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das elevac¸o˜es, podemos obter a distribuic¸a˜o dos ma´ximos e das alturas de ondas. Essas varia´veis obedecem a lei de Rayleigh, desde que o processo possa ser considerado de banda estreita. - picos p(ζm) = ζm m0 e−ζ 2 m/(2m0) - alturas p(h) = h 4m0 e−h 2/(8m0) Devemos observar que p(h)δh = p(ζm)δζm Onde m0 e´ igual a variaˆncia do processo estoca´stico estaciona´rio elevac¸a˜o da superf´ıcie do mar: m0 =< z 2(t) >= E[z2] = σ2 Estamos introduzindo aqui uma nova forma de expressar a variaˆncia, com m0, pore´m esta varia´vel obedece a uma definic¸a˜o que veremos mais adiante. Texto Preliminar, SH Sphaier 11 3 Relac¸a˜o entre as Ana´lises Espectral e Probabil´ıstica A func¸a˜o de densidade de probabilidade de um sinal gaussiano z(t) e´ dada por: pZ(z) = 1√ 2pim0 e−z 2/(2m0) = 1√ 2piσz e−z 2/(2σ2z) (1) onde σz e´ a desvio padra˜o e seu quadrado e´ a variaˆncia. No caso particular em que a me´dia e´ zero σ2z = vmq = E[z 2] A partir do registro das elevac¸o˜es, obtemos a func¸a˜o de autocorrelac¸a˜o definida por: Rzz(τ) = lim T→∞ 1 T ∫ T 0 z(t)z(t+ τ)dt (2) e aplicando-se a transformada de Fourier podemos obter o espectro do registro do mar φzz(ω) = 1 2pi ∫ ∞ −∞ Rzz(τ)e −iωtdt Com a transformada inversa temos: Rzz(τ) = ∫ ∞ −∞ φzz(ω)e iωtdω (3) Deve-se observar que a func¸a˜o φzz(ω) e´ bilateral sime´trica em relac¸a˜o a ω = 0 φzz(−ω) = φzz(ω) e que a frequeˆncia ω varia de −∞ a∞ mas como frequeˆncias negativas na˜o teˆm sentido f´ısico introduzimos a func¸a˜o unilateral Szz(ω) = 2φzz(ω) para ω ≥ 0 e Szz(ω) = 0 para ω < 0 enta˜o Szz(ω) = 1 pi ∫ ∞ −∞ Rzz(τ)e −iωtdt e Rzz(τ) = ∫ ∞ 0 Szz(ω)e iωtdω Por outro lado e´ poss´ıvel mostrar que a func¸a˜o de autocorrelac¸a˜o e´ dada por: Rzz(τ) = ∫ ∞ −∞ lim T→∞ 2pi T |GT (ω)|2eiωtdω (4) Texto Preliminar, SH Sphaier 12 onde GT (ω) e´ uma extensa˜o da transformada de Fourier do sinal z(t) G(ω) = 1 2pi ∫ ∞ −∞ z(t) e−iωtdt A transformada de Fourier filtra a frequeˆncia ω das componentes do sinal. Em princ´ıpio levaria a integral acima a um valor infinitamente grande, entretanto definindo-se GT (ω) = 1 2pi lim T→∞ ∫ T 0 z(t) e−iωtdt tem-se o limite lim T→∞ 2pi T |GT (ω)|2 = lim T→∞ 2pi T GT (ω)GT (ω) ∗ finito, onde GT (ω) ∗ e´ o conjugado de GT (ω) Das expresso˜es (2) e (3) podemos verificar que Rzz(0) = ∫ ∞ 0 Szz(ω)dω = lim T→∞ 1 T ∫ T 0 z(t)2dt (5) =< z2(t) >= E[z2] = σ2 = vmq = rms2 = m0 Esta igualdade, va´lida admitindo-se a ergodicidade do processo, permite-nos, a partir do espectro do registro, fazer previso˜es, uma vez que as elevac¸o˜es seguem a distribuic¸a˜o de Gauss. Esta u´ltima igualdade mostra que a partir do espectro de um sinal, podemos obter a variaˆncia da varia´vel aleato´ria elevac¸o˜es. Como a variaˆncia das elevac¸o˜es e´ o paraˆmetro da distribuic¸a˜o de Rayleigh dos picos, podemos prever probabilisticamente valores dos processos de elevac¸o˜es e de ma´ximos (ver sec¸a˜o 1.1.2). Observemos que o espectro tanto pode ser o da excitac¸a˜o quanto o de uma resposta do sistema. Assim, uma vez obtido o espectro de uma resposta, determinamos o desvio padra˜o da func¸a˜o de densidade de probabilidade da resposta e o paraˆmetro da distribuic¸a˜o de picos da resposta. Texto Preliminar, SH Sphaier 13 4 Modelac¸a˜o de um Estado de Mar A elevac¸a˜o da superf´ıcie do mar num determinado ponto em relac¸a˜o a um n´ıvel me´dio de refereˆncia e´ considerado um processo estoca´stico, e sera´ simbolizado por Z(t). 4.1 Elevac¸a˜o da superf´ıcie do mar A elevac¸a˜o da superf´ıcie do mar e´ modelada probabilisticamente por um processo es- toca´stico ergo´dico, e desta maneira pode ser representada pela expressa˜o z(t) = N→∞∑ n=1 zn(t) = N→∞∑ n=1 z0n cos(ωnt+ ψn) (6) onde as frequeˆncias ωn assumem valores no intervalo (0,∞); as fases ψn sa˜o varia´veis aleato´rias independentes, com distribuic¸a˜o uniforme no intervalo [0, 2pi]; e z0n sa˜o as amplitudes dos harmoˆnicos zn(t) que constituem o sinal. Assim z(t) e´ a soma de diversas varia´veis aleato´rias independentes z(t) = z1 + z2 + ..........+ zn + ..... onde zn = z0n cos(ωnt+ ψn). Pelo teorema Limite Central podemos concluir que se N tende para o infinito, z(t) e´ uma varia´vel aleato´ria com distribuic¸a˜o normal com valor esperado µz e variaˆncia σ 2 z µz = E[z(t)] = 0 σ 2 z = E[z 2(t)] Texto Preliminar, SH Sphaier 14 4.2 Simulac¸a˜o de um Sinal a partir de seu Espectro Para fins de simulac¸a˜o da elevac¸a˜o do mar por um nu´mero discreto de componentes de onda conforme (6) temos que determinar as amplitudes das componenetes z0n do sinal. Introduzindo (6) em (5) Rzz(0) = lim T→∞ 1 T ∫ T 0 ( N→∞∑ i=1 z0i cos(ωit− ψi))( N→∞∑ j=1 z0j cos(ωjt+ ψj)dt) = N→∞∑ i=1 < [z0i cos(ωit+ ψi)] 2 >= N→∞∑ i=1 < [zi(ωi, t)] 2 >= N→∞∑ i=1 1 2 z20i(ωi) = ∫ ∞ 0 Szz(ω)dω (7) Considere-se agora uma u´nica frequeˆncia ω = ωk e em torno dela um elemento de frequeˆncia δω, chegando-se finalmente a` expressa˜o que fornece as amplitudes de cada componente de onda por frequeˆncia. 1 2 z20k(ωk, t) = Szz(ωk)δω Assim z(t) e´ a soma de diversas varia´veis aleato´rias independentes z(t) = z1(t) + z2(t) + ..........+ zi(t) + ..... onde zi(t) = z0i(ωi) cos(ωit+ ψi) com z0i(ωi) = √ 2Szz(ωi)δω. Texto Preliminar, SH Sphaier 15 5 Espectros emp´ıricos 1. International Towing Tank Conference (I.T.T.C.) S(ω) = A ω5 e−B/ω 4 onde - A = 8.1× 10−3g2 - B = 3.11/H2s - com Hs em metros e g em metros por segundos quadrados 2. Pierson - Moskowitz modificado ou do Internacional Ship Strutctures Committee (ISSC) S(ω) = A ω5 e−B/ω 4 onde: - A = 173H2s/T 4 1 - B = 691/T 41 - Hs = H1/3 e T1 = 2pim0/m1 A figura 6 apresenta o espectro do ISSC, que e´ um forma modificada do espectro de Pierson-Moskovitz. Texto Preliminar, SH Sphaier 16 Figura 6: Espectro de ISSC, Pierson-Moskovitz modificado 3. Jonswap (Joint North Sea Wave Project) O espectro de JONSWAP foi desenvolvido para representar espectros de pista limitada e depende de cinco paraˆmetros. Entretanto, como mostrado nos anais do Sexto Congresso do ITTC, pode-se utilizar um espectro me´dio em func¸a˜o de Hs e T1 dado por: S(ω) = 0.072H2s ( 2pi T1 )4 1 ω5 3.3 e 1 2s2 (1.296T1−1)2 e0.44( 2pi T1 )4 1 ω−4 s = { 0.07 para ω < 2pi(1.296T1) −1 0.09 para ω > 2pi(1.296T1) −1 Texto Preliminar, SH Sphaier 17 Figura 7: Comparac¸a˜o entre os espectros do ISSC (Pierson-Moskovitz modificado) e Jonswap Texto Preliminar, SH Sphaier 18 6 Determinac¸a˜o de Condic¸a˜o Extrema para Projeto A varia´vel aleato´ria elevac¸a˜o da superf´ıcie do mar, obtida atrave´s dos registros segue a distribuic¸a˜o de Gauss com me´dia nula e desvio padra˜o σ: pz(z) = 1√ 2piσ e−z 2/(2σ2) Admitindo-se que o mar e´ de banda estreita, o processo dos ma´ximos segue a distribuic¸a˜o de Rayleigh na forma: pzm(zm) = zm m0 e−z 2 m/(2m0) onde m0 = σ 2, e´ a variaˆncia do processo de elevac¸o˜es, e o processo das alturas (cava-crista) tambe´m segue a distribuic¸a˜o de Rayleigh ph(h) = h 4m0 e−h 2/(8m0) A hipo´tese de banda estreita exige que a curva do espectro esteja concentrada em torno da frequeˆncia me´dia ω0 = √ m2 m0 onde: mn = ∫ ∞ 0 ωnSzz(ω)dω Definindo-se agora a altura significativa H1/3 como a me´dia do terc¸o das maiores alturas H1/3 = [ ∫ ∞ h1/3 hp(h)dh]/(1/3) onde h1/3 e´ definido como o valor de h cuja probabilidade de ser excedido e´ igual a 1/3: P [h > h1/3] = ∫ ∞ h1/3 p(h)dh = 1 3