantiva, isto é, ele é representado por um 
sintagma nominal. Este pode ser substituído por um pronome pessoal (assim como o sujeito), mas, por 
ocupar a posição C (na estrutura SVC), deve ser substituído por um pronome pessoal oblíquo.
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(24) O povo perdeu a esperança. (?)
 Sim, o povo perdeu‑a.
Veja que, utilizando o método de transformar a oração em pergunta e, ao respondê‑la, substituir 
o sintagma pelo pronome pessoal, o sintagma “a esperança” foi trocado por “a”, uma vez que ocupa 
a posição C e, portanto, é o objeto da oração. De acordo com a norma culta, pronome pessoal reto 
não pode ocupar a posição C, então não poderia ser: “Sim, o povo perdeu ela”. Esse tipo de pronome 
apenas pode ocupar a posição S (de sujeito).
Outra característica importante para identificar o objeto direto é que o sintagma nominal que o 
representa é autônomo (e não interno). Além disso, o pronome oblíquo que pode substituí‑lo deve 
concordar em gênero/número com o núcleo do objeto.
Outro método sugerido pela autora para confirmar se o termo analisado é objeto direto é o de 
transformar a oração em voz passiva. Assim, veremos que o objeto é um “sujeito disfarçado”.
(25) O povo perdeu a esperança. / A esperança foi perdida pelo povo.
No exemplo (25), ao passarmos a oração para a voz passiva, o objeto direto (na voz ativa) torna‑se 
sujeito da oração (na voz passiva). Por isso, dizemos que o objeto é um “sujeito disfarçado”.
Veja outros exemplos de objeto direto:
O ódio nos envelhece logo.
(objeto direto = nos)
Levo comigo tudo.
(objeto direto = tudo)
 Quanto ao Objeto Indireto (OI), este é representado por um sintagma preposicionado (o que 
pode confundi‑lo com o adjunto adverbial) e é obrigatório na oração. Pode ser também substituído por 
um pronome oblíquo – lhe(s) – principalmente quando regido por preposição “a”. As preposições mais 
comuns como introdutórias desse tipo de sintagmasão “em, a, para, de, com, por”.
Como pode ser confundido como adjunto adverbial, ressaltamos que este, apesar de ser também 
representado por um sintagma preposicionado, não é obrigatório na oração, mas acessório, ao passo 
que o OI é obrigatório.
(26) Sugeri ao menino um banho.
(27) Sairemos ao amanhecer.
Em (26), o sintagma preposicionado “ao menino” é complemento obrigatório do verbo e, portanto, 
objeto indireto. Já no exemplo (27), o sintagma “ao amanhecer”, embora seja preposicionado, não é 
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obrigatório, pois o verbo já tem 100% de carga semântica, por isso tem a função de adjunto adverbial, 
uma vez que se trata de uma circunstância de tempo que modifica o verbo.
Veja outros exemplos de objeto indireto:
Pronome:
Ele me devolveu a paz.
(objeto indireto = me)
Não concordamos com isso.
(objeto indireto = com isso).
Substantivo:
Poucos participaram do projeto.
(objeto direto = do projeto)
Palavra substantivada:
Não é certo zombar dos humildes.
(objeto direto = dos humildes)
O Predicativo do Sujeito (PS), como complemento obrigatório, articula‑se a um verbo de ligação. 
Todavia, esse tipo de complemento pode ocorrer com verbos que não sejam de ligação, como um 
complemento acidental na oração.
(28) Os meninos pareciam agitados.
(29) Os meninos chegaram agitados.
Na oração do exemplo (28), o sintagma que corresponde ao predicativo do sujeito, “agitados” (de 
natureza adjetiva), é obrigatório, tendo em vista que o verbo “pareciam” é de ligação. Já em (29), o verbo 
“chegaram” é intransitivo, o que torna o predicativo acidental, circunstancial e não obrigatório.
As gramáticas tradicionais, inclusive, classificam esse tipo de predicado (que apresenta 
verbo intransitivo/transitivo e predicativo do sujeito) como predicado verbo‑nominal, pelo fato 
de apresentar um verbo significativo, que é núcleo do predicado verbal, e um outro sintagma 
que corresponderia ao núcleo do predicado nominal (segundo o ponto de vista da gramática 
tradicional).
Não vamos, entretanto, ater‑nos a essa classificação do predicado. O importante é entendermos a 
articulação dos verbos que se encontram no interior dele.
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Retomando o predicativo do sujeito, verificamos que o sintagma que corresponde a ele também é 
autônomo (e não interno) e, por ser de natureza adjetiva, normalmente é representado por um sintagma 
adjetival, o que não impede que seja representado por outro tipo de sintagma (nominal, por exemplo), 
mas que tenha característica adjetiva.
(30) A festa foi horrível.
(31) A festa foi um fracasso.
Em (30), o sintagma que representa o predicativo do sujeito – “horrível” – é adjetival. No entanto, em 
(31), o sintagma “um fracasso” é nominal, mas equivale a um adjetivo em relação ao sujeito “A festa”.
Veja mais alguns exemplos:
Adjetivo:
A vida sempre é difícil.
(predicativo do sujeito = difícil)
Pronome:
Quem és tu?
(predicativo do sujeito = tu)
Isso não é nada.
(predicativo do sujeito = nada)
Infinitivo:
Viver é lutar.
(predicativo do sujeito = lutar)
Numeral:
Os problemas são quatro.
(predicativo do sujeito = quatro)
Assim como predicativo do sujeito, pode haver Predicativo do Objeto (PO) na oração. Este tem as 
mesmas características do predicativo do sujeito, com a diferença de articular‑se ao objeto e não ao 
sujeito.
Os verbos que apresentam esse tipo de predicação são denominados “transobjetivos” por Sautchuk 
(2004). São eles: eleger, encontrar, julgar, nomear, considerar, proclamar, achar.
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(32) Considero esse garoto um chato.
Veja que, no exemplo (32), o sintagma “um chato” é um sintagma autônomo, de natureza adjetiva, 
mas se refere ao objeto direto “esse garoto” e não ao sujeito da oração, que está oculto (“eu”). Portanto, 
esse sintagma representa o predicativo do objeto e não o predicativo do sujeito.
Veja mais alguns exemplos de predicativo do objeto:
Adjetivo:
Deixei a mulher nervosa.
(predicativo do objeto = nervosa)
O júri considerou‑o inocente.
(predicativo do objeto = inocente)
Numeral:
Eu lhe julgava o primeiro.
(predicativo do objeto = o primeiro)
4 FuNÇãO SINTáTIcA dOS SINTAGMAS AuTôNOMOS E INTERNOS
Retomando a classificação dos sintagmas em autônomos ou internos, passamos a verificar as funções 
sintáticas (algumas já apresentadas) desses sintagmas na oração.
Como já foi visto, os sintagmas autônomos são os que podem ser deslocados no eixo sintagmático 
da oração, portanto, podemos, grosso modo, dizer que eles “têm vida própria”. É o que acontece com 
sintagmas que têm a função de sujeito, de objeto (direto ou indireto), de predicativo (do sujeito ou do 
objeto), de agente da passiva, de adjunto adverbial, de aposto e de vocativo.
Quanto aos sintagmas internos, estes se encontram subordinados a outros sintagmas, visto que se 
encontram dentro deles e, por isso, não podem ser deslocados na oração. É o caso do adjunto adnominal 
e do complemento nominal.
Entre os autônomos, ainda não tratamos de alguns que serão apresentados a seguir, como o agente 
da passiva, o aposto e o vocativo. Os demais se encontram já descritos anteriormente.
Quando a oração encontra‑se na voz passiva, há um novo constituinte dessa oração, que se denomina 
agente da passiva. Vejamos o exemplo que segue.
(33) O espetáculo foi apresentado pelo locutor.
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No exemplo, temos como sujeito “o espetáculo”. Todavia, essa oração encontra‑se na voz passiva 
analítica, em que a estrutura é: sujeito + verbo auxiliar + verbo principal na forma nominal particípio + 
agente da passiva.
Portanto, o sintagma “pelo locutor” tem a função de agente da passiva. As características desse 
sintagma são: sintagma preposicionado, introduzido pela preposição “por” (pelo = per < por + o), 
autônomo. Veja mais alguns exemplos de agente da passiva:
Palavra substantivada:
O documento foi assinado pelo responsável.
(agente da passiva: pelo responsável)
Pronome:
A carta foi assinada por mim.
(agente da passiva: por mim)
Vejamos, então, as funções de aposto e vocativo dos sintagmas autônomos, as quais ainda não 
foram tratadas. Segundo a gramática tradicional, esses termos são acessórios na oração.
O aposto é representado, geralmente, por um sintagma de natureza substantiva, e ele tem a função 
de explicar, resumir ou desenvolver outro termo sintático já existente na oração. Muitas vezes ele é 
confundido com o sujeito ou com o predicativo do sujeito.
Vejamos nos exemplos a seguir como ele pode apresentar‑se.
(34) Brasília, a capital do Brasil, é uma cidade plana.
(35) Crianças, jovens, adultos, todos, pareciam muito irritados.
No exemplo (34), o sintagma que representa o aposto é “a capital do Brasil”. Nessa oração, o sujeito 
é “Brasília”, portanto o aposto está retomando o sujeito, seria dispensável, daí a sua característica de 
termo acessório. O sintagma tem como núcleo “capital”, portanto é de base morfológica substantiva, e 
é autônomo, sendo destacado, inclusive, pela pontuação.
Quanto ao exemplo (35), neste o termo “todos” resume todos os outros que representam o 
sujeito “crianças, jovens, adultos”. Ele seria também dispensável na oração. Assim como no exemplo 
anterior, é um sintagma de natureza substantiva, autônomo e um complementonão obrigatório 
na oração.
Veja mais alguns exemplos de aposto:
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Palavra substantivada:
Ele está lendo a biografia de Ivã, o terrível.
(aposto: o terrível)
Substantivo:
Fortaleza, a cidade, é muito bela.
(aposto: a cidade)
A natureza substantiva do sintagma que representa o aposto é uma das características que o 
diferencia do predicativo do sujeito, cujo sintagma é de natureza adjetiva.
Outro termo representado por sintagma autônomo, porém não necessário em uma oração, é o 
vocativo. Esse termo tem por função apenas invocar, chamar a atenção do interlocutor. O sintagma que 
o representa é de natureza substantiva e, assim como o aposto, é destacado pela pontuação, tornando‑o 
isolado na oração; por isso, muitas vezes os dois termos são confundidos em sua classificação. Vejamos 
um exemplo.
(36) Meu filho, seja forte nessa hora.
O sujeito no exemplo (36) encontra‑se oculto e pode ser identificado como “você”. Então, o sintagma 
“meu filho” representa a forma utilizada para chamar a atenção do interlocutor. Sendo assim, trata‑se 
do vocativo da oração, que seria desnecessário na sua estrutura.
Veja mais alguns exemplos de vocativo:
Palavra substantivada:
Querida, vamos passear?
(vocativo: querida)
Substantivo:
Pátria, receba bem seus filhos.
(vocativo: pátria)
Tendo tratado dos sintagmas autônomos, resta‑nos tratar dos sintagmas internos que ainda não 
foram descritos, ou seja, do adjunto adnominal e do complemento nominal.
Assim como o aposto e o vocativo, o adjunto adnominal é acessório, isto é, embora seja um 
sintagma interno (está subordinado a outro sintagma), ele não é um complemento obrigatório na 
oração.
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Além disso, outra característica desse termo é que, por ser um sintagma interno, está sempre preso 
a um núcleo substantivo. Portanto, uma oração pode apresentar tantos adjuntos adnominais quantos 
forem os núcleos substantivos.
Do ponto de vista morfológico, os adjuntos adnominais são representados por determinantes ou 
modificadores do substantivo. Vejamos exemplos.
(37) As duas meninas de azul ofereceram uma rosa à mulher de preto.
Nesse exemplo (37), vamos, primeiramente, isolar os sintagmas autônomos que tenham como núcleo 
substantivos. São eles:
(a) As duas meninas de azul
(b) uma rosa
(c) à mulher de preto
Em (a), o núcleo é “meninas”, portanto “as”, “duas” e “de azul” são adjuntos adnominais, pois o 
primeiro termo determina o gênero e o número do substantivo, enquanto o segundo quantifica‑o e o 
terceiro modifica‑o.
No sintagma (b), o núcleo é o substantivo “rosa”, cujo gênero e número são determinados por “uma”, 
que representa o adjunto adnominal.
E, no sintagma (c), para o núcleo “mulher”, temos como adjuntos adnominais “à” (contração da 
preposição a (= para) + artigo a) – lembrando que a preposição é apenas um relator, não tem função 
sintática – e o sintagma “de preto”, que tem a função de modificador do substantivo.
Veja mais alguns exemplos de adjunto adnominal:
Adjetivo:
Conseguimos um precioso livro.
(adjunto adnominal: precioso)
Pronome adjetivo:
Esse prédio foi construído recentemente.
(adjunto adnominal: esse)
Numeral:
Frequentaremos o curso no segundo semestre.
(adjunto adnominal: segundo)
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O complemento nominal, embora seja também um sintagma interno, diferencia‑se do adjunto 
adnominal por ser um complemento obrigatório, semelhante aos complementos verbais – objeto direto 
e objeto indireto.
Esse termo é sempre representado por um sintagma preposicionado (interno) exigido para 
complementar o sentido de algum termo da oração que seja representado por um substantivo, adjetivo 
ou advérbio, regidos de preposição.
Quando ele complementa um substantivo, pode ser confundido como o adjunto adnominal. Por isso, 
nesse caso, o valor semântico pode ser mais decisivo para a classificação de um ou outro. Entretanto, 
uma característica acentuada é o complemento nominal ser uma nominalização de um verbo transitivo, 
o que, todavia, não assegura a sua classificação em casos polêmicos.
Vejamos alguns exemplos.
(38) O retorno dos amigos é sempre uma alegria.
(39) Você foi a salvação de todos.
(40) A saída do show foi tumultuada.
(41) Vamos ouvir a execução da sentença.
Nos exemplos anteriores, podemos transformar os nomes em verbos: em (38), temos “os amigos 
retornaram”; em (39), “todos se salvaram”; em (40), “saíram do show”; em (41), “a sentença executou‑se 
(ou foi executada)”. Então, em cada exemplo, respectivamente, os complementos nominais são: “dos 
amigos”, “de todos”, “do show” e “da sentença”.
Observe mais alguns exemplos de complemento nominal:
Palavra substantivada:
A incerteza do amanhã nos assusta.
(complemento nominal: do amanhã)
Pronome:
A decisão foi favorável a mim.
(complemento nominal: a mim)
Infinitivo:
Vera está com medo de partir.
(complemento nominal: de partir)
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Quadro 10 – Quadro morfossintático dos sintagmas e suas funções na oração
Termo sintático Base ou natureza morfológica Representado por
Sujeito Substantiva Sintagma nominal (autônomo)
Objeto direto Substantiva Sintagma nominal (autônomo)
Objeto indireto Preposicionada Sintagma preposicionado (autônomo)
Predicativo do sujeito ou do objeto Adjetiva
Sintagma adjetival/
Sintagma nominal/sintagma
preposicionado (autônomo)
Agente da passiva Preposicionada Sintagma preposicionado (autônomo)
Complemento nominal Preposicionada
 Sintagma preposicionado
(autônomo) 
Fonte: SAUTCHUCK, 2004, p. 90.
Você percebeu que, numa oração, os sintagmas se organizam hierarquicamente. Os sintagmas 
nominais (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, agente da passiva) subordinam‑se ao 
sintagma verbal, ao passo que os adjuntos adnominais se subordinam aos nominais, e os adjuntos 
adverbiais ao verbal. É por isso que as orações têm termos essenciais e acessórios.
Já as orações se combinam para formar períodos compostos por coordenação ou subordinação. 
As orações coordenadas são autônomas entre si, enquanto as subordinadas dependem de uma oração 
principal.
Dessa forma, todos os elementos se organizam em relações estruturais. A sintaxe se constitui de dois 
processos:
a) A parataxe ou ordenação horizontal (coordenação), em que há ausência de hierarquia;
b) A hipotaxe ou ordenação vertical (subordinação), que estabelece uma hierarquia entre os elementos 
linguísticos.
 Lembrete
A oração, portanto, é uma sequência de termos subordinantes e 
subordinados.
Veja os exemplos a seguir:
Carlos entregava presentes às crianças.
Carlos: subordinante com relação a entregava.
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Entregava: subordinado com relação a Carlos, subordinante com relação a presentes e às crianças.
Presentes: subordinado em relação a entregava.
Às crianças: subordinado com relação a entregava.
 Resumo
O estudo da sintaxe está relacionado à disposição dos termos em uma 
sequência: a oração.
Sintagmas: constituintes que se agrupam para organizar a estrutura 
de uma frase.
Frase: pode ser constituídaapenas de sintagmas nominais.
Oração: está sempre relacionada à existência de um sintagma verbal.
Período simples: é o período formado a partir de um sintagma verbal.
Período composto: é o período formado a partir de dois ou mais 
sintagmas verbais.
Sintagma nominal: tem por núcleo uma palavra de base morfológica 
substantiva.
Sintagma adjetival: corresponde a um modificador. Tem por base 
morfológica um adjetivo.
Sintagma preposicionado: é constituído de preposição e sintagma 
nominal.
Sintagma adverbial: é o sintagma que tem por base morfológica um 
advérbio.
Sintagma autônomo: sintagma que pode mudar de posição sem 
alterar o sentido da oração.
Sintagma interno: não pode mudar de posição, pois se encontra dentro 
de outro sintagma, autônomo.
Sujeito simples: representado por um sintagma nominal que tenha 
um só núcleo, o qual pode ser substituído por um pronome reto:
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Sujeito composto: trocam‑se dois ou mais sintagmas nominais (com 
respectivos núcleos substantivos) por um só pronome pessoal reto:
Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: não está expresso em um 
sintagma nominal na oração, mas está marcado na própria desinência 
verbal.
Sujeito indeterminado: há oração com sujeito indeterminado quando 
o verbo encontra‑se na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa 
do singular acompanhado da partícula “–se”, sem referência a nenhum 
outro sintagma expresso anteriormente. Nesse caso, a intenção é manter 
desconhecida a identidade do sujeito.
Oração sem sujeito ou sujeito inexistente: nas construções em que 
o sujeito encontra‑se ausente e não há indícios de sua presença, como a 
marca na desinência verbal.
Sujeito e predicado: os dois constituintes imediatos da oração.
Verbo intransitivo: verbo com carga semântica completa.
Verbo transitivo: verbo com carga semântica incompleta.
Verbo transitivo direto: verbo com carga semântica incompleta, 
acompanhado de complemento sem preposição.
Verbo transitivo indireto: verbo com carga semântica incompleta, 
acompanhado de complemento, com preposição.
Verbo de ligação: verbo com carga semântica nula.
Objeto direto: apresenta natureza morfológica substantiva, isto é, ele 
é representado por um sintagma nominal. Este pode ser substituído por um 
pronome pessoal oblíquo.
Objeto indireto: representado por um sintagma preposicionado e 
é obrigatório na oração. Pode ser também substituído por um pronome 
oblíquo – lhe(s) – principalmente quando regido por preposição “a”. As 
preposições mais comuns como introdutórias desse tipo de sintagma são 
“em, a, para, de, com, por”.
Adjunto adverbial: apesar de ser também representado por um 
sintagma preposicionado, não é obrigatório na oração, mas acessório.
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Predicativo do sujeito: corresponde a um sintagma autônomo (e não 
interno) e de natureza adjetiva. É representado por um sintagma adjetival 
ou por outro tipo de sintagma (nominal, por exemplo), mas que tenha 
característica adjetiva.
Predicativo do objeto: sintagma autônomo, de natureza adjetiva, que 
se refere ao objeto direto e não ao sujeito da oração.
Agente da passiva: sintagma preposicionado, introduzido normalmente 
pela preposição “por” (pelo = per < por + o), autônomo.
Aposto: representado, geralmente, por um sintagma de natureza 
substantiva. Tem a função de explicar, resumir ou desenvolver outro termo 
sintático já existente na oração.
Vocativo: representado por sintagma autônomo. Tem por função 
apenas invocar, chamar a atenção do interlocutor. O sintagma que o 
representa é de natureza substantiva e é isolado pela pontuação.
Adjunto adnominal: termo acessório, é um sintagma interno preso a 
um núcleo substantivo. Não é um complemento obrigatório na oração. Os 
adjuntos adnominais são representados por determinantes ou modificadores 
do substantivo.
Complemento nominal: representado por um sintagma preposicionado 
(interno) exigido para complementar o sentido de algum termo da oração 
que seja representado por um substantivo, adjetivo ou advérbio, regidos de 
preposição.
Todos os sintagmas de uma oração organizam‑se hierarquicamente.
 Exercícios
Questão 1. Considerando o esquema arbóreo, analise as orações que seguem.
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N
N
Det
prep
Det
SN SV
V SP
SN
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I. Aquelas crianças brincam pela rua.
II. Os professores ensinam a lição.
III. Minhas filhas vão à Itália.
IV. Os alunos assistiram à peça.
Podem ser aplicadas ao esquema as orações:
A) I e II, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) I, II e IV, apenas.
E) I, III e IV, apenas.
RESPOSTA
Alternativa correta: E.
Justificativa:
I. Afirmativa correta: A oração é constituída por um SN (det + N); um SV (v) e um SP (prep + SN= 
det + N).
II. Afirmativa incorreta: A oração é constituída por um SN (det + N); um SV (v) e um SN (det + N).
III. Afirmativa correta: A oração é constituída por um SN (det + N); um SV (v) e um SP (prep + SN= 
det + N).
IV. Afirmativa correta: A oração é constituída por um SN (det + N); um SV (v) e um SP (prep + SN= 
det + N).
Questão 2. Leia as estrofes retiradas do poema “Esconde‑esconde”, de Sidônio Muralha.
(...)
E o pássaro sorri
À flor amarela,
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Morfossintaxe da língua portuguesa
Bem te vi ninho,
Bem te vi janela,
Bem te vi garotinho!
E ninguém se espanta
E toda a gente ri:
E o pássaro canta:
Bem‑te‑vi
Bem‑te‑vi
Bem‑te‑vi
A televisão da bicharada. Rio de Janeiro, Nórdica, 1962.
No texto, “bem te vi ninho” é determinado por qual dos sintagmas abaixo?
A) O garotinho.
B) O pássaro.
C) Toda a gente.
D) A flor amarela.
E) Ninguém.
Resolução desta questão na Plataforma.

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