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QUÍMICA TECNOLÓGICAQ T MODESTO HURTADO FERRER, PROF. DR. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC CENTRO DE ENGENHARIAS DA MOBILIDADE - CEM 2013/2 SUMÁRIO MÓDULO: 3 Processos de Combustão. Definições fundamentais. Combustão completa e incompleta. Ponto de Fulgor, Ponto de Combustão e Ponto de Ignição. Combustão espontânea.Combustão espontânea. Produtos da combustão. Combustão e chama. Composição dos combustíveis. Poder Calorífico. Relação Ar/Combustível. Volume dos gases de combustão. Análise dos gases de combustão. Controle da combustão e emissão de poluentes. BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BRUSTEN, B. E. Química: a Ciência Central. 9ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. KOTZ, J.C.; TREICHEL, P.M.; WEAVER, G.C. Química Geral e Reações Químicas. Cengage Learning: São Paulo, 2010. BIBLIOGRAFÍA BROWN, L. S; HOLME, T. A. Química Geral Aplicada à Engenharia. Cengage Learning: São Paulo, 2006. RUSSEL, J. B. Química Geral. 2ª Ed. Vol. 1. São Paulo: McGraw Hill, 1994. PERUZZO, F.M.; CANTO, E.L. Química na Abordagem do Cotidiano. São Paulo: Moderna, 1999. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES DA COMBUSTÃOREAÇÕES DA COMBUSTÃO Lentas: Lentas: São conhecidas como corrosão e tem velocidade de São conhecidas como corrosão e tem velocidade de liberação de calor muito baixa, não produzindo liberação de calor muito baixa, não produzindo incandescência do combustível.incandescência do combustível. 4Fe + 3O4Fe + 3O22 → 2Fe→ 2Fe22OO33 Classificação das Reações de CombustãoClassificação das Reações de Combustão 4Fe + 3O4Fe + 3O22 → 2Fe→ 2Fe22OO33 RápidasRápidas:: SãoSão asas reaçõesreações dede combustãocombustão propriamentepropriamente ditasditas.. LiberamLiberam calorcalor emem velocidadevelocidade suficientesuficiente parapara provocarprovocar aa incandescênciaincandescência dodo combustívelcombustível.. CHCH44 + 2O+ 2O22 → CO→ CO22 + 2H+ 2H22OO Classificação das Reações de CombustãoClassificação das Reações de Combustão CHCH44 + 2O+ 2O22 → CO→ CO22 + 2H+ 2H22OO Explosão: Explosão: Reação instantânea entre o combustível e o comburente.Reação instantânea entre o combustível e o comburente. TNT + OTNT + O22 → CO→ CO22 + H+ H22O + NOO + NO Classificação das Reações de CombustãoClassificação das Reações de Combustão TNT + OTNT + O22 → CO→ CO22 + H+ H22O + NOO + NO Reagentes / Produtos da Combustão Maioria dos processos industriais de combustão utiliza ar Maioria dos processos industriais de combustão utiliza ar ambiente como fonte de oxigênio;ambiente como fonte de oxigênio; O conhecimento da necessidade de ar para a combustão O conhecimento da necessidade de ar para a combustão e da composição e volume dos produtos de combustão e da composição e volume dos produtos de combustão e da composição e volume dos produtos de combustão e da composição e volume dos produtos de combustão é fundamental para o projeto e controle de é fundamental para o projeto e controle de equipamentos de combustão;equipamentos de combustão; A estequiometria química fornece os principais dados A estequiometria química fornece os principais dados necessários aos cálculos de combustão.necessários aos cálculos de combustão. Combustão Completa e IncompletaCombustão Completa e Incompleta Combustão completaCombustão completa: Ocorre quando todos os elementos oxidáveis (redutores), presentes no combustível, são transformados integralmente em seus óxidos de maior número de oxidação (Nox) possível. Ex. o carbono se transforma em CO2, o hidrogênio em H2O e o enxofre em SO2. C + OC + O22 COCO22 2H2H22 + O+ O22 2H2H22OO S + OS + O22 SOSO22 Combustão Completa e IncompletaCombustão Completa e Incompleta Combustão Incompleta:Combustão Incompleta: Quando nem todos os átomos dos elementos Quando nem todos os átomos dos elementos redutores se transformam em seus óxidos de maior redutores se transformam em seus óxidos de maior NoxNox. O carbono pode se transformar em monóxido . O carbono pode se transformar em monóxido de carbono (CO) ou nem reagir com o oxigênio, de carbono (CO) ou nem reagir com o oxigênio, gerando fuligem.gerando fuligem.gerando fuligem.gerando fuligem. 2C + O2C + O22 2CO2CO Na combustão incompleta Na combustão incompleta podepode--sesses ter cadeias de ter cadeias de hidrocarbonetos não reagidos, inclusive alguns hidrocarbonetos não reagidos, inclusive alguns perigosos, como: hidrocarbonetos polinucleados, perigosos, como: hidrocarbonetos polinucleados, dioxinas e outros compostos polinucleados, inclusive dioxinas e outros compostos polinucleados, inclusive organoclorados.organoclorados. Combustão Completa e IncompletaCombustão Completa e Incompleta Fatores:Fatores: A ocorrência de reação completa ou incompleta A ocorrência de reação completa ou incompleta depende de vários fatores:depende de vários fatores: -- Relação entre as massas de combustível e de comburente Relação entre as massas de combustível e de comburente = relação ar/combustível;= relação ar/combustível; - Temperatura na qual se processa a reação; - Tempo de permanência do combustível; - Presença ou não de catalisadores. Produtos da Combustão A combustão de qualquer combustível gera A combustão de qualquer combustível gera os chamados os chamados gases de combustão ou gases de combustão ou fumosfumos.. gás carbônico (COgás carbônico (CO22);); vapor de água (Hvapor de água (H22O);O); óxidos de enxofre (SOóxidos de enxofre (SO22 e SOe SO33);); monóxido de carbono (CO);monóxido de carbono (CO); óxidos de nitrogênio (NO e NOóxidos de nitrogênio (NO e NO22),), entre outros.entre outros. Produtos da Combustão A queima de combustíveis sólidos e líquidos pode gerar, além dos gases, produtos sólidos, as chamadas cinzas, que são compostos inorgânicos presentes nos combustíveis, formados principalmente por óxidos, como: Al2O3, Fe2O3, CaO, MgO, TiO2, SiO2 e outros compostos.compostos. As cinzas podem ser arrastadas pelos gases de combustão, constituindo os compostos particulados, juntamente com a fuligem, oriunda da combustão incompleta. Na combustão temNa combustão tem--se reações se reações de combinação com o de combinação com o oxigênio, as quais nem sempre oxigênio, as quais nem sempre são acompanhadas de são acompanhadas de luminosidade, mas sempre luminosidade, mas sempre Combustão e ChamaCombustão e Chama luminosidade, mas sempre luminosidade, mas sempre liberam calor. liberam calor. A chama é o resultado da A chama é o resultado da combustão de um gáscombustão de um gás.. A chama obtida na combustão A chama obtida na combustão de líquidos devede líquidos deve--se aos se aos vapores vapores liberados pelo combustível em liberados pelo combustível em sua superfíciesua superfície, que se intensificam , que se intensificam à medida que a temperatura à medida que a temperatura aumenta.aumenta. Combustão e ChamaCombustão e Chama Já a chama obtida na queima Já a chama obtida na queima de combustíveis sólidos resulta da de combustíveis sólidos resulta da volatilização do sólidovolatilização do sólido; ; decomposição do sólido com decomposição do sólido com formação de gases e formação formação de gases e formação de gases combustíveis no de gases combustíveis no processo de oxidação, como o processo de oxidação, como o monóxido de carbono.monóxido de carbono. Combustão e ChamaCombustão e Chama Estrutura da Chama a) Zona inferior ou fria: a) Zona inferior ou fria: não apresenta coloração ou é escura, sendo formada por uma mistura de ar primário e gás não queimado; Combustão e ChamaCombustão e Chama b) Zona azul:b) Zona azul: ocorre queima completa do gás; CHCH44 + 2O+ 2O22 → CO→ CO22 + 2H+ 2H22O O c) Zona redutora: c) Zona redutora: ocorre decomposição de hidrocarbonetos devido ao calor, formando carbono livre, que aparece sob forma luminosa na chama, com isso, torna-se a zona mais brilhante da mesma. Combustão e ChamaCombustão e Chama CHCH44 + calor → C + 2H+ calor → C + 2H22 C + 1/2 OC + 1/2 O22 → CO→ CO 2H2H22 + O+ O22 → 2 H→ 2 H22OO d) Zona oxidante: d) Zona oxidante: em contato com o oxigênio do ar, os produtos da zona redutora queimam com facilidade, sendo esta a zona externa, fracamente visível. Combustão e ChamaCombustão e Chama C + O2 → CO2 CO + ½ O2 → CO2 H2 + ½ O2 → H2O Obs.: na combustão de CO e H2 temos apenas as zonas (a) e (b) Propriedades dos Combustíveis Propriedades dos Combustíveis Sólidos Sólidos e Líquidose Líquidos Ponto de fulgorPonto de fulgor Já foi estudado e é importante para a Já foi estudado e é importante para a segurança na estocagem e o transporte dos segurança na estocagem e o transporte dos combustíveis líquidos principalmente.combustíveis líquidos principalmente.combustíveis líquidos principalmente.combustíveis líquidos principalmente. ViscosidadeViscosidade Propriedade importante para o bombeamento Propriedade importante para o bombeamento de combustíveis líquidos, pois representa a de combustíveis líquidos, pois representa a resistência que um fluido oferece ao ser resistência que um fluido oferece ao ser movimentado.movimentado. Propriedades dos Combustíveis Propriedades dos Combustíveis Sólidos Sólidos e Líquidose Líquidos Ponto de fluidezPonto de fluidez É a menor temperatura em que um líquido É a menor temperatura em que um líquido começa a fluir, sendo importante para começa a fluir, sendo importante para estocagem, bombeamento e para sua entrada estocagem, bombeamento e para sua entrada estocagem, bombeamento e para sua entrada estocagem, bombeamento e para sua entrada nos queimadores.nos queimadores. DensidadeDensidade Representa a relação entre a massa e o volume Representa a relação entre a massa e o volume de um material. É uma propriedade importante de um material. É uma propriedade importante para o transporte e estocagem, além disso, é para o transporte e estocagem, além disso, é importante nos cálculos de poder calorífico.importante nos cálculos de poder calorífico. Propriedades dos Combustíveis Propriedades dos Combustíveis Sólidos Sólidos e Líquidose Líquidos GranulometriaGranulometria.. Propriedade importante dos combustíveis Propriedade importante dos combustíveis sólidos, pois determina a velocidade de sólidos, pois determina a velocidade de combustão, o tipo de equipamento a ser usado combustão, o tipo de equipamento a ser usado combustão, o tipo de equipamento a ser usado combustão, o tipo de equipamento a ser usado na queima e o sistema de estocagem e na queima e o sistema de estocagem e transporte.transporte. Composição dos CombustíveisComposição dos Combustíveis Composição Química ElementarComposição Química Elementar ―― UsadaUsada parapara combustíveiscombustíveis sólidossólidos ee líquidoslíquidos.. ―― IndicaIndica oo teorteor dosdos elementoselementos químicosquímicos ee dede cinzascinzas existentesexistentes nono combustívelcombustível.. ―― ConsisteConsiste emem umum processoprocesso químicoquímico analíticoanalítico queque―― ConsisteConsiste emem umum processoprocesso químicoquímico analíticoanalítico queque permitepermite determinardeterminar osos teoresteores dede carbono,carbono, hidrogênio,hidrogênio, nitrogênio,nitrogênio, enxofreenxofre ee cinzas,cinzas, presentespresentes emem umum dadodado combustívelcombustível.. ―― OO teorteor dede oxigêniooxigênio éé obtidoobtido porpor diferençadiferença entreentre osos valoresvalores dosdos elementoselementos determinadosdeterminados ee oo totaltotal dede massamassa analisadaanalisada.. ―― OsOs resultadosresultados sãosão expressosexpressos emem %% emem massamassa.. Composição dos CombustíveisComposição dos Combustíveis Composição Química gasosaComposição Química gasosa ―― UsaUsa--se a cromatografia em fase gasosa para se a cromatografia em fase gasosa para determinação dos compostos gasosos presentes determinação dos compostos gasosos presentes em um combustível gasoso.em um combustível gasoso. ―― Os resultados são expressos em % volumétricaOs resultados são expressos em % volumétrica..―― Os resultados são expressos em % volumétricaOs resultados são expressos em % volumétrica.. Análise ImediataAnálise Imediata Processos de análise, principalmente para os carvões: a) Umidade total – segundo a norma técnica NBR 8293/83, é determinada pela diferença do material determinada pela diferença do material 8293/83, é determinada pela diferença do material determinada pela diferença do material seco em estufa a 105seco em estufa a 105°°C, durante uma horaC, durante uma hora; b) Cinza – norma NBR 8289/83, que recomenda a combustão da amostra em forno mufla, com atmosfera oxidante, com ou sem a adição de oxigênio. O resíduo remanescente após a queima é O resíduo remanescente após a queima é pesado e registrado como teor de cinzapesado e registrado como teor de cinza; Análise ImediataAnálise Imediata c) Matéria volátil – norma NBR 8290/83 baseiabaseia--se na se na determinação dos destilados voláteis do carvão secodeterminação dos destilados voláteis do carvão seco, desprendidos durante o aquecimento em forno elétrico, na ausência de oxigênio, sob rígido controle elétrico, na ausência de oxigênio, sob rígido controle de massa, temperatura e tempo. Carvões com alto teor de voláteis tendem a queimar mais rapidamente que os de baixo teor de voláteis; d) Carbono fixo – a norma NBR 8299/83 recomenda o cálculo do teor de carbono fixo a partir de teores de cinza, matéria volátil e umidade. Análise ImediataAnálise Imediata O carbono fixo é um parâmetro utilizado para os cálculos de balanço energético e na caracterização de carvões. Ele Ele representa a concentração de carbono representa a concentração de carbono Ele Ele representa a concentração de carbono representa a concentração de carbono remanescente após a determinação dos % de umidade, remanescente após a determinação dos % de umidade, matéria volátil e cinza, além de outros elementos matéria volátil e cinza, além de outros elementos remanescentes em menor quantidade, como o remanescentes em menor quantidade, como o nitrogênio, o oxigênio, o hidrogênio e o enxofre.nitrogênio, o oxigênio, o hidrogênio e o enxofre. carbono carbono fixo = 100 fixo = 100 –– (%umidade + %cinza + %matéria (%umidade + %cinza + %matéria volátil)volátil) Poder Calorífico - PC RefereRefere--se a quantidade de calor liberado na se a quantidade de calor liberado na queima completa de uma unidade de massa ou queima completa de uma unidade de massa ou de volume de um combustível.de volume de um combustível. Pode ser expresso em J/kg; J/mPode ser expresso em J/kg; J/m33; kcal/kg ou ; kcal/kg ou kcal/mkcal/m33.. Poder Calorífico Poder Calorífico Superior (PCS): Poder Calorífico Superior (PCS): é a quantidade de calor expressa em joules ou caloria, que libera a queima completa de uma unidade de massa do combustível seco, sendo que a água, proveniente da queima do hidrogênio, seja condensada no estado líquido. Poder Calorífico Inferior (PCI): Poder Calorífico Inferior (PCI): é a quantidade de calor expressa em joules ou caloria, que libera a queima completa de uma unidade de massa do combustível seco, permanecendo a água, proveniente da queima do hidrogênio, na forma de vapor. A diferença entre os dois é o calor latente de vaporização da água. Determinação do Poder Calorífico O poder calorífico pode ser determinadoO poder calorífico pode ser determinado por métodos experimentais ou teoricamente por métodos experimentais ou teoricamente por cálculo, desde que se conheça por cálculo, desde que se conheça por cálculo, desde que se conheça por cálculo, desde que se conheça a composição elementar do combustível a composição elementar do combustível e o calor de combustão dos elementos e o calor de combustão dos elementos ou compostos gasosos.ou compostos gasosos. Métodos Experimentais 11-- Bomba Calorimétrica de Bomba Calorimétrica de BerthelotBerthelot--MahlerMahler: : usado para determinar o PCS de combustíveis sólidos e líquidos. 22-- Calorímetro de Calorímetro de JunkersJunkers: : usado para determinar o PCS de combustíveis líquidos e gasosos. Métodos Experimentais 33-- Bomba calorimétrica: determinação do poder Bomba calorimétrica: determinação do poder calorífico:calorífico: combustão de uma pequena quantidade de combustível combustão de uma pequena quantidade de combustível num recipiente preenchido com Onum recipiente preenchido com O22 sob pressão, a volume sob pressão, a volume constante.constante.constante.constante. o poder calorífico determinado por calorímetros o poder calorífico determinado por calorímetros corresponde ao PCS, pois o vapor d’água proveniente da corresponde ao PCS, pois o vapor d’água proveniente da queima do combustível se condensa, devolvendo ao queima do combustível se condensa, devolvendo ao calorímetro o calor absorvido em sua vaporização.calorímetro o calor absorvido em sua vaporização. FF AA Métodos Experimentais A quantidade de calor, Q, recebida pelo conjunto que forma o calorímetro é igual em módulo à variação de energia interna do sistema reacional. Q = Q = m.c.m.c.TT EE DDCC BB Calorímetro. Q = calor liberado pela reação = calor recebido pelo sistema [kJ ou kcal]; m = massa de água [kg] c = calor específico da água [kJ/kg.°C ou kcal/kg.°C]; T = (T2 – T1) variação de temperatura [°C]. Métodos Experimentais Considerando uma massa (m), ou um volume (V) qualquer de um combustível que libera uma quantidade (Q) de energia em combustão completa, nas condições normais de temperatura e pressão, temos:e pressão, temos: PC = Q/m ..............[kJ/kg ou kcal/kg] ou PC = Q/V ..............[kJ/m³ ou kcal/m³] Métodos Matemáticos 1- Fórmula de Dulong: Utiliza os dados da composição elementar dos combustíveis e é utilizada para combustíveis sólidos e líquidos. O calor de combustão de um combustível é igual à soma dos calores desprendidos pela combustão dos elementos que o integram. Os combustíveis são formados por compostos químicos, onde os elementos estão unidos por ligações químicas, sendo necessário dispender um trabalho para romper estas ligações, o que afeta o poder calorífico. Métodos Matemáticos 1- Fórmula de Dulong, (cont.): Além disso, a fórmula assume que o oxigênio do combustível está combinado com o hidrogênio na forma de água de constituição.de água de constituição. Estes dois fatos fazem com que os valores obtidos pelo uso da fórmula de Dulong sejam aproximados. Otimização da Combustão Otimização da Combustão Uma combustão exige certas condições para se obter o máximo de aproveitamento do poder calorífico (PC) do combustível. Essas condições podem ser representadas pelo trio 3T’s e pelo controle do excesso de ar empregado. Temperatura Turbulência Tempo de permanência Controle sobre o excesso de ar de combustãoControle sobre o excesso de ar de combustão Para uma boa combustão deve-se usar uma quantidade de ar acima do valor calculado estequiometricamente, o chamado excesso de ar, para facilitar o contato entre o combustível e o oxigênio. O excesso de ar acarreta as seguintes consequências sobre a combustão: O excesso de ar acarreta as seguintes consequências sobre a combustão: - aumenta a probabilidade de contato entre os reagentes; - encurta a chama; - diminui o teor de CO2 nos gases de chaminé; - aumenta as perdas pela chaminé; As quantidades de excesso de ar são determinadas empiricamente e dependem do combustível e dos equipamentos de combustão. Perdas de Calor na CombustãoPerdas de Calor na Combustão Perdas Inerentes ou InevitáveisPerdas Inerentes ou Inevitáveis ― Estas são as perdas relacionadas com o modo de operar a combustão a nível industrial, onde nem sequer conseguimos atingir o aproveitamento de 100% do PCI.atingir o aproveitamento de 100% do PCI. ― Perdas pela água que sai na forma de vapor nos gases de combustão, pela chaminé, com isso, passamos a trabalhar com o PCI e não com o PCS; Perdas de Calor na CombustãoPerdas de Calor na Combustão ― Perdas pelos gases de combustão por estarem em temperaturas acima de 150oC, pois em temperaturas menores há o risco de condensação de soluções ácidas de ácido sulfuroso e sulfúrico, causando corrosão na chaminé, sendo que nem se consegue, desta maneira atingir o aproveitamento de todo o PCI.aproveitamento de todo o PCI. ― Quando os gases estão a temperaturas muito acima de 180°C e com volumes elevados, é possível diminuir as perdas pela chaminé, transferindo calor dos gases de combustão, através dos seguintes procedimentos: pré-aquecimento do ar de combustão; pré-aquecimento da água da caldeira e do combustível. Perdas de Calor na CombustãoPerdas de Calor na Combustão Perdas Evitáveis. ― Neste caso estão incluídas as perdas por combustão incompleta, que devem ser evitadas utilizando-se as condições para uma boa combustão já estudadas. A análise dos gases de combustão ou de gases perdidos dos processos de combustão: ― Grande variedade de equipamentos para análise de gases. Análise dos Gases de CombustãoAnálise dos Gases de Combustão gases. ― Em base seca de volume (sem referência à água no gás); O valor da análise do gás de combustão reside na informação que tal análise é capaz de proporcionar e na interpretação colocada em tal informação. Análise dos Gases de CombustãoAnálise dos Gases de Combustão InterpretaçãoInterpretação dada análiseanálise do do gásgás de de combustãocombustão:: - deficiências no processo de combustão; - vazamento no forno ou no sistema condutor; - inconsistências na análise e especificação do combustível. Análise dos gases de combustão:Análise dos gases de combustão: Métodos físicos: não destrutivos (não alteram a composição Métodos físicos: não destrutivos (não alteram a composição da amostra de gases)da amostra de gases) Métodos químicos: absorvem os componentes da amostra Métodos químicos: absorvem os componentes da amostra de gases, alterando a sua composição.de gases, alterando a sua composição. Exemplos de métodos e equipamentos de análise de gases de combustão: Métodos físicos: Métodos físicos: -- Cromatografia Cromatografia em fase gasosa;em fase gasosa; -- Analisador Analisador tipo infravermelho (CO, COtipo infravermelho (CO, CO22, SO, SO22, NO, CH, NO, CH44 e NHe NH33);); Análise dos Gases de CombustãoAnálise dos Gases de Combustão -- Analisador Analisador tipo infravermelho (CO, COtipo infravermelho (CO, CO22, SO, SO22, NO, CH, NO, CH44 e NHe NH33);); -- Analisadores Analisadores paramagnéticos para Oparamagnéticos para O22;; Métodos químicos:Métodos químicos: -- Analisadores Analisadores eletroquímicos;eletroquímicos; -- Analisadores Analisadores quimiluminescentesquimiluminescentes para para NOxNOx;; -- Aparelho Aparelho de de OrsatOrsat.. → Aparelho portátil ou de bancada ainda usado para analisargases de combustão secos e que consiste de recipientes, contendo soluções aquosas, que absorvem Aparelho de Aparelho de OrsatOrsat aquosas, que absorvem seletivamente CO2, SO2, O2 e CO. → Solução de KOH a 36º Baumé: absorve os gases ácidos, ou seja, CO2 e SO2; → Solução de ácido pirogálico: absorve O2; Aparelho de Aparelho de OrsatOrsat → Solução amoniacal de CuCl: absorve o CO. → O N2 é calculado por diferença entre o volume inicial e o absorvido. Controle de Emissão de PoluentesControle de Emissão de Poluentes Relembrando a importância do conhecimento prévio da composição do combustível para previsão e controle das emissões originadas da sua queima: COCO ee CCxxHHyy:: seuseu aparecimentoaparecimento entreentre osos produtosprodutos dada combustãocombustão éé indicativoindicativo dede baixabaixa eficiênciaeficiência dodo processoprocesso;; NONO ee NONO22:: teorteor dede NN nono combustívelcombustível;; SOSO22:: teorteor dede SS nono combustívelcombustível.. TeorTeor de COde CO22 no no gásgás de de exaustãoexaustão secoseco:: ForneceFornece umauma medidamedida útilútil do do rendimentorendimento dada combustãocombustão de um de um determinadodeterminado combustívelcombustível;; ProporçãoProporção máximamáxima de COde CO22 nosnos produtosprodutos de de combustãocombustão Controle de Emissão de PoluentesControle de Emissão de Poluentes ProporçãoProporção máximamáxima de COde CO22 nosnos produtosprodutos de de combustãocombustão seráserá encontradaencontrada quandoquando a a relaçãorelação ArAr//CombustívelCombustível for for estequiométricaestequiométrica;; Na Na práticaprática: : concentraçõesconcentrações de COde CO22 devemdevem ser ser maismais baixasbaixas queque a a estequiométricaestequiométrica pelapela necessidadenecessidade de se de se usarusar arar emem excessoexcesso;; A A quantidadequantidade de de excessoexcesso de de arar decrescedecresce com o com o aumentoaumento dada capacidadecapacidade e com o e com o rendimentorendimento maiormaior no no equipamentoequipamento de de combustãocombustão.. Baixos valores de Baixos valores de COCO22 podempodem ser ser provocadosprovocados porpor: : ExcessoExcesso exageradoexagerado de de arar no no processoprocesso de de combustãocombustão;; Insuficiência de ar (combustão incompleta);Insuficiência de ar (combustão incompleta); Controle de Emissão de PoluentesControle de Emissão de Poluentes Insuficiência de ar (combustão incompleta);Insuficiência de ar (combustão incompleta); Entrada falsa de ar na fornalha;Entrada falsa de ar na fornalha; Nebulização imperfeita do combustível (óleos).Nebulização imperfeita do combustível (óleos). PrecipitadorPrecipitador eletrostáticoeletrostático utiliza utiliza campo elétrico para campo elétrico para atrair as partículas até os atrair as partículas até os eletrodos coletores; apresenta eletrodos coletores; apresenta alta eficiência de separação alta eficiência de separação Separação de Material Particulado dos Gases alta eficiência de separação alta eficiência de separação (99,5%).(99,5%). Bateria Bateria de ciclonesde ciclones: : tem tem baixo valor de investimento, porém alta perda de carga baixo valor de investimento, porém alta perda de carga introduzida no escoamento dos gases, sendo que o material introduzida no escoamento dos gases, sendo que o material coletado é descarregado seco.coletado é descarregado seco. Separação de Material Particulado dos Gases Lavador Lavador de gás ou de gás ou scrubberscrubber: : - Utilizatiliza aa lavagemlavagem dodo gásgás comcom águaágua nebulizadanebulizada parapara formarformar pequenaspequenas gotasgotas.. -- EsseEsse equipamentoequipamento temtem baixobaixo custocusto fixofixo ee altoalto custocusto operacional,operacional, poispois necessitanecessita dede tratamentotratamento dodo efluenteefluente líquidolíquido geradogerado.. -- PossuiPossui baixabaixa eficiênciaeficiência parapara pequenaspequenas partículaspartículas.. Separação de Material Particulado dos Gases EscalaEscala BacharachBacharach:: Interpretação da escala de comparação de fuligem:Interpretação da escala de comparação de fuligem: 0 = Máximo (excesso de ar)0 = Máximo (excesso de ar) 1 = Excelente (deve ser mantido)1 = Excelente (deve ser mantido) 2 = Bom (pouca emissão de particulado)2 = Bom (pouca emissão de particulado) 3 = Regular (pouca fuligem, mas pode melhorar)3 = Regular (pouca fuligem, mas pode melhorar) 4 = Ruim (condição de máxima operação, já entra no campo visual)4 = Ruim (condição de máxima operação, já entra no campo visual) 5 = Insatisfatório (procurar melhorar)5 = Insatisfatório (procurar melhorar) 6 = Insatisfatório6 = Insatisfatório 7 = Insatisfatório (admite7 = Insatisfatório (admite--se até 3 minutos para câmeras frias)se até 3 minutos para câmeras frias) 8 = Insatisfatório (desligue o 8 = Insatisfatório (desligue o queimadorqueimador)) 9 = Insatisfatório (desligue o 9 = Insatisfatório (desligue o queimadorqueimador e recomece novamente)e recomece novamente) Gases - Monóxido de Carbono Altamente tóxico, sem cor, odor e gosto, e não irritante;Altamente tóxico, sem cor, odor e gosto, e não irritante; Só pode ser detectado através de instrumentos de Só pode ser detectado através de instrumentos de análise.análise. Alguns efeitos fisiológicos que ocorrem a pessoas Alguns efeitos fisiológicos que ocorrem a pessoas Alguns efeitos fisiológicos que ocorrem a pessoas Alguns efeitos fisiológicos que ocorrem a pessoas expostas a diferentes concentrações deste gás no ar:expostas a diferentes concentrações deste gás no ar: →→ 35ppm é a concentração máxima permitida para exposição 35ppm é a concentração máxima permitida para exposição contínua (8h) contínua (8h) –– CONAMA nCONAMA n°°003, 28/06/1990.003, 28/06/1990. →→ 200ppm: leve dor de cabeça após (2200ppm: leve dor de cabeça após (2--3)h;3)h; →→ 400ppm: dor de cabeça frontal dentro de (1400ppm: dor de cabeça frontal dentro de (1--2)h;2)h; →→ 800ppm: náuseas e convulsões dentro de 45min. 800ppm: náuseas e convulsões dentro de 45min. Inconsciência em cerca de 2h.Inconsciência em cerca de 2h. Gases - Óxidos de Enxofre - SOx UmaUma parcelaparcela dodo SSOO22 produzidoproduzido nana câmaracâmara dede combustãocombustão podepode serser oxidadaoxidada aa SOSO33,, dependodependo dasdas condiçõescondições dede TT ee excessoexcesso dede arar;; AA oxidaçãooxidação dodo SSOO22,, tambémtambém,, ocorreocorre nana atmosferaatmosfera,, ee éé ativadaativada pelospelos raiosraios ultravioletaultravioleta dodo solsol;;ativadaativada pelospelos raiosraios ultravioletaultravioleta dodo solsol;; NasNas partespartes maismais friasfrias dodo processoprocesso,, ouou apósapós oo efluenteefluente gasosogasoso terter sidosido emitidoemitido parapara aa atmosferaatmosfera,, aa umidadeumidade dosdos gases,gases, ouou dodo arar atmosféricoatmosférico reagereage comcom oo SOSO33 produzindoproduzindo ácidoácido sulfúricosulfúrico:: HH22O + SOO + SO33 HH22SOSO44 Gases - Óxidos de Enxofre - SOx O ácido sulfúrico pode condensar nas partes mais frias de equipamentos industriais, como caldeiras e fornalhas; Os gases ácidos do enxofre são um dos principais causadores da chuva ácida, juntamente com o óxidos de nitrogênio;óxidos de nitrogênio; O controle das emissões pode ser realizado através da remoção desses gases do efluente gasoso: → Utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre; → Lavagem de gases em corrente de líquido alcalino. A água desse processo precisa ser analisada antes do seu lançamento em rios ou lagos e, se necessário, deve ser tratada para atingir os padrões exigidos pela legislação ambiental. Gases - Óxidos de Nitrogênio Os óxidosde nitrogênio (NOx) formados durante o processo de combustão são constituídos de aproximadamente 95% de óxido nítrico (NO) e o restante de dióxido de nitrogênio (NO2). Principais alternativas para minimização destas emissões: → Utilização de combustíveis com baixo teor de nitrogênio; → Modificações no processo de combustão; → Baixo excesso de ar; → Recirculação dos gases de exaustão; → Tratamentos pós-combustão. Gases - Compostos Orgânicos Voláteis Os principais são:Os principais são: ― VOCs e SVOCs (compostos orgânicos voláteis e semi voláteis) ― PAH ( hidrocarbonetos polinucleares) ― PCDDs ( dibenzo paradioxina policloradas) 75 isômeros ― PCDFs ( policíclico dibenzofuranos) 135 isômeros― PCDFs ( policíclico dibenzofuranos) 135 isômeros Razões de sua formação:Razões de sua formação: ― Mistura não homogênea entre combustível e ar; ― Má distribuição do tempo de residência dos gases; ― Esfriamento da chama, interrompendo as reações.
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