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1) A expressão igualdade material é compatível com o conceito de Estado Liberal?
	Igualdade material e Estado Liberal não são compatíveis, sendo a igualdade material justamente a grande mudança que conduz o Estado Liberal ao Estado Social. O Estado Liberal se deu a partir das revoluções do século XVIII, através da luta da burguesia pelo poder e por direitos, dando fim ao Estado Absolutista. O Estado Absolutista é aquele em que um governante governa todo o Estado, sendo um regime autoritário e sem uma constituição que determine direitos e deveres individuais através de leis. O Estado Liberal, ao romper com tal regime, limita o poder do representante do Estado elaborando uma constituição de direitos individuais, como os direitos à liberdade, igualdade perante a lei e à propriedade privada. A função do Estado e do seu representante se torna, assim, não mais tomar suas próprias decisões acerca das questões do Estado, mas sim lutar pela defesa e manutenção desses direitos individuais constitucionais. 
Porém, o Estado Liberal se caracteriza também por não intervir na economia (Estado mínimo); não havendo, inclusive, direitos sociais e econômicos. Devido a isso, apesar da grande mudança entre o regime absolutista e o liberal, a pobreza e a criminalidade cresceram em nível insustentável. Com isso, percebeu-se que a enorme concentração de riquezas faz com que não haja livre concorrência (sendo que livre concorrência e livre iniciativa são princípios básicos do liberalismo), pois exclui socialmente grande parte da população, a qual não tem condições de consumir nem de crescer socialmente e economicamente. Ou seja, o sistema liberal estava se autodestruindo. 
A partir disso, passa-se para uma situação em que o Estado continua tendo características liberais, como a limitação do poder do Estado e a garantia legal dos direitos individuais, porém passar a contar também com direitos sociais e econômicos, com o objetivo de se diminuir as enormes diferenças sociais e possibilitar que a livre iniciativa e livre concorrência ocorram, possibilitando ascensão econômica e social da população. Assim, o Estado passa a intervir na economia. Apesar de tais transformações, é relevante lembrar que tudo isso é no plano formal das ideias, pois na prática o reconhecimento de direitos sociais e econômicos não faz com que a população realmente consiga crescer social e economicamente. O princípio da igualdade material não só considera todas as pessoas iguais perante a lei, como também se preocupa com a realidade de fato, objetivando a justiça social através do desenvolvimento da popualação. 
2) Compare as obras dos filósofos Thomas Hobbes, John Locke e J.J. Rousseau, procurando associá-las aos diferentes modelos de Estado (Estado Absoluto – Estado Liberal – Estado Social).
	Para Thomas Hobbes, o estado natural do homem seria uma “guerra de todos contra todos”, uma vez que seria um estado em que todos precisariam lutar pela própria sobrevivência, não podendo confiar um no outro. Para esse autor não seria possível um simples acordo de paz, pois não haveria nada que garantisse que alguns indivíduos não fossem desrespeitá-lo. Por isso, a solução seria a instituição de um poder capaz de controlar e manter tal acordo de paz através da sua autoridade – o Estado –, havendo uma espécie de contrato social. O pensamento desse autor se associa ao Estado Absoluto, no qual o poder se concentra em um representante que controla tudo referente ao Estado. 
	Já para John Locke, o estado de natureza do homem não seria de guerra, mas sim de relativa paz. Nesse estado de paz os homens já seriam, segundo o autor, dotados de razão, desfrutando de igualdade, de liberdade e bens (“propriedade privada”), os quais seriam direitos naturais do homem. Apesar dessa situação de relativa paz, haveria situações de conflitos, como, por exemplo, de violação à propriedade. Para controlar situações como essa os homens precisariam passar do estado de natureza para o de sociedade civil, instituindo um contrato social e, assim, o Estado. O Estado teria a função de preservar e manter os direitos individuais naturais – e é por esse pensamento que Locke é considerado “o pai do liberalismo”. Assim, o Estado Liberal é o que se pode associar a esse autor. 
	J.J Rousseau, assim como Locke, pensa que a natureza humana é boa. Porém, diferentemente, pensa que quem a corrompe é justamente a sociedade. Assim, seria necessária uma redução do poder do Estado sobre os cidadãos livres, ficando eles sem as imposições e determinações do Estado e convivendo através de um acordo por contrato social. Tal contrato social definiria a igualdade entre todos, não havendo quem tenha mais poder ou condição econômica que os demais, garantindo também a liberdade natural do homem, o bem-estar e a segurança, de acordo com a vontade coletiva. Rousseau acreditava que para o indivíduo não agir de acordo com a sua vontade particular ele tinha de ter consciência de que é cidadão, tendo assim interesse no bem comum, uma vontade coletiva. Assim, os cidadãos seriam aqueles que fariam as leis pelo bem comum e, por isso mesmo, as cumpriria. O representante do Estado, assim, seria apenas um funcionário do povo e o povo é que seria soberano. Um aspecto relevante do pensamento desse autor é o de que ele via na propriedade privada a origem dos problemas sociais. Concluindo, o Estado Social é o que se associa a esse autor.

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