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* * UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS KINETOPLASTÍDEOS (FILO KINETOPLASTIDA) LEISHMANIOSE OU ÚLCERA DE BAURU * * LEISHMANIOSE CARACTERÍSTICA GERAIS Doença parasitária, infecciosa, não-contagiosa; Acomete, anualmente, cerca de 2 milhões de pessoas em 88 países de quatro continentes; Doença negligenciada: ignorada pela indústria farmacêutica e órgãos públicos; Brasil: casos em todos os Estados; Franco crescimento nas três últimas décadas. * * LEISHMANIOSE AGENTE ETIOLÓGICO Protozoários do gênero Leishmania, família Trypanosomatidae; Parasita intracelular obrigatório do sistema fagocítico mononuclear (macrófagos) no hospedeiro vertebrado; Formas amastigota (hospedeiro vertebrado) e promastigota (inseto vetor); Dezenas de espécies diferentes do gênero; Subgêneros Leishmania e Viannia . * * Leishmania sp. Classificação: Filo Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Gênero Leishmania Características gerais Protozoário flagelado Dois hospedeiros obrigatórios: heteroxênico Hábitat: - Vetor: lúmen do trato digestivo (Subgenus Leishmania: intestino anterior/médio) (Subgenus Viannia: intestino anterior/médio/posterior) - Hospedeiro vertebrado: células do sistema mononuclear fagocitário (SMF), principalmente macrófagos. * * Doença benigna ou mortal, na forma cutânea deixa cicatrizes grandes (“botão do oriente”), doença conhecida na América do Sul antes da chegada dos espanhóis; Agente etiológico descrito primeiramente por Borovsky em 1898 em um paciente no Ubequistão; Leishman e Donovan (1903) descreveram o parasita independente- mente em um caso de calazar da Índia; Ross (quem descreveu o cíclo de vida do plasmódio) batizou o parasita em 1903 Leishmania donovani, e Wright denominou um parasita vindo de uma criança da Armênia (forma cutânea) Leishmania tropica. Leishmaniose: Aspectos históricos e sociais * * LEISHMANIOSE AGENTE ETIOLÓGICO FORMAS PROMASTIGOTAS Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007 FORMAS AMASTIGOTAS Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007 * * LEISHMANIOSE CICLO EVOLUTIVO * * LEISHMANIOSE VETOR Vetor: veículo de transmissão reservatório-hospedeiro; Insetos Flebotomíneos, ordem Diptera, família Psychodidae, gênero Lutzomyia antes conhecido como Phlebotomus; Nome popular: mosquito-palha, birigui etc. Lutzomyia (Phlebotomus), vetor da Leishmaniose. Fonte: FIOCRUZ, 2009 * * * * O Lutzomyia (Phlebotomus) pertence a mesma família do mosquito de banheiro (Psychoda) : Psychodidae * * LEISHMANIOSE RESERVATÓRIOS Reservatórios: espécies que garantem circulação do agente etiológico na natureza; Animais silvestres (roedores, marsupiais, preguiças, tamanduás, canídeos) e domésticos (cães, gatos, equinos); * * Formas promastigotas regurgitadas por mosquitos são depositadas na derme, onde são fagocitadas por macrófagos. Vetores (Diptera, Phlebotomidae: Lutzomiya, Phlebotomus), no território brasileiro: Lutzomiya longipalpis, L. wellcomei e outros. LEISHMANIOSE: FORMA DE CONTÁGIO * * Promastigotas dentro do fagossomo se transformam em amastigotas, que se multiplicam no macrófago. A célula hospedeira é rompida liberando amastigotas que são fagocitados por outros macrófagos M * * Macrófagos infectados com Leishmanias do subgênero Viannia (espécies das Américas) contém menos parasitas em vários vacúolos parasitóforos (ajuda no diagnóstico por microscopia). M Subgênero Leishmania Subgênero Viannia * * Macrófagos infectados são ingeridos por Lutzomiya durante a picada (repasto) * * Membrana peritrófica Após a ingestão, amastigotas se transformam em promastigotas, e se multiplicam na membrana peritrófica formada no intestino do vetor. Trato digestivo * * Promastigotas se desenvolvem para paramastigotas que aderem em pontos diferentes no trato digestivo (critério da localização: subgenênero de Leishmania), a proliferação é estimulada se a fêmea ingere sucos vegetais. * * Após 3-5 dias, promastigotas migram ativamente para partes anteriores do tubo digestivo Somente promastigotas metacíclicos são infecciosos para o hospedeiro vertebrado! Assim, o parasita parece interferir ativamente com a capacidade de ingestão do hospedeiro mosquito! A saliva do flebotomíneo é muito importante para a infecciosidade da Leishmania. * * Porque uma célula profissional do sistema fagocitário não consegue eliminar um parasita dentro do fagossomo? 1. A sinalização para ativação do macrófago está impedida por ação de LPG (lipofosfoglicano) na membrana do protozoário. * * M 2. Indução de resposta disfuncional: Falha na apresentação em MHC (Major histocompatility complex = complexo principal histocompatibilidade) mesmo após a produção de IFN (interferon gama) - proteínas produzidas e liberadas por células hospedeiras, em resposta à presença de agentes patogênicos. Fosfoglicanos bloqueiam produção de IL-12 (Interleucina 12). ? A IL-12 está envolvida na diferenciação de células T em células Th1. É um fator de estimulação de células T, promovendo o crescimento e a função das células T. * * 3. Proteínas tirosina-quinases também são bloqueadas: * * TIPOS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR: acomete a epiderme, a derme e músculos subcutâneos. VISCERAL: acomete as vísceras abdominais. * * A espécie infectante é importante para o disgnóstico da patologia. (Leishmanias que ocorrem no Brasil) * * LEISHMANIOSE TEGUMENTAR FORMAS CLÍNICAS Leishmaniose Tegumentar Forma cutânea; Forma cutânea difusa; Forma muco-cutânea. * * LEISHMANIOSE TEGUMENTAR FORMAS CLÍNICAS LT Forma Cutânea * * LEISHMANIOSE TEGUMENTAR FORMAS CLÍNICAS LT Forma Muco-Cutânea * * LEISHMANIOSE TEGUMENTAR FORMAS CLÍNICAS LT Forma Cutâneo-Difusa * * LEISHMANIOSE VISCERAL FORMAS CLÍNICAS Leishmaniose Visceral * * Enfermidade crônica caracterizada por: Febre irregular e de longa duração Hepatoesplenomegalia Linfoadenopatia Anemia com leucopenia Hipergamaglobulinemia Emagrecimento Edema Caquexia e morte se não for tratado, dentro de 2 anos. * * Formas clínicas de calazar: assintomática, oligossintomática, aguda e crônica. * * LEISHMANIOSE VISCERAL CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS Formas clínicas entendidas como doenças distintas; Ocorrem em todo o território nacional; Maior incidência nas regiões N, NE e CO. * * LEISHMANIOSE VISCERAL MORTALIDADE – Leishmaniose Visceral Alta letalidade: 3,1 mil pessoas/ano; Mais de 50 % dos óbitos na região NE (2000-2008); Óbito em mais de 90 % de casos não-tratados; Letalidade crescente nos últimos anos. * * LEISHMANIOSE MORTALIDADE – Leishmaniose Visceral * * LEISHMANIOSE MORTALIDADE – Leishmaniose Visceral * * LEISHMANIOSE REDE MULTICAUSAL LEISHMANIOSE Invasão de ambientes silvestres Manutenção de reservatórios (animais domésticos) Construção de estradas Migração de populações Fronteiras agrícolas Atividades extrativistas Alterações ambientais Subdesenvolvimento Desmatamento Co-infecções Criação de animais (galinheiros) Fatores físicos Mineração Oferta de criadouros Falta de planejamento territorial Depressão imunológica do hospedeiro * * LEISHMANIOSE AÇÕES DE CONTROLE Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes; Redução do contato homem-vetor; Controle do reservatório; Controle vetorial; Educação em saúde. * * LEISHMANIOSE AÇÕES DE VIGILÂNCIA Investigação e controle dos focos; Diagnóstico e tratamento precoces; Monitoramento de tendências epidemiológicas; Indicação de ações de prevenção; Vigilância entomológica. * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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