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Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 1 Sistema Digestório O Sistema Gastrointestinal (formado pelo trato gastrointestinal e órgãos anexos) faz a transformação de macromoléculas em micromoléculas, de maneira que ocorra absorção desses alimentos, ou seja, ocorre a passagem dos nutrientes do tubo intestinal para a corrente sanguínea. Para fazer essa transformação de macromoléculas em micromoléculas é necessário a liberação de secreções por glândulas exócrinas acessórias que contêm enzimas. Nas secreções tem enzimas, muco e bicarbonato (na maioria). O tubo intestinal está em contato com o meio externo, possui uma barreira contra microorganismos e vai da boca até o ânus. A função primordial do trato alimentar é prover o organismo de nutrientes e água, para isso são necessários vários processos: movimento do alimento pelo trato digestório, secreções de substâncias que quebrarão as macromoléculas em substâncias que podem ser absorvidas, absorção dos produtos dessa quebra, distribuição dos nutrientes pelo sangue e controle nervoso e endócrino de todos esses processos. O sentido do bolo alimentar é oro-anal. Presença de vários esfíncteres: esofagiano superior: impede entrada de ar. esofagiano inferior: impede refluxo do conteúdo gástrico. esfíncter pilórico: estômago/intestino delgado. esfíncter íleo-cecal: intestino delgado/intestino grosso. esfíncter anal externo: controle fecal. esfíncter anal interno: controle fecal. Funções do sistema digestivo: Motilidade Secreção Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 2 Digestão Absorção Excreção A motilidade do sistema digestório é feito pelo sistema nervoso local chamado de entérico, e pelo SNC por meio do sistema nervoso autônomo. Existem também hormônios que controlam o trânsito e a liberação de secreções. Componentes do eixo principal: boca, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e intestino grosso. Acessórios: glândulas salivares, pâncreas, fígado/ vesícula biliar, glândulas gástricas na parede do estômago e glândulas que estão na parede intestinal. Composto na sua maioria por músculo liso (exceto orofaringe, esôfago, esfíncter anal externo). A parede do trato gastrointestinal tem duas superfícies, mucosa e serosa. A superfície mucosa é voltada para o lúmen, e a superfície serosa é voltada para o sangue: a camada mucosa consiste da camada de células epiteliais, a lâmina própria, e a muscular da mucosa. As células epiteliais são especializadas em executar funções absortivas e secretórias. A lâmina própria consiste, primariamente, de tecido conjuntivo, mas também inclui vasos sanguíneos e os linfáticos. A muscular da mucosa consiste em células musculares lisas: a Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 3 contração da muscular da mucosa altera a forma e a área da superfície da camada de células epiteliais. Por fora da camada mucosa fica a camada submucosa, que consiste em colágeno, elastina, glândulas e vasos sanguíneos do TGI. A motilidade do trato é dada pelas camadas musculares lisas: músculo circular e músculo longitudinal, que se interpõem entre a submucosa e a serosa. Dois plexos, o plexo submucoso (plexo de Meissner) está entre a submucosa e o músculo circular. O plexo mioentérico fica entre o músculo circular e o músculo longitudinal. Camadas: Muscular externa (serosa) Muscular longitudinal Muscular circular (plexo nervoso mioentérico – Auerbach - motilidade) Submucosa (plexo nervoso submucoso – Meissner – controle das secreções das glândulas) Muscular da mucosa Lâmina própria Epitélio Princípios Gerais da Motilidade Gastrointestinal Músculo Liso do Tratogastrointestinal É miogênico: capaz de gerar estímulos. Organização: sincício. Comunicação entre as células através de junções GAP (comunicação elétrica) livre transporte de íons. Não apresenta estriações: actina e miosina não estão organizadas no sarcômero. Os corpos densos ancoram os filamentos de actina. Não possui o retículo sarcoplasmático igual o músculo esquelético (depende do cálcio de fora). Possui canais de cálcio voltagem dependente. Possui canais de cálcio ligante dependente (não precisa de PA) (ex. hormônio/neurotransmissor). Proteína G inusitoltrifosfato abertura do canal de cálcio do retículo sarcoplasmático. As funções motoras do aparelho digestório são desempenhadas por tecido muscular em diversas camadas. As células das camadas musculares estão Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 4 conectadas por junções gap - tem livre transito de íons: o potencial de ação se propaga por toda a camada (sincício). Portanto os estímulos que podem provocar liberação CA: Potencial de ação (canais de cálcio voltagem dependente) Hormônios /neurotransmissor (canal de cálcio ligante dependente) Proteína G. Contração do músculo liso 1. Calmodulinas se liga a cálcio ativa a enzima miosina cinase de cadeia leve fosforila a miosina formação da ponte cruzada (actina se liga a miosina) tensão 2. A diminuição de cálcio diminui a interação A/M (desfosforila) formação ponte com tranca tensão tônica. Economiza ATP. Ainda possui tensão. 3. Quando o cálcio acaba. Diminui cálcio aumenta enzima miosina cinase. Inervação O trato gastrointestinal é regulado, em parte, pelo sistema nervoso autônomo, que tem o componente extrínseco e o componente intrínseco. O componente extrínseco é a inervação simpática e parassimpática do TGI. O componente intrínseco é chamado sistema nervoso entérico. O sistema nervoso entérico está, inteiramente, contido nos plexos submucoso e mioentérico na parede do Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 5 TGI, ele se comunica, extensivamente com os sistemas nervosos simpáticos e parassimpáticos. Extrínseca: SNA (simpático e parassimpático) Intrínseca: Plexos mioentérico e submucoso (sistema nervoso entérico) Obs: Fibras pós-ganglionar simpática e pós-ganglionar parassimpática fazem conexões com os plexos. Fibras nervosas sensitivas (aferentes) Fazem conexões direta com os plexos. Fazem conexões com gânglios pré vertebrais, medula e tronco. Sistema Nervoso Entérico Pode dirigir todas as funções do TGI, mesmo na ausência de inervação extrínseca. O sistema nervoso entérico fica localizado nos gânglios e nos plexos mioentérico e submucoso e controla as funções contráteis, secretórias e endócrinas do TGI. Ele recebe informação aferente pelos sistemas simpáticos e parassimpáticos que modulam sua atividade. Também recebe informação sensorial direto dos mecanorreceptores e quimorreceptores da mucosa e mandam informação, também direta, para as células musculares, secretórias e endócrinas. Estimulação: 1. Mecânica/química neurônio sensitivo via oral (ascendente) neurônio motor excitatório (acetilcolina, substância P). Contração. 2. Mecânica/química neurônio sensitivo via anal (descendente) neurônio motor inibitório (VIP, NO). Relaxamento. A diferença de pressão provoca deslocamento do alimento. Parassimpático: ação excitatória (estimulante), aumenta motilidade e aumenta secreção, relaxa esfíncter (VIP, NO), aumenta força de contração. Simpático: diminui motilidade e secreção, contrai os esfíncteres, diminui forção de contração. Resumo SistemaDigestório Gabriela Carvalho Abreu Página 6 Inervação Parassimpática Suprida pelo nervo vago e pelo nervo pélvico. O nervo vago inerva o TGI superior, incluindo músculo estriado do terço superior do esôfago, parede do estômago, o intestino delgado e o colo ascendente. O nervo pélvico inerva TGI inferior, incluindo músculo estriado do canal anal externo e as paredes dos cólons transverso, descendentes e sigmoide. Contém fibras pré-ganglionares longas que fazem sinapse nos gânglios dentro ou próximos dos órgãos alvo. No TGI, esses gânglios estão localizados nas paredes dos órgãos nos plexos mioentérico e submucoso. A informação transmitida pelo sistema nervoso parassimpático é coordenada nesses plexos e, então, é retransmitida para as células musculares lisas, endócrinas e secretórias. Os neurônios pós- ganglionares do sistema parassimpático são classificados como colinérgicos ou peptidérgicos. Os colinérgicos liberam acetilcolina (ACh) como neurotransmissor. Os peptidérgicos liberam vários peptídeos, incluindo a substância P e o peptídeo inibitório vasoativo (VIP). Inervação Simpática As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso simpático são relativamente curtas e fazem sinapses com glânglios externos ao TGI. Quatro glânglios simpáticos inervam o TGI: celíaco, mesentérico superior e inferior e hipogástrico. As fibras nervosas pós-ganglionares que são adrenérgicas (liberam norepinefrina), deixam esses glânglios simpáticos e fazem sinapses nos glânglios dos plexos mioentérico e submucoso, ou inervam, diretamente, as células do músculo liso, endócrino ou secretórias. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 7 Peptídeos Gastrointestinais São hormônios, neurócrinos e parácrinos que regulam funções do TGI. Essas funções incluem a contração e relaxamento da parede de musculatura lisa e os esfíncteres, secreção de enzimas para digestão, secreção de líquidos e eletrólito, e efeitos tróficos (crescimento) nos tecidos gastrointestinais. Além disso, alguns peptídeos gastrointestinais, como por exemplo, a somatostatina inibe a secreção de todos os hormônios gastrointestinais. Hormônios são peptídeos liberados por células endócrinas. Eles são secretados para a circulação porta, passam pelo fígado e chegam a circulação sistêmica. Esta, então, os entrega às células alvo com receptores para estes hormônios. As células endócrinas da mucosa gastrointestinal não estão concentradas em glândulas, mas são células isoladas ou grupos de células dispersas por grandes áreas. Quatro peptídeos são classificados como hormônios: gastrina, colecistocinina (CCK), secretina e peptídeo insulinotrópico dependente de glicose (ou peptídeo inibitório gástrico, GIP). Parácrinos secretados pelas células endócrinas do TGI. Só atuam localmente no mesmo tecido que as secreta. Atingem a célula alvo por difusão por curta distância. Assim para que haja ação parácrina o sítio de ação deve estar a curta distância do local da sua ação. Ex: somatostatina Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 8 Neurócrino Sintetizados no TGI e liberados após um potencial de ação. Após liberação, os neuropeptídios se difundem pelas sinapses e atuam nas células alvo. Hormônios Gastrointestinais Gastrina Suas funções são as de coordenar e promover a secreção de íon hidrogênio (H+) pelas células parietais gástricas. A gastrina, um peptídeo de cadeia linear de 17 aminoácidos é secretado pelas células G no antro do estômago. A secreção da gastrina ocorre em resposta a alimentação. Os estímulos fisiológicos que iniciam a secreção de gastrina estão todos relacionados à ingestão de comida. Incluem os produtos da digestão proteíca e distenção do estômago pelo alimento. Reflexos vagais locais também estimulam a secreção de gastrina. Nesses reflexos locais, o neurócrino liberado pelas terminações nervosas vagais nas células G é o peptídeo liberador de gastrina (GRP), ou bombesina. Além desses estímulos positivos, a secreção de gastrina é inibida pelo baixo ph do conteúdo gástrico e pela somatostatina. As suas ações são estimular a secreção de H+ pelas células parietais gástricas e estimular o crescimento da mucosa gástrica (efeito trófico). Suas ações são demonstradas em condições de excesso ou deficiência desse hormônio. Colecistocinina São coordenadas as funções para promover a digestão e absorção de lipídeos. A CCK é peptídeo com 33 aminoácidos que é estruturalmente relacionado à gastrina, fazendo parte da família gastrina-CCK. É secretada pelas células I da mucosa do duodeno e do jejuno, em resposta a dois tipos de estímulos fisiológicos: (1) monoglicerídeos e ácidos graxos (mas não triglicerídeos) e (2) pequenos peptídeos e aminoácidos. Esses estímulos alertam as células I da presença de alimento contendo gordura e proteína que devem ser digeridos e absorvidos. A CCK vai, então, assegurar que as enzimas pancreáticas e os sais biliares sejam secretados, para auxiliar nessa digestão e absorção. Existem cinco principais ações da CCK, e cada uma contribui para o processo geral da digestão e absorção de lipídeos, proteínas e carboidratos. Contração da vesícula biliar com simultâneo relaxamento do esfíncter de Oddi ejeta bile para o lúmen do intestino delgado. A bile é necessária para emulsificação e solubilização dos lipídeos da dieta. Secreção de enzimas pancreáticas. As lipases pancreáticas digerem os lipídeos ingeridos em ácidos graxos, monoglicerídeos e colesterol, todos Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 9 os quais podem ser absorvidos. A amilase pancreática digere os carboidratos e as proteases as proteínas. Crescimento do pâncreas exócrino e da vesícula biliar. Isto ocorre, pois esses são os principais órgãos de ação. Inibição do esvaziamento gástrico. A CCK inibe, ou retarda o esvaziamento gástrico e aumenta o tempo de esvaziamento gástrico. Essa ação é crítica para o processo da digestão e da absorção das gorduras, que necessita de considerável quantidade de tempo. A CCK lentifica a entrega do quimo do estômago para o intestino delgado. Secretina Possui 27 aminoácidos, é estruturalmente homóloga ao glucagon e é membro da família secretina-glucagon. É liberada pelas células S do duodeno, em resposta ao H+ e ácidos graxos no lúmen do intestino delgado. Assim, a secreção da secretina é iniciada quando o conteúdo gástrico ácido (ph < 4,5) chega ao intestino delgado. A função da secretina é a de promover a secreção de HCO3- (bicarbonato) pancreático e biliar que, então, neutraliza o H+ no lúmen do intestino delgado. A neutralização do H+ é essencial para a digestão das gorduras: as lipases têm ph ótimo entre 6 e 8. A secretina inibe os efeitos da gastrina sobre as células parietais (secreção de H+ e crescimento). Peptídeo insulinotrópico glicose-dependente (GIP) Peptídeo com 42 aminoácidos é também membro da família secretina-glucacon. É secretado pelas células K da mucosa do duodeno e jejuno. Ele é o único hormônio gastrointestinal que é secretado em resposta a todos os três principais nutrientes: glicose, aminoácido e ácido graxo. Sua principal ação é estimular a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Essa ação explica a observação de que dose oral de glicose é utilizada por células mais rapidamente que doses intravenosas equivalentes. Outra ação do GIP é inibição da secreção de H+ (gastrina). Obs: um candidato a hormônio é o enteroglucagon e é liberado pelas células intestinais em resposta a redução a concentração de glicose. Entãodireciona o fígado a aumentar a glicogenólise e a gliconeogênese. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 10 Parácrinos A somatostatina é secretada pelas células D da mucosa gastrointestinal, em resposta a redução de ph luminais. A somatostatina inibe a secreção de outros hormônios gastrointestinais e inibe a secreção gástrica de H+. Somada a essas funções no TGI, a somatostatina é secretada pelo hipotálamo e pelas células delta do pâncreas endócrino. A histamina é secretada por células endócrinas da mucosa gastrointestinal, particularmente pela região secretora de H+. A histamina junto com a gastrina e ACh, estimula a secreção de H+ pelas células parietais gástricas. Neurócrinos São sintetizados nos corpos celulares dos neurônios gastrointestinais. Sendo que o potencial de ação causa a sua liberação. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 11 Motilida de Termo geral que se re fere à contração e rela xa mento das pare des e dos esfí ncteres do T GI. A motilidade tritura, mistura e frag menta o alime nto ingerido, para prepara-l o para a dige stão e a absor ção, e, e ntão, a pr opele a o long o do TGI. A musculatura lisa do TGI é do ti po unidade simples, na qual as células sã o eletrica mente a copla das por vias de baixa re sistência cha mada s de j unções comunicante s. Os músculos circulares e longitudinai s exer ce m funções difere ntes. Quando o músculo circular se contrai, isso r esulta no encurtamento de anel de musculatura lisa, que reduz o diâmetro de sse seg mento. Quando o músculo longitudinal se contrai, isso r esulta no encurtamento na direçã o longitudinal, que di minui o compri mento desse segmento. As contraçõe s da musculatura lisa ga strointestinal pode m ser tanto fá sicas quant o tôni cas. As contra ções fási cas sã o contrações peri ódica s, seg uidas pel o relaxa mento. Essas são e ncontradas no esôfag o, antro gástrico e no intestino delga do, todos te cidos envolvidos na mistur a e propulsão. As contra ções tônicas mantê m nível de contração constante, ou tônus, se m períodos regulare s de rela xame nto. Essa s são e ncontradas mais na região oral (superior ) do e stômag o e nos es fínctere s esofágico inferi or, ileocecal e anal inter no Reflexos Vias curtas e longas dos reflexos neuronais As funções motoras do intestino se dão por dois tipos de ondas (atividade elétrica do músculo liso) O aparelho digestivo possui atividade elétrica intrínseca, ou seja seu potencial de ação é gerado por si próprio. 1. Onda lenta (ritmo elétrico básico) (despolarização e repolarização oscilatória da membrana das células musculares lisas). 2. Potencial em ponta As ondas lentas não se tratam de potencial de ação, mas sim de alterações ondulantes no potencial de repouso da membrana. As ondas em ponta são verdadeiros potenciais de ação, que se dá pela abertura de canais lentos de cálcio-sódio, o que explica a longa duração dos potenciais de ação. Para que haja a contração, é necessário que aconteça alteração mínima na voltagem do potencial de repouso da membrana, como uma distensão muscular (chegada do Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 12 alimento) ou estímulos parassimpáticos (acetilcolina) e simpáticos (noepinefrina). A contração do músculo liso ocorre em resposta à entrada de cálcio na fibra muscular. Os íons cálcio, ao atuarem através do mecanismo de controle da calmodulina, ativam os filamentos de miosina na fibra, gerando forças de atração que se desenvolvem entre os filamentos de miosina e os de actina, causando, assim, a contração muscular. As ondas lentas não são responsáveis pela entrada de cálcio na fibra muscular lisa (apenas a entrada de íons sódio). Em contrapartida, é durante os potencias de ponta nos picos das ondas lentas, que grandes quantidades de íons cálcios penetram nas fibras, causando maior parte da sua contração. Resumo Linda: O ritmo intrínseco, ou frequência, das ondas lentas varia ao longo do TGI, de 3 a 12 ondas lentas por minuto. A frequência das ondas lentas ajusta à frequência dos potenciais de ações, assim, a frequência das contrações. Acredita-se que as ondas lentas se originem das células intersticiais de Cajal, abundantes no plexo mioentérico. As despolarizações e repolarizações cíclicas ocorrem, espontaneamente, para as células adjacentes pelas junções de baixa resistência elétrica, as junções comunicantes (gap). O mecanismo na fase de despolarização é causado pela abertura cíclica de canais de cálcio, isto produz dores de correntes de cálcio para o interior da célula. Durante o platô das ondas lentas, os canais de cálcio se abrem, produzindo correntes de íon para o interior que mantém a membrana em certo nível de despolarização. A fase de repolarização da onda lenta é causada pela abertura de canais de potássio, que produzem correntes de potássio para fora da célula e repolariza a membrana. Tipos Funcionais de Movimento do Trato Gastrointestinal Durante e Após as Refeições: Apresenta dois tipos de movimentos: propulsivo (movimentos peristálticos propriamente ditos, movimenta o alimento para frente) e mistura (ajudam os peristaltismos, mas tem função de misturar e homogeneizar o bolo alimentar, possibilita aumento de contato do bolo alimentar com as células do epitélio e presença de enzimas). Entre as refeições: Complexo Migratório Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 13 Obs: Retropropulsão: quando a onda peristáltica chega em um esfíncter , o bolo encontra uma barreira, então, parte do bolo volta e o peristaltismo faz a mistura Boca Possui a secreção salivar que é mucosa e serosa, que tem água, íons, muco e enzimas. A boca é responsável por fazer a trituração dos alimentos, mistura e lubrificação destes, fazer um tamponamento e dar início a digestão. Essa secreção tem a enzima amilase salivar que inicia a degradação dos carboidratos. E tem também a lipase salivar que vai agir no estômago devido ao pH. Mastigação: Os dentes anteriores (incisivos) cortam e os posteriores (molares) trituram, Os músculos se contraem pelo reflexo da mastigação, São controlados pelo tronco cerebral e devido à presença do alimento na boca, O alimento sofre ação das enzimas, dependente da área de superfície exposta, partículas (diminui o tamanho das partículas), Mistura com saliva = lubrificação = protege esôfago, Reflexo: bolo alimentar inibição reflexa dos músculos da mandíbula. Reflexo mentoneano. Deglutição: Apresenta três estágios um voluntário (oral) e dois involuntários (faríngeo e esofágico) Estágio voluntário (fase oral): o alimento é comprimido e empurrado pela língua até a faringe. Língua comprime contra o palato. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 14 Estágio involuntário: 1. Estágio faríngeo: Passagem do alimento da faringe para o esôfago (controlado pelo sistema nervoso. Quem leva o estímulo até o bulbo e a ponte inferior, no centro da deglutição, são os nervos trigêmeo e glossofaríngeo a resposta motora vem pelos nervos vago, hipoglosso e trigêmeo). 2. Estágio esofágico: Transporta o alimento para o estômago. Uma vez que o alimento tenha passado pelo esfíncter superior esofágico, na fase faríngea, o reflexo da deglutição fecha este esfíncter para que o alimento não possa refluir para a faringe. Onda peristáltica primária, também coordenada pelo reflexo de deglutição, cursa para parte inferior do esôfago,propelindo o alimento. Se a onda peristáltica primária não retirar toda a comida do esôfago, onda peristáltica secundária é iniciada pela distensão continuada do esôfago. A onda secundária é mediada pelo sistema nervoso entérico, se inicia no local da distensão e se desloca para baixo. Quando o bolo alimentar chega até a faringe ele estimula os receptores que levam um sinal ao tronco cerebral e a resposta deste estímulo é uma série de contrações automáticas do músculo faríngeo: palato mole sobe para fechar a passagem para a cavidade nasal impedindo refluxo, pregas palatofaríngeas formam uma fenda que impede a passagem de objetos grandes para a faringe posterior, cordas vocais se aproximam, laringe sobe e epiglote fecha o ádito da laringe de modo a impedir que alimento vá para o trato respiratório, esfíncter superior do esôfago relaxa de modo a permitir a passagem do alimento da faringe para o esôfago. A respiração é interrompida na fase faríngea da deglutição. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 15 Esôfago Apenas um tubo que conduz o bolo alimentar até o estômago. Ele tem apenas secreção de muco e o movimento é apenas o peristáltico, que é um movimento de propulsão. São ondas peristálticas fortes para que o alimento não permaneça no esôfago, evitando assim lesões da parede. O esôfago exibe dois tipos de peristaltismo: Peristaltismo primário: continuação da onda rápida que começa na faringe e se propaga para o esôfago (estágio faríngeo da deglutição). Peristaltismo secundário: é resultante da distensão do esôfago quando a onda peristáltica primária não consegue mover o alimento para o estômago. Essa onda é iniciada no sistema nervoso mioentérico e por reflexos: esôfago bulbo fibras vagais esôfago. Esvazia o esôfago de qualquer conteúdo alimentar remanescente. A medida que uma onda esofágica vai em direção ao estômago, este fica relaxado e preparado para receber o alimento. O duodeno também relaxa, porém em menor grau. Antes da onda peristáltica, o esfíncter inferior do esôfago relaxa, isso permite a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago. Quando a onda peristáltica e o bolo alimentar se aproximam do esfíncter esofágico inferior, este se abre. A abertura do esfíncter esofágico inferior é mediada por fibras peptidérgicas do nervo vago que liberam o VIP como neurotransmissor. O VIP promove o relaxamento da musculatura lisa do Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 16 esfíncter esofágico inferior. Ao mesmo tempo em que o esfíncter esofágico inferior se relaxa, a região oral do estômago também se relaxa, fenômeno chamado de relaxamento receptivo. Esse relaxamento reduz a pressão, na região oral do estômago, e facilita o movimento do bolo alimentar para o seu interior. Esfíncteres esofágicos: Esfíncter esofágico superior (UES): -músculo estriado -maior pressão de todos do TGI -controle: centro da deglutição (bulbo) - (V, IX, X, XII). Esfíncter esofágico inferior (LES): - músculo liso especializado -controle: tônus miogênico (VIP e NO) Estômago: A secreção entérica é constituída de HCl, pepsinogênio e muco. O pepsinogênio é a forma inativa da pepsina, que será ativada pelo HCl, e começa a fazer a degradação de proteínas. Possui dois esfíncteres que tem tração muito forte, já que seu conteúdo é muito ácido (pH=2 a 3), assim não pode passar esse conteúdo para o esôfago porque se não o lesa. E a passagem desse conteúdo para o duodeno tem que ser controlado, evitando úlceras duodenais. Tem Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 17 muito músculo, porque faz um movimento de retropropulsão, que ocorre quando a cardia fecha-se empurrando o alimento para baixo, e depois o piloro se fecha empurrando o alimento para cima. É chamado de "liquidificador biológico", enquanto as partículas não forem totalmente digeridas a pequenas porções ocorrerá o movimento de retropropulsão. O estômago também é um local de armazenamento, e a liberação do alimento que ali se encontra dependendo da sua composição química. É no estômago que o alimento se transforma no quimo (bolo semissólido). No estômago ainda tem glândulas gástricas que produzem: HCl (ativa o pepsinogênio em pepsina), pepsinogênio, gastrina, histamina e o Fator Intrínseco. O fator intrínseco é essencial para a absorção de vitamina B12. OBS: Por este motivo que diz que o único fator essencial do estômago é o fator intrínseco. Já que se ele for retirado, a digestão de proteína ainda pode ser feita por outras enzimas, mas a absorção de vit. B12 que será comprometida. Nas glândulas tem as células principais (zimogênicas) que produzem o pepsinogênio e tem as células parietais (oxínticas) que produzem o HCl. Funções Motoras do Estômago: Ocorre dilatação para não aumentar a pressão no órgão No corpo: há um marcapasso Armazenamento do alimento até que ele seja processado no duodeno. Mistura do bolo alimentar com secreções gástricas formação do quimo. Esvaziamento do estômago com velocidade adequada para a digestão e absorção eficientes pelo intestino delgado (o esvaziamento demora de 3 a 5 horas). Quando o alimento chega ao estômago vai haver um reflexo vasovagal: estômago tronco cerebral estômago reduz o tônus da parede muscular. A retropropulsão é um mecanismo importante de mistura do estômago. Cada vez que acontece uma onda peristáltica no estômago a área do piloro se contrai isso faz que o conteúdo estomacal que está perto do antro volte para trás, promovendo a mistura do conteúdo do estômago. O esfíncter pilórico é extremamente importante no controle do esvaziamento do estômago, ele é quem faz o controle do que passa para o intestino. O esvaziamento estomacal é inibido pelos reflexos enterogástricos do duodeno, quando o quimo chega ao duodeno ele faz com que o grau de distensão do Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 18 duodeno fique maior, assim como o grau de acidez aumenta, esses estímulos promovem esses reflexos enterogástricos que inibem o esvaziamento estomacal. A colecistocinina também inibe o esvaziamento do estômago, ela é uma substância liberada pelo jejuno pela presença de gordura no quimo. Controle: É regulado pela distensão gástrica. Efeito da gastrina (é um hormônio, liberado pelas células G do antro do estômago, que atua no próprio estômago nas células parietais para que ocorra a liberação de ácido clorídrico. Sua liberação é controlada pelo sistema nervoso parassimpático), que acelera a secreção de suco gástrico e a motilidade. Controle pelo duodeno através da inibição de reflexos, mediados pela distensão, irritação, acidez, osmolalidade e co-produtos da digestão; hormonal, gordura-colecistocinina. O esvaziamento é controlado por: Estômago (estimula esvaziamento) Hormônio Gastrina que acelera a secreção de suco gástrico e a motilidade Neuronal: SNA Duodeno (inibe o esvaziamento, reflexos enterogástrios) Neural: reflexo enterogástrico Hormonal: colescistocinina (gordura), secretina (acidez). Resumo Linda: O estômago é dividido na região oral (contém o fundo e a porção proximal do corpo) que apresenta paredes finas e a região caudal (contém a porção distal do corpo e o antro) e tem paredes espessas para gerar forças de contrações mais fortes. Resumo Sistema DigestórioGabriela Carvalho Abreu Página 19 Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 20 Intestino Delgado (Duodeno, Jejuno e Íleo): O intestino é banhado pela circulação mesentérica, que faz com que a maioria de tudo que foi absorvido pelo intestino passa pelo fígado o qual vai degradar e metabolizar. A absorção de lipídeo não acontece dessa forma, eles caem na circulação linfática e não na mesentérica, de maneira que não passa pelo fígado primeiramente, passa diretamente para a circulação sistêmica. É aonde se finaliza o processo de digestão, e tem a grande maioria de toda a absorção. Tem a presença de vilosidades que garantem o aumento da superfície de contato, e em cada uma delas tem um capilar que garante uma absorção mais rápida. Motilidade do delgado O principal padrão de motilidade do delgado é a segmentação (que é provocada pela distensão do intestino), já que é necessário a mistura do alimento com as secreções, e é necessário o contato do alimento com a parede para que a absorção ocorra. Além disso, essas contrações fragmentam o quimo em forma oval, de modo que essa mistura seja feita de modo mais eficiente, assim otimizam a digestão, promovendo a mistura do quimo com as secreções do intestino delgado (secreções pancreáticas e biliares). E ainda, Facilitam a absorção de alimentos, circulam o quimo, promovendo maior contato com a mucosa intestinal. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 21 Peristaltismo ondas peristálticas curtas. Limite de esvaziamento dele é o esfíncter íleocecal que é controlado por fatores locais. O quimo é propelido pelo intestino delgado por ondas peristálticas, essas ondas são controladas por sinais nervosos (causados pela entrada do quimo no duodeno- reflexogastroentérico) e hormonais (gastrina, colecistocinina, insulina contribuem para a motilidade intestinal. Secretina e glucagon contribuem para a mobilidade do intestino delgado). A descarga peristáltica que é um peristaltismo muito forte e rápido é causada por intensa irritação da mucosa intestinal. Ela percorre uma grande distância no intestino e faz com que o alimento seja empurrado para o cólon, aliviando, dessa forma, o delgado do quimo irritativo ou da distensão excessiva. A válvula ileocecal impede o refluxo do conteúdo fecal do cólon para o intestino delgado, através dos lábios dessa válvula que fazem protrusão para o lúmen do ceco e são fechados quando a pressão aumenta no ceco. Características da motilidade no intestino delgado: Peristalses curtas: A inervação vagal colinérgica estimula as contrações e a simpática noradrenérgica as inibe. A regulação da motilidade do esfíncter íleo-cecal é efetuada principalmente pelo SNE. O aumento da motilidade e a secreção gástrica elevam a motilidade do íleo – reflexo gastroileal. Gastrina, CCK e a motilina aumentam a motilidade e a secretina inibe. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 22 Intestino Grosso (Cólon ascendente, transverso, descendente, sigmoide, reto) O cólon absorve água e eletrólitos do quimo. Armazenam a matéria fecal até ser expelida pelos movimentos de mistura (haustrações/tênias cólicas). Produzem movimentos propulsivos (os movimentos de massa) comandados por reflexos gastro e duodenocólicos. As contrações dos músculos circular e longitudinal do intestino grosso causam o desenvolvimento das haustrações que promovem a mistura do conteúdo fecal e sua total exposição à parede do cólon e a sua propulsão em direção ao ânus. A defecação depende de reflexos do plexo mioentérico que emitem ondas inibitórias sobre os esfíncteres funcionais do reto e interno e externo do ânus, o reflexo parassimpático de defecação. Movimentos de massa: ocorrem 3 vezes ao dia, em resposta aos reflexos gastrocólico e gastroileal. Percorrem grandes extensões do cólon, propelindo as fezes ao reto. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 23 A distensão do reto desencadeia o reflexo da defecação, consistindo no relaxamento do esfíncter anal interno e contração do esfíncter anal externo. Coordenado pela medula sacral. Na evacuação ocorrem também contração da musculatura respiratória e abdominal, aumentando as pressões torácicas e abdominais, auxiliando na expulsão das fezes. A estimulação parassimpática colinérgica aumenta a motilidade do cólon e a simpática noradrenérgica diminui, causando constipação. Esfíncter anal interno: músculo liso e controle involuntário Esfíncter anal externo: músculo estriado e controle involuntário e voluntário (controla quando ocorre o momento certo em defecar) A absorção de água ocorre no cólon distal, tornando o conteúdo fecal do intestino grosso semissólido e progressivamente mais difícil de se mover. O movimento de massa final propele o conteúdo fecal para o reto, onde ficará armazenado até a defecação. Reflexo da defecação: 1. Aumento da pressão retal 2. Relaxamento do esfíncter anal interno Defecação indesejada: contração do e. anal externo (n. pélvicos) Defecação desejada/possível: 3. Relaxamento do esfíncter anal externo 4. Contração dos músculos abdominais 5. Relaxamento dos músculos pélvicos 6. Flexão das pernas e abaixamento do assoalho pélvico: minimizam o ângulo entre reto e ânus Secreções Gastrointestinais Secreção: adição de líquidos, enzimas e muco ao lúmen do TGI. As secreções são produzidas por: Células da parede do TGI Glândulas anexas Glândulas secretoras: boca/íleo enzimas digestivas. Glândulas mucosas: boca/ânus produção de muco, lubrificação e proteção. Glândulas acessórias glândulas salivares, pâncreas e fígado. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 24 Tipos de secreções do TGI Neurócrina: neurotransmissor e nervo moduladores. Endócrina: hormônio. Exócrina: mucosa/serosa ou hidroeletrolíticas. Secreção Salivar A Saliva é um liquido que contem eletrólitos e solutos orgânicos secretados pelas glândulas salivares maiores: Parótidas (secreção serosa), Submandibulares (secreção mista) Sublinguais (secreção predominantemente mucosa). A saliva é essencial na higiene, saúde e conforto da cavidade oral, e a sua ausência causa a Xerostomia (boca seca), ocasionando lesões nas mucosas oral e esofágica e incidência de cáries. As glândulas salivares maiores (descritas acima) são túbulo-acinares. Essas 3 glândulas produzem aproximadamente 90% da secreção salivar total. As glândulas submandibulares e sublinguais são responsáveis por cerca de 70% do fluxo salivar basal, não estimulado, enquanto as parótidas respondem por 15 a 20% e as glândulas salivares menores , por 5 a 8%. As parótidas e as submandibulares são responsáveis por 45 a 50% do fluxo salivar estimulado pela presença de alimento na cavidade oral, enquanto a contribuição das outras glândulas é menor. A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína: Secreção serosa (que contém PTIALINA, uma α-amilase) que é uma enzima para a digestão de amido. Secreção mucosa (que contém MUCINA, glicoproteína responsável pela produção de muco) para lubrificar e proteger as superfícies, da boca até o ânus. Os ácinos são as unidades secretoras, contendo entre 15 a 100 células. A secreção da saliva é uma operação em dois estágios: o primeiro envolve os ácinos e o segundo envolve os ductos salivares. Os ácinos produzem uma secreção primária (saliva primária) que contém ptialinae\ou mucina em uma solução de íons. Composição da Saliva Composição Inorgânica: Na⁺, K⁺, HCO₃⁻, Ca⁺⁺, Mg⁺⁺ e Cl⁻ Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 25 Composição Orgânica: Proteínas e Glicoproteínas, tendo como produtos a AMILASE (enzima que inicia a digestão do amido); LIPASE (importante para a digestão lipídica); MUCINA (glicoproteína que forma muco quando hidratada); e LISOZIMA (um antibiótico biológico, que ataca a parede das células bacterianas, para limitar a colonização bacteriana na boca). Células serosas: secreção serosa Alfa-amilase salivar: enzima que faz a hidrolise do amido. pH = entre 7 e 8. Esta enzima tem pouco tempo para agir, pois o bolo alimentar não demora a chegar ao estomago onde o pH decresce drasticamente e então ocorre a desnaturação desta enzima. Importante para remover restos alimentares que permanecem na boca. Calicreina: hidrolise de proteínas, pH 7,8. Lisozima: é uma proteína que tem função bactericida. Células mucosas: secreção mucosa. A secreção mucosa contém mucina (muco) para a lubrificação e proteção das superfícies. Muco: constituído de glicoproteínas com propriedades lubrificantes e adesivas + H₂O e eletrólitos. Células acinosas: Promovem uma filtração do sangue que a irriga, ou seja retira o plasma (H₂O, Na⁺, Cl⁻, iodo e etc...) para promover um meio aquoso de transporte para as proteínas. Os Ácinos secretam uma secreção primaria contendo ptialina e muco. Durante o trajeto pelos ductos, as células tubulares fazem o transporte iônico com os íons do plasma: 1. Íons sódio são ativamente absorvidos enquanto íons potássio são ativamente secretados. 2. Secreção de HCO₃⁻ e reabsorção passiva de Cl⁻. 3. A saliva passa a ter grande quantidade de potássio e bicarbonato que o que eleva o pH. Funções da Saliva 1. Preparação do bolo alimentar – Função Adesiva (lubrifica a mucosa bucal) 2. Umidade oral 3. Ação solvente e de limpeza Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 26 4. Função Protetora – Ação bacteriana Lisozima 5. Função Digestiva (Lipase salivar, Amilase Salivar-Ptialina, Ligante SalivarB12) 6. Função amortecedora de pH 7. Função Excretora - Secreção de materiais orgânicos e inorgânicos. Controle da Secreção Salivar Estimulação Simpática: provoca um leve aumento da secreção salivar, mas em contrapartida causa a vasoconstrição dos vasos que irrigam a glândula o que consequentemente diminui o fluxo de sangue pela glândula e consequente filtração de sangue, com isso tem-se menos liquido extracelular com conseguinte diminuição da secreção salivar (boca seca-Xerostomia). Estimulação parassimpática: (Núcleo Glossofaríngeo e Facial): Inervam predominantemente a glândula parótida, aumenta o fluxo sanguíneo para ela. Libera acetilcolina sobre a glândula onde existem receptores muscarínicos, o que ativa a glândula causando aumento da secreção salivar através da vasodilatação. 1. Quando se pensa em comida, aumenta-se um pouco a produção de saliva, o ato de sentir o cheiro da comida aumenta mais um pouco e continua a aumentar até o momento da alimentação quando se atinge o ápice da secreção salivar. 2. A taxa máxima de secreção salivar é de 4ml/seg, com isso o fluxo nos ductos é maior e com maior velocidade o que diminui as trocas e por final diminui a secreção de HCO₃⁻ e K⁺. 3. Aldosterona estimula a bomba de Na+/K-, o que aumenta a concentração de bicarbonato e potássio na saliva. 4. O SNE também aumenta a secreção de saliva. Resumo Secreção Salivar: Funções: Lubrificação do alimento. Proteção, diluição e tamponamento dos alimentos. Digestão inicial do amido e dos lipídeos (amilase, ptialina, lipase). Histologia das glândulas salivares Células acinares (serosa, mucosa, sero-mucosas). Apresentam composição isotônica similar ao plasma. Secretam a saliva inicial. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 27 Células ductais (intercalar, estriado e excretor). Saliva fica hipotônica e vai haver modificação da saliva inicial Células mioepiteliais (localizadas entre a membrana basal e o ácino). Função: células contráteis ejetar saliva Parótida (glândulas paratireoides): serosa Sublingual: principalmente mucosa Submandibular: mista Componentes: H2O: solubilização e eletrólitos. Muco: lubrificação, deglutição e fala. Enzima ptialina: alfa-amilase. Enzima lisozima: bactericida. Ph: 6-7 Secreção Salivar Basal: 0,5ml/min Estímulos Cheiro/sabor nervo glossofaríngeo/facial núcleos salivatórios nervo parassimpático salivação Estímulo Parassimpático: acetilcolina IP3 Estímulo Simpático: AMPc Secreção do Estômago Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 28 Fossetas gástricas: Invaginação do epitélio. Contém glândulas. Em cada parte do estômago as fossetas possuem células diferentes. Células enterocromafins: histamina. Célula D: somatostatina. Componentes da secreção: 1. HCl: elemento mais típico, secretado pelas células parietais. 2. Pepsinogênio: secretado pelas células principais. 3. Muco: protege o estômago da ação corrosiva do HCl e lubrifica o conteúdo gástico. 4. Fator Intrínseco: secretado pelas células parietais. 5. Gastrina: secretadas na corrente sanguínea no antro do estômago que contém as glândulas parietais. 6. Ph: 1,8 – 3,5 7. Pepsinogênio (HCl) Pepsina Mecanismo de secreção do HCl (célula parietal) 1. No líquido intracelular, o dióxido de carbono produzido pelo metabolismo aeróbico se combina com H2O para formar H2CO3, catalisado pela anidrase carbônica. O H2CO3 se dissocia em H+ e HCO3-. O H+ é secretado com CL- para o interior do lúmen do estômago, e o HCO3- é absorvido para a corrente sanguínea. 2. Na membrana apical o H+ é secretado para o lúmen do estômago, pela H+/K+ ATPase. Essa é um processo primário ativo que transporta H+ e K+ contra seus gradientes eletroquímicos. A H+/K+ ATPase é inibida pelo omeprazol. O Cl- segue o H+ para o lúmen por difusão por canais de Cl- na membrana apical. 3. Na membrana basolateral, HCO3- é absorvido da célula para a corrente sanguínea por meio de trocador Cl-/HCO3-. O HCO3- absorvido é responsável pela onda alcalina (elevado ph) que pode ser observado, no sangue gástrico, após a refeição. Eventualmente, esse HCO3-, será secretado de volta para o TGI nas secreções pancreáticas. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 29 4. Em combinação, os eventos que ocorrem nas membranas apical e basolateral das células gástricas parietais resultam na secreção de HCl e na absorção de HCO3-. Substâncias que alteram a secreção de HCl Acetilcolina: liberada pelo nervo vago que inerva a mucosa gástrica e se liga aos receptores muscarínicos (M3) sobre as células parietais. O segundo mensageiro para acetilcolina é IP3/Ca+2. Quando a ACh se liga a receptores muscarínicos, a fosfolipase C é ativada. Essa fosfolipase libera diacilglicerol e IP3, que então libera Ca+2. O cálcio e o diacilglicerol ativam proteinocinases que produzem ação fisiológica final: a secreção do H+ pelas células parietais. A atropina bloqueia os receptores e assim a ação da ACh. Histamina: se difunde via mecanismo parácrino para as células parietais, nas proximidades, onde se liga a receptores H2. O segundo mensageiro é o AMPc. Os receptores H2 estão acoplados a adenilil ciclase e proteínaGs. Quando a adenilil ciclase é ativada ocorre produção aumentada de AMPc, esse por sua vez ativa proteinocinases A, levando à secreção de H+ pelas células parietais. A cimetidina bloqueia os receptores H2 e também, a ação da histamina sobre as células parietais. A gastrina utiliza como segundo mensageiro o IP3/Ca+2 Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 30 A secreção gástrica de HCl é dividida em três fases: cefálica, gástrica e intestinal. A fase cefálica: os estímulos para secreção do HCl nesta fase são o cheiro e o sabor, a mastigação, a deglutição e os reflexos condicionados em antecipação do aumento. Dois mecanismos promovem a secreção de HCl nesta fase. O primeiro é a estimulação direta das células parietais pelo nervo vago, que libera ACh. O segundo é a estimulação indireta das células parietais pela gastrina. Na via indireta, o nervo vago libera GRP nas células G, estimulando a secreção de gastrina; esta cai na circulação e estimula as células parietais a secretar HCl. A fase gástrica: os estímulos para secreção de HCl nesta fase são a distensão do estômago e a presença de produtos da degradação das proteínas, dos aminoácidos e dos pequenos peptídeos. Quatro mecanismos básicos estão envolvidos nesta fase. Os dois primeiros iniciados pela distensão do estômago, são semelhantes aos utilizados na fase cefálica: a distensão causa estimulação vagal direta e estimulação vagal indireta das células parietais pela liberação de gastrina. O terceiro é iniciado pela distensão do antro e envolve reflexos locais que estimulam a liberação de gastrina. O quarto é efeito direto dos aminoácidos e dos pequenos peptídeos sobre as células G, para estimular a secreção de gastrina. Em adição, a esses mecanismos fisiológicos, o álcool e a cafeína também estimulam a secreção gástrica de HCl. A fase intestinal responde por apenas 10% da secreção de HCl e é mediada pelos produtos da digestão proteica. Controle: Hormonal ou Neuronal A célula parietal possui vários receptores Gastrina Histamina Acetilcolina Estímulo Simpático Célula G gastrina parietal Gastrina célula enterocromafins histamina parietal Estímulo Parassimpático Célula enterocromafins histamina parietal Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 31 Célula Delta Somatostina (Inibe a liberação de gastrina (indiretamente inibe a produção de HCl). Inibe tanto pela via direta quanto pela via indireta. Na via direta se liga a receptores acoplados a adenilil ciclase via proteína Gi, assim os níveis de AMPc são reduzidos , desta maneira antagonizando a ação estimulatória da histamina. Nas vias indiretas inibe tanto liberação de histamina a partir das células ECL quanto a liberação da gastrina a partir das células G; o efeito resultante dessas ações diretas é a redução das ações estimulatórias da histamina e da gastrina. De modo similar à somatostatina, as prostaglandinas também antagonizam a secreção de H+ pela ativação de proteína Gi e inibindo a adenilil ciclase. Omeprazol Inibe uma bomba de H+/K+ ATPase Proteção Mucosa Estímulo Parassimpático e Sistema Nervoso Entérico Prostaglandinas HCO3- (bicarbonato): neutraliza H+ (tamponamento) barreira, ph: 7 (neutro) Obs: o fator intrínseco é necessário para absorção da vitamina B12 no jejuno. Secreção do pepsinogênio Estímulo vagal (parassimpático) Gastrina Muito H+ baixo PH Histamina Secreção exócrina pancreática e hepática As enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos pancreáticos, e grandes volumes de solução de bicarbonato de sódio são secretados pelos ductos pequenos e maiores que começam nos ácinos. O produto combinado de enzimas e Bicarbonato (HCO₃⁻) flui então através de um longo ducto pancreático que normalmente encontra o ducto hepático imediatamente antes de esvaziar-se no duodeno através da papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 32 A secreção exócrina tem função digestiva. Considera-se esta secreção em 2 componentes, que são secretados simultaneamente durante o processo digestivo, e são sintetizados por populações celulares distintas (dos ácinos e ductos): Componente Protéico ou Enzimático (secreção Primária ou Acinar): possui cerca de 20 precursores de enzimas digestivas, os zimogênios. É secretado pelas células acinares, tem pequeno volume e possui concentrações iônicas e tonicidade semelhante às plasmáticas. O principal estímulo para a secreção enzimática é a CCK (Colecistocinina), liberada da mucosa do intestino delgado, em reposta á produtos da hidrólise lipídica e protéica. Componente Aquoso: sua composição eletrolítica é determinada pelas células epiteliais dos ductos. Este componente é o que fornece o volume da secreção de cerca de 1L por dia. É um fluido alcalino, com concentração de HCO₃⁻ superior à plasmática, que no duodeno neutraliza o quimo ácido proveniente do estômago. O principal estímulo para a secreção aquosa é a secretina, liberada da mucosa do intestino delgado pela chegada do quimo ácido proveniente do estômago. O HCO₃⁻ da secreção pancreática neutraliza o HCl e gera o ambiente alcalino para a ação das enzimas pancreáticas, que agem nessa faixa de pH. Inervação Pós-Ganglionar: Fibras Vagais: alcançam o pâncreas através da região antral do estômago. Efetuam sinapses no interior do parênquima pancreático, de onde partem as fibras pós-sinápticas colinérgicas para os ácinos, ductos e ilhotas. A inervação vagal colinérgica estimula a secreção principalmente de células acinares (secreção enzimática). Fibras Simpáticas para o pâncreas partem dos gânglios celíaco e mesentérico superior e correm ao longo das artérias. São fibras noradrenérgicas que provocam vasoconstrição e diminuição secundária da secreção. Ou seja: Colinérgicas (Parassimpática) Noradrenérgicas (Simpática) Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 33 O Sistema Parassimpático controla a secreção endócrina do pâncreas Fibras Vagais ↑secreção pancreática. Regulação da Secreção Pancreática Três estímulos básicos são importantes na secreção pancreática: Acetilcolina: liberada pelas terminações do nervo vago parassimpático. Colecistocinina: secretada pela mucosa duodenal e do jejuno superior quando o alimento entra no intestino delgado. Secretina: também secretada pelas mucosas duodenal e jejunal quando alimentos muito ácidos entram no intestino delgado A Acetilcolina e CCK estimulam as células acinares do pâncreas, levando a produção de grandes quantidades de enzimas pancreáticas, mas quantidades relativamente pequenas de água e eletrólitos. A Secretina, em contrapartida, estimula a secreção de grandes volumes de solução aquosa de bicarbonato de sódio pelo epitélio do ducto pancreático. A secreção pancreática também ocorre em 3 fases: Fase cefálica: desde o ato de pensar no alimento até o ápice quando se coloca o alimento na boca. O sistema parassimpático é ativado através da inervação vagal que estimula a liberação de acetilcolina (neurotransmissor) o que provoca a secreção enzimática. Aproximadamente 20% da secreção total. Fase gástrica: ocorre quando o hormônio gastrina é secretado na mucosa antral o que estimula a secreção pancreática enzimática. 5 a 10% do total. Fase intestinal: secreções pancreáticas efetivas. 70 a 75% da secreçãototal. Resumo Secreção Pancreática: O pâncreas é uma glândula mista e sua parte exócrina é responsável pela liberação de enzimas digestivas no intestino delgado. O pâncreas exócrino é similar à glândula salivar, ou seja, possui um ácino (substância serosa) e um ducto (substância rica em HCO3-). Importância da secreção hidroeletrolítica pancreática ser rica em HCO3-, Na+ e H2O. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 34 Inativa a pepsina Previne danos à mucosa Otimiza o ph para a ação das enzimas pancreáticas Ph: 7/8 Solubilização de ácidos graxos NaHCO3 + HCl NaCl + H2CO3 Classe das enzimas presentes Amilase alfa-amilase açucares Nuclease Protease Lipase As secreções serosas pancreáticas A ativação das pró-proteases pancreáticas no intestino delgado pela enteroquinase (da borda em escova). Tripsinogênio (forma inativa) (enteroquinase) tripsina quimiotripsina Quimiotripsinogênio (pro-carboxipeptidases A e B) quimiotripsina (carboxipeptidases). Regulação Hormonal Secretina (células S) Colecistocinina (células I) Neuronal Nervo vago Estímulo para célula S Acidez Ação: age no pâncreas liberação de bicarbonato Estímulo para célula I Peptídeos, aminoácidos, ácidos graxos. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 35 Age no pâncreas liberação enzimática. Secreção Biliar O fígado localiza-se estrategicamente no sistema circulatório, recebendo sangue da veia porta que drena o estômago, o delgado, o cólon e o baço. Nesta posição, o fígado recebe os produtos absorvidos no intestino, transformando alguns, armazenando outros, e liberando-os para a circulação sistêmica. A bile é sintetizada continuamente nos hepatócitos, a partir do colesterol da dieta, e conduzido pelos quilomícrons remanescentes que chegam ao fígado pela circulação, e é concentrada na vesícula biliar. Os sais biliares, os fosfolipídios, e o colesterol, componentes da bile, formam micelas que interagem com as gorduras em suspensão no fluido luminal do delgado, diminuindo a sua tensão superficial e rompendo-as em gotículas, processo esse denominado EMULSIFICAÇÃO. A bile desempenha duas importantes funções: Papel importante para a digestão e absorção das gorduras, mas não devido à presença de qualquer enzima, mas sim a presença dos ácidos biliares que estão presentes na bile, exercendo duas importantes funções: Ajudam a emulsificar grandes partículas de gordura provenientes da alimentação em numerosas partículas pequenas que podem agora ser hidrolisadas pela lípase pancreática. Os sais biliares ajudam na absorção de ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol e outros lipídios mais. Exercem esta função ao formarem diminutos complexos com estes lipídios chamados micelas que são solúveis ao quimo em virtude das cargas elétricas dos sais biliares, desta maneira os lipídios são transportados até a mucosa onde serão absorvidos. A bile serve como um meio de excreção de produtos importantes de degradação no sangue, por exemplo: Bilirrubina (produto da destruição da hemoglobina e excesso de colesterol). Durante o seu trajeto pelos ductos biliares a bile inicialmente recebe uma 2° secreção que consiste em solução aquosa de íons sódio e bicarbonato (H2O e NaHCO3), esta 2° secreção algumas vezes aumenta o volume da bile em 100%. A função desta 2° secreção é neutralizar o pH acido intestinal, sendo estimulada pela secretina. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 36 Armazenamento e concentração da bile na vesícula A bile é continuamente secretada pelas células hepáticas, entretanto a maior parte é armazenada na vesícula biliar até que sua presença seja necessária no duodeno. A vesícula biliar suporta armazenar até 12 horas de secreção biliar. H2O, Na+, Cl- e a maioria dos outros eletrólitos tem uma absorção continua pela mucosa da parede da vesícula interna, isso concentra a bile incluindo sais biliares, colesterol, lectina e a bilirrubina. Normalmente a bile é concentrada por cerca de 5 vezes, mas pode chegar a um máximo de 20 vezes. Esvaziamento da vesícula biliar Quando o alimento começa a ser digerido na porção superior do trato gastrointestinal, ao mesmo tempo a vesícula biliar começa a se esvaziar principalmente quando alimentos gordurosos chegam ao duodeno aproximadamente 30 minutos após a refeição. A vesícula esvazia, pois sua parede que é constituída de músculo liso apresentam contrações rítmicas, entretanto para o seu esvaziamento tem de ocorrer o relaxamento do esfíncter de Oddi. O hormônio colecistocinina é o estimulo mais potente para o esvaziamento da vesícula. SNE e vagal são estímulos mais fracos. Hormônio secretina também aumenta a secreção da bile, mas geralmente algumas horas após a refeição. Componentes dos Ácidos Biliares Eletrólitos: sódio, potássio, magnésio, cálcio, cloreto e bicarbonato. Componentes orgânicos: sais biliares, bilirrubina, colesterol, fosfolipídeos (lecitina, o principal fosfolipídeo da bile, cefalina, esfingomielina, lisolecitina), baixa concentração de ácidos graxos, mucina, aminoácidos (tirosina), proteínas, além de substâncias exógenas. Resumo Secreção Biliar: A função digestiva do fígado é a síntese da bile, importante no processo digestivo de gorduras. Bile: produzida no fígado e armazenado na vesícula biliar Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 37 Composição: sais biliares, bilirrubina, colesterol, fosfolipídeos, NaHCO3, cloro, potássio, cálcio e H2O. Regulação da Secreção Biliar Gordura célula I CCK bile, relaxa esfíncter de Oddi Peristaltismo também inibe a musculatura do esfíncter de Oddi Funções do Sistema Digestivo Digestão e Absorção A digestão começa na boca e termina no intestino delgado. O movimento de segmentação é importantíssimo para este processo. No intestino delgado os enterócitos possuem microvilosidades que aumentam em 20% a capacidade absortiva, já as vilosidades aumentam em 10% a capacidade. Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 38 Digestão Enzimas: Boca: amilase salivar, lipase lingual Estômago: pepsina, lipase gástrica Pâncreas: amilase, tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidases, lipase, fosfolipases A2, colesterol-esterase, elastase, ribonucleases, desoribonucleases Borda em escova (intestino delgado): endopeptidases, dissacarídeos (maltase, sacarose, lactase). Digestão dos Carboidratos Boca: enzima alfa-amilase Obs: hoje em dia mastigamos muito pouco, então a digestão na boca é pequena. Ph ideal: 6 a7 Ela é inativada com o ph ácido do estômago Amido dissacarídeos Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 39 Intestino Enzima amilase produzida no pâncreas (dissacarídeos monossacarídeos) Obs: algumas moléculas precisam de enzimas específicas que são produzidas pelos enterócitos. Enzimas: lactase, maltase e etc. Absorção da glicose e outros monossacarídeos Cotransporte (sódio e glicose) Glicose e galactose utilizam a mesma bomba Independente de insulina absorção máxima: 170g/hora Digestão e Absorção de Proteína Proteínas Exógenas A digestão começa no estômago pepsina Intestino delgado tripsina (oligopeptídeos) Quimiotripsina, elastase, carboxipeptidase(age na carboxila) Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 40 Digestão e absorção de lipídeos Fontes: Triglicerídeos Fosfolipídeos Colesterol (ésteres de colesterol) Função: Reserva energética Isolante térmico Constituinte de membranas biológicas Gordura Saturada: ex: ácido palmítico Gordura Insaturada: ácido retinóico Enzimas Digestivas: Cavidade Oral: lipase lingual Estômago: lipase gástrica (tributirase) Intestino Delgado: lipase pancreática, lipase entérica (pouco estudada) Etapas da digestão 1. Emulsificação das gorduras (feito pela bile – solubiliza) – formação da micela 2. A formação da micela favorece a ação de outras enzimas. O sal biliar envolve a micela para evitar que as moléculas se reagrupem. Além disto ele faz o transporte da micela até o enterócito (absorção da gordura, sal biliar retorna para ser reutilizado) 3. Os monoglicerideos (lipídeos) são difundidos para dentro junto com os ácidos graxos. São conduzidos para retículo endoplasmático onde serão ressintetizados em triglicerídeos que são encaminhados para o complexo de golgi onde serão agrupados no vacúolo e então, se funde a membrana e é exocitado, passando a se chamar quilomicrons. 4. O quilomicron cai no sistema linfático (ductos lactíferos) cai no ducto torácico desemboca no ângulo venoso circulação fígado Transporte de Lipídeos na Circulação Albumina Quilomicron Resumo Sistema Digestório Gabriela Carvalho Abreu Página 41 VLDL (triglicerídeo sintetizado no fígado) LDL (colesterol sintetizado no fígado) HDL (colesterol de morte celular) Vitaminas K,A,D,E : lipossolúveis C, B: hidrossolúveis B12: depende do fator intrínseco Absorção de água (H2O) Nosso sistema digestório produz secreções com altas concentrações de água Ex: 150ml/dia: saliva 2000ml/dia: estômago Obs: boa parte dessa água produzida é absorvida no intestino
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