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www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 1 Taxas Art. 145, II e par. 2º, da CF e arts. 77 a 80, do CTN Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Podem ser instituídas por qualquer ente da federação mediante lei ordinária. A CF indica quais são as espécies, porém, o art.. 77 do CTN é que traz quais as espécies de taxas. Sejam elas: -Pelo exercício do poder de policia -Pela utilização (efetiva OU potencial) de serviços públicos específicos E divisíveis prestados pelo sujeito passivo (ou postos a sua disposição) Taxas pelo exercício de poder de polícia: Art. 78, do CTN. Poder de policia é uma limitação imposta pelo poder público de direitos e liberdades individuais em prol da coletividade. B) Taxas pela prestação de serviços públicos: Art. 79, do CTN. Serviços públicos - em caráter geral ou universal (uti universi) são prestados à coletividade em geral (polícia e iluminação publica , por ex), nesta caso, não é possível especificar qual é o destinatário do serviço; já os uti singuli é possível identificar a quem destina este serviço prestado e o custo da atividade estatal direcionado àquela pessoa (taxa de lixo domiciliar, por ex) Especificidade porque o serviço é prestado em caráter individual, sendo possível identificar quem é o interessado e o custo em relação àquela pessoa especifica. Quanto à potencialidade da utilização de serviços públicos, para fins de exigência de taxa: Art.. 145, §2 CF, As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. Prestar: específico e divisível. Utilizar: efetiva ou potencialmente. Taxa- lançamento de ofício. Contribuições www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 2 Contribuições Sociais Art. 149 e 149, A, da CF Inclui: Contribuições Sociais, CIDE (contribuições de intervenção domínio econômico), Contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica, COSIP- contribuições de iluminação pública Sociais: são criadas via de regra pela União, salvo nos termos do art.. 149, parágrafo 1ª se for a contribuição social previdenciária do servidor público, pois neste caso, compete ao ente federativo a que pertence o servidor. União: Previdência Assistência- sobre tudo que consome Saúde – toda pessoa tem direito, independente de pagar Contribuição social paga sobre a folha de pagamento (INSS), faturamento (empresário), receita (empresário), lucro (empresário) e concurso de prognósticos (fezinha da lotérica). Contribuição social só respeita a anterioridade nonagesimal, os 90 dias. (art. 195, § 6º CF). Não incide contribuição social para entidade de assistência social sem fim lucrativo. Art. 149, par. 2o.- não paga contribuição social sobre receita de exportação, mas na importação paga. CIDE : Art. 177, par. 4o, do CTN. Competência da União - paga sobre combustíveis. Finalidades: - custear projetos ambientais - reestruturação das estradas brasileiras. As alíquotas da CIDE combustíveis podem ser reduzidas ou restabelecidas por decreto do poder executivo. Respeita apenas a anterioridade nonagesimal, os 90 dias. Categoria Profissional ou econômica Competência exclusiva da União, segue a anterioridade. Entidades de classe cobram. (contribuição da OAB não é tributo e não entra como categoria profissional ou econômica). Iluminação Pública Competência dos Municípios e DF. Instituída por lei ordinária. Segue a anterioridade e pode ser cobrada na fatura de energia elétrica. Lançamento de ofício. IMPOSTOS Impostos Municipais IPTU – Imposto predial territorial urbano Fato Gerador: Ser proprietário de imóvel urbano. Ser proprietário é ter o direito se usar, fruir, dispor do imóvel ou de reaver de quem injustamente o possua. www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 3 Imóvel urbano é o perímetro urbano do município, determinado pela legislação municipal. O art. 32 traz os requisitos para que o imóvel seja considerado urbano, desde que atendidos pelo menos 2 dos requisitos ali expostos. - Ter meio-fio ou calçamento com canalização de águas pluvias; - Ter abastecimento de água; - Ter saneamento básico; - Ter iluminação pública; - Ter escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 km do imóvel. O critério temporal do IPTU é aquele estabelecido em legislação local, em regra geral dia primeiro de janeiro. O sujeito passivo é o proprietário, detentor do domínio útil ou possuidor com animus domini. O IPTU pode ser progressivo em razão da função social (art. 182,§ 4º, II CF) e em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I CF). ITBI – Imposto de Transmissão de bens imóveis entre vivos Competência exclusiva dos Municípios. Instituído por Lei ordinária. Imposto sobre transmissão de Bens Imóveis, por Natureza ou Acessão Física, e de Direitos Reais sobre Imóveis, exceto os de Garantia, bem como Cessão de Direitos a sua Aquisição – ITBI: Art. 156, II da CF e Arts. 35 a 42 do CTN Trata-se de Imposto de Competência dos Municípios pelos quais se encontra a situação do Bem, podendo ser criado por meio de lei ordinária e respeita o princípio da Anterioridade do Exercício e Nonagesimal (Art. 150, VIII, “b” e “c” da CF). Sujeito Ativo: Município da situação do imóvel. Sujeito Passivo: Qualquer das partes envolvidas na operação tributária de transmissão de bem imóvel, determinado pela legislação municipal (geralmente é o adquirente). Critério Temporal: Momento da transmissão, que ocorre nos bens imóveis com o registro no órgão competente, segundo art. 1.245 do Código Civil. Base de Cálculo: valor venal do bem imóvel transmitido ou direito real cedido (valor de mercado). Respeita anterioridade. Exemplo: compra e venda de imóvel. Art. 156, § 2º CF – Imunidade Específica: Não incide ITBI na transmissão de imóvel para realização de capital, na incorporação, cisão, fusão e extinção de Pessoa Jurídica, salvo se www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 4 a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda, locação e arrendamento mercantil de imóveis. ISS - Imposto sobre serviço de qualquer natureza A LC 116/2003 contém uma relação de serviços passiveis de tributação por via do ISS. O STJ entende que a lei é taxativa e que este definido em LC significa que se o serviço não está descrito na lista não pode ser tributado. LC 116/03 - Conceito de prestação de serviço – prestação a terceiro de uma utilidade, com conteúdo econômico, sob regime de direito privado, desde que não trabalhista. Serviço gratuito não pode ser alvo de tributação só ISS porque não possui base de cálculo.O art. 7 diz que a base de cálculo é o preço do serviço. O imposto deve incidir sobre uma execução de prestação física ou intelectual remunerada. Lei ordinária institui o ISS. Segue a anterioridade. Por regra seu lançamento é por homologação, salvo no caso de ISS fixo, pois neste caso o lançamento é de ofício. Incide sobre serviços que não estejam na incidência do ICMS. Tem como alíquota mínima 2% e máxima 5%. Impostos Estaduais ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS: Art. 155, II da CF e LC 87/1996 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir ICMS, nos termos do Art. 155, II e § § 2.º e 3º da CF. Esse Imposto deverá ser criado por lei ordinária. Isto não quer dizer que a Lei Complementar n.º 87/1996 seja inconstitucional, visto que esse diploma legal apenas estruturou tal imposto. Em relação ao Princípio da Anterioridade, destaca-se que o ICMS o respeita, todavia, a alíquota do ICMS sobre combustíveis respeitará apenas a anterioridade nonagesimal, em caso de redução ou restabelecimento de alíquota, nos termos do art. 155, §4.º, IV, da CF. Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal. Fato Gerador: 1) Operações de circulação de mercadoria; 2) prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal; 3) serviço de comunicação; 4) energia elétrica; www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 5 5) importação de mercadoria, ainda que o importador não seja contribuinte habitual do ICMS. Alíquotas: Há alíquotas distintas para cálculo do ICMS. As razões dessa distinção das alíquotas está no princípio da seletividade (Art. 155, §2.º, III da CF) e na existência de alíquotas internas (estipuladas pelos Estados) e as interestaduais. O Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas mínimas ou máximas, nos termos do Art. 155, §2.º, IV e V da CF. Sobre o ICMS é importante destacar que existem dois princípios que devem ser observados: Princípio da Não Cumulatividade (Art. 155, §2.º da CF e Art. 19 da LC 87/1996): significa dizer que o ICMS será compensado em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Vale destacar que esse princípio, em casos de isenções ou não incidência, não implica em crédito para compensação com o montante devido nas operações seguintes e acarretará em anulação do crédito relativo às operações anteriores; Princípio da Seletividade (Art. 155, §2.º, da CF): tem como função orientar a estipulação das alíquotas diferenciadas de ICMS, utilizando por base a seletividade, em função da essencialidade do produto. Esse princípio é utilizado para justificar a redução da carga tributária dos produtos considerados essenciais. No ICMS PODE ser Seletivo!! Imunidade Específica: 1) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 2) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 3) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 4) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. Trata-se de Imposto de competência estadual e distrital, que poderá ser exigido em 1.º de janeiro de cada exercício, sendo devido no local do registro do veículo. Esse imposto pode ser criado por lei ordinária. Tem como característica respeitar o princípio da Anterioridade do exercício e a nonagesimal, todavia, em relação à base de cálculo, esta respeita apenas a anterioridade do exercício. www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 6 Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal. Sujeito Passivo: Proprietário de veículo automotor de qualquer espécie, não se aplicando às aeronaves. Fato Gerador: A propriedade sobre veículos automotores. Ocorre, por ficção jurídica em 1.º de janeiro de cada ano. Todavia, em caso de veículo zero KM ocorre no momento da aquisição. Base de Cálculo: Valor venal do veículo ou preço do mercado. Alíquotas: Será estabelecida em lei ordinária estadual. Não há limite máximo, no entanto, o Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas mínimas, nos termos do Art. 155, §6.º, I da CF. Ademais, o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da utilização do veículo, nos termos do Art. 155, §6.º, I e II da CF. Lançamento de ofício. ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação Imposto de competência dos Estados e DF, instituído por meio de lei ordinária, segue anterioridade do exercício e nonagesimal. Alíquota máxima fixada por resolução do Senado Federal. Impostos Federais Importação, Exportação, IOF Competência exclusiva da União, instituídos por lei ordinária, NÃO respeitam as anterioridades – Cobrança Imediata. Alíquotas alteradas por decreto do poder executivo nos termos do Art.. 153, § 1º da CF. IPI- Imposto sobre produtos industrializados O IPI não respeita a anterioridade do exercício, mas respeita 90 dias! As alíquotas podem ser alteradas por meio de ato do PE, nos termos do art. 153, § 1º da CF. A legislação do IPI estabelece que é possível ao presidente alterar as alíquotas para reduzir até zero ou aumentar dentro de certo limite, de 30 unidades percentuais, acima da alíquota originalmente estabelecida em lei. Respeita: a) Não cumulatividade – art. 153, §1, II da CF. Em cada operação desconta-se o imposto incidente na operação anterior – utiliza-se como crédito o IPI pago na operação anterior. b) Seletividade – art. 153, §3, I da CF. Haverá uma seleção dos produtos pelo critério de sua essencialidade; quanto mais essencial para a vida do povo, menor será a tributação. O IPI DEVE ser Seletivo IPI possui Lançamento por homologação. www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 7 Imposto de renda – Auferir Renda Quanto aos princípios especiais – art.. 153 §2, I CF.O princípio da universalidade se aplica às rendas – todas as rendas devem ser alcançadas pelo IR. Isso acontece hoje embora haja o fato do IR não tributar todas as rendas com a mesma proporcionalidade. Há algumas distinções dependendo do tipo de rendimento. Os países menos desenvolvidos tendem a tributar mais o trabalho do que o capital porque é mais fácil controlar este. Outro princípio é o da generalidade, que diz respeito aos contribuintes. Todos os contribuintes devem ser alcançados na medida de sua capacidade contributiva. Aqueles que não possuem capacidade alguma não devem seralcançados. O princípio da progressividade. O IR sempre foi progressivo; Hoje possuímos 4 alíquotas, porém, continua existindo a alíquota máxima de 27,5%. O IR tem como fato gerador (hipótese de incidência) a aquisição da renda ou de proventos de qualquer natureza, entendidos como acréscimos patrimoniais não incluídos no primeiro. O legislador encara tanto renda como proventos como acréscimo patrimonial. Critério espacial - 2 adotados: territorial e renda universal. Fala-se em tributação da renda na fonte quando se considera apenas a renda obtida de fontes. A tributação na renda mundial considera na renda adquirida de qualquer lugar do país. Hoje, adota-se o critério da universalidade. Possui lançamento por homologação. O IR respeita a anterioridade do exercício e não respeita 90 dias!! Súmulas Importantes do IR: STJ Súmula nº 125 O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda. STJ Súmula nº 136 O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda. STJ Súmula nº 184 A microempresa de representação comercial é isenta de imposto de renda. STJ Súmula nº 215 A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda. STJ Súmula nº 262 www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 8 Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. STJ Súmula nº 386 São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. STJ Súmula nº 394 É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual. STJ Súmula nº 386 São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. STJ Súmula nº 447 Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. STJ Súmula nº 463 Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. STJ - Súmula nº 498: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. ITR: Imposto territorial rural Competência da União. Deverá ser instituído por lei ordinária. Segue o princípio da anterioridade. Não incide sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando quem as explore não tenha outro imóvel. Lançamento por homologação e pode ser fiscalizado e arrecadado pelos Municípios, desde que haja convênio com a União, sendo que neste caso 100% da arrecadação ficará com o Município. Se não houver convênio 50% da arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para a União. Alíquotas variando conforme a função social da terra. Imposto sobre Grandes Fortunas Competência da União podendo ser criado somente por lei Complementar. Imposto Extraordinário (Guerra) Art. 154, II da CF Competência da União podendo ser criado por lei ordinária, não segue o princípio da anterioridade. Imposto Residual Art. 154, I da CF Competência da União somente criado por lei Complementar, deve ser não-cumulativo e não www.cers.com.br OAB XVII EXAME – 1ª FASE Direito Tributário Josiane Minardi 9 pode ter base de cálculo ou fato gerador de impostos já existentes.
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