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DIR ADM aula 3 Poderes

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DIREITO ADMINISTRATIVO
PODERES ADMINISTRATIVOS
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Direito Administrativo
Dos princípios informadores da Administração Pública decorrem poderes e deveres que lhe são inerentes, pois sem eles não seria possível assegurar-se a supremacia do interesse público sobre o particular e o respeito à liberdade individual.
Os poderes administrativos encerram prerrogativas da autoridade, somente podendo ser usados em estrita observância aos ditames legais.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PODER NORMATIVO ou PODER REGULAMENTAR
Representa o poder que a Administração tem de fazer emanar normas com efeitos gerais e abstratos.
É conferido ao Chefe do Executivo a possibilidade de explicitar a lei para a sua correta execução ou de expedir decretos autonômos, sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. (art.84, VI, CR/88)
O poder normativo se expressa, mais comumente, por meio de decretos regulamentares, resoluções, portarias, deliberações, instruções e regimentos.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Os atos normativos dividem-se em: originários (emanados de um órgão estatal em virtude de sua própria competência, outorgada imediata e diretamente pela Constituição, para edição de regras instituidoras de direito novo); e derivados (aqueles que tem por objetivo a explicitação ou especificação de um conteúdo normativo preexistente, visando à sua execução no plano prático) – estes podem ser de dois tipos: regulamento executivo (ele complementa a lei, sem inovar a ordem jurídica); e regulamento independente ou autônomo (não complementa nenhuma lei, inovando a ordem jurídica ao estabelecer normas sobre matérias não disciplinadas em lei). 
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Direito Administrativo
PODER DISCIPLINAR
Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar as infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa (é o caso das pessoas que contratam com a Administração Pública).
Não abrange as sanções impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da Administração Pública, porque, nesse caso, as medidas punitivas encontram seu fundamento no poder de polícia do Estado.
O Poder disciplinar é discricionário, mas de forma limitada, colhendo, como regra, a dosimetria da sanção.
O poder disciplinar não prescinde de prévia apuração, em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa.
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Direito Administrativo
PODER HIERÁRQUICO
É exercido para ordenar, coordenar, controlar e corrigir a atuação de seus agentes.
A Administração dispõe de poderes sobre a atividade administrativa dos subordinados, exercendo autoridade de forma contínua e permanente. 
A organização administrativa funda-se em dois pressupostos fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os vários órgãos que integram a Administração Pública, ou seja, estabelece a hierarquia.
Disso decorrem vários poderes: o de editar atos normativos; o de dar ordens; o de controlar as atividades dos órgãos, anulando os atos ilegais e revogando os inconvenientes ou inoportunos; o de aplicar sanções; o de avocar atribuições e o de delegar atribuições.
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Direito Administrativo
PODER DE POLÍCIA
Quando se estuda o regime jurídico a que se submete a Administração Pública, conclui-se que dois aspectos fundamentais que o caracterizam são reunidos nos vocábulos “prerrogativas” e “sujeições”. As primeiras concedidas à Administração para lhe assegurar o exercício de atividades. As segundas como limites opostos à atuação administrativa em benefício dos direitos dos cidadãos.
O tema relativo ao poder de polícia coloca em confronto esses dois aspectos: de um lado, o cidadão quer exercer plenamente os seus direitos; de outro, a Administração tem por incumbência condicionar o exercício daqueles direitos ao bem estar coletivo e ela o faz usando o seu poder de polícia.
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Direito Administrativo
Conceito: 
Poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público.
A razão do poder de polícia é o interesse social, e o seu fundamento está na supremacia do interesse público, que se revela nos mandamentos constitucionais e nas normas de ordem pública, que a cada passo opõem, condicionamentos e restrições aos direitos individuais em favor da coletividade, incubindo ao Poder Público o seu policiamento administrativo. (Hely)
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Direito Administrativo
Fundamento e Objeto:
O poder de polícia fundamenta-se no princípio da predominância do interesse público sobre o particular, que dá à Administração Pública a posição de supremacia sobre os administrados.
O poder de polícia pode incidir em duas áreas de atuação:
administrativa, de caráter preventivo, que tem por objeto impedir as ações anti-sociais (rege-se pelo direito administrativo, incidindo sobre bens, direitos ou atividades).
judiciária, de caráter repressivo, que tem por objeto punir os infratores da lei penal (rege-se pelo direito processual penal, incidindo sobre pessoas).
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Direito Administrativo
Características:
São atributos do poder de polícia:
a) discricionariedade: prerrogativa de a Administração Pública decidir, em razão da conveniência e oportunidade, quanto ao exercício do seu poder de polícia (ex: autorização).
O poder de polícia também pode ser vinculado, quando a solução a ser aplicada estiver previamente prevista em lei (ex: licença).
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Direito Administrativo
b) auto-executoriedade: consiste na possibilidade que a Administração tem de, com os próprios meios, pôr em execução as suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.
Alguns autores desdobram esse princípio em dois:
exigibilidade: utilização de meios indiretos de coerção (ex: impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não pagas as multas de trânsito);
executoriedade: utilização direta dos meios de coerção (ex: apreensão de mercadorias, interdição de estabelecimentos comerciais e industriais).
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Direito Administrativo
c) coercibilidade: indissociável da auto-executoriedade, posto que o ato administrativo só é auto-executório porque dotado de força de coerção, ou seja, de forte carga impositiva.
d) Atividade Negativa (pode ser positiva): Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares e sim sua abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer. 
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Direito Administrativo
Limites:
Como todo ato administrativo, o poder de polícia, ainda que discricionário, esbarra em algumas limitações impostas pela lei (competência, forma, fins, motivo e objeto), sob pena de se transformar em desvio de poder, acarretando a nulidade do ato com todas as conseqüências nas esferas civil, penal e administrativa.
Algumas regras devem ser observadas no exercício do poder de polícia, com o fim de não eliminar os direitos individuais: 
a) necessidade (para evitar ameaças reais ou possíveis de perturbações ao interesse público); 
b) proporcionalidade (relação necessária entre a limitação do direito individual e o prejuízo a ser evitado); 
c) eficácia (adequação da medida para impedir o dano ao interesse público). 
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Direito Administrativo
Outras características:
a) Compatibiliza os interesses públicos e privados.
b) pode gerar a cobrança de taxa de polícia, tributo vinculado à contraprestação estatal (assim cobra-se o valor da diligência de polícia), previsto no art. 78, do CTN.
c) pode ser exercido no caráter preventivo, repressivo ou fiscalizador.
d) pode ser praticado com atos normativos ou atos punitivos.
e) não atinge diretamente a pessoa, mas sim os seus bens, interesses e atividades.
f) não restringe um direito, mas disciplina a forma de exercê-lo.
g) Em regra não admite delegação.
h) não se confunde com polícia judiciária, busca o bem estar social, enquanto, a judiciária quer a aplicação da lei penal.
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Direito Administrativo
USO DE PODER
Todo ato de autoridade há de ser
pautado na lei afinado com a moral e visando a atender, exclusivamente, ao interesse público. Assim, o uso do poder pela autoridade pública é uma prerrogativa dela, mas submissa às normas legais, à finalidade especíca do ato objetivado e ao interesse público.
O uso de poder é a utilização normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que a lei lhes confere.
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Direito Administrativo
ABUSO DE PODER
É a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos expressa ou implicitamente traçados na lei. 
Forma de abuso: excesso e desvio de poder
a) o agente atua fora dos limites de sua competência; e 
b) o agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo.
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Direito Administrativo
Excesso de poder é a forma de abuso própria da atuação do agente fora dos limites de sua competência administrativa. Ou o agente invade atribuições cometidas a outro agente, ou se arroga o exercício de atividades que a lei não se conferiu.
Desvio de poder é a modalidade de abuso em que o agente busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu. A finalidade da lei está sempre voltada para o interesse público. Se o agente atua em descompasso com esse fim, desvia-se de seu poder e pratica, assim, conduta ilegítima.

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