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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DA BIDIVERSIDADE MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL Melhoramento Genético Animal Produção e Produtividade. Produtividade é a relação entre o produto e os fatores de produção. O aumento da produção deve estar associado ao aumento da produtividade e podem ser obtidos pelo Melhoramento Zootécnico: Melhoramento do Meio: melhorando o ambiente de criação (pastagens, suplementação, mineralização, vacinação preventiva, vermifugações periódicas, monta controlada, estação de monta, inseminação artificial, transferência de embriões). Melhoramento Genético - melhorando geneticamente os animais pela prática de seleção e pelo uso de sistemas de acasalamento ou método s de reprodução. Melhoramento Genético Animal • Além de investir em boas pastagens, suplementação mineral e alimentar adequadas, o criador deve preocupar-se com o valor genético dos animais para que obtenha respostas satisfatórias na exploração econômica de animais. • A maioria dos criadores não se preocupa com o padrão racial dos rebanhos, fato que está evidente na larga variação de produtividade existente, apesar de alguns apresentarem excelente nível técnico, inclusive utilizando biotecnologias sofisticadas. O Triângulo da Vida, de Walter – (Domingues, 1968), mostra o que é a Interação dos fatores herança e ambiente - interação Genótipo X Ambiente: o animal é aquilo que herdou; tem aquilo que lhe é dado (manejo, instalações, condições de higiene, etc.) e será aquilo que produzir, (que deve ser entendido como a resposta carne, leite, lã, ovos etc). Genótipo + Ambiente = Fenótipo ou Herança + Manejo = Produtividade O Que é Melhoramento Genético? Princípios Básicos da Seleção Identificar animais, dentro de um rebanho - seleção - com características fenotípicas específicas que os diferenciem de outros animais, para produzirem filhos que melhorem a produção. Seleção – escolher, de acordo com os objetivos da criação, os melhores indivíduos que serão usados como reprodutores e matrizes da geração seguinte. Na prática, o melhoramento genético consiste no acasalamento dos melhores genótipos paternos, identificados por meio da seleção, que irão garantir, através de suas progênies, o progresso genético desejado. • Genética Mendeliana, Quantitativa e de Populações • Genética Mendeliana – Estuda características simples contrastantes, pouco influenciadas pelo meio e controladas por muitos pares de genes • Genética Quantitativa – Estuda características complexas e muito influenciadas pelo meio e controladas por muitos pares de genes. • Genética de Populações – Estuda as freqüências gênicas e genotípicas nas populações e as forças capazes de altera-las ao longo de gerações. Populações • População em Estatística: Total de indivíduos de uma espécie, raça ou outro grupamento qualquer ou o total de indivíduos semelhantes que habitam determinada área. • População em Genética: Grupo de indivíduos que possuem um conjunto gênico comum e que trocam genes entre si. Genética Mendeliana: Leis de Mendel 29/03/2016 Genética Mendeliana: Leis de Mendel 29/03/2016 Genética Mendeliana • GREGOR MENDEL (1860), formulou O MODELO TEÓRICO PARA A HERANÇA: • A herança de determinada característica é fracionada em partículas - V e v; • As partículas ocorrem aos pares nas células germinativas - VV, Vv, vv; • Na gametogênese, as partículas se separam (V e v), independentemente; • A mensagem genética de um membro de um par, pode mascarar e dominar a mensagem do outro membro - Vv; • As partículas de ambos os pais tem o mesmo efeito na progênie. Mecanismos Genéticos da Herança • A compreensão dos mecanismos genéticos da herança dos caracteres quantitativos requer o conhecimento do modo de ação dos genes. • A herança dos caracteres quantitativos é regida pelos mesmos princípios genéticos da herança de caracteres qualitativos (Genética Mendeliana), mas sua segregação não pode ser acompanhada individualmente para cada gene, pois trata-se de herança Poligênica Mecanismos Genéticos da Herança Mecanismos Genéticos da Herança Mecanismos Genéticos da Herança • Cada cromossomo tem “valor genético“ determinado pelo material genético que transporta. • O processo aleatório da gametogênese faz com que gametas diferentes, oriundos de um mesmo pai, variem quanto ao material genético que carregam. • As populações representam um processo contínuo, tendo um estado diplóide (no indivíduo) e um outro haplóide (nos gametas). Mecanismos Genéticos da Herança Mecanismos Genéticos da Herança • Na formação do espermatozóide e do óvulo, ocorre redução (meiose) no número de cromossomos, pela metade. Nesta divisão, o rearranjo dos genes nos cromossomos ocorre ao acaso. • Na fecundação, cada elemento do par que se acasala contribui com a metade de sua amostra total de genes (n), restabelecendo no novo indivíduo formado o número duplo de cromossomos (2n), característico da espécie, em suas células. • Mecanismos Genéticos da Herança Mecanismos Genéticos da Herança • “Qual das cromátides estará num determinado gameta, será determinado pelo acaso” • “Qual cromossomo, de um par, o gameta receberá, também se dará ao acaso” e independente de qual cromossomo receberá dos demais “pares”. • Devido a esse processo “aleatório e independente” o número de gametas geneticamente diferentes é altíssimo, diferindo alguns em apenas um par, outros podendo diferir completamente. • Em bovinos, por exemplo, o número de gametas geneticamente diferentes pode ser > que um bilhão. Assim, os filhos de um mesmo touro (e de uma mesma vaca) podem ser muito diferentes, geneticamente. GREGOR MENDEL (1860), formulou o Modelo Teórico Para a Herança 29/03/2016 O Trabalho de Mendel 29/03/2016 Ervilha ( 29/03/2016 Reprodução Vegetal 29/03/2016 Caracteres Analisados por Mendel 29/03/2016 Característica: Altura da Planta 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Duas Características em Jogo 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Razões Matemáticas de Mendel 29/03/2016 Leis de Mendel em Animais 29/03/2016 Leis de Mendel em Animais 29/03/2016 Mecanismo Genético da Herança 29/03/2016 Conceitos Ligados ao Processo da Herança Locus (plural: loci): posição no cromossomo ocupada pelos genes da mesma série. Fig 1: Os genes para pelagem (P,p), musculatura (M,m) e chifre africano (C,c) ocupam loci diferentes. Alelos: membros de um par de fatores hereditários que segregam, no momento da formação dos gametas. Fig. 1: M e m são exemplos de alelos. Dominante: membro de um par de alelos cujo efeito manifesta-se total ou parcialmente no fenótipo, independentemente de qual outro membro do par de alelos está presente. Fig. 1: M é dominante em relação à m. Recessivo: fator de herança cujo efeito não é observável, quando seu outro par é dominante. Fig 1: No genótipo Mm, o fator m não é fenotipicamente expresso, é recessivo. Mecanismos Genéticos da Herança Conceitos Ligados ao Processo da Herança • Pleiotropia: ação de um mesmo gene sobre duas ou mais características. • Célula somática: célula de crescimento, com número diplóide de cromossomos (2n). • Célulagamética: célula reprodutiva com número haplóide de cromossomos (n). • Genótipo: constituição genética do indivíduo. No caso da cor da pelagem (Fig. 1), o genótipo é PP. • Fenótipo: aparência externa, mensurável, continuamente ou em classes. (Fig. 1), o fenótipo é a cor preta. Ex.: peso, altura, cor da pelagem. Mecanismos Genéticos da Herança Conceitos Ligados ao Processo da Herança Homozigoto: indivíduos que são geneticamente puros para um determinado par ou série alélica. Fig.1: Os genótipos cc e PP são homozigotos e produzem apenas um tipo de gametas (c e P). Heterozigoto: indivíduos portadores de membros diferentes, para determinado fator de herança. . Fig.1: O genótipo Mm é heterozigoto, produzindo dois tipos de gametas (M e m). Efeito aditivo: é o efeito do gene que resulta em uma mudança fenotípica definida, quando substitui outro gene da mesma série alélica, independentemente de quais outros genes constituem o genótipo. Epistasia: interação de genes de séries alélicas diferentes e que contribui para a definição do fenótipo do indivíduo. História da Genética • 1865 Mendel: Leis da Hereditariedade • 1900 Redescoberta dos princípios da hereditariedade ( DE VRIES, CORRENS e VON TSCHERMAK ) • 1902 Conexão entre cromossomos e hereditariedade • 1944 O DNA carreia o material genético • 1953 James Watson e Francis Crick: modelo de estrutura do DNA • 1966 Marshall Nirenberg, H. Gobind Khorana: decifram o código genético/ o RNAm determina a produção de aminoácidos • 1973 Era da Engenharia genética • 1976 Fundação da primeira empresa de Engenharia genética • 1983 Primeiras plantas e animais transgênicos • 1986 Anunciado o Projeto Genoma História da Genética • 1990 Lançamento formal do Projeto Genoma • 1995 Decifrado o primeiro genoma de um ser vivo da bactéria Haemophilus influenzae • -1998 Concluído o primeiro genoma de um organismo multicelular • 2000 95% do seqüênciamento do genoma é concluído • 2001 Publicado os resultados das pesquisas concluídas em 2000 História da Genética GENÉTICA Genética Mendeliana, Quantitativa e de Populações. • Genética Mendeliana – Estuda características simples contrastantes, pouco influenciadas pelo meio e controladas por muitos pares de genes • Genética Quantitativa – Estuda características complexas e, muito influenciadas pelo meio e controladas por muitos pares de genes. • Genética de Populações – Estuda as freqüências gênicas e genotípicas nas populações e as forças capazes de altera-las ao longo de gerações. Genética Quantitativa Genética Quantitativa O Peso, como muitas outras características, é muito sujeito as influências, tanto genéticas como ambientais, e por isso geralmente sua distribuição é igual ou próxima a uma forma matemática conhecida como Curva Normal ou Gaussiana, na qual a altura y (frequência de indivíduos) é uma função do valor da característica medida (X). + - Genética Quantitativa Genética Quantitativa • é a média da população e o desvio padrão. • • O valor de indica o ponto central da curva, no qual ocorre a maior freqüência de indivíduos; o valor de mostra o ponto de inflexão da curva, onde há uma mudança de direção do seu traçado. • A maioria dos indivíduos acha-se dentro dos limites +1 e -1. Assim o valor de mede o grau de variabilidade da população. Seu quadrado, ² é a variância. Desvio-padrão • O desvio-padrão (s ) é definido como a raiz quadrada da variância. É a medida de variação mais usada para fins descritivos. • O desvio-padrão, sendo expresso nos mesmos termos das medidas originais, é mais conveniente para explicar as variações individuais do que a variância. • Se o conjunto de dados pertence a uma população onde a distribuição é simétrica, ou seja, de distribuição normal: • o intervalo x±1s compreende 68% das observações; • o intervalo x±2s compreende 95% das observações • o intervalo x±3s, compreende 99,7% das observações. Curva Normal Var = 61 cm2Média = 1,72 m Genética Quantitativa • HERANÇA POLIGÊNICA • É determinada pela ação de muitos pares de genes, com segregação independente, com efeitos pequenos, cumulativos e sem predominância de um gene sobre o outro. Influencia o mesmo fenótipo de forma cumulativa. • As características econômicas dos Animais Domésticos tem natureza poligênicas - quantitativa, podendo ser medidas e submetidos a tratamentos estatísticos. Genética Poligênica ou Quantitativa 29/03/2016 Genética Quantitativa 29/03/2016 Genética Quantitativa 29/03/2016 HERANÇA POLIGÊNICA HERANÇA POLIGÊNICA Ação Gênica • GENÉTICA = VARIAÇÃO E HERANÇA • Os Ascendentes passam aos Descendentes > Semelhanças e Diferenças = HERANÇA • VARIAÇÃO - A variação é responsável pelas diferenças fenotípicas entre os indivíduos de uma população, devido às diferenças genéticas ou de meio. • É devido a manutenção e concentração dos vários patrimônios genéticos dos indivíduos que apresentam variações favoráveis, que se pode elevar o padrão dos animais domésticos Ação Gênica • HEREDITARIEDADE - Mantém semelhanças através das gerações. É o fenômeno pelo qual os descendentes recebem as características dos ancestrais. Ao conjunto de características recebido dos pais chamamos de herança, que é passada através do fenômeno da hereditariedade. • CAUSAS DE VARIAÇÃO: • Diferenças genéticas entre os indivíduos . • Diferenças de meio entre os indivíduos. • Diferenças devido à interações genótipo - ambiente. Ação Gênica • AS DIFERENÇAS GENÉTICAS PODEM SER DECORRENTES: • Dos efeitos aditivos dos genes; • Dos efeitos não aditivos dos genes; • Da epistasia entre os genes; • “Cada indivíduo possui milhares de loci gênicos, de modo que, das diferentes combinações, recombinações e interações entre os genes, vai depender o patrimônio genético do zigoto. Apenas indivíduos monozigotos, clones ou que se auto – fecundem, possuem a mesma constituição genética.” Interação Genótipo Ambiente Variação Variação Modos de Ação dos Genes • AÇÃO ADITIVA • AÇÃO NÃO ADITIVA Dominância • Sobre-Dominância • Epistasia • Na herança dos caracteres quantitativos podem ocorrer dois ou mais tipos de ação gênica, num mesmo genótipo. • AÇÃO ADITIVA: cada gene tem ação igual, independente, adicionando seu efeito aos demais, para a formação do efeito total ou FENÓTIPO. Ocorrendo ação de cooperação ou de acumulação. Existe um efeito médio para todos os genes. A manifestação do caráter vai depender do > ou < número de genes favoráveis existentes. Modos de Ação dos Genes • AÇÃO NÃO ADITIVA: ocorrem interações entre locus, não havendo portanto o efeito de adição. • DOMINÂNCIA: interação não aditiva entre genes da mesma série alélica. • Completa: o heterozigoto apresenta o mesmo valor fenotípico do homozigoto. • Parcial: o heterizogoto tem valor diferente do homozigoto. AÇÃO ADITIVA Modos de Ação dos Genes Ex.: Ação Aditiva - Característica quantitativa condicionada por dois pares de genes, cada um com determinado valor. Modos de Ação dos Genes • A segregação dos membros de um par de genes durante a meiose e sua união ao acaso com outros genes na fecundação, determina a proporção mendeliana dos descendentes. • CONSEQUÊNCIAS: • Os puros, filhos de puros, não são mais puros que os puros filhos de híbridos. • Os filhos podem apresentar caracteres que nenhum dos pais apresentam. • A concentração dos genes não varia através das gerações sucessivas, se a seleção natural (ou não) não agir sobre eles(teorema de Hardy-Weinberg). Modos de Ação dos Genes - Exemplos Modos de Ação dos Genes - Exemplos Modos de Ação dos Genes - Exemplos Modos de Ação dos Genes - Exemplos Consequências da Ação Aditiva • A média fenotípica do F1 é igual a média dos pais e do F2. O valor fenotípico do F1 é sempre intermediário ao dos pais, quando estes são diferentes; • A distribuição do F2 é simétrica, originando sempre uma curva normal; • A descendência de qualquer indivíduo tem média igual ao seu valor fenotípico. O acasalamento de indivíduos fenotipicamente superiores produz descendência também superior. A seleção dos melhores fenótipos é eficiente em termos de melhoramento genético; • A variação do F2 é maior do que a do F1 e dos pais. A produção de leite variou de 2000 Kg a 2400Kg na geração F2. Ação Gênica • GENÉTICA = VARIAÇÃO E HERANÇA • Os Ascendentes passam aos Descendentes Semelhanças e Diferenças = HERANÇA • VARIAÇÃO - A variação é responsável pelas diferenças fenotípicas entre os indivíduos de uma população, devido às diferenças genéticas ou de meio. • É devido a manutenção e concentração dos vários patrimônios genéticos dos indivíduos que apresentam variações favoráveis, que se pode elevar o padrão dos animais domésticos FENÓTIPO E GENÓTIPO • Modelos da Expressão Fenotípica • O “fenótipo” é a expressão final do “genótipo”. Em consequência , é o objeto da medição e a própria base da seleção. • Fenótipo é o resultante dos efeitos conjuntos (e idealmente independentes) do genótipo e do ambiente, o qual, supondo-se que não se cometam erros na medição, pode-se expressar com base no seguinte modelo: FENÓTIPO GENÓTIPO AMBIENTE Modelos da Expressão Fenotípica • Assim: • P = G + E + (GE), onde: • P = valor fenotípico, ou seja: peso, condição corporal, altura etc. • G = valor genotípico, determinado pelo conjunto dos genes que atuam sobre a característica. • E = efeito devido ao ambiente, ou seja: devido a quaisquer causas não genéticas que podem influenciar tal característica. • GE = interações entre o genótipo e o ambiente. Expressão Fenotípica Interação Genótipo Ambiente Interação Genótipo Ambiente Componentes da Variância Fenotípica Total para Características Quantitativas • A genética de um caráter métrico centraliza-se em torno do estudo de sua variação, porque é, em termos de variância que são formulados as questões primárias de genética. A idéia básica no estudo da variação é o seu parcelamento em componentes. • A quantidade de variação é medida e expressa como variância, e, quando os valores forem expressos como desvios da média da população, a variância será simplesmente a média dos quadrados dos valores. • A variância total é a fenotípica ou a dos valores fenótipos, e é a soma dos componentes isolados. Os componentes de variância e os valores cuja variância eles medem são mostrados na tabela a seguir. A Variância Total é a Soma dos Componentes. A Variância Total é a Soma dos Componentes • A partir desta relação, os componentes de variância devido ao fenótipo (VP), genótipo (VG) e ao ambiente (VE) assim se relacionam: • VP = VG + VE + V(GE) • Não havendo interação genótipo x ambiente, a expressão pode ser escrita como: VP = VG + VE • A variância genotípica pode , ainda, ser desdobrada em: • VG = VA + VD + VI, • onde: VA, VD e VI são: Variâncias devidas aos efeitos aditivos dos genes, aos efeitos de dominância e aos efeitos epistáticos. Esses dois últimos não se espera que sejam transmitido à geração seguinte, pelo processo de herança.
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