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A FILOSOFIA INDIANA

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A FILOSOFIA INDIANA 
Na perspectiva Brumniana: um olhar postulante 
A PRIMEIRA NOBRE VERDADE DA EXISTÊNCIA 
Duhkha: A verdade do Sofrimento. 
Pelo pré-noviço Bruno Carvalho. 
 
 
Antes de, propriamente, entrarmos ao que se refere o assunto deste texto no qual 
será expressa a “nobre verdade da existência” segundo Sidharta, o Buddha, em que 
exprime quatro nobres verdades sobre a existência humana, na qual o homem deve buscar 
suprimir o sofrimento para atingir a plenitude da vida humana, convém de modo 
introdutório, fazermos um breve apanhado da filosofia indiana. 
A filosofia na Índia está presente desde o século VII e VIII a. C., 
aproximadamente. Tem origem em um texto básico a uma escola anterior a Buddha, o 
Vaisheshika-Sutra, no qual também encontramos os Vedas, livros antigos divididos em três 
partes (Samhitas, Brahmanas e Aranyakas), deles – os vedas – encontramos os livros mais 
filosóficos os Upanishads (no literal, em sânscrito, aquilo que elimina a ignorância) que 
abordam questões religiosas (a lembrar de que a filosofia era, intimamente, ligada a 
religião), cosmológicas, astronômicas. Tratavam, também, do Uno, o Absoluto – questões 
estas que estarão presentes na filosofia grega e na fase inicial da Patrística – afirma que o 
Ser é o Atmam – o Espírito divino que habita no “lótus do coração” – e Brahma, o Não-
Ser, que é Insondável, Infinito, Uno. 
Em um dos vedas, o Rig Veda, o mais antigos deles, onde se encontram os 
mantras e hinos (cosmológicos, religiosos e filosóficos), fala acerca do Uno: “Só o Uno 
respirava por Si mesmo e sem ar. Nada existia senão Ele.” Termo esse que estará presente 
na Filosofia grega. Assim como o Logos será o Atmam na filosofia indiana. E o que isso 
quer exemplificar para nós? O caráter atemporal que assume a filosofia, ela como 
pensamento racional pode-se encontrar em todas as épocas ou fora delas, o devido fato de 
que algumas semelhanças surgem, demonstra, de forma clara, que a filosofia não tem data 
de nascimento. Ela, como pensamento, está presente e discorre através do tempo, sendo 
atemporal. 
Sob o olhar do professor Alberto Brum, vale enfatizar o crédito que se é devido a 
estas filosofias e a certos filósofos, explico. A intenção que é perceptível, nas aulas, por 
exemplo, é de destacar aqueles pensadores ou aquelas filosofias (não só a da Índia, como 
Pérsia e China) dando a elas o reconhecimento que se é próprio, no qual não se pode negar 
o pensamento filosófico que está presente. 
Com este breve apanhado voltemos ao assunto propriamente dito, as quatro 
nobres verdades de Sidharta. Sobre os livros filosóficos apresentados surgem seis escolas 
na Índia Antiga: Vaisheshika que tratavam sobre a origem do universo, Nyaya de cunho 
lógico, Vedanta e Samkya que surgem a partir dos Upanishads, Yoga a enfatizar a paz e a 
tranquilidade, “a cessação dos movimentos do pensamento” e a Mimansa com foco na 
moral. Posterior a essas surgem mais duas, a do Jainismo (fundada por Mahavira) 
abordavam a ética, o respeito à vida. E, por fim, o Dharma-Budismo que é a do Shidharta 
(Dharma que significa verdade, a qual ele enfatiza). Shidharta foi um dos filósofos 
indianos, junto com Sankara, era príncipe e abandonara o palácio de seu pai para viver em 
recolhimento no norte da Índia e no Nepal onde teve contato com yogis e com estudiosos 
dos Upanishads, recebe o título de Buddha, no original da palavra, o iluminado. 
Após muita reflexão, revela seu primeiro ensinamento, as quatro nobres verdades. 
O sofrimento (Duhka), a causa do sofrimento, a cessação do sofrimento e como eliminá-lo 
em oito passos. De modo muito singular Buddha desenvolve o sofrimento. 
 
 
Se há a presença do sofrimento é porque houve uma fonte, uma origem – 
a causa básica. Se investigarmos quais são as origens das dores, talvez 
seja possível evitá-las, ou pelo menos diminuir a sua presença. E para isto 
deveríamos ter um certo tipo de postura na vida, que é a via que conduz a 
superação dos tormentos. (BRUM, 1992, 76). 
 
 
É conhecido por Buddha que a causa do sofrimento humano é o próprio homem, 
de modo que a filosofia budista toma um cunho existencial. Assim, a felicidade seria o 
cessar Duhkha que se dará no reino celeste. E na quarta nobre verdade, como eliminar o 
sofrimento, se desdobra um caminho em oito passos. Uma reta compreensão da causa do 
sofrimento, a partir disso, um reto entendimento, um reto pensamento, reta palavra, reta 
ação, um reto meio de vida – no que se refere a uma profissão ética – reta reflexão e reta 
contemplação, somente nesse caminho o sofrimento será suprimido. 
A reta ação, termo usado por Sidharta, aparece na Grécia Antiga em Sócrates e em 
Platão (na obra “A República”) e, de modo literal, no estoicismo em Roma com Lúcio 
Sêneca, na obra “Sobre a Brevidade da Vida”, assim diz: “A filosofia deve nos levar a reta 
ação”. O cunho estoico de dar uma utilidade moral à filosofia ou de destacá-la, a busca em 
ser mais sábio do que douto, e ter uma filosofia como prática de vida são caráteres que 
estão na filosofia indiana. Vale ressaltar, na filosofia persa, o contato, em uma das viagens, 
de Zoroastro teve com o Sidharta onde, provavelmente, teria lido os Vedas e os 
Upanishads. Também teve contato com a filosofia indiana, Pitágoras que teria ido para a 
Índia estudar com os sábios, onde ficou conhecido como “Yavanacharya” no literal, o 
pensador da Grécia. 
De certo que, a filosofia antiga (tal como na Índia, China, Pérsia, os Pré-
socráticos, as escolas socráticas e assim por diante) buscava a Sabedoria, o amor ao 
conhecer que se dá no vivido, assim a filosofia era vista como uma prática de vida, e isso 
fora enfatizado e ensinado em nossas aulas pelo professor. Creio que vale reconhecer, 
também, a tarefa de enxergar e ensinar a filosofia que perpassa os muros acadêmicos, esse 
é o papel do filósofo nos dias de hoje. Ainda, posso afirmar, que sobre o professor é 
perceptível ver a alegria de um pensador que concretiza em si sua filosofia, assim o que diz 
e faz é uma coisa só. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
__________________ 
Referências: 
SOUZA, Alberto Brum de. A libertação do sofrimento no budismo tibetano gelugpa. 
Brasília: Teosófica, 1992. 
Notas de aula da disciplina História da Filosofia Antiga sobre a Filosofia indiana, do 1º 
Semestre do ano letivo de 2015.

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