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aula 2

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Sistema Normativo Tributário:
Sentido da expressão “legislação tributária”: equivale a “Fontes do Direito Tributário”, compreendendo todas as NORMAS que versam sobre a tributação.
Há muita mudança na legislação, gerando dificuldade quanto à norma aplicável ao caso em concreto: retroatividade, irretroatividade e ultratividade da lei.
https://www.ibpt.org.br/noticia/1266/Normas-tributarias-em-vigor-equivalem-a-livro-de-112-milhoes-de-paginas
Regra: as leis só se aplicam aos fatos ocorridos durante a sua vigência. (Princípio da irretroatividade).
 
Estrutura Formal do Direito Tributário Brasileiro
CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88:
“Lei” Maior do país;
Estrutura todo o Estado Brasileiro;
Brasil: opção do Constituinte por um sistema tributário constitucional;
Rígida e escrita;
Alteração do texto por Emendas à Constituição;
Cláusulas Pétreas.
ESPÉCIES NORMATIVAS:
As normas que tratam de tributos são as seguintes: 
Constituição Federal, Emendas, Constituição dos Estados, Lei Orgânica dos Municípios, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Leis Delegadas, Decretos-legislativos (tratados internacionais), Resoluções do Senado, Convênios, Decretos e Normas Complementares.
Constituição Federal
Funções:
Competência tributária: distribuição para cada uma das entidades federadas e definição da forma como a competência deve ser exercida. 
Espécies tributárias (cinco): impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.
Limitações ao Poder de Tributar (“Estatuto dos Contribuintes”): princípios e imunidades.
Emendas: a CF pode ser alterada por 3/5 do Congresso Nacional, não podendo alterar as “cláusulas pétreas”. Art. 60 da CF.
Processo de Alteração da Constituição
Para alterar a CF/88 (por meio de Emendas), é necessária a aprovação de 3/5 dos membros do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos de votação;
Início das votações é na Câmara
	CÂMARA			SENADO
	513 Deputados			81 Senadores
	3/5 = 308			3/5 = 49
Cláusulas Pétreas
	São as normas imutáveis da Constituição, aquelas que são impassíveis de alteração pelo Poder Constituinte Derivado.
	São elas (art. 60, § 4º, CF/88):
Forma federativa de Estado;
Separação dos Poderes;
Voto direto, secreto, universal e periódico;
Direitos e garantias individuais.
Distribuição das Competências Tributárias
Uma das principais funções da Constituição é a distribuição de competências tributárias;
As competências tributárias são indelegáveis e irrenunciáveis, mas são, de outra parte, opcionalmente exercíveis;
É a distribuição constitucional de competências que limita o campo de atuação de cada ente federativo e, assim, evita a dupla tributação de um mesmo fato gerador;
A distribuição de competências é uma exigência do FEDERALISMO BRASILEIRO
Leis Complementares e Leis Ordinárias
	
NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE LEIS ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES (há quem entenda que exista);
O que as diferencia, basicamente é o processo de aprovação:
Lei Complementar
 	Quórum qualificado: Maioria absoluta, em votação única, dos membros de cada Casa Legislativa do CN. Maioria absoluta: 50%+1 do total de membros da Casa. Câmara: 257 Senado: 41
	Lei Ordinária
	Quórum simples: Maioria simples, em votação única, dos membros de cada Casa Legislativa do CN. Maioria simples: 50%+1 do total de membros presentes à sessão legislativa. Câmara: 129 (mínimo) Senado: 21 (mínimo)
Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172/66
	
O CTN, embora seja Lei Ordinária, foi recepcionado pela CF/88 como Lei Complementar, naquilo que não a contraria;
Ele traz normas gerais de Direito Tributário, aplicáveis em todo o país (caráter nacional das leis complementares);
Sua alteração, portanto, só pode se dar por Lei Complementar (caso das LCs 104/01 e 118/05).
LEIS COMPLEMENTARES
Quórum especial: maioria dos membros do Legislativo.
Atuação destacada na área tributária (art. 146, CF): regular os princípios e imunidades tributárias, dispor sobre conflitos na área tributária e tratar das “normas gerais” de tributação.
Alguns tributos só podem ser criados através de lei complementar: empréstimos compulsórios (art. 148, CF), IGF (art. 153, VII, CF), Imposto residual da União (art. 154, I) e “outras fontes de custeio da Seguridade” (art. 195, §4º, CF).
Os Estados e Municípios podem criar leis complementares.
LEIS COMPLEMENTARES
Art. 146. Cabe à lei complementar:
 
	I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
	
	II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
	
	III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
	
	a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
	
	b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
	
	c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas;
	
	d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
LEIS ORDINÁRIAS E MEDIDAS PROVISÓRIAS
Quórum: maioria simples, ou seja, voto da maioria dos legisladores presentes na sessão legislativa, desde que presentes a maioria absoluta dos seus membros.
Em regra, basta uma lei ordinária para criar o tributo.
Existem leis ordinárias federal, municipal e estadual.
Tem a mesma força de uma lei ordinária as Medidas Provisórias, editadas exclusivamente pelo Presidente: prazo de 60 dias, renovável uma só vez; cabível em matéria tributária; MP que cria ou aumenta imposto só entrará em vigência no ano seguinte ao da sua conversão em lei ordinária (art. 62, §2º, CF); não pode versar sobre matéria afeta à lei complementar (art. 62, §1º, III, CF).
Medidas Provisórias no Direito Tributário
Medida Provisória: o que é?
Não é lei, mas tem força de lei.
Art. 62 da Constituição Federal:
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Medidas Provisórias no Direito Tributário
O que não pode ser objeto de medida provisória?
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
Medidas Provisórias no Direito Tributário
O que não pode ser objeto de medida provisória?
	§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
	Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b”, da CF/88): as leis tributárias só podem produzir efeitos no exercício seguinte ao da sua edição.
Medidas Provisórias no Direito Tributário
Funcionamento e trâmite da Medida Provisória:
A MP tem validade inicial de 60 dias, prorrogáveis por
igual período;
Uma vez editada, ela deve ser encaminhada imediatamente ao Congresso Nacional;
A análise começa pela Câmara dos Deputados;
Passados 45 dias desde a edição da MP, ela entra em regime de urgência, “trancando” a pauta da Casa em que estiver tramitando.
Medidas Provisórias no Direito Tributário
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Medidas Provisórias no Direito Tributário
Rejeição ou decurso de prazo de MP:
A) Congresso Nacional deverá editar, no prazo de 60 dias, decreto legislativo para regular as relações jurídicas geradas a partir da MP;
b) Não o fazendo, ficam validadas todas as relações jurídicas estabelecidas em sua vigência.
Medidas Provisórias no Direito Tributário
Reedição da MP:
Art. 62, § 10, da CF/88:
	§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
 O que é sessão legislativa?
Medidas Provisórias no Direito Tributário
Sessão Legislativa:
	“Art. 57.  O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
	(...)
	§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias
DECRETOS LEGISLATIVOS - TRATADOS
Os tratados internacionais são aprovados através dos Decretos-legislativos, editados pelo Congresso Nacional.
Discussão a respeito do status do tratado: lei ordinária ou lei complementar?
Art. 98 do CTN.
Tratados que versam sobre direitos humanos têm força de emenda constitucional: art. 5º, §3º, CF.
Os entes federados poderão fazer “tratados internos”, através dos chamados Convênios (Convênio ITR, Convênio ICMS/CONFAZ, Convênio SIMPLES etc.). LC 24/75 (Convênio CONFAZ/ICMS); arts. 100, IV e 190, CTN.
Tratados Internacionais em Matéria Tributária
	Tratados internacionais: acordos firmados entre dois ou mais países, visando à aplicação de regras em comum, a situações especialmente definidas no Tratado.
	Em matéria tributária, são comuns os tratados bilaterais para evitar a dupla tributação.
Tratados Internacionais em Matéria Tributária
	Como se dá o ingresso de um tratado na ordem jurídica brasileira?
Negociação pelos órgãos diplomáticos;
Assinatura do Presidente da República;
Aprovação do Tratado pelo Congresso Nacional (via Decreto Legislativo);
Volta para o Presidente, para ratificação por meio de Decreto Executivo;
Tratado passa a valer.
Tratados Internacionais em Matéria Tributária
	Hierarquia dos tratados em matéria tributária
	Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
 Princípio da “lex specialis derrogat generalis”: NÃO HÁ EFETIVA REVOGAÇÃO, MAS SOMENTE PREVALÊNCIA DA LEGISLAÇÃO ESPECIAL (TRATADO) FRENTE À LEGISLAÇÃO GERAL.
DECRETOS
A legislação tributária deve ser “regulamentada” e consolidada através dos Decretos. Art. 212 do CTN.
Os decretos são editados pelos Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito). Art. 84, IV, CF.
Função de consolidar e regulamentar a legislação e dar a interpretação oficial da matéria. Existem leis que ficam na dependência de uma regulamentação.
Os decretos não podem criar obrigações novas, não previstas em lei. Os decretos devem ser “fiéis” à lei regulamentada.
NORMAS COMPLEMENTARES
São as normas mais “fracas” da legislação tributária, devendo regular assuntos específicos, sem qualquer poder de criação. Art. 100 do CTN.
As normas complementares têm a função de “complementar” (regular, interpretar) as leis e os decretos.
São normas complementares: atos normativos, jurisprudência administrativa, costume e convênios.
Ex.: Instrução Normativa, Portaria, Resolução, Orientação Normativa, Comunicado, Resolução, Ato Declaratório Interpretativo etc.
JURISPRUDÊNCIA
Jurisprudência administrativa e jurisprudência judicial.
Tendo em vista as inúmeras discussões envolvendo a interpretação e aplicação da legislação tributária, os nosso tribunais são corriqueiramente acionados para dar a última palavra sobre o assunto.
Existem várias súmulas sobre matéria tributária.
Jurisdição constitucional: interpretação conforme a CF/88, declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, modulação dos efeitos, mutação constitucional etc. 
Referências:
ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de direito Tributário/Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. – 7 ed.rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense;São Paulo: Método, 2008.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 34 ed. Revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Malheiros, 2013. 
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